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ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ DEFINIÇÃO A principal forma de psicose, por sua freqüência e sua importância clínica, é certamente a esquizofrenia. As síndromes psicóticas caracterizam- se por experiências como alucinações e delírios, desorganização marcante do pensamento e/ou do comportamento ou comportamento catatônico. como se fosse uma única doença, a esquizofrenia engloba um grupo de transtornos com etiologias heterogêneas e inclui pacientes com apresentações clínicas, resposta ao tratamento e cursos da doença variáveis. Os sinais e sintomas variam e incluem alterações na percepção, na emoção, na cognição, no pensamento e no comportamento. ➔ Antes dos 25 anos, persiste durante toda a vida. EPIDEMIOLOGIA Essa doença, internacionalmente, tem incidência anual (casos novos por ano) em torno de 15 a 42 por 100 mil habitantes e prevalência pontual (point prevalence) de 0,4% (4,5 pessoas por 1.000 habitantes). • O risco de ter esquizofrenia alguma vez na vida é, em média, de 0,7% – 7 pessoas em cada 1.000 habitantes (Tandon et al., 2009). • No Brasil, a prevalência alguma vez na vida é semelhante, em torno de 0,8% (Mari; Leitão, 2000; Matos et al., 2015). • A esquizofrenia é igualmente prevalente em homens e mulheres. • Ambos os sexos diferem, no entanto, quanto ao início e ao curso da doença. O início é mais precoce entre homens. FAMILIARES O uso de psicofármacos, as políticas de portas abertas dos hospitais, a desinstitucionalização dos hospitais públicos, a ênfase na reabilitação e o atendimento comunitário levaram ao aumento nos casamenos e nas taxas de fertilidade entre os indivíduos com esquizofrenia. Devido a esses fatores, o número de crianças nascidas de pais com o transtorno aumenta de forma contínua MORTALIDADE Pessoas com esquizofrenia têm taxa de mortalidade mais alta em decorrência de acidentes e de causas naturais do que a população em geral. DOENÇAS • Variáveis relacionadas a institucionalização e tratamento não explicam esses dados, mas a mortalidade pode estar ligada ao fato de que o diagnóstico e o tratamento de condições clínicas e cirúrgicas em pacientes com esquizofrenia possam representar um desafio clínico. SUBSTANCIAS • Abuso de substância é comum na esquizofrenia. A prevalência ao longo da vida de abuso de qualquer droga (que não o tabaco) é, muitas vezes, superior a 50%.4 • O abuso de álcool aumenta o risco de hospitalização e, em alguns pacientes, pode aumentar os sintomas psicóticos. Pessoas com esquizofrenia têm uma prevalência mais alta de abuso de drogas de rua comuns. • Nicotina. Até 90% dos pacientes com esquizofrenia podem ser dependentes de nicotina. Afora a mortalidade associada ao tabagismo, a nicotina diminui as concentrações sanguíneas de alguns antipsicóticos. ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ ECONOMIA • Visto que a esquizofrenia tem um início precoce, causa prejuízos significativos e de longa duração, exige tratamento hospitalar e requer tratamento clínico, reabilitação e serviços de apoio contínuos, estima-se que o custo financeiro da doença nos Estados Unidos seja superior ao de todos os tipos de câncer combinados. ETIOLOGIA F. GENÉTICOS → a efeitos genéticos cumulativos. Por exemplo, esquizofrenia e transtornos a ela relacionados (p. ex., transtorno da personalidade esquizotípica) ocorrem com uma frequência maior entre os parentes biológicos de pacientes com esquizofrenia. FISIOPATOLOGIA • A etiologia da doença não é ainda bem explicada, sendo atualmente mais aceito o modelo de vulnerabilidade- estresse, onde o indivíduo com uma propensão genética estaria suscetível ao aparecimento dos sintomas após um fator estressante ambiental de ordem variada – de conflitos psicossociais a desordens autoimunes. • A probabilidade de uma pessoa ter esquizofrenia está correlacionada com a proximidade da relação com um parente afetado (p. ex., parente de primeiro ou segundo graus). • O papel dos fatores genéticos é refletido, ainda, na queda na ocorrência de esquizofrenia entre parentes de segundo e terceiro graus, nos quais uma hipótese poderia ser uma diminuição na carga genética. FATORES BIOQUÍMICOS HIPÓTESE DA DOPAMINA A formulação mais simples da hipótese da dopamina na esquizofrenia postula que o transtorno resulta do excesso de atividade dopaminérgica. • A teoria básica não indica se a hiperatividade dopaminérgica decorre de liberação excessiva de dopamina, do excesso de receptores de dopamina, da hipersensibilidade destes à dopamina ou de uma combinação de tais mecanismos, tampouco especifica quais tratos dopaminérgicos estão envolvidos, embora os tratos mesocortical e mesolímbico sejam implicados com maior frequência SEROTONINA. • As hipóteses atuais postulam o excesso de serotonina como uma das causas de sintomas tanto positivos como negativos na esquizofrenia. NOREPINEFRINA. • A anedonia – o comprometimento da capacidade para gratificação emocional e a diminuição da capacidade de experimentar prazer – há muito tem sido observada como um aspecto proeminente da esquizofrenia. GABA O GABA tem um efeito regulador sobre a atividade da dopamina, e a perda de neurônios GABAérgicos inibidores poderia levar à hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos. TEORIAS PSICANALISTAS • via a esquizofrenia como um distúrbio das relações interpessoais. • A ansiedade do paciente cria uma sensação de não relação que é transformada em distorções paratáxicas, as quais são geralmente, mas nem sempre, persecutórias. Para ele, a esquizofrenia é um método ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ adaptativo para evitar o pânico, o terror e a desintegração do senso de self. • A fonte da ansiedade patológica resulta de traumas cumulativos vivenciados durante o desenvolvimento. SUBTIPOS DA ESQUIZOFRENIA ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE caracterizada por alucinações e ideias delirantes, principalmente de conteúdo persecutório A esquizofrenia paranóide é considerada a forma mais comum de esquizofrenia. Caracteriza-se pela presença de delírios persistentes, em geral de tipo paranóide, ou de perseguição, de autoreferência, de ciúmes e de mudanças corporais, acompanhados de alucinações, principalmente auditivas, e transtornos da percepção. Distúrbios do afeto, da volição e do discurso, bem como sintomas catatônicos, não são proeminentes. FORMA CATATÔNICA marcada por alterações motoras, hipertonia, flexibilidade cerácea e alterações da vontade, como negativismo, mutismo e impulsividade; • Os transtornos da psicomotricidade são proeminentes e dominam o quadro. • O paciente pode alternar períodos de excitação e agitação com períodos de estupor, mutismo, negativismo, obediência automática e flexibilidade cérea. • Podem ocorrer episódios de agitação e violência extremas (“furor catatônico”). • Outros sintomas psicóticos são menos proeminentes. Como os sintomas catatoniformes podem ocorrer nos demais subtipos da esquizofrenia, para fazer o diagnóstico de esquizofrenia catatônica um ou mais dos seguintes sintomas deve dominar o quadro clínico a) estupor ou mutismo; b) excitação; c) posturas bizarras ou inapropriadas; d) negativismo; e) rigidez; f) flexibilidade cérea; g) outros sintomas, como automatismos e perseveração de palavras ou frases. SUBTIPO DITO “SIMPLES” no qual, apesar de faltarem sintomas característicos, seria observado um lento e progressivo empobrecimento psíquico e comportamental, com negligência quanto aos cuidados de si (higiene, roupas, saúde), embotamento afetivo e distanciamento social. ➔ A esquizofrenia simples é considerada pouco comum,e sua localização nosográfica tem sido alvo de polêmica, sendo considerada ora como pertencente à esquizofrenia (como na CID-10), ora como um transtorno da personalidade, sendo incluída nas categorias de personalidade esquizóide e/ou esquizotípica (como no DSM-IV- TR). ➔ Seu início é insidioso e progressivo, havendo o desenvolvimento de excentricidades de conduta, inabilidade para cumprir demandas da sociedade e declínio da performance. ➔ Delírios e alucinações não são evidentes, e o transtorno não é tão obviamente psicótico como nos demais subtipos da esquizofrenia. ➔ Os sintomas “negativos” característicos da esquizofrenia residual desenvolvemse sem serem precedidos por sintomas psicóticos evidentes. FORMA HEBEFRÊNICA caracterizada por pensamento desorganizado, comportamento bizarro e afeto marcadamente pueril, infantilizado; ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ • Na esquizofrenia hebefrênica, está alterada principalmente a afetividade do paciente, com delírios e alucinações fragmentados, comportamento bizarro ou pueril e maneirismos. • O afeto é inapropriado ou superficial, com risos imotivados. • Essa forma se instala habitualmente entre os 15 e os 25 anos de idade, e o prognóstico é mais reservado, por causa do rápido desenvolvimento de sintomas “negativos”, particularmente perda da vontade e embotamento afetivo. Entretanto, os subtipos clínicos da esquizofrenia foram abandonados pelos sistemas de classificação atuais (CID-11 e DSM-5), pois não se revelaram suficientemente úteis, pelas seguintes razões (Braff et al., 2013): ➔ não são estáveis ao longo do tempo (pacientes com frequência “mudam” de subtipo ao longo dos anos); ➔ não predizem padrão de evolução da doença; ➔ não predizem resposta a tratamentos farmacológicos ou psicossociais; ➔ são muito heterogêneos em relação às bases genéticas e neuronais da esquizofrenia; ➔ a delimitação dos subtipos tem sido cada vez menos utilizada em pesquisas. OUTROS SUBTIPOS QUE EXISTIAM BOUFFÉE DÉLIRANTE (PSICOSE DELIRANTE AGUDA). - com base na duração dos sintomas de menos de três meses. Ele é semelhante ao transtorno esquizofreniforme do DSM-5. - Os médicos franceses relatam que cerca de 40% dos pacientes com diagnóstico de bouffée délirante progridem na doença e acabam sendo classificados com esquizofrenia. LATENTE. - com o conceito diagnóstico anterior, a condição dos pacientes que hoje não seriam considerados gravemente doentes poderia receber tal diagnóstico. - Esquizofrenia latente, por exemplo, muitas vezes era o diagnóstico usado para o que agora é denominado transtorno da personalidade esquizoide, esquizotípica ou borderline. ORINOIDE - Estado oniroide refere-se a um estado de sonho no qual os pacientes podem se encontrar em profunda perplexidade e não completamente orientados em termos de tempo e lugar. - O termo esquizofrenia oniroide tem sido usado para pacientes tão profundimente envolvidos em suas experiências alucinatórias a ponto de excluir qualquer envolvimento com o mundo real. PARAFRENIA - O termo parafrenia é usado às vezes como sinônimo de esquizofrenia paranoide ou para indicar um curso progressivamente deteriorante da doença ou a presença de um sistema delirante bem-sistematizado ESQUIZOFRENIA PSEUDONEURÓTICA. Algumas vezes, pacientes que inicialmente apresentam sintomas de ansiedade, fobias, obsessões e compulsões, mais tarde, revelam sintomas de transtorno do pensamento e psicose. Esses pacientes são caracterizados por sintomas de pan-ansiedade, panfobia, pan-ambivalência e, às vezes, sexualidade caótica. TRANSTORNO DETERIORANTE SIMPLES (ESQUIZOFRENIA SIMPLES). O transtorno deteriorante simples caracteriza-se por uma perda insidiosa e gradual do impulso e da ambição. Indivíduos com o transtorno em geral não são francamente psicóticos e não vivenciam alucinações ou delírios persistentes. Seu sintoma primário é o retraimento das situações sociais e relacionadas ao trabalho. TRANSTORNO DEPRESSIVO PÓS-PSICÓTICO DA ESQUIZOFRENIA. Após um episódio agudo de esquizofrenia, alguns pacientes se tornam deprimidos. Os sintomas do transtorno depressivo pós- -psicótico da esquizofrenia podem lembrar muito os da fase residual da esquizofrenia e os efeitos adversos de antipsicóticos de uso comum. O diagnóstico não deve ser feito se os sintomas forem induzidos por substâncias ou se fizerem parte de um transtorno do humor devido a uma condição clínica geral ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO PRECOCE. Um pequeno número de pacientes manifesta esquizofrenia na infância. Essas crianças podem inicialmente apresentar problemas diagnósticos, em particular com a diferenciação de retardo mental e de transtorno autista. Estudos recentes estabeleceram que o diagnóstico de esquizofrenia na infância pode se basear nos mesmos sintomas usados para avaliar adultos. ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO TARDIO. ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ A esquizofrenia de início tardio é clinicamente indistinguível da esquizofrenia, mas tem início após os 45 anos de idade. GRUPOS DE SINTOMAS SINTOMAS NEGATIVOS • caracterizam-se pela perda de certas funções psíquicas (na esfera da vontade, do pensamento, da linguagem, etc.) e pelo empobrecimento global da vida afetiva, cognitiva e social do indivíduo. • Distanciamento e aplainamento afetivo ou afeto embotado, em graus variáveis até, em alguns casos, grave embotamento afetivo; perda da capacidade de se sintonizar afetivamente com as pessoas. • Apatia • Abulia e redução do agir socialmente. • hipopragmatismo, ou seja, dificuldade ou incapacidade de realizar ações, tarefas, trabalhos minimamente organizados que exijam iniciativa, motivação, organização e persistência. • Anedonia • negligência quanto a si mesmo, que se revela pelo descuido e desinteresse para consigo mesmo, com higiene pobre, roupas malcuidadas, descuido da aparência e/ou dos cuidados com a saúde. sintomas negativos que o paciente apresenta são primários (decorrentes de forma intrínseca da própria esquizofrenia) ou secundários (decorrentes de efeitos colaterais dos medicamentos antipsicóticos, de depressão ou de privação e isolamento social) SINTOMAS POSITIVOS • são manifestações novas, salientes, do processo esquizofrênico. • Alucinações, que são consideravelmente frequentes, mas também pode haver ilusões ou pseudoalucinações ➔ Auditiva: vozes ➔ Visões/táteis/gustativas( veneno) • Delirio ➔ frequentemente de conteúdo persecutório, autorreferentes ou de influência ➔ A duração, a abrangência, o grau de sistematização e a implicação de “tendência à ação” dos delírios. ➔ Outras formas de distorção da realidade ou dificuldades com o teste de realidade, como a presença de ideias muito deturpadas, marcadamente bizarras, sobre a realidade, sobre os fatos do mundo, sobre a história do paciente, embora não sejam necessariamente delírios, podem estar presentes SINTOMAS DE DESORGANIZAÇÃO ➔ Pensamento progressivamente desorganizado, de um . leve afrouxamento das associações até a total desagregação e produção de um pensamento totalmente incompreensível ➔ Comportamentos desorganizados e incompreensíveis, particularmente comportamentos sociais e sexuais inadequados, agitação psicomotora, vestimenta e aparência bizarras ➔ Afeto inadequado, ambivalente; descompasso entre as esferas afetivas, ideativas e volitivas 4. Afeto pueril, paciente reage globalmente de forma infantil, “boboca” SINTOMAS PSICOMOTORES/CATATONIA ➔ lentificação e empobrecimento psicomotor com restrição do repertório da esfera gestual e motora. ➔ estereotipias de movimentos (atos, gestos, atitudes mais complexos que ostiques, repetidos de forma mecânica, sem finalidades) ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ ➔ maneirismos (gestos complexos, repetidos, que parecem ter um objetivo e significado para o indivíduo, mas que são percebidos pelo observador como algo excessivo, excêntrico e muito bizarro) ➔ posturas bizarras. E caretas ➔ flexibilidade cerácea, ou catalepsia (o paciente fica na posição que o colocam, mesmo em posições dos membros contra a gravidade SINTOMAS/PREJUÍZOS COGNITIVOS ➔ incluem os seguintes domínios da cognição: atenção, memória episódica, memória de trabalho, velocidade de processamento e funções executivas frontais (inclusive fluência verbal). ➔ déficit em teoria da mente (sistema de inferências ligado à compreensão de intenções, disposições e crenças dos outros e de si mesmo). ➔ dificuldades na percepção e no gerenciamento de emoções (perceber e compreender as emoções a partir de pistas faciais, tom de voz, gestos) SINTOMAS DE HUMOR ➔ aumento da reatividade emocional ➔ sintomas ansiosos e depressivos, bem como depressão clínica ➔ ansiedade generalizada, ataques de pânico, ansiedade/fobia social e sintomas obsessivo-compulsivos. OUTRAS CARACTERÍSTICAS E SINTOMAS ASSOCIADOS À ESQUIZOFRENIA A falta de insight é um elemento importante da maioria dos pacientes (Dantas et al., 2011), os quais, em geral, não acham que têm qualquer problema ou doença; às vezes, reconhecem a presença dos sintomas, mas atribuem-nos a outras causas ou fatores (nervosismo, influências espirituais, religiosas, ação do demônio, dificuldades na vida que todos têm, etc.). QUADRO CLINICO • O quadro clínico da esquizofrenia é bastante polimorfo e heterogêneo. • Não há sintomas ou sinais patognomônicos, o diagnóstico é feito a partir dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente e pelos dados da anamnese. PERSONALIDADE PRÉ-MORBIDA • Embora não exista uma personalidade pré-morbida característica da esquizofrenia, em muitos pacientes é possível detectar uma desadaptação psicossocial que remonta à infância e à adolescência. • Os traços mais característicos são retraimento social. • São pessoas de poucos amigos, que apresentam dificuldades na escola; na adolescência, não conseguem relacionamento afetivo com o sexo oposto. QUADRO AGUDO • ia manifesta-se pela primeira vez no adolescente ou adulto jovem durante a segunda e a terceira décadas de vida. • O início da doença pode ser abrupto ou insidioso. • Quando o início é insidioso, muitas vezes passam-se meses até que o paciente seja conduzido para uma avaliação psiquiátrica. • As alterações do comportamento que vão ocorrendo paulatinamente são, em geral, interpretadas à luz de fatos do cotidiano. • O paciente vai se tornando mais isolado, perde o interesse pelas coisas e pessoas que o circundam, não mostra motivação para nada, quer apenas ficar no quarto quieto. ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ • Quando o quadro se instala de maneira abrupta, ao longo de dias ou semanas, o paciente costuma apresentar-se angustiado, perplexo e com a vivência de que “algo está para acontecer”. • Fica muitas vezes insone, inapetente, falando “coisas sem nexo”, agitado, às vezes agressivo, chamando a atenção dos familiares, que logo procuram atendimento especializado. QUADRO RESIDUAL • O quadro residual consiste daqueles sinais e sintomas que persistem, em maior ou menor grau de gravidade, após a remissão parcial do quadro agudo. • Em alguns pacientes podem permanecer delírios, vivências de influência ou alucinações crônicos, em intensidade variável. • O paciente mantém um certo distanciamento e controle, o que lhe permite conviver com os sintomas. • Os pacientes apresentam-se com olhar indiferente, com redução da expressão facial e mímica. • Mantêm pouco contato, respondendo às perguntas do entrevistador com monossílabos. Seu discurso é pobre, e podem ocorrer comportamentos inadequados. • O afeto é embotado, há um esvaziamento da expressão afetiva e pouca modulação emocional; muitas vezes, mostram-se também deprimidos. CARACTERISTICAS CLINICAS 1. Primeiro, nenhum sinal ou sintoma clínico é patognomônico para esquizofrenia; todos os sinais ou sintomas vistos nessa doença ocorrem em outros transtornos psiquiátricos e neurológicos. 2. os sintomas do paciente mudam ao longo do tempo. Por exemplo, um paciente pode ter alucinações intermitentes e capacidade variável de desempenho adequado em situações sociais, ou sintomas significativos de um transtorno do humor podem ir e vir durante o curso da esquizofrenia. 3. Terceiro, os médicos devem levar em conta o nível de escolaridade do paciente, sua capacidade intelectual e sua identidade cultural e subcultural. A pouca capacidade de compreender conceitos abstratos, por exemplo, pode refletir a escolaridade do paciente ou sua inteligência. EXAME DO ESTADO MENTAL • A aparência de um paciente com esquizofrenia pode variar de uma pessoa completamente desleixada, aos gritos e agitada até alguém obsessivamente arrumado, silencioso e imóvel. • Entre esses dois polos, os pacientes podem ser falantes ou exibir posturas bizarras. • Seu comportamento pode se tornar agitado ou violento sem motivo aparente, mas isso costuma ocorrer em resposta a alucinações. • Um paciente com um subtipo menos extremo de catatonia pode exibir retraimento social e egocentrismo acentuados, ausência de fala ou movimentos espontâneos e ausência de comportamento dirigido a um objetivo. • Outros comportamentos óbvios podem incluir um jeito desengonçado ou rigidez dos movimentos corporais, sinais agora vistos como possíveis indicadores de processo patológico dos gânglios da base. Pessoas com esquizofrenia muitas vezes são desleixadas, não tomam banho e se vestem com roupas quentes demais para as temperaturas do momento. HUMOR, SENTIMENTOS E AFETO ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ Dois sintomas afetivos comuns na esquizofrenia são a responsividade emocional reduzida, às vezes grave o bastante para justificar o rótulo de anedonia, e emoções exageradamente ativas e impróprias, tais como extremos de raiva, felicidade e ansiedade. • O afeto plano ou embotado pode ser um sintoma da própria doença, dos efeitos adversos parkinsonianos de medicamentos antipsicóticos ou de depressão, e diferenciá-los pode ser um desafio clínico. DISTÚRBIOS PERCEPTUAIS ALUCINAÇÕES. • Qualquer um dos cinco sentidos pode ser afetado por experiências alucinatórias no caso de indivíduos com esquizofrenia. As alucinações mais comuns, entretanto, são as auditivas, com vozes muitas vezes ameaçadoras, obscenas, acusatórias ou ofensivas. • Duas ou mais vozes podem conversar entre si, ou uma voz pode comentar a vida ou o comportamento da pessoa. Alucinações visuais são comuns ILUSÕES • As ilusões são distorções de imagens ou sensações reais, enquanto as alucinações não se baseiam na realidade. Ilusões podem ocorrer em pacientes com esquizofrenia durante as fases ativas, mas também ao longo das fases prodrômicas e dos períodos de remissão. PENSAMENTO. Os transtornos do pensamento são os sintomas de mais difícil compreensão para muitos médicos e estudantes, mas podem ser os sintomas centrais da esquizofrenia. • Dividi-los em transtornos do conteúdo do pensamento, da forma do pensamento e do processo de pensamento é uma maneira de esclarecê-los. CONTEÚDO DO PENSAMENTO. Os transtornos do conteúdo do pensamento refletem as ideias, crenças e interpretações de estímulos do paciente. • Os delírios, o exemplo mais óbvio de transtorno do conteúdo do pensamento, sãovariados na esquizofrenia e podem assumir formas persecutórias, grandiosas, religiosas ou somáticas FORMA DO PENSAMENTO. • Os transtornos da forma do pensamento são observáveis de modo objetivo na linguagem falada e escrita dos pacientes e incluem frouxidão de associações, descarrilamento, incoerência, tangencialidade, circunstancialidade, neologismos, ecolalia, verbigeração, salada de palavras e mutismo. Embora a frouxidão de associações costume ser descrita como patognomônica para a esquizofrenia, o sintoma também é observado com frequência na mania. Distinguir entre frouxidão de pensamento e tangencialidade pode ser difícil mesmo para os médicos mais experientes PROCESSO DE PENSAMENTO. Os transtornos no processo de pensamento dizem respeito ao modo como as ideias e a linguagem são formuladas. O examinador infere um transtorno a partir do que e de como o paciente fala, escreve ou desenha e também pode avaliarseu processo de pensamento observando seu comportamento, especialmente ao realizar tarefas simples (p. ex., na terapia ocupacional). • Os transtornos do processo de pensamento incluem fuga de ideias, ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ bloqueio do pensamento, comprometimento da atenção, pobreza de conteúdo do pensamento, baixa capacidade de abstração, perseveração, associações idiossincrásicas (p. ex., predicados idênticos, associações por sons), inclusão excessiva e circunstancialidade. IMPULSIVIDADE, VIOLÊNCIA, SUICÍDIO E HOMICÍDIO. • Pacientes com esquizofrenia podem ser agitados e ter pouco controle dos impulsos quando em surto. VIOLÊNCIA. • O comportamento violento (excluindo o homicídio) é comum entre indivíduos com esquizofrenia não tratados. Delírios de natureza persecutória, episódios anteriores de violência e déficits neurológicos são fatores de risco para o comportamento violento ou impulsivo. SUICÍDIO. O suicídio é a principal causa de morte prematura entre pessoas com esquizofrenia. • Tentativas de suicídio são cometidas por 20 a 50% dos pacientes, com taxas de longo prazo de suicídio estimadas em 10 a 13%. • De acordo com o DSM-5, aproximadamente 5 a 6% de pacientes com o transtorno morrem por suicídio, mas é provável que esses números sejam subestimados. SENSÓRIO E COGNIÇÃO COMPROMETIMENTO COGNTIIVO acientes com esquizofrenia normalmente exibem disfunção cognitiva sutil nas esferas de atenção, função executiva, memória de trabalho e memória episódica. • Mesmo que uma porcentagem substancial de pacientes tenha quocientes de inteligência normais, é possível que toda pessoa com esquizofrenia tenha uma disfunção cognitiva, em comparação com o que ela seria capaz de fazer sem o transtorno. JULGAMENTO E INSIGHT. Classicamente, indivíduos com esquizofrenia são descritos com insight pobre sobre a natureza e a gravidade de seu transtorno. • A chamada falta de insight está associada com baixa adesão ao tratamento. • Ao examinar esses indivíduos, os médicos devem definir com cuidado vários aspectos do insight, tais como a consciência dos sintomas, a dificuldade de se relacionar com as pessoas e as razões para tais problemas. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DIAGNÓSTICOS • Os critérios diagnósticos do DSM-5 incluem especificadores de curso (i.e., prognóstico) que oferecem aos médicos várias opções e descrevem situações clínicas reais. ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ • A presença de alucinações ou delírios não é necessária para um diagnóstico de esquizofrenia; • o transtorno é diagnosticado como esquizofrenia quando o paciente exibe dois dos sintomas listados em 1 a 5 do Critério A. • O Critério B requer que o funcionamento comprometido, embora não as deteriorações, esteja presente durante a fase ativa da doença. • Os sintomas devem persistir por pelo menos seis meses, e não deve haver um diagnóstico de transtorno esquizoafetivo ou transtorno do humor. TRATAMENTO Embora os medicamentos antipsicóticos sejam o pilar do tratamento para a esquizofrenia, pesquisas revelaram que intervenções psicossociais, incluindo psicoterapia, podem contribuir para a melhora clínica. HOSPITALIZAÇÃO • A hospitalização é indicada para fins de diagnóstico; estabilização da medicação; • segurança do paciente devido a ideação suicida ou homicida; • comportamento flagrantemente desorganizado ou inadequado, incluindo a incapacidade de cuidar das necessidades básicas, como alimentação, vestuário e abrigo. FARMACOTERAPIA • Os antipsicóticos diminuem a expressão do sintoma psicótico e reduzem as taxas de recaída. • Aproximadamente 70% de pacientes tratados com qualquer antipsicótico alcançam a remissão. • Os medicamentos usados para tratar a esquizofrenia têm uma ampla variedade de propriedades farmacológicas, mas todos têm em comum a capacidade de antagonizar os receptores de dopamina pós- - sinápticos no cérebro. Os antipsicóticos podem ser classificados em dois grupos principais: os convencionais, mais antigos, que também são chamados de antipsicóticos de primeira geração, ou antagonistas do receptor de dopamina e os mais recentes, que têm sido chamados de antipsicóticos de segunda geração, ou antagonistas de serotonina e dopamina (ASDs). FASES DO TRATAMENTO NA ESQUIZOFRENIA TRATAMENTO DA PSICOSE AGUDA • Os sintomas psicóticos agudos requerem atenção imediata. O tratamento durante a fase aguda concentra-se em aliviar os sintomas psicóticos mais graves. • Essa fase em geral dura de 4 a 8 semanas. • A esquizofrenia aguda normalmente está associada com agitação grave, que pode resultar de sintomas como delírios assustadores, alucinações ou desconfiança ou de outras causas (incluindo abuso de estimulantes). Uma vantagem dos antipsicóticos é que uma única injeção intramuscular de haloperidol, flufenazina, olanzapina ou ziprasidona, muitas vezes, resultará em efeito calmante sem sedação excessiva. Se eles estiverem recebendo um agente com efeitos colaterais extrapiramidais, geralmente um antipsicótico de primeira geração, uma tentativa com um medicamento antiparkinsoniano anticolinérgico, um benzodiazepínico ou propranolol pode ser útil para fazer essa diferenciação. TRATAMENTO DURANTE AS FASES DE ESTABILIZAÇÃO E MANUTENÇÃO ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ Na fase estável ou de manutenção, a doença está em um estágio relativo de remissão. Os objetivos durante essa fase são prevenir recaída psicótica e ajudar os pacientes a melhorar seu nível de funcionamento. Pacientes estáveis que são mantidos com um antipsicótico têm uma taxa de recaída muito mais baixa do que aqueles que têm seus medicamentos descontinuados. Em geral, é recomendado que pacientes com episódios múltiplos recebam tratamento de manutenção por pelo menos cinco anos, e muitos especialistas recomendam a farmacoterapia por tempo indeterminado. FALTA DE ADESÃO. • A falta de adesão ao tratamento antipsicótico de longo prazo é muito alta. • Estima-se que 40 a 50% dos pacientes deixem de usar seu medicamento em 1 ou 2 anos. • A adesão aumenta quando medicamentos de ação prolongada são usados em vez dos orais. • Ao iniciar medicamentos de ação prolongada, alguma suplementação oral é necessária enquanto os níveis plasmáticos máximos estão sendo alcançados. ESTRATÉGIAS PARA PACIENTES RESISTENTES AO TRATAMENTO • Quando se administra um medicamento antipsicótico a pacientes com esquizofrenia aguda, aproximadamente 60% irão melhorar, no sentido de que alcançarão uma remissão completa ou terão apenas sintomas leves; os restantes 40% irão melhorar, mas ainda demonstrarão níveis variáveis de sintomas positivosresistentes aos medicamentos. • Em vez de classificar os pacientes como respondentes e não respondentes, é mais correto considerar o grau em que a doença melhora com o medicamento. • Antes de considerar um paciente resistente a determinada droga, é importante assegurar-se de que ele tenha recebido uma tentativa adequada do medicamento. • Uma tentativa de 4 a 6 semanas em uma dose adequada de um antipsicótico é considerada apropriada para a maioria das pessoas. • Pacientes que demonstram mesmo uma leve melhora durante esse período podem continuar a melhorar a uma taxa constante por 3 a 6 meses. • Se o paciente estiver respondendo mal, pode-se aumentar a dose acima do nível terapêutico habitual; entretanto, dosagens mais altas em geral não estão associadas com melhor resposta do que doses convencionais. • Mudar para outro medicamento é preferível a titular para uma dose alta. • Se um paciente respondeu mal a um ARD convencional, é improvável que responda bem a outro ARD. Provavelmente seja mais útil mudar para um ASD. • A clozapina é eficaz para pacientes que respondem mal aos ARDs. TRATAMENTO DOS EFEITOS COLATERAIS • Os pacientes com frequência experimentam efeitos colaterais de um antipsicótico antes de alcançar uma melhora clínica. • Embora uma resposta clínica possa demorar dias ou semanas para ocorrer após o início do medicamento, os efeitos colaterais iniciam-se quase imediatamente. • Para medicamentos de baixa potência, é provável que esses efeitos colaterais incluam sedação, hipotensão postural e efeitos anticolinérgicos, enquanto os de alta potência tendem a causar efeitos colaterais extrapiramidais ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ EFEITOS COLATERAIS EXTRAPIRAMIDAIS • Os médicos têm inúmeras alternativas para tratar efeitos colaterais extrapiramidais. • Estas incluem reduzir a dose do antipsicótico (que é mais comumente um ARD), adicionar um medicamento antiparkinsoniano, e mudar o paciente para um ASD, que tem menos probabilidade de causar esses efeitos. • Os medicamentos antiparkinsonianos mais eficazes são os anticolinérgicos. Entretanto, estes têm seus próprios efeitos colaterais, incluindo boca seca, constipação, visão turva e, com frequência, perda de memória. • Além disso, muitas vezes, eles são apenas parcialmente eficazes, deixando os pacientes com quantidades substanciais de efeitos colaterais extrapiramidais prolongados. • Os -bloqueadores de ação central, como o propranolol, também costumam ser eficazes para tratar acatisia. A maioria dos pacientes responde a dosagens de 30 e 90 mg por dia. No caso de antipsicóticos convencionais estarem sendo prescritos, os médicos podem considerar prescrever medicamentos antiparkinsonianos profiláticos para pacientes com probabilidade de experimentar efeitos colaterais extrapiramidais perturbadores. TERAPIAS PSICOSSOCIAIS • As terapias psicossociais incluem uma variedade de métodos para aumentar as habilidades sociais, a autossuficiência, as habilidades práticas e a comunicação interpessoal em pacientes com esquizofrenia. • O objetivo é capacitar indivíduos com doença grave a desenvolver habilidades sociais e vocacionais para uma vida independente. • Esses tratamentos são realizados em muitos locais: hospitais, clínicas ambulatoriais, centros de saúde mental, hospitais-dia, lares ou clubes. PSICOTERAPIA INDIVIDUAL • Estudos sobre os efeitos da psicoterapia individual no tratamento da esquizofrenia forneceram dados de que a terapia é útil e de que seus efeitos se somam aos do tratamento farmacológico. • Na psicoterapia com um indivíduo com esquizofrenia, é fundamental desenvolver uma relação que ele sinta ser segura. • A confiabilidade do terapeuta, a distância emocional entre ambos e a sinceridade do terapeuta, conforme interpretada pelo paciente, afetam a experiência terapêutica. • A psicoterapia para pessoas com esse transtorno deve ser pensada em termos de décadas, em vez de sessões, meses ou mesmo anos. ABORDAGEM PACIENTE EM PSICOSE Definir uma pessoa como psicótica implica reconhecer nela um prejuízo grosseiro no contato com a realidade, manifestado por uma percepção inadequada e persistente com o mundo externo (alucinações, delírios), com ausência de juízo crítico ou com uma conduta intensamente desorganizada. Na avaliação desse tipo de paciente, é de fundamental importância a diferenciação entre os dois grandes grupos de síndromes com sintomatologia psicótica, denominados “psicoses orgânicas” e “psicoses funcionais”, No manejo do paciente psicótico, é importante que o médico esteja atento à possibilidade de o paciente interpretar de forma distorcida (delirante) o próprio papel do médico, os objetivos das perguntas ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ feitas e a conduta (p. ex., achar que o médico faz parte de um complô para matá- lo). O médico deve usar uma linguagem clara e frases curtas, explicando para o paciente, na medida do possível, os procedimentos a serem realizados e o fato de que tudo está sendo feito no intuito de ajudá-lo. Algumas vezes, esses pacientes apresentam níveis de agitação e agressividade que impedem uma avaliação completa. Nesses casos, a contenção mecânica ou química pode ser usada antes da avaliação para diminuir o comportamento agitado, permitindo uma avaliação mais segura. A entrevista com a família é importante para obter dados objetivos a fim de determinar a extensão do problema, o comprometimento funcional do paciente e os riscos existentes, sendo de grande auxílio na obtenção de dados de episódios prévios. ABORDAGEM 1. Primeiramente deve ser definido se o paciente pode aguardar ou se deve ser avaliado imediatamente. 2. Seja qual for a circunstância que o paciente chegar à emergência, múltiplas informações podem ser adquiridas ao saber os motivos que o levaram ao hospital e a maneira como ele chegou. 3. Anormalidades nos sinais vitais, queixas somáticas, sinais físicos, evidente intoxicação, desorientação, rápido aparecimento de sintomas psicóticos, ou estado mental alternante são fortes indicações para que o paciente seja clinicamente estabilizado antes da avaliação do psiquiatra. 4. Não é imprescindível que se determine a etiologia do surto psicótico num primeiro momento, especialmente se o paciente estiver agitado ou agressivo. 5. Se o paciente chegou agitado e é necessário que seja medicado imediatamente, é de vital importância que o médico consiga o maior número de informações clínicas possíveis, como história médica, substâncias usadas, alergias, medicamentos atuais, qualquer trauma recente e quem da família contatar em caso de necessidade. ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ 6. É importante ressaltar que a abordagem inicial é diferente da entrevista completa que será feita adiante e tem como objetivo avaliar o perigo e manter o ambiente seguro. MEDICAMENTOS • O tratamento tradicional em pacientes psicóticos envolvia altas doses de haloperidol. • Ao longo do tempo essas doses foram reduzidas devido aos efeitos adversos como, por exemplo, a distonia. • Os antipsicóticos continuam sendo a base de tratamento em muitos departamentos de emergência. • Alguns antipsicóticos como a clorpromazina (típico) e a quetiapina (atípico) também são muito eficientes para obter efeito sedativo. • Benzodiazepínicos, como o lorazepam, também são frequentemente usados. Os medicamentos antipsicóticos não são o único tratamento definitivo para o paciente em surto psicótico. Quando a etiologia envolver um transtorno de humor, pode-se combinar um estabilizador dehumor como o lítio, o valproato ou a carbamazepina para pacientes com quadro de mania associada, e antidepressivos ou até eletroconvulsoterapia (em casos mais graves) para quadros de psicose e depressão. Ref http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882 517/abordagem-e-manejo-inicial-do-paciente- psicotico-na-emergencia.pdf
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