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2-INFECÇÃO POR SGB

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INFECÇÃO POR ESTREPTOCOCOS AGALACTIAE 
 
• Estreptococos agalactiae é a única espécie que possui o antígeno de grupo 
B. 
FISIOLOGIA E ESTRUTURA 
 
• Os estreptococos do grupo B são cocos Gram-positivos (0,6 a 1,2 µm) que 
formam cadeias curtas nos espécimes clínicos e cadeias mais longas em 
cultura, características que os tornam indistinguíveis de estreptococos 
pyogenes na coloração de Gram. 
• Crescem bem em meios nutricionalmente enriquecidos, e ao contrário das 
colônias de estreptococos pyogenes, as colônias de estreptococos 
agalactiae são grandes, com uma estreita zona de β-hemólise. 
o Algumas cepas (1% a 2%) não são hemolíticas, mas sua prevalência 
pode estar subestimada porque as cepas não hemolíticas não são 
comumente investigadas quanto à presença do antígeno de grupo B. 
• Cepas de estreptococos agalactiae podem ser caracterizadas com base em 
três marcadores sorológicos: 
o (1) o antígeno polissacarídico grupo-específico de parede celular ou 
antígeno de grupo B (antígeno de grupo de Lancefield, composto de 
ramnose N-acetilglicosamina e galactose); 
o (2) nove polissacarídeos capsulares tipo-específicos (Ia, Ia/c e II a 
VIII); e 
o (3) proteínas de superfície (a mais comum é o antígeno c). 
o Os polissacarídeos tipo-específicos são importantes marcadores 
epidemiológicos, com os sorótipos Ia, III e V mais comumente 
associados a colonização e doença. 
PATOGÊNESE E IMUNIDADE 
 
• O polissacarídeo capsular é o mais importante fator de virulência que 
interfere na fagocitose, até que o paciente desenvolva anticorpos 
específicos. 
• Os anticorpos dirigidos para os antígenos capsulares tipo-específicos são 
protetores, o que explica parcialmente a predileção do microrganismo por 
recém-nascidos. 
• Na ausência de anticorpos maternos, os recém-nascidos apresentam risco 
de contrair a doença. 
• A colonização genital com estreptococos do grupo B tem sido associada ao 
risco aumentado para parto prematuro; crianças prematuras apresentam 
risco ainda maior para a doença. 
• As vias clássicas e alternativas funcionais do sistema complemento são 
necessárias para matar os estreptococos do grupo B, particularmente dos 
tipos Ia, III e V. 
o Como resultado, existe uma maior probabilidade de disseminação 
sistêmica do microrganismo em crianças prematuras colonizadas e 
fisiologicamente com níveis baixos do sistema complemento, ou em 
crianças nas quais os receptores para complemento, ou para o 
fragmento Fc de anticorpos IgG, não estão expostos nos neutrófilos. 
• Também tem sido observado que os polissacarídeos capsulares tipo-
específicos Ia, Ib e II apresentam um resíduo terminal de ácido siálico. 
o O ácido siálico pode inibir a ativação da via alternativa do sistema 
complemento, interferindo assim com a fagocitose dessas cepas de 
estreptococos do grupo B. 
EPIDEMIOLOGIA 
 
• Os estreptococos do grupo B colonizam o trato gastrointestinal inferior e o 
trato geniturinário. 
• O estado de portador transitório vaginal tem sido observado em 10% a 30% 
de mulheres grávidas, mas a incidência depende do período da gestação 
quando a amostra é coletada e das técnicas de cultura utilizadas. 
o Uma incidência semelhante tem sido observada em mulheres não 
grávidas. 
• Aproximadamente 60% das crianças nascidas de mães colonizadas tornam-
se colonizadas com microrganismos provenientes da mãe. 
• A probabilidade de colonização ao nascimento é maior quando a mãe está 
colonizada com o microrganismo em grande número. 
o Outros fatores de risco para a colonização neonatal são parto 
prematuro, ruptura prolongada de membrana e febre intraparto. 
• A doença em crianças menores de sete dias de idade é chamada de doença 
de início precoce; a doença que surge entre a primeira semana e três 
meses de idade é considerada doença de início tardio. 
o Os sorótipos mais comumente associados à doença de início precoce 
são Ia (35% a 40%), III (30%) e V (15%). 
o O sorótipo III é responsável pela maioria dos casos da doença de 
início tardio. 
o Os sorótipos Ia e V são os mais comuns nas doenças do adulto . 
• A colonização com subsequente desenvolvimento de doença no recém-
nascido pode ocorrer no útero, ao nascer ou durante os primeiros meses de 
vida. 
• Existem mais infecções por estreptococos do grupo B em adultos (uma 
estimativa de 17.000 infecções invasivas em 2002) do que em recém-
nascidos, mas a incidência total é maior em recém-nascidos. 
• O risco da doença é maior em mulheres grávidas do que em homens e 
mulheres não grávidas. 
• As manifestações mais comuns nas mulheres grávidas são as infecções do 
trato urinário, amnionite, endometrite e infecções de ferida. 
• Nos homens e mulheres não grávidas as infecções de pele e tecido mole, 
bacteremia, urossepse (infecção do trato urinário com bacteremia) e 
pneumonia são as mais comuns. 
• As condições que predispõem ao desenvolvimento de doença em adultos na 
ausência de gravidez incluem diabetes melito, doença crônica renal ou 
hepática, câncer e infecção com HIV. 
DOENÇAS CLÍNICAS 
 
DOENÇA NEONATAL DE INÍCIO PRECOCE 
• Os sinais clínicos da doença causada por estreptococos do grupo B 
adquirida ainda no útero ou ao nascimento se desenvolvem durante a 
primeira semana de vida. 
• A doença de início precoce, caracterizada por bacteremia, pneumonia ou 
meningite, é indistinguível da sepse causada por outros microrganismos. 
• Como o comprometimento pulmonar é observado na maioria das crianças, o 
acometimento meníngeo pode ser inicialmente não aparente, tornando o 
exame do líquido cefalorraquidiano necessário para todas as crianças 
infectadas. 
• A taxa de mortalidade diminuiu para menos de 5%, em decorrência do 
diagnóstico rápido e melhor terapia de suporte; mas 15% a 30% das 
crianças que sobrevivem à meningite apresentam sequelas neurológicas, 
incluindo cegueira, surdez e retardo mental grave. 
DOENÇA NEONATAL DE INÍCIO TARDIO 
• A doença de início tardio é adquirida de uma fonte exógena (p. ex., mãe, 
outra criança) e se desenvolve entre uma semana e três meses de idade. 
• A manifestação clínica predominante inclui a associação de bacteremia à 
meningite 
• Apesar de a taxa de mortalidade ser baixa (p. ex., 3%), complicações 
neurológicas são comuns nas crianças com meningite (p. ex., 25% a 50%). 
INFECÇÕES EM MULHERES GRÁVIDAS 
• Endometrite pós-parto, infecções de ferida e infecções do trato urinário 
ocorrem em mulheres durante e imediatamente após a gravidez. 
• Como mulheres grávidas normalmente estão com boa saúde, o 
prognóstico é excelente para aquelas que recebem terapia apropriada. 
• Complicações secundárias da bacteremia, como endocardite, meningite e 
osteomielite, são raras. 
INFECÇÕES EM HOMENS E EM MULHERES NÃO GRÁVIDAS 
• Comparando-se às mulheres grávidas que adquirem infecção por 
estreptococos do grupo B, os homens e as mulheres não grávidas são 
geralmente mais velhos e apresentam doenças de base debilitantes. 
• As apresentações mais comuns são bacteremia, pneumonia, infecções em 
ossos e articulações e infecções de pele e tecidos moles. 
• A mortalidade é bem mais elevada nessa população, pois esses pacientes 
frequentemente apresentam-se imunocomprometidos. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 
DETECÇÃO DE ANTÍGENOS 
• Testes para a detecção direta de estreptococos do grupo B em espécimes 
urogenitais estão disponíveis, mas não são sensíveis para serem utilizados 
na triagem de mães e para predizer quais recém-nascidos apresentam risco 
de aquisição da doença neonatal. 
• Da mesma maneira, os testes de detecção de antígenos não são sensíveis 
(<30%) para serem utilizados para líquido cefalorraquidiano (LCR). 
• A coloração de Gram do líquido cefalorraquidiano (LCR) é muito mais 
sensível e deve ser utilizada. 
TESTES BASEADOS EM ÁCIDOS NUCLEICOS 
• Um ensaio de amplificação de ácidos nucleicos baseado na reação em 
cadeiada polimerase é aprovado nos EUA para swabs retais/vaginais de 
mulheres grávidas. 
• Como este teste apresenta sensibilidade e especificidade comparáveis à 
cultura e os resultados estão disponíveis em uma hora, ele é um ensaio 
alternativo para cultura, que é o padrão na detecção de Streptococcus do 
grupo B. 
 
 
CULTURA 
• Os estreptococos do grupo B crescem prontamente em meio 
nutricionalmente enriquecido, produzindo colônias grandes, após 24 horas 
de incubação. 
• A β-hemólise pode ser difícil de ser visualizada ou estar ausente, sendo um 
problema para detecção quando outros microrganismos estão presentes na 
cultura (p. ex., cultura de secreção vaginal). 
• Assim, um meio líquido seletivo, adicionado de antimicrobianos para 
suprimir o crescimento de outros microrganismos (p. ex., caldo LIM com 
colistina e ácido nalidíxico), é atualmente recomendado para a detecção de 
estreptococos do grupo B em mulheres entre a 35ª (trigésimo quinto) e o 
37ª (trigésima sétima) semana de gravidez. 
IDENTIFICAÇÃO 
• Os estreptococos do grupo B são identificados definitivamente pela 
demonstração do carboidrato grupo-específico da parede celular. 
 
TRATAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE 
 
• Os estreptococos do grupo B são suscetíveis à penicilina, que é o fármaco 
de escolha. 
• Como outros microrganismos podem ser responsáveis pela doença neonatal 
(p. ex., S. penumoniae, Listeria, bastonetes Gram-negativos), na terapia 
empírica devem ser selecionados antimicrobianos de amplo espectro. 
• Em pacientes alérgicos à penicilina, pode ser usada uma cefalosporina ou 
vancomicina. 
• A resistência aos macrolídeos, clindamicina e tetraciclinas é comum, de 
modo que estes fármacos não devem ser utilizados, a menos que sua 
atividade tenha sido demonstrada in vitro. 
• Em um esforço para prevenir a doença neonatal, é recomendado que todas 
as mulheres grávidas sejam rastreadas para colonização com estreptococos 
do grupo B entre a 35ª (trigésimo quinto) e o 37ª (trigésima sétima) semana 
de gestação 
• Quimioprofilaxia deve ser utilizada para todas as mulheres que estejam 
colonizadas, ou que sejam de alto risco. 
• Uma mulher grávida é considerada de alto risco ao dar à luz um bebê com 
doença invasiva por estreptococos do grupo B, quando previamente já teve 
uma criança com a doença ou se fatores de risco estiverem presentes no 
momento do nascimento. 
• Os fatores de risco são 
o (1) temperatura intraparto de pelo menos 38 °C, 
o (2) ruptura de membrana pelo menos 18 horas antes do parto e 
o (3) cultura vaginal ou retal positiva para o microrganismo da 35ª 
(trigésimo quinto) e o 37ª (trigésima sétima) semana de gestação. 
o É recomendada a administração de penicilina G intravenosa pelo 
menos quatro horas antes do parto; cefazolina é utilizada em mulheres 
alérgicas à penicilina; ou clindamicina (se a cepa for suscetível) ou 
vancomicina para mães com risco de anafilaxia. 
o Esta estratégia garante níveis elevados de anticorpos protetores no 
sistema circulatório da criança no momento do nascimento.

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