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RESUMO ESQUIZOFRENIA

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ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ 
 
DEFINIÇÃO 
A principal forma de psicose, por sua freqüência 
e sua importância clínica, é certamente a 
esquizofrenia. 
 As síndromes psicóticas caracterizam-
se por experiências como alucinações e 
delírios, desorganização marcante do 
pensamento e/ou do comportamento 
ou comportamento catatônico. 
 como se fosse uma única doença, a 
esquizofrenia engloba um grupo de 
transtornos com etiologias 
heterogêneas e inclui pacientes com 
apresentações clínicas, resposta ao 
tratamento e cursos da doença 
variáveis. 
Os sinais e sintomas variam e incluem alterações 
na percepção, na emoção, na cognição, no 
pensamento e no comportamento. 
➔ Antes dos 25 anos, persiste durante 
toda a vida. 
EPIDEMIOLOGIA 
Essa doença, internacionalmente, tem 
incidência anual (casos novos por ano) em torno 
de 15 a 42 por 100 mil habitantes e prevalência 
pontual (point prevalence) de 0,4% (4,5 pessoas 
por 1.000 habitantes). 
• O risco de ter esquizofrenia alguma vez 
na vida é, em média, de 0,7% – 7 
pessoas em cada 1.000 habitantes 
(Tandon et al., 2009). 
• No Brasil, a prevalência alguma vez na 
vida é semelhante, em torno de 0,8% 
(Mari; Leitão, 2000; Matos et al., 2015). 
• A esquizofrenia é igualmente 
prevalente em homens e mulheres. 
• Ambos os sexos diferem, no entanto, 
quanto ao início e ao curso da doença. 
O início é mais precoce entre homens. 
FAMILIARES 
O uso de psicofármacos, as políticas de portas 
abertas dos hospitais, a desinstitucionalização 
dos hospitais públicos, a ênfase na reabilitação e 
o atendimento comunitário levaram ao 
aumento nos casamenos e nas taxas de 
fertilidade entre os indivíduos com 
esquizofrenia. Devido a esses fatores, o número 
de crianças nascidas de pais com o transtorno 
aumenta de forma contínua 
MORTALIDADE 
Pessoas com esquizofrenia têm taxa de 
mortalidade mais alta em decorrência de 
acidentes e de causas naturais do que a 
população em geral. 
DOENÇAS 
• Variáveis relacionadas a 
institucionalização e tratamento não 
explicam esses dados, mas a 
mortalidade pode estar ligada ao fato 
de que o diagnóstico e o tratamento de 
condições clínicas e cirúrgicas em 
pacientes com esquizofrenia possam 
representar um desafio clínico. 
SUBSTANCIAS 
• Abuso de substância é comum na 
esquizofrenia. A prevalência ao longo 
da vida de abuso de qualquer droga 
(que não o tabaco) é, muitas vezes, 
superior a 50%.4 
• O abuso de álcool aumenta o risco de 
hospitalização e, em alguns pacientes, 
pode aumentar os sintomas psicóticos. 
Pessoas com esquizofrenia têm uma 
prevalência mais alta de abuso de 
drogas de rua comuns. 
• Nicotina. Até 90% dos pacientes com 
esquizofrenia podem ser dependentes 
de nicotina. Afora a mortalidade 
associada ao tabagismo, a nicotina 
diminui as concentrações sanguíneas 
de alguns antipsicóticos. 
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ECONOMIA 
• Visto que a esquizofrenia tem um início 
precoce, causa prejuízos significativos e 
de longa duração, exige tratamento 
hospitalar e requer tratamento clínico, 
reabilitação e serviços de apoio 
contínuos, estima-se que o custo 
financeiro da doença nos Estados 
Unidos seja superior ao de todos os 
tipos de câncer combinados. 
ETIOLOGIA 
F. GENÉTICOS 
→ a efeitos genéticos cumulativos. 
Por exemplo, esquizofrenia e transtornos a ela 
relacionados (p. ex., transtorno da 
personalidade esquizotípica) ocorrem com uma 
frequência maior entre os parentes biológicos 
de pacientes com esquizofrenia. 
FISIOPATOLOGIA 
• A etiologia da doença não é ainda bem 
explicada, sendo atualmente mais 
aceito o modelo de vulnerabilidade-
estresse, onde o indivíduo com uma 
propensão genética estaria suscetível 
ao aparecimento dos sintomas após um 
fator estressante ambiental de ordem 
variada – de conflitos psicossociais a 
desordens autoimunes. 
• A probabilidade de uma pessoa ter 
esquizofrenia está correlacionada com 
a proximidade da relação com um 
parente afetado (p. ex., parente de 
primeiro ou segundo graus). 
• O papel dos fatores genéticos é 
refletido, ainda, na queda na 
ocorrência de esquizofrenia entre 
parentes de segundo e terceiro graus, 
nos quais uma hipótese poderia ser 
uma diminuição na carga genética. 
FATORES BIOQUÍMICOS 
HIPÓTESE DA DOPAMINA 
A formulação mais simples da hipótese da 
dopamina na esquizofrenia postula que o 
transtorno resulta do excesso de atividade 
dopaminérgica. 
• A teoria básica não indica se a 
hiperatividade dopaminérgica decorre 
de liberação excessiva de dopamina, do 
excesso de receptores de dopamina, da 
hipersensibilidade destes à dopamina 
ou de uma combinação de tais 
mecanismos, tampouco especifica 
quais tratos dopaminérgicos estão 
envolvidos, embora os tratos 
mesocortical e mesolímbico sejam 
implicados com maior frequência 
SEROTONINA. 
• As hipóteses atuais postulam o excesso 
de serotonina como uma das causas de 
sintomas tanto positivos como 
negativos na esquizofrenia. 
NOREPINEFRINA. 
• A anedonia – o comprometimento da 
capacidade para gratificação 
emocional e a diminuição da 
capacidade de experimentar prazer – 
há muito tem sido observada como um 
aspecto proeminente da esquizofrenia. 
GABA 
O GABA tem um efeito regulador sobre a 
atividade da dopamina, e a perda de neurônios 
GABAérgicos inibidores poderia levar à 
hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos. 
TEORIAS 
PSICANALISTAS 
• via a esquizofrenia como um distúrbio 
das relações interpessoais. 
• A ansiedade do paciente cria uma 
sensação de não relação que é 
transformada em distorções 
paratáxicas, as quais são geralmente, 
mas nem sempre, persecutórias. Para 
ele, a esquizofrenia é um método 
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adaptativo para evitar o pânico, o 
terror e a desintegração do senso de 
self. 
• A fonte da ansiedade patológica resulta 
de traumas cumulativos vivenciados 
durante o desenvolvimento. 
SUBTIPOS DA 
ESQUIZOFRENIA 
ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE 
caracterizada por alucinações e ideias 
delirantes, principalmente de conteúdo 
persecutório 
A esquizofrenia paranóide é considerada a 
forma mais comum de esquizofrenia. 
Caracteriza-se pela presença de delírios 
persistentes, em geral de tipo paranóide, ou de 
perseguição, de autoreferência, de ciúmes e de 
mudanças corporais, acompanhados de 
alucinações, principalmente auditivas, e 
transtornos da percepção. 
Distúrbios do afeto, da volição e do discurso, 
bem como sintomas catatônicos, não são 
proeminentes. 
FORMA CATATÔNICA 
marcada por alterações motoras, hipertonia, 
flexibilidade cerácea e alterações da vontade, 
como negativismo, mutismo e impulsividade; 
• Os transtornos da psicomotricidade são 
proeminentes e dominam o quadro. 
• O paciente pode alternar períodos de 
excitação e agitação com períodos de 
estupor, mutismo, negativismo, 
obediência automática e flexibilidade 
cérea. 
• Podem ocorrer episódios de agitação e 
violência extremas (“furor 
catatônico”). 
• Outros sintomas psicóticos são menos 
proeminentes. Como os sintomas 
catatoniformes podem ocorrer nos 
demais subtipos da esquizofrenia, para 
fazer o diagnóstico de esquizofrenia 
catatônica um ou mais dos seguintes 
sintomas deve dominar o quadro 
clínico 
a) estupor ou mutismo; 
b) excitação; 
c) posturas bizarras ou inapropriadas; 
d) negativismo; 
e) rigidez; 
f) flexibilidade cérea; 
g) outros sintomas, como automatismos e 
perseveração de palavras ou frases. 
SUBTIPO DITO “SIMPLES” 
no qual, apesar de faltarem sintomas 
característicos, seria observado um lento e 
progressivo empobrecimento psíquico e 
comportamental, com negligência quanto aos 
cuidados de si (higiene, roupas, saúde), 
embotamento afetivo e distanciamento social. 
➔ A esquizofrenia simples é considerada 
pouco comum,e sua localização 
nosográfica tem sido alvo de polêmica, 
sendo considerada ora como 
pertencente à esquizofrenia (como na 
CID-10), ora como um transtorno da 
personalidade, sendo incluída nas 
categorias de personalidade esquizóide 
e/ou esquizotípica (como no DSM-IV-
TR). 
➔ Seu início é insidioso e progressivo, 
havendo o desenvolvimento de 
excentricidades de conduta, 
inabilidade para cumprir demandas da 
sociedade e declínio da performance. 
➔ Delírios e alucinações não são 
evidentes, e o transtorno não é tão 
obviamente psicótico como nos demais 
subtipos da esquizofrenia. 
➔ Os sintomas “negativos” característicos 
da esquizofrenia residual 
desenvolvemse sem serem precedidos 
por sintomas psicóticos evidentes. 
FORMA HEBEFRÊNICA 
caracterizada por pensamento desorganizado, 
comportamento bizarro e afeto marcadamente 
pueril, infantilizado; 
ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ 
 
• Na esquizofrenia hebefrênica, está 
alterada principalmente a afetividade 
do paciente, com delírios e alucinações 
fragmentados, comportamento bizarro 
ou pueril e maneirismos. 
• O afeto é inapropriado ou superficial, 
com risos imotivados. 
• Essa forma se instala habitualmente 
entre os 15 e os 25 anos de idade, e o 
prognóstico é mais reservado, por 
causa do rápido desenvolvimento de 
sintomas “negativos”, particularmente 
perda da vontade e embotamento 
afetivo. 
Entretanto, os subtipos clínicos da 
esquizofrenia foram abandonados pelos 
sistemas de classificação atuais (CID-11 e 
DSM-5), pois não se revelaram 
suficientemente úteis, pelas seguintes 
razões (Braff et al., 2013): 
➔ não são estáveis ao longo do tempo 
(pacientes com frequência “mudam” 
de subtipo ao longo dos anos); 
➔ não predizem padrão de evolução da 
doença; 
➔ não predizem resposta a tratamentos 
farmacológicos ou psicossociais; 
➔ são muito heterogêneos em relação às 
bases genéticas e neuronais da 
esquizofrenia; 
➔ a delimitação dos subtipos tem sido 
cada vez menos utilizada em pesquisas. 
OUTROS SUBTIPOS QUE EXISTIAM 
BOUFFÉE DÉLIRANTE (PSICOSE DELIRANTE 
AGUDA). 
- com base na duração dos sintomas de menos de três 
meses. Ele é semelhante ao transtorno 
esquizofreniforme do DSM-5. 
- Os médicos franceses relatam que cerca de 40% dos 
pacientes com diagnóstico de bouffée délirante 
progridem na doença e acabam sendo classificados 
com esquizofrenia. 
LATENTE. 
- com o conceito diagnóstico anterior, a condição dos 
pacientes que hoje não seriam considerados 
gravemente doentes poderia receber tal diagnóstico. 
- Esquizofrenia latente, por exemplo, muitas vezes era 
o diagnóstico usado para o que agora é denominado 
transtorno da personalidade esquizoide, 
esquizotípica ou borderline. 
ORINOIDE 
- Estado oniroide refere-se a um estado de sonho no 
qual os pacientes podem se encontrar em profunda 
perplexidade e não completamente orientados em 
termos de tempo e lugar. 
- O termo esquizofrenia oniroide tem sido usado para 
pacientes tão profundimente envolvidos em suas 
experiências alucinatórias a ponto de excluir qualquer 
envolvimento com o mundo real. 
PARAFRENIA 
- O termo parafrenia é usado às vezes como sinônimo 
de esquizofrenia paranoide ou para indicar um curso 
progressivamente deteriorante da doença ou a 
presença de um sistema delirante bem-sistematizado 
ESQUIZOFRENIA PSEUDONEURÓTICA. 
Algumas vezes, pacientes que inicialmente 
apresentam sintomas de ansiedade, fobias, 
obsessões e compulsões, mais tarde, revelam 
sintomas de transtorno do pensamento e psicose. 
Esses pacientes são caracterizados por sintomas de 
pan-ansiedade, panfobia, pan-ambivalência e, às 
vezes, sexualidade caótica. 
TRANSTORNO DETERIORANTE SIMPLES 
(ESQUIZOFRENIA SIMPLES). 
O transtorno deteriorante simples caracteriza-se por 
uma perda insidiosa e gradual do impulso e da 
ambição. Indivíduos com o transtorno em geral não 
são francamente psicóticos e não vivenciam 
alucinações ou delírios persistentes. 
Seu sintoma primário é o retraimento das situações 
sociais e relacionadas ao trabalho. 
TRANSTORNO DEPRESSIVO PÓS-PSICÓTICO DA 
ESQUIZOFRENIA. 
Após um episódio agudo de esquizofrenia, alguns 
pacientes se tornam deprimidos. 
Os sintomas do transtorno depressivo pós- -psicótico 
da esquizofrenia podem lembrar muito os da fase 
residual da esquizofrenia e os efeitos adversos de 
antipsicóticos de uso comum. 
O diagnóstico não deve ser feito se os sintomas forem 
induzidos por substâncias ou se fizerem parte de um 
transtorno do humor devido a uma condição clínica 
geral 
ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO PRECOCE. 
Um pequeno número de pacientes manifesta 
esquizofrenia na infância. Essas crianças podem 
inicialmente apresentar problemas diagnósticos, em 
particular com a diferenciação de retardo mental e de 
transtorno autista. 
Estudos recentes estabeleceram que o diagnóstico de 
esquizofrenia na infância pode se basear nos mesmos 
sintomas usados para avaliar adultos. 
ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO TARDIO. 
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A esquizofrenia de início tardio é clinicamente 
indistinguível da esquizofrenia, mas tem início após os 
45 anos de idade. 
GRUPOS DE SINTOMAS 
SINTOMAS NEGATIVOS 
• caracterizam-se pela perda de certas 
funções psíquicas (na esfera da 
vontade, do pensamento, da 
linguagem, etc.) e pelo 
empobrecimento global da vida 
afetiva, cognitiva e social do indivíduo. 
• Distanciamento e aplainamento afetivo 
ou afeto embotado, em graus variáveis 
até, em alguns casos, grave 
embotamento afetivo; perda da 
capacidade de se sintonizar 
afetivamente com as pessoas. 
• Apatia 
• Abulia e redução do agir socialmente. 
• hipopragmatismo, ou seja, dificuldade 
ou incapacidade de realizar ações, 
tarefas, trabalhos minimamente 
organizados que exijam iniciativa, 
motivação, organização e persistência. 
• Anedonia 
• negligência quanto a si mesmo, que se 
revela pelo descuido e desinteresse 
para consigo mesmo, com higiene 
pobre, roupas malcuidadas, descuido 
da aparência e/ou dos cuidados com a 
saúde. 
sintomas negativos que o paciente apresenta 
são primários (decorrentes de forma intrínseca 
da própria esquizofrenia) ou secundários 
(decorrentes de efeitos colaterais dos 
medicamentos antipsicóticos, de depressão ou 
de privação e isolamento social) 
SINTOMAS POSITIVOS 
• são manifestações novas, salientes, do 
processo esquizofrênico. 
• Alucinações, que são 
consideravelmente frequentes, mas 
também pode haver ilusões ou 
pseudoalucinações 
➔ Auditiva: vozes 
➔ Visões/táteis/gustativas( veneno) 
• Delirio 
➔ frequentemente de conteúdo 
persecutório, autorreferentes ou de 
influência 
➔ A duração, a abrangência, o grau de 
sistematização e a implicação de 
“tendência à ação” dos delírios. 
➔ Outras formas de distorção da 
realidade ou dificuldades com o teste 
de realidade, como a presença de 
ideias muito deturpadas, 
marcadamente bizarras, sobre a 
realidade, sobre os fatos do mundo, 
sobre a história do paciente, embora 
não sejam necessariamente delírios, 
podem estar presentes 
SINTOMAS DE DESORGANIZAÇÃO 
➔ Pensamento progressivamente 
desorganizado, de um . leve 
afrouxamento das associações até 
a total desagregação e produção 
de um pensamento totalmente 
incompreensível 
➔ Comportamentos desorganizados 
e incompreensíveis, 
particularmente comportamentos 
sociais e sexuais inadequados, 
agitação psicomotora, vestimenta 
e aparência bizarras 
➔ Afeto inadequado, ambivalente; 
descompasso entre as esferas 
afetivas, ideativas e volitivas 4. 
Afeto pueril, paciente reage 
globalmente de forma infantil, 
“boboca” 
SINTOMAS PSICOMOTORES/CATATONIA 
➔ lentificação e empobrecimento 
psicomotor com restrição do 
repertório da esfera gestual e 
motora. 
➔ estereotipias de movimentos 
(atos, gestos, atitudes mais 
complexos que ostiques, 
repetidos de forma mecânica, sem 
finalidades) 
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➔ maneirismos (gestos complexos, 
repetidos, que parecem ter um 
objetivo e significado para o 
indivíduo, mas que são percebidos 
pelo observador como algo 
excessivo, excêntrico e muito 
bizarro) 
➔ posturas bizarras. E caretas 
➔ flexibilidade cerácea, ou catalepsia 
(o paciente fica na posição que o 
colocam, mesmo em posições dos 
membros contra a gravidade 
SINTOMAS/PREJUÍZOS COGNITIVOS 
➔ incluem os seguintes domínios da 
cognição: atenção, memória 
episódica, memória de trabalho, 
velocidade de processamento e 
funções executivas frontais 
(inclusive fluência verbal). 
➔ déficit em teoria da mente 
(sistema de inferências ligado à 
compreensão de intenções, 
disposições e crenças dos outros e 
de si mesmo). 
➔ dificuldades na percepção e no 
gerenciamento de emoções 
(perceber e compreender as 
emoções a partir de pistas faciais, 
tom de voz, gestos) 
SINTOMAS DE HUMOR 
➔ aumento da reatividade emocional 
➔ sintomas ansiosos e depressivos, 
bem como depressão clínica 
➔ ansiedade generalizada, ataques 
de pânico, ansiedade/fobia social e 
sintomas obsessivo-compulsivos. 
OUTRAS CARACTERÍSTICAS E 
SINTOMAS ASSOCIADOS À 
ESQUIZOFRENIA 
A falta de insight é um elemento importante da 
maioria dos pacientes (Dantas et al., 2011), os 
quais, em geral, não acham que têm qualquer 
problema ou doença; às vezes, reconhecem a 
presença dos sintomas, mas atribuem-nos a 
outras causas ou fatores (nervosismo, 
influências espirituais, religiosas, ação do 
demônio, dificuldades na vida que todos têm, 
etc.). 
QUADRO CLINICO 
• O quadro clínico da esquizofrenia é 
bastante polimorfo e heterogêneo. 
• Não há sintomas ou sinais 
patognomônicos, o diagnóstico é feito 
a partir dos sinais e sintomas 
apresentados pelo paciente e pelos 
dados da anamnese. 
PERSONALIDADE PRÉ-MORBIDA 
• Embora não exista uma personalidade 
pré-morbida característica da 
esquizofrenia, em muitos pacientes é 
possível detectar uma desadaptação 
psicossocial que remonta à infância e à 
adolescência. 
• Os traços mais característicos são 
retraimento social. 
• São pessoas de poucos amigos, que 
apresentam dificuldades na escola; na 
adolescência, não conseguem 
relacionamento afetivo com o sexo 
oposto. 
QUADRO AGUDO 
• ia manifesta-se pela primeira vez no 
adolescente ou adulto jovem durante a 
segunda e a terceira décadas de vida. 
• O início da doença pode ser abrupto ou 
insidioso. 
• Quando o início é insidioso, muitas 
vezes passam-se meses até que o 
paciente seja conduzido para uma 
avaliação psiquiátrica. 
• As alterações do comportamento que 
vão ocorrendo paulatinamente são, em 
geral, interpretadas à luz de fatos do 
cotidiano. 
• O paciente vai se tornando mais 
isolado, perde o interesse pelas coisas 
e pessoas que o circundam, não mostra 
motivação para nada, quer apenas ficar 
no quarto quieto. 
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• Quando o quadro se instala de maneira 
abrupta, ao longo de dias ou semanas, 
o paciente costuma apresentar-se 
angustiado, perplexo e com a vivência 
de que “algo está para acontecer”. 
• Fica muitas vezes insone, inapetente, 
falando “coisas sem nexo”, agitado, às 
vezes agressivo, chamando a atenção 
dos familiares, que logo procuram 
atendimento especializado. 
QUADRO RESIDUAL 
• O quadro residual consiste daqueles 
sinais e sintomas que persistem, em 
maior ou menor grau de gravidade, 
após a remissão parcial do quadro 
agudo. 
• Em alguns pacientes podem 
permanecer delírios, vivências de 
influência ou alucinações crônicos, em 
intensidade variável. 
• O paciente mantém um certo 
distanciamento e controle, o que lhe 
permite conviver com os sintomas. 
• Os pacientes apresentam-se com olhar 
indiferente, com redução da expressão 
facial e mímica. 
• Mantêm pouco contato, respondendo 
às perguntas do entrevistador com 
monossílabos. Seu discurso é pobre, e 
podem ocorrer comportamentos 
inadequados. 
• O afeto é embotado, há um 
esvaziamento da expressão afetiva e 
pouca modulação emocional; muitas 
vezes, mostram-se também 
deprimidos. 
CARACTERISTICAS CLINICAS 
1. Primeiro, nenhum sinal ou sintoma 
clínico é patognomônico para 
esquizofrenia; todos os sinais ou 
sintomas vistos nessa doença ocorrem 
em outros transtornos psiquiátricos e 
neurológicos. 
2. os sintomas do paciente mudam ao 
longo do tempo. Por exemplo, um 
paciente pode ter alucinações 
intermitentes e capacidade variável de 
desempenho adequado em situações 
sociais, ou sintomas significativos de 
um transtorno do humor podem ir e vir 
durante o curso da esquizofrenia. 
3. Terceiro, os médicos devem levar em 
conta o nível de escolaridade do 
paciente, sua capacidade intelectual e 
sua identidade cultural e subcultural. A 
pouca capacidade de compreender 
conceitos abstratos, por exemplo, pode 
refletir a escolaridade do paciente ou 
sua inteligência. 
EXAME DO ESTADO MENTAL 
• A aparência de um paciente com 
esquizofrenia pode variar de uma 
pessoa completamente desleixada, aos 
gritos e agitada até alguém 
obsessivamente arrumado, silencioso e 
imóvel. 
• Entre esses dois polos, os pacientes 
podem ser falantes ou exibir posturas 
bizarras. 
• Seu comportamento pode se tornar 
agitado ou violento sem motivo 
aparente, mas isso costuma ocorrer em 
resposta a alucinações. 
• Um paciente com um subtipo menos 
extremo de catatonia pode exibir 
retraimento social e egocentrismo 
acentuados, ausência de fala ou 
movimentos espontâneos e ausência 
de comportamento dirigido a um 
objetivo. 
• Outros comportamentos óbvios podem 
incluir um jeito desengonçado ou 
rigidez dos movimentos corporais, 
sinais agora vistos como possíveis 
indicadores de processo patológico dos 
gânglios da base. 
Pessoas com esquizofrenia muitas vezes são 
desleixadas, não tomam banho e se vestem com 
roupas quentes demais para as temperaturas do 
momento. 
HUMOR, SENTIMENTOS E AFETO 
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Dois sintomas afetivos comuns na esquizofrenia 
são a responsividade emocional reduzida, às 
vezes grave o bastante para justificar o rótulo de 
anedonia, e emoções exageradamente ativas e 
impróprias, tais como extremos de raiva, 
felicidade e ansiedade. 
• O afeto plano ou embotado pode ser 
um sintoma da própria doença, dos 
efeitos adversos parkinsonianos de 
medicamentos antipsicóticos ou de 
depressão, e diferenciá-los pode ser 
um desafio clínico. 
DISTÚRBIOS PERCEPTUAIS 
ALUCINAÇÕES. 
• Qualquer um dos cinco sentidos pode 
ser afetado por experiências 
alucinatórias no caso de indivíduos com 
esquizofrenia. 
As alucinações mais comuns, entretanto, são as 
auditivas, com vozes muitas vezes ameaçadoras, 
obscenas, acusatórias ou ofensivas. 
• Duas ou mais vozes podem conversar 
entre si, ou uma voz pode comentar a 
vida ou o comportamento da pessoa. 
Alucinações visuais são comuns 
ILUSÕES 
• As ilusões são distorções de imagens ou 
sensações reais, enquanto as 
alucinações não se baseiam na 
realidade. Ilusões podem ocorrer em 
pacientes com esquizofrenia durante 
as fases ativas, mas também ao longo 
das fases prodrômicas e dos períodos 
de remissão. 
PENSAMENTO. 
Os transtornos do pensamento são os sintomas 
de mais difícil compreensão para muitos 
médicos e estudantes, mas podem ser os 
sintomas centrais da esquizofrenia. 
• Dividi-los em transtornos do conteúdo 
do pensamento, da forma do 
pensamento e do processo de 
pensamento é uma maneira de 
esclarecê-los. 
CONTEÚDO DO PENSAMENTO. 
Os transtornos do conteúdo do pensamento 
refletem as ideias, crenças e interpretações de 
estímulos do paciente. 
• Os delírios, o exemplo mais óbvio de 
transtorno do conteúdo do 
pensamento, sãovariados na 
esquizofrenia e podem assumir formas 
persecutórias, grandiosas, religiosas ou 
somáticas 
FORMA DO PENSAMENTO. 
• Os transtornos da forma do 
pensamento são observáveis de modo 
objetivo na linguagem falada e escrita 
dos pacientes e incluem frouxidão de 
associações, descarrilamento, 
incoerência, tangencialidade, 
circunstancialidade, neologismos, 
ecolalia, verbigeração, salada de 
palavras e mutismo. 
Embora a frouxidão de associações costume ser 
descrita como patognomônica para a 
esquizofrenia, o sintoma também é observado 
com frequência na mania. 
Distinguir entre frouxidão de pensamento e 
tangencialidade pode ser difícil mesmo para os 
médicos mais experientes 
PROCESSO DE PENSAMENTO. 
Os transtornos no processo de pensamento 
dizem respeito ao modo como as ideias e a 
linguagem são formuladas. 
O examinador infere um transtorno a partir do 
que e de como o paciente fala, escreve ou 
desenha e também pode avaliarseu processo de 
pensamento observando seu comportamento, 
especialmente ao realizar tarefas simples (p. ex., 
na terapia ocupacional). 
• Os transtornos do processo de 
pensamento incluem fuga de ideias, 
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bloqueio do pensamento, 
comprometimento da atenção, 
pobreza de conteúdo do pensamento, 
baixa capacidade de abstração, 
perseveração, associações 
idiossincrásicas (p. ex., predicados 
idênticos, associações por sons), 
inclusão excessiva e 
circunstancialidade. 
IMPULSIVIDADE, VIOLÊNCIA, SUICÍDIO E 
HOMICÍDIO. 
• Pacientes com esquizofrenia podem 
ser agitados e ter pouco controle dos 
impulsos quando em surto. 
VIOLÊNCIA. 
• O comportamento violento (excluindo 
o homicídio) é comum entre indivíduos 
com esquizofrenia não tratados. 
Delírios de natureza persecutória, 
episódios anteriores de violência e 
déficits neurológicos são fatores de 
risco para o comportamento violento 
ou impulsivo. 
SUICÍDIO. 
O suicídio é a principal causa de morte 
prematura entre pessoas com esquizofrenia. 
• Tentativas de suicídio são cometidas 
por 20 a 50% dos pacientes, com taxas 
de longo prazo de suicídio estimadas 
em 10 a 13%. 
• De acordo com o DSM-5, 
aproximadamente 5 a 6% de pacientes 
com o transtorno morrem por suicídio, 
mas é provável que esses números 
sejam subestimados. 
SENSÓRIO E COGNIÇÃO 
COMPROMETIMENTO COGNTIIVO 
acientes com esquizofrenia normalmente 
exibem disfunção cognitiva sutil nas esferas de 
atenção, função executiva, memória de trabalho 
e memória episódica. 
• Mesmo que uma porcentagem 
substancial de pacientes tenha 
quocientes de inteligência normais, é 
possível que toda pessoa com 
esquizofrenia tenha uma disfunção 
cognitiva, em comparação com o que 
ela seria capaz de fazer sem o 
transtorno. 
JULGAMENTO E INSIGHT. 
Classicamente, indivíduos com esquizofrenia 
são descritos com insight pobre sobre a natureza 
e a gravidade de seu transtorno. 
• A chamada falta de insight está 
associada com baixa adesão ao 
tratamento. 
• Ao examinar esses indivíduos, os 
médicos devem definir com cuidado 
vários aspectos do insight, tais como a 
consciência dos sintomas, a 
dificuldade de se relacionar com as 
pessoas e as razões para tais 
problemas. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 
DIAGNÓSTICOS 
• Os critérios diagnósticos do DSM-5 
incluem especificadores de curso (i.e., 
prognóstico) que oferecem aos 
médicos várias opções e descrevem 
situações clínicas reais. 
ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ 
 
• A presença de alucinações ou delírios 
não é necessária para um diagnóstico 
de esquizofrenia; 
• o transtorno é diagnosticado como 
esquizofrenia quando o paciente exibe 
dois dos sintomas listados em 1 a 5 do 
Critério A. 
• O Critério B requer que o 
funcionamento comprometido, 
embora não as deteriorações, esteja 
presente durante a fase ativa da 
doença. 
• Os sintomas devem persistir por pelo 
menos seis meses, e não deve haver 
um diagnóstico de transtorno 
esquizoafetivo ou transtorno do 
humor. 
TRATAMENTO 
Embora os medicamentos antipsicóticos sejam o 
pilar do tratamento para a esquizofrenia, 
pesquisas revelaram que intervenções 
psicossociais, incluindo psicoterapia, podem 
contribuir para a melhora clínica. 
HOSPITALIZAÇÃO 
• A hospitalização é indicada para fins de 
diagnóstico; estabilização da 
medicação; 
• segurança do paciente devido a 
ideação suicida ou homicida; 
• comportamento flagrantemente 
desorganizado ou inadequado, 
incluindo a incapacidade de cuidar das 
necessidades básicas, como 
alimentação, vestuário e abrigo. 
FARMACOTERAPIA 
• Os antipsicóticos diminuem a 
expressão do sintoma psicótico e 
reduzem as taxas de recaída. 
• Aproximadamente 70% de pacientes 
tratados com qualquer antipsicótico 
alcançam a remissão. 
• Os medicamentos usados para tratar a 
esquizofrenia têm uma ampla 
variedade de propriedades 
farmacológicas, mas todos têm em 
comum a capacidade de antagonizar os 
receptores de dopamina pós- -
sinápticos no cérebro. 
Os antipsicóticos podem ser classificados em 
dois grupos principais: 
os convencionais, mais antigos, que também são 
chamados de antipsicóticos de primeira 
geração, ou antagonistas do receptor de 
dopamina 
e os mais recentes, que têm sido chamados de 
antipsicóticos de segunda geração, ou 
antagonistas de serotonina e dopamina (ASDs). 
FASES DO TRATAMENTO NA 
ESQUIZOFRENIA 
TRATAMENTO DA PSICOSE AGUDA 
• Os sintomas psicóticos agudos 
requerem atenção imediata. O 
tratamento durante a fase aguda 
concentra-se em aliviar os sintomas 
psicóticos mais graves. 
• Essa fase em geral dura de 4 a 8 
semanas. 
• A esquizofrenia aguda normalmente 
está associada com agitação grave, que 
pode resultar de sintomas como 
delírios assustadores, alucinações ou 
desconfiança ou de outras causas 
(incluindo abuso de estimulantes). 
Uma vantagem dos antipsicóticos é que uma 
única injeção intramuscular de haloperidol, 
flufenazina, olanzapina ou ziprasidona, muitas 
vezes, resultará em efeito calmante sem 
sedação excessiva. 
Se eles estiverem recebendo um agente com 
efeitos colaterais extrapiramidais, geralmente 
um antipsicótico de primeira geração, uma 
tentativa com um medicamento 
antiparkinsoniano anticolinérgico, um 
benzodiazepínico ou propranolol pode ser útil 
para fazer essa diferenciação. 
TRATAMENTO DURANTE AS FASES DE 
ESTABILIZAÇÃO E MANUTENÇÃO 
ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ 
 
Na fase estável ou de manutenção, a doença 
está em um estágio relativo de remissão. 
Os objetivos durante essa fase são prevenir 
recaída psicótica e ajudar os pacientes a 
melhorar seu nível de funcionamento. 
Pacientes estáveis que são mantidos com um 
antipsicótico têm uma taxa de recaída muito 
mais baixa do que aqueles que têm seus 
medicamentos descontinuados. 
Em geral, é recomendado que pacientes com 
episódios múltiplos recebam tratamento de 
manutenção por pelo menos cinco anos, e 
muitos especialistas recomendam a 
farmacoterapia por tempo indeterminado. 
FALTA DE ADESÃO. 
• A falta de adesão ao tratamento 
antipsicótico de longo prazo é muito 
alta. 
• Estima-se que 40 a 50% dos pacientes 
deixem de usar seu medicamento em 1 
ou 2 anos. 
• A adesão aumenta quando 
medicamentos de ação prolongada são 
usados em vez dos orais. 
• Ao iniciar medicamentos de ação 
prolongada, alguma suplementação 
oral é necessária enquanto os níveis 
plasmáticos máximos estão sendo 
alcançados. 
ESTRATÉGIAS PARA 
PACIENTES RESISTENTES AO 
TRATAMENTO 
• Quando se administra um 
medicamento antipsicótico a pacientes 
com esquizofrenia aguda, 
aproximadamente 60% irão melhorar, 
no sentido de que alcançarão uma 
remissão completa ou terão apenas 
sintomas leves; os restantes 40% irão 
melhorar, mas ainda demonstrarão 
níveis variáveis de sintomas positivosresistentes aos medicamentos. 
• Em vez de classificar os pacientes como 
respondentes e não respondentes, é 
mais correto considerar o grau em que 
a doença melhora com o medicamento. 
• Antes de considerar um paciente 
resistente a determinada droga, é 
importante assegurar-se de que ele 
tenha recebido uma tentativa 
adequada do medicamento. 
• Uma tentativa de 4 a 6 semanas em 
uma dose adequada de um 
antipsicótico é considerada apropriada 
para a maioria das pessoas. 
• Pacientes que demonstram mesmo 
uma leve melhora durante esse 
período podem continuar a melhorar a 
uma taxa constante por 3 a 6 meses. 
• Se o paciente estiver respondendo mal, 
pode-se aumentar a dose acima do 
nível terapêutico habitual; entretanto, 
dosagens mais altas em geral não estão 
associadas com melhor resposta do 
que doses convencionais. 
• Mudar para outro medicamento é 
preferível a titular para uma dose alta. 
• Se um paciente respondeu mal a um 
ARD convencional, é improvável que 
responda bem a outro ARD. 
Provavelmente seja mais útil mudar 
para um ASD. 
• A clozapina é eficaz para pacientes que 
respondem mal aos ARDs. 
TRATAMENTO DOS EFEITOS 
COLATERAIS 
• Os pacientes com frequência 
experimentam efeitos colaterais de um 
antipsicótico antes de alcançar uma 
melhora clínica. 
• Embora uma resposta clínica possa 
demorar dias ou semanas para ocorrer 
após o início do medicamento, os 
efeitos colaterais iniciam-se quase 
imediatamente. 
• Para medicamentos de baixa potência, 
é provável que esses efeitos colaterais 
incluam sedação, hipotensão postural e 
efeitos anticolinérgicos, enquanto os 
de alta potência tendem a causar 
efeitos colaterais extrapiramidais 
ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ 
 
EFEITOS COLATERAIS EXTRAPIRAMIDAIS 
• Os médicos têm inúmeras alternativas 
para tratar efeitos colaterais 
extrapiramidais. 
• Estas incluem reduzir a dose do 
antipsicótico (que é mais comumente 
um ARD), adicionar um medicamento 
antiparkinsoniano, e mudar o paciente 
para um ASD, que tem menos 
probabilidade de causar esses efeitos. 
• Os medicamentos antiparkinsonianos 
mais eficazes são os anticolinérgicos. 
Entretanto, estes têm seus próprios 
efeitos colaterais, incluindo boca seca, 
constipação, visão turva e, com 
frequência, perda de memória. 
• Além disso, muitas vezes, eles são 
apenas parcialmente eficazes, 
deixando os pacientes com 
quantidades substanciais de efeitos 
colaterais extrapiramidais 
prolongados. 
• Os 
-bloqueadores de ação central, como o 
propranolol, também costumam ser 
eficazes para tratar acatisia. 
A maioria dos pacientes responde a dosagens de 
30 e 90 mg por dia. 
No caso de antipsicóticos convencionais 
estarem sendo prescritos, os médicos podem 
considerar prescrever medicamentos 
antiparkinsonianos profiláticos para pacientes 
com probabilidade de experimentar efeitos 
colaterais extrapiramidais perturbadores. 
TERAPIAS PSICOSSOCIAIS 
• As terapias psicossociais incluem uma 
variedade de métodos para aumentar 
as habilidades sociais, a 
autossuficiência, as habilidades 
práticas e a comunicação interpessoal 
em pacientes com esquizofrenia. 
• O objetivo é capacitar indivíduos com 
doença grave a desenvolver 
habilidades sociais e vocacionais para 
uma vida independente. 
• Esses tratamentos são realizados em 
muitos locais: hospitais, clínicas 
ambulatoriais, centros de saúde 
mental, hospitais-dia, lares ou clubes. 
PSICOTERAPIA INDIVIDUAL 
• Estudos sobre os efeitos da 
psicoterapia individual no tratamento 
da esquizofrenia forneceram dados de 
que a terapia é útil e de que seus 
efeitos se somam aos do tratamento 
farmacológico. 
• Na psicoterapia com um indivíduo com 
esquizofrenia, é fundamental 
desenvolver uma relação que ele sinta 
ser segura. 
• A confiabilidade do terapeuta, a 
distância emocional entre ambos e a 
sinceridade do terapeuta, conforme 
interpretada pelo paciente, afetam a 
experiência terapêutica. 
• A psicoterapia para pessoas com esse 
transtorno deve ser pensada em 
termos de décadas, em vez de sessões, 
meses ou mesmo anos. 
ABORDAGEM PACIENTE EM 
PSICOSE 
Definir uma pessoa como psicótica implica 
reconhecer nela um prejuízo grosseiro no 
contato com a realidade, manifestado por 
uma percepção inadequada e persistente 
com o mundo externo (alucinações, 
delírios), com ausência de juízo crítico ou 
com uma conduta intensamente 
desorganizada. 
Na avaliação desse tipo de paciente, é de 
fundamental importância a diferenciação 
entre os dois grandes grupos de síndromes 
com sintomatologia psicótica, 
denominados “psicoses orgânicas” e 
“psicoses funcionais”, 
No manejo do paciente psicótico, é 
importante que o médico esteja atento à 
possibilidade de o paciente interpretar de 
forma distorcida (delirante) o próprio papel 
do médico, os objetivos das perguntas 
ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ 
 
feitas e a conduta (p. ex., achar que o 
médico faz parte de um complô para matá-
lo). 
O médico deve usar uma linguagem clara e 
frases curtas, explicando para o paciente, 
na medida do possível, os procedimentos a 
serem realizados e o fato de que tudo está 
sendo feito no intuito de ajudá-lo. 
Algumas vezes, esses pacientes apresentam 
níveis de agitação e agressividade que 
impedem uma avaliação completa. 
Nesses casos, a contenção mecânica ou 
química pode ser usada antes da avaliação 
para diminuir o comportamento agitado, 
permitindo uma avaliação mais segura. 
A entrevista com a família é importante 
para obter dados objetivos a fim de 
determinar a extensão do problema, o 
comprometimento funcional do paciente e 
os riscos existentes, sendo de grande auxílio 
na obtenção de dados de episódios prévios. 
 
 
ABORDAGEM 
1. Primeiramente deve ser definido 
se o paciente pode aguardar ou se 
deve ser avaliado imediatamente. 
2. Seja qual for a circunstância que o 
paciente chegar à emergência, 
múltiplas informações podem ser 
adquiridas ao saber os motivos que 
o levaram ao hospital e a maneira 
como ele chegou. 
3. Anormalidades nos sinais vitais, 
queixas somáticas, sinais físicos, 
evidente intoxicação, 
desorientação, rápido 
aparecimento de sintomas 
psicóticos, ou estado mental 
alternante são fortes indicações 
para que o paciente seja 
clinicamente estabilizado antes da 
avaliação do psiquiatra. 
4. Não é imprescindível que se 
determine a etiologia do surto 
psicótico num primeiro momento, 
especialmente se o paciente 
estiver agitado ou agressivo. 
5. Se o paciente chegou agitado e é 
necessário que seja medicado 
imediatamente, é de vital 
importância que o médico consiga 
o maior número de informações 
clínicas possíveis, como história 
médica, substâncias usadas, 
alergias, medicamentos atuais, 
qualquer trauma recente e quem 
da família contatar em caso de 
necessidade. 
ANA CAROLINA TEIXEIRA BASTOS – MEDICINA - @CAROLINAABASTOS_ 
 
6. É importante ressaltar que a 
abordagem inicial é diferente da 
entrevista completa que será feita 
adiante e tem como objetivo 
avaliar o perigo e manter o 
ambiente seguro. 
MEDICAMENTOS 
• O tratamento tradicional em pacientes 
psicóticos envolvia altas doses de 
haloperidol. 
• Ao longo do tempo essas doses foram 
reduzidas devido aos efeitos adversos 
como, por exemplo, a distonia. 
• Os antipsicóticos continuam sendo a 
base de tratamento em muitos 
departamentos de emergência. 
• Alguns antipsicóticos como a 
clorpromazina (típico) e a quetiapina 
(atípico) também são muito eficientes 
para obter efeito sedativo. 
• Benzodiazepínicos, como o lorazepam, 
também são frequentemente usados. 
Os medicamentos antipsicóticos não são o único 
tratamento definitivo para o paciente em surto 
psicótico. 
Quando a etiologia envolver um transtorno de 
humor, pode-se combinar um estabilizador dehumor como o lítio, o valproato ou a 
carbamazepina para pacientes com quadro de 
mania associada, e antidepressivos ou até 
eletroconvulsoterapia (em casos mais graves) 
para quadros de psicose e depressão. 
Ref 
http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882
517/abordagem-e-manejo-inicial-do-paciente-
psicotico-na-emergencia.pdf

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