Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FARMACOGNOSIA APLICADA Annaline Stiegert Cid Fitoterapia e fitoterápicos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Explicar a utilização de fitoterápicos como recurso terapêutico de interesse à saúde pública. � Conceituar fitoterápicos, fitofármacos, marcadores fitoquímicos e marcadores farmacológicos obtidos de plantas. � Descrever o emprego de fitoterapia no tratamento de doenças. Introdução A utilização de plantas medicinais no tratamento de enfermidades é tão antiga quanto a humanidade. Existem evidências de que o ser humano utiliza plantas para o tratamento de doenças desde a era paleolítica, na pré-história. Relatos mais contundentes contendo descrições do uso medicinal de espécies vegetais foram encontrados na Índia, na China e no Egito, e estima-se que tenham sido elaborados a partir do ano 2500 a.C. (SAAD et al., 2016). Com o passar dos anos, o desenvolvimento da ciência, especialmente da química orgânica, levou ao isolamento e, posteriormente, à síntese de vários fármacos oriundos de plantas. Aos poucos o uso medicinal de plantas medicinais foi assumindo um papel secundário. Elas passaram a ser vistas, principalmente, como fonte de substâncias isoladas para serem utilizadas na terapêutica. No entanto, nos últimos anos, pesquisadores e especialistas têm indicado um retorno da fitoterapia como uma tera- pêutica de importância fundamental para a promoção da saúde e do bem-estar da população (SAAD et al., 2016; SIMÕES et al., 2017). Neste capítulo, você vai entender porque a promoção do uso racional e seguro de plantas medicinais tem ganhado destaque em todo o mundo, inclusive no Brasil. Discutiremos a importância na fitoterapia para a saúde pública, os conceitos mais importantes para entender o contexto dessa terapêutica na atualidade e traremos exemplos de aplicações terapêuticas de plantas medicinais e seus fitoterápicos. 1 Relevância da fitoterapia na saúde pública As plantas medicinais representam, ainda hoje, os únicos recursos terapêu- ticos de diversas comunidades, especialmente aquelas consideradas mais pobres. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 85% da população dos países em desenvolvimento depende da utilização de plantas medicinais para suprir cuidados básicos de saúde. Além disso, mesmo em países desenvolvidos, uma grande parcela da população utiliza a fitoterapia para o tratamento de doenças. Considerando esses aspectos, discutidos na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde que aconteceu em Alma-Ata, no Paquistão, em 1978, a OMS passou a recomendar que os países membros incentivassem o uso racional de plantas medicinais e fitote- rápicos, orientação acatada por muitos países, inclusive o Brasil (OMS, 1979; SAAD et al., 2016; SIMÕES et al., 2017). O nosso país é considerado megadiverso, o que significa que o território brasileiro abriga uma infinidade de organismos vivos, que representam uma parcela significativa de toda a biodiversidade mundial. Isso já seria motivo suficiente para incentivar pesquisadores e especialistas a aproveitarem toda essa riqueza natural para a promoção da saúde e do bem-estar da nossa população, mas, além disso, o Brasil apresenta uma enorme diversidade cultural que, asso- ciada a nossa biodiversidade, resultou em um rico conhecimento sobre o uso e manejo das plantas medicinais, que tem enorme potencial para ser explorado. Reconhecendo isso e seguindo as orientações da OMS, o Ministério da Saúde lançou em 2006 a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que tem como objetivo principal: “garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional” (BRASIL, 2016a, documento on-line). A fim de cumprir esse objetivo, dois anos depois da implementação da política nacional, foi formulado o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que reúne diversas ações visando à regulação e à disseminação do uso medicinal de espécies vegetais e seus derivados (BRASIL, 2016a). Fitoterapia e fitoterápicos2 Tanto a política quanto o programa nacional reconhecem a necessidade de haver ações de incentivo à pesquisa de plantas medicinais e fitoterápicos; capacitação de profissionais de saúde; ampliação do acesso da população a esses produtos, de forma segura e efetiva; e regulação de todas as etapas da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos. Isso deve ser feito levando-se em conta o conhecimento tradicional associado à fitoterapia no Brasil e ao uso sustentável na nossa biodiversi- dade, promovendo, inclusive, a inclusão da agricultura familiar para cultivo de plantas medicinais. Para tanto, o governo acredita que é necessário uma interação entre os setores público e privado, universidades, institutos de pesquisa e organizações não governamentais (KLEIN et al., 2009; BRASIL, 2016a). Desde 2006, quando a política nacional foi implementada, várias ações já foram conduzidas e têm contribuído para a ampliação da fitoterapia no país. A partir de 2007 houve a inclusão de fitoterápicos no elenco de referência de medicamentos e insumos complementares para a assistência farmacêutica na atenção básica em saúde; atualmente, a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) conta com 12 fitoterápicos, além das isoflavonas de soja obtidas da espécie Glycine max. Os medicamentos da Rename podem ser solicitados pelas prefeituras municipais para serem incluídos em suas Relações Municipais de Medicamentos Essenciais (Renume). Nesse caso, esses medicamentos podem ser distribuídos gratuitamente à população pelo Sistema Único de Saúde (Sus). Os fitoterápicos, em geral, têm um custo de produção menor do que medica- mentos convencionais, porque sua obtenção não envolve etapas de isolamento ou síntese. Sendo assim, é muito importante a inclusão desses produtos no SUS, os quais podem atender um grande número de pessoas forma efetiva e segura a um custo relativamente baixo (KLEIN et al., 2009; SIMÕES et al., 2017; BRASIL, 2020). O menor custo da produção de fitoterápicos também é um incentivo à inovação e ao desenvolvimento das indústrias farmacêuticas nacionais, que, em geral, limitam-se à produção de medicamentos genéricos e similares. Dessa forma, o valor dos produtos repassados ao consumidor também deve ser menor em comparação com medicamentos convencionais. Mesmo que o tratamento não seja realizado pelo Sus, a fitoterapia, em geral, custa menos para o paciente, até porque existe a opção de que ele cultive as plantas medi- 3Fitoterapia e fitoterápicos cinais em casa, o que, é claro, deve ser realizado com o acompanhamento de um profissional habilitado (KLEIN et al., 2009). A importância das plantas medicinais para a saúde pública não se limita a uma redução de custos. Investigações dos efeitos terapêuticos e da segurança de plantas medicinais e fitoterápicos mostram que eles podem ser muito úteis para o tratamento de várias doenças. Destacam-se condições de saúde complexas que envolvem diversas vias, uma vez que esses produtos apresentam diversas substâncias em sua composição que podem agir sinergicamente de diferentes formas e tratar o paciente de uma forma mais integral. Estudos mostram ainda que algumas substâncias são inativas quando estão isoladas, mas, no extrato, apresentam atividade porque os demais compostos presentes aumentam a sua biodisponibilidade, estabilidade ou solubilidade. É muito comum em pesquisas na área de produtos naturais que os extratos de plantas apresentem efeitos mais interessantes do que as substâncias isoladas (SAAD et al., 2016). Um exemplo de sinergismo é o caso da planta medicinal uva-ursina, ou uva-de-urso. Seu principal componente ativo é a arbutina. Estudos científicos mostraram que o extrato da planta mostrou maior eficácia do que asubstância isolada, porque, segundo alguns autores, o ácido gálico presente no extrato aumenta a biodisponibilidade da arbutina (SAAD et al., 2016; EUROPEAN MEDICINES ANGENCY, 2018a). Adicionalmente, estudos mostram que, em geral, fitoterápicos apresentam menos efeitos adversos do que os medicamentos convencionais. Isso não quer dizer que a crença popular de que plantas medicinais não fazem mal seja verdade. Existem plantas muito tóxicas, assim como outras podem ter efeitos adversos leves a moderados. Mas, quando comparadas a medicamentos con- vencionais, a grande maioria das plantas medicinais e fitoterápicos apresenta reações adversas mais leves e menos frequentes. Isso porque a maioria dos princípios ativos presentes em plantas tem baixa toxicidade, além de estarem presentes em quantidade relativamente pequenas nos extratos (SAAD et al., 2016). Fitoterapia e fitoterápicos4 Outro fato que deve ser considerado e que, muitas vezes, é esquecido tanto pelos profissionais de saúde quanto pelos agentes públicos é o conhecimento popular ou tradicional associado ao uso de plantas medicinais. A fitoterapia representa uma parte da cultura de algumas comunidades e grupos, às vezes repassada de geração em geração. Isso altera a percepção dessas pessoas em relação à utilização de plantas medicinais e fitoterápicos quando comparados a terapias convencionais. Uma grande parcela da população prefere utilizar fitoterápicos, e essa preferência é relevante no contexto da saúde pública (KLEIN et al., 2009; SAAD et al., 2016; BRASIL, 2014a). É claro que, para que a gente possa oferecer plantas medicinais e fitote- rápicos à população é necessário demonstrar a sua efetividade e segurança. Esse é um grande problema no incentivo à fitoterapia, porque, a despeito do seu enorme potencial, ainda precisamos estudar mais as plantas medicinais, especialmente aquelas que são encontradas no Brasil. Por esse motivo, o Ministério da Saúde elaborou em 2009 a Relação Nacio- nal de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (Renisus). Trata-se de uma lista de 71 espécies vegetais, nativas ou adaptadas no Brasil, amplamente utilizadas pela população, que o Ministério da Saúde considerou que têm potencial para gerar produtos para o Sus, mas que ainda necessitam de mais estudos em relação a sua segurança, eficácia e/ou efetividade. O ob- jetivo da elaboração dessa lista é auxiliar na condução de estudos que possam embasar a elaboração de uma relação de plantas medicinais e fitoterápicos seguros e eficazes para o uso da população (BRASIL, 2014b). Essa é uma ação de extrema importância, porque a maioria das plantas medicinais brasileiras, embora tenha um amplo uso pela população e, aparen- temente, tenha grande potencial terapêutico, ainda não tem estudos suficientes que embasem seu uso racional. Assim, o incentivo ao estudo dessas plantas pode contribuir de forma relevante para a promoção do uso racional e seguro de espécies vegetais nativas ou adaptadas ao nosso país. 5Fitoterapia e fitoterápicos Não basta apenas ter estudos que comprovem a segurança e efetividade das plantas medicinais e fitoterápicos, é necessário que os profissionais de saúde sejam capacitados para prescrever esses produtos assim como acompanhar e manejar pacientes que os utilizam. Atualmente, é evidente o desconhecimento da maioria dos profissionais a respeito do assunto. Observamos que, em geral, quando esses profissionais se encontram em situações nas quais o paciente faz uso ou quer utilizar esses produtos, acabam optando por ignorar essa informação e/ou não oferecerem tais opções terapêuticas, o que pode gerar prejuízos para o paciente (BRASIL, 2012; SAAD et al., 2016). Ações do Ministério da Saúde que têm contribuído para a capacitação de profissionais incluem as publicações do Formulário Fitoterápico e do Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. O Formulário Fitoterápico apresenta monografias em que são descritos o modo de preparo, a indicação de uso, os efeitos adversos e as contraindicações de plantas medicinais e fitoterápicos. Farmácias de manipulação podem dispensar os produtos descritos no for- mulário considerando as informações apresentadas. O documento auxilia, portanto, no trabalho dos farmacêuticos que atuam nesses estabelecimentos. Já o Memento Fitoterápico tem o objetivo de orientar prescritores em relação às indicações terapêuticas, formas farmacêuticas, posologia, efeitos adversos e contraindicações desses produtos. As monografias das plantas apresentam ainda dados de estudos pré-clínicos e clínicos já conduzidos com a planta medicinal (BRASIL, 2011; BRASIL, 2016b). Em 2012, foi publicado ainda o Caderno de Atenção Básica que trata da fitoterapia, trazendo informações valiosas sobre a promoção do uso racional e seguro de plantas medicinais e fitoterápicos na atenção primária (BRASIL, 2012). Fitoterapia e fitoterápicos6 Em 2010, o Ministério da Saúde, por meio da portaria da Portaria n.º 886/ GM/MS, instituiu a Farmácia Viva no âmbito do Sus. Farmácias Vivas são unidades de saúde onde são realizadas todas as etapas da cadeia produtiva de fitoterápicos, isto é, cultivo, coleta, processamento, armazenamento e manipulação. Após a fabricação, os fitoterápicos e plantas medicinais são dispensados à população. Para que a Farmácia Viva cumpra seu objetivo, que é justamente aumentar o acesso da população à fitoterapia, os profissionais prescritores dos munícipios que abrigam a Farmácia Viva devem ser capaci- tados e sensibilizados em relação ao uso de plantas medicinais e fitoterápicos (BRASIL, 2010; BRASIL, 2017). A implementação das Farmácias Vivas tem sido muito importante para o crescimento da fitoterapia no Brasil, e seus números são animadores. No ano de 2016 foram registrados quase 90 mil atendimentos de fitoterapia segundo dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab). Além das consultas, mais de 45.000 atividades coletivas sobre plantas medicinais foram conduzidas no país (BRASIL, 2017) Todas as questões discutidas aqui demonstram o papel fundamental que a fitoterapia pode exercer na saúde pública, embora mais ações ainda sejam necessárias para o crescimento da fitoterapia no país e a promoção do uso racional e seguro das plantas medicinais e fitoterápicos. 7Fitoterapia e fitoterápicos 2 Conceitos importantes em fitoterapia Muitos conceitos importantes no âmbito da fitoterapia geram confusões tanto na população em geral quanto em profissionais de saúde, por isso é muito importante que você compreenda bem cada um deles para orientar adequa- damente seus futuros pacientes. Fitoterapia, segundo consta na Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, é o método de tratamento que, sob orientação de um profissional habilitado, utiliza plantas medicinais em suas preparações sem usar substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal. Isso significa que a fitoterapia é a prática terapêutica que utiliza plantas medicinais ou seus derivados, que são chamados de fitoterápicos (BRASIL, 2016a). A definição de fitoterapia considerada pelo Ministério da Saúde ressalta que a prática deve ser acompanhada de um profissional capacitado. A definição de fitoterapia traz outros dois conceitos fundamentais: plantas medicinais e fitoterápicos. Segundo a OMS, planta medicinal é uma espécie vegetal utilizada com propósitos terapêuticos. Essa é a definição aceita pelo Ministério da Saúde. Fitoterápicos, segundo a legislação brasileira, são medi- camentos obtidos exclusivamente a partir de matérias-primas ativas vegetais, que incluem drogas vegetais ou derivados vegetais. Uma droga vegetal é obtida quando submetemos a planta ou a parte dela que tem o efeito terapêutico a processos de estabilização e secagem. De maneira simples, a droga vegetal é a planta medicinal seca, podendo estar íntegra ou triturada. Derivados vegetais são produtos obtidos por meio de processos extrativos da plantamedicinal ou da droga vegetal, podendo ser extratos, óleos essenciais, tinturas, entre outros. Isso significa que fitoterápicos não podem apresentar em sua composição substâncias ativas isoladas, mesmo que elas sejam obtidas de fontes naturais, porque elas não são consideradas matérias-primas ativas vegetais; do contrário são denominados fitofármacos (BRASIL, 2014a BRASIL, 2016a). Fitoterapia e fitoterápicos8 Segundo a legislação brasileira, a definição completa de fitofármaco é a de que se trata de uma substância altamente purificada, com estrutura química e atividade farmacológica definida, isolada a partir de matéria-prima vege- tal. Fitofármacos devem ser registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de acordo com as normas preconizadas na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n.º 24, de 14 de junho de 2011, que dispõe sobre o registro de medicamentos específicos (BRASIL, 2011). Já em relação aos fitoterápicos, a Anvisa exige, por meio da RDC n.º 26, de 13 de maio de 2014, que, para fins de registro, esses produtos apresentem qualidade e segurança, além de eficácia ou efetividade demonstradas, assim como qualquer outro medicamento. A avaliação de sua eficácia ou a efetividade e a segurança desses produtos podem ser comprovadas por estudos pré-clínicos e clínicos ou por dados de uso tradicional seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica. Já o controle da qualidade deve ser realizado por meio da identificação e quantificação de marcadores (BRASIL, 2014a). Os marcadores são substâncias ou classes de substâncias presentes no fitoterápico utilizadas como referência para seu controle de qualidade. Es- ses compostos podem ou não ter relação com a atividade terapêutica, mas é desejável que tenham — caso em que são denominados marcadores ativos. Quando o marcador selecionado não é responsável pelo efeito medicinal do medicamento, ou a sua relação com esse efeito ainda não foi demonstrada, ele é considerado um marcador analítico (BRASIL, 2014b) Para que você possa compreender melhor o conceito de marcador é im- portante entender como ocorre o desenvolvimento de um novo fitoterápico. Durante esse processo, pesquisadores investigam os efeitos farmacológicos, assim como a composição química do fitoterápico em desenvolvimento. Vários estudos pré-clínicos são conduzidos com o fitoterápico e seus constituintes isolados, para definir quais compostos são responsáveis por essa atividade, os quais são chamados de marcadores farmacológicos. Após determinação da composição química do medicamento, verificam-se quais são as substâncias presentes em maior quantidade ou que são muito características daquela espécie vegetal ou fitoterápico, que são consideradas marcadores químicos. Com todas essas informações, serão definidas as substâncias que serão utilizadas para o controle de qualidade do fitoterápico. Essa decisão envolve, principalmente, o fato de alterações na quantidade dessas substâncias indicarem possíveis problemas na fabricação do medicamento. Um bom marcador é aquele cuja variação indica possíveis falhas no processo de obtenção do fitoterápico e, idealmente, deve ser fácil de ser identificado e quantificado, além de ter relação com o efeito terapêutico (BRASIL, 2014a; SIMÕES et al., 2017). 9Fitoterapia e fitoterápicos Eficácia e efetividade são conceitos diferentes relacionados à demonstração do efeito terapêutico de um medicamento. O termo eficácia se refere à confirmação da atividade de um medicamento em estudos clínicos controlados. Já quando afirmamos que um produto é efetivo, significa que o efeito terapêutico foi verificado em condições reais, ou seja, ele foi distribuído para a população e os resultados observados foram positivos em relação ao efeito terapêutico. Por meio de RDC n.º 26/2014 foram criados dois tipos de fitoterápicos: os medicamentos fitoterápicos (MF) e os produtos tradicionais fitoterá- picos (PTF). A diferença entre eles é a forma como sua segurança e efeitos terapêuticos são comprovados. Fitoterápicos que foram submetidos a estudos clínicos e demonstraram eficácia e segurança podem ser registrados como MF, enquanto PTF são registrados ou notificados com base em dados de uso seguro e efetivo por mais de 30 anos. Esses dados devem estar descritos na literatura técnico-cientifica, ou seja, livros, artigos, documentos oficiais, entre outros (BRASIL, 2014a). Um fitoterápico, independentemente de ser um MF ou PTF, pode ser constituído da droga vegetal ou de um derivado vegetal acompanhados ou não de excipientes. Quando a droga vegetal é comercializada sem adição de excipientes, ela é denominada de chá medicinal. Na Figura 1 você encontra um esquema que ilustra os principais conceitos para fitoterápicos industrializados. A RDC n.º 26/2014 trata dos fitoterápicos industrializados, que devem ser registrados ou notificados na Anvisa. É possível também a comercialização de fitoterápicos magistrais ou manipulados. Farmácias de manipulação podem produzir e comercializar fitoterápicos medicante prescrição médica, aqueles que estão descritos no Formulário Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. Nesse caso, o preparo deve atender o que o documento oficial descreve, in- cluindo indicações de uso e demais orientações (BRASIL, 2018a). Fitoterapia e fitoterápicos10 Figura 1. Possibilidades de registro de fitoterápicos no Brasil. Fonte: Adaptada de Brasil (2014c). Todas essas informações estão explicadas de forma didática e acessível na Instrução Normativa n.º 4, de 11 de setembro de 2014, um guia orientativo sobre o registro de MF e PTF. Consulte para saber mais (BRASIL, 2014c). Produtos fitoterápicos são considerados medicamentos alopáticos, embora muitas pessoas acreditem que não sejam. Tanto as plantas medicinais quanto seus derivados têm substâncias em sua composição que têm mecanismos de ação semelhantes aos fármacos convencionais. Elas apresentam atividade anti-inflamatória, antioxidante, antiviral, ou seja, têm um efeito contra o agente agressor, seja ele qual for. Isso caracteriza as plantas medicinais e os fitoterápicos dentro da medicina alopática. 11Fitoterapia e fitoterápicos É muito importante ter uma boa compreensão de todos esses conceitos, porque as plantas medicinais e os fitoterápicos têm características próprias, que fazem com que sua prescrição e o manejo de pacientes que os utilizam sejam diferentes de medicamentos compostos de fármacos isolados e sintéticos, ou mesmo de medicamentos homeopáticos. 3 Fitoterapia aplicada à saúde humana A prescrição de plantas medicinais e fitoterápicos, ou mesmo o manejo de pacientes que já utilizam esses produtos, o que é uma realidade constantemente vivida por profissionais da saúde, exige um conhecimento sólido em relação às potencialidades e também às limitações da fitoterapia. Em geral, plantas medicinais e fitoterápicos são indicados para quadros patológicos leves a moderados, e são caracterizados por apresentarem mais de um mecanismo de ação, devido às várias substâncias que os constituem. Ao mesmo, embora não estejam isentos de efeitos adversos, esses medicamen- tos, em geral, são mais bem tolerados em relação aos fármacos sintéticos ou mesmo substâncias naturais isoladas. Nesse sentido, existe um grande número de doenças para as quais os fitoterápicos, além de úteis, podem ser até mesmo preferíveis em detrimento de outros medicamentos. O Caderno de Atenção Básica n.º 31, publicado pelo Ministério da Saúde, traz uma classificação de categorias de indicações para fitoterápicos, incialmente proposta por Fintelmann e Weiss (2010), que é apresentada no Quadro 1. A classificação apresentada no Quadro 1 pode auxiliar profissionais de saúde na tomada de decisão sobre a indicação ou não de fitoterápicos para diversas condições de saúde dos pacientes. Para exemplificar as possibi- lidades que a fitoterapia pode ter para a saúde humana, vamos trabalhar alguns exemplos de aplicação prática,tomando por base a classificação apresentada. Fitoterapia e fitoterápicos12 Fonte: Adaptado de Brasil (2012). Categoria 1 Indicações para as quais os fitoterápicos são a opção terapêu- tica de primeira escolha e, para as quais, como alternativa, não existiriam medicamentos sintéticos, ou, se existirem, não seriam tão eficientes quanto o fitoterápico. Exemplos: hepati- tes tóxicas, hiperplasia benigna de próstata, entre outros. Categoria 2 Indicações para as quais os medicamentos sintéticos podem ser substituídos por fitoterápicos. Exemplos: estados leves de ansiedade e/ou depressão reativa, dispepsia não ulcerosa neoplásica, infecções urinárias inespecíficas, entre outros. Categoria 3 Indicações nas quais os fitoterápicos podem ser usados como coadjuvantes para uma terapia básica. Exemplo: outras doen- ças hepáticas e das vias respiratórias, entre outras. Categoria 4 Indicações nas quais o uso dos fitoterápicos não é adequado, caracterizando até mesmo erro médico, pela possibilidade de retardar ou impedir uma terapia racional com medicamentos sintéticos, mais adequados. Exemplo: tratamento primário do câncer. Quadro 1. Categorias terapêuticas para fitoterápicos Exemplo 1 João, 50 anos, diagnosticado há 6 meses com hiperplasia benigna da próstata (HBP). Como sintomas apresenta diminuição do jato urinário e dor durante a micção. Para o tratamento, inicialmente o médico prescreveu finasterida 5mg, diariamente. Porém, o paciente relata diminuição do libido e dificuldade de manter relações sexuais, além de crescimento das mamas. Devido aos efeitos adversos, o paciente decidiu parar de tomar o medicamento. Para o caso descrito existe uma opção terapêutica que poderia ser pre- ferível em relação à finasterida e demais aos medicamentos convencionais? Sim. Fitoterápicos à base de Serenoa repens, popularmente conhecido como saw palmetto, são considerados uma alternativa efetiva e segura nesses quadros. A espécie é recomendada pela OMS e pela Agência de Medicamentos Europeia para HBP. No Brasil foi incluída na Instrução Normativa (IN) n.º 2, de 13 de 13Fitoterapia e fitoterápicos maio de 2014, para tratamento da HBP e sintomas associados (BRASIL, 2014d). Esse documento é uma lista de espécies vegetais que a Anvisa considera que já tem relatos suficientes na literatura de eficácia, segurança ou efetividade, e, por isso, estão sujeitos a registro simplificado, ou seja, não é necessário que apresentem comprovações adicionais desses critérios. Uma metanálise que avaliou a eficácia de extratos de saw palmetto concluiu que o fitoterápico é capaz de diminuir a noctúria (micção noturna frequente) e aumentar a velocidade do fluxo da urina. Alguns autores sugerem que fitoterápicos à base da espécie são tão ou mais efetivos quanto medicamentos convencionais, mas são mais seguros, o que faria desses medicamentos agentes de primeira escolha para o tratamento da doença. Assim, a HPB seria uma indicação de Categoria 1 para a utilização de fitoterápicos. Essa afirmação pode ser questionada porque alguns estudos demonstraram que o saw palmetto apresenta efeito semelhante ao da finasterida. Mas o importante é que, considerando o caso apresentado, a prescrição de 320mg de extrato padronizado da espécie contendo entre 272 e 304mg de ácidos graxos por via oral em comprimidos ou cápsulas seria uma excelente alternativa para o tratamento. O paciente provavelmente seria beneficiado com a redução dos efeitos adversos observados (BRASIL, 2014d; EUROPEAN MEDICINES ANGENCY, 2015; SAAD et al., 2016; BRASIL, 2016a). Você pode consultar mais informações o uso medicinal do saw palmetto no Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. Outras indicações terapêuticas em que os fitoterápicos podem ser con- siderados como primeira escolha são casos de hepatites tóxicas, conforme descrito no Quadro 1. Extratos da espécie Silybum marianum são indicados oficialmente no Brasil como hepatoprotetores e são considerados efetivos e seguros para tratamentos dessas doenças, sendo que não existem medicamentos convencionais que demonstrem a mesma utilidade terapêutica apresentada para a espécie (BRASIL, 2014a, BRASIL, 2014c; EUROPEAN MEDICINES ANGENCY,2018b). Fitoterapia e fitoterápicos14 Exemplo 2 Antônia, 36 anos, apresentada quadros de infecção urinária recorrente, por isso tem apresentado dor e desconforto ao urinar, que não cessa devido à irritação da mucosa do trato urinário inferior, gerada pelas infecções sucessivas. A fim de melhorar os sintomas e prevenir novas recidivas, a ginecologista que acompanha a paciente prescreveu a utilização diária de um comprimido de 600mg de extrato padronizado das folhas de uva-ursina, contendo 400mg de derivados de hidroquinonas calculados como arbutina. A prescrição apresentada pode ser considerada uma ótima alternativa para o caso. Entre as plantas indicadas para quadros de infecções urinárias de repetição, destaca-se a uva-ursina — Arctostaphylos uva-ursi (L.) Spreng —, espécie recomendada pela European Medicines Agency (EUROPEAN MEDICINES ANGENCY, 2018a) e pela WHO (2004). No Brasil foi incluída na IN n.º 2/2014 para o tratamento de infecções do trato urinário (BRASIL, 2012). Quadros de infecção urinária de repetição, com três ou mais episódios ao ano, são indicações adequadas para fitoterápicos. Antibióticos devem ser utilizados para combater as infecções, mas, em casos de recidivas frequentes, a utilização dos fitoterápicos substitui prescrições adicionais de antibióticos para profilaxia, o que é altamente recomendado para prevenir o surgimento de resistência bacteriana. Este seria um exemplo da Categoria 2, que também inclui o tratamento de quadros leves de ansiedade e insônia, em que medicamentos convencio- nais psicoativos podem ser substituídos por fitoterápicos à base de valeriana (Valeriana officinalis) e espécies de maracujá como Passiflora edulis, Passi- flora incarnata e Passiflora alata (BRASIL, 2018a; BRASIL, 2016b). Exemplo 3 Daniel, 18 anos, apresenta episódios de asma desde a infância. Quando está em crise, apresenta muita tosse e dificuldade para respirar, com a presença de secreção amarelo-esverdeada. Há algum tempo o quadro tem evoluído e o paciente tem apresentado esses menos sintomas de forma mais leve entre as crises. A fim de evitar a evolução da doença, o médico que acompanha Daniel decidiu 15Fitoterapia e fitoterápicos pela prescrição de tintura de alho, preparada conforme recomendado no 1º Suplemento do Formulário Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira, que pode ser obtida em farmácias de manipulação. Segue a descrição da fórmula e orientações. Tintura de alho (Allium sativum) 20g dos bulbos secos para 100mL de álcool etílico 70%. Diluir 10mL da tintura em 75mL de água. Administrar duas vezes ao dia (BRASIL, 2018b). Neste exemplo, verificamos a utilização de uma espécie presente na nossa rotina de alimentação diária como coadjuvante para o tratamento de um quadro de asma, um exemplo de indicação da Categoria 3. O alho, segundo o Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (2016) é indicado ainda como coadjuvante no tratamento de hiperlipidemia e hipertensão arterial leve a moderada e dos sintomas de gripes e resfriados, além de auxiliar na prevenção da aterosclerose. Assim como o alho, vários medicamentos fitoterápicos são uteis para auxiliar os tratamentos convencionais de um grande número de doenças, destacando-se problemas respiratórios, cardiovasculares e sintomas do climatério (BRASIL, 2016b). Exemplo 4 Maria Eduarda, 25 anos, foi diagnosticada com leucemia. O tratamento quimioterápico tem gerado bastante desconforto, incluindo enjoo, perda de apetite e mucosite oral, uma inflamação dolorosa da mucosa da boca. No caso de Maria Eduarda, plantas medicinais ou fitoterápicos podem ajudá-la? A resposta é sim, mas não em relação ao tratamento primária do câncer. Atualmente, o câncer é uma das indicações para os quais os fitoterá- picos não sãoindicados. Plantas medicinais são fontes de quimioterápicos, como a vimblastina, isolado da vinca (Catharanthus roseus), e, embora muitos estudos sejam feitos com espécies vegetais que mostram potenciais efeitos antitumorais, atualmente, a utilização de fitoterápicos para o tratamento do câncer em si não é considerada (BRASIL, 2012; SIMÕES et al., 2017). Fitoterapia e fitoterápicos16 Entretanto muitas plantas medicinais têm auxiliado na promoção do bem- -estar de pacientes em tratamento quimioterápico, ajudando na redução dos efeitos adversos gerados por esses fármacos. As inflamações da mucosa do trato gastrointestinal, por exemplo, as mucosites, são achados comuns em pacientes em tratamento do câncer, e muitas plantas têm se mostrado úteis no combate a esse efeito adverso. Para Maria Eduarda, por exemplo, uma opção seria a utilização de fitoterápicos à base de camomila (Matricaria chamomilla) ou babosa/aloe vera (Aloe vera) aplicados topicamente na mucosa oral. Essas espécies mostraram efeitos positivos em estudos clínicos para quadros como o da paciente em questão (ALMEIDA et al., 2020). Este exemplo, assim como os demais, representa uma pequena parte de toda a potencialidade terapêutica de fitoterápicos na promoção da saúde e do bem-estar de paciente com diferentes condições de saúde. É importante que, cada vez mais, os profissionais da saúde aprofundem seus conhecimentos acerca dessa prática, que pode ajudar tantas pessoas. Consulte os documentos oficiais, artigos e livros citados ao longo deste capítulo para conhecer outras plantas medicinais que podem ser úteis no tratamento de diferentes doenças. ALMEIDA, E. M. de et al. Therapeutic potential of medicinal plants indicated by the bra- zilian public health system in treating the collateral effects induced by chemotherapy, radiotherapy, and chemoradiotherapy: a systematic review. Complementary Therapies In Medicine, v. 49, p.1–38, mar. 2020. BRASIL. Formulário de fitoterápicos farmacopeia brasileira. Brasília: Anvisa, 2018a. Dispo- nível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259456/Suplemento+FFFB. pdf/478d1f83-7a0d-48aa-9815-37dbc6b29f9a. Acesso em: 1 mar. 2020 BRASIL. Formulário fitoterápico da farmacopeia brasileira: primeiro suplemento. Brasília: Anvisa, 2018b. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259456/ Suplemento+FFFB.pdf/478d1f83-7a0d-48aa-9815-37dbc6b29f9a. Acesso em: 2 mar. 2020. 17Fitoterapia e fitoterápicos BRASIL. Memento fitoterápico: farmacopéia brasileira. Brasília: Anvisa, 2016b. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/2909630/Memento+Fitoterapico/ a80ec477-bb36-4ae0-b1d2-e2461217e06b. Acesso em: 2 mar. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Instrução normativa nº 02 de 13 de maio de 2014. Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a “Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. Diário Oficial da União, Brasília, 14 maio de 2014d. BRASIL. Ministério da Saúde. Instrução normativa nº 4, de 18 de junho de 2014. Deter- mina a publicação do Guia de orientação para registro de Medicamento Fitoterápico e registro e notificação de Produto Tradicional Fitoterápico. Diário Oficial da União, Brasília, 20 jun. 2014c. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 886, de 20 de abril de 2010. Institui a Farmácia Viva no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, 20 abr. 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt0886_20_04_2010.html. 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução da diretoria colegiada – RDC n°. 26, de 13 de maio de 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. Brasília, 13 maio 2014a. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2014/rdc0026_13_05_2014.pdf. Acesso em: 2 mar. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 24 de 14 de junho de 2011. Dispõe sobre o registro de medicamentos específicos. Brasília, 14 jun. 2011. Disponível em: http:// bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2011/res0024_14_06_2011.html. Acesso em: 2 mar. 2020. BRASIL. Política e programa nacional de plantas medicinais e fitoterápicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2016a. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/poli- tica_programa_nacional_plantas_medicinais_fitoterapicos.pdf. Acesso em: 2 mar 2020. BRASIL. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Cadernos de Atenção Básica, 31). BRASIL. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_me- dicamentos_rename_2020.pdf. Acesso em: 2 mar. 2020. BRASIL. Renisus: relação nacional de plantas medicinais de interesse ao SUS. 2014b. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/maio/07/renisus. pdf. Acesso em: 2 mar. 2020. BRASIL. Sobre o programa. 2017. Disponível em: https://www.saude.gov.br/component/ content/article/41222-sobre-o-programa. Acesso em: 2 mar. 2020. BUFAINO, E. M. et al. Phytotherapy in Brazil: recovering the concepts. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 23, nº. 1, p. 22–27, jan./fev. 2013. Fitoterapia e fitoterápicos18 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. EUROPEAN MEDICINES ANGENCY. Assessment report on arctostaphylos uva-ursi (L.) spreng., folium. 2018a. Disponível em: https://www.ema.europa.eu/en/documents/ herbal-report/final-assessment-report-arctostaphylos-uva-ursi-l-spreng-folium-revi- sion-2_en.pdf. Acesso em: 2 mar. 2020. EUROPEAN MEDICINES ANGENCY. Assessment report on serenoa repens (W. bartram) small, fructus. 2015. Disponível em: https://www.ema.europa.eu/en/documents/herbal- -report/final-assessment-report-serenoa-repens-w-bartram-small-fructus_en.pdf. Acesso em: 2 mar. 2020. EUROPEAN MEDICINES ANGENCY. Assessment report on silybum marianum (L.) gaertn., fructus. 2018b. Disponível em: https://www.ema.europa.eu/en/documents/herbal- -report/final-assessment-report-silybum-marianum-l-gaertn-fructus_en.pdf. Acesso em: 2 mar. 2020. FINTELMANN, V.; WEISS, R. F. Manual de fitoterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. KLEIN., T. et al. Fitoterápicos: um mercado promissor. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 30, nº. 3, p. 241–248, 2009. Disponível em: https://www.far.fiocruz. br/wp-content/uploads/2016/09/FITOTERAPICOS_UM_MERCADO_PROMISSOR.pdf. Acesso em: 2 mar. 2020. OMS. Cuidados primários de saúde: relatório da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde. Brasília: UNICEF, 1979. Disponível em: https://apps.who.int/iris/ bitstream/handle/10665/39228/9241800011_por.pdf;jsessionid=85B48CE1F53ADC04 55B594D4629C95B8?sequence=5. Acesso em: 2 mar. 2020. SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. Porto Alegre: Artmed, 2017. WHO. Fructus silybi mariae. In: . Monographs on Selected Medicinal Plants. v. 2, p. 300–316, 2004. Disponível em: http://apps.who.int/medicinedocs/pdf/s4927e/ s4927e.pdf. Acesso em: 2 mar. 2020. 19Fitoterapia e fitoterápicos
Compartilhar