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APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 1 APG 1 – O “melhor” amigo do homem 1) REVISAR A ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ➢ ANATOMIA → O coração é um órgão muscular oco formador por 4 espaços chamados de câmaras cardíacas. → As câmaras cardíacas são chamadas de 2 átrios (superiores) e 2 ventrículos (inferiores). → O músculo que compõe a parede do coração é chamado de miocárdio, ele é um tipo de músculo que só tem no coração. → Entre o átrio direito e o ventrículo direito temos a valva tricúspide. → Na saída do ventrículo direito entre ele e a artéria pulmonar temos a valva pulmonar. → Do lado esquerdo do coração entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo temos a valva mitral ou valva bicúspide. → Na saída do lado esquerdo do coração entre o ventrículo esquerdo e aorta temos a valva aórtica. → As valvas são fundamentais para manter o fluxo sanguíneo de forma unidirecional dentro do coração. (evitar o refluxo) → As artérias são sempre os vasos sanguíneos que estão saindo do coração. Estão levando o sangue para longe do coração. → As veias são os vasos sanguíneos que estão chegando no coração. Estão trazendo o sangue de volta para o coração. → Do lado direito do coração, os vasos sanguíneos que chegam ao átrio direito são as veias cavas: inferior e superior. A veia cava superior recolhe o sangue VENOSO (pobre em oxigênio e rico em dióxido de carbono) da cabeça, braços e tórax, enquanto que a veia cava inferior recolhe o proveniente das pernas e abdómen, abaixo do diafragma. → O vaso sanguíneo que sai do ventrículo direito é chamado de artéria pulmonar que é responsável por redirecionar esse sangue até os pulmões para receber oxigênio e eliminar o gás carbônico. → A artéria pulmonar carrega sangue venoso ou desoxigenado porque ela encaminha o sangue que veio do corpo e chegou ao coração até os pulmões. → Do lado esquerdo do coração, os vasos sanguíneos que chegam ao átrio esquerdo são as veias pulmonares, que estão chegando com o sangue arterial ou oxigenado. → Saindo do coração: do ventrículo esquerdo temos o maior vaso sanguíneo do corpo: AORTA. → A aorta com as suas ramificações é responsável por conduzir o sangue arterial ou oxigenado para todas as células do corpo. → O coração também possui envoltórios, que são camadas do tecido conjuntivo, que ajudam a proteger o coração. → Envolvendo o coração externamente, temos o pericárdio, dividido em 2 folhetos: ✓ Pericárdio fibroso: mais externo, tecido conjuntivo bem resistente que protege o coração contra o contato com os outros órgãos. ✓ Pericárdio seroso: mais interno, que está em contato com o musculo cardíaco, miocárdio. → Revestindo o miocárdio internamente, temos uma camada fina de epitélio: o endocárdio, que recobre a parte interior do miocárdio e reveste as valvas cardíacas. APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 2 ➢ FISIOLOGIA → O sangue chega no coração através da veia cava superior e inferior, passa para o átrio direito, vai para o ventrículo direito e depois para a artéria pulmonar (sangue venoso), que leva o sangue para os pulmões. → O sangue chega nos pulmões, sofre oxigenação, e volta para o coração através das veias pulmonares (sangue oxigenado) que levam para o átrio esquerdo, que desce para o ventrículo esquerdo e vai para o todo o corpo através da aorta. → O coração tem uma parte direcionada para a (circulação pulmonar) onde ocorre as trocas gasosas e a oxigenação do sangue, e outra parte a (circulação sistêmica), onde ocorre o transporte unidirecional do sangue para outros órgãos (além do pulmão) e tecidos. → Um único CICLO CARDÍACO inclui todos os eventos associados a um batimento cardíaco. Assim, um ciclo cardíaco consiste em uma sístole e uma diástole dos átrios mais uma sístole e uma diástole dos ventrículos. (o início de um batimento e o início do próximo, é denominado ciclo cardíaco.) → Cada ciclo é iniciado pela geração espontânea de potencial de ação no nó sinusal. → O ciclo cardíaco consiste no período de relaxamento, chamado diástole, durante o qual o coração se enche de sangue, seguido pelo período de contração, chamado sístole. ❖ FASES DO CICLO CARDÍACO: 1) Bomba de escova (primer pump) ou ENCHIMENTO VENTRICULAR LENTO (DIÁSTASE): Geralmente, cerca de 80% do sangue que está no átrio escoa diretamente para o ventrículo sem o auxílio da contração, ficando apenas 20% com ela para terminar de encher os ventrículos. 2) ENCHIMENTO VENTRICULAR RÁPIDO: O sangue vai se acumulando nos átrios durante a sístole ventricular. Quando termina essa fase e o ventrículo volta para a fase de diástole, que é o relaxamento, o volume sanguíneo que ficou nos átrios exerce pressão nas valvas atrioventriculares (direita: tricúspide; esquerda: mitral) e, então, passa rapidamente para os ventrículos. Isso ocorre no primeiro momento da diástole. No segundo momento, pouco sangue escoa diretamente para os ventrículos, e o sangue vindo das veias continua a chegar nos átrios. Esses dois momentos correspondem aos 80% do enchimento ventricular. E, por último, no momento final da diástole ventricular, ocorre a sístole atrial (contração do átrio) para terminar de encher o ventrículo, essa parte se refere aos 20% do enchimento dos ventrículos. 3) CONTRAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA OU ISOMÉTRICA: Logo após o início da contração ventricular: ocorre o aumento da pressão ventricular e as valvas atrioventriculares se fecham. Então, o ventrículo começa a se contrair, mas o sangue ainda não é ejetado, pois, para que isso ocorra, é preciso até 0,03 segundos a mais para que tenha a pressão necessária para que as valvas semilunares (direita: pulmonar; esquerda: aórtica) se abram e o sangue seja ejetado de encontro à pressão nas artérias correspondentes, pulmonar ou aorta. 4) EJEÇÃO RÁPIDA: As valvas semilunares abrem quando a pressão no interior do ventrículo direito está por volta dos 8mmHg e do ventrículo esquerdo aos 80mmHg; logo o sangue é ejetado para as respectivas artérias. No primeiro momento da ejeção, 70% do sangue é expelido, esse período é chamado de ejeção rápida. 5) EJEÇÃO LENTA: Como 70% do sangue já foi ejetado, agora restam os 30%, que serão lançados no segundo e terceiro momento, logo após o período de ejeção rápida. Destes, 30% correspondem ao período de ejeção lenta. 6) RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO (ISOMÉTRICO): Quando acaba o período de contração dos ventrículos, o relaxamento deles começa a ocorrer, e as pressões em seu interior começam a diminuir. As valvas semilunares se fecham quando as artérias começam a empurrar o sangue de volta para os ventrículos. Neste momento, o ventrículo continua a relaxar, mas o volume não altera, sendo o período de relaxamento isovolumétrico. Depois disso, as pressões dos ventrículos diminuem e voltam ao momento de diástole. Assim, as valvas atrioventriculares se abrem dando início a um novo ciclo. APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 3 ❖ CONCEITOS IMPORTANTES → Volume diastólico final (VDF): É denominado através do enchimento dos ventrículos durante seu relaxamento, a diástole, e atinge por volta dos 110 ou 120ml. → Volume sistólico final (VSF): É a quantidade de sangue que resta ao final da ejeção, por volta dos 40 a 60ml. → Fração de ejeção (FE): É a fração do volume sanguíneo expelido do volume diastólico final. É por volta dos 60%. Fórmula: FE = VDF – VSF → Débito sistólico (volume sistólico ou VS): Quando os ventrículos esvaziam durante a contração, que é a sístole, o volume diminui por volta dos 70ml. Volume de ejeção = o quanto o coração joga sangue em um batimento cardíaco. → Frequência Cardíaca (FC): É o número de batimentoscardíacos que ocorre dentro de 1 minuto. → Débito Cardíaco (DC): Caracterizado pelo volume sanguíneo bombeado pelo coração em 1 minuto. DC = FC x VS. Geralmente, 5-6 L/min (em repouso). Esse DC pode variar de acordo com a variação da FC. → Pré-carga: É a pressão que o sangue faz no ventrículo quando está cheio antes da contração, ou seja, antes da sístole. Quanto maior ou menor a tensão, maior ou menor é a pré- carga. → Pós-Carga: É a resistência enfrentada durante a ejeção do ventrículo; o sangue enfrenta dificuldades de seguir no momento em que ele é expelido para as respectivas artérias. ❖ SISTEMA DE CONDUÇÃO → A excitação cardíaca normalmente começa no nó sinoatrial (SA), localizado na parede atrial direita. As células do nó SA não têm potencial de repouso estável. → Em vez disso, elas se despolarizam repetida e espontaneamente até um limiar. A despolarização espontânea é um potencial marca-passo. Quando o potencial marca-passo alcança o limiar, ele dispara um potencial de ação. Cada potencial de ação do nó SA se propaga ao longo de ambos os átrios via junções comunicantes nos discos intercalares das fibras musculares atriais. Após o potencial de ação, os dois átrios se contraem ao mesmo tempo. → Ao ser conduzido ao longo das fibras musculares atriais, o potencial de ação alcança o nó atrioventricular (AV), localizado no septo interatrial, imediatamente anterior à abertura do seio coronário. No nó AV, o potencial de ação se desacelera consideravelmente, como resultado de várias diferenças na estrutura celular do nó AV. Este atraso fornece tempo para os átrios drenarem seu sangue para os ventrículos. → A partir do nó AV, o potencial de ação entra no fascículo atrioventricular (AV) (feixe de His). Este fascículo é o único local em que os potenciais de ação podem ser conduzidos dos átrios para os ventrículos. (Em outros lugares, o esqueleto fibroso do coração isola eletricamente os átrios dos ventrículos. → Depois da propagação pelo fascículo AV, o potencial de ação entra nos ramos direito e esquerdo. Os ramos se estendem ao longo do septo interventricular em direção ao ápice do coração. → Por fim, os ramos subendocárdicos calibrosos (fibras de Purkinje) conduzem rapidamente o potencial de ação, começando no ápice do coração e subindo em direção ao restante do miocárdio ventricular. Em seguida, os ventrículos se contraem, deslocando o sangue para cima em direção às válvulas semilunares. APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 4 2) DESCREVER AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NO SISTEMA CARDIOVASCULAR POR INFLUÊNCIA DO SNA → O coração recebe inervação pelos nervos simpáticos (distribuem-se por todas as porções do coração com forte representação no músculo ventricular) e parassimpáticos (distribuem-se para os nodos SA e AV, pouco menos para a musculatura atrial e muito pouco para o músculo ventricular). → A estimulação da inervação parassimpática desacelera o ritmo e a condução cardíaca, provoca a liberação do hormônio ACETILCOLINA pelas terminações vagais. → A acetilcolina tem dois efeitos principais sobre o coração: ✓ Ela diminui o ritmo do nodo sinusal; ✓ Ela reduz a excitabilidade das fibras juncionais AV entre a musculatura atrial e o nodo AV, lentificando a transmissão do impulso cardíaco para os ventrículos. → Basicamente, a liberação de acetilcolina pelas terminações vagais aumenta muito a permeabilidade da membrana aos íons potássio, permitindo o rápido vazamento desse íon para fora das fibras condutoras. Esse processo provoca aumento da negatividade no interior das células, efeito esse conhecido como hiperpolarização, que torna esses tecidos excitáveis muito menos excitáveis. → A estimulação simpática aumenta o ritmo cardíaco e a condução. A estimulação simpática causa essencialmente efeitos opostos aos observados no coração pela estimulação parassimpática: ✓ Aumenta a frequência de descargas do nodo sinusal. ✓ Aumenta a velocidade da condução, bem como a excitabilidade em todas as porções do coração. ✓ Aumenta a força de contração de toda a musculatura cardíaca, tanto atrial quanto ventricular. → RESUMINDO: o estimulo simpático aumenta a atividade global do coração. A estimulação máxima pode praticamente triplicar a frequência cardíaca e duplicar a força de contração. → A estimulação simpática leva à liberação do hormônio NOREPINEFRINA pelas terminações nervosas. → Basicamente, a norepinefrina estimula os receptores adrenérgicos β1 mediadores do efeito sobre a frequência cardíaca. O mecanismo preciso pelo qual a estimulação adrenérgica beta 1 atua sobre as fibras musculares do coração ainda não está totalmente esclarecido, mas acredita- se que aumente a permeabilidade das fibras aos íons sódio e cálcio. 3) COMPREENDER OS FATORES NEUROHORMONAIS QUE CONTROLAM A PRESSÃO ARTERIAL (SNA E SISTEMA RENINA ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA) → A regulação do coração através do sistema nervoso é no centro cardiovascular, que está localizado no bulbo. Essa região recebe informações de vários receptores sensoriais e direciona o débito apropriado, aumentando ou diminuindo a frequência dos impulsos nervosos nas partes simpáticas e parassimpáticas. → Proprioceptores: monitoram a posição dos membros e dos músculos, enviando impulsos ao sistema cardiovascular para aumentar a frequência. → Quimiorreceptores: monitoram alterações químicas no sangue de O2, CO2 e H+ localizados próximos aos barorreceptores. Hipóxia (baixo O2), acidose (aumento de H+) e hipercapnia (excesso de CO2) estimulam os quimiorreceptores. → Barorreceptores: São receptores sensíveis a pressão. Estão localizados na aorta das artérias carótidas internas e em outras do pescoço e tórax. Os barorreceptores enviam impulsos para regular a pressão sanguínea e também sinais secundários inibem o centro vasoconstritor bulbar e excitam o centro parassimpático vagal. Quando excita os barorreceptores por alta pressão, ocasiona em uma diminuição da pressão arterial, devido a redução da resistência periférica e do débito cardíaco. ❖ SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA → Quando o volume de sangue e a pressão arterial diminuem, as paredes das arteríolas glomerulares aferentes são menos distendidas, e as células justaglomerulares secretam a enzima renina no sangue. A estimulação simpática também estimula diretamente a liberação de renina pelas células justaglomerulares. APG – SOI III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 5 → A renina retira um peptídio com 10 aminoácidos chamado angiotensina I a partir do angiotensinogênio, que é sintetizado pelos hepatócitos. → Ao retirar mais dois aminoácidos, a enzima conversora de angiotensina (ECA) converte a angiotensina I em angiotensina II, que é a forma ativa do hormônio. → A angiotensina II afeta a fisiologia renal de três modos principais: 1) Ela diminui a taxa de filtração glomerular, causando vasoconstrição das arteríolas glomerulares aferentes. 2) Ela aumenta a reabsorção de Na+, Cl- e água no túbulo contorcido proximal, estimulando a atividade dos contratransportadores Na+H+. 3) Ela estimula o córtex da glândula suprarrenal a liberar aldosterona, um hormônio que por sua vez estimula as células principais dos ductos coletores a reabsorver mais Na+ e Cl- e a secretar mais K+. A consequência osmótica de reabsorver mais Na+ e Cl- é que mais água é reabsorvida, provocando aumento do volume sanguíneo e da pressão arterial. REFERÊNCIAS • TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia humana. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. • HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. • SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma AbordagemIntegrada, 7ª Edição, Artmed, 2017.
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