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Apg 19: 1. compreender a fisiologia da insulina e glucagon no controle da glicemia HISTOLOGIA É um órgão difuso que secreta hormônios que regulam os níveis de glicemia. Ilhotas de langerhans é o seu componente endócrino Cada ilhota contém apenas algumas células ou muitas centenas delas, estão dispostas em cordões irregulares e curtos, envolvidos por uma rede de capilares fenestrados. **As células endócrinas definitivas das ilhotas desenvolvem-se entre 9 e 12 semanas de gestação. Cada tipo de célula da ilhota pode ser correlacionado com um hormônio específico, e cada uma delas tem uma localização específica na ilhota • A (alfa) – Glucagon: 15-20%, estão localizadas perifericamente nas ilhotas, contêm grânulos secretores, que são os locais de armazenamento do glucagon • B (beta) – Insulina: 60-70%, estão localizadas na sua porção central, contêm numerosos grânulos secretores com um cerne poliédrico denso e matriz pálida. Acredita- se que o cerne poliédrico seja formado por insulina cristalizada. • D (delta) – Somatostatina: 5-10%, localizadas perifericamente nas ilhotas, grânulos secretores maiores que os das células A e B FUNÇÃO DOS HORMÔNIOS PANCREÁTICOS Regulam as funções metabólicas de modo sistêmico, regional (no tubo GI) ou local (na própria ilhota). INSULINA é um hormônio anabólico porque promove a síntese de glicogênio, de proteínas e de gorduras. Quando a insulina está ausente ou deficiente, as células vão para o metabolismo catabólico é a secreção endócrina mais abundante. Seus principais efeitos são observados sobre o fígado, o músculo esquelético e o tecido adiposo, estimula: • Captação de glicose a partir da circulação. Os transportadores de glicose específicos da membrana celular (GLUT4) são suprarregulados e inseridos na membrana celular das células musculares esqueléticas e dos adipócitos • Armazenamento de glicose pela ativação da enzima glicogênio sintase e inibição da enzima glicogênio fosforilase nas células musculares e no fígado. Essas ações levam à síntese subsequente de glicogênio (glicogênese) • Utilização da glicose pela promoção de glicólise nas células. Isso é obtido pela piruvato desidrogenase e fosfofrutoquinase nas células musculares esqueléticas e no fígado • Degradação dos quilomícrons e de outras LDL em ácidos graxos livres pela ativação da lipoproteína lipase (LPL). O nível aumentado de ácidos graxos livres aumenta os triglicerídios, levando à formação de gotículas de lipídios (lipogênese) • Síntese de proteínas nas células musculares esqueléticas e nos hepatócitos pelo aumento da captação celular de aminoácidos e ativação da via do alvo da rapamicina em mamíferos (mTOR) – que estimula a produção de ribossomos e diminui a proteólise celular Estimulos para liberação de insulina: • Aumento da concentração de glicose plasmática. O estí-mulo principal para liberação da insulina é a concentração plasmática de glicose maior do que 100 mg/dL. A glicose absorvida no intestino delgado chega às células beta do pâncreas, onde é captada pelo transportador GLUT2. Com mais glicose disponível como o substrato, a produção de ATP aumenta, e os canais de K sensíveis a ATP se fecham.. Quando a célula se despolariza, os canais de cálcio dependentes de voltagem se abrem e mais cálcio entra, iniciando a exocitose da insulina. Aumento da concentração de aminoácidos após uma refeição também desencadeia a secreção de insulina. Efeitos antecipatórios dos hormônios GI., mais de 50% de toda a secre-ção de insulina é estimulada por um hormônio chamado de peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1). O GLP-1 e o GIP (peptídeo inibidor gástrico) são hormônios perten-centes à família das incretinas e produzidos pelas células lo-calizadas no intestino (jejuno e íleo) em resposta à ingestão de nutrientes. As incretinas vão pela circulação até as células beta- pancreáticas e podem alcançá-las antes mesmo que a primeira glicose seja absorvida., evita um aumento súbito na concentração de glicose plasmática quando os ali- mentos são absorvidos. Outros hormônios GI, como CCK e gastrina, amplificam a secreção de insulina. A insulina promove o anabolismo insulina combina-se com um receptor de membrana em suas células-alvo. O receptor de insulina possui atividade tirosina-cinase, que inicia uma complexa cascata intracelular O receptor de insulina ativado fosforila proteínas que incluem um grupo conhecido como substratos do receptor de insulina (IRS). Essas proteínas atuam para influenciar o transporte e o metabolismo celular. As enzimas que regulam as vias metabólicas podem ser inibidas ou ativadas diretamente, ou sua sín-tese pode ser influenciada indiretamente por fatores de transcrição A resposta normal da célula-alvo é aumentar o meta- bolismo da glicose. Em alguns tecidos-alvo, a insuli-na também regula os transportadores GLUT. Outros tecidos-alvo, incluindo o encéfalo e o epitélio de trans- porte do rim, bem como do intestino, são independen- tes de insulina, ou seja, não necessitam de insulina para a captação e o metabolismo da glicose. • A insulina aumenta o transporte de glicose na maioria das, mas não em todas, células sensíveis à insulina: O tecido adiposo e o músculo esquelético necessitam de insulina para captarem quantidades suficientes de glicose. Sem a insulina, os transportadores GLUT4 nesses tecidos se reduzem significativamente na membrana e permanecem estocados nas vesículas do citosol. Quando a insulina se liga ao receptor e o ativa, a cascata de transdução de sinal resultante faz as vesículas se moverem para a membrana celular e inserirem os transportadores GLUT4 por exocitose. As células, então, captam glicose do líquido intersticial por difusão facilitada. O transporte de glicose no fígado (hepatócitos) não é diretamente dependente de insulina, contudo é influenciado pela presença ou ausência da mesma. Os hepatócitos possuem transportadores GLUT2, sempre presentes na membrana da célula. No estado de jejum, quando os níveis de insulina estão baixos, a glicose move- se para fora do fígado, em direção à circulação sanguínea, no intuito de manter a homeostasia da glicose. Nesse processo os hepatócitos estão convertendo o glicogê-nio armazenado e os aminoácidos em glicose. A glicose recém-formada se move a favor de seu gradiente de con-centração, para fora da célula, utilizando os facilitadores de transporte GLUT2. Se os transportadores GLUT fossem retirados da membrana durante o estado de jejum, como ocorre no músculo e no tecido adiposo, a glicose não teria como deixar o hepatócito. No estado alimentado, a insulina ativa a hexocinase, uma enzima que fosforila a glicose à glicose-6--fosfato. Essa reação de fosforilação mantém a concentração de glicose intracelular mais baixa que a concentração plasmática. Agora, a glicose difunde-se nos hepatócitos, e os transportadores GLUT2 operam em direção reversa. • A insulina aumenta a utilização e o armazenamento da glicose. A insulina ativa enzimas para a utilização de glicose (glicólise) e a síntese de glicogênio (glicogênese). Simultaneamente, a insulina inibe as enzimas de degradação do glicogênio (glicogenólise), síntese de glicose (gliconeogênese) e degradação da gordura (lipólise), no intuito de garantir que o metabolismo vá em direção ao anabolismo. Se for ingerida mais glicose do que é necessário para a síntese e a produção de energia, o excesso é convertido em glicogênio ou ácidos graxos. • A insulina aumenta a utilização de aminoácidos. A insulina ativa enzimas para a síntese proteica e inibe enzimas que promovem a quebra de proteínas. Se uma refeição inclui proteínas, os aminoácidos do alimento ingerido são usados para a síntese proteica pelo fígado e pelo músculo. O excesso de aminoácidos é convertido em ácidos graxos. • A insulina promovea síntese de lipídeos. A insulina inibe a beta-oxidação de ácidos graxos e promove a conversão do excesso de glicose e aminoácidos em triacilgliceróis (lipogênese). Os triacilgliceróis em excesso são armazenados como gotículas de lipídeos no tecido adiposo. GLUCAGON secretado em quantidades apenas menores que a insulina, aumenta os níveis de glicemia é a proporção de insulina em relação ao glucagon (razão insulina/glucagon) que determina a direção do metabolismo, em vez da quantidade absoluta de qualquer dos dois hormônios. • Estimula a liberação de glicose na corrente sanguínea e estimula a gliconeogênese (síntese de glicose a partir dos metabólitos dos aminoácidos) e a glicogenólise (degradação do glicogênio) no fígado • Estimula a proteólise para promover a gliconeogênese, mobiliza a gordura das células adiposas (lipólise) e estimula a lipase hepática. função do glucagon é prevenir a hipoglicemia, de modo que a concentração de glicose é considerada o estímulo primário mais importante para a secreção do hormônio. Quando a glicose plasmática se torna menor que 100 mg/dL, a secreção de glucagon aumenta significativamente. Em uma concentração de glicose acima de 100 mg/dL, ou seja, quando a insulina é secretada em maior quantidade, o glucagon é inibido e permanece em níveis baixos, mas constantes. A forte relação entre a secreção de insulina e a inibição de glucagon tem levado à especulação de que as células alfa são reguladas por algum fator associado à insulina, em vez de diretamente pela concentração da glicose no plasma O fígado é o tecido-alvo primário do glucagon. O glucagon estimula a glicogenólise e a gliconeogênese para aumentar a produção de glicose. Estima-se que, durante o jejum noturno, 75% da glicose produzida pelo fígado é proveniente das reservas de glicogênio, e os 25% restantes, da gliconeogênese. A liberação de glucagon também é estimulada por aminoácidos plasmáticos. Esta via evita a hipoglicemia após a ingestão de uma refeição com proteína pura. Se uma refeição contém proteínas, mas não carboidratos, os aminoácidos absorvidos causam a secreção de insulina. Embora nenhuma glicose tenha sido absorvida, a captação de glicose estimulada pela insulina aumenta, e a concentração de glicose no plasma cai. A não ser que algo se oponha a esse processo, o suprimento de combustível para o encéfalo é ameaçado pela hipoglicemia. A cossecreção de glucagon nessa situação evita a hipoglicemia pela estimulação da produção de glicose hepática. Desse modo, embora apenas aminoácidos tenham sido ingeridos, ambos, glicose e aminoácidos, tornam-se disponíveis para os tecidos periféricos. SOMATOSTATINA inibe a secreção de insulina e de glucagon. É idêntica ao hormônio secretado pelo hipotálamo que regula a liberação de somatotropina (GH, hormônio do crescimento) pela adeno-hipófise. Demonstra inibir a secreção tanto de insulina quanto de glucagon. Além disso, suprime a secreção exócrina do pâncreas. • Os nervos autônomos podem exercer efeitos diretos sobre a secreção hormonal pelas células A e B. (junções comunicantes) **estimulação parassimpática (colinérgica) aumenta a secreção tanto da insulina quanto do glucagon, enquanto a estimulação simpática (adrenérgica) aumenta a liberação do glucagon, mas inibe a da insulina. Esse controle neural da insulina e do glucagon pode contribuir para a disponibilidade de glicose circulante em reações ao estresse. REGULAÇÃO DO METABOLISMO insulina e o glucagon atuam de forma antagonista para manter a concentração de glicose plasmática dentro de uma faixa aceitável. Ambos os hormônios estão presentes no sangue na maior parte do tempo. É a proporção entre os dois hormônios que determina qual hormônio predomina No ESTADO ALIMENTADO, quando o corpo está absorvendo os nutrientes, a insulina é o hormônio dominante, e o organismo entra em estado anabólico. A ingestão de glicose é utilizada como fonte de energia e todo e qualquer excesso será estocado como glicogênio e gordura no corpo. Os aminoácidos vão primeiro para a síntese proteica. No estado de JEJUM, as reações metabólicas previnem a queda da concentração da glicose plasmática (hipoglicemia). Quando o glucagon predomina, o fígado usa glicogênio e intermediários não glicídicos para sintetizar glicose para liberação no sangue Em uma pessoa com metabolismo considerado normal, a concentração de glicose no jejum é mantida em cerca de 90 mg/dL de sangue, a secreção de insulina é mantida baixa e os níveis de glucagon estão relativamente elevados. Após a absorção dos nutrientes de uma refeição, a glicose plasmática aumenta. Esse aumento na glicose plasmática inibe a secreção de glucagon e estimula a liberação de insulina.. A insulina, por sua vez, promove a maior entrada de glicose às células. Como resultado, a concentração de glicose começa a bai-xar até os níveis normais de jejum. Isso ocorre a cada refeição fei-ta. A secreção de insulina é reduzida em conjunto com a concen-tração de glicose, e o glucagon lentamente começa a aumentar. ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Histologia: texto e atlas, correlações com Biologia celular e molecular. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016 SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017
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