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Aula 04 Crimes contra a fé pública Cap III Da falsidade Documental III

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Direito Penal 
Aula 04 – Crimes contra a fé pública – Cap. III – Da falsidade Documental III
Código Penal 
Dos Crimes Contra a Fé pública
Falso Reconhecimento de Firma ou Letra 
Art. 300. Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja: 
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Observações: 
· Trata-se de crime próprio e formal. 
· Esse crime só é punido na modalidade dolosa. 
· Admite tentativa. 
· O sujeito passivo é o Estado e, secundariamente, a pessoa física ou jurídica. 
· O perito, no exame grafotécnico, responde pelo artigo 342 (falsa perícia), se ele agir dolosamente de forma a atrapalhar esse exame grafotécnico. 
· Se é o próprio falsificador que submete uma assinatura para ser atestada pelo tabelião, e o tabelião sabe que a assinatura é falsa, o falsificador responderá pela falsificação documental do artigo 297, se for documento público, ou 298, se for documento particular. Já o tabelião responderá pelo artigo 300.
Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso
Art. 301. Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: 
Pena – detenção, de dois meses a um ano.
Obs.: Trata-se de crime próprio e de menor potencial ofensivo.
Falsidade Material de Atestado ou Certidão
Art. 301, § 1º Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Pena – detenção, de três meses a dois anos. 
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.
Obs.: Trata-se de falsidade material.
Falsidade de atestado médico 
Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena – detenção, de um mês a um ano. 
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Obs.: Trata-se de crime próprio, pois somente o médico pode praticá-lo.
Aplicação do princípio da especialidade
1. Médico funcionário público, no exercício dessa função, fornece atestado falso para que alguém seja habilitado a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem relacionada ao serviço público. 
2. Médico funcionário público, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem, para emitir atestado falso.
Uso de documento Falso 
Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os Arts. 297 a 302: 
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.
Trata-se de crime remetido. A conduta típica se refere aos artigos 297 a 302. Trata-se também de um crime acessório, parasitário ou de fusão. O crime do uso de documento falso só existe se houver um crime antecedente. Se o crime antecedente tem a sua punibilidade extinta, a extinção de punibilidade não gerará efeitos sobre o crime acessório. Se a extinção da punibilidade se der por anistia ou por abolitio criminis, o crime acessório também terá extinta a sua punibilidade. Este crime traz uma norma penal em branco às avessas. 
A norma penal em branco é a norma que exige uma complementação. Ela só pode punir alguém se houver uma complementação da lei ou de atos da Administração Pública. Existem, na norma penal, o preceito primário e o preceito secundário. O preceito primário da norma é a descrição da conduta. O preceito secundário é a pena. A norma penal em branco propriamente dita ocorre quando o preceito primário que exige uma complementação. A norma penal em branco às avessas ocorre quando o preceito secundário exige uma complementação. 
O uso de documento falso é crime formal, de ação penal pública incondicionada.
Não serão objetos do crime de uso de documento falso: 
1. Falsificação grosseira. 
2. Papéis impressos sem assinatura. 
3. Fotocópias sem autenticação.
Jurisprudência Relevante: 
1. “A simples posse de documento falso não basta à caracterização do delito previsto no art. 304 do Código Penal, sendo necessária sua utilização visando atingir efeitos jurídicos.”
(STF, Ext. 1.183, julgado em 24/06/2010)
Ressalva: CNH – Art. 159, §1º, CTB: “É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilitação quando o condutor estiver à direção do veículo.”
2. “Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é irrelevante, para a caracterização do crime de uso de documento falso, que o agente use o documento por exigência da autoridade policial.”
(HC 144733/SP, julgado em 19/11/2009)
3. “O fato de o paciente ter apresentado à polícia identidade com sua foto e assinatura, porém com impressão digital de outrem, configura o crime do art. 304, CP. (…) não cabe cogitar de que a atribuição de identidade falsa para esconder antecedentes criminais consubstancia autodefesa."
(HC 103.314/MS, julgado em 24/05/2011, Informativo 628, STF).
4. “O delito de uso de documento falso, cuja pena em abstrato é mais grave, pode ser absorvido pelo crime-fim de descaminho (art. 334, CP), com menor pena comparativamente cominada, desde que etapa preparatória ou executória deste, onde se exaure sua potencialidade lesiva.” 
(Recurso Repetitivo – REsp 1378053/PR, julgado em 10/08/2016, STJ).
5. STJ – Súmula 17 – Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
Pontos relevantes 
1. Falsificação ou alteração de documento e posterior uso pelo mesmo agente. (O agente responde somente pela falsificação).
2. Uso de documento falso e concurso de crimes.
Súmulas relacionadas à competência para o processo e julgamento do crime de uso de documento falso:
• Súmula 104 do STJ. 
• Súmula 200 do STJ. 
• Súmula 546 do STJ. 
• Súmula vinculante n. 36 do STF.
a. Dois ou mais documentos falsos no mesmo contexto fático: o agente responderá por apenas um crime. 
b. Um ou mais documentos falsos em contextos distintos: o agente responderá por concurso de crimes.
Atenção!!
Súmula 200 do STJ: O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.
Supressão de Documento 
Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: 
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.

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