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4
TECNOLÓGO EM GESTÃO PÚBLICA
POLÍTICAS PÚBLICAS
BRASÍLIA-DF
1/2020
SIDNEY SANTOS TEIXEIRA MARIANO
	
Trabalho apresentado à disciplina Políticas Públicas como parte dos requisitos exigidos pelo Curso Tecnólogo em Gestão Pública da Faculdade Fortium. 
Orientador: Wesley Augusto Gama Aguiar Louzeiro 
							
				
						
	
BRASÍLIA-DF
1/2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................4
1. O ESTADO, O GOVERNO E A SOCIEDADE.........................................................5
2.EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA: PATRIMONIALISMO, BUROCRACIA E GERENCIALISMO...........................................................................6
3. CONTEXTO CONTEMPORÂNEO DA ATUAÇÃO DO ESTADO............................7
4.GOVERNABILIDADE, GOVERNANÇA E DESCENTRALIZAÇÃO DO PODER......8
5.ESTRUTURA E FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA................................... 9
6.EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA..........9
7. REFORMAS ADMINISTRATIVAS E PROGRAMAS DE DESBUROCRATIZAÇÃO: DASP, DECRETO-LEI Nº 200/67; CONSTITUIÇÃO DE 1988 E EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 19/98.....................................................................................10
8.CONSIDERAÇÕES SOBRE O NOVO PAPEL DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.....................................................................................12
9. A REFORMA DE ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: EXPERIÊNCIAS INGLESA, AMERICANA E BRASILEIRA...................................................................13
10. REPRESENTAÇÃO E PARTICIPAÇÃO: GESTÃO PÚBLICA E PRIVADA.........14
11.ACCOUNTABILITY E RESPONSIVENESS: AS RELAÇÕES ENTRE DEMANDAS, POLÍTICAS, AÇÃO GOVERNAMENTAL, CONTROLES E RESULTADOS...........................................................................................................15
12. CONCLUSÃO.......................................................................................................17
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................18
	
INTRODUÇÃO
O entendimento de Política Pública normalmente está vinculado à ação do Estado. Envolve suas iniciativas, seus investimentos, suas prioridades e os grupos atingidos em uma determinada área ou setor. No entanto, essas ações não nascem das necessidades do próprio Estado, mas são decorrentes de demandas da sociedade. 
Política pública é definida como o conjunto de ações desencadeadas pelo Estado, no caso brasileiro, nas escalas federais, estadual e municipal, com vistas ao bem coletivo. Elas podem ser desenvolvidas em parcerias com organizações não governamentais e, como se verifica mais recentemente, com a iniciativa privada.
Cabe ao Estado propor ações preventivas diante de situações de risco à sociedade por meio de políticas públicas.  Atualmente, é comum se afirmar que a função do Estado é promover o bem estar da sociedade. Para tanto, ele necessita desenvolver uma série de ações e atuar diretamente em diferentes áreas, tais como saúde, educação, meio ambiente. Para atingir resultados em diversas áreas e promover o bem-estar da sociedade, os governos se utilizam das Políticas Públicas.
Políticas Públicas é a totalidade de ações, metas e planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público. Podem ser entendidas como a maneira pela qual o Estado atua para amenizar os conflitos e desigualdades sociais. Elas são desenhadas a partir do relacionamento e dos interesses existentes entre várias camadas da sociedade.
1 O ESTADO, O GOVERNO E A SOCIEDADE
A composição do conjunto de regras que forma a noção de Estado é estabelecida pela aglutinação de sociedades, as quais, situadas em determinado território, visando à proteção da propriedade privada e a regulação de atribuições gerais e coletivas, se submetem a regras e acordos comuns. 
Rousseau (2003) afirmava que a liberdade natural do homem, seu bem-estar e sua segurança seriam preservados através do contrato social. Rousseau foi um importante ator para se pensar na figura de um Estado incumbido de organizar a sociedade civil. A ideia de um contrato social surge para proteger a propriedade privada, a qual segundo Rousseau seria a origem das desigualdades entre os homens, a ponto de envolverem-se em usurpações de uns contra outros. Sendo assim, o contrato social, que muito influenciou a criação do Estado como conhecemos, faz com que o povo seja, ao mesmo tempo, parte ativa e passiva nessa relação. Constitui-se em um acordo legítimo, o qual a vontade individual é subjugada em prol da vontade de todos.
Para compreendermos a definição de Estado, basta observar que fazemos parte de instituições ou sociedades. Estas, por sua vez, são formadas por interesses materiais, níveis de parentescos ou objetivos espirituais, por exemplo. É na convivência entre essas sociedades que desenvolvemos nossos conceitos e aptidões físicas, morais e intelectuais.
A formação de um Estado consiste em três elementos: uma população, um território e um governo. Esses aspectos são essenciais, porque sem eles não poderia existir um Estado.
Governo é a autoridade governante de uma nação ou unidade política, que tem como finalidade regrar e organizar a sociedade. O tamanho do governo vai variar de acordo com o tamanho do Estado, podendo ser ele local, regional e nacional.
O governo é a instância máxima de administração executiva, geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou uma nação. Um governo pode ser formado por dirigentes executivos do Estado ou ministros.
Existem duas principais formas de governo: a república e a monarquia, sendo que dentro destes modos, ainda existem os sistemas de governo, que podem ser: o Parlamentarismo, o Presidencialismo, o Constitucionalismo ou o Absolutismo. A forma de governo é a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e como funciona a relação entre governantes e governados.
Sociedade é um conjunto de seres que convivem de forma organizada. Segundo Del Vecchio (1958 apud BONAVIDES, 2000) o termo sociedade envolve o conjunto de relações mediante as quais os indivíduos vivem e atuam solidariamente capaz de formar uma entidade nova e superior.
O conceito de sociedade pressupõe uma convivência e atividade conjunta do homem, ordenada ou organizada conscientemente. Constitui o objeto geral do estudo das antigas ciências do estado, chamadas hoje de ciências sociais. O conceito de sociedade se contrapõe ao de comunidade ao considerar as relações sociais como vínculos de interesses conscientes e estabelecidos, enquanto as relações comunitárias se consideram como articulações orgânicas de formação natural.
2.EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA: PATRIMONIALISMO, BUROCRACIA E GERENCIALISMO.
A Administração Pública pode ser aceita como o aparelho de Estado organizado com a função de executar serviços, visando à satisfação das necessidades da população. Nesse sentido, se apresenta como uma organização que tem o objetivo de pôr em prática funções políticas e serviços realizados pelo governo. Existem na trajetória da Administração Pública, a partir do surgimento do Estado moderno – três diferentes formas de atuação: Administração Pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial.
O patrimonialismo foi o primeiro modelo de administração pública do Brasil, presente desde o período colonial até a República Velha. A vinda da família real trouxe consigo um modelo de administração que não fazia distinção entre os bens públicos e particulares.
A administração patrimonialista é baseada nos Modelos de Estados Absolutistas do século XVIII, onde o administrador não diferencia o patrimônio particular do estatal. 
Com o advento do capitalismo industrial e das democracias as sociedadestornam-se mais complexas, de tal forma que o patrimonialismo não consegue suprir as necessidades sociais. Surge o modelo burocrático como uma alternativa mais racional e adequada, que separe o público do privado, além de reduzir a corrupção e o nepotismo, de maneira a tornar o estado mais eficiente.
Já o modelo gerencial tem como bases a utilização de ferramentas de gestão provenientes da administração privada e pensamentos neoliberais que defendem o estado mínimo e o preceito de que o mercado e a economia possuem regras próprias.
3. CONTEXTO CONTEMPORÂNEO DA ATUAÇÃO DO ESTADO
Como vimos anteriormente, o Estado é formado por grupos de pessoas convivendo em sociedade e que buscam metas em comum. Para a garantia da sociedade, o Estado reúne objetivos de caráter fundamental, que são efetivados pelos órgãos estatais, o Poder Legislativo, Poder Executivo, e um conjunto de políticas de Estado e de governo.
A Constituição Federal de 1988 descreve em seu artigo 3º os objetivos fundamentais que constituem a República Federativa do Brasil:
· I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
· II – garantir o desenvolvimento nacional;
· III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
· IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Todo Estado é composto por uma sociedade heterogênea, seja por meio de ideologias, política, diferenças religiosas, culturais e étnicas. A função desse fundamento é reconhecer, indistintamente, possíveis condições referentes à igualdade, evitando a discriminação e levando a harmonia entre os povos.
4. GOVERNABILIDADE, GOVERNANÇA E DESCENTRALIZAÇÃO DO PODER
O desafio da reforma do Estado e seu ajuste à nova ordem econômica e financeira global provocou profusa literatura sobre os conceitos de governabilidade e governança, são dois termos que não se confundem, pois são distintos entre si.
Podemos entender que o termo governabilidade é a habilidade de governar. Trata-se de uma circunstância que denota estabilidade social, financeira, política e permite ao poder executivo exercitar suas funções, governando de maneira estável. Tal situação se traduz na legitimidade do estado e do seu governo frente à sociedade civil, que permite àquele empreender transformações necessárias. Os governos sempre enfrentaram dilemas para atingir a condição de governabilidade, sendo o principal a escolha entre o que o povo precisa e o que o povo deseja, sem com isso perder a aprovação popular.
Podemos definir a palavra governar como a condição de poder ou autoridade para administrar ou dispor de algo ou alguma coisa. Já habilidade é a aptidão ou capacidade para algo. Assim, é seguro afirmar que governabilidade é a capacidade em se dispor de poder ou autoridade para administrar, algo não tão fácil de conquistar em meio à administração pública.
Governança deriva do termo governo, e pode ter várias interpretações, dependendo do enfoque. Segundo o Banco Mundial, “governança é a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos sociais e econômicos de um país visando o desenvolvimento, e a capacidade dos governos de planejar, formular e programar políticas e cumprir funções”.
Governança pode ser sinônimo de governo, o órgão de soberania ao qual cabe a condução política geral de um país, sendo o órgão superior da administração pública. No entanto, governança também pode dizer respeito às medidas adotadas pelo governo para governar o país em questão.
Descentralização do poder situação na qual o poder é dividido entre o governo central do país e os governantes das províncias ou estados. Modernamente, a descentralização do poder ocorre no sistema político conhecido como federação. Em uma federação, as províncias ou estados têm muita autonomia. Cada província tem, por exemplo, sua própria constituição.
5. ESTRUTURA E FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A Administração Pública subdivide-se em Administração Direta (centralizada) e Administração Indireta (descentralizada). 
A Administração Direta é composta pelas pessoas políticas ou entes estatais (União, estados, Distrito Federal e municípios). Correspondem às entidades federativas de nosso Estado. As entidades políticas são pessoas jurídicas de direito público, o que significa dizer que as leis que as regem são eminentemente de Direito Público, em que imperam diversos princípios típicos deste ramo da ciência jurídica, como a supremacia do interesse público. Contrapõem-se às pessoas jurídicas de direito privado, que são regidas por normas de Direito Privado, sem privilégios em relação a outras pessoas físicas ou jurídicas.
Já Administração Indireta, é quando o ente desloca a atividade administrativa para outras pessoas jurídicas de direito público ou privado, cumprindo funções que seriam do Poder Público. Com a complexidade da sociedade, o Poder Público, através do princípio da especialidade, passou a transferir algumas responsabilidades suas para parceiros a fim de melhorar a prestação do serviço público.
Na administração descentralizada ocorre uma divisão em Administração Indireta e Administração por Serviços Públicos. A Administração Pública Indireta compreende as autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. A Administração Pública por Serviços Públicos compreende as empresas concessionárias e permissionárias prestadoras de serviços públicos. Há também as Entidades Paraestatais, pessoas jurídicas de direito privado, que mesmo não integrando a Administração Pública, agem muitas vezes em parceria, atuando em comunhão com o Poder Público. Integramo chamado terceiro setor: Serviços Sociais Autônomos (SSA), Organizações Não Governamentais (ONG), Organizações Sociais (OS) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).
6. EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Segundo Idalberto Chiavenato toda organização (privada ou pública) deve ser analisada sob o escopo da eficácia e da eficiência, ao mesmo tempo:
Eficácia é uma medida normativa do alcance dos resultados, enquanto eficiência é uma medida normativa da utilização dos recursos nesse processo. (...) A eficiência é uma relação entre custos e benefícios. Assim, a eficiência está voltada para a melhor maneira pela qual as coisas devem ser feitas ou executadas (métodos), a fim de que os recursos sejam aplicados da forma mais racional possível (...) (CHIAVENATO, 1994, p. 70).
Logo, percebe-se que a eficiência não se preocupa com os fins, mas apenas com os meios, inserindo-se nas operações, com vista voltada para os aspectos internos da organização, sendo que a eficácia se preocupa com os fins, em atingir os objetivos, com foco nos aspectos externos da organização, razão pela qual, em diversas situações, podemos ser eficazes, mas pouco eficientes. Com base nisso, verifica-se que o gestor deve se preocupar não apenas em atingir os objetivos, mas utilizar os recursos disponíveis da melhor forma possível.
O autor diz que nem sempre se é eficiente e eficaz ao mesmo tempo. Uma organização pode ser eficiente e não ser eficaz e vice-versa. O ideal é ser igualmente eficiente e eficaz.
Modernamente, a literatura especializada achou por bem incorporar um terceiro conceito, mais complexo que eficiência e eficácia. Trata-se da efetividade, especialmente válida para a administração pública. A efetividade, na área pública, afere em que medida os resultados de uma ação trazem benefício à população. Ou seja, ela é mais abrangente que a eficácia, na medida em que esta indica se o objetivo foi atingido, enquanto a efetividade mostra se aquele objetivo trouxe melhorias para a população visada.
7. REFORMAS ADMINISTRATIVAS E PROGRAMAS DE DESBUROCRATIZAÇÃO: DASP, DECRETO-LEI Nº 200/67; CONSTITUIÇÃO DE 1988 E EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 19/98.
Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) é um órgão previsto pela Constituição de 1937 e criado em 30 de julho de 1938, diretamente subordinado à Presidência da República, com oobjetivo de aprofundar a reforma administrativa destinada a organizar e a racionalizar o serviço público no país, iniciada anos antes por Getúlio Vargas.
Coerente com os princípios do Estado Novo, o DASP via uma incompatibilidade entre a 'racionalidade' da administração e a 'irracionalidade' da política. Pretendia assim estabelecer uma maior integração entre os diversos setores da administração pública e promover a seleção e aperfeiçoamento do pessoal administrativo por meio da adoção do sistema de mérito, o único capaz de diminuir as injunções dos interesses privados e político-partidários na ocupação dos empregos públicos.
A Reforma Administrativa no Brasil, baseada nos modelos gerenciais, iniciou-se com uma tentativa em 1967 a partir da implantação do Decreto-Lei 200, hoje ainda em vigor. Através deste se pretendia alcançar um reformismo funcional da Administração Pública, modernizando suas atividades. O referido decreto expunha que a Administração Pública deveria obedecer aos seguintes princípios: planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência e controle. 
No entanto, o período ditatorial da época, extremamente autoritário e centralizado, impediu a prática de tais diretrizes e os princípios continuaram sem nenhuma repercussão no sistema administrativo brasileiro. É também inegável a participação da EC 19/98, que “resgatou, no âmbito do Setor Público, a discussão acerca de instrumentos e modelos gerenciais que fossem capazes de promover um melhor desempenho das instituições estatais, especialmente da Administração Pública direta.” (PRADO, p.01).
É, contudo, após a integração da emenda da Reforma no Texto Constitucional, no processo de sua implementação legislativa na esfera federal, ainda em andamento, que se percebe, com maior nitidez, a concretização aqui e acolá, mais de forma persistente e articulada, das linhas de pensamento e das diretrizes conceituais da "Nova Administração Pública". Diversos são os indícios desta orientação, facilmente detectáveis entre nós.
8. CONSIDERAÇÕES SOBRE O NOVO PAPEL DO ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Desafios como crise econômica, iniciada com a crise do petróleo, crise fiscal, “ingovernabilidade”, globalização, impactando diretamente nas três dimensões do Estado: Econômica - sob influencia do keynesianismo, a intervenção excessiva do Estado na procura em garantir o pleno emprego e atuar em setores considerados estratégicos para o desenvolvimento nacional, gerando uma crise fiscal; Social - que tinha como objetivo primordial a produção de políticas públicas na área social, visando suprir as necessidades básicas da população, a sua saturação conduz a uma crise do modo de intervenção estatal; e Administrativa - está relacionada ao modo de funcionamento interno do Estado, o chamado modelo de gestão burocrático weberiano, ao qual cabia o papel de manter a impessoalidade, a neutralidade e a racionalidade do aparato governamental. 
Como saída à crise dessas três dimensões o Estado utilizou-se das seguintes manobras: redefiniram as políticas econômicas do Estado na tentativa de reduzir os gastos públicos na área social, através de ajuste fiscal e privatizações, reformas políticas para resolver problemas de ingovernabilidade, introdução em larga escala de padrões gerenciais que superasse o gerencialismo burocrático weberiano.
No Brasil, a reforma administrativa realizada a partir de 1990 se fez necessária a partir da pela crise financeira do Estado, com influência da vertente gerencial inglesa e com premissas gerencialistas do modelo americano, buscando manter o equilíbrio das contas publicas e resgatar a capacidade de ação estatal. 
Mesmo com a Reforma Administrativa, baseada nos princípios do gerencialismo de uma administração pública mais eficiente e voltada para atender os anseios do cidadão, a administração pública, no Brasil, não conseguiu superar uma cultura de gestão voltada para uma visão orçamentária, sem uma maior preocupação em ter um enfoque efetivamente gerencial.
9. A REFORMA DE ESTADO E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: EXPERIÊNCIAS INGLESA, AMERICANA E BRASILEIRA
No contexto internacional, identificam-se duas gerações distintas de propostas de reforma do Estado. A primeira geração tem início na Grã-Bretanha e Estados Unidos, a partir da eleição dos governos conservadores, mais especificamente a primeira-ministra inglesa Margareth Thatcher e o presidente americano Ronald Reagan. Os principais objetivos das reformas, naquele momento, era o corte de custos e o aumento da eficiência do setor público. São adotadas políticas direcionadas ao ajuste fiscal, através do corte nos gastos públicos, reformas tributárias, liberalização econômica, desregulamentação e privatizações. Essas reformas foram conduzidas com base no conceito do Estado mínimo. 
A segunda geração das reformas do Estado se desenvolve nos anos 90 e incorpora novas propostas, como o fortalecimento da capacidade gerencial do Estado, a melhoria da qualidade dos serviços públicos e o fortalecimento da accountability.
No Brasil, a reforma administrativa realizada a partir de 1990 tem sua motivação na agenda econômica, caracterizada pela crise financeira do Estado, com influência da vertente gerencial inglesa e com premissas gerencialistas do modelo americano. Assim, as ideias centrais da reforma do Estado estavam de acordo com a proposta gerencialista que vinha sendo construída no mundo desde a década de 1970. (ABRUCIO, 1997; MARINI, 2005; FADUL, SOUZA, 2006; FADUL, SILVA, 2008).
O processo de modernização da administração pública no Brasil, entre as décadas de 1930 e 1990, seguiu alguns padrões, entre eles a fragmentação institucional e a separação entre a formulação e a implementação política. A retórica da reforma dos anos 1990 avançou do ponto de vista da utilização do conceito de governança e dos princípios políticos que orientaram as propostas, quais sejam: participação, accountability, controle social.
Apesar de ter ocorrido à transposição de técnicas de gestão do setor privado para o setor público, a agenda mostrou-se bastante restrita, uma vez que a lógica do processo decisório, que inclui formulação e implementação, não foi objeto da reflexão política. A forma como a reforma foi idealizada e conduzida mostrou-se falha, em especial pela insuficiência de mecanismos de coordenação política. Isso contribuiu para manter a fragmentação de ações no campo da gestão pública.
A reforma do Estado brasileiro deflagrada em 1995 teve como objetivo � tendo parte integrante a reforma administrativa � manter equilibradas as contas públicas e, ao mesmo tempo, elevar a capacidade da ação estatal. A reforma propõe uma reconfiguração das estruturas estatais baseada na substituição do modelo burocrático de administração pública por um modelo gerencial.
Por tratar-se de um modelo pós-burocrático, buscou importar ferramentas de gestão provenientes do setor privado, bem como a aplicação da lógica de mercado dentro do setor público, focalizando o aumento da eficiência econômica do Estado. Em harmonia com as experiências internacionais que estavam em curso, inicia-se, assim, um amplo processo de revisão das formas de prestação dos serviços públicos no Brasil.
10. REPRESENTAÇÃO E PARTICIPAÇÃO: GESTÃO PÚBLICA E PRIVADA
A realidade brasileira no início da década de 80 foi marcada por um período de intensas transformações nas diversas instâncias da sociedade correspondendo a gritante necessidade de construção de novos caminhos políticos, econômicos e sociais que direcionassem ao processo de redemocratização da sociedade, todo esse movimento dentro do desenvolvimento do quadro histórico brasileiro que engendrou a ruptura com o autoritarismo e a ascensão política dos movimentos sociais que faziam frente no cenário político.
Desde esse período acima, a participação social vem consolidando-se a partir de processos sociais que direcionam as ações do governo. No entanto, a participação de qualidade, ou a efetiva participação política, enfrenta toda sorte de impedimentos que podem desviar seus objetivos,tal como se observa na citação:
Particularmente em países que romperam com regimes e com situações ditatoriais ao longo dos anos 1980, o processo mesmo da (re) democratização funcionou como importante incentivo à participação. Antes de qualquer coisa, porque a própria dinâmica desse processo dependeu, em maior ou menor medida, de avanços em termos de mobilização social, ou seja, de participação política. (NOGUEIRA, 2004, p. 138).
Aprofundando o debate sobre a participação, Nogueira (2004), classifica quatro modalidades de participação que se (re) configuram de acordo com os diferentes momentos sócio históricos, são elas: participação assistencialista, participação corporativa, participação eleitoral e participação política. 
11. ACCOUNTABILITY E RESPONSIVENESS: AS RELAÇÕES ENTRE DEMANDAS, POLÍTICAS, AÇÃO GOVERNAMENTAL, CONTROLES E RESULTADOS
Dentro do processo de democratização do Brasil, vivido a partir dos anos 1980, e com a democratização do acesso às tecnologias de informação e comunicação (TIC), tem ficado cada vez mais difícil esconder as ações dos agentes públicos ou atos da gestão pública.
Segundo Espinoza (2012), o termo accountability pode ser traduzido como controle, fiscalização, responsabilização, ou ainda prestação de contas. A utilização da palavra accountabilitty no Brasil é relativamente nova, com tradução para o português ainda não existente, embora se possa dizer que a ONU, pelo Alto Comissariado pelos Direitos Humanos, a concebe como dever de prestar contas, conforme se depreende da Resolução nº 2000/64, vi que trata sobre a Boa Governança e Direitos Humanos.
De toda forma, é no dever de prestar contas que reside o cerne da accountability, bem como o dever de agir com responsabilidade e com responsividade.
Entendemos que responsiveness, consiste em um dever imposto à autoridade pública, seja qual for ela, de anteder às necessidades da sociedade, inclusive antes mesmo da formalização ou manifestação expressa da demanda social. Esse atendimento deve considerar, contudo, as limitações constitucionais. Há instituições públicas que tem a obrigação constitucional de elaborar e implementar políticas públicas tendentes a melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade como um todo; outras instituições têm finalidades diversas, como fiscalização tão somente, ou exercer controles.
Sobre a responsiveness, naquilo que mais ligado ao tema por nós proposto, MULGAM (2000, pág. 566) diz que se refere àquelas instituições encarregadas de providenciar serviços, darem respostas às necessidades e exigências dos cidadãos (clientes). Analogamente falando, seria como as instituições privadas que tentam adivinhar as necessidades consumeristas e as antecipam para melhor provimento de sua atividade.
Notar-se que a palavra responsiveness não está livre de significados múltiplos, existindo na doutrina norte-americana diversos sentidos dados a esta palavra. YANG e PANDEY (2007. pág. 217) identificaram seis variantes para o termo, quais sejam: responsiveness prescritivo para oficiais eleitos; responsiveness coercitivo para regras/normas/procedimentos; responsiveness intencional para objetivos definidos por administradores; responsiveness empreendedora para consumidores individuais, responsiveness colaborativo para consenso de acionistas; e responsiveness negocial para conflitos de demandas.
7. CONCLUSÃO
Política pública foi definida aqui como o conjunto de ações desencadeadas pelo Estado, no caso brasileiro, nas escalas federal, estadual e municipal, com vistas ao bem coletivo. Elas podem ser desenvolvidas em parcerias com organizações não governamentais e, como se verifica mais recentemente, com a iniciativa privada.
As políticas públicas, sejam elas para efetivar direitos sociais, ou implementar políticas econômicas, devem ser direcionadas para o desenvolvimento. No Brasil sempre tivemos (e ainda temos) políticas voltadas para o crescimento econômico, sem a preocupação com a redistribuição dos recursos, ou a procura de fornecer à sociedade a possibilidade de escolher os valores que devem nortear o desenvolvimento. As ações do Estado, como um todo devem ser planejadas para uma única meta, o que demanda prestações com o intuito de fomentar as transformações necessárias para quebrar o paradigma do subdesenvolvimento.
Contudo, estas políticas são preciosas para atingir o desenvolvimento por possibilitar que um maior número de indivíduos da sociedade possa participar do processo econômico e social, para estabelecer os valores importantes ao desenvolvimento, de uma determinada nação.
BIBLIOGRAFIA
ABRUCIO, F. L. O impacto do modelo gerencial na administração pública: um breve estudo sobre a experiência internacional recente. Cadernos ENAP, n. 10. Brasília: ENAP, 1997.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos na Empresa: pessoas, organizações e sistemas. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1994. p. 67-76.
SPINOZA. Roberto Moreno. Accountability. In. CASTRO. Carmem Lúcia Freitas de. GONTIJO. Cynthia Rúbia Braga. AMABILE. Antonio Eduardo de Noronha. (Org) Dicionário de Políticas Públicas. Barbacena: EdUEMG, 2012
MATIAS PEREIRA, José. Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações governamentais. São Paulo: Atlas, 2008.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 16ª edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1991,p. 126. 
MULGAN, Richard. “Accountability”: An everexpanding concept?. Oxford: Public Administration. Vol. 78. n. 03, 2000.

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