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Carboxiterapia, Endermologia, Microagulhamento e Criolipolise

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Brasília-DF. 
Carboxiterapia, endermologia, 
miCroagulhamento e Criolipólise
Elaboração
Taís Amadio Menegat 
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2 ........................................................................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO E HISTÓRIA DA INFUSÃO CONTROLADA DE CO2 ........................................................................................ 9
CAPÍTULO 2
MÉTODOS DE APLICAÇÃO ..................................................................................................... 18
CAPÍTULO 3
CARBOXITERAPIA NAS ALTERAÇÕES ESTÉTICAS ........................................................................ 24
UNIDADE II
CRIOLIPÓLISE ...................................................................................................................................... 45
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 45
CAPITULO 2
MECANISMO DE AÇÃO.......................................................................................................... 49
CAPÍTULO 3
PRÓS E CONTRAS ................................................................................................................. 53
UNIDADE III
MICROPUNTURAS ................................................................................................................................ 59
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 59
CAPÍTULO 2
MECANISMO DE AÇÃO.......................................................................................................... 63
CAPÍTULO 3
APLICAÇÃO DA MICROPUNTURA ............................................................................................ 75
UNIDADE IV
ENDERMOLOGIA - DERMOTONIA ......................................................................................................... 80
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO E HISTÓRIA ....................................................................................................... 80
CAPÍTULO 2
APLICAÇÃO ........................................................................................................................... 84
CAPÍTULO 3
PROTOCOLO SUGERIDO CORPORAL ...................................................................................... 88
PARA (NÃO) FINALIZAR ..................................................................................................................... 92
REFERÊNCIA .................................................................................................................................... 93
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
7
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
Convido você a mergulhar no mundo da tecnologia estética por meio das técnicas 
de infusão controlada de CO2, carboxiterapia, criolipólise, microagulhamento e 
endermologia. Nas próximas páginas você poderá aprender como agregar todos os 
benefícios terapêuticos e fisiológicos dessas técnicas em distúrbios como: pré e pós-
operatório de cirurgia plástica, úlceras, anti-aging, estrias, fibro edema geloide (FEG), 
adiposidade localizada, psoríase, calvície, olheiras, entre outras disfunções. A técnica 
aplicada nesta apostila é o modelo mais atual do mercado.
Objetivos
 » Promover o conhecimento fisiológico, farmacológico e terapêutico das 
técnicas de infusão controlada de CO2, criolipólise, microagulhamento e 
endermologia.
 » Compreender mecanismo de ação das técnicas de infusão controlada de 
CO2, criolipólise, microagulhamento e endermologia.
 » Compreender os métodos de aplicação mais atuais das técnicas de infusão 
controlada de CO2, criolipólise, microagulhamento e endermologia.
9
UNIDADE I
INFUSÃO 
CONTROLADA DE 
CO2
CAPÍTULO 1
Introdução e história da infusão 
controlada de CO2
O dióxido de carbono, um gás inodoro e incolor, foi descoberto em meados de 1648. É 
produzido e eliminado diariamente pelo organismo humano em grandes quantidades 
pelos pulmões no processo de respiração. Sua produção no organismo acontece graças 
ao resultado do metabolismo e reações oxidativas celulares. Seu uso terapêutico iniciou-se somente três séculos depois de seu descobrimento, mais precisamente no ano de 
1932, na Estação Termal do Spy de Royat, França, por Pierre Laloutte. 
Com a experiência adquirida na câmara de fumigação com sais de mercúrio, ele passou 
a expor os portadores de úlceras crônicas aos vapores de combustão da magnésia alba 
de forma seriada, aplicada a cada dois ou três dias. Esse foi o primeiro método de 
tratamento sistemático do CO2
 (BRANDI, 2001). Porém, a partir da década de 1930, 
surgiram os primeiros trabalhos sobre o tema, como o do cardiologista Jean Baptiste 
Romuef, que teve sua publicação em 1953, após 20 anos de experiência utilizando em 
seus tratamentos injeções subcutâneas de CO2 (ABRAMO, 2010).
Toryama, em 2002, ainda atuando em patologias vasculares, mostrou excelentes 
resultados na melhora da circulação periférica em pacientes com isquemia crítica, com 
redução de 83% dos casos de amputação. 
A produção industrial do gás carbônico permitiu sua utilização fora das estâncias 
termais, abrindo uma nova perspectiva para a terapêutica com o CO2. No século XX, 
essa forma de obtenção criou um período na evolução terapêutica com o CO2 chamado 
de “Período Terapêutico Recreativo Estético” (BRANDI, 2001).
Após a descoberta dos efeitos do dióxido de carbono e das suas utilizações na Medicina, 
os métodos foram se desenvolvendo. Nos dias atuais, graças a equipamentos capazes de 
10
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
controlar o fluxo injetado por minuto, é possível usar esse procedimento em vários tipos 
de tratamentos terapêuticos e até mesmo estéticos, como, por exemplo, no tratamento 
de estrias, cicatrizes, celulite, gordura localizada, flacidez cutânea, rugas, olheiras, 
feridas, calvície, psoríase, dentre vários outros (MARSILI, 2006).
Tudo isso fez com que seu conhecimento terapêutico fosse disseminado não só na 
França, mas também na Itália e vários outros países da Europa e de outros continentes, 
como o Brasil. Na Itália já se trabalha com a técnica há dez anos, e hoje é a mais realizada 
nos tratamentos de FEG e adiposidade localizada (FRASCA, 2002; MARSILI, 2006).
A infusão controlada de CO2, conhecida popularmente como carboxiterapia, é uma 
técnica que trabalha com injeção do dióxido de carbono – CO2 no tecido subcutâneo. É 
uma prática que tem proporcionado melhora fisiológica, com melhor irrigação sanguínea 
do local e, consequentemente, melhor oxigenação do tecido (ABRAMO, 2010).
O gás carbônico é o mais utilizado em cirurgias de videolaparoscopia para a insuflação da 
cavidade abdominal, histeroscopia e como contraste em arteriografia e ventriculopatia 
(ABRAMO, 2010).
O CO2 tem um poder de difusão muito forte, por esse motivo não oferece riscos ao 
paciente. Ele é atóxico e é eliminado facilmente do tecido, sendo assim, os riscos de 
embolia gasosa fatal nesse tratamento são mínimas (BRANDI, 2001).
Um dos principais produtos do metabolismo celular é o ácido carbônico (H2CO3), 
excretado pelos pulmões sob a forma de gás carbônico (CO2). Portanto é totalmente 
inócuo para nosso organismo (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
O CO2 é 20 vezes mais difundido que o O2, portanto, o aumento de volume que ocorre 
após a aplicação é rapidamente absorvido e eliminado, ficando somente o efeito 
vasodilatador que irá promover os benefícios locais (BRANDI, 2004). 
O dióxido de carbono 
O ácido carbônico (H2CO3) é produzido durante o metabolismo e excretado em forma 
de CO2 pelos pulmões no processo de respiração. A quantidade de CO2 transportada em 
sangue venoso é de aproximadamente 200 ml/min no adulto em repouso, mas pode ser 
aumentada durante a atividade física (FRASCA, 2002; MARSILI, 2006).
Com a ajuda de uma enzima denominada anidrase carbônica, o CO2 é hidratado no 
interior do eritrócito e forma o ácido carbônico (H2CO3). A dissociação de um hidrogênio 
é espontânea e rápida, liberando um H+ livre e bicarbonato (HCO3). Quando eles são 
11
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
muitos dentro do eritrócito, difundem-se para fora dele. O hidrogênio liberado liga-
se à hemoglobina formando hemoglobina reduzida e liberando O2, fazendo com que 
haja maior disponibilidade dessa substância para as reações metabólicas do corpo 
(ABRAMO, 2010).
A infusão controlada de CO2 possibilita, especialmente no tecido conjuntivo, uma 
melhor drenagem vaso linfática devido ao aumento da vasodilatação e consequente 
melhoria na oxigenação do tecido tratado. Estudos experimentais demonstram que em 
casos de isquemia crítica o tratamento com carboxiterapia já chegou a evitar mais de 
80% das amputações (FRASCA, 2002; MARSILI, 2006).
A infusão do gás provoca distensão tecidual e aumento da concentração de 
barorreceptores, corpúsculos de Golgi e Paccini, causando liberação de substâncias 
como histamina, bradicinina, serotonina, catecolamina, que atuam em receptores 
beta-adrenérgicos, que ativam a adenilciclase, ocasionando aumento da AMPc tissular 
e quebra de triglicérides. Isso faz com que a carboxiterapia seja utilizada como uma 
importante forma de diminuição do tecido adiposo acumulado e consequente redução 
de medidas. O CO2 utilizado pela carboxiterapia no Brasil possui em média, 99,99% 
de pureza, o que o torna ótimo para o tratamento terapêutico (ALTECHEK; SODRE; 
AZULAY, 2006).
O volume de aplicação do dióxido de carbono por sessão pode variar entre 500 ml a 
2.000 ml. O que se deve levar em consideração é que a aplicação é punturada e em 
cada ponto deve ser feita de uma a duas vezes o peso da pessoa que esteja realizando o 
tratamento; isso será explicado mais adiante, quando falarmos de velocidade (ABRAMO, 
2010; EGRAND et al., 2009; FRASCA, 2002; MARSILI, 2006; ALTECHEK; SODRE; 
AZULAY, 2006).
Nos banhos em água carbonada, a espessura da camada de queratina e a compactação 
de suas fibras não impedem a difusão do CO2 para os tecidos mais profundos, mas 
impedem a passagem e retêm, no seu interior, algumas moléculas do gás (BORGES et 
al., 2008).
A perda dessas moléculas faz com que a concentração na água do banho prejudique 
parcialmente a efetividade do procedimento. De maneira distinta, na infusão controlada 
do gás carbônico medicinal, o CO2 é injetado diretamente no interior da pele, não 
sofrendo bloqueio e retenção das suas moléculas durante a aplicação (BRANDI, 2001).
Com isso, mantém nos tecidos o mesmo volume programado pelo aparelho insuflador 
do gás. Como o volume injetado representa a concentração do CO2 nos tecidos, a infusão 
12
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
controlada do gás carbônico medicinal apresenta 100% de aproveitamento (BRANDI, 
2001).
Mecanismo de ação
Após a aplicação, o CO2 irá agir no local e rapidamente será difundido, deixando apenas 
seus efeitos, tais como, aumento da microcirculação, ativação de barorreceptores 
cutâneos, potencialização do efeito Bohr e vasodilatação. O CO2 possui ação direta local 
pelo miócito e indireta mediada pelo sistema nervoso simpático, com isso a vasodilatação 
arteriolar é evidente imediatamente à aplicação pela observação da hiperemia que a 
pele apresenta. A ação direta do CO2 sobre o miócito vascular prevalece em nível local, 
e indireta mediada pelo sistema simpático, que pode ser registrado a distância. O CO2 
atua, sobretudo na microcirculação vascular do tecido conjuntivo, promovendo uma 
vasodilatação e um aumento da drenagem venolinfática (LEVER; LEVER, 1991).
O aumento da circulação interfere no aumento da oxigenação local e, por sua vez, 
um tecido bem oxigenado possui um metabolismo mais acelerado, resultando em 
maior lipólise, melhor cicatrização e maior produção de colágeno, que irá refletir, por 
exemplo, na cicatrização de feridas, perda de peso, melhoria das estrias e de problemas 
como flacidez e rugas. O aumento do oxigênio é importante, pois elimina a formação 
de fluidos entreas células. O resultado é um menor número de células gordurosas e um 
subcutâneo mais firme. Portanto, a utilização desse gás promove o aumento do fluxo 
dos vasos sanguíneos, com consequente aumento do metabolismo e vascularização da 
área a ser tratada (LEVER; LEVER, 1991; LOPES, 2005).
Após a aplicação, há, além da melhoria da circulação e da distribuição do oxigênio, a 
ativação de receptores devido à hiperdistensão subcutânea, ativando os barorreceptores, 
sendo esses os corpúsculos de Golgi, sensíveis a baixas pressões, e os corpúsculos de 
Pacini, sensíveis a altas pressões, com consequente liberação de substâncias como 
bradicinina, catecolamina, histamina e serotonina. Essas substâncias atuam em 
receptores beta-adrenérgicos ativando a adenilciclase, promovendo assim aumento do 
AMP tissular e consequente ação final hidrolítica sobre os triglicérides dos adipócitos 
(LEVER; LEVER, 1991).
Além disso, a afinidade do CO2 pela hemoglobina ao ser inversamente proporcional 
à concentração de gás carbônico causa hiperoxidação do tecido, com efeito lipolítico 
oxidativo. Esse processo pode ser explicado pela potencialização do efeito Bohr, a 
ação do CO2 injetado envolve vasodilatação local com consequente aumento do fluxo 
sanguíneo local e da pressão parcial de oxigênio (PpO2). O aumento da PpO2 é resultante 
da potencialização do efeito Bohr, ou seja, há redução da afinidade da hemoglobina pelo 
13
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
oxigênio, acarretando uma maior quantidade de O2 que estava retido pela hemoglobina 
para ficar disponível para o tecido a ser tratado (LOPEZ, 2003; LOPES, 2005).
A presença de CO2 nos tecidos reduz o pH no local da aplicação e resulta numa resposta 
inflamatória. Isso interfere na hemodinâmica celular resultando em formação de novos 
vasos sanguíneos. O que mais interfere na resposta do organismo à infusão de CO2 é a 
pressão parcial de gás nos tecidos, mostrando a importância de se aplicar a concentração 
adequada de CO2 para alcançar eficácia nos resultados
 (KEDE; SABATOVICH, 2003; 
LOPES, 2005).
A pressão de infusão do CO2 é correspondente à pressão de gás medicinal injetado 
nos tecidos, e não ao gás existente no cilindro de armazenamento. Essa pressão é 
influenciada por fatores, sendo esses a válvula de controle de gás acoplada ao cilindro e 
o mecanismo de autorregulação do aparelho insuflador (ABRAMO, 2010). 
A velocidade do fluxo de aplicação nos tecidos é importante por determinar a 
intensidade do estímulo desencadeador da resposta inflamatória, variando conforme o 
local e a resistência tecidual. Essa velocidade vai de 1 a 180 mlCO2/min, porém, os mais 
utilizados variam de 80 a 180 mlCO2/min
 (ABRAMO, 2010; MARSILI, 2006; LOPES, 
2005).
Resumo do mecanismo de ação
Vasodilatação arteriolar: ação direta sobre o miócito vascular prevalece 
em nível local e a indireta mediada pelo sistema simpático, que pode ser 
registrado a distância. Atua, sobretudo, na microcirculação vascular do 
tecido conjuntivo, promovendo uma vasodilatação e um aumento da 
drenagem venolinfática. 
Potencialização do efeito Bohr: há redução da afinidade da hemoglobina 
pelo oxigênio, acarretando uma maior quantidade de O2 que estava retido pela 
hemoglobina para ficar disponível para o tecido a ser tratado. Simplificando, 
é a tendência de o O2 deixar a corrente sanguínea quando a concentração de 
CO2 aumenta.
14
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
Aumento da velocidade microcirculatória: promove o aumento do fluxo 
dos vasos sanguíneos, com consequente aumento do metabolismo e 
vascularização da área a ser tratada.
Ativação de barorreceptores cutâneos: devido à hiperdistensão do 
subcutâneo, há estímulo dos barorreceptores – corpúsculos de Golgi (sensível 
a baixas pressões) e de Pacini (altas pressões) – e consequente liberação de 
substâncias como: bradicinina, catecolamina, histamina e serotonina.
Para saber mais sobre esse assunto indico os seguintes artigos:
 » ABRAMO, A. C. Infusão controlada de CO2: carboinsuflação. São 
Paulo: Ed. Do Autor, 2010.
 » RESCH, K. L.; JUST, U. Possibilidades e limites da carboxiterapia. Review 
German, v. 3, no 1, 2004, pp. 45-50.
 » KOUTNA, N. Carboxytherapy: a new noninvasive method in aesthetic 
medicine. Cas Lek Cesk 145:841-843, 2006.
 » PARASSONI, L.; VARLARO, V. La Carbossiterapia: una metodica in 
evoluzione. Riv. La Medicina Estetica. 21(1). Roma: Editrice Salus 
Internazionale, 1997.
 » BROCKOW, H.; DILLNER, R. Clinical Evidence of Subcutaneous CO2 
Insufflations: A Systematic Review. J Altern Complement Med, vol 6 
(5): 403, 2000.
Os equipamentos
O fluxo e o volume total de aplicação na infusão controlada de CO2 são controlados por 
equipamentos apropriados. No Brasil, o aparelho a ser utilizado deve ser registrado pela 
ANVISA, a fim de proporcionar maior conforto e segurança a quem recebe a aplicação 
(ABRAMO, 2010; EGRAND et al., 2009).
Independentemente da marca ou do modelo do aparelho, ele irá apresentar 
características comuns, tais como um cilindro que se liga ao aparelho por meio de um 
regulador de pressão de gás. Ele é injetado por meio de uma sonda com agulha pequena 
15
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
diretamente na pele do paciente. Quanto ao fluxo utilizado, muitos são os autores que 
discutem a quantidade necessária de aplicação para cada tipo de tratamento (MARSILI, 
2006).
Esse equipamento é composto por três segmentos distintos: equipo descartável, 
aparelho insuflador do gás e sistema cilindro-válvula controladora de pressão que 
armazena e regula a pressão da saída do gás carbônico medicinal para o circuito do 
aparelho insuflador (figura 1). 
Figura 1. Composição de equipamento para realização de insuflação controlada de CO2.
 
Fonte: <http://www.ibramed.com.br>
O equipo utilizado deve ser atóxico, estéril, apirogênico e descartável, formado 
por agulha 30G½ acoplada a um filtro que, por sua vez, é conectado ao cateter de 
poliprolipeno com diâmetro de 0,3cm, portanto, um fixador na extremidade livre. O 
reduzido diâmetro da agulha, em relação ao diâmetro do cateter, permite que o gás seja 
introduzido com maior pressão, facilitando sua difusão através dos tecidos (figura 2). 
O filtro possui uma lâmina de policloreto de vinila, com espessura de 0,2µ na grade de 
filtragem, do tipo microbiológico e hidrofóbico, cuja função é reter possíveis impurezas 
existentes no interior do cateter ou no circuito do insuflador (RESCH; JUST, 2004).
16
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
Figura 2. Equipo atóxico para insuflação de CO2 e agulha 30G½.
Fonte: MENEGAT, 2015.
A pressão de infusão do CO2 corresponde à pressão do gás carbônico medicinal que 
é introduzido no interior dos tecidos e não deve ser confundida com a pressão do gás 
carbônico no interior do cilindro de armazenamento (BRANDI, 2001).
O sistema que controla a pressão de entrada do CO2 no aparelho insuflador é composto 
pelo cilindro armazenador do gás carbônico medicinal, por uma válvula reguladora da 
pressão do gás que sai do cilindro e um manômetro, indicador da quantidade de CO2, 
no estado gasoso, no interior do cilindro. A válvula de controle de pressão do gás está 
ligada ao aparelho insuflador do CO2 por meio de uma mangueira de material plástico 
ou polipropileno flexível, fechando o circuito de condução do gás no equipamento 
(figura 3). 
Figura 3. Sistema cilindro e válvula controladora de pressão.
17
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
Fonte: MENEGAT, 2015.
18
CAPÍTULO 2
Métodos de aplicação
A velocidade do fluxo da infusão de CO2 nos tecidos determina a intensidade do 
estímulo lesivo que desencadeia a resposta inflamatória no local da aplicação, 
variando de conformidade com a região anatômica e a resistência impostapelo 
tecido. O programa do aparelho regula a rapidez com que o CO2 será injetado 
no interior dos tecidos. Velocidades do fluxo de infusão compreendidas entre 80 
a 180 ml/min são consideradas efetivas para desempenho da carboinsuflação. 
Será que regular somente a velocidade é o suficiente para obter resultado 
satisfatório quando tratarmos de disfunções do tecido adiposo? 
A manutenção da temperatura do ambiente, ao redor de 24°C a 25°C, no local onde se 
realiza a carboinsuflação, promove maior conforto durante a aplicação e, ao mesmo 
tempo, potencializa a ação vasodilatadora local do CO2. 
Antes de iniciar a aplicação do dia ou se o aparelho ficar mais de cinco horas 
parado, deve-se deixar escapar 150 ml de gás, pois o O2 parado, quando aplicado, 
faz com que a região fique inchada por duas semanas.
A profundidade da aplicação é determinada de acordo com o propósito a que se destina 
o procedimento. Quando o objetivo está direcionado para atividades terapêuticas de 
características não estéticas, a aplicação do gás deve ser realizada profundamente, no 
interior do tecido (RESCH; JUST, 2004).
A aplicação profunda tem como objetivo promover a lise do tecido adiposo subcutâneo, 
com o propósito de reduzir o excesso de gordura localizada, melhorando o contorno 
corporal da região comprometida. Assim, quando tratarmos gordura localizada e FEG, 
ou seja, tecido adiposo, a agulha deverá estar de 90° a 45° em relação à pele, dependendo 
da espessura do tecido adiposo subcutâneo da região (figura 4A) (ABRAMO, 2010).
A pouca espessura da derme, em média 1 a 2 mm, acrescida da resistência da camada 
córnea da epiderme e ao diâmetro da agulha, torna difícil afirmar que a infusão 
controlada de CO2 pode ser realizada com precisão em dois ou três planos dérmicos 
distintos: superficial, intermediário e profundo. Nesse plano, somente a ponta da 
19
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
agulha bisel voltada para cima deverá ser introduzida, para garantir a superficialidade 
durante a injeção (figura 4B) (MENEGAT, 2014).
A distensão e a pápula branca que se observa na pele durante a infusão do gás 
demonstra que a aplicação está sendo realizada superficialmente, ou seja, no interior 
da derme (figura 5) (CARVALHO; VIANA; ERAZO, 2005). Essa aplicação atende a dois 
propósitos:
1. Reposição e remodelação das fibras de colágeno, reticular e elástica da 
derme, para recuperação a consistência e elasticidade da pele. 
2. Aumento do fluxo sanguíneo da microcirculação cutânea da região 
infundida, elevando numericamente os pequenos vasos pré-capilares e 
pós-capilares locais, assim como promovendo a sua dilatação.
Figura 4. Inclinação da agulha. A) Inclinação da agulha para trabalho no tecido adiposo. 
B) Inclinação da agulha para trabalho na derme.
Fonte: MENEGAT, 2015.
Aplicação de 20 ml de soro fisiológico em cada 
região
20
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
Figura 5. Pápula branca sendo observada durante a infusão do gás de CO2.
Fonte: MENEGAT, 2015.
Volume do gás na infusão controlada do CO2
Como já dito anteriormente, nosso organismo em repouso produz 200 ml/min de CO2. 
No exercício físico pode aumentar até dez vezes. O volume total de dióxido de carbono 
usado em uma sessão corresponde à somatória dos volumes infundidos em cada 
punctura, podendo chegar a um total de 2.000 ml; valores acima disso não causam 
grandes prejuízos, mas induzem mais o desconforto do paciente podendo levá-lo ao 
desmaio. 
É preciso considerar que existe uma relação direta entre o peso do indivíduo e o conjunto 
formado pela extensão da superfície cutânea e o volume do tecido adiposo ao longo dessa 
superfície. Por essa razão, parece ser adequado relacionar o volume do gás aplicado 
na infusão controlada do CO2 com o peso ponderal, estabelecendo valores dirigidos 
às necessidades de cada indivíduo em particular. Para um melhor aproveitamento do 
CO2, o volume do gás a ser injetado é calculado de acordo com o peso ponderal, e não 
com índice de massa corporal. Dessa maneira, consegue-se atingir uma concentração 
adequada do CO2 nos tecidos para desencadear uma resposta inflamatória no local da 
aplicação. Assim sendo, considera-se como fator de eficiência a variação do volume 
de 1 ml até 2 ml de CO2 por quilo de peso do indivíduo, representado por mlCO2/kg. 
A distância entre as puncturas fica 3 a 15 cm entre si (figura 6). O volume escolhido 
é aplicado por punctura, ou seja, unitariamente em cada um dos pontos onde o gás 
será injetado (ABRAMO, 2010). O cálculo do volume de gás baseado no peso ponderal 
do indivíduo se aplica no tratamento de alterações do tecido adiposo (RESCH; JUST, 
2004).
21
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
Exemplo: 
Peso 50 kg. 
Mínimo por ponto será 50 mlCO2/cm
Máximo por ponto 100 mlCO2/cm
Figura 6. Distância entre os pontos para modo punturação
Fonte: MENEGAT, 2015.
Velocidade do fluxo de infusão ou velocidade 
de aplicação do CO2
Esse é um dos fatores decisivos para a efetividade da infusão, e não deverá ser confundido 
com o volume de gás aplicado em cada punctura. Sua escolha é influenciada pela 
resistência dos tecidos e pela intensidade do efeito lesivo que se deseja promover, razão 
pela qual ela pode deferir em diferentes áreas de um mesmo indivíduo. O descolamento 
ou distensão dos tecidos e a intensidade de ruptura tecidual são proporcionais à 
velocidade do fluxo de infusão do gás (CARVALHO; VIANA; ERAZO, 2005).
Velocidade entre 150 a 180 ml CO2/min promove uma distensão tecidual rápida, 
eficiente e segura, aumenta o desconforto, provocando dor durante aplicação, mas 
traz os melhores resultados, em razão de o dano interno ser maior. Áreas de menor 
22
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
resistência, como pálpebras, suportam melhor velocidade, de 80 a 100ml CO2/min 
(ABRAMO, 2010; MENEGAT, 2014).
80 a 100ml CO2/min região periorbital, facial, alterações de origem funcional e 
reparadora.
101 a 150ml CO2/min alterações morfológicas da pele e adiposidade da face.
151 a 180ml CO2/min flacidez cutânea e adiposidade localizada, na recuperação 
do contorno corporal.
Para saber mais sobre esse assunto indico os seguintes artigos:
BORGES, F.; SCORZA, F. Carboxiterapia: uma revisão. Revista Fisioterapia Ser, v. 
3, no 4, 2008. 
Indicações e contraindicações
Indicações
A infusão controlada de CO2 é um tratamento indicado para os seguintes casos:
 » estrias; 
 » flacidez tissular; 
 » FEG;
 » adiposidade localizada;
 » olheiras;
 » linhas de expressão;
 » revitalização facial;
 » tratamento complementar à lipoaspiração;
 » pós-operatório de cirurgias plásticas;
 » calvície;
 » microvarizes; 
23
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
 » feridas abertas; 
 » psoríase.
Contraindicações
Não há importantes contraindicações, por ser um gás atóxico, não embólico, que já está 
normalmente presente no organismo, amplamente aplicado na Medicina e isento de 
efeitos sistêmicos nas doses empregadas. 
 » patologias crônicas de pulmões ou coração;
 » infecção no local de aplicação;
 » gravidez;
 » hipertensão crônica;
 » anemia; 
 » colagenoses (lúpus, esclerodermia, dermatomiosite);
 » epilepsia. 
(ABRAMO, 2010; BORGES; SCORZA, 2008; MENEGAT, 2014)
24
CAPÍTULO 3
Carboxiterapia nas alterações estéticas
Adiposidade localizada
O tecido adiposo, também chamado de hipoderme é um tipo especializado de 
tecido conjuntivo composto por células denominadas adipócitos. Os adipócitos são 
reservatórios de energia, que são acumulados em forma de lipídio (triglicerídeos). Eles 
são adquiridos graças ao desequilíbrio entre as necessidades energéticas diárias e a 
quantidade ingerida. Caso a ingestão seja maior que a necessária, a pessoa irá armazenar 
o excessonesse tecido (ABRAMO, 2010; COSTA, 2011).
O tecido adiposo é altamente vascularizado, resultando em constantes trocas gasosas 
entre ele e a corrente sanguínea. Até pouco tempo, esse tecido era considerado como 
um depósito passivo de energia, porém, nos dias atuais, estudos mostraram que ele 
é um tecido metabolicamente ativo, com funções de isolamento térmico, secretor de 
proteínas, produtor de peptídeos bioativos, amortecedor de trauma e modelador da 
superfície do corpo (ABRAMO, 2010).
Esse tecido é formado por três camadas: areolar, intermediária e profunda. A camada 
areolar é a camada superficial e mais propensa à lipólise. A intermediária situa-se entre 
a areolar e a profunda é fibrosa e delgada. A camada profunda é mais resistente à lipólise 
e possui mais espessura (figura 7) (ALTECHEK; SODRE; AZULAY, 2006; GUIRRO; 
GUIRRO, 2002; COSTA, 2011).
O padrão de localização de gordura varia entre o sexo feminino e o masculino, sendo que 
as mulheres apresentam um padrão ginoide, com gordura predominante nos flancos, 
quadril, glúteos, face interna da coxa, região troncantérica e face medial do braço. No 
padrão masculino ou androide, a gordura costuma localizar-se na parede abdominal 
superior, flancos e região cervical (ABRAMO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2003).
25
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
Figura 7. Camadas do tecido adiposo sendo areolar e lamelar.
Fonte: SILVA, 2010.
A carboxiterapia tem sido largamente utilizada no tratamento da gordura localizada, 
sendo aplicada nos locais que apresentam maior porcentual de gordura, conforme 
mencionando anteriormente, e tem a função de aumentar ainda mais a vascularização 
tecidual, o que proporciona maior concentração de oxigênio e aumento do metabolismo 
local, levando à lipólise e à diminuição da quantidade de gordura. A injeção controlada 
de CO2 tem maior atuação na camada areolar, no entanto, age também na camada 
profunda em razão da vascularização e facilidade de difusão de gás nessa localidade 
(COSTA, 2011).
A carboinsuflação apresenta eficácia na destruição dos adipócitos, reduzindo assim 
a adiposidade localizada. Deve ser aplicada em um ou mais ciclos, que devem ser 
estabelecidos de acordo com o porcentual de gordura e com as respostas fisiológicas 
do tratamento (COSTA, 2010). Cada ciclo é formado por dez sessões, dividido em duas 
etapas, o primeiro constituído de quatro sessões com intervalo de 24 horas e o segundo 
formado por seis sessões com intervalo de 72 horas (ABRAMO, 2010; COSTA, 2010). 
Para obter-se uma elevada concentração de CO2 nos tecidos, é necessário que as quatro 
primeiras sessões sejam diárias, enquanto que, para manter a concentração de gás 
elevada, o intervalo deve ser de 72 horas (COSTA, 2011).
A infusão de gás é profunda e feita por punturação, lembrando que nesse caso é 
necessário fazer o cálculo multiplicando o peso ponderal do paciente por 1,5 ou 2 
ml CO2. O valor obtido será a quantidade a ser aplicada por ponto. A quantidade de 
puncturas é variável, dependendo da extensão e do objetivo do tratamento. A distância 
entre as puncturas também altera conforme o tratamento, podendo variar entre 3 e 5 
cm. A velocidade do fluxo varia de 100 a 180 mlCO2/min, dependendo do volume do 
tecido adiposo (ABRAMO, 2010; BRANDI, 2001; COSTA, 2010).
26
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
O CO2 atua primeiramente diminuindo o pH da região, a lise do tecido ocorre pela 
destruição mecânica do adipócito, ou seja, a velocidade infundida e a oxidação dos 
lipídeos da célula gordurosa induzidas pelo CO2 injetado no local. Ao mesmo tempo, 
a hipercapnia que se instala após a infusão do gás carbônico nos tecidos potencializa o 
efeito Bohr dentro das hemácias, desviando a curva de dissociação, aumentando, assim, 
a oferta de oxigênio aos tecidos (EGRAND et al., 2009).
Resumo de Adiposidade – método de aplicação
Punturado, sendo 1,5 a 2 ml por kg.
Velocidade 100 a 180 ml CO2/min. 
Distância dos pontos: 3 a 5 cm.
É necessário serem realizadas no mínimo 10 sessões, com intervalos de 24 horas 
nas 3 primeiras e nas demais com intervalo de 72 horas.
Vamos tentar montar o protocolo dessa paciente? 
Paciente de 32 anos, sexo feminino, 80 Kg e 1,70 m de altura, com IMC 27,68 – 
Sobrepeso.
Marque os pontos no abdômen da foto e ao lado coloque quanto aplicaria por 
ponto e qual velocidade seria.
CARBOXITERAPIA
Por ponto: _______ ml
Velocidade: _______ ml/min
Fará _____ x por semana
 Figura 8
Já na hidrolipo com Carboxi; HLC que significa hidrolipoclasia não aspirativa, o 
procedimento consiste na aplicação de soro fisiológico na região com adiposidade 
localizada, em seguida é realizada uma sessão de ultrassom ou manthus e, para finalizar, 
aplicação de carboxiterapia; após um período de 48 horas é realizada uma drenagem 
linfática manual (figura 8) (COSTA, 2011).
27
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
O soro fisiológico em contato com o gás carbônico forma uma reação química, com 
liberação de íons, proporcionando um meio ácido no local da aplicação. Essa acidez 
tecidual confere um aumento da oxidação lipídica por meio da ativação das lipoproteínas 
lípases (LPL), potencializando o poder de lipólise (MENEGAT, 2014).
Figura 9. Sequência da HLC.
Fonte: MENEGAT, 2015.
28
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
Resumo de HLC – método de aplicação
1o DIA
Punturado, sendo 10 a 20 ml por ponto.
Distância dos pontos: 4 a 6 cm. 
US ou manthus por 20 minutos no 
máximo. 
Carboxiterapia tradicional para gordura.
Figura: 10
2o DIA
Drenagem linfática manual ou plataforma vibratória ou endermoterapia etc. Qualquer 
procedimento que ative o sistema linfático.
Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes 
artigos:
 » COSTA, C. S.; OTOCH, J. P.; SEELAENDER, M. C. L.; NEVES, R. X.; MARTINEZ, 
C. A.R.; MARGARIDO, N. F. Avaliação citométrica dos adipócitos 
localizados no tecido subcutâneo da parede anterior do abdome após 
infiltração percutânea de CO2. Rev Col Bras Cir, 2011; 38(1). 
 » ERASO, J. C.; MOTTA, A. M. Hidrolipoclasia abdominal: variaciones 
técnicas y resultados antropométricos en tres centros de medicina 
estética de Bogotá. Colegio Mayor de Nuestra Señora del Rosario 
Escuela de Medicina y Ciencias de la Salud Especialización en Medicina 
Estética, 2011. 
 » BRANDI, C.; D`ANIELO, D.; GRIMALDI, L.; BOSI, B.; DEI, I.; et al. Carbon 
Dioxide Theraphy in the Treatment of Localized Adiposities: Clinical 
Study and Histopathological Correlations. Aesthet Plast Surg.; 
25:170- 174, 2001.
 » BROCKOW, T.; HAUSNER, T.; DILLNER, A.; RESCH, K. L. Clinical Evidence 
of Subcutaneous CO2 Insufflations: A Systematic Review. J Altern 
Complement Med. 2000; vol 6 (5): 403. 
29
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
 » ABRAMO, A. C. Infusão controlada de CO2: carboinsuflação. São 
Paulo: Ed. Do Autor, 2010.
 » MENEGAT, T. A. Guia Prático de Carboxiterapia. São Paulo: Ed. Aiko 
Ltda, 2014. 
FEG – Fibro Edema Geloide
Disfunção que aparece em 99% da população feminina, a FEG, vulgo celulite. Hoje, 
algumas pesquisas já consideram a FEG como característica ligada ao sexo feminino, 
sendo comum e normal tê-la antes dos 15 anos de idade. A FEG chega a atingir 80% das 
mulheres com mais de 35 anos de idade (CORRÊA, 2008).
O tecido adiposo acumulado no corpo forma, em certas regiões, o aparecimento de 
celulites. As celulites aparecem graças ao mau funcionamento dos adipócitos, que retêm 
maior quantidade de líquido e maior teor de lipídeos, causando também má circulação 
na região, devido à compressão dos vasos sanguíneos pelo aumento do volume da célula 
(CORRÊA, 2008; LEE, 2010).
Histologicamente, o tecido celulítico apresenta alteração do interstício, com aumento 
da viscosidade, hipo-oxigenação, estasevênulo-capilar e caso não seja tratada, pode 
evoluir para um estágio de fibrose cicatricial (LEVER; LEVER, 1991).
Apresenta-se em diferentes graus e tipos. Ela pode ser na forma flácida, que vem 
acompanhada de flacidez muscular e/ou tissular. Esse tipo ocorre mais em mulheres 
com o biótipo magro e com pele mais branca, pois são pessoas com menor quantidade 
de melanina e essa, por sua vez, também ajuda na tonicidade da pele. Outra forma é a 
compacta, que está associada a depósitos de gordura localizada, sem nenhuma diferença 
histológica. Temos também a forma edematosa que é devido à retenção hídrica e a 
forma mista, na qual podemos ter mais de um tipo de FEG em um mesmo indivíduo 
(GUIRRO; GUIRRO, 2002).
A FEG foi classificada em vários estágios, de acordo com estágio em que se encontram 
as manifestações cutâneas mostram-se mais exacerbadas. Atualmente, consideram-se 
os quatro estágios a seguir (CORRÊA, 2008).
 » Estágio I ou Edematoso: só aparece quando fazemos compressão da 
região. Há uma alteração das células do tecido adiposo, porém a região 
afetada não apresenta modificação circulatória e nem dos tecidos de 
sustentação, apenas uma dilatação venosa. Não há sinais visíveis na 
30
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
pele nem dor nesse estágio da celulite; ela só aparece quando fazemos 
compressão da região.
 » Estágio II ou Exsudativa: nesse estágio a FEG caracteriza-se por uma 
alteração circulatória por compressão das microveias e vasos linfáticos. O 
sangue e a linfa ficam estagnados e, consequentemente, ocorre um edema 
intercelular. Também há um endurecimento do tecido de sustentação e 
as irregularidades na pele ficam aparentes, mas ainda não existe dor.
 » Estágio III ou de Fibrose: nesse estágio, os recursos utilizados devem 
ser bem mais variados para que haja resultados consideráveis. A FEG 
apresenta-se com o aspecto de “casca de laranja” e fica dolorida. A fibrose 
se instala e a circulação acaba comprometida. Vasinhos e microvarizes 
podem surgir, além de uma sensação de peso e cansaço nas pernas. 
 » Estágio IV ou de Esclerose: é a fase considerada mais grave, com as 
fibras mais duras, formando nódulos, e a circulação prejudicada. A pele 
apresenta depressões e tem aspecto acolchoado. Ocorrem aderências à 
aponeurose muscular. Na termografia, os aspectos anteriores aparecem 
como verdadeiros “buracos negros”, que são regiões de circulação 
diminuída, representando a formação de fibroses. As pernas ficam 
pesadas, inchadas e doloridas e a sensação de cansaço é frequente, até 
sem o menor esforço. 
Atuação do CO2 
O CO2 atua, sobretudo, na microcirculação vascular do tecido conectivo, promovendo 
vasodilatação e aumento da drenagem venolinfática. Com a vasodilatação, o fluxo 
de nutrientes aumenta, entre eles as proteinases necessárias para remodelar os 
componentes da matriz extracelular (MEC) (LEVER; LEVER, 1991; CORRÊA, 2008).
A ação lipolítica oxidativa atua diretamente na etiologia da FEG quebrando o círculo 
vicioso que envolve alteração bioquímica do interstício (aumento de viscosidade), estase 
vênulo-capilar, com hipo-oxigenação e, consequentemente, sofrimento do adipócito. 
Como a microcirculação se altera na panicolopatia fibroesclerótica, o aumento do fluxo 
sanguíneo que a injeção de CO2 promove exerce importante papel no tratamento dessa 
patologia (LEVER; LEVER, 1991).
As punturas são unitárias, aplicadas no centro das ondulações. A aplicação inicia-
se apenas com a ponta da agulha introduzida na pele, e, posteriormente, essa será 
introduzida na gordura. Essa forma de aplicação estimula a vascularização e fibrogênese, 
31
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
melhorando a elasticidade e fortificando o tecido conjuntivo, provocando a lise dos 
lipídeos e, consequentemente, diminuindo a projeção do lobo de gordura (ABRAMO, 
2010; CORRÊA, 2008; MENEGAT, 2014).
Resumo de FEG – método de aplicação
Punturado, sendo 1 a 2 ml por kg.
Velocidade 100 a 180 ml CO2/min. 
Distância dos pontos: 3 a 5 cm.
É necessário serem realizadas no mínimo 12 sessões, com intervalos de 24 horas 
nas 3 primeiras e nas demais com intervalo de 72 horas.
Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes 
artigos:
 » LEE, G. Carbon Dioxide Therapy in the Treatment of Cellulite: An Audit 
of Clinical. Practice Aesth Plast Surg, no 34, 2010.
 » Campos V, Bloch L, Cordeiro T (2007) Carboxytherapy for gynoid 
lipodystrophy treatment: the Brazilian experience. J Am Acad 
Dermatol 56:AB196.
Atrofia linear cutânea
A atrofia linear cutânea, comumente chamada de estrias, são distúrbios estéticos de 
grande relevância social em razão de seu efeito no corpo e seu impacto no psicológico do 
indivíduo. Seu aparecimento geralmente se dá em adultos, mas pode ocorrer também 
em jovens, dependendo de fatores biológicos e mecânicos. São mais frequentes no sexo 
feminino e surgem especialmente nos glúteos, mamas, abdome, flancos, dorso e coxa 
(SILVA; TAKEMURA; SCHWARTZ, 2009).
Trata-se de uma distensão exagerada da pele, causada especialmente por ganho 
exagerado de peso, alterações hormonais tanto na puberdade quanto na idade madura, 
exercícios físicos abusivos e gravidez. Porém, fatores genéticos, uso de corticoides e 
déficit proteico podem desencadear aparecimento de estrias (SILVA; TAKEMURA; 
SCHWARTZ, 2009).
32
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
São cicatrizes internas causadas pelo rompimento ou diminuição da conexão entre as 
fibras dérmicas, tais como colágeno e elastina. Apresentam-se na maioria dos casos 
paralelas entre si, atingindo variados comprimentos e larguras que vão de poucos 
milímetros até cerca de um centímetro. Inicialmente, possuem coloração vermelho 
escura, devido ao aumento da vascularização causado pelo processo inflamatório. 
Depois evoluem para uma tonalidade nacarada e, em pessoas de pele morena, podem 
apresentar uma coloração mais escura. Sua evolução pode variar de um até dois anos 
(BRANDI, 2004).
Podem aparecer em ambos os sexos, no entanto são predominantes nas mulheres. 
Nas meninas podem aparecer entre 12 a 14 anos e nos meninos, entre 13 e 15 anos. 
Localizam-se frequentemente nos glúteos, seios, abdômen, coxas, região lombossacra, 
e são menos comuns, mas podem surgir na fossa poplítea, região ilíaca, tórax, antebraço 
e porção anterior do cotovelo (RESCH; JUST, 2004).
A infusão controlada de CO2 tem sido aplicada no tratamento de estrias, alcançando 
grande sucesso como tratamento primário ou complementar, causando efeitos 
hemodinâmicos, fibrogênicos e vasculares, recuperando assim as aparências da atrofia 
linear cutânea (SILVA; TAKEMURA; SCHWARTZ, 2009). A aplicação controlada de 
CO2 apresenta metodologia própria em estrias. As aplicações devem ser realizadas 
superficialmente, com a agulha posicionada paralelamente à pele. O volume de CO2 
por aplicação é mínimo e determinado pelo leito da estria (MENEGAT, 2014; BRANDI, 
2004).
Os efeitos hemodinâmicos, vasculares e fibrogênicos, que se instalam nos tecidos após 
a aplicação do gás, são os fatores indutores para recuperação da aparência das estrias. 
A ação conjunta desses fatores estimula o processo de transdução de sinais das fibras 
conjuntivas na matriz extracelular, remodelando o leito da estria. A vasodilatação, 
a formação de novos vasos sanguíneos e o aumento de fibras colágeno e elástica, 
promovidas pela neofibrogênese na matriz extracelular, reduzem o comprimento, a 
largura e a depressão que caracterizam a atrofia tecidual das estrias. A fibrogênese é 
estimulada pelo fator de crescimento do fibroblasto básico e pelo fator de crescimento 
transformador, sintetizados no local após a infusão do CO2 (SILVA; TAKEMURA; 
SCHWARTZ, 2009).
Para eficácia no tratamento, é importante que ele seja feito em pelomenos três ciclos 
de dez sessões aplicadas num intervalo de 72 horas, sendo que o segundo ciclo deve ser 
cerca de 30 dias após o primeiro e o terceiro 6 meses após o segundo (BRANDI, 2004).
A aplicação do gás deve ser bem superficial, apenas com a ponta da agulha. O efeito 
inicial é a hiperemia, causada pelo aumento da vasodilatação. O número de puncturas 
33
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
é sempre elevado e determinado pela extensão do descolamento promovido pelo CO2, o 
que interfere também na distância entre uma aplicação e outra, pois o procedimento é 
determinado pela resistência que as fibras oferecem à difusão do gás (BRANDI, 2004).
Resumo de estrias – método de aplicação
Contínuo.
Figura 11.
Velocidade 100 a 180 ml CO2/min. 
Preenchimento da estria toda.
É necessário serem realizadas no mínimo 10 sessões, com intervalos de 72 horas 
ou uma vez por semana.
Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes 
artigos:
 » DOMINGUES, A. C. S.; MACÊDO, C. S. A. C. Efeito microscópico do dióxido 
de carbono na atrofia linear cutânea. Trabalho de conclusão de curso 
(Fisioterapia). 131p Universidade da Amazônia. Belém/Pará: 2006.
 » MARSILI, C. Carboxiterapia. São Paulo: Sociedade Brasileira de Cirurgia 
e Medicina Plástica Estética, 2007.
 » ALTCHEK, D.; SODRÉ, C.; AZULAY, D. Dermatologia. 4o ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
Rugas, linhas de expressão e flacidez
O envelhecimento celular é inevitável e acontece com todos os seres humanos, mais 
cedo ou mais tarde; pode ser retardado, mas nunca paralisado. Pode ser acelerado sob 
a influência do meio ambiente. Num mesmo indivíduo, a pele pode estar preservada 
normalmente em áreas cobertas pela roupa, e mais envelhecida em áreas expostas à 
ação acumulativa das radiações solares (CARVALHO; VIANA; ERAZO, 2005).
34
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
O processo de envelhecimento ocorre em todas as camadas da pele. Vamos ver, 
fisiologicamente, o que acontece em cada camada nesse processo (GUIRRO; GUIRRO, 
2002).
 » Epiderme: a epiderme se adelgaça em razão ao aplainamento dos cones 
interpapilares e da diminuição do número e volume das células.
 » Derme: na derme ocorre a atrofia por destruição das fibras colágenas 
e fibras elásticas, dando à pele um aspecto característico, chamado de 
elastose solar. Ocorre frequentemente em regiões expostas às radiações 
dos raios ultravioletas do sol.
 » Tecido adiposo: a alteração da epiderme e da derme caracteriza-se pelo 
afinamento da pele cuja cor adquire tonalidade ligeiramente amarelada, 
aparecimento de pregas, rugas, telengectasias (pequenos vasos) e 
manchas escuras (melanose solar).
Envelhecer é natural, e para ser um processo sem traumas alguns cuidados são 
necessários. Ao mesmo tempo em que cresce a expectativa de vida, valoriza-se cada vez 
mais a jovialidade. O envelhecimento é caracterizado pelo desgaste dos vários setores do 
organismo, gerando alterações no seu funcionamento (CARVALHO; VIANA; ERAZO, 
2005).
Há diferenças marcantes entre o envelhecimento intrínseco e o fotoenvelhecimento que 
são coerentes com as alterações bioquímicas e moleculares. No envelhecimento pela 
idade, a textura da pele é lisa, homogênea e suave, com atrofia da epiderme e derme, 
menor número de manchas e discreta formação de rugas. No fotoenvelhecimento a 
superfície da cútis é áspera, nodular, espessada, com inúmeras manchas e rugas 
profundas e demarcadas.
Histologicamente, a atrofia e a retificação da epiderme no envelhecimento cronológico 
contrastam com a acantose da pele actínica. (CARVALHO; VIANA; ERAZO, 2005). 
Veja o esquema abaixo que resume o envelhecer.
Figura12. Esquema que resume como envelhecemos.
35
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
As rugas se dividem em:
 » Primárias: é uma depressão linear que interrompe a uniformidade da 
superfície cutânea por diminuição da camada hipodérmica ou por atrofia 
dérmica.
 » Secundárias: são continuações das rugas da primeira fase. A troca 
de fase é variável no tempo e depende de cada indivíduo, acentuando a 
profundidade inicial.
 » Terciárias: a aparição tardia ocorre por ptose cutânea (queda ou 
deslocamento). É observável em uma pele que perdeu sua elasticidade 
e tonicidade pelo peso do tecido, ou seja, por flacidez, levando ao 
deslocamento em queda da pele da face.
Tipos de Envelhecimento
 » Envelhecimento verdadeiro intrínseco: esperado (previsível 
inevitável e progressivo). Pode ser retardado, mas nunca parado.
 » Envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento: por 
exposição continuada e abusiva aos raios solares. A pele apresenta, 
precocemente, alterações comuns à pele senil.
36
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
Agora, falando dos tipos de rugas, temos dois descritos a seguir:
Figura 13.
Rugas de expressão: é a acentuação permanente das pregas normais 
da face. Exemplos: pés-de-galinha (pequenas rugas do ângulo externo do 
olho); pequenas rugas peribucais (em torno da boca).
Figura 14.
Sulcos: os sulcos são secundários ao afrouxamento cutâneo muscular 
por alteração da derme-hipoderme e ação da gravidade. Exemplos: queixo 
duplo, sulcos nasogenianos – queda do tecido gorduroso contribui para 
acentuação dos sulcos (do nariz aos lábios).
Flacidez
A flacidez é a falta de tonicidade da pele ou músculo. Ela se refere ao estado mobilizado, 
frouxo ou lânguido do tecido. Pode ser muscular ou cutânea, sendo a sua causa 
multifatorial, o que inclui fatores genéticos, ambientais e de maus hábitos, como o 
sedentarismo. Não há um fator único e específico que cause flacidez.
Na flacidez tissular percebe-se que a maior incidência de casos é na mulher, em 
consequência de fatores hormonais e da gestação. Porém, outros fatores, como o excesso 
de sol (fotoenvelhecimento), sedentarismo, alimentação inadequada e efeito sanfona, 
contribuem para o envelhecimento fisiológico, que tem seu início por volta dos 30 anos. 
Os idosos também repõem menor quantidade de colágeno e elastina, que são as fibras 
mais importantes da tonicidade da pele. Cirurgias que promovem perda de peso rápida 
também favorecem à flacidez.
37
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
Diferença entre flacidez de pele e flacidez de 
músculos
A flacidez tecidual ou tissular acontece quando a pele fica flácida, frouxa; já a muscular, 
quando os músculos se encontram de uma maneira “mole”, não tonificada. A pele 
geralmente está sobreposta ao músculo e acompanha a sua tonicidade. Se o músculo 
está flácido, a pele também parece flácida, porém se a pele está flácida e o músculo 
tonificado, então a aparência não é tão evidente. A pele tem um tecido e o músculo tem 
outro. O músculo espessa ou “cresce” conforme os exercícios, já a pele não (GUIRRO; 
GUIRRO, 2002).
Para um tratamento adequado, é necessária uma avaliação rigorosa com uma boa 
diferenciação dos dois tipos de flacidez (GUIRRO; GUIRRO, 2002). Veremos a seguir 
quais procedimentos devem ser adotados.
 » Flacidez dérmica: com os dedos polegar e indicador em forma de 
pinça, aperte e estique a pele. Se quando soltar a pele voltar ao normal e 
ficar esticada, não há flacidez dérmica. Mas se demorar a normalizar, a 
flacidez está presente.
 » Flacidez muscular: contraia a musculatura da área. Se o músculo 
apresentar mobilidade e contornos não definidos, isso é sinal de flacidez. 
Para tratamento das rugas, a aplicação deve ser superficial, usando apenas a ponta da 
agulha com bisel voltado para a superfície, evitando que haja infusão de gás nos tecidos 
mais profundos e também no músculo orbicular. O volume aplicado por punctura não 
está relacionado com o peso do indivíduo mas sim com a distensão tecidual provocada 
pela infusão do CO2. Os ciclos podem ser realizados em cincoou dez sessões, dependendo 
da resposta do tecido ao tratamento (ABRAMO, 2010; MENEGAT, 2014). 
Novos estudos demonstraram que essa quantidade de fluxo pode ser menor, cerca de 
60 a 150 ml/min, dependendo da pessoa, e que são necessárias no mínimo 12 sessões.
38
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
Figura 15. Pontos básicos para aplicação facial.
Fonte: MENEGAT, 2014.
Os efeitos hemodinâmicos, vasculares e fibrogênicos, que se instalam nos tecidos após 
a aplicação do gás, são os fatores indutores para a recuperação da pele. A ação conjunta 
desses fatores estimula o processo de transdução de sinais das fibras conjuntivas na 
matriz extracelular, remodelando a região. A vasodilatação, a formação de novos vasos 
sanguíneos e o aumento de fibras, colágeno e elástica, promovidas pela neofibrogênese na 
matriz extracelular, reduzem o comprimento, a largura e a depressão que caracterizam 
a atrofia tecidual das rugas. A fibrogênese é estimulada pelo fator de crescimento do 
fibroblasto básico e pelo fator de crescimento transformador, sintetizados no local após 
a infusão do CO2 (ABRAMO, 2010).
Dessa forma, a carboxiterapia no tratamento facial proporciona maior velocidade de 
troca (aumento do fluxo sanguíneo) e melhora da oxigenação tecidual.
Resumo de rugas, linhas de expressão e flacidez – método de aplicação.
Contínuo.
Velocidade 80 a 100 ml CO2/min. 
Realizando sempre a favor da musculatura da região com distância de 2 a 3 cm 
de ponto para ponto.
É necessário serem realizadas no mínimo 10 sessões, com intervalos de 72 horas 
ou uma vez por semana. Em fumantes não fica tão bom o tratamento.
39
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
Olheira
As olheiras são caracterizadas pelo escurecimento causado pela hiperpigmentação 
periorbital nas pálpebras. Os motivos dessa hiperpigmentação podem ser genéticos, 
excesso de adiposidades localizadas na região dos olhos, cansaço, estresse, sono, 
tabagismo, falta de vitamina K. Geralmente, pessoas de pele fina também estão 
suscetíveis (ABRAMO, 2010).
A carboinsuflação é um procedimento de caráter minimamente invasivo que ajuda a 
corrigir essa hiperpigmentação. A velocidade de fluxo nas aplicações varia de acordo 
com a distensão tecidual. São necessários no mínimo dois ciclos com intervalos entre si 
de 120 dias, sendo que cada ciclo é composto por dez sessões (ABRAMO, 2010). Indica-
se um fluxo de 80 a 100 ml/min com aplicações contínuas na camada epidérmica de 10 
a 20 sessões. 
Figura 16. Pontos básicos para olheiras.
Fonte: MENEGAT, 2014.
Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes 
artigos:
 » EGRAND, J.; BARTOLETTI, C.; PINTO, R. Manual Práctico de Medicina 
Estética. Buenos Aires: Camaronês, 2009.
 » CARVALHO, A. C. O.; VIANA, P. C.; ERAZO, P. Carboxiterapia – Nova 
proposta para rejuvenescimento cutâneo. São Paulo, 2005.
Alopecia
O couro cabeludo é uma pele com abundância de pelos, ricamente vascularizado, que 
reveste o crânio humano. O crescimento do cabelo ocorre dentro do folículo piloso, 
40
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
possuindo uma raiz e uma haste dentro de cada folículo, recobertos por melanina. Vale 
lembrar que a haste não possui células vivas, essas estão presentes apenas na raiz, que 
penetra aproximadamente de 2 a 4 ml na superfície da pele (ABRAMO, 2010).
O crescimento dos fios não acontece gradualmente, mas em períodos cíclicos, 
apresentando-se em fase ativa, quando há intenso crescimento, fase de repouso e fase 
de queda. As alterações que interferem nesse segmento de fases é a seborreia (caspa), 
prurido e queda dos fios. A dermatite seborreica é causada pelo excesso de oleosidade 
ocasionada pela produção das glândulas sebáceas, e causam descamação no couro 
cabeludo. O prurido também pode ser causado pela oleosidade e intensificado em 
situações de estresse (ABRAMO, 2010).
Porém, a calvície ou queda permanente do cabelo está relacionada com o 
comprometimento do folículo piloso, podendo ser considerada a mais grave alteração do 
couro cabeludo. O tabagismo, alterações hormonais, estresse, problemas nutricionais 
e quimioterapia podem influenciar esse comprometimento. A causa mais grave é 
a alopecia androgenética, que destrói o bulbo capilar e o substitui por fibrose. Nas 
mulheres a alopecia geralmente compromete todo o couro cabeludo e, por outro lado, 
nos homens é mais comum o comprometimento central (SOUZA; GARCEZ, 2005).
A infusão controlada de CO2 tem se destacado como importante terapia na Medicina 
Estética, uma vez que proporciona importante vasodilatação local e melhora do fluxo 
sanguíneo, melhorando a perfusão no local onde há queda. A hipercapenia resultante 
da administração do gás promove a vasodilatação e o consequente aumento do fluxo 
sanguíneo cutâneo, estimulando a celularidade e melhoria da fisiologia local. O CO2 
auxilia na nutrição do couro cabeludo estimulando o folículo piloso, o resultado é o 
crescimento de um fio mais firme e grosso.
Resumo de Alopecia – método de aplicação.
Contínuo.
Velocidade 80 a 100 ml CO2/min. 
São necessárias no mínimo dez sessões, sendo realizadas duas vezes por semana 
e manutenção de três em três meses duas sessões. 
41
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
Microvasos
Os chamados microvasos são um incômodo que notamos aparecer mais precocemente 
nas novas gerações. Pessoas cada vez mais jovens têm apresentado essas dilatações 
vasculares da pele, que representam uma dificuldade de retorno do sangue ao coração.
Microvarizes, ou telangiectasias, são varizes intradérmicas, superficiais e, por esse 
motivo, adquirem uma coloração mais avermelhada ou arroxeada.
Podem ter várias causas, como a diminuição da velocidade de circulação sanguínea, 
dificuldade de fechamento correto das pequenas válvulas venosas e gestação, entre 
outras (SONMEZ, 2009).
Em um estudo recente, acredita-se que no Brasil há mais de 20 milhões de pessoas com 
esse problema. Dentre essas pessoas, as mulheres são mais atingidas que os homens. 
Isso ocorre devido à progesterona que é um hormônio feminino que colabora para a 
dilatação da veia.
Outros fatores hormonais, como a gestação, menstruação e menopausa parecem ter 
relação com a maior facilidade de dilatação das veias. Segundo a Sociedade Brasileira 
de Cirurgia Vascular, alguns pesquisadores relataram que as terapias de reposição 
hormonal e anticoncepcionais aumentam o risco de varizes. Normalmente esses 
problemas aparecem por volta dos 30 anos de idade (SOUZA; GARCEZ, 2005).
As artérias levam o sangue do coração para as extremidades, e as veias têm a função de 
levar o sangue de volta ao coração, impulsionado, principalmente, pela bomba muscular 
das panturrilhas. Dentro das veias existem pequenas válvulas que impedem o retorno 
venoso para as extremidades. Quando as válvulas não se fecham adequadamente, 
acontece esse retorno, que se denomina refluxo. Quando acontece o refluxo, aumenta a 
quantidade de sangue dentro das veias, o que faz com que elas se dilatem. 
A melhor forma de combatê-las é a prevenção, como evitar a permanência de ficar 
em pé sem mover-se por um longo tempo, manter as pernas mais elevadas e pouco 
dobradas, praticar exercícios regulares e, em casos selecionados, usar meia elástica 
(SOUZA; GARCEZ, 2005).
A distensão tecidual produzida pelo gás, logo após a infusão, exerce forte pressão contra 
a parede externa da vênula, promovendo seu colapso; conforme a pressão do gás vai 
diminuindo, o fluxo sanguíneo é aumentado (BORGES; SCORZA, 2008). 
42
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
Resumindo, a resposta em microvasos se desenvolve em duas etapas: a primeira de 
oclusão do vaso e a segunda de sua dilatação, com o aumento do fluxo sanguíneo em 
seu interior.
Resumo de Microvasos – métodode aplicação.
Contínuo.
Velocidade 80 a 150 ml CO2/min. 
São necessárias no mínimo dez sessões, sendo realizado uma vez por semana. 
Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes 
artigos:
CORASA, J. et al. Uso da carboxiterapia no tratamento de distúrbios vasculares: 
resultados preliminares. Revista de Angiologia e Cirurgia Vascular. no 5, 2006.
Ferida aberta e cicatrizes
No ramo da cirurgia plástica, a carboxiterapia tem sido empregada para correção 
de irregularidades pós-lipoaspiração, ou mesmo no pré-operatório para melhorar a 
vascularização de retalhos cirúrgicos (ABRAMO, 2010; MARSILI, 2006; MENEGAT, 
2014).
No estudo realizado por Brandi, em 2004, foi verificada uma melhora estatisticamente 
significativa no que diz respeito à elasticidade da pele e às irregularidades cutâneas pós-
lipoaspiração. Com isso, podemos esperar efeitos positivos da terapia com CO2 sobre 
a adiposidade localizada e a elasticidade cutânea da pele em pacientes que realizaram 
lipoaspiração.
O descolamento da pele provocado pelo gás leva à perda da integridade tecidual 
e à exposição do colágeno, com consequente ativação do processo de cicatrização 
(ABRAMO, 2010; MENEGAT, 2014).
A carboxiterapia também pode ser indicada para o tratamento de cicatrizes aderentes 
após o transcurso do processo cicatricial (MARSILI, 2006). Isso se justifica pela ação 
mecânica do gás ao promover um “descolamento” das estruturas aderidas durante o 
processo de reparo tecidual, proporcionando efeitos benéficos à aderência cicatricial 
(ABRAMO, 2010; SILVA, TAKEMURA; SCHWARTZ, 2009).
43
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I
Durante um período de quatro anos, Wollina (2004) tratou de 86 pacientes com feridas 
crônicas (úlcera venosa crônica, úlceras neuropáticas, escaras, úlceras reumáticas) com 
aplicação transdérmica de CO2. Os achados apontam para uma mudança positiva na 
microcirculação e subsequente melhoria no tecido de granulação (quer cicatrização 
completa ou significativa diminuição da inflamação, dor e odor). 
O CO2, ao ser injetado na pele, estimula um processo de oxigenação tecidual imediata 
e tardia, com formação de novos vasos sanguíneos e linfáticos. Por isso é amplamente 
utilizado no tratamento de doenças vasculares, úlceras venosas e diabéticas, 
auxiliando na cicatrização de feridas. Apresenta ótimos resultados no tratamento das 
teleangiectasias, pois age na recuperação do endotélio (BORGES; SCORZA, 2008).
O tecido cicatrizado formado possui as mesmas características da pele normal, 
auxiliando na recuperação de cicatrizes pós-cirúrgicas, sequelas de queimaduras, cortes 
e cicatrizes inestéticas (BORGES; SCORZA, 2008).
Resumo de Cicatrizes e Feridas – método de aplicação.
Feridas abertas: Cinco sessões em 24 horas e após isso a cada 72 horas até fechar 
a ferida. Introduzir a agulha na borda da ferida voltada para o centro da lesão, 
aplicar forma punturação 1 mlCO2/kg peso ponderal do paciente em velocidade 
de 60 a 80 mlCO2/min.
Em fibroses de pós-lipoaspiração a agulha deve ser introduzida completamente. 
Serão 5 sessões realizadas a cada 24 horas com volume de 1,5 ml CO2/kg do peso 
ponderal, por punturação e velocidade alta de 150 ml/min.
Figura 17. Pontos ferida aberta e cicatriz.
Fonte: MENEGAT, 2015.
44
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2
Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes 
artigos:
 » SONMEZ, A.; YAMAN, M.; YALÇN, O.; ERSOY, B.; SERIN, M.; SAY, A. Carbon 
dioxide therapy increases capillary formation on random pedicled skin 
flaps in the rat. J Plast. vol 62:236-237, 2009.
 » TORIYAMA, T.; KUMADA, Y.; MATSUBARA, T.; MURATA, A.; OGINO, 
A.; HAYASHI, H.; NAKASHIMA, H.; TAKAHASHI, H.; MATSUO, H.; 
KAWAHARA, H. Efeito do dióxido de carbono em pacientes portadores 
de arteriopatia periférica com isquemia crítica. Int Angiol. 2002.
 » WOLLINA, U.; HEINIG, B.; UHLEMANN, C. Transdermal CO2 Application 
in Chronic Wounds. The Int. J. Of Low. vol. 3(2):103–106, 2004.
45
UNIDADE IICRIOLIPÓLISE
CAPÍTULO 1
Introdução
Nos tempos atuais, ter um corpo bem definido é o desejo de quase todas as mulheres; 
os padrões de beleza impostos pela mídia e a sociedade acabam mobilizando o 
indivíduo em sua percepção de si e, concomitantemente, na sua autoestima (FERRAZ; 
SERRALTA, 2007). E na busca de um padrão estético social, é cada vez maior o número 
de mulheres que recorrem a diversas terapias, com intuito de minimizar as disfunções 
estéticas (ROCHA, 2013).
Ao longo da vida, algumas áreas apresentam nítidas alterações morfológicas com efeito 
antiestético, as mais acometidas são as regiões do abdômen e flancos, essa gordura 
localizada se dá por uma hipertrofia das células adiposas uniloculares, que levam as 
pessoas de ambos os sexos, principalmente o feminino, a procurarem recursos para 
eliminá-las (ALBUQUERQUE, MACEDO).
A síndrome da desarmonia corporal (SDC) é denominada como o conjunto de alterações 
estéticas, como a fibro edema geloide (FEG), adiposidade localizada, aumento de 
gordura corporal total e flacidez muscular. Essas alterações estéticas causam grande 
impacto na imagem corporal, que são fortemente influenciadas pela mídia; como estão 
quase sempre associadas, os tratamentos estéticos devem considerá-las conjuntamente, 
a fim de promover ou manter a harmonia corporal. Esse conjunto de quesitos favorece 
o desenvolvimento de novas tecnologias que objetivam a remodelação corporal, 
principalmente, tendo em vista, que as dietas associadas à atividade física muitas vezes 
não são capazes de remover a gordura localizada de determinadas regiões (FERRAZ; 
SERRALTA, 2007).
O procedimento de lipoaspiração está associado a grandes índices de significativas 
complicações de morbidade e mortalidade, podendo ocorrer tanto no processo 
46
UNIDADE II │CRIOLIPÓLISE
operatório quanto no pós-operatório, e vão desde as complicações clássicas até o 
surgimento de outras imperfeições estéticas (ROCHA, 2013).
Tendo em vista os riscos e a forma invasiva da lipoaspiração, despertou-se uma 
continua busca por tecnologias não invasivas de modelação corporal, com o mínimo 
de efeitos colaterais para facilitar o indivíduo a sair do procedimento e retornar à vida 
normalmente, sem restrições (AVRAM; HARRY, 2009). 
Em decorrência das inovações tecnológicas associadas aos riscos inerentes a esse 
procedimento, o número de cirurgias de lipoaspiração tende a diminuir com a introdução 
de recursos não invasivos e com o mínimo de efeitos colaterais, possibilitando ao 
indivíduo sair do procedimento e retomar a vida normalmente, sem restrições. Dentre 
as tecnologias não invasivas, cita-se a criolipólise, a radiofrequência e ultrassom 
cavitacional. Alguns fabricantes conseguiram reunir diferentes modalidades de 
tecnologias, como criolipólise, radiofrequência e ultrassom cavitacional numa mesma 
plataforma.
Diversas técnicas não invasivas, como ultrassom, radiofrequência, laser, luz 
infravermelha, dentre outros, vêm sendo aplicadas. (AVRAM; HARRY, 2009). 
A mais nova técnica não invasiva é a criolipólise, que foi elaborada para reduzir 
significativamente a espessura da camada de gordura, sem danos para a pele ou outros 
tecidos circundantes (KLEIN; ZELICKSON; RIOPELLE et al. 2009). 
A técnica está no mercado há pouco tempo (em 2011, quando chegou ao Brasil) e já é 
um sucesso absoluto em centros estéticos. No entanto, desde a década de 1970, alguns 
estudos já eram feitos para transformar o tratamento no que ele é hoje.
O que é criolipólise?
A criolipólise é um método de congelamento feito para destruir a gordura localizada. 
Isso porque os adipócitos são extremamente sensíveis ao frio, por isso o congelamento 
intenso e localizado causa sua destruição.
A técnica foi descoberta na última décadapelos médicos Rox Anderson e Dieter 
Manstein, pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A palavra 
Cryo derivada do grego Kryos, que significa gelo, frio, constitui, na atualidade, uma das 
mais modernas técnicas de redução de medida corporal (COLEMAN et al., 2009).
A criolipólise designa o uso de crioterapia (frio) em temperaturas abaixo de -1°C; trata-se 
de um recurso seguro, aprovado pela Health Canadá e Food and Drug Administration 
(FDA) e tem sido apresentada como um novo método de redução da camada de gordura 
47
CRIOLIPÓLISE│ UNIDADE II
de maneira não invasiva. Os primeiros estudos, que objetivavam comprovar a eficácia 
da técnica para a redução da espessura da camada de gordura, deram-se em um modelo 
suíno de Yucatán (ROCHA, 2013). A exposição desses animais ao frio demonstrou que 
a criolipólise pode promover uma redução de 30% a 50% na espessura da camada de 
gordura deles; já em humanos os estudos têm apontado uma redução de 20-26% da 
camada de gordura no local exposto ao frio 4-6 meses após o tratamento (KENNETH et 
al., 2009). Tanto em humanos quanto em animais, o tratamento com a criolipólise não 
causou nenhum tipo de dano permanente à pele ou a outras estruturas, sem alterações 
no perfil lipídico, incluindo colesterol total, lipoproteína de baixa e de alta densidade, 
colesterol e triglicérides (COLEMAN et al., 2009).
O sistema de congelamento a vácuo assistido age no tecido adiposo promovendo a 
lipólise e consequente redução de medidas (JEWELL; SOLISH; DESILETS, 2011; 
ZELICKSON et al., 2009). A criotermolipólise é a mais nova técnica não invasiva de 
remodelação corporal e eliminação da gordura localizada e, consequentemente, da 
fibro edema geloide (FEG) (JEWELL; SOLISH; DESILETS, 2011; ZELICKSON et al., 
2009). Trata-se, portanto, de um método revolucionário, que consiste no resfriamento 
do tecido induzindo o organismo a um efeito em cascata.
 A exposição do corpo a baixas temperaturas faz com que o organismo acelere o 
metabolismo a fim de quebrar a gordura localizada no intuito de elevar a temperatura 
corporal, gerando uma secundária produção de energia; levando assim ao aumento 
da vasodilatação e aporte nutricional ao tecido, ocasionando a remoção de toxinas e o 
excesso de água (ROCHA, 2013). 
Figura 18.
48
UNIDADE II │CRIOLIPÓLISE
A redução da camada de gordura acontece de maneira gradual ao longo do tempo, 
onde os adipócitos são removidos por meio de um processo inflamatório, que gera um 
processo de compensação e atinge o pico de 2-3 meses após a exposição ao frio (KLEIN; 
ZELICKSON; RIOPELLE et al. 2009).
49
CAPITULO 2
Mecanismo de ação
A exposição ao frio aumenta a necessidade de produção de calor pelo corpo a fim 
de promover a homeotermia por meio da liberação de hormônios pelo hipotálamo, 
que induzem a utilização dos ácidos graxos livres como substratos energéticos nas 
mitocôndrias, promovendo um dispêndio de energia, ou seja, o aumento das taxas 
metabólicas (ROCHA, 2013).
Os adipócitos são afetados seletivamente pelo frio, podendo ocorrer um processo 
inflamatório no local da aplicação. Há, portanto, lesão apenas nas células de gordura, 
mantendo-se íntegras as outras estruturas ao redor do adipócito. Essas células 
lesionadas pelo frio iniciam, entre 24 e 72 horas após a exposição, uma resposta 
inflamatória controlada. Depois de danificadas, as células afetadas são excretadas 
através do metabolismo (COLEMAN et al., 2009).
Figura 19. Esquema de homeotermia resumido.
Fonte: MENEGAT, 2015.
Estudos histológicos comprovam que, após a exposição ao frio, ocorre apoptose dos 
adipócitos com posterior fagocitação deles pelos macrófagos. O processo inflamatório 
estimulado por apoptose dos adipócitos inicia dentro de 3 dias após o tratamento com 
pico em torno de 14 a 30 dias. Após esse período e até o 30o dia, o processo inflamatório 
50
UNIDADE II │CRIOLIPÓLISE
reduz consideravelmente e a atividade dos macrófagos é intensificada, por conseguinte, 
os resultados clínicos começam a ficar mais evidentes. Em aproximadamente 60 dias 
após a conclusão da sessão, diminui-se o volume das células com espessamento de 
septos interlobulares (COLEMAN et al., 2009).
Lesão apoptose
O termo apoptose (do grego apó = separação, ptôsis = queda) foi adotado pela 
primeira vez na década de 1970, designa forma fisiológica de morte celular e ocorre 
segundo programa genético que desencadeia um processo de autodigestão controlada, 
seguida da remoção de células lesadas, senescentes ou imprestáveis, sem alteração do 
microambiente celular (ROCHA, 2013).
A apoptose ocorre como parte de um processo normal, muitas vezes é um benefício para 
o organismo, tendo em vista que atua como um mecanismo de defesa. A célula recebe 
um sinal para se autodestruir, reduz seu tamanho, quebra a cromatina em pedaços e se 
torna facilmente fagocitada (COLEMAN et al., 2009). Milhões e milhões de células do 
nosso organismo morrem a todo o momento. Isso acontece porque na maioria das vezes 
tais células precisam praticar o suicídio para a sobrevivência do próprio organismo. 
A apoptose das células gordurosas (adipócitos) é iniciada quando essas células são 
resfriadas a temperaturas de 0°C, entretanto a destruição dos adipócitos não afeta 
de forma significativa os níveis séricos de lipídeos ou testes de função hepática. Isso 
pode ser constatado por meio de avaliações trimestrais, que se mantiveram dentro dos 
padrões de normalidade (FERRARO et al., 2012).
51
CRIOLIPÓLISE│ UNIDADE II
Figura 20. Esquema de lesão apoptose.
Fonte: MENEGAT, 2015.
O início da resposta inflamatória a partir de marcadores histológicos ainda é discutida, 
acredita-se que acontece após 24 horas de submissão do paciente ao procedimento; 
para alguns autores, porém, a grande maioria considera seu início dentro de 3 dias, com 
picos em torno de 14 dias, e fagocitose de até 30 dias. Os restos do processo inflamatório, 
bem como os lipídeos, são seguramente metabolizados no prazo de 90 dias (FERRARO 
et al., 2012).
52
UNIDADE II │CRIOLIPÓLISE
Figura 21. Lesão apoptose.
Fonte: MANSTEIN et al., 2008.
Quanto às complicações pós procedimentos, encontram-se descritas na literatura: 
alterações transitórias na função sensorial, porém sem lesões a longo prazo nas fibras 
nervosas sensoriais, eritema, o qual ocorreu imediatamente após a aplicação e que 
pode desaparecer 30 minutos após o término da sessão, bem como pequenas alterações 
nos níveis de lipídeos ao longo do tempo, entretanto dentro dos limites considerados 
normais (FERRARO et al., 2012).
Figura 22. Pós procedimento. A) Alterações transitórias na função sensorial B) Eritema, o qual ocorreu 
imediatamente após a aplicação e que pode desaparecer 30 minutos após o término da sessão
 Fonte: MENEGAT, 2015.
53
CAPÍTULO 3
Prós e contras 
Prós: são vários os benefícios, a começar por ser um tratamento que não causa dor, 
não é necessário anestesia, cortes ou agulhas, é prático e a mulher se sente bem antes e 
depois do tratamento (COLEMAN et al., 2009).
Pode melhorar o aspecto de flacidez das celulites, pois elas, de certo modo, fazem 
as mulheres se sentirem bem; com a retirada das gorduras localizadas, as celulites 
desaparecem aos poucos, na verdade elas ficam menos visíveis (COLEMAN et al, 2009).
Contras: anti-inflamatórios não poderão ser administrados no pós-criolipólise. É 
obrigatória a utilização de cinta de pós-operatório o mais apertado possível, isso é 
primordial para a drenagem, não é indicada ingestão de carboidratos brancos, gorduras, 
refrigerantes, açúcares nos primeiros cinco dias e, se não for usada uma manta de 
proteção adequada ou a máquina for programada de forma errada poderão ocorrer 
queimaduras (COLEMAN et al., 2009).
Criolipólise na prática