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● Introdução: Doença amplamente descrita, com alta morbidade e mortalidade considerável. Nos anos 50 foi descrita sua variação clínica rara, a “Doença das Mucosas”, com baixa morbidade e altíssima mortalidade. Ao longo dos anos, foram classificadas em: agudas leve e severa, doença das mucosas, e crônica. ● Importância: É uma doença que provoca per- das reprodutivas, e é amplamente distribuída no Brasil. A morbidade é 84%, permitindo que o vírus se mantenha estável nos rebanhos. Não é zoonose ● Etiologia: O Vírus da Diarreia Viral Bovina (BVDV) é da família Fla- viviridae, gênero Pestivi- rus. Apresenta capsídeo icosaédrico, é envelopa- do, e possui RNA fita sim- ples +. ➤ Genótipos: BVDV-1, principal, com 11 sub- genótipos. BVDV-2, com 2 subgrupos, maior viru- lência, porém ainda não descrito no Brasil. ➤ Biotipos: Determina sua replicação celular e atividade metabólica. São: citopático (CP), onde a replicação lesiona a célula por expressão de NS3; e não citopático (NCP), onde a replicação deter- mina lise celular e há maior virulência por maior tempo de replicação. ➤ Hospedeiros Acidentais: Caprinos, ovinos, suínos, cervídeos e lhamas. Aqui, dificilmente há manifestação clínica. ➤ Hospedeiros Natural: Bovinos. ● Epidemiologia: Em erradicação: Alemanha, França, EUA, Rússia. Erradicada: Dinamarca, Aus- trália, Noruega. Controlada: EUA, Canadá, Europa ➤ Disseminação: Bezerros são reservatórios persistentemente infectados, onde não há sinais clínicos. A transmissão se dá por secreções (nasal, saliva, sêmen, leite), urina e fezes, e anexos fetais. ☞ Tempo de Disseminação: A formas agudas leve e severa são de 3-10 dias; já a doença das mu- cosas é vitalícia. ☞ Transmissão Horizontal: Contato direto fo- cinho e mucosas; indireto com secreções ou ane- xos fetais; iatrogênica por meio de equipamentos veterinários contaminados. ☞ Transmissão Vertical: Transplacentária. ● Patogenia: A entrada do vírus se dá por via oro-nasal, onde já há replicação no trato respirató- rio superior, orofaringe e tecido linfoide regional. O quadro desenvolve forma clínica a depender do genótipo e biotipo, grau de imunocompetência, si- tuação reprodutiva, e infecções secundárias ati- vas. ➤ Animais não-prenhes com infecção agu- da: Alta morbidade e baixa mortalidade. Mani- festação respiratória e/ou digestiva, com diarreia, imunossupressão, dermatites persistentes, secre- ção nasal e infecção secundária (BoHV-1). Pode ser caracterizada como autolimitante em animais imunocompetentes. ➤ Animais prenhes com infecção aguda: É um animal já susceptível a infecções e com meta- bolismo acelerado, onde a carga viral é aumentada ao ponto de alcançar o trato reprodutivo e pla- centa por circulação sanguínea. A manifestação clínica se da por meio de reabsorção embrionária, abortos, mumificação fetal, natimortos, bezerros fracos e inviáveis, animais persistentemente infec- tados, bezerros com hipoplasia cerebelar, ceguei- ra e outras lesões do SNC. ➤ Infecção Persistente: Pode se desenvolver em bezerros com quadro de imunotolerância, se infectados durante 30-120 dias de gestação, sendo animais soronegativos por identificar o agente co- mo do próprio organismo. Ou em bezerros imuno- competentes, se infectados após 125 dias de ges- tação, sendo animais soropositivos. Esses animais são mantenedores do vírus no ambiente, clinica- mente sadios se NCP, e transmissores à progênie. ➤ Doença das Mucosas: Um animal persisten- temente infectado por NCP, que é infectado pelo biotipo CP, não induz a produção de soro por serem antigenicamente semelhantes. Sendo as- sim, há superinfecção com morte celular e com- posição de enfermidade gastrentérica fatal. Outro caso é quando um vírus NCP passa a mutar para forma CP, ainda em animal sem indução imune. ☞ Sinais Clínicos: Febre, leucopenia, diarreia, desidratação, lesões erosivas em narinas e boca, morte, inapetência e apatia. ● Diagnóstico: É um desafio, principalmente se NCP. A suspeita clínica está associada a prole e problemas reprodutivos. O principal método diag- nóstico laboratorial utilizado é o sorológico por virusneutralização, sendo de uso limitado aos ani- mais soropositivos. Identificação de persistente- mente ativos por meio de PCR. ● Controle e Profilaxia: Indicação de vacinação: alta rotatividade de animais, sorologia positiva, histórico de doença clínica ou reprodutiva, e confirmação de BVD. Não indicação de vacinação: rebanhos fechados e de baixo risco, sem registro clínico da doença, sorologia negativa, teste sani- tário nos animais ingressantes. ☞ Vacina: Inativada polivalente (VBVD-1 e 2, BoHV-1, BRVS, bPI3). Utilização de 2 doses, a primeira em bezerros de 4 meses e a segunda, 8 meses. Revacinação anual em fêmea 2-3 semanas antes da temporada de monta. ☞ Vigilância de Persistentemente Infectados: Levantamento periódico semestral sorológico. Re- moção dos animais e vacas prenhes soropositivas. Identificação adequada por meio de PCR.
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