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Redação_turismo sexual

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É incontrovertível que assim como, a Bela Adormecida, diversas mulheres 
 sonham em encontrar o príncipe encantado, se casar e mudar de vida. Entretanto, no 
 Brasil contemporâneo, muitas apenas encontram lobos maus, em um país com uma das 
 rotas preferenciais do turismo sexual no mundo. Nesse sentido, é fulcral combater essa 
 prática, uma vez que crianças são exploradas e há um apartheid entre as mulheres, nesse 
 universo de exploração e violação do corpo feminino. 
 A princípio, é relevante ressaltar que sempre foram impostos papéis sociais ao 
 sexo feminino de inferioridade e submissão. Essas concepções já se faziam presentes 
 em civilizações antigas. Na Grécia, os genos eram chefiados por homens e às mulheres 
 cabia cuidar das crianças e idosos. Na conjuntura hodierna, uma das consequências 
 desse patriarcalismo é a ideia de que os homens têm direitos sobre os corpos das 
 mulheres, sendo perceptível na exploração sexual de crianças e de adolescentes por 
 estrangeiros, que vem ao Brasil em busca desse público. Outrossim, muitas dessas 
 mulheres acabam sendo enganadas e se tornando escravas sexuais. De acordo com 
 dados do Ministério da Saúde, em 2018, foram registrados 32 mil casos de abuso sexual 
 no país. Tal dado evidencia que o sonho do príncipe encantado é uma realidade 
 inalcançável para muitas brasileiras. 
 Ademais, o documentário Cinderela, Lobos e um Príncipe Encantado mostra o 
 mundo de meninas e mulheres que sonham em se tornar Cinderelas, em um intercâmbio 
 de ilusões, de degradação e de abismos culturais, que chocam e emocionam. Segundo 
 Joel Zito, diretor do documentário, 70% das mulheres que os estrangeiros procuram 
 para o turismo sexual são negras e de classes sociais mais baixas. Esse público feminino 
 encontra nesse universo, uma entrada para a ascensão econômica e social. Nesse 
 contexto, é notório que no Brasil há uma forma de apartheid racial, pois essas mulheres 
 não possuem as mesmas oportunidades de acesso que, mulheres brancas. Sendo assim, o 
 turismo sexual é um meio sedutor para que esse público tenha acesso e aproveite de 
 diversos privilégios que são a elas negados. 
 Destarte, é indubitável que a exploração e violação do corpo feminino mediante 
 o turismo sexual, é uma prática latente no Brasil contemporâneo. Portanto, o Ministério 
 da Cidadania juntamente com o conselho tutelar, deve trabalhar em conjunto para que 
 meninas não sejam exploradas sexualmente e escravizadas por estrangeiros, por meio de 
 projetos de fiscalização em locais onde essa prática é acentuada, ações de assistência 
 para as mulheres vítimas de violações dos seus corpos sem o consentimento e ampliação 
 do canal de denúncia – Disque 100 –, para que essa prática deixe de ser uma realidade 
 no Brasil e que as meninas possam voltar a sonha com seus príncipes encantados.

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