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Clínica Médica 1 Terapias Renais Substitutivas O uso das terapias de substituição renal tornam-se necessários quando os rins não são capazes de remover os produtos de degradação, manter os eletrólitos e regular o balanço hídrico • A necessidade da terapia de substituição renal pode ser aguda ou crônica Tipos: diálises e transplante renal • Geralmente ocorre 3 vezes por semana, em dias alternados, e durante horas/sessão 1. Remoção de escórias nitrogenadas e de outros solutos 2. Redução do acúmulo de agua 3. Correção dos desequilíbrio acidobásico e de hidroeletrolíticos Diálise São as hemodiálises ou diálise peritoneal Indicações da diálise aguda: • Hiperpotassemia • Sobrecarga de líquidos • Edema pulmonar iminente • Acidose crescente • Pericardite • Confusão grave • Intoxicação ou superdosagem medicamentosa • Uremia Indicações da diálise crônica: • Doença renal crônica avançada • Sinais e sintomas de uremia • Hiperpotassemia • Sobrecarga de líquidos que não respondem a diuréticos e a restrição hídrica • Falta generalizada de bem-estar Qual é o mecanismo de ação da diálise? Duas soluções separadas por uma membrana semipermeável tem suas composições alteradas por meio da passagem de água e de solutos através dessa membrana • Difusão, convecção (ultrafiltração), osmose Hemodiálise A hemodiálise tem como objetivo extrair as substâncias nitrogenadas tóxicas do sangue e remover o excesso de água • Evita a morte, porém não cura a doença renal e nem compensa a perda das atividades endócrinas ou metabólicas dos rins • A maioria dos pacientes recebem hemodiálise intermitente, que consiste em tratamento 3x na semana, com duração média de 3 a 4h em um ambiente ambulatorial Dialisador: é uma membrana semipermeável sintética, substituindo a unidade de filtração renal Hemodiálise: o sangue carregado de toxinas e produtos de degradação nitrogenado é desviado do paciente para a máquina, o dialisador, onde as toxinas são filtradas e removidas, e o sangue é devolvido ao paciente A hemodiálise se baseia na difusão, osmose e ultrafiltração Sistema tampão: • Esse sistema é mantido utilizando um banho de dialisado constituído de bicarbonato ou acetato que é metabolizado para formar bicarbonato Cuidados durante a hemodiálise: • Administra-se anticoagulantes heparina para impedir a coagulação do sangue no circuito da dialise Clínica Médica 2 • O sangue limpo é devolvido do organismo Ao fim da hemodiálise: foram removidos os produtos de degradação retirados, o equilíbrio hidroeletrolítico foi restaurado e sistema tampão resposta Acesso vascular: • O acesso ao sistema vascular é necessário para remoção, limpeza e retorno do sangue ao sistema vascular em velocidade de 300 a 800 ml/min Dispositivos de acesso vascular: • É o dispositivo imediato para hemodiálise aguda (inserção de um cateter duplo lúmen e sem bainha) • Tem menor duração e também é conhecido como cateter de Shilley Locais de inserção do cateter: • Veia subclávia, jugular ou femoral Fístula arteriovenosa: • É a melhor opção para acesso vascular para o paciente submetido a hemodiálise crônica • Sua criação é através de procedimento cirúrgico • Une-se uma artéria e uma veia de modo lateral ou término lateral • Este acesso necessita de um tempo médio de 2 a 3 meses para amadurecer e então ser utilizado Complicações relacionadas a hemodiálise: • Dispneia entre os tratamentos • Hipotensão durante o tratamento • Anemia • Uremia anteriormente a hemodiálise • Dor e fratura ósseas • Distúrbios do sono • Calcificação de vasos sanguíneos principais, ligados a hipertensão arterial sistêmica e outras complicações vasculares • Embolia gasosa • Exsanguinação se as linhas sanguíneas se separarem por exemplo • Arritmias Diálise Peritoneal Tem como meta remover as substâncias toxicas e os produtos de degradação metabólicos e restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico • Pode ser uma alternativa para os pacientes com insuficiência renal que são incapazes ou que não tem vontade de se submeter a hemodiálise ou ao transplante renal • Diálise peritoneal intermitente aguda • Dialise peritoneal ambulatorial continua • Dialise peritoneal cíclica continua Peritônio: a membrana peritoneal que recobre os órgãos abdominais e que reveste a parede abdominal atua como a membrana impermeável • O cateter peritoneal pode ser inserido no centro cirúrgico ou a beira leito, preferencialmente colocado do lado não dominante do paciente para facilitar o autocuidado O líquido do dialisado estéril é introduzido na cavidade peritoneal através de um cateter abdominal a determinados intervalos – Clínica Médica 3 líquido na cavidade peritoneal – depuração de toxinas urêmicas – osmose e difusão e ultrafiltração – após o período estimado ocorre a drenagem do líquido – e então já é infundido um novo líquido • O líquido utilizado para a dialise peritoneal dispõe-se de soluções de glicose em diversas concentrações: 1.5, 2.5, 4.25% em vários volumes, desde 1000 a 3000 ml • O número de trocas e a sua frequência são prescritos com base nos valores laboratoriais determinados mensalmente e na presença de sintomas urêmicos Contraindicações da dialise peritoneal: • Perda comprovada da função peritoneal ou múltiplas adesões peritoneais • Incapacidade física ou mental para a execução do método • Condições cirúrgicas não corrigíveis, como as hernias inguinais, incisionais ou umbilical • Presença de próteses vasculares abdominais há menos de 4 meses • Dor lombar crônica e doença discal preexistente, que poderiam ser agravadas pela pressão contínua do líquido de dialise no abdome • Presença de derivações ventrículo- peritoneais recentes • Episódios frequentes de diverculite Complicações da dialise peritoneal: • Peritonite • Extravasamento do dialisado através do local de inserção do cateter • Sangramento • Obstrução do cateter • Dor abdominal • Hernias • Perda da capacidade de dialise Transplante Renal Os pacientes com doença renal crônica devem ser encaminhados para os serviços especializados em transplante, desde o estágio 5-ND • É uma importante opção terapêutica tanto do ponto de vista médico quando social ou econômico • Os pacientes que se submetem a transplante renal de doadores vivos antes que a dialise seja iniciada geralmente apresentam uma sobrevida mais longa do rim transplantado do que os pacientes que recebem transplante após o início do tratamento com dialise Indicação: • Insuficiência renal crônica em fase terminal, estando o paciente em dialise ou mesmo em fase prédialítica, considerando-se clearance de creatinina menor que 20 ml/min Contraindicações do transplante renal: • Pacientes portadores de neoplasias malignas ou já tratados, com menos de 2 anos • Pacientes portadores de doença pulmonar crônica avançada • Pacientes portadores de doença cardíaca grave sem indicação de tratamento cirúrgico ou intervencionista • Pacientes portadores de vasculopatia periférica grave, com sinais clínicos evidentes de insuficiência vascular periférica ou com estudo de doppler mostrando lesões graves em artérias ilíacas • Pacientes portadores de cirrose hepática