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DEPENDÊNCIA QUÍMICA O uso instrumental de substancias psicoativas é um fator distintivo dos humanos Finalidades – êxtase religioso, efeito terapêutico, melhora da performance e da resistência física e psíquica, incremento da percepção da realidade e das atividades psíquicas, obtenção de prazer Padrões individuais de consumo – linha continua que vai do uso sem problemas, passa pelo uso com problema e vai até o uso com complicações graves Aspectos sociais, familiares, genéticos e pessoais Proporção dos que experimentam e tornam-se dependentes: cocaína 1/6; maconha 1/11 Fatores de risco – hereditariedade, psicopatologia, pressão de grupo, situação familiar, falta de informação As drogas licitas são as mais consumidas Entre as ilícitas – cannabis, cocaína e opioides Licitude não corresponde necessariamente a baixo potencial de dano – álcool é a droga que mais afeta indiretamente não usuários SISTEMAS ENVOLVIDOS Sistema de recompensa – vias mesolimbicas mediadas pela dopamina + mecanismo de neuroplasticidade – responsáveis pela passagem do uso instrumental para o uso compulsivo Circuitos de estresse – modulados pelo sistema hipotálamo-hipofise-suprarrenal – ativado na ausência da substancia desenvolvimento de sintomas de abstinência, recaídas e estados aversivos e ansiosos CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS EFEITOS Estimulantes da atividade mental – anfetamina, cocaína e cafeína Depressoras da atividade mental – álcool, barbitúricos, benzodiazepínicos e opioides Perturbadoras da atividade mental – maconha, LSD e mescalina João Luis Realce FISIOLOGIA DO S.R Tudo que proporciona prazer, leva a ativação do S.R – formado por circuitos neuronais (ações reforçadas – positiva ou negativamente) Estimulo prazeroso – liberação de dopamina Balança fisiológica entre razão e emoção Principais Nt do SNC GABA – principal inibitório do SNC, hiperpolarização das células GLUTAMATO – principal excitatório do SN, relacionado também aos estímulos de memória, despolarização da célula DOPAMINA – da família das catecolaminas, tem importante papel na área de recompensa, estando intrinsecamente relacionada ao prazer, e tem ação excitatória Sistema mesolimbico – área tegmentar ventral (corpos neuronais dopaminérgicos, responsável pelas projeções desses neurônios para as demais estruturas do S.R) + núcleo accumbens – responsável pelo aprendizado e motivação, assim como a valorização de cada estimulo, junto com amigdalas e hipocampo) Sistema mesocortical – área tegmentar ventral; córtex pré-frontal (funções cognitivas superiores e pelo controle do sequenciamento de ações) + giro do cíngulo (acima do corpo caloso, funções de atenção, memoria, regulação da atividade cognitiva e emocional + córtex orbitofrontal (controle do impulso e da tomada de decisão) MECANISMO – DOWNREGULATION E NEUROADAPTAÇÃO Adaptação do nosso corpo perante alta oferta de determinados elementos Excesso da “descarga dopaminérgica” = alteração em seus receptores Mecanismo de conformação dos receptores na MP – menos sítios de ligação para os Nt Necessidade de muito mais neurotransmissores liberar mais dopamina na fenda maior disponibilização para suprir menos receptores A neuroadaptação – remodelamento fisiológico – ajuste da homeostasia – dependência João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce Outros comportamentos que podem deflagrar o SR e levar a um quadro comportamental semelhante ao da dependência química: Alimentos com muitas calorias, jogos, relações sexuais, musica, esporte e novos desafios QUADRO CLINICO E BASES DO TRATAMENTO DA SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA Conjunto de manifestações causadas pela suspensão abrupta do consumo de álcool em pacientes com uso crônico da bebida, levando a um conjunto de sinais e sintomas específicos Agitação, ansiedade, alterações de humor, tremores, taquicardia, náuseas/vômitos, HAS, complicações como delirium e convulsões O tratamento consiste no alivio dos sintomas existentes, prevenção do agravamento das convulsões e delirium; tratamento da dependência; possibilidade de tratamento adequado possa prevenir ocorrência de síndromes de abstinência mais graves no futuro; dividido em ambulatorial, internação domiciliar e internação hospitalar TRATAMENTO Não farmacológico – orientação, monitoramento, ambiente tranquilo, não estimulante, com luminosidade reduzida, fornecimento de orientação ao paciente, limitação de contatos pessoais, atenção a nutrição e reposição de fluidos, dieta leve, reasseguramento dos cuidados e encorajamento No tratamento hospitalar – monitorar com aplicação da escala CIWA-Ar (avaliação quanto à gravidade da SAA), locomoção restrita, visitas limitadas, dieta leve, pacientes com confusão mental jejum (realizar hidratação); contenção física Necessidade de reposição de vitaminas (tiamina) durante o tratamento da SAA. A absorção oral de medicamentos pode estar prejudicada nos primeiros dias 1°s dias – parenteral, após – oral Benzodiazepínicos são a medicação de 1° escolha para o controle dos sintomas da SAA Ambulatorial – reposição vitamínica (tiamina – evita a síndrome de Wernicke); benzodiazepínicos – dose baseada em sintomas; diazepam 20 mg V0 / dia com retirada gradual em uma semana ou clordiazepóxido 100 mg VO / dia com retirada gradual em uma semana; quando hepatopatias graves – lorazepam Internação domiciliar – paciente deve permanecer restrito em sua moradia, com a assistência dos familiares; reposição vitamínica; benzodiazepínicos – diazepam, clordiazepóxido ou lorazepam; na recaída ou evolução desfavorável – tratamento hospitalar Hospitalar – casos mais graves; doses mais elevadas de BZDs com prescrição baseada em sintomas avaliados de hora em hora + hidratação + correção de distúrbios metabólicos; em alguns casos a internação parcial pode ser indicada; reposição vitamínica e BDZs – pontuação maior que 8 ou 10 diazepam 10-20 mg por hora, clordiazepoxido 50-100 mg por hora; hepatopatias graves – lorazepam Medidas farmacológicas no tratamento de pessoas com dependência química Álcool – dissulfiram, naltrexona e acamprosato; eficácia pode ser influenciada pela constituição genética do individuo Os benzodiazepínicos são as opções preferidas para abstinência alcoólica aguda e evitar o agravamento de sintomas leves de abstinência para sintomas graves, como crises convulsivas e delirium tremens Outros agentes – baclofeno, namefeno, gabapentina e varenicilina João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce Nicotina – administração da própria nicotina, em formas absorvidas lentamente; nicotina mascada, inalada ou liberada via transdermica, retardando a farmacocinética e eliminando as complicações associadas Agonistas parciais dos receptores nicotínicos da acetilcolina caracterizados – extrato vegetal citisina e o derivado sintético vareniclina; ambos atuam ocupando os NACHR nos neurônios dopaminérgicos, impedindo que a nicotina exerça sua ação O antidepressivo bupropiona foi aprovado na terapia de abandono da nicotina; mais efetivo quando associado a terapias comportamentais, reconhecido pela eficácia no tratamento do tabagismo MEDICAÇÕES DE 1° LINHA: Adesivo de nicotina Em casos especiais, avaliar utilização de dois adesivos de 21 mg concomitantemente Contraindicado em doenças dermatológicas, 15 dias após IAM, gestante e amamentação Bupropiona – 1 comprimido de 150 mg pela manhã por 3 dias e 1 comprimido de 150 mg pela manhã e outro 8 horas após a partir do 4° dia até completar 12 semanas Contraindicado em pacientes com risco de convulsão, uso de BDZs ou outro sedativo, outras formas de bupropiona, doença cérebro-vascular,tumor de SNC, bulimia, anorexia nervosa e uso de inibidor de MAO há menos de 15 dias Relativas – uso de carbamazepina, cimetidina, barbitúricos, fenitoina, antipsicoticos, antidepressivos, teofilina, corticosteroides, pseudoefedrina, DM em uso de hipoglicemiante oral ou insulina e HAS não controlada Precauções – PA deve ser monitorada como rotina Até o momento nenhum tratamento farmacológico elimina de modo eficiente a adição de outras drogas Troca da substancia por um agonista legalmente disponível que atue no mesmo receptor – adictos de heroína podem receber metadona Reduzir farmacologicamente o desejo insaciável – naltrexona, antagonista e agonista parcial dos receptores opioides foi aprovada para essa indicação na adição de opioides e álcool João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce João Luis Realce
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