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PODERES E DEVERES ADMINISTRATIVOS

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PODERES E DEVERES ADMINISTRATIVOS 
 
PODERES ADM -> O regime jurídico-administrativo tem fundamento nos princípios: 
1. Supremacia do interesse público 
2. Indisponibilidade do interesse público 
 CF/leis impõem ao administrador público alguns deveres, preordenado a 
 DEVERES assegurar que sua atuação efetivamente se dê em benefício do interesse 
 ADMINISTRATIVO público e sob controle direto e indireto do titular da coisa pública (povo). 
 
DEVERES ADM 
a. Poder-dever de agir 
b. Dever de eficiência 
c. Dever de probidade 
d. Dever de prestar contas 
 
PODER DEVER DE AGIR 
 
As competências administrativas, por serem conferidas visando ao atingimento de fins 
públicos, implicam ao mesmo tempo um poder para desempenhar as funções públicas e um 
dever de exercício das competências, de que o agente público não pode dispor. 
• Direito privado -> facultativo 
• Direito adm -> dever de exercício de competências. 
 
a. Os poderes adm são irrenunciáveis, devendo ser obrigatoriamente exercidos pelos 
titulares; 
b. A omissão do agente, diante de situações que exigem sua atuação, caracteriza abuso 
de poder, que poderá ensejar, inclusive responsabilidade civil da administração 
pública, pelos danos que porventura decorram da omissão ilegal. 
 
DEVER DE EFICIÊNCIA 
 
Exigência e elevado padrão de qualidade na atividade administrativa, na imposição de que o 
administrador e os agentes públicos, com atuação pautada por celeridade, perfeição técnica, 
economicidade, coordenação, controle, entre outros. É um dever impostos a todos os níveis 
da adm pública. 
 
 
 
 
 
DEVER DE PROBIDADE 
 
Exige que o administrador público, no desempenho de suas atividades, atue sempre com 
ética, honestidade e boa-fé, em consonância com o princípio da moralidade adm. 
São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a 
probidade na administração. (CF, art. 85, V). 
É imposto a todo e qualquer agente público. Sem prejuízo da ação penal cabível, os atos de 
improbidade acarretarão, na forma e gradação da lei previstas em lei (CF, Art. 37 § 4º): 
a. a suspensão dos direitos políticos; 
b. a perda da função pública; 
c. a indisponibilidade dos bens; 
d. o ressarcimento ao erário. 
 
DEVER DE PRESTAR CONTAS 
 
Decorre do princípio da indisponibilidade do interesse público. 
É um dever indissociável do exercício de função pública, imposto a qualquer agente que de 
algum modo seja responsável pela gestão ou conservação de bens públicos. 
Art. 70 – CF: 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e 
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma 
obrigações de natureza pecuniária. 
A regra é geral: quem gere dinheiro público ou administra bens ou interesses da 
comunidade deve contas ao órgão competente para a fiscalização 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
“O conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes 
administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins.” 
Prof. José dos Santos Carvalho Filho 
PODER VINCULADO (regrado) 
É aquele que dispõe a administração para a prática de atos administrativos em que é mínima 
ou inexistente a sua liberdade de atuação, ou seja, é o poder de que administração se utiliza 
quando pratica atos vinculados. 
Em relação aos atos vinculados, não cabe à administração criar considerações de 
Oportunidade e conveniência, nem escolher seu conteúdo. Apenas possibilita à administração 
executar o ato vinculado nas estritas hipóteses legais, observando o conteúdo rigidamente 
estabelecido na lei. 
Na edição de um ato vinculado, o agente administrativo tem respaldo somente no poder 
vinculado. Na prática de um ato discricionário a administração pública exerce o poder 
discricionário e, também, o poder vinculado. 
 
PODER DISCRICIONÁRIO 
É conferido à administração para a prática de atos discricionários (e sua revogação), aquele 
que o agente adm dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a 
oportunidade e conveniência da prática do ato, quanto ao seu motivo, e, sendo o caso, 
escolher dentro dos limites legais, o seu conteúdo (objeto). 
Diante de um caso concreto, a administração, nos termos e limites legalmente fixados, 
decidirá, segundo seus critérios de oportunidade e conveniência administrativas, a conduta, 
dentre a previstas na lei, mais condizente com a satisfação do interesse público. 
Só é legítimo quando exercidos nos limites explícitos na lei, ou implicitamente deles 
decorrentes. Assumem grande importância os princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade. A atuação fora dos referidos limites é ilegal ou ilegítima – e não 
meramente inoportuna ou inconveniente – implicando a anulação do ato, pela própria 
administração que o praticou ou, desde que provocado, pelo Poder Judiciário. A extrapolação 
dos limites legais, assim como a atuação contrária aos princípios administrativos, configura 
arbitrariedade (é sempre sinônimo de atuação ilegal). 
 
PODER HIERÁRQUICO 
Caracteriza-se pela existência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes públicos, 
sempre no âmbito de uma mesma PJ (entre órgãos e agentes no âmbito interno da 
administração direta do Poder Executivo, ou hierarquia entre órgãos e agentes no âmbito 
interno de uma autarquia). 
Não há hierarquia entre diferentes PJ, nem entre os Poderes da República, nem mesmo entre 
a administração e os administrados. 
VINCULAÇÃO: existe entre a adm direta e as entidades da adm indireta. 
 
 
Prerrogativas exercidas pelo superior sobre seus subordinados: 
• dar ordens (poder de comando): permite que o superior hierárquico assegure o 
adequado funcionamento dos serviços sob sua responsabilidade. 
• Fiscalizar: acompanhamento permanente, pelo superior, da atuação de seus 
subordinados. 
• Controlar: manter os atos que devam ser mantidos, extinguindo(anulação) os ilegais, 
inadequados, inconvenientes ou inoportunos e convalidando (convalidação) os atos 
com defeitos sanáveis, quando esta for possível e conveniente. 
• aplicar sanções (administrativas): aos servidores públicos (poder hierárquico). 
Aplicadas ao particular cabe ao poder disciplinar 
• delegar competências: somente atos administrativos (atos políticos não) 
• avocar competências: ato discricionário – superior hierárquico traz para si o exercício 
temporário de determinada competência atribuída por lei a um subordinado 
(excepcional e fundamentada). Não é possível quando se tratar de competência 
exclusiva 
 
PODER DISCIPLINAR 
Poder-dever de apurar qualquer prática de infração administrativa pode também aplicar as 
sanções previstas em leis àqueles que a praticarem. Possibilita à administração pública: 
a) punir internamente as infrações funcionais de seus servidores e; 
b) punir infrações administrativas cometidas por particulares a ela ligados mediante 
algum vínculo jurídico específico (ex: punição pela adm de um particular que com ela 
tenha celebrado um contrato adm e descumpra as obrigações contratuais que 
assumiu). 
 Toda e qualquer pessoa está sujeita ao poder punitivo do Estado, ao passo que somente as 
pessoas que possuem algum vínculo jurídico específico com a adm pública (vínculo funcional 
ou contratual) são alcançadas pelo poder hierárquico. 
Quando a administração constata que um servidor público, ou um particular que com ela 
possua vinculação jurídica específica, praticou uma infração administrativa, ela é obrigada a 
puni-lo; O que pode existir é discricionariedade na graduação da penalidade legalmente 
prevista (ex: suspensão de 5 dias para 8 dias) – não há discricionariedade alguma quanto ao 
dever de punir o infrator. 
O ato de aplicação da penalidade deverá ser sempre motivado. 
 
 
PODERREGULAMENTAR (NORMATIVO) 
Doutrina tradicional emprega exclusivamente para designar as competências do Chefe do 
Poder Executivo para editar atos adm normativos (assumem a forma de decreto). 
O exercício do poder regulamentar se materializa na edição de decretos e regulamentos 
destinados a dar fiel execução às leis – competência privativa do PR, não passível de 
delegação (Art. 84, IV-CF). 
No Brasil, inúmeras autoridades administrativas, além dos Chefes do Poder Executivo, editam 
atos administrativos normativos, que tem fundamento no poder normativo da administração 
pública. 
Ao praticar atos com base no poder regulamentar (espécie), o Chefe do Poder Executivo não 
deixa de estar exercendo o poder normativo da administração pública (gênero). 
Decretos e execução ou regulamentares 
Regras jurídicas gerais, abstratas e impessoais, editadas em função de uma lei cuja aplicação 
de algum modo envolva atuação da administração pública, visando a possibilitar a fiel 
execução dessa lei. 
A edição e decretos de execução tem como pressuposto a existência de uma lei, que é o ato 
primário a ser regulamentado. 
Os decretos de execução, uma vez que precisam sempre de uma lei prévia a ser 
regulamentada, são atos normativos secundários. 
A CF, art. 49-V, atribui competência ao CN para “sustar atos normativos do Poder Executivo 
que exorbitem do poder regulamentar”. 
Decretos autônomos 
A CF expressamente prevê a possibilidade de serem editados decretos como atos primários, 
isto é, atos que decorrem diretamente do texto constitucional, decretos que não expedidos 
em função de alguma lei ou de algum outro ato infraconstitucional. 
Somente podem ser editados no Brasil decretos autônomos para dispor sobre a organização 
e funcionamentos da adm pública, quando não implicar aumento de despesa nem a criação 
ou extinção de órgãos públicos, e para extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos. 
 
 
 
 
REGULAMENTO EXECUTIVO REGULAMENTO AUTÔNOMO 
Admissibilidade Excepcionalmente, admitido. 
Atos normativos secundários Atos normativos primários 
São atos normativos secundários editados 
pelo Chefe do Executivo com o objetivo de 
detalhar a execução dos atos normativos 
primários, não inovando na ordem jurídica. 
Não se presta a detalhar uma lei, podendo 
inovar na ordem jurídica, da mesma forma 
que uma lei. 
 
REGULAMENTOS EXECUTIVOS REGULAMENTOS AUTÔNOMOS 
Explicita a lei para a sua fiel execução. Trata de questão ainda não prevista em lei. 
Art. 84, IV da CF. Art. 84, VI da CF – alterado com o advento da 
EC de 32. 
Art. 84. Compete privativamente ao 
Presidente da República: 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as 
leis, bem como expedir decretos e 
regulamentos para sua fiel execução; 
Art. 84. Compete privativamente ao 
Presidente da República: 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
 a) organização e funcionamento da 
administração federal, quando não implicar 
aumento de despesa nem criação ou 
extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, 
quando vagos. 
Não inova na ordem jurídica. INOVA na ordem jurídica. 
Ato normativo secundário. Ato normativo primário. 
Não admite delegação. Admite delegação. 
Regulamentos autorizados (delegados) 
Lei delegada é um ato normativo primário cuja válida edição deve respeitar os requisitos 
formais (autorização por meio de resolução do CN, que especificará seu conteúdo e os termos 
e seu exercício) e as restrições materiais – art. 68 -CF. Somente pode ser revogada ou alterada 
por uma lei ou um ato com força de lei. 
É ato normativo secundário (deriva da lei, ato primário, que o autoriza), infralegal. Pode ser 
modificado ou revogado por outro ato infralegal como ele. 
Controle judicial 
Varia de acordo com o conteúdo do ato. 
• Ato normativo em conflito com a lei que ele regulamenta – controle de legalidade. 
• Ato normativo extrapolou os limites da lei (ultra legem) ou se contrariou frontalmente 
seus comandos (contra legem) – ilegalidade (e não inconstitucionalidade). 
 
São duas (2) as condições, cumulativas, para que um ato adm possa ser objeto de controle 
judicial pela via direta, mediante ação direta de inconstitucionalidade – ADI: 
a) Ter indispensavelmente caráter normativo – dotado de “normalidade”, de 
generalidade e abstração; e 
b) Ter caráter autônomo – deve conflitar diretamente com a CF (o conflito não pode 
ocorrer entre o ato e uma lei que ele regulamente). 
 
PODER DE POLÍCIA 
 
Introdução e competência para o exercício 
 
Código Tributário Nacional: 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato 
ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à 
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do 
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos. 
 
"A Faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo 
de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade e do próprio estado." 
Hely Lopes Meirelles 
 
“Poder que dispõe a administração pública, para na forma da lei, condicionar ou restringir o 
uso de bens, o exercício e direitos e a prática de atividades privadas, visando a proteger os 
interesses gerais da coletividade.” 
 
É inerente à atividade administrativa, desempenhado por variados órgãos e entidades 
administrativos – e não por alguma unidade administrativa específica –, em todos os níveis da 
Federação. 
 
 “Os assuntos de interesse nacional ficam sujeitos à regulamentação e policiamento da União; 
as matérias de interesse regional sujeitam-se às normas e à polícia estadual; e os assuntos de 
interesse local subordinam-se aos regulamentos edilícios e ao policiamento administrativo 
municipal.” 
 
Distinção entre atividade de polícia administrativa e outras atividades estatais 
 
O exercício de poder de polícia acarreta restrições à esfera jurídica individual do administrado, 
a seus direitos e interesses – atividade negativa (atividades jurídicas do Estado – desempenho 
se funda no poder de império, como decorrência da própria noção de soberania), ao passo 
que a prestação de serviços públicos amplia a esfera jurídica individual do particular 
destinatário, porquanto se traduz no oferecimento, pelo poder público, de prestações 
positivas – atividade positiva (atividade material – atividades sociais do Estado, destinadas a 
incrementar o bem-estar social, que não impliquem no poder de império) de comodidades ou 
utilidades materiais diretamente fruíveis pelo usuário do serviço. 
 
• Atividade de polícia administrativa: infrações administrativas, exercida sobre 
atividades privadas, bens ou direitos. 
• Atividade de polícia judiciária: ilícito de natureza penal, incide diretamente sobre 
pessoas. 
 
Modalidades de exercício 
 
Pode ser exercido preventiva ou repressivamente. 
 
Exercício preventivo: o poder público estabelece normas que limitam ou condicionam a 
utilização de bens (públicos ou privados) ou exercício de atividades que possam afetar a 
coletividade, exigindo que o particular obtenha anuência (aprovação) da administração 
pública previamente à utilização desses bens ou ao exercício dessas atividades. Tal anuência 
é formalizada por alvarás, que podem ser de licença ou de autorização. 
• Licença: ato administrativo vinculado e definitivo pela qual a adm pública reconhece 
que o particular detentor de um direito subjetivo preenche as condições para seu 
gozo. Dizem respeito a direitos individuais, tais como o exercício de uma profissão ou 
a construção de um edifício em terreno de propriedade do administrado e, não podem 
ser negadas quando o requerente satisfaça os requisitos legais e regulamentaresexigidos para a sua obtenção. 
 
• Autorização: ato administrativo por meio do qual a adm pública possibilita ao 
particular a realização de atividade privada de predominante interesse deste, ou a 
utilização de um bem público. O particular tem interesse na obtenção do ato, mas não 
um direito subjetivo a essa obtenção. É um ato discricionário e precário, ou seja, 
passível de revogação pelo poder público a qualquer tempo, sem gerar, em regra, 
direito a indenização para o particular. Ex: uso especial de bem público, o trânsito por 
determinados locais e o porte de arma de fogo. 
Atividade repressiva: aplicação de sansões administrativas como consequência da prática de 
infrações a normas de polícia pelos particulares a ela sujeitos. A imposição da sanção de polícia 
pela administração é ato autoexecutório, ou seja, para aplicar a sanção, a adm não necessita 
de interferência prévia do Poder Judiciário. 
A fiscalização é um exercício preventivo. O ato repressivo em si é a aplicação da sanção e não 
o procedimento de fiscalização. 
 
Sanções aplicáveis e limites 
Sanções: 
a. Imposição de multas administrativas; 
b. Interdição de estabelecimentos comerciais; 
c. Suspensão do exercício de direitos; 
d. Demolição de construções irregulares; 
e. Embargo administrativo de obra; 
f. Destruição de gêneros alimentícios; 
g. Apreensão de mercadorias irregularmente entradas no território nacional. 
Medidas de polícia: imposições cujo intuito maior é proteger a coletividade. 
Sanções de polícia: objetivo principal punitivo (penalidades propriamente ditas). 
A atuação da polícia administrativa só será legítima se realizada com base na lei, respeitados 
os direitos do cidadão, as prerrogativas individuais e as liberdades públicas asseguras na CF. 
Caso a adm aja além desses mandamentos, ferindo a intangibilidade do núcleo dos direitos 
fundamentais, sua atuação será arbitrária, configuradora de abuso de poder, passível de 
correção pelo Poder Judiciário. 
Fases da atividade de polícia (ciclo de polícia) 
Desenvolve-se em 4 fases: 
• Ordem de polícia: legislação que estabelece os limites e condicionamentos ao 
exercício de atividades privadas e ao uso de bens. 
• Consentimento de polícia: anuência (consentimento) – se materializa nos atos adm 
denominados licenças e autorizações – prévia da adm, quando exigida, para a prática 
de determinadas atividades privadas ou para determinado exercício de poderes 
concernentes à propriedade privada. 
• Fiscalização de polícia: adm pública verifica se está havendo o adequado cumprimento 
das ordens de polícia pelo particular a elas sujeito ou, se for o caso, verifica se o 
particular que teve consentida, por meio, por meio e uma licença ou uma autorização, 
a prática de alguma atividade privada está agindo em conformidade com as condições 
e os requisitos estipulados naquela licença ou naquela autorização. 
• Sanção de polícia: atuação adm coercitiva por meio da qual a adm, constatando que 
está sendo violada uma ordem de polícia, ou que uma atividade privada previamente 
consentida está sendo executada em descordo com as condições e os requisitos 
estabelecidos no ato de consentimento, aplica ao particular infrator uma medida 
repressiva (sansão), dentre as previstas na lei de regência. 
Poder de polícia originário e delegado. 
Poder e polícia originário: exercido pela adm direta (U/E/DF/M). 
Poder de polícia delegado: executado pelas pessoas administrativas do Estado, isto é, pelas 
entidades integrantes da adm indireta. 
Podem, as entidades adm (PJDPúb) exercer poder de polícia, 
inclusive aplicar sanções adm por infrações a normas de polícia, 
desde que recebam da lei tais competências (exceto editar leis). 
O poder de império (jus imperii) é próprio e privativo do Estado, sendo assim, não admite a 
delegação do poder de polícia a pessoas de iniciativa privada (particular). 
Atributos do Poder de Polícia 
• Discricionariedade 
A adm, quanto aos atos a ele relacionados, regra geral, dispõe de uma razoável liberdade de 
atuação, podendo valorar a oportunidade e conveniência de sua prática, estabelecer o motivo 
de escolher, dentro dos limites legais, seu conteúdo. A finalidade e todo ato de polícia – como 
a finalidade de qualquer ato administrativo – é requisito sempre vinculado e traduz-se na 
proteção do interesse da coletividade. 
• Autoexecutoriedade 
Consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta 
execução pela própria Adm, independentemente de ordem judicial. 
A adm pública precisa ter a prerrogativa necessárias à repressão de atividades lesivas à 
coletividade, ou que coloquem em risco a incolumidade pública – presente nos atos 
repressivos de polícia. 
A autoexecutoriedade dos atos adm apenas permite sua execução direta pelo poder público, 
mas, sempre que o administrado entenda ter havido arbítrio, desvio ou excesso de poder, 
pode exercer seu direito inafastável de provocar a tutela jurisdicional, mediante a qual, se for 
o caso, obterá a anulação dos atos praticados. 
Alguns autores desmembram a autoexecutoriedade em: 
Exigibilidade: prerrogativa da adm pública impor obrigações ao administrado, sem 
necessidade de prévia autorização judicial, uso de meios coercitivo diretos. Ex: apreensão de 
mercadorias. 
Executoriedade: possibilidade de a adm realizar diretamente a execução forçada da medida 
que ela impôs ao administrado, uso de meios coercitivos indiretos. Ex: aplicação de multa. 
• Coercibilidade 
Traduz-se na possibilidade de as medidas adotadas pela adm pública serem impostas 
coativamente ao administrado, inclusive mediante o emprego da força. 
Muitos atos de polícia não são dotados de coercibilidade, como ocorre com os atos 
preventivos de polícia, tais como a outorga de licenças ou autorizações necessárias para o 
administrado exercer determinadas atividades privadas. 
Prescrição 
5 anos, o prazo prescricional das ações punitivas decorrentes do exercício o poder de polícia, 
conforme a Lei 7.873/99 – aplicável à esfera federal. 
ABUSO DE PODER 
O exercício ilegítimo das prerrogativas conferidas pelo ordenamento jurídico à administração 
pública caracteriza, genericamente, abuso de poder. 
É uma espécie do gênero ilegalidade – embora nem toda ilegalidade configure abuso de poder, 
toda atuação com abuso de poder é ilegal. 
O abuso do poder tanto pode revestir a forma comissiva como a omissiva, 
porque ambas são capazes de afrontar a lei e causar lesão a direito individual 
do administrado. A inércia da autoridade administrativa – observou Caio 
Tácito –, deixando de executar determinada prestação de serviço a que por 
lei está obrigada, lesa o patrimônio jurídico individual. É forma omissiva de 
abuso de poder, quer o ato seja doloso ou culposo. 
Desdobra-se em 2 categorias: 
1. Excesso de poder: agente público atua fora dos limites de sua esfera de 
competências; 
Atos praticados com excesso de poder são nulos quando o vício é de competência 
quanto à matéria, ou quando se trata de competência exclusiva. Se a hipótese for de 
vício e competência quanto à pessoa, desde que não se trate de competência 
exclusiva, o ato praticado com excesso de poder poderá ser convalidado, a critério 
da adm pública. 
 
2. Desvio de poder (desvio de finalidade): quando a atuação, embora dentro da 
órbita de competências, contraria a finalidade explícita ou implícita em lei 
que determinou ou autorizou a sua atuação; conduta contrária à finalidade 
geral (ou mediata) do ato – o interesse público –, quanto ao que discrepe de 
sua finalidade específica (ou imediata). 
Os atos praticados com desvio de poder são sempre nulos. 
O abuso de poder diz respeito à violação de normas administrativas e às consequências no 
âmbito administrativo: anulação do ato viciado ou convalidação do ato eivado de defeito 
sanável e responsabilização administrativa disciplinar do agente que atuou de forma indevida.

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