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EPILEPSIA E CRISES CONVULSIVAS

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Victoria Chagas 
1 
 
EPILEPSIA E CRISES CONVULSIVAS 
• EPILEPSIA 
- Síndrome caracterizada por crises epilépticas recorrentes 
(duas ou mais) sendo uma doença cerebral crônica 
causada por diversas etiologias e caracterizada pela 
recorrência de crises epilépticas não provocadas. 
 
• CRISE EPILÉPTICA 
- É uma atividade elétrica anormal, a qual gera sinais e 
sintomas específicos e alterações no EEG - pode ser motora, 
sensitiva, psíquica ou comportamental 
- Toda CRISE CONVULSIVA (movimentos ritmados) é uma 
crise epiléptica, mas nem toda crise epiléptica é convulsiva 
(sensoriais, psíquicas e etc.) 
o Crise provocada: é uma crise epiléptica decorrente de 
uma causa imediata identificada como distúrbio 
metabólico, hipoglicemia, intoxicação aguda, 
abstinência de drogas sedativas ou insulto neurológico 
agudo. Deve existir uma relação temporal entre o 
desencadeante e a crise, geralmente, nos últimos 7 
dias. 
o Crise não provocada: quando não há uma causa 
conhecida para a crise, após investigação clínica, 
laboratorial e de imagem. 
 
 
• SÍNDROME EPILÉPTICA 
- Conjunto de características clínicas (tipos de crises, idade 
de início, local, resposta tratamento) semelhantes. 
o Síndrome de West – início de 4-7 meses de vida – 
espasmos + retardo neurodesenvolvimento 
o Síndrome de Lennox-gastaut – pré-escolar – qualquer crise + retardo neurodesenvolvimento 
o Epilepsia com descargas centrotemporais – “benigna da infância” – desaparece com a maturação 
– geralmente autolimitada, comum ter HMF positiva e bom controle com medicamentos – pega mais 
meninos com pico entre 7-10 anos - apesar de ser autolimitada pode causar retardo durante a crise 
o ESTADO DE MAL EPILÉPTICO – dura mais de 30 minutos – mas na imensa maioria das vezes já trata 
com mais de 5 minutos de crise OU se >2 crises sem recuperação da consciência entre elas 
 
 
EPLEPSIA 
 
 
O QUE É? 
 
- A epilepsia é uma doença que se caracteriza por uma predisposição permanente do cérebro 
em originar crises epilépticas recorrentes e pelas consequências neurobiológicas, cognitivas, 
psicológicas e sociais destas crises 
 
 
 
 
 
 
EPIDEMIO 
 
 
- Atualmente, estima-se que há mais de 50 milhões de pessoas com epilepsia no mundo 
- Prevalência estimada em 0,5 a 1% da população mundial 
- Incidência maior em extremos de idade 
- Chance de recorrência é de >60% 
- Fatores predisponentes → uso de drogas e álcool, estresse químico e emocional, privação de 
sono, bebida em excesso, fotoestimulação ... 
 
 Victoria Chagas 
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ETIOFISIO 
PATOLO 
GIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ ETIOLOGIA 
 
- A etiologia é muita variável, incluindo 
causas genéticas e adquiridas 
- A epilepsia pode ser classificada em mais de 
uma categoria etiológica. 
- O fato de que fatores ambientais 
contribuem para a epilepsia é um conceito 
bem aceito (gatilhos) 
 
 
 
 
• Estrutural 
 
- Anormalidades visíveis em estudos de neuroimagem estrutural em que a avaliação leva à um 
grau razoável de que a anormalidade é a causa das crises 
- Podem ser adquiridas (ex.: encefalopatia hipóxico-isquêmica, AVC, trauma e infecção) ou 
genética (esclerose tuberosa – alteração estrutural causada por mutação) 
 
• Infecciosa 
Uma etiologia infecciosa se refere a um paciente com epilepsia e não as crises ocorrendo no 
contexto de uma infecção como meningite ou encefalite. 
- Exemplos comuns: neurocisticercose, tuberculose, HIV, malária cerebral, panencefalite 
esclerosante subaguda, toxoplasmose cerebral e infecções congênitas como Zika vírus e CMV. 
 
• Genética → mutação na qual crises epiléticas constituem sintoma central 
 
• Imune → Distúrbio imune na qual as crises epilépticas são o sintoma central 
 
• Metabólica → Resultado direto de um distúrbio metabólico 
 
• Desconhecida → Causa não pode ser definida mesmo após investigação. 
 
➢ FISIOPATOLOGIA 
 
o Zona de início ictal → área do córtex na 
qual as crises epilépticas têm início 
o Zona sintomatogênica → sintomas que 
podem ser vistos nos 10s iniciais da crise 
o Zona lesional → alterações estruturais 
cerebrais que as crises podem ser atribuídas 
o Zona irritativa → corresponde às descargas 
paroxísticas interictais 
o Zona de déficit funcional → representada 
pelos déficits 
 
 
 
 
- Sabe-se que as crises são decorrentes de um 
desequilíbrio entre excitação e inibição 
neuronal, relacionado ao evento inibitório 
GABA que resulta em impulsos nervosos 
anormais → Ocorre a excitação excessiva 
pelo Glutamato ou falta de inibição do GABA 
- Origina-se então o evento epileptogênico 
com regiões de maiores prevalências de 
ocorrência, como: amígdala, hipocampo e 
córtex frontal. 
 
 
 Victoria Chagas 
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ETIOFISIO 
PATOLO 
GIA 
 
 
➢ CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES 
 
FOCAL 
- São tipicamente breves e de início e fim súbito e limitadas a 1 hemisfério 
- Frequentemente são mal diagnosticados, podendo apresentar sinais atípicos e 
comportamentos/gestos estranhos 
- Tem como ser FOCAL e progredir para TÔNICO CLÔNICO BILATERAL 
o PERCEPTIVA OU DISPERCEPTIVO 
o INÍCIO MOTOR OU NÃO MOTOR 
 
GENERALIZADA 
- Rápido envolvimento de redes bilateralmente – afeta ambos hemisférios 
- Normalmente é disperceptivo 
- Divida em não motoras e motoras 
 
o NÃO MOTORAS 
 
▪ AUSÊNCIA 
- EEG com ponta onda de 3HZ 
- Geralmente são curtas – 5 a 15 segundos 
- Na maior parte das vezes ocorre em crianças e pode estar associado a automatismos 
✓ Típica – curtas e pode ser desencadeada por hiperventilação ou privação de sono 
✓ Atípica – duram mais que as típicas, pode ter sintomas motores, não são 
desencadeadas por hiperventilação, foto estimulação ou privação de sono 
✓ Mioclônica 
 
o MOTORAS 
 
▪ ATÔNICA – QUEDA HIPOTÔNICA 
- Perda súbita dos tônus dos músculos posturais, com queda do corpo ou da cabeça e 
recuperação rápida (1-2 segundos) sem abalos convulsivos ou sintomas pós-ictais 
 
▪ TÔNICA – POSTURAS EM EXTENSÃO OU FLEXÃO 
- Aumento da contração muscular sustentada que dura poucos segundos a minutos 
- Assimetria dos MMSS (postura de esgrimista) 
 
▪ CLÔNICA – ABALOS RÍTMICOS 
- Abalos rítmicos com contrações musculares e duração de segundos a minutos 
 
▪ MIOCLÔNICA – ABALOS ARRÍTMICOS BREVES – PARECEM CHOQUES/SUSTOS 
- Abalos arrítmicos breves, abruptos e repetitivos que afetam vários grupos musculares 
- Classicamente é uma crise motora generalizada que mantem consciência 
 
▪ TÔNICO-CLÔNICA – TIPO MAIS COMUM (CONVULSIVA) 
- Sequência de tônica (10-20 s) seguida de clônica (cerca de 3 minutos) 
- Sem aura, com súbita perda de consciência 
- Queda no chão e espasmos muscular com trismo 
- Cianose, grito ictal/ epiléptico, mordedura lateral da 
língua (pode ter sangue) e salivação excessiva 
- Midríase, sudorese, FC elevada (hiperatividade simpática), 
com consequente relaxamento da musculatura e pode 
haver liberação de esfíncteres 
- Depois há recuperação gradativa da consciência, 
cefaleia, confusão mental, sonolência, dores e fadiga 
 
 
o DESCONHECIDA 
- Evidência insuficiente para caracterizar como focal, generalizada ou ambas 
- Ex.: espasmos epilépticos, outras 
 
o NÃO CLASSIFICADA 
 
 
 Victoria Chagas 
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ILAE - 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA 
 
- Varia depende do tipo da crise e do local acometido 
- Na maioria dos casos as crises duram <2 minutos 
- Após a crise, temos o estado pós-ictal em que áreas cerebrais afetadas ainda estão disfuncionais 
– estado de confusão, podendo ter paralisias/parestesias de brações e/ou pernas 
 
➢ AURA 
- Manifestações sensitivo-sensorialque precedem algumas crises 
- Apresentam curta duração, geralmente de segundos, no início das crises 
o Somatossensitiva: formigamento, sensação de choque ou dor 
o Visual: alucinação visual, amaurose 
o Auditiva: alucinação auditiva, som repetitivo e simples 
o Olfatória: alucinação olfativa desagradável 
o Gustativa: geralmente acompanha aura olfatória 
o Experienciais: relembram experiências, sensações, ansiedade, medo. 
 
➢ MANIFESTAÇÕES MOTORAS 
• Automatismos – movimentos repetidos – ex.: mastigação, esfregar mãos ... 
• Tônica – hipertonia muscular com posturas em extensão ou flexão 
• Atônica – queda hipotônica 
• Clônicas – abalos rítmicos 
• Mioclônicas – abalos arrítmicos e rápidos – como um susto 
• Espasmos epilépticos – flexões do corpo 
• Hipercinética – debater, pedalar 
 
➢ MANIFESTAÇÕES NÃO MOTORAS 
• Autonômico – palidez, sudorese 
• Cognitivo – alteração de linguagem, pensamento e memória 
• Emocional – ansiedade, medo extremo 
• Sensitivo – parestesias, hipoestesias, queimação 
• Parada comportamental – fica parado, com olhar vago – geralmente diferencia da ausência 
pela idade (ausência é geralmente em crianças) 
 
➢ SINTOMAS SEGUINDO ÁREAS DE ACOMETIMENTO 
• Frontal: acometimento motor e de fala, automatismos, salivação excessiva, vocalização, 
mutismo, ecolalia, alteração de personalidade 
• Parietal: sensitivos, parestesia, dor, perda de percepção (negligência), alucinação gustativa, 
vertigem, movimentos involuntários 
• Temporal: alucinação auditiva, medo/felicidade, dor, linguagem, confusão pós-ictal. 
• Occipital: alucinação visual, escotomas, cegueira, nistagmo, piscamento repetitivo 
 
** Várias epilepsias são associadas com comorbidades tais como problemas de aprendizado, 
psicossociais e comportamentais. 
 
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DIAGNÓS 
TICO 
 
- Anamnese + EEG + neuroimagem 
- Critérios diagnósticos: 
• Ao menos 2 crises não provocadas (ou reflexas) com intervalo >24h; 
• Uma crise não provocada (ou reflexa) e alta chance de recorrência, como: 
▪ Insulto cerebral anterior 
▪ EEC epileptiforme 
▪ TC/RNM anormal 
▪ Crise durante o sono 
• Diagnóstico de uma síndrome epiléptica 
 
➢ ANAMNESE 
- Conversar com quem presenciou a crise para saber como foi e oque ocorreu durante e após 
- Importante avaliar o que a pessoa estava fazendo na hora da crise e como ela acordou 
- Teve fatores desencadeantes? Sintomas pós ictais? 
- Quanto tempo durou? Foi a primeira vez? Lembra do que aconteceu durante a crise? 
- Perguntar se teve aura → sintomas tipo alterações visuais, auditivas, formigamento etc. 
- Antecedentes → Trauma, meningite, HMF, crise febril, doenças, medicações/drogas... 
 
➢ EEG (ELETROENCEFALOGRAMA) 
- Avalia as descargas epileptiformes (espículas) e 
caracteriza foco epiléptico 
- Importante para definir o tipo da epilepsia, localização 
da zona e monitorização durante tratamento. 
- Realizados em sono e vigília 
- Resultado normal não exclui a possibilidade de 
epilepsia, sendo que 90% dos casos a repetição do 
exame é suficiente para detectar alteração. 
- Há também o videoencefalograma 
 
➢ EXAMES – ajuda nos dxx 
• Glicemia → hipoglicemia pode mimetizar crise 
• ECG → exclusão de dxx 
• Rastreio infeccioso 
• Alterações hidroeletrolíticas → Distúrbios do sódio pode causar epilepsia 
• Perfil toxicológico 
• Hemograma 
• Eletrólitos 
• Função renal e hepática 
• Função tireoidiana 
• Sorologia para HIV e sífilis se suspeita clínica 
• Medicamentos– ex.: bupropiona, tramadol, fentanil, ATB, antipsicóticos, lidocaína, entre outros 
 
➢ NEUROIMAGEM (TC ou RM) 
- Indicado para ajudar no dxx e buscar alterações 
- O melhor seria a ressonância para avaliar área epiléptica 
- Em crise aguda sintomática paciente pode apresentar isquemia cerebral, hemorragia e TCE 
 
➢ PUNÇÃO LOMBAR 
- Em casos de suspeita de meningite ou encefalite, neoplasia e imunossupressão 
 
➢ DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
• Crises psicogênicas → muito comum, inclusive em pacientes que tem dx de epilepsia 
• Síncope 
• AIT, arritmias, distúrbios do movimento, distúrbios metabólicos... 
• Migrânea, ataque de pânico 
• Drogas psicoativas 
 
 Victoria Chagas 
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TRATA 
MENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Se crise provocada → tratar causa base 
→ Crises agudas (status epilepticus) – começa tratar quando >5 minutos ou duas crises sem 
recuperação da consciência → benzodiazepínicos 
• Diazepam EV 10-20 mg - pode repetir a dose 
• Se não sair da crise pode usar fenitoína ou fenobarbital EV 
→ Se não provocadas → medicamentos antiepilépticos 
• Quando começar? DX de epilepsia 
• Como iniciar? Monoterapia (titulação) e aumentar dose ou acrescentar caso necessário 
• Quando parar? Geralmente quando a pessoa está sem crise há 2 anos (1 a 5 anos) 
• Qual usar? Depende da crise 
 
➢ MEDICAMENTOS 
- Geralmente são os bloqueadores de canal de cálcio 
• Focal → lamotrigina, carbamazepina e valproato 
• Generalizada → valproato e lamotrigina 
• Ausência → valproato ou Ethosuximide 
• Gestantes → lamotrigina e carbamazepina 
• Fenobarbital e fenitoína - pode ser por via EV 
 
- Principais efeitos colaterais → náuseas, cefaleia, tontura, sonolência, ataxia 
- Após 2 a 3 anos sem crises é preciso reavaliar o tratamento e considerar a retirada 
- Epilepsia resolvida → Indivíduos que tiveram uma síndrome epiléptica idade-dependente, mas 
agora passaram a idade vulnerável e não apresentam mais a epilepsia OU Aqueles que 
permaneceram livres de crises por pelo menos 10 anos, sem antiepilépticos pelos últimos 5 anos. 
 
- Orientações para os pacientes: 
• Fatores predisponentes → drogas/álcool, estresse, privação de sono, fotoestimulação... 
• Consumo de álcool excessivo (>3 doses por dia) ↑ o risco principalmente de 7 a 48 horas 
• Restrição de direção e atividades de risco 
• Instruções para o momento da crise – não interferir (não conter o paciente) 
- Colocar o paciente de lado e com a cabeça elevada após fim da crise 
- Apoiar a cabeça sobre algo macio 
- Localizar objetos que possam machucar – ex.: retirar óculos, faca, tesoura, afrouxar roupa 
- Monitorar a crise – contar o tempo no relógio 
- Acompanhe a pessoa até que ela acorde 
• Quando buscar ajuda médica 
- Crise maior de 5 minutos ou repetidas 
- Dificuldade pra respirar, ferimentos, gravidez ou doença prévia 
- Crise na água 
- Primeira crise 
 
➢ CIRURGIA 
- Indicado em pacientes fármaco-resistente com características de epilepsia focal e que 
preencham os critérios para refratariedade 
- Investigar se: está tomando direito? Diagnóstico é epilepsia mesmo? Etc... 
 
➢ DIETA CETOGÊNICA 
- Durante o tratamento deve ser mantido uma dieta rica em gordura e pobre em carboidrato – os 
corpos cetônicos podem bloquear o transporte de glutamato no SNC 
- Foi eficaz em alguns estudos em reduzir a frequência de crises em 50% 
- 1/3 dos pacientes apresentaram 90% de redução nas crises 
 
➢ INSTRUÇÕES SOBRE DIREÇÃO 
- É obrigatório o médico que atendeu orientar sobre não dirigir – colocar no prontuário 
- Com epilepsia em uso de medicamento (grupo I), para serem aptas: 1) Estar a um ano sem crises; 
2) Ter um parecer favorável do médico; 3) Ser plenamente aderente ao tratamento. 
- As pessoas com epilepsia em retirada de medicação (grupo II) deverão: 1) Não ter epilepsia 
Mioclônica juvenil; 2) Estar, no mínimo há dois anos sem crises epilépticas; 3) Retirada de 
medicação mínima de seis meses; 4) Estar no mínimo há seis meses sem crises de qualquer tipo 
após retirada da medicação; 5) Ter parecer favorável do médico assistente 
- Quando for favorável deve seguir alguns critérios: Aptossomente para categoria B (carro); 
Diminuição do prazo de validade do exame na primeira habilitação; Repetição dos 
procedimentos para renovar carteira; Prazo de validade normal após primeira renovação 
Valproato Sódico (500 mg/Cp) 
1500-2000 mg/dia em 3 doses; 
Carbamazepina (200 mg/Cp) 
600-1200 mg/dia em 2-3 doses 
Lamotrigina (100 mg/cp) 
200 a 400 mg por dia em 2 doses 
 
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CRISE/CONVULSÃO FEBRIL (CF) 
 
 
 
O QUE É? 
 
- A Convulsão Febril (CF) é definida como uma convulsão junto com episódio febril (temperatura 
>38°C) que acomete crianças geralmente entre 6 meses a 60 meses (5 anos) sem sinais de 
infecção/inflamação do SNC, distúrbio metabólico e sem histórico de convulsões afebris. 
 
 
 
 
 
 
EPIDEMIO 
- Forma mais comum de síndrome epiléptica, atingindo de 2-5% das crianças entre 6-60 meses 
- Em 21% das crianças afetadas, a crise febril desenvolve-se uma hora após o início da febre, em 
57% em um intervalo de 1 a 24 horas, e, em 22%, acima de 24 horas. 
- O risco do desenvolvimento de epilepsia é baixo (2-10%) → ↑ risco se HMF epilepsia e <18 meses 
- Estudos mostram que aproximadamente 30-40% terão recorrência da CF após o primeiro evento 
- Alguns fatores de risco estão ligados para a recorrência de CF, tais como: primeira crise antes 
dos 18 meses, crianças do sexo masculino, histórico familiar de epilepsia ou CF e anormalidade 
do desenvolvimento ou natureza neuropsicomotora 
- Acomete ligeiramente mais meninos (1,6: 1) 
 
 
 
 
 
 
ETIOFISIO 
PATOLO 
GIA 
 
 
➢ ETIOLOGIA 
- Multicausal, envolvendo fatores genéticos e interação do indivíduo com o meio ambiente. 
- Sabe-se que a maioria das crianças que evoluem com quadro de CF apresentam 
concomitantemente infecções gripais, de vias aéreas altas (amigdalite, sinusite, rinofaringite), 
pulmonares, digestivas altas e urinárias, otite, sejam de ouvirem viral ou bacteriana. 
 
➢ FISIOPATOLOGIA 
- Ainda é discutida no meio científico, mas acredita-se que a diferença na permeabilidade 
celular, na mielinização deficiente dos neurônios, a imaturidade cerebral das crianças e a 
atividade elétrica do cérebro sejam os motivos pelos quais as crianças estão mais propensas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA 
 
- Crise epiléptica no início ou até 24h do começo da febre > 38˚C 
 
➢ CF SIMPLES OU TÍPICA: crises tônico-clônico generalizadas – maioria (80%) 
- Apresenta-se como episódio único em 24h com duração < 15min 
- Estado pós-ictal de sonolência breve 
- Exame neurológico normal → sem características focais 
- Não tem recorrência → começa no início da infecção e não tem mais 
 
➢ CF COMPLEXA OU ATÍPICA: crise focal – pior prognóstico 
- Recorrência da crise em 24h com duração > 15 min 
- Estado pós-ictal com sinais neurológicos ou sonolência duradoura 
- Com déficits focais no exame neurológico → ex.: paralisia de Todd 
- De 2 a 3x mais chance de virar epilepsia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓS 
TICO 
 
- É clínico → Deve-se excluir outras causas 
 
• Exames laboratoriais → hemograma, eletrólitos, glicemia, cálcio, fósforo, magnésio 
 
• EEG, TC ou RNM → Não há indicação se crise febril simples bem estabelecida 
- Faz se houver déficit neurológico ou crise focal persistente 
 
• Punção lombar → apenas em casos: 
- Crise complexa/atípica 
- Se criança < 12 meses (entre 12-18 meses pode ser considerada) 
- Se > 18 meses não fazer a menos que tenham sinais de Infecção do SNC (estado de mal 
epiléptico, toxemia, crise complexa, nível de consciência reduzido, letargia persistente) 
- Crise febril em > 5 anos 
 
 Victoria Chagas 
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TRATA 
MENTO 
 
- Geralmente as convulsões cessam espontaneamente em 2-3 min e não necessitam tratamento 
 
➢ PACIENTES SEM FATORES DE RISCO 
- Pacientes sem fatores de risco devem ser orientados sobre benignidade das crises, uso de 
antitérmicos (sintomático) e medidas gerais diante de nova crise 
- Pode ser usado dipirona 10 a 25 mg/kg/dose (máximo de 100mg/kg/dia), paracetamol 10 a 15 
mg/kg/dose (máximo de 2,6 gramas por dia) e, em crianças maiores de seis meses ibuprofeno 
- Em relação a orientação familiar, devemos alertar possibilidade de recorrência e risco levemente 
aumentado de desenvolver epilepsia no futuro 
- Os cuidados durante a crise também devem ser orientados → Proteger contra traumas durante 
o período ictal, impedir que coloque algum objeto na boca da criança, prevenir aspiração de 
saliva no período pós-ictal e monitorar o tempo de crise são algumas das medidas orientadas. 
 
➢ FASE AGUDA 
- Igual qualquer crise convulsiva – ABC e medicamentos para cessar crise geralmente >5 min 
- Usa-se benzodiazepínicos como o Diazepam IV ou midazolam 
- Recomenda-se o uso de fenitoína (25-30mg/kg) por via endovenosa após a estabilização das 
crises de CF ou nos casos em que os episódios se mantiverem 
 
➢ PROFILÁTICO 
- Para os pacientes com um ou mais fatores de risco de recorrência → os de baixa idade na 
primeira crise (inferior a 18 meses), história familiar de crise febril, curta duração da febre antes da 
primeira crise (menos de uma hora), crises >15 minutos, presença de 2 ou mais crises anteriores 
ou com curto intervalo de tempo (>2 crises em 12 hrs) ou >3 crises em 6 meses ou >4 em 1 ano. 
 
o INTERMITENTE → Diazepam (via retal ou oral) 
- Deve ser realizado nos episódios de febre e nas próximas 48-72 horas de doença febril 
- 0,5 mg/kg/dose inicialmente e 0,2 mg/kg/dose de 12 em 12 horas durante o período febril 
 
o CONTÍNUA → Ác. Valproico ou fenobarbital (evitar esse último devido ↑efeitos adversos) 
- Efetivo para diminuir a recorrência - Optamos pela profilaxia contínua somente nos casos em 
que a elevação de temperatura ocorra tão rapidamente que a mãe ou cuidador não perceba 
- Outras situações → falha na profilaxia intermitente e se 1ª crise seja um status epilepticus 
- Todos estes casos, felizmente, são raros e a profilaxia contínua é cada vez menos utilizada 
- Mantida por no mínimo 12 meses, podendo estender até os 5 anos 
- Retirada da medicação lenta e gradual, dentre 3 a 6 meses 
 
CRISES NÃO EPILÉPTICAS PSICOGÊNICAS (CNEPS) 
 
 
O QUE É? 
 
- A crise psicogênica não-epilética é um tipo de crise semelhante superficialmente com uma crise 
epiléptica, mas sem a característica associada a descargas elétricas da epilepsia. 
- As CNEPs são extremamente frequentes e claramente subdiagnosticadas 
 
 
 
 
 
EPIDEMIO 
- Cerca de 20% dos pacientes atendidos como epiléticos têm crises psicogênicas não-epiléticas 
- 75% dos pacientes são mulheres, com crises se iniciando no final da adolescência precoce. 
- Estas crises podem ser uma expressão de danos psicológicos reprimidos em resposta ao trauma, 
tais como abuso infantil ou experiências traumáticas. 
- Entre 10-30% dos pacientes com epilepsia também têm crises psicogênicas não-epiléticas. 
 
 
 
 
 
ETIOFISIO 
PATOLO 
GIA 
 
 
- Em sua definição atual, 
são manifestações 
comportamentais 
semelhantes às da 
epilepsia, mas que dela 
diferem por não serem 
consequentes de 
descargas elétricas cerebrais anormais, 
 
 Victoria Chagas 
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CLÍNICA 
E 
DIAGNÓS 
TICO 
 
- O diagnóstico de CNEP é fundamentado 
em uma boa história clínica. 
- Estes dados serão confrontados com a 
conhecida forma de apresentação das 
crises epilépticas clássicas, e as 
divergências desta apresentação 
levantarão a hipótese de CNEP. 
- O diagnóstico diferencial envolve em 
primeiro lugar afastar a epilepsia como a 
causa da crise, juntamente com outras 
causas orgânicas de não-epilepsia, tais como síncope, enxaqueca, vertigem e AVC. Logo depois, 
transtornos fictícios(simulando ataques através de processos inconscientes por motivos 
psicológicos) e simulação de doença (crises convulsivas intencionalmente para ganho 
secundário) são excluídos. 
- Um clínico experiente é capaz de fazer o diagnóstico a partir de uma cuidadosa história, mas o 
teste mais conclusivo para distinguir é o eletroencefalograma a longo prazo 
 
 
 
 
 
 
TRATA 
MENTO 
 
- É importante explicar o diagnóstico de forma aberta e sensível → diagnóstico ou experiência 
negativa irá frustrar o paciente, pode fazer com que ele rejeite qualquer nova tentativa de 
tratamento e até mesmo agravar o seu quadro de saúde. 
- Feitas as recomendações ao paciente e ao familiar de seu quadro atual e de seu prognóstico, 
em seguida é prescrito o tratamento psicológico e psiquiátrico. 
• Psicoterapia/psicanálise é o tratamento mais indicado 
• Em casos de doenças psiquiátricos como depressão ou síndrome do pânico, devem ser 
tratados por psiquiatra com medicamentos adequados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Victoria Chagas 
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