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1 Psicologia do Trabalho Manual do Curso de Licenciatura de Gestão de Recursos Humanos ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 2 Direitos de autor (copyright) Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). A não observância do acima estipulado, o infractor é passível a aplicação de processos judiciais em vigor no País. 3 Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Direcção Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa Académica Beira Telefone: +258 23 323501 Cel: +258 82 3055839 Moçambique Fax: 23323501 E-mail: Website: www.isced.ac.mz isced@isced.ac.mz Agradecimentos O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Autor Celso Velemo Jossias Miambo Coordenação Direcção Académica do ISCED Design Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia Revisão Científica (IAPED) Revisão Linguística XXXXX Ano de Publicação XXXXX Local de Publicação ISCED – BEIRA XXXXX 4 VISÃO GERAL ................................................................................................................................................. 8 Benvindo à Disciplina/Módulo de Psicologia do Trabalho ....................................................................... 8 Propósito central do Módulo ................................................................................................................ 8 Objectivos ............................................................................................................................................. 8 Quem deveria estudar este módulo ......................................................................................................... 9 Como está estruturado este módulo ........................................................................................................ 9 Páginas introdutórias ............................................................................................................................ 9 Conteúdo desta Disciplina / módulo ................................................................................................... 10 Outros recursos ................................................................................................................................... 10 AUTO-AVALIAÇÃO E TAREFAS DE AVALIAÇÃO ........................................................................................ 10 Comentários e sugestões ........................................................................................................................ 11 Ícones de actividade ............................................................................................................................... 11 Habilidades de estudo............................................................................................................................. 11 Precisa de apoio? .................................................................................................................................... 14 Tarefas (avaliação e auto - avaliação) ..................................................................................................... 14 Avaliação ................................................................................................................................................. 15 CONSIDERAÇÕES GERAIS DA DISCIPLINA – CONTEXTUALIZAÇÃO .............................................................. 16 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 17 Tema 1 ........................................................................................................................................................ 18 O conceito de trabalho e trabalhador ........................................................................................................ 18 Unidade Temática 1.1 Trabalho .............................................................................................................. 19 Unidade Temática 1.2 Trabalhador ........................................................................................................ 22 Resumo ................................................................................................................................................... 24 Exercício de Avaliação ............................................................................................................................. 25 Exercicios de auto-avaliação ................................................................................................................... 26 Referências Bibliográficas ....................................................................................................................... 27 Tema 2 ........................................................................................................................................................ 28 O Campo da Psicologia do Trabalho ........................................................................................................... 28 Unidade Temática 2.1 Campo da Psicologia do Trabalho ....................................................................... 29 Unidade Temática 2.2 A emergência da psicologia do trabalho ............................................................ 31 Unidade Temática 2.3 Psicologia do trabalho e a psicologia aplicada ................................................... 32 Unidade Temática 2.4 Os grandes campos da psicologia do trabalho ................................................... 33 5 Resumo ................................................................................................................................................... 34 Exercício de Avaliação ............................................................................................................................. 34 Exercícios de Auto-Avaliação .................................................................................................................. 36 Referências Bibliográficas ....................................................................................................................... 36 Tema 3 ........................................................................................................................................................ 37 As condições de Trabalho ........................................................................................................................... 37 Unidade Temática 3.1 As condições de trabalho .................................................................................... 38 Unidade Temática 3.2 As características do meio do trabalho .............................................................. 39 Unidade Temática 3.3 A tecnologia da produção ................................................................................... 41 Unidade Temática 3.4 O meio ambiente geral ....................................................................................... 42 Unidade Temática 3.5 As características do trabalhador ....................................................................... 42 Resumo ...................................................................................................................................................45 Exercícios de Auto-Avaliação .................................................................................................................. 47 Referências Bibliográficas ....................................................................................................................... 47 Tema 4 ........................................................................................................................................................ 48 Sistemas de Análise das Exigências do Trabalho ........................................................................................ 48 Unidade Temática 4.1 Identificação das exigências ............................................................................... 48 Unidade Temática 4.2 Avaliação das exigências ..................................................................................... 49 Resumo ................................................................................................................................................... 52 Exercício de Avaliação ............................................................................................................................. 52 Exercícios de Auto-Avaliação .................................................................................................................. 53 Referencias Bibliográficas ....................................................................................................................... 53 Tema 5 ........................................................................................................................................................ 54 A Análise dos Comportamentos ................................................................................................................. 54 Unidade Temática 5.1 – Elementos para a Descrição dos Comportamentos ......................................... 55 Unidade Temática 5.2 – Regulação dos comportamentos e planificação da acção ............................... 59 Resumo ................................................................................................................................................... 60 Exercício de Avaliação ............................................................................................................................. 61 Exercícios de Auto-Avaliação .................................................................................................................. 63 Referências Bibliográficas ....................................................................................................................... 64 Tema 6 ........................................................................................................................................................ 65 Estabelecimento do Diagnóstico ................................................................................................................ 65 6 Unidade Temática 6.1 – O Diagnóstico na Psicologia do Trabalho ......................................................... 65 Unidade Temática 6.2 Características a serem exploradas na análise do trabalho ............................... 68 Unidade Temática 6.3 Identificação e recolha dos sintomas ................................................................. 70 Resumo ................................................................................................................................................... 71 Exercício de Avaliação ............................................................................................................................. 72 Exercícios de Auto-Avaliação .................................................................................................................. 73 Referências Bibliográficas ....................................................................................................................... 73 Tema 7 ........................................................................................................................................................ 74 Os Critérios de Avaliação ............................................................................................................................ 74 Unidade Temática 7.1 - Categorias de Critérios ..................................................................................... 75 7.1.1 Os critérios de êxito ................................................................................................................... 75 7.1.2 Os critérios de segurança ........................................................................................................... 77 7.1.3 Os critérios de carga no trabalho ............................................................................................... 78 Resumo ................................................................................................................................................... 79 Exercício de Avaliação ............................................................................................................................. 80 Exercícios de Auto-Avaliação .................................................................................................................. 82 Referências Bibliográficas ....................................................................................................................... 82 Tema 8 ........................................................................................................................................................ 83 As Comunicações nas Empresas ................................................................................................................. 83 Unidade Temática 8.1 Conceito de comunicação ................................................................................... 84 Unidade Temática 8.2 Tipos de comunicação ........................................................................................ 85 Unidade Temática 8.3 Canais de comunicação ...................................................................................... 86 Unidade Temática 8.4 Barreiras na comunicação .................................................................................. 87 Unidade Temática 8.5 A trajectória da comunicação na empresa e o seu Feedback ............................ 89 Exercício de Avaliação ............................................................................................................................. 90 Exercícios de Auto-Avaliação .................................................................................................................. 92 Referencias Bibliográficas ....................................................................................................................... 92 Tema 9 ........................................................................................................................................................ 93 O Trabalho em Cadeia ................................................................................................................................. 93 Unidade Temática 9.1 O trabalho em cadeia ......................................................................................... 94 Unidade Temática 9.2 Características gerais do trabalho ...................................................................... 94 Unidade Temática 9.3 Elementos para uma análise da actividade ........................................................ 95 7 Unidade Temática 9.4 A avaliação das condições de trabalho ............................................................... 96 Resumo ................................................................................................................................................... 98 Exercício de Avaliação .............................................................................................................................98 Exercícios de Auto-Avaliação .................................................................................................................. 99 Referências Bibliográficas ................................................................................................................. 100 Tema 10 .................................................................................................................................................... 100 O Controlo dos Produtos .......................................................................................................................... 100 Unidade Temática 10.1 - Características gerais do Controlo dos Produtos ......................................... 101 Unidade Temática 10.2 - A análise psicológica da actividade .............................................................. 102 Unidade Temática 10.3 - As condições de trabalho e seu tratamento................................................. 103 Resumo ................................................................................................................................................. 105 Exercício de Avaliação ........................................................................................................................... 106 Exercícios de Auto-Avaliação ................................................................................................................ 107 Referências Bibliográficas ..................................................................................................................... 108 Tema 11 .................................................................................................................................................... 109 O controlo dos Processos .......................................................................................................................... 109 Unidade Temática 11.1 – Conceptualização e análise das componentes ............................................ 109 Unidade Temática 11.2 – A função do controlo ................................................................................... 110 Unidade Temática 11.3 – O Papel do Psicólogo ................................................................................... 111 Unidade Temática 11.4 – Formas de melhorar os processos do trabalho ........................................... 113 Resumo ................................................................................................................................................. 114 Exercício de Avaliação ........................................................................................................................... 114 Exercícios de Auto-Avaliação ................................................................................................................ 116 Referências Bibliográficas ..................................................................................................................... 116 BIBLIOGRAFIA FINAL ................................................................................................................................. 117 APÊNDICE 1 = EXERCICIOS DE DESENVOLVIMENTO RESOLVIDO .............................................................. 119 8 VISÃO GERAL Benvindo à Disciplina/Módulo de Psicologia do Trabalho Propósito central do Módulo Ao terminar o estudo deste módulo de Psicologia do Trabalho deverá ser capaz de analisar as manifestações comportamentais do trabalhador no âmbito do exercício das suas funções e de adoptar estratégias de intervenção que propiciem o melhoramento da qualidade de vida laboral dos sujeitos, e contribuam para que a organização encontre sucesso nas suas realizações. Objectivos Para o alcance do propósito central do presente módulo, o estudante, o estudante deverá ser capaz de: 1. Conhecer a diferença entre a psicologia do senso comum e a psicologia do trabalho; 2. Conhecer o objecto, os métodos e a área de aplicação da psicologia do Trabalho; 3. Ter uma visão geral das condições de trabalho e do trabalhador; 4. Analisar as exigências que o trabalho requer em relação ao seu comportamento; 5. Utilizar os métodos científicos de investigação para diagnosticar e avaliar o comportamento humano e o trabalho nas organizações; 6. Conhecer critérios de avaliação do trabalho; 7. Interpretar os mecanismos de comunicação na empresa; 8. Saber como as diversas teorias psicológicas ajudam 9 o trabalho em cadeia; 9. Utilizar os métodos científicos de investigação para o controlo dos produtos e controlo dos processos do trabalho. Quem deveria estudar este módulo Este Manual foi concebido para estudantes do 1º ano do curso de licenciatura em Gestão de Recursos Humanos do ISCED e para outros cursos, tais como ocurso de Licenciatura em Administração pública, entre outros. No entanto, pode ser que haja outros leitores que queiram actualizar e consolidar seus conhecimentos no domínio da Psicologia do Trabalho e que não estejam inscritos nos cursos do ISCED. Estes poderão adquirir e explorar o presente Manual. Como está estruturado este módulo Este módulo de Psicologia do Trabalho, para estudantes do 2º ano do curso de licenciatura em Gestão de Recursos Humanos do ISCED, está estruturado como se segue: Páginas introdutórias ✓ Um índice completo. ✓ Uma visão geral e detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. 10 Conteúdo desta Disciplina / módulo Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: puros exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades práticas, incluído estudo de caso. Outros recursos A equipa dos académicos a e pedagógicos do ISCED, pensando em si, num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu Centro de Recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso, tais como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital Moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. AUTO-AVALIAÇÃO E TAREFAS DE AVALIAÇÃO Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação, apresentam duas características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. 11 Tarefas de avaliação são essencialmente semelhantes às de auto-avaliação, mas sem mostrar os passos e obedecem a um grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregue aos tutores/docentes para efeitos de correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do módulo. Pelo que, se o caro estudante fizer todos os exercícios de avaliação será uma grande vantagem. Comentários e sugestões Este espaço é dedicado paradar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-Pedagógica, etc., sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser que, graças as suas observações que em gozo de confiança classificamo-las de úteis, a próxima edição do módulo, venha a ser melhorado. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Habilidades de estudo O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se. Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com 12 estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5º Fazer TC (Trabalho de Campo) e algumas actividades práticas ou as de estudo de caso se exista. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que 13 durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar. 14 Precisa de apoio? Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, e-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação. Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc. As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa. O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que permite situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. Tarefas (avaliação e auto - avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto- avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam 15 realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo. Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es), é considerado plágio, uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, sem o citar a fonte é considerado plágio1. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). Avaliação Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente. Você será avaliado durante os estudos à distânciaque contam com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de avaliação. 1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 16 Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1 (um) (exame). Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação. CONSIDERAÇÕES GERAIS DA DISCIPLINA – CONTEXTUALIZAÇÃO Dentro do contexto geral da Psicologia, enquanto disciplina que se ocupa do estudo do comportamento e da esfera psicológica dos sujeitos, a Psicologia do Trabalho surge como a subdisciplina do estudo, concepção, avaliação e 17 restruturação das actividades de trabalho, uma vez que o seu foco é centrado na análise do comportamento do ser humano no âmbito do trabalho e das empresas. Ainda que lembre muito a psicologia social e que, actualmente, muitos dos seus conteúdos sejam incorporados às unidades curriculares do campo da Psicologia Organizacional, a Psicologia do Trabalho dispõe de metodologia e de objectivos próprios, referenciados como fundamento para melhor análise da conduta do ser humano no exercício laboral, tanto com base numa perspectiva individual, quanto numa linha mais grupal e social. Com efeito, é a partir da grelha de conteúdos que corporizam o campo da Psicologia de trabalho que se dispõe de ferramentas com vista à análise dos sistemas de relações interpessoais (entendendo que o contexto de trabalho é um contexto social, constituído por grupos de pessoas, integrados por sujeitos que interagem e que são interdependentes), tendo como intuído central o de contribuir para melhorar a qualidade de vida laboral dos trabalhadores, permitir uma maior efectividade e optimizar o seu rendimento. As análises decorrentes da actuação do Psicólogo do Trabalho têm subjacente a percepção de que a organização e um sistema no qual confluem comportamentos que o caracterizam como formal (quando os trabalhadores recorrem ao uso racional dos meios disponíveis e controlam o comportamento dos indivíduos e dos grupos de modo a torna-los previsíveis, tendo em vista o cumprimento dos objectivos da organização) ou informal (quando há pressões do sistema formal, às quais o individuo responde através de comportamentos, relações e estratégias não previstas pela organização). INTRODUÇÃO A disciplina de Psicologia do Trabalho faz parte da grelha curricular do curso de em Gestão de Recursos Humanos, ministrado pelo ISCED. Trata-se de uma disciplina necessária e importante uma vez que centra-se na análise dos comportamentos dos trabalhadores no âmbito do exercício das suas funções, como base para o desenvolvimento de estratégias de 18 intervenção importantes para o desenvolvimento, no sector laboral, de um clima saudável e útil para alavancar os índices de satisfação dos colaboradores e, consequentemente, para o alcance dos objectivos estratégicos da organização. Este manual comporta onze grandes temas, considerados relevantes para dar um panorama geral em torno da Psicologia do trabalho, nomeadamente: 1. O Conceito de trabalho e de trabalhador; 2. O Campo da Psicologia do Trabalho; 3. A visão geral sobre as condições de trabalho; 4. Sistemas de análise das exigências do trabalho; 5. A Analise dos Comportamento; 6. Estabelecimento do diagnóstico; 7. Os critérios de avaliação; 8. As comunicações na empresa; 9. O trabalho em cadeia; 10. O controlo do produto; 11. O controlo dos processos. Importa referir que estes temas estão desdobrados em pequenas unidades temáticas, as quais constituem-se numa plataforma útil para o alcance dos propósitos da disciplina. Os objectivos específicos encontram-se patentes nos diferentes capítulos do presente manual e são interpretados em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes úteis para a materialização dos seus propósitos centrais. Tema 1 O conceito de trabalho e trabalhador Breve nota introdutória Esta unidade é dedicada à conceptualização e à apresentação da evolução histórica dos conceitos de trabalho e de trabalhador, como forma de proporcionar bases teóricas importantes para a compreensão do objecto de estudo da Psicologia do Trabalho. 19 Objectivos Como objectivos principais desta unidade, foram definidos os seguintes: ✓ Compreender os significados das palavras Trabalho e Trabalhador; ✓ Dominar os pressupostos da evolução histórica do trabalho como um conceito ligado a vida do homem; ✓ Estabelecer as diferenças entre trabalho e trabalhador. Texto de Leitura Unidade Temática 1.1 Trabalho “Trabalho” é um tema debatido no campo da Psicologia Organizacional, e este não é analisado somente sob o ponto de vista de obtenção de renda, mas também da satisfação, da realização pessoal e do status social que proporciona. No mundo do trabalho, concretamente na área de negócios, a relação estabelecida entre o trabalhador e o trabalho é meramente estratégica, e influencia directamente o desempenho das pessoas dentro da organização, minimizando problemas de absentismo, rotatividade, desmotivação e insatisfação. De acordo com Steger, Dik e Duffy (2012), quando existe conhecimento sobre essa relação entre o trabalhador e o trabalho, existe também a criação de políticas de gestão de pessoas mais alinhadas à realidade dos trabalhadores da empresa, e também permite utilizar essas informações para traçar planos de acção para a estratégia corporativa que balizem os interesses da organização e das pessoas. De acordo com Dejours (2007), o trabalho está presente na vida do 20 ser humano ao longo da sua história, ou seja, desde que a criança nasce, acompanha os seus pais na busca do sustento da família por meio do trabalho. Etimologicamente, a palavra “trabalho” deriva do latim medieval tripalium, que caracterizava um instrumento de tortura, exposto como um artefacto composto de três paus aguçados, algumas vezes ainda munidos com pontas de ferro, que eram cravadas no solo, convergindo para um vértice no alto, onde se atavam as pessoas a serem castigadas ou mortas. A palavra trabalho, é associada ainda, ao verbo tripaliare, do latim vulgar, que significava torturar sobre o trepalium, que era tido como uma armação de três troncos, ou seja, suplício que substituiu o da cruz, instrumento de tortura no mundo cristão. No momento em que a palavra surgiu, era associada a uma actividade indigna, reservada a subalternos, de preferência servos ou escravos (Sampaio, 1998). E por muito tempo, esta palavra foi associada à experiência dolorosa, ao padecimento, ao cativeiro e ao castigo (Bueno, 1988). Para os judaico-cristãos,o trabalho associava-se à noção de punição e de maldição. De acordo com Génese (3,19), na Bíblia, o trabalho é identificado como uma necessidade que leva ao cansaço, e que resulta de uma maldição: “Comerás o pão com o suor de teu rosto”. O trabalho na Bíblia, remete-nos ao sentido de obrigação, dever e responsabilidade. Por sua vez, a sociedade grega, tida como “berço da civilização ocidental”, concebia o trabalho em função do produto, onde tinha a função de satisfazer a necessidade humana. Eles utilizavam duas palavras para designar trabalho, nomeadamente o “Ponos”, que faz 21 menção ao esforço e à penalidade e o “Ergon”, que designa criação, obra de arte. Estas duas palavras estabelecem a diferença entre trabalhar no sentido de penar e trabalhar no sentido de criar. Com a Revolução Industrial, no século XVIII, as cidades passaram a ser grandes centros concentradores de indústrias e de operários, levando muitas pessoas a deixarem o campo, em busca de novas oportunidades. Nesse contexto, o trabalho do homem mudou radicalmente com a concentração em fábricas, o que reformulou a concepção do trabalho até aquele momento representado pelas necessidades humanas de sobrevivência. As mudanças que ocorreram nessa época, foram na estrutura comercial e social da época, sendo representada por uma nova relação: o proprietário (dono do capital, bens e recursos) e o trabalhador (detentor de um único bem, o trabalho), caracterizando uma relação que se costuma chamar de dominação (Guareschi, 1999). Depois surgiu o modelo de produção em massa que revolucionou a indústria automobilística, o Fordismo, que utilizava os princípios de padronização e simplificação de Taylor, desenvolvendo outras técnicas avançadas para a época. O Fordismo, teve como uma das principais características, o aperfeiçoamento da linha de montagem, onde os veículos eram montados em esteiras rolantes que se movimentavam enquanto o operário ficava praticamente parado, realizando uma pequena produção (Drucker, 1999). Nessa época, a preocupação centrava-se em aumentar a eficiência das empresas, então o método utilizado era a racionalização do 22 trabalho operário, onde exigia-se que os trabalhadores se comportassem essencialmente como partes das máquinas. Para além desse trabalho (comportamento mecânico), as tarefas eram altamente fragmentadas, tirando do trabalhador, toda e qualquer necessidade de usar o cérebro e os afectos. Com o avanço da história, na segunda metade do século XX, caracterizada pela crescente globalização, nota-se mudanças intensas nas relações de trabalho, e aumento significativo da produção, aliados ao desenvolvimento de tecnologias, que culminou num cenário de desemprego massivo, ou seja, passou-se de uma relação de dominação para uma relação de exclusão, na qual o trabalhador é meramente excluído do trabalho (Guareschi, 1999). Unidade Temática 1.2 Trabalhador De acordo com Chiavenato (2008), toda a organização, é composta por pessoas, e são essas que controlam, operam, dirigem e fazem crescer a organização. Estas pessoas comportam-se de maneiras diferentes na organização, devido a variáveis individuais e ambientais. Nas variáveis individuais encontramos a infância, adolescência e a fase adulta de cada pessoa, enquanto nas variáveis ambientais, temos o grupo social, a cultura, os factores do ambiente físico, etc. (Bergamini, 2010). De acordo com o “Institut national de la statistique et des Études économiques” (INSEE- Instituto Nacional de estatística e estudos económicos), os grupos socioprofissionais dividem-se em: a) Profissões liberais e quadros superiores Esta categoria é destinada a pessoas que exercem profissões com 23 instrução superior. As pessoas dessa categoria podem ser assalariadas ou aquelas que trabalham por conta própria, e para as assalariadas as funções destinadas a elas são aquelas que exigem cargos de direcção importantes. Exemplos: engenheiro, médico, dentista, piloto, administrador, chefe de pessoal. b) Quadros médios Este grupo é composto por pessoas que ocupam uma posição intermédia entre as profissões liberais e quadros superiores, e a dos grupos empregadores, operários, e pessoal de serviço. Exemplo: assistentes sociais, enfermeiras diplomadas, gerente bancário, desenhador, agrimensor (individuo que mede terrenos), agente de métodos. c) Empregados São pessoas contratadas para prestar serviços a alguém que lhes contrata para trabalhar (empregador), e este tem carga horária definida, mediante o salário acordado entre ambos. Nesta categoria, engloba-se a maior parte dos assalariados subalternos não manuais. Exemplos: empregado de escritório, bancário, de balcão, caixa, dactilografo, telefonista e carteiro. d) Operários Operário é um termo usado para designar trabalhador fabril, isto é, um trabalhador que executa tarefas na fábrica, onde exerce trabalho físico. Neste grupo, encontramos os assalariados manuais não agrícolas. Dividem-se em: ✓ Contramestres – são aqueles funcionários com um 24 trabalho de operário qualificado, encarregues de enquadrar trabalhadores manuais, com eventual participação efectiva no trabalho. ✓ Operários qualificados- trabalhadores que ao exercerem as suas funções, são exigidos aprendizagem da tarefa a executar. Exemplos: mecânico, marceneiro, costureira. ✓ Operários especializados - trabalhadores manuais assalariados que ocupam posto numa empresa, onde o seu trabalho não requer aprendizagem, mas por se a par. Exemplo: empacotador, operário especializado em máquinas. ✓ Trabalhadores manuais - assalariados que fazem trabalhos manuais sem nenhuma qualificação específica. Exemplo: servente de pedreiro, estivador, empregada de limpeza numa empresa, abastecedor, varredor. e) Pessoal de serviços O grupo é constituído por funcionários subalternos, e alguns são pouco qualificados, cuja actividade (manual ou não) consiste na prestação de um serviço directo a determinadas pessoas. Exemplo: criadas, motoristas particulares, carregador, guarda-nocturno. Resumo O trabalho está presente na vida do Homem desde os tempos remotos, isto é, desde a antiguidade, e este estava relacionado com a escravidão. Esta palavra “trabalho” era associada a uma experiência dolorosa o castigo. Com a evolução da história, o trabalho também foi evoluindo, e as mudanças foram se verificando na estrutura comercial e social da época, sendo representadas por uma nova relação, o proprietário e 25 o trabalhador. O trabalhador era tido como uma máquina, pois exigia-se que este se comportasse como parte da máquina. Exercício de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. No mundo do trabalho, concretamente na área de negócios, a relação estabelecida entre o ___________________ e o ___________________, é meramente estratégica, e influencia directamente o desempenho das pessoas dentro da organização, minimizando problemas de ___________________, __________________, desmotivação e __________________. 2. Quando existe conhecimento sobre essa relação entre o trabalhador e o trabalho, existe também a criação de políticas de gestão de _________________ mais alinhadas à realidade dos _____________________ da empresa. 3. No momento em que a palavra surgiu, esta era associada a uma actividade indigna, reservada a subalternos, de preferência ____________ ou ____________. 4. Para os judaico-cristãos, o trabalho associava-se à noção de _____________ e de _______________. 5. Os quadros médios, são compostos por pessoas que ocupam uma posição intermédia entre as ____________ _____________ e ______ ____________, e a dos grupos empregadores, operários, e pessoal de serviço. 6. ___________ são pessoas contratadaspara prestar serviços a alguém que lhes contrata para trabalhar (empregador), e 26 este tem carga horária definida, mediante o salário acordado entre ambos. 7. Operário é um termo usado para designar ________________, isto é, um trabalhador que executa tarefas na fábrica, onde exerce trabalho físico. 8. No grupo dos operários encontramos os assalariados manuais não agrícolas, e estes dividem-se em: ____________________, _____________, ________________ e __________________. 9. As profissões liberais e quadros superiores, é destinada a pessoas que exercem profissões com ____________ superior. 10. As pessoas dessa categoria (as profissões liberais e quadros superiores) podem ser ________________ ou aquelas que trabalham por ________________, e para as assalariadas as funções destinadas a elas são aquelas que exigem cargos de direcção importantes. Exercicios de auto- avaliação Depois deste estudo, e baseando-se em estudos complementares, você tem agora uma visão sobre o trabalho e o trabalhador. De forma clara e objectiva, responda: 1. Qual é a origem etimológica da palavra trabalho? 2. Como era definido o trabalho na antiguidade? 3. Como o trabalho era definido na Bíblia? 4. Quais eram os princípios utilizados pelo fordismo? 5. Identifique uma das principais características do fordismo. 27 Referências Bibliográficas BERGAMINI, C. W. (2008). Psicologia aplicada à administração de empresas: psicologia do comportamento organizacional. 4ed. São Paulo: Atlas; Bueno, Francisco da S. (1988). Grande dicionário etimológico-prosódico da língua portuguesa. São Paulo: Lisa, CHIAVENATO, I. (2008). Recursos Humanos: o capital humano das organizações. 8ed. São Paulo: Atlas, Dejours, C. (2007). Psicodinâmica do Trabalho: Contribuições da escola Dejouriana à Análise da Relação Prazer, Sofrimento e Trabalho. Sao Paulo: Atlas. SAMPAIO, J. R. (1998). Psicologia do trabalho em tres faces. In I. B. Goulart & J. R. Sampaio (Orgs.), Psicologia do trabalho e gestão de recursos humanos: estudos contemporâneos (pp. 19-40). Sao Paulo: Casa do Psicologo. STREGER, M. F; Dik, B. J.; Duffy, R.D. Measuring Meaniningful work: The Work and Mening Inventory (WAMI) Journal of Carrer Assessment, V.20, n.3, p.322-337; ZANELLI, J. C., Bastos, A. V. B., & Borges-Andrade, J. E. (Orgs.) (2004). Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed. 28 Tema 2 O Campo da Psicologia do Trabalho Breve nota introdutória Ao estudarmos a Psicologia do trabalho, é importante conceituá-la e identificar os seus campos de actuação. No presente tema, a preocupação central é abordar sobre da psicologia do trabalho, quanto à sua conceptualização bem como à identificação dos campos de actuação do psicólogo do trabalho. Objectivos ✓ Conceituar a psicologia do trabalho ✓ Identificar os campos da psicologia do trabalho 29 Texto de Leitura Unidade Temática 2.1 Campo da Psicologia do Trabalho De acordo com Zanelli e Bastos (2004), a psicologia do trabalho é entendida como um campo de compreensão e intervenção sobre o trabalho e as organizações. Esta analisa a interacção das múltiplas dimensões que caracterizam pessoas, grupos e organizações, visando construir estratégias e procedimentos que promovam, preservem e reestabeleçam o bem-estar. A psicologia de trabalho é um dos ramos da psicologia correspondente a uma divisão desta disciplina, em termos de classes de comportamentos definidos pelo seu objecto. Esta começou a ser definida a partir dos objectivos da sua aplicabilidade. De acordo com Musterberg, citado por Leplat e Cuny (1977), era finalidade da psicologia do trabalho, encontrar o melhor trabalhador possível, como realizar o melhor trabalho possível, e como chegar aos melhores resultados possíveis. Para o psicólogo do trabalho, o trabalho refere-se ao comportamento, e este faz uma ponte com as outras áreas de saber devido a sua multiplicidade: •Formação; •Orientação do trabalho; •Organização nos diferentes aspectos; •Planificação de carreiras. . •Funções relevantes da vida do trabalhador . 30 Pelo autor Fonte: (Leplat e Cuny, 1977) Um campo, é considerado um microcosmo social dotado de autonomia, com leis e regras específicas, ao mesmo tempo em que é influenciado e relacionado a um espaço social mais amplo (Pereira, 2015). É ainda considerado como um lugar onde existem lutas para alcançar determinadas posições (Ibd.). Bourdieu (2004) citado por Pereira (2015), considera campo como um campo de forças e lutas para transformar esse campo de forças. Estes campos são constituídos por agentes e podem dividir-se em indivíduos ou instituições, onde são criados espaços através das ligações estabelecidas entre os seus membros. A psicologia do trabalho tem como objecto de estudo os fenómenos relativos aos processos organizacionais e do trabalho. Neste sentido, trabalho, é entendido por Faverge e Ombredane (1955) citados por Leplat e Cuny (1977), como um comportamento adquirido por via da aprendizagem e que se deve adaptar às exigências de uma tarefa. As exigências das tarefas variam tendo em conta o nível técnico ou Psicologia do Trabalho Sociologia Psicanlise História Antropolo gia Sociologia do trabalho 31 socioeconómico da organização na qual a tarefa se insere. Podemos analisar as exigências, tendo em conta as exigências de precisão e a rapidez, e aí notamos que estas são diferentes para cada pessoa. Não podemos exigir da mesma forma a precisão e rapidez para um carpinteiro que levanta um telhado, um camponês que constrói uma cabana. Unidade Temática 2.2 A emergência da psicologia do trabalho No decorrer da emergência da construção dos saberes e práticas da psicologia, nos séculos XIX e XX, vários temas foram surgindo, desde o inconsciente, processos mentais, sexualidade, comportamento, fisiologia humana e animal, surgiu também o trabalho como uma das áreas de investigação, considerado como uma esfera de aplicação de conhecimentos. Com o avanço da técnica e transformações resultantes da revolução industrial, nota-se a ocorrência de acelerados processos de industrialização e urbanização. Com esse processo de industrialização, emergem práticas da psicologia em relação ao trabalho em conjunturas político-económicas do conturbado século XX. Essas práticas tinham como objectivo contribuir para minimizar os problemas do ser humano no âmbito das fábricas, uma vez que a psicologia se preocupava em resolver os problemas individuais e colectivos ligados a determinados locais e instituições como indústrias, escolas, prisões, exército, tribunal, etc. Após a revolução industrial, o modo como as indústrias se organizavam eram baseados na teoria de Taylor. Este apresentou princípios que serviram como base para a eficiência da produção bem como para a dissociação do processo de trabalho das especialidades dos trabalhadores, a separação de concepção e execução, buscando 32 banir qualquer trabalho cerebral dos trabalhadores, centralizando-os no departamento de planeamento (Braverman, 1987) citado por Leão (s/a). 2 O objectivo da teoria de Taylor, era reduzir a actividade dos trabalhadores, buscando menos cansaço, e maior rendimento. Aqui surge a necessidade de preparar-se os trabalhadores, onde através da selecção, vai-se treinar e orientá-los, para colocar o homem certo no lugar certo. A situação de trabalho, constitui um objecto de difícil manipulação por parte do psicólogo, pois, este tem que o modificar apenas para servir os objectivos do seu estudo. Deste modo, a analise das situações de trabalho, tornam-se de grande importância para a psicologia do trabalho.O trabalhador inserido num sistema técnico, é tido como um sistema homem-máquina, pois, este contribui para o funcionamento deste sistema. A relação existente entre o homem e a máquina, os seus instrumentos de trabalho, o ambiente técnico que o rodeia, constitui um campo importante para a psicologia do trabalho. O trabalhador é tido como membro de grupos formais e informais, e esta inserido em diversas organizações como equipa, oficina, fabrica, empresa, sindicatos, grupos profissionais (Leplat & Cuny, 1977). O estudo que se estabelece com as relações e comunicações neste novo contexto, é um outro campo da psicologia do trabalho. Um outro campo importante no estudo da psicologia do trabalho, é a imagem que o trabalhador tem da sua tarefa, e da atitude em relação a tal tarefa, bem como a sua satisfação em relação a ela. Unidade Temática 2.3 Psicologia do trabalho e a psicologia 33 aplicada Muitos são os teóricos que confundem a psicologia do trabalho com a psicologia aplicada, pois, dizem que as exigências práticas desempenham um grande papel no desenvolvimento da disciplina, mas, é importante notar que existem diferenças entre elas. A psicologia do trabalho, tem uma vertente fundamental e a outra aplicada. A vertente fundamental, tem como objectivo o estudo da classe de comportamentos que o trabalho constitui, podendo-se afirmar que esta integra-se na psicologia pura e simples. Na vertente da psicologia do trabalho aplicada, a finalidade, é transformar determinadas situações, tendo em vista objectivos precisos não facilmente modificáveis. Exemplo: Melhorar a carga de trabalho, reduzir o absentismo, melhorar a segurança, melhorar a produção em termos da qualidade e quantidade. A realização desses critérios, poderá levar ao surgimento de problemas de ordem psicológica, mas, também problemas económicos, sociais, médicos e técnicos. Por exemplo: ao fazer-se melhorias num posto de trabalho, poderá fazer-se intervir um pedagogo, para a formação do operador. Aqui, surge a necessidade da contribuição do psicólogo, com elementos considerados adequados ao esclarecimento das consequências das decisões, e estes elementos devem ser confrontados com os outros, que os outros especialistas apresentarem. Unidade Temática 2.4 Os grandes campos da psicologia do trabalho Para uma melhor organização dos campos, vamos partir do princípio que o comportamento do trabalhador pode ser analisado em diversas classes de variáveis, que nas interacções estabelecidas entre elas, que condicionam o trabalhador e o seu trabalho, formam um sistema. Este 34 sistema, é definido por Ashby (1958) citado por Leplat e cuny (1977), como um conjunto de variáveis a tomar em consideração. De acordo com Gibson (1960), citado por Leplat e Cuny (1977), o sistema é um agregado de elementos em interacção, destinados a executar, em cooperação, uma função predeterminada. No sistema, estuda-se a relação existente entre os elementos que o compõem, cada um desses elementos, deve ser examinado na sua ligação com os outros. Por exemplo, as capacidades de um operador e as exigências da sua tarefa, devem ser analisadas na relação existente entre ambas. As capacidades, remetem a determinados tipos de tarefas e as exigências devem ter uma influência sobre o próprio comportamento, ou seja, sobre a actuação destas capacidades. Resumo A psicologia do trabalho, é um campo da psicologia preocupada com o trabalho dentro das organizações. O psicólogo nesta área, analisa as dimensões que caracterizam as pessoas, grupos e organizações, procurando estratégias que sejam eficazes para a sua organização. Esta tinha como objectivo descobrir o trabalhador certo para o lugar certo, isto é, capaz de realizar da melhor maneira possível o seu trabalho. O campo é um lugar composto por forças destinados para alcançar determinadas posições. Exercício de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. A psicologia do trabalho tem como objecto de estudo os ____________________ relativos aos processos ________________ e do _______________. 2. O trabalhador é tido como membro de grupos 35 _____________e _________________, e esta inserido em diversas organizações como _______________, oficina, ________________, empresa, sindicatos, grupos profissionais (Leplat & Cuny, 1977). 3. Campos são constituídos por agentes e podem dividir-se em ____________________ou ____________________, onde são criados espaços através das ligações estabelecidas entre os seus membros. 4. O objectivo da teoria de Taylor, era ______________ a ____________ dos trabalhadores, buscando menos cansaço, e maior ___________________. 5. Após a revolução industrial, o modo como as indústrias se organizavam eram baseados na teoria de ______________. II. Marque com V, as afirmações verdadeiras e com F, as falsas. 1. A psicologia do trabalho, é entendida, como um campo de compreensão e intervenção sobre o trabalho e as organizações. ( ) 2. A Psicologia do trabalho analisa a interacção das múltiplas dimensões que caracterizam pessoas, grupos e organizações, visando construir estratégias e procedimentos que promovam, preservem e reestabeleçam o bem-estar. ( ) 3. A psicologia de trabalho é um dos ramos da sociologia correspondente a uma divisão desta disciplina, em termos de classes de comportamentos definidos pelo seu objecto ( ) 4. A psicologia do trabalho, começou a ser definida a partir do seu objecto de estudo e da sua aplicabilidade ( ) 5. A psicologia do trabalho tem como objecto de estudo os fenómenos relativos aos processos organizacionais e do 36 trabalho ( ). Exercícios de Auto- Avaliação 1.Como o psicólogo do trabalho, conceptualiza o trabalho. 2.Como a psicologia do trabalho começou a ser definida? 3.Qual era a finalidade da psicologia? 4.A psicologia do trabalho, tem uma vertente fundamental e a outra aplicada. a. Estabeleça as diferenças entre as duas vertentes. b. Deia um exemplo em que estejam patentes a vertente fundamental e a vertente aplicada. 5. Porquê o trabalhador inserido num sistema técnico, é tido como um sistema homem-máquina? Referências Bibliográficas Zanelli, J. C., Borges-Andrade, J. E. & Bastos, A. V. B. (2004). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed. LEAO, L. H da C; Psicologia do trabalho: aspectos históricos, abordagens e desafios actuais, ECOS, volume 2, número 2 LEPLAT, Jacques & CUNY, Xavier (1977). Introdução à psicologia do trabalho. Trad. Helena Domingos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; PEREIRA, E. A. T (2015). O conceito de campo de Pierre Bourdieu: possibilidade de analise para pesquisas em história da educação brasileira; Revista Linhas; Florianópolis, v.16, n.32. 37 Tema 3 As condições de Trabalho Breve nota introdutória No presente tema, faz-se menção aos principais conceitos de trabalho, as consequências do trabalho, as características do meio do trabalho e as características do trabalho. Objectivos ✓ Conceituar condições de trabalho ✓ Caracterizar o meio do trabalho ✓ Caracterizar o trabalhador 38 Texto de Leitura Unidade Temática 3.1 As condições de trabalho 3.1 Conceitos gerais De acordo com Coutinho (2009), trabalho é uma actividade humana individual ou colectiva, de caracter social complexa, dinâmica, mutante, e que se distingue de qualquer outro tipo de prática animal, é de natureza reflexiva, consciente, propositiva, estratégica, instrumental e moral. As condições de trabalho, são circunstâncias nas quais ele ocorre (Coutinho, 2009). De acordo com Leplat e Cuny (1977), as condições de trabalho, são um conjunto defactores que determinam o comportamento do trabalhador. Esses factores identificados pelos autores acima, são constituídos pelas exigências impostas ao trabalhador; exigências essas que podemos descriminar como: • Objectivo com critérios de avaliação, • Condições de execução. Tarefa do operador, é um conjunto de exigências que o seu comportamento terá que satisfazer. O comportamento do operador, é determinado pelas características do operador humano (físicas, personalidade, nível intelectual, conhecimentos, formação anterior entre outras). Essas características, são uma classe de condições de trabalho, no sentido em que são factores determinantes do comportamento. Esquema 2. Condições gerais e das consequências de trabalho objectivos 39 Fonte: Leplat e Cuny (1977:58) Unidade Temática 3.2 As características do meio do trabalho 3.2.1 A organização do trabalho É caracterizada pela modalidade de repartição das funções entre os operadores, e entre operadores e as máquinas. Aqui encontramos o problema da divisão do trabalho. A organização é definida pelas regras que regem o funcionamento da estrutura, e estas podem ser examinadas a vários níveis dependentes. a) A divisão do trabalho De acordo com Naville (1973) citado por Leplat e Cuny (1977), existe um esquema da divisão do trabalho, dividido em: ✓ Ofícios artesanais: o operário executa todas as operações necessárias à fabricação do produto ou uma parte importante das mesmas. ✓ Trabalhos parcelares à mão ou à máquina. ✓ Operações isoladas ou agrupadas, executadas pela máquina, dirigida pelo operário ✓ Operações continuamente executadas por um sistema automático integrado. Caracteristicas do operador Condições de execução Actividade do operador Consequências para o operador (carga, etc) Actuação 40 Na divisão do trabalho, nota-se que existe uma mudança na repartição dos trabalhos de conservação e de preparação (regulação e arranque), e também nos serviços de preparação, fabricação e conservação. As actividades destinadas a esta categoria, são muito diferentes, por exemplo, nos ofícios artesanais, é exigida uma boa qualificação, as tarefas são diversificadas e exigem do operador o saber fazer, pois, este concebe o produto, executa-o e por vezes mantém contacto com o utente. Este tem ainda, liberdade para a planificação das suas actividades e na escolha dos métodos. Para os trabalhos da última categoria, frequentemente os da vigilância, exigem esforço para a manutenção prolongada da vigilância, sendo fraca a variabilidade da tarefa (poucos incidentes). b) As modalidades de execução A divisão e a repartição das actividades definem os traços da estrutura da organização. Primeira classe de regras de funcionamento (execução individual do trabalho): ✓ Natureza dos horários de trabalho ✓ Normas de produção ✓ Modo de remuneração ✓ Ritmos ✓ Duração e repartição das pausas. Estas condições de trabalho, são as mais sentidas pelo trabalhador, uma vez que condicionam a sua actividade. Entre as mais críticas encontramos as pressões temporais do trabalho, nas suas diversas formas. c) As modalidades de planificação 41 Fazem referência à maneira como são fixadas as regras precedentes. Na planificação faz-se a divisão das funções de decisão e de execução. O executante (operário) vê o seu trabalho definido por um serviço de métodos, a partir de procedimentos científicos. Na planificação, tanto no plano da produtividade como no de recrutamento, levaram a busca de outros tipos de soluções, que deixassem mais autonomia ao operador, na organização do seu trabalho. Com o aumento das tarefas, também aumenta as dimensões das unidades de trabalho, e introduz uma certa polivalência. E cada vez que se enriquece as tarefas, nota-se que existiram restruturações no trabalho, confiando ao operador um conjunto de funções que contribuem para dar mais sentido à sua actividade. d) As modalidades de decisão Nas modalidades de decisão, é importante distinguir as possibilidades de decisão relativas aos métodos e aos objectivos. Unidade Temática 3.3 A tecnologia da produção A tecnologia da produção, tem um efeito duplo nas condições de trabalho: ✓ Efeito directo- modificação dos postos de trabalho ✓ Efeito indirecto – modificação da organização que determina. Com a evolução tecnológica, notam-se alterações nas profissões e nas qualificações exigidas. Essas modificações, fazem com que os trabalhadores, levem os trabalhadores a mudar cada vez mais de profissão ao longo da sua carreira. De acordo com Woodward, para relacionar as características dos 42 sistemas, este categorizou-as em três categorias: • Produção por unidade e pequenas séries • Produção por series e em massas • Produção por processo. Quando as relações são postas em evidências, ao sair da produção por unidade e pequenas séries para a produção por processo, nota- se um aumento de números de níveis hierárquicos, e uma diminuição de custos representados pelos salários, e um aumento no da relação entre o efectivo dos quadros e o dos executantes. Unidade Temática 3.4 O meio ambiente geral As características socioeconómicas da sociedade, são importantes porque, impõem às unidades compostas pelos trabalhadores, determinadas modalidades: repartição do poder, forma e montante de remuneração, duração de trabalho, legislações sociais, legislações sobre segurança. O meio ambiente, é constituído por condições locais mais específicas, ao nível socioeconómico (estado de emprego e mão de obra da região) e geográficas (tipo de clima, habitat). Unidade Temática 3.5 As características do trabalhador É importante ter em conta que, as respostas dadas pelos trabalhadores às exigências do trabalho, dependem em grande parte das próprias características do operador, e estas fazem parte das condições de trabalho. 3.5.1. Características biográficas As informações sobre a vida do trabalhador, as suas actividades profissionais anteriores ajudam a compreender ou a prever o comportamento do operador face às exigências do trabalho. 43 Quanto mais qualificativo for um trabalho/emprego, é importante conhecer-se o curriculum vitae do candidato: idades, formação, passado profissional, experiência, etc. Estes aspectos são importantes e se devem ter em conta, pois, o nível de conhecimentos e a experiência, são factores importantes, uma vez que se diz que para se obter sucesso é importante analisar o trabalho anterior. 3.5.2 Características físicas gerais O estado físico, a saúde, integridade sensorial e motora, são aspectos essenciais para o trabalho. A fadiga, é um factor a se ter em conta, pois esta, tem um estatuto ambíguo, em que designa ao mesmo tempo uma consequência da actividade e o estado que dela resulta para o sujeito e que depois irá condicionar os traços das actividades. De acordo com Bartlett e Welford citados por leplat e Cuny (1977), os efeitos da fadiga podem ser apresentados como: alongamento e maior dispersão dos tempos de reacção e de movimento, baixa da precisão e desorganização da actividade. 3.5.3 Capacidades sensoriais, motoras e cognitivas No domínio sensorial, temos que ter em conta que a eficácia do trabalho e a carga que ele representa para o operador, dependem das características do operador ao nível da recepção, tratamento e da resposta. No domínio motor, são conhecidas as propriedades biomecânicas do organismo, as propriedades do funcionamento dos aparelhos motores (tempo de reacção, tempo de movimento em função da amplitude, da precisão). No domínio cognitivo, a psicologia contribui com conhecimentos ligados ao armazenamento da informação, bem como registar e 44aproveitar uma informação nova. 3.5.4 Personalidade e interesses A personalidade é uma palavra que deriva do latim persona, que significa mascara. Pode-se definir a personalidade, como um conjunto de características3 essenciais para o comportamento de cada individuo. A nossa personalidade é fundamental para a nossa motivação no trabalho, estado de animo, resolução de conflitos, e estas características afectam de certa forma, o nosso desempenho no trabalho. Estas características, tem ainda repercussões no trabalho, na escolha de actividades e nas modalidades dessas actividades. A maior parte dos fracassos e falha no trabalho, são resultantes de deficiências da personalidade, e não da competência e inteligência do trabalhador. O facto de ter um nível intelectual elevado, conhecimentos e habilidades, não são suficientes para que se tenha sucesso no trabalho, pois são as características da sua personalidade que determinam o êxito ou o fracasso do trabalho. Portanto, a adequação pessoa-trabalho, é fundamental para uma empresa. Exemplo: se colocamos uma pessoa com baixa sociabilidade a lidar constantemente com o público, notamos que esta irá considerar o seu trabalho como algo penoso, no final do dia estará stressada e cansada, e provavelmente na manha seguinte chegará ao trabalho maldisposta/humorada. Perante isto, é importante frisar que a personalidade interfere nas condições de trabalho, e os interesses do trabalhador, a imagem que faz do seu próprio trabalho, as atitudes que toma em relação a 3 Predisposições ou tendências que uma pessoa tem para se comportar de uma determinada maneira. 45 ele, as satisfações, constituem um conjunto de variáveis que condiciona o comportamento Resumo O trabalho é considerado como uma actividade que pode ser executada individualmente ou coletivamente, e esta é de caracter social complexa e dinâmica. Deste modo, as condições de trabalho são as formas pelas quais o trabalho ocorre. As condições de trabalho ditam o comportamento do trabalhador, se os horários de trabalho, as normas de produção, a remuneração e o ritmo de trabalho não forem adequadas as necessidades do trabalhador, o trabalho pode não ocorrer de forma satisfatória. Portanto, é importante ter-se em conta as características biográficas do trabalhador bem como as características físicas. Exercício de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. a. Trabalho é uma actividade humana individual ou colectiva, de caracter social complexa, ______________, _________________e que se distingue de qualquer outro tipo de prática animal, é de natureza reflexiva, consciente, propositiva, estratégica, instrumental e moral. b. As condições de trabalho, são um conjunto de _______________ que determinam o comportamento do trabalhador. c. Tarefa do operador, é um conjunto de ______________ que o seu ___________________ terá que satisfazer. d. A _______________ é uma palavra que deriva do latim persona, que significa máscara. e. A personalidade interfere nas _______________ de 46 __________________, e os interesses do trabalhador, a imagem que faz do seu próprio trabalho, as atitudes que toma em relação a ele, as satisfações. II Marque com V, as afirmações verdadeiras e co F, as afirmações falsas a. O comportamento do operador, é determinado pelas características do operador humano (físicas, personalidade, nível intelectual, conhecimentos, formação anterior entre outras). ( ) b. A organização do trabalho, é caracterizada pela modalidade de repartição das funções entre os operadores, e entre operadores e as máquinas. ( ). c. A organização é definida pelas regras que regem o funcionamento da estrutura, e estas podem ser examinadas a vários níveis dependentes. d. Na divisão do trabalho, nota-se que não existe uma mudança na repartição dos trabalhos de conservação e de preparação (regulação e arranque), e também nos serviços de preparação, fabricação e conservação. ( ). e. As modalidades de planificação fazem referência à maneira como são fixadas as regras precedentes. ( ) 47 Exercícios de Auto- Avaliação 1. Defina trabalho. 2. Defina condições de trabalho segundo Leplat e Cuny (1977). 3. O que são tarefas do operador? 4. Como é determinado o comportamento do operador? 5. Como é caracterizada a organização de trabalho? 6. Diga, como é definida a organização do trabalho. 7. A tecnologia da produção, tem um efeito duplo nas condições de trabalho. a. Identifique-os. b. Caracterize-os. 8. Com a evolução tecnológica, notam-se alterações nas profissões e nas qualificações exigidas. a. O que essas alterações pressupõem? 9. Porquê é que as características socioeconómicas da sociedade são importantes? 10. Diga porquê as características biográficas da vida do trabalhador são importantes? 11. A personalidade é definida, como um conjunto de características essenciais para o comportamento de cada individuo. 12. Fale da importância da personalidade para a psicologia do trabalho. Referências Bibliográficas COUTINHO, M. C. (2009). Sentidos do trabalho contemporâneo: as trajectórias identitárias como estratégia de investigação. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v. 12, n. 2, p. 189-202; LEPLAT, Jacques & CUNY, Xavier (1977). Introdução à psicologia do trabalho. Trad. Helena Domingos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 48 Tema 4 Sistemas de Análise das Exigências do Trabalho Breve nota introdutória Na presente unidade, iremos abordar o estudo sobre os sistemas de análise das exigências do trabalho, onde identificamos as exigências do trabalho e fizemos a classificação das exigências. Objectivos ✓ Identificar as exigências de trabalho ✓ Classificar as avaliações das exigências Texto de Leitura O trabalho é utilizado para designar o comportamento dos indivíduos que participam numa actividade de produção da função que lhes é atribuída. Ao se fazer a análise das exigências do trabalho, é importante coordenar essa análise com a análise dos comportamentos. Unidade Temática 4.1 Identificação das exigências Para a identificação das exigências, o analista deve prestar atenção a dois aspectos essenciais: • Aquisição de forma pessoal do conhecimento suficiente da unidade de trabalho; • Elaboração das diferentes componentes do trabalho (materiais, organização, ambientais) que sejam pertinentes em relação às funções dos operadores. Se o analista tiver o conhecimento da unidade de trabalho na memória, facilmente ele fará uma análise completa, não saindo ou deixando o seu objectivo central. A qualidade do levantamento das exigências, depende das descrições, tanto no aspecto de riqueza do conteúdo, bem como na 49 forma de apresentação. Portanto, podemos considerar que a identificação das exigências, é um inventário das mesmas, sem indicação de grau. Unidade Temática 4.2 Avaliação das exigências A avaliação é de caracter geral, onde se exprime em torno daquilo que lhe conferem um significado relativamente independente dos métodos de trabalho pessoais. 4.2.1 Classificação da avaliação das exigências a) Físicas Limita-se à actividade neuromuscular do operador. Estas dividem- se em dois grupos: o das variáveis que caracterizam a tarefa e a situação, e o das variáveis relacionadas com o organismo. • Avaliação relativa à tarefa e à situação Está dividida em duas partes: ✓ Esforços dinâmicos (deslocações a pé, transporte de cargas, utilização de escadas de mão ou outras). Caracterizam-se pela enumeração dos esforços para uma duração de 8 horas de trabalho. ✓ Esforços estáticos: dependem da postura a adoptar numa actividade. A avaliação deve ser feita, tendo em conta oencadeamento das operações elementares (bem ligadas ou mal ligadas), e o seu ritmo (lento, rápido, livre, imposto, regular ou irregular). • Avaliação relacionada com o organismo Os especialistas no estudo do trabalho admitem que se pode avaliar exigências físicas com base em dados relativos a 50 determinados estados e determinadas modificações do organismo. Estas avaliações vão desde o levantamento de estados penosos ou não, em função dos critérios anatómico-fisiológicos até às medidas relativamente complexas das reacções metabólicas ou funcionais: ✓ Posturas: fadiga, desconforto, dores, acidentes articulares, ✓ Movimentos: repartição dos esforços entre os membros: empurrar, puxar, levantar, baixar, virar. As avaliações fisiológicas, dizem respeito à: ✓ Dispêndio energético, ✓ Reacções respiratórias e térmicas, ✓ Reacções cardiovasculares, b) Exigências ambientais ✓ Iluminação ✓ Temperatura ✓ Ambiência sonora c) Exigência Sensoriais As exigências sensoriais também apresentam duas categorias: ✓ Avaliação relativa às folhas de informações: ➢ Diferentes tipos de canais (como os visuais, auditivos, tácteis), ➢ Variedades dos suportes quanto à cor, grafismo, campainhas, palavras, ➢ Frequência dos sinais e sua repartição em sequências que combinam com diferentes fontes, ➢ Dispersão espacial das fontes. ✓ Avaliação relacionadas com os órgãos sensoriais ➢ Visão: Campo visual do operador e a situação dos sinais, tempo disponível para uma adaptação, riscos 51 de encadeamento. ➢ Audição: acuidade auditiva requerida para a recepção dos sinais sonoros, riscos de perturbação da audição, sensibilidade as comunicações verbais em meio barulhento, sensibilidade as diferenças de qualidades dos sons (frequência, timbre). d) Exigências sensoriomotoras Caracterizam-se por ter uma ligação directa entre a produção de um sinal e um movimento do operador, com a finalidade de manter a manobra de um comando. ➢ Dispositivos sinais-comando: número e variedade de comandos, posição, distância relativa dos sinais de comando associados rapidez e frequência das acções. ➢ Características do operador: posição dos comandos em relação às zonas a que as mãos e os pés chegam, posturas ou gestões susceptíveis de impedir a recepção de um sinal, membros implicados nos diferentes comandos. e) Exigências mentais As avaliações referentes as actividades perceptivas e intelectuais, correspondem à utilização das estruturas superiores do sistema nervoso central. Estas também se dividem em 2 categorias: ➢ Avaliação relativa às características da tarefa: nível de especificação das instruções para cada intervenção, necessidade de se fazer ou não um diagnóstico do estado do sistema, número de informação a memorização. ➢ Avaliação relacionadas com o operador: reúnem-se todos os métodos conhecidos de avaliação da carga perceptiva, mnemónica e mental. O objectivo é determinar um valor médio referente ao posto e não o de estimar a carga de um 52 individuo. Resumo Ao identificar as exigências, o analista deve ter em conta a aquisição de forma pessoal do conhecimento da unidade do trabalho, e a elaboração das diferentes componentes do trabalho, que sejam relevantes em relação às funções dos operadores. A classificação das exigências, divide-se em aspectos físicos, as exigências ambientais, exigências sensoriais, exigências sensoriomotoras e as exigências mentais. Exercício de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. I. 1. O trabalho é utilizado para designar o comportamento dos indivíduos que participam numa actividade de _______________da função que lhes é _______________. 2. Ao se fazer a análise das exigências do trabalho, é importante ______________essa análise com a análise dos _________________________. 3. As avaliações referentes as actividades ______________ e ______________, correspondem à utilização das estruturas superiores do sistema nervoso central. 4. Os especialistas no estudo do trabalho admitem que se pode avaliar exigências _________________ com base em dados relativos a determinados _____________ e determinadas modificações do _____________________. II. Marque com V, as afirmações verdadeiras e com F, as 53 afirmações falsas. 1. Para a identificação das exigências, o analista deve prestar atenção a dois aspectos essenciais: aquisição de forma pessoal do conhecimento suficiente da unidade de trabalho ( ). 2. Se o analista tiver o conhecimento da unidade de trabalho na memoria, facilmente ele fará uma análise completa, não saindo ou deixando o seu objectivo central. ( ). 3. A qualidade do levantamento das exigências, depende das descrições, tanto no aspecto de riqueza do conteúdo, bem como na forma de apresentação. ( ). 4. Os especialistas no estudo do trabalho admitem que se pode avaliar exigências físicas com base em dados relativos a determinados estados e determinadas modificações do organismo. ( ). Exercícios de Auto- Avaliação 1. Quais são os aspectos que o analista deve prestar atenção na identificação das exigências? 2. O que é que acontece, quando o analista tem o conhecimento da unidade de trabalho na memoria? 3. De que é que depende a qualidade do levantamento das exigências? 4. Como podemos fazer a classificação da avaliação das exigências? 5. Caracterize, as exigências sensoriomotoras. 6. Qual é o objectivo da avaliação relacionada com o operador? Referencias Bibliográficas 54 LEPLAT, Jacques & CUNY, Xavier (1977). Introdução à psicologia do trabalho. Trad. Helena Domingos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. Tema 5 A Análise dos Comportamentos Breve nota introdutória Esta unidade centra-se no debate em torno de alguns modos de análise dos comportamentos do trabalhador em resposta aos objectivos do trabalho. Iniciaremos pela apresentação de alguns métodos (entrevista, observação), susceptíveis de oferecer uma a descrição inicial da actividade. A seguir concentrar-nos-emos na apresentação de um quadro que permita a análise dos comportamentos e a planificação da acção. 55 Objectivo ✓ Compreender a importância da análise dos comportamentos do trabalhador no exercício das suas funções; ✓ Conhecer alguns métodos de análise dos comportamentos do trabalhador no exercício das suas funções; Texto de Leitura Unidade Temática 5.1 – Elementos para a Descrição dos Comportamentos A descrição dos comportamentos do trabalhador torna-se importante para percebermos como é que este responde às funções que lhe são atribuídas. Entretanto, uma vez que não se pode deduzir de forma simples os comportamentos a partir das funções, torna-se necessário recorrer a uma diversidade de métodos e técnicas úteis para a recolha de informação para abstrair as características dos mesmos. De entre vários métodos propostos a partir da investigação psicológica no domínio do trabalho, faremos alusão à entrevista e à observação. a) A entrevista A entrevista comportamental por si só, assim como as outras técnicas de entrevistas da psicologia, tratando-se do campo organizacional, busca a investigação sistemática e empírica de dados acerca de comportamentos de um determinado sujeito que podem ser utilizados em benefício de um determinado cargo e portanto, a favor da organização, ultrapassando as topografias (Liderança, dinamismo, etc.) e chegando aso comportamentos propriamente ditos (Alencar, 2007). Ela consiste numa reunião de entre duas ou mais pessoas com o objectivo de trocar informações sobre o comportamento 56 desenvolvido por um trabalhador no âmbito da realização de determinadas tarefas.A entrevista (individual ou em grupo de trabalhadores) é tipicamente baseadas no que ocorreu durante algum período, como no dia anterior, mês ou semana (Brannick et al., 2007) e, mais do que permitir colocar ao trabalhador questões precisas, ajuda na compreensão das próprias respostas. Ela pode ser gravada, desde que haja autorização por escrito por parte do(s) entrevistado(s). Steil (2016) refere que uma entrevista pode adoptar vários roteiros, nomeadamente: ✓ Um roteio altamente estruturado (consistindo em um roteiro conduzido de acordo com uma ordem predeterminada, sendo caracterizado por uma prévia planificação para atingir o máximo de informação com o mínimo de perguntas); ✓ Semiestruturado (menos formal que a entrevista estruturada. O entrevistador segue um roteiro formulado anteriormente, com perguntas que vão nortear a conversa sem, no entanto, uma ordem rígida, abrindo espaço para novas questões que surgirem durante o encontro e; ✓ Não estruturado (Sem planeamento prévio, as questões vão surgindo conforme a conversa avança. Tem como principal característica a espontaneidade). Frequentemente as informações colhidas por meio de entrevistas são combinadas com informações obtidas por meio de outras técnicas (Prien et al., 2009; Brannick et al., 2007; Van de Voort & Whelan, 2012). 57 b) Os métodos de observação Leplat e Cuny (1977) sugerem que a análise dos comportamentos no contexto do trabalho não possa prescindir da observação. É um método que permite a compreensão sobre o que os organismos fazem e sob quais circunstâncias e é extremamente relevante nos estudos que envolvem interacções humanas, uma vez que há situações que dificilmente podem ser captadas de outra forma. Note que, estamos perante uma observação provida de uma finalidade definida de antemão e descrita através de objectivos, cuja importância situa-se no facto de permitir que profissionais de diferentes áreas possam se comunicar acerca de um fenómeno observado a partir de suas principais características. Os métodos de observação são multiformes. Contudo, são objecto de discussão neste capítulo apenas alguns modos de observação que são mais relacionados com a psicologia do trabalho, como se pode conferir a seguir: ✓ Observação aberta- sem a observação rígida de quadros prévios, é muito importante no início do estudo e permite a colheita de informação de base para a posterior definição das questões a serem colocadas ao trabalhador e para a selecção de técnicas mais apropriados de observação; ✓ Observação normalizada – neste caso, opera-se diante de um conjunto de categorias de observação previamente definidas tendo em conta a decomposição das actividades inerentes a determinado cargo em segmentos elementares. Para a observação, as categorias escolhidas variam tendo em conta as características da tarefa desempenhada e os objectivos da 58 própria observação, podendo ser mais amplas ou mais restritas em relação ao conteúdo do cargo. Assim, é necessário que se tenha um bom conhecimento técnico do sistema para assegurar a correcção da interpretação (Leplat e Cuny, 1977) ✓ Observação assistida – esta tem como recurso mais adoptado o registo em forma de vídeo e tem a vantagem de permitir alargar o registo dos fenómenos observados, de aumentar a precisão dos dados, de alongar a duração da observação e de eliminar a presença do observador, muitas vezes perturbadora (Ibd.). Os momentos de observação A determinação dos momentos da observação é de grande importância e varia conforme a especificidade do trabalho e os objectivos do estudo. De forma geral, duas etapas são tidas em conta, nomeadamente a de observação descritiva e a reflexiva, sendo que a primeira reflecte a necessidade de uma descrição dos sujeitos envolvidos, tendo em vista suas acções (aspectos como aparência, jeito de agir e falar devem ser consideravelmente relevantes); bem como do espaço a ser analisado, levando em conta a estrutura física. Quanto a parte reflexiva que, esta diz respeito aos atributos conferidos ao pesquisador, envolvendo suas observações pessoais acerca do fenómeno em compreensão. Assim, partindo do que ele analisa, a possibilidade de intervenção será perfeitamente plausível, principalmente em se tratando da chamada pesquisa-acção, em que, dependendo da necessidade, cabe ao pesquisador apresentar soluções cabíveis à realidade observada. 59 O Tratamento de dados da observação Em relação ao tratamento, Leplat e Cuny (1977) referem que este destina-se a pôr em evidência determinados traços típicos das actividades, em particular, a sua organização temporal: como se encadeiam os diferentes elementos de uma mesma actividade? Como se coordenam as actividades de vários operadores? Etc. Unidade Temática 5.2 – Regulação dos comportamentos e planificação da acção Neste ponto, o analista procura captar a organização dos comportamentos. Entretanto, para essa captação, muito mais do que os dados descritivos obtidos com recurso aos métodos anteriormente salientados, é importante explorar informação dentro do seguinte quadro de questionamentos: como é que o trabalhador regula o seu comportamento? Quais as características da sua actividade? Que conhecimentos, que capacidades exige a execução da acção? Quais as condições da sua elaboração? A título exemplificativo… “a observação do torneiro a fabricar a sua peça a partir de um desenho, pode permitir fazer o levantamento de uma sequência de actividades que é possível descrever com unidades mais ou menos rigorosas. Suponhamos que se escolheu a sequência: aperta a peça na boca do torno, centra-a, aperta o instrumento, regula a velocidade, etc.” (Leplat e Cuny, 1977:115) Neste caso, para que se seja mais profundo é importante que se determine como é que o torneiro coloca a peça, como aprecia ele o apertar e o centrar dessa peça, por que escolhe este ou aquele instrumento, esta ou aquela actividade, etc. 60 Portanto, são os questionamentos salientados acima para os quais o analista deve responder ao longo do seu estudo. Vários exemplos podem ser encontrados em Leplat e Cuny (1977, pp. 126-134) Resumo Ao longo deste tema analisa-se a entrevista e a observação enquanto métodos importantes para a recolha de informação útil para a análise do comportamento dos trabalhadores no exercício das suas funções, como forma de, a posterior desenharem-se planos de acção para a intervenção. A entrevista, que consiste numa reunião de entre duas ou mais pessoas com o objectivo de trocar informações, busca a investigação sistemática e empírica de dados acerca de comportamentos de um determinado sujeito que podem ser utilizados em benefício de um determinado cargo. A informação recolhida pela entrevista (que pode obedecer um roteio altamente estruturado, semiestruturado ou não-estruturado) deve ser combinada com os dados obtidos por meio de várias outras técnicas, de entre as quais podemos destacar a técnica de observação. A observação é percebida como técnica cujas características (com observância do facto de que a sua aplicação depende da definição antecipada da sua finalidade) permite recolher informações em circunstâncias em que seria difícil recolher dados fiáveis de outra forma. Apesar das técnicas de observação serem variadas, neste ponto foram apresentados três modos de observação que são mais relacionados com a psicologia do trabalho, nomeadamente observação aberta, a observação normalizada e a observação 61 assistida, e foram referenciados dois momentos específicos da operacionalização do método, conhecidos como o de observação descritiva e o de observação reflexiva. Após a administração dos métodos acima descritos e de exploração de informação adicionalmediante a aplicação de outras técnicas, o analista o analista procura captar a organização dos comportamentos, para posteriormente desenhar o seu plano de intervenção. Exercício de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. Os métodos de avaliação do comportamento do trabalhador discutidos na Unidade Temática 5.1 foram _________________ e ___________________. 2. Para a recolha de informação referente ao comportamento do trabalhador no exercício das suas funções, a entrevista pode seguir um roteio _________________, __________________ ou ___________________. 3. Os modos de observação mais discutidos na Psicologia do Trabalho são: a observação _________________, a observação ________________ e a observação _____________________. 4. Os dois momentos específicos da operacionalização do método são conhecidos como o momento da observação ________________ e o de observação __________________. 62 II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 1. A etapa de observação descritiva reflecte a necessidade de uma descrição dos sujeitos envolvidos, tendo em vista aspectos como aparência, jeito de agir, etc. ( ). 2. A observação descritiva reflecte a necessidade de uma descrição a estrutura física do sector do trabalho. ( ). 3. A observação reflexiva, diz respeito aos atributos conferidos ao pesquisador, envolvendo suas observações pessoais acerca do fenómeno em compreensão. ( ). 4. A entrevista com um roteio altamente estruturado tem como principal característica a espontaneidade. ( ). 5. A entrevista com um roteio altamente não-estruturado segue uma ordem rígida, abrindo espaço para novas questões que surgirem durante o encontro. ( ). 6. A Observação normalizada – respeita a um conjunto de categorias de observação previamente definidas tendo em conta a decomposição das actividades inerentes a determinado cargo em segmentos elementares. ( ). 63 Exercícios de Auto- Avaliação 1. Porque é importante a descrição dos comportamentos do trabalhador no contexto do trabalho? 2. Qual seria o perigo de se fazer uma interpretação imediatista dos comportamentos a partir das funções? 3. Quais métodos ou técnicas recomendaria para a produção de informação útil pra analisar o comportamento? Porquê? 4. Em que consiste a entrevista e Quais são os roteiros susceptíveis de serem adoptados para a sua operacionalização? 5. Estabeleças as principais diferenças entre a entrevista estruturada, semiestruturada e não estruturada. 6. Quais são as vantagens do uso da entrevista para a análise do comportamento do trabalhador? 7. Em que consiste a observação e quais são as vantagens do seu uso para a análise do comportamento do trabalhador? 8. Porque é importante combinar vários meios de recolha de informações no âmbito da avaliação comportamental? 9. Quais os modos de observação mais relacionados com a psicologia do trabalho? 10. Qual é a importância de definição de momentos de observação? 64 11. Explique em que consistem os momentos de observação descritiva e o de observação reflexiva. Referências Bibliográficas Brannick, M. T., Levine, E. L., & Morgeson, F. P. (2007). Job and work analysis. Methods, research, and applications for human resource management. Los Angeles: Sage; LEPLAT, Jacques & CUNY, Xavier (1977). Introdução à psicologia do trabalho. Trad. Helena Domingos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; Prien, E. P., Goodstein, L. D., Goodstein, J., & Gamble, Jr. (2009). A practical guide to job analysis. San Francisco: John Wiley & Sons; Steil, Andrea Valéria (2016). Análise do trabalho em organizações – definição, usos e métodos de realização, in Psicologia em Estudo, v. 21, n. 3;. Van de Voort, D. M. & Whelan, T. J. (2012). Work analysis questionnaires and App interviews. In M. A. Wilson, Jr., W. Bennett, S. G. Gibson & G. M. Alliger (Orgs.), The handbook of work analysis. Methods, systems, applications and science of work measurement in organizations (pp. 41-80). New York: Routledge. 65 Tema 6 Estabelecimento do Diagnóstico Breve nota introdutória A partir deste tema discute-se em torno do diagnóstico, entendendo- o como ferramenta de identificação de perturbações ao nível do sistema, tendo como base a análise de um conjunto de sintomas identificados e recolhidos a partir dos documentos de registo ou mesmo no estudo da própria actividade. Três unidades corporizam este capítulo, nomeadamente a primeira, descritiva da conceptualização e contexto do diagnóstico, a segunda, relativa aos elementos a serem explorados na análise do trabalho e, a terceira, que aborda sobre as identificação e recolha dos sintomas, para posterior tratamento. Objectivo ✓ Descrever a importância do diagnóstico no contexto da Psicologia do Trabalho; ✓ Conhecer as características a serem exploradas no processo de análise do trabalho; ✓ Conhecer as variáveis e os sintomas importantes a ter em conta no processo do diagnóstico; ✓ Diferenciar as formas de tratamento. Texto de Leitura Unidade Temática 6.1 – O Diagnóstico na Psicologia do Trabalho No contexto da Psicologia do Trabalho, falar de diagnóstico é falar sobre a identificação de uma perturbação ao nível do sistema, onde intervêm factores cuja natureza, modo de influência e cujas possibilidades de neutralização são da responsabilidade do profissional da área de psicologia. O diagnóstico do psicólogo deve ser precedido de um pré- 66 diagnóstico, o qual tem como objectivo determinar o quadro de referência mais pertinente em relação à análise das perturbações, cujo conhecimento é, inicialmente, muito vago. Este diagnóstico prévio tem como base o recurso a um exame de natureza pluridisciplinar da situação, necessitando, como tal, da intervenção de especialistas de áreas distintas, os quais têm a tarefa de recolher informação sobre o sistema em causa e sobre o seu funcionamento. Este exame permite a identificação do especialista que poderá prosseguir com a análise, o que mostra a relação de complementaridade entre estes dois momentos (de pré-diagnóstico e de diagnóstico). Dito de outro modo, é possível que na fase de avaliação do especialista sobressaia a necessidade de uma nova análise de tipo pré-diagnóstico, a fim de caracterizar o novo problema e encaminhar ao especialista que mais directamente se relacione com ele. É importante garantir minuciosidade em todo o processo que leva ao diagnóstico, ou seja, o psicólogo deverá delimitar o sistema de variáveis que julga ser conveniente ter em consideração. Esta delimitação será, ao mesmo tempo, função do problema detectado, das características técnicas e organizacionais do trabalho em questão, bem como das do pessoal encarregado da execução desse trabalho. A título de exemplo, Leplat e Cuny (1977) citam um problema de segurança relativo à circulação de pequenos automóveis de transporte de pessoas. O psicólogo podia estar encarregado de estudar as exigências de manuseamento deste tipo de meio, o comportamento de trabalho dos condutores, bem como as relações interpessoais. Para tal, alguns aspectos devem ser tidos em conta: (1) a concepção dos veículos, na perspectiva da sua utilização pelos 67 condutores; (2) as condições do meio no decorrer dessa utilização (trajecto a efectuar, atravancamento dos locais, interferência de outras tarefas, etc); (3) organização da tarefa dos condutores (carga, transporte e descarga), articulação com as tarefas anteriores e posteriores, relação dos condutores entre si e dos condutores com os outros serviços e (4) as características pessoais doscondutores e a sua formação. É, portanto, a partir destas componentes que retirar- se-ão as variáveis a estudar. Uma vez que o psicólogo é especialista sobre o estudo do comportamento humano, é importante que, para além de centrar-se nas variáveis inerentes ao pessoal, estude determinadas variáveis inerentes a outras componentes (material, meio e tarefa), tendo em conta a pertinência da influência da situação sobre o comportamento. Após o estabelecimento do sistema de variáveis a considerar, o psicólogo é levado a descrever, de acordo com as suas observações e registos, o carácter das variações dessas diferentes variáveis, no âmbito da actividade. A descrição, seguida de uma estimativa dos desvios em todas ou parte das variações vai permitir a identificação do que não corre bem. Poucas são as vezes em que o psicólogo fica satisfeito com um primeiro resultado, o que o leva a repetição da análise, guiado, no entanto, pela primeira abordagem, para que possa chegar a um diagnóstico mais rigoroso. A partir dos sintomas surgidos no decorrer do trabalho é possível pôr em evidência não só os ‘sub-problemas’ da competência de especialistas diferentes, mas também vários ‘sub-problemas’ que interessam ao psicólogo e que este irá examinar separadamente. Na realidade prática fica evidente que a intervenção não se pode 68 basear numa situação ainda mal conhecida. Ela decide-se na sequência de um diagnóstico que a justifica por completo e deverá também fazer apelo a diferentes especialistas. Unidade Temática 6.2 Características a serem exploradas na análise do trabalho “A análise de uma determinada actividade de trabalho requer do psicólogo o estudo do sistema comportamental dentro das condições estabelecidas pelo meio técnico e social” (Azevedo e Cruz, 2006: 91). Assim, é fundamental perceber que a situação de trabalho produz vários comportamentos directa e indirectamente associados entre si, dos quais importa compreender seus nexos, as particularidades que os envolvem e porque são tão significativos e determinantes para a saúde física e psicológica. Portanto, respeitando o facto de que toda actividade tem exigências e decorrências, as variáveis que se seguem devem ser levadas em consideração no processo de diagnóstico de uma determinada situação de trabalho. a) Noção de exigências O modo de organização, o contexto em que o trabalho está inserido e os meios técnicos disponíveis condicionam o grau das exigências das actividades desenvolvidas pelos trabalhadores e contribuem também para a ocorrência de outras exigências formuladas a qualquer momento da execução das actividades. Leplat e Cuny (1977) salientam que o psicólogo deve conhecer de forma pormenorizada a situação de trabalho pois, dessa forma, estará diante de ferramentas úteis para a elaboração de descrições 69 dos seus diferentes componentes tanto em termos materiais, como organizacionais, ambientais e humanos relacionados à actividade que está sendo analisada. Em síntese, é a partir das informações referentes às características da organização, às características dos produtos e processos produtivos e características dos trabalhadores que se torna possível mapear as exigências requeridas em seus diversos níveis e graus ao longo do processo produtivo. b) Noção de risco Em qualquer situação de trabalho salienta-se a probabilidade de ocorrência de um dano (riscos potenciais e adicionais), em graus e níveis diferentes, variando em função do tipo de organização e da natureza da actividade realizada. c) Noção de carga de trabalho Para Azevedo e Cruz (2006) esta está intrinsecamente relacionada com o conceito de trabalho prescrito (tarefa) e trabalho real (actividade), pois a passagem do que foi prescrito pela organização do trabalho para sua realização propriamente dita implica em um maior ou menor custo humano do trabalho. As cargas são indicativas das formas como o trabalho é projectado e são inferidas e reconhecidas nas sobrecargas ou nas subcargas. Ambas situações ocorrem de maneira particular e única em cada trabalhador a partir do momento que surge um desequilíbrio entre as exigências da tarefa e a capacidade de resposta a elas. Tais desequilíbrios podem ser sinalizados mediante sintomas de desprazer, queda na produtividade, na qualidade, absenteísmo, rotatividade, licenças para tratamento de doenças, incidentes e 70 acidentes de trabalho. d) Noção de desempenho humano Esta é percebida mediante uma relação funcional entre as exigências e as consequências da situação de trabalho (Azevedo & Cruz, 2006). É importante salientar que o trabalho prescrito desperta certas operações nos trabalhadores como forma de responder às necessidades da organização do sistema produtivo e essas operações são expressas em desempenhos e podem assumir conotações positivas ou negativas. Entretanto, cabe lembrar que as exigências são inerentes às condições de execução do trabalho e tal facto inexoravelmente implica na presença de riscos e da carga de trabalho (ibd.). Unidade Temática 6.3 Identificação e recolha dos sintomas Como base para o estabelecimento do diagnóstico, há vários sintomas que devem ser identificados e recolhidos a partir dos documentos de registo ou mesmo no estudo da própria actividade. A partir da tabela a seguir é possível verificar grandes categorias de sintomas. Sintomas Definição Os erros É um tipo de desvio relativo ao comportamento de trabalho. Em geral reflecte a não concordância de determinadas características do comportamento com as ordens e instruções recebidas Os incidentes críticos Reflecte os acontecimentos observáveis da situação do trabalho, que apresentem um carácter de anomalia, no quadro do funcionamento habitual. As avarias Referem-se a incidentes que afectam a componente material e de manifestam por uma paragem de funcionamento. Os defeitos de produção Compreende os desvios constatados ao nível do produto fabricado ou, mais geralmente, do resultado previsto do trabalho. 71 Pelo Autor Fonte: Leplat e Cuny (1977) Após a recolha, que apenas fornece informação relativa aos factos seleccionados, deve seguir-se o tratamento dos factos, conducente a uma interpretação que consiste em formular um diagnóstico e propor intervenções. Os autores acima sugerem dois grandes modos de tratamento, designadamente: (1) a exploração estatística – técnica de escolha da pesquisa de relações entre variáveis. No caso do diagnóstico a investigação incide sobre as relações eventuais entre variáveis descritivas (aqui descritas como sintomas) e as perturbações do funcionamento do sistema e; (2) as análises clínicas – incidindo sobre os casos examinados individualmente, no pormenor dos processos de trabalho em jogo, e não sobre as classes previamente definidas de acontecimentos ou de relações. Resumo O estabelecimento do diagnóstico prende-se com a necessidade de a identificação de uma perturbação ao nível do sistema do trabalho. Entretanto, este deve ser precedido de processo de diagnóstico prévio, o qual baseia-se num exame de natureza pluridisciplinar, envolvendo vários especialistas no processo de recolha de sobre o sistema em causa. No âmbito da recolha de informação relativamente a uma situação de trabalho, com respeito ao facto de que toda actividade tem exigências e decorrências, há uma necessidade de tomar em consideração variáveis referentes às exigências do trabalho, aos riscos, à carga de trabalho e ao desempenho humano, tendo em conta vários sintomas que devem ser identificados e recolhidos a partir dos documentos de registo ou mesmo no estudo da própria 72 actividade. Portanto, posteriormente ao processo de recolha de informação sugere-se que se levem a cabo acções de intervençãocom vista a reverter a situação, as quais podem ocorrer na base de duas formas de tratamento, sendo uma baseada na exploração estatística (pesquisa de relações entre variáveis) e outra com recurso às análises clínicas (casos examinados individualmente, no pormenor dos processos de trabalho em jogo). Exercício de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. O diagnóstico do psicólogo deve ser precedido de um_________________, o qual tem como objectivo determinar o quadro de referência mais pertinente em relação à análise das perturbações, cujo conhecimento é, inicialmente, muito vago. 2. Durante o processo de diagnóstico de uma situação de trabalho, há que ter em conta as seguintes variáveis: a. Noção de ________________________________; b. Noção de ________________________________; c. Noção de ________________________________; d. Noção de ________________________________. 3. Após o diagnóstico, podemos encontrar duas formas de tratamento que são ______________________ e ________________________. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 1. Os erros são sintomas que evidenciam os acontecimentos observáveis da situação do trabalho, que apresentem um carácter de anomalia, no quadro do funcionamento habitual. ( ). 2. Os defeitos de produção são desvios relativos ao comportamento de trabalho e reflectem a não concordância de 73 determinadas características do comportamento com as ordens e instruções recebidas. ( ). 3. Os incidentes críticos referem-se a incidentes que afectam a componente material e de manifestam por uma paragem de funcionamento. ( ). 4. As avarias Compreendem os desvios constatados ao nível do produto fabricado ou, mais geralmente, do resultado previsto do trabalho. ( ). Exercícios de Auto- Avaliação 1. Em que consiste o diagnóstico, na Psicologia do trabalho? 2. Porque é que se recomenda que o diagnóstico seja precedido de um pré-diagnóstico? 3. Explique porque é que, dentro da variável Noção de exigências, o psicólogo deve conhecer de forma a situação de trabalho? 4. Como base para o estabelecimento do diagnóstico, há vários sintomas que devem ser identificados e recolhidos. Identifique-os e diga em que consiste cada um deles. 5. Após a recolha de informação relativa aos factos seleccionados, deve seguir-se o tratamento dos factos. Neste texto são propostos dois grandes modos de tratamento, designadamente. Quais são e em que consiste cada um deles? Referências Bibliográficas Azevedo, B. M., e Cruz, R. M. (2006). O processo de diagnóstico e de intervenção do psicólogo do trabalho. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 9, 2, 89-98. LEPLAT, Jacques & CUNY, Xavier (1977). Introdução à psicologia do trabalho. Trad. Helena Domingos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 74 Tema 7 Os Critérios de Avaliação Breve nota introdutória Esta unidade é reservada a discussão em torno das principais categorias de critérios tidos em conta no processo de avaliação do comportamento dos colaboradores no contexto do desempenho das suas actividades rumo ao cumprimento dos objectivos da 75 organização. Partindo do entendimento segundo o qual o critério representa uma variável a partir da qual se avalia um fenómeno ou determinado processo, são aqui apresentadas e discutidas três grandes categorias mais comumente utilizadas no âmbito da psicologia do trabalho, nomeadamente a categoria referente ao êxito, a referente à segurança e a relativa à carga de trabalho. Objectivos ✓ Conhecer os critérios de avaliação do comportamento do trabalhador no exercício das suas funções. Texto de Leitura Unidade Temática 7.1 - Categorias de Critérios Aqui serão discutidos três grandes categorias de critério que, de acordo com Leplat e Cuny (1977), têm sido mais comuns nos estudos. 7.1.1 Os critérios de êxito Nesta categoria, podemos encontrar os critérios de êxito a curto prazo e os critérios de êxito a longo prazo. Nos primeiros (critérios de êxito a curto prazo), é possível distinguir os critérios internos à formação, a partir dos quais é possível avaliar os trabalhadores a partir de provas que figuram na própria formação, concebidas pelo formador. Trata-se de provas inerentes ao fim de cada subprograma e que dizem respeito tanto ao objecto desse programa, quanto a eventuais conhecimentos adquiridos anteriormente. 76 Constam também os critérios exteriores à formação, os quais baseiam-se em provas cujo conteúdo está directamente relacionado com o trabalho e são de carácter realista. Neste caso, são pessoas exteriores à formação que as constroem e servem muitas vezes de “provas-padrão” (Leplat e Cuny, 1977). Estas podem ser materializadas através de simulações (de cunho bastante realista) e através de testes de qualificação, que ocorrem no local do trabalho e consistem em desempenhar certas funções de controlador efectivo. É possível destacar também um critério directamente ligado à actividade profissional, o qual está relacionado com o tempo necessário para adquirir certas qualificações sancionadas administrativamente. Por último, o estudo da correlação entre provas, surge como um critério que permite validar o método pedagógico. Dito de outro modo, a existência de uma correlação entre provas de simulação e o teste de qualificação mostrará que ambos avaliam o mesmo aspecto do êxito geral e, de alguma forma, se validam reciprocamente. Se, também, existir uma correlação entre estas duas provas e o tempo de acesso à qualificação, significará que eles constituem bons indicadores de avaliação do controlador e estas provas poderão servir para validar as provas internas à formação. Em relação aos critérios de êxito a longo prazo, é importante fazer menção ao facto de fazerem referência ao êxito profissional, vários anos depois da saída do estágio. Uma vez que este critério carrega dentro de si a questão relativa ao facto de o indivíduo exercer ou não, actualmente, a especialização aprendida, Grisez (1960) considerou a necessidade de fazer referência a um conjunto 77 de subcritérios, referentes aos seguintes aspectos: ✓ Exercício do ofício aprendido – aqui distingue-se os antigos estagiários que, depois do estágio, exercem o ofício aprendido ou uma actividade similar, daqueles que nunca o exerceram; ✓ Estabilidade após qualificação - trata-se de um critério que diferencia os estagiários que exercem o ofício aprendido ou uma actividade similar a esse ofício, daqueles que o abandonaram; ✓ Qualificação – refere-se ao facto de o colaborador ser ou não reconhecido como profissional no contexto da organização. 7.1.2 Os critérios de segurança Estudos têm revelado que o critério mais comumente avaliado na categoria de segurança é referente aos índices de acidentes em diferentes unidades de trabalho, calculados a partir dos seus graus de reincidência e de profundidade. Entretanto, a partir de análises dos acidentes, depreende-se que estes são precedidos de um incidente ou de uma cadeia deles. Nota-se assim a ideia de se adoptar como critério os próprios incidentes, que por si já indicam a presença, no sistema, de disfuncionamentos, apesar de nem todos os incidentes terem o mesmo estatuto face à segurança. Estes critérios, considerados de intermédios (Spicer, 1971) têm as vantagens de aumentar o número de dados (sendo os incidentes 78 muito mais numerosos do que os próprios acidentes, eles permitem avaliações mais rápidas e complexas) e de enriquecer a natureza dos dados, uma vez que estes fornecerão dados mais precisos sobre as situações de trabalho.7.1.3 Os critérios de carga no trabalho Os critérios da carga de trabalho reflectem bases de avaliação concernentes ao efeito das exigências do trabalho, tais que, têm consequências a curto, médio e longo prazos na vida dos colaboradores. Leplat e Cuny (1977) sublinham que a definição da carga de trabalho e dos seus meios de avaliação é um problema difícil, nomeadamente, quando se trata de avaliar a carga resultante de actividades de predominância perceptiva e mental. Em várias circunstâncias o objectivo perseguido é a descoberta de uma medida que tenha em atenção a actividade global do organismo, um pouco como a medida do dispêndio de energia de uma máquina tem em conta a intensidade do seu funcionamento. Assim, faz-se apelo a duas categorias grandes classes de índices, nomeadamente os fisiológicos e os psicológicos. Enquanto os fisiológicos dizem respeito a aspectos do funcionamento do organismo, os psicológicos estão ligados à avaliação do sentimento da carga. A carga sentida pode ser apreciada local e globalmente. Os modos de apreciação põem em jogo técnicas psicométricas de avaliação. Uma terceira categoria de meios de avaliação está da carga de trabalho caracteriza-se pelo recurso a uma tarefa acrescentada. A hipótese de base é que o sujeito dispõe de uma capacidade de 79 trabalho limitada, mais ou menos mobilizada pela tarefa que tem de executar. Resumo O presente capítulo está centrado na análise dos diferentes critérios importantes no processo de avaliação do comportamento do trabalhador no exercício das suas actividades. Foram destacadas três grandes categorias de critérios, a saber: a categoria referente aos critérios de êxito, a categoria referente aos critérios de segurança e a categoria referente ao critério de carga no trabalho. As figura abaixo procura ilustrar de forma resumida a estrutura da categoria de êxito. Critérios internos à formação Critérios exteriores à formação Critérios directamente ligados à actividade profissional Qualificação 80 O autor Por sua vez, o critério de segurança, avaliado em função dos índices de acidentes permite que se façam avaliações com recurso aos incidentes, considerados como critérios intermédios que permitem analisar pequenas situações que antecedem ao acidente. Em última instância, encontram os critérios relativos à carga no trabalho que se cingem à análise em torno do efeito psicológicos e fisiológicos das exigências no trabalho. Exercício de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. Na categoria dos critérios de êxito, podemos encontrar os ________________________ e os _______________________. 2. Nos critérios a curto prazo, podemos distinguir os seguintes: a. ___________________________; b. ___________________________; c. ___________________________. 3. Nos critérios a longo prazo, podemos distinguir os seguintes subcritérios: a. ___________________________; b. ___________________________; c. ___________________________. 4. As vantagens dos critérios intermédios são Critério de Êxito Êxito a curto prazo Êxito a longo prazo Exercício do ofício aprendido Estabilidade após qualificação 81 _______________________e __________________________. 5. Na categoria de carga no trabalho faz-se apelo a duas grandes classes de índices, nomeadamente: _______________________ e ______________________. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas 1. Nos critérios internos à formação, é possível avaliar os trabalhadores a partir de provas que figuram na própria formação, concebidas pelo formador. ( ). 2. Os critérios exteriores à formação, os quais baseiam-se em provas cujo conteúdo está directamente relacionado com o trabalho são de carácter realista. ( ). 3. O critério directamente ligado à actividade profissional está relacionado com o tempo necessário para adquirir certas qualificações sancionadas administrativamente. ( ). 4. Os critérios da carga de trabalho reflectem bases de avaliação concernentes ao efeito das exigências do trabalho. ( ). 5. Nos critérios de segurança valiam-se os índices de acidentes nas unidades de trabalho. ( ). 6. Nos critérios de segurança os critérios intermédios são referentes a pequenos incidentes que podem levar ao acidente. ( ). 82 Exercícios de Auto- Avaliação 1. Enumere e descreva os subcritérios associados à categoria de êxito. 2. Explique em que consistem a categoria de segurança. 3. Quais são as principais vantagens dos critérios intermédios, no âmbito da avaliação da segurança no trabalho? 4. Como se operacionalizam os critérios ligados à carga no trabalho? 5. Qual dos critérios apresentados oferece melhores bases para a avaliação do comportamento do trabalhador. Referências Bibliográficas LEPLAT, Jacques & CUNY, Xavier (1977). Introdução à psicologia do trabalho. Trad. Helena Domingos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,. Grisez, J. (1960). La réussite professionalle dans les métiers appris à l’âge, Bull. du CERP, IX, 3, 211-245; Spicer, B. R. (1971). A pilot study of traffic conflicts at a rural dual carriageway intersection. Crowthorne, Road Research Laboratory, Report R.R.L. RL 410; 83 Tema 8 As Comunicações nas Empresas Breve nota introdutória No presente tema, iremos abordar sobre as comunicações. Aqui iremos conceituá-la, identificar os vários tipos de comunicação existentes e caracterizar os canais pelos quais ela flui. 84 Objectivos • Conceituar a comunicação • Identificar os tipos de comunicação existentes • Caracterizar os canais de comunicação Texto de Leitura Unidade Temática 8.1 Conceito de comunicação A comunicação, é um factor essencial para o sucesso de uma organização, e quando esta é defeituosa, ou é feito o mau uso desta, afecta toda a organização. A comunicação ineficaz, gera intranquilidade no grupo de trabalho, e os prejuízos trazidos por esta na empresa, pode causar o desequilíbrio e baixa produtividade, e conflitos no ambiente de trabalho. A comunicação empresarial surgiu nos Estados Unidos, no início do seculo XX, quando IVY Lee, em 10906, decidiu deixar o jornalismo de lado e montar o primeiro escritório de relações Públicas do Mundo, que tinha como objectivo, recuperar a credibilidade do empresário John D. Rockefeller, que havia sido acusado de combater as pequenas e medias organizações. Comunicação organizacional, empresarial e corporativa, são terminologias utilizadas no Brasil, com a mesma definição para explicar a comunicação trabalhada nas organizações (Kunsch, 2003). As organizações, devem para além de se preocuparem com o monitoramento da informação, dar mais abertura ao diálogo com os seus diferentes grupos de interesse, entendo que o seu comportamento deve ir além de informações. De acordo com Melo (2005), a comunicação é um processo de 85 troca de informação entre duas ou mais pessoas. É a troca de informação existente entre os indivíduos (Chiavenato, 2000). Na perspectiva de Scanlan (1979), é o processo de se passar informações e entendimentos de uma pessoa para a outra. Comunicação, é para Silva, Dabó, Cassamá e Baldé (2012), a forma como as pessoas se relacionam entre si, dividindo e trocando experiências, ideias, sentimentos, informações, modificando mutuamente a sociedade onde estão inseridas”. De acordo com Silva e colaboradores (2012), a comunicação organizacional é um processo, que depende da cultura, das trocas de informações e criação de relacionamentos dentro de ambientes organizacionais, entreos responsáveis e colaboradores, orientados para objectivos comuns. A comunicação empresarial, é a relação da empresa com seu publico interno e externo, e segundo Matos (2009), esta envolve um conjunto de procedimentos e técnicas relacionados ao processo de comunicação e transmissão de informações sobre os seus desempenhos, resultados, missão, objectivos, metas, projectos, processos, normas, procedimentos, instruções de serviços. Unidade Temática 8.2 Tipos de comunicação A comunicação pode ser formal e a informal. 8.2.1 Comunicação Formal Esta consiste em uma comunicação dirigida e anteriormente elaborada para os membros da organização, e nela são utilizados veículos de comunicação como: impressos visuais e eletrónicos. As informações a serem transmitidas devem ser sobre as normas, 86 procedimentos e o trabalho. Para o alcance ou sucesso da comunicação, depende dos veículos de comunicação escolhidos e bem como do emissor da mensagem. Este tipo de comunicação é muito importante, pois, por meio dela, os colaboradores tem conhecimento dos acontecimentos da empresa, do seu trabalho, procedimentos, normas, deveres e direitos. De acordo com Torquato (1986), quando um gerente não conhece a natureza, perfil, gostos, atitudes, vontades, a realidade quotidiana da empresa, provoca ruídos na comunicação. 8.2.2 A Comunicação Informal É aquela que envolve a relação social entre as pessoas que compõem uma organização. É através desta que o funcionário obtém mais informações sobre a empresa e sobre tudo que diz respeito a esta (Lemes, 2012). É por meio da comunicação informal que a informação sobre a insatisfação dos colabores chega ao topo. Normalmente, este tipo de comunicação é designado por radio corredor, pois, as informações transmitidas são muitas das vezes modificadas quando passam de um funcionário para o outro. Para Torquato (1986), a comunicação informal, é aquela expressão dos trabalhadores que não esta sob o alcance da administração. Unidade Temática 8.3 Canais de comunicação Para que as mensagens sejam difundidas nas organizações, é fundamental a existência de veículos ou canais eficientes para que 87 a informação chegue a todos os colaboradores. Canais ou veículos são recursos empregues pela organização para que ocorra o acto comunicativo (Pimenta, 2009). Os canais mais usuais são: os visuais, auditivos e audiovisuais. De acordo com Torquato (1986): a. Os canais visuais são divididos em: escritos, pictográficos e simbólicos. ✓ Nos escritos encontramos: instruções e ordens escritas, circulares, cartas pessoais, manuais, quadro de avisos, boletins, panfletos, relatórios de actividades, formulários, fax e correio electrónico; ✓ Nos pictográficos: pinturas, fotografias, desenhos, diagrama, mapas; ✓ Nos simbólicos: luzes, bandeiras, estandartes e crachás. b. A comunicação auditiva é dividida em directos e não directos. Nos directos: conversas, entrevistas, reuniões e conferências, enquanto nos indirectos: telefone, radio, intercomunicadores automáticos e autofalantes. c. Comunicação audiovisual: filmes, demonstrações, vídeos, videoconferências, videofone. A escolha do canal adequado, é outro aspecto que se deve ter em conta, pois, este nem sempre é visto como deveria (Martinelle, 2002). Unidade Temática 8.4 Barreiras na comunicação 8.4.1 Ruídos Os ruídos são considerados como uma das principais barreiras 88 existentes na transmissão das mensagens. Por exemplo, numa comunicação por via telefónica, qualquer barulho ou interferência no ambiente pode provocar ou atrapalha o entendimento da mensagem. O ruído, é definido por Gil (2001), como qualquer fonte de erro na comunicação de uma mensagem, seja esta sonora, visual ou escrita. A origem do tal ruido, pode ser devida ao emissor ou a seu codificador, à transmissão, ao receptor ou a seu decodificador. 8.4.2 Feedback De acordo com Robbins (1998), citado por Lemes (2012) o feedback é o grau em que o individuo obtém informação directa e clara, sobre a eficácia de seu desempenho na execução das actividades de trabalho exigidas. Este não deve ocorrer somente quando se fala do desempenho do colaborador, mas principalmente na comunicação. Por vezes, o feedback não ocorre devido à postura do gestor que não gosta de receber críticas ou sugestões. Para que o feedback ocorra de forma agradável e satisfatória, é importante que o gestor tenha uma postura adequada para uma comunicação aberta e franca. Exemplos de posturas adequadas para ocorrência do feedback, segundo Xavier (2006): ✓ Ouvir sempre com atenção e respeito; ✓ Dar tempo ao colaborador; ✓ Dar respostas às consultas e sugestões; ✓ Manter um comportamento educado e gentil; ✓ Ter e mostrar genuíno interesse pelas coisas dos outros; 89 ✓ Jamais criticar o profissional diante dos colegas; ✓ Fazer elogios sempre que forem cabíveis; ✓ Agradecer sempre. Unidade Temática 8.5 A trajectória da comunicação na empresa e o seu Feedback Existem 5 modos de comunicação que são usados no âmbito da organização, que de acordo com Matos são: Descendentes, Ascendentes, Horizontais, Transversais e Circular. ✓ Ascendentes - aquelas processadas na base da pirâmide empresarial e são direccionadas aos graus superiores hierarquicamente; ✓ Descendentes - são aquelas que saem do topo da pirâmide com o destino a base, é uma comunicação de cima para baixo; ✓ Horizontais - são aquelas que decorrem por colaboradores com o mesmo grau de hierarquia; ✓ Transversais - São aquelas em que os fluxos de comunicações são transmitidos em todas as direcções da organização. ✓ Circular - é o tipo de comunicação cujo o conteúdo, é de interesse geral, e é destinada a vários colaboradores simultaneamente. Resumo A comunicação é um processo que ocorre entre duas ou mais pessoas, e é um aspecto fundamental para o sucesso de qualquer organização. Quando esta não acontece, ou acontece de forma errada e 90 defeituosa, cria complicações para a empresa, gerando, baixa produtividade, má qualidade dos produtos e conflitos no ambiente de trabalho. E muitas vezes esta não ocorre de maneira adequada, quando existem barreiras na comunicação. Existem dois tipos de comunicação: a formal e a informal. É comunicação formal aquela que é elaborada para os membros da organização, e utiliza-se para as informações sobre as normas, procedimentos e o trabalho. Enquanto que, a comunicação informal, é em torno da relação social entre as pessoas que compõem uma organização. Quando os trabalhadores de uma determinada organização, estão insatisfeitos com o seu trabalho, eles usam a comunicação informal, para fazer chegar a sua insatisfação ao dono da organização. As barreiras que podemos encontrar na comunicação são: ruidos e o feedback. Muitas vezes, o ruido acontece quando a informação é passada oralmente de uma pessoa para outra, e quando chega ao destinatário, esta chega com cortes. E o feedback ocorre quando depois de uma informação, não há respostas por parte do receptor da mensagem. Exercício de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1.A _______________ é um factor essencial para o sucesso de uma organização, e quando esta é defeituosa, ou é feito o mau uso desta, afecta toda a organização. 2. A comunicação ineficaz gera intranquilidade no grupo de trabalho, e os prejuízos trazidos por esta na empresa, pode 91 causar o ______________, ______________, e ______________no ambiente de trabalho. 3. A comunicação empresarial é a relação da ______________ com seu público ______________ e ______________. 4. Na comunicação formal, as informações a serem transmitidas devem ser sobre as ______________, ______________e o ______________. 5. A comunicação informal é o tipo de comunicação que é designada por rádio ______________, pois as informações transmitidas são muitas das vezes modificadas quando passam de um funcionário para o outro. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 1. A comunicação, envolve um conjunto de procedimentos e técnicas relacionados ao processo de comunicação e transmissão de informações sobre os seus desempenhos, resultados, missão, objectivos, metas, projectos, processos, normas, procedimentos, instruções de serviços. ( V) 2. Na comunicação informal, as informações a serem transmitidas devem ser sobre as normas, procedimentos e o trabalho. (F) 3. Para o alcance ou sucesso da comunicação, depende dos veículos de comunicação escolhidos e bem como do emissor da mensagem. (V) 4. quando um gerente não conhece a natureza, perfil, gostos, atitudes, vontades, a realidade quotidiana da empresa, 92 provoca ruídos na comunicação (V) 5. É através da comunicação formal, que o funcionário obtém mais informações sobre a empresa e sobre tudo que diz respeito a esta. (F) Exercícios de Auto- Avaliação 1. Defina comunicação segundo Scanlan. 2. Estabeleça as diferenças entre a comunicação formal e a informal. 3. O que são canais ou veículos de comunicação? 4. Como podemos dividir os canais visuais? a) Caracterize-os. 5. O que são ruídos na comunicação? Referencias Bibliográficas CHIAVENATO, Idalberto (2000). Introdução à teoria geral da administração. 6ª ed. Rio de Janeiro, Campus; KUNSCH, Margarida Maria Krohling (2003). Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. São Paulo: Summus; LEMES, Priscila dos S. (2012). A importância da comunicação interna nas organizações e suas ferramentas, Assis – SP; MATOS, Gustavo Gomes de.(2009). Comunicação Empresarial sem complicação. 2ª edição. Barueri, SP: Manole; 93 MELO Vanessa Pontes Chaves de (2006). A comunicação interna e sua importância nas organizações. Universidade Tiradentes, Disponível em: <http://www.fag.edu.br/ professores/anderson/Assessoria%20Comunicacao%20e%20MKT/artigo%2009.pdf> . Acesso; PIMENTA, Maria Alzira (2009). Comunicação Empresarial: conceitos e técnicas para administradores. Campinas, SP: Alínea; SCANLAN, Burt K (1997). Princípios de administração e comportamento organizacional. São Paulo, Atlas; TORQUATO, Gaudêncio (1986). Comunicação empresarial-comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. 5. ed. São Paulo: Summus; Tema 9 O Trabalho em Cadeia Breve nota introdutória No presente tema faz-se a abordagem sobre o trabalho em cadeia, apresenta-se as características gerais do trabalho, os elementos para uma análise da actividade e a avaliação das condições de trabalho. Objectivos ✓ Caracterizar o trabalho em cadeia ✓ Identificar a tarefa do psicólogo no trabalho em cadeia 94 Texto de Leitura Unidade Temática 9.1 O trabalho em cadeia A produção em cadeia é de entres outros tipos de produção, a que tem mais trabalhadores, e neste grupo, encontramos, os operários especializados que são o maior número, e estes estão empregados em cadeias de fabrico. No trabalho em cadeia, analisa-se a parte em que a tarefa do psicólogo é analisar, avaliar e transformar o trabalho. O trabalho em cadeia e a sua transformação, levam a problemas de ordem socioeconómicas, que é importante resolver através de medidas psicológicas. A tarefa do psicólogo consiste em avaliar as condições de trabalho, e dos seus efeitos sobre o trabalhador, através de métodos precisos de observação, e indicadores de carga. Cabe ainda ao psicólogo, a tentativa de atenuar alguns inconvenientes (melhor formação ou arranjo dos postos de trabalho), tendo sempre atenção de verificar se essas micro-intervenções não atrasam o estabelecimento de modificações mais essenciais. O psicólogo pode ainda ajudar na pesquisa das modificações mais radicais, que visam a reestruturação do trabalho. A cadeia é uma unidade de organização, que representa uma unidade de organização com o chefe de equipa, o seu regulador, os seus operários especializados e serventes (Leplat & Cuny, 1977). Unidade Temática 9.2 Características gerais do trabalho ➢ Divisão e parcelamento do trabalho No trabalho em cadeia, a divisão da tarefa é acompanhada em 95 unidades de pequena dimensão. ➢ Métodos de planificação do trabalho Trabalho em cadeia exige que em cada posto da cadeia, exista um trabalho equivalente, que faça com que a cadeia esteja equilibrada. Para notar-se esse equilíbrio, é importante que as repartições de métodos encarregadas de planificação do trabalho, elaborem métodos de análise, que permitam prever o tempo exigido para realizar as operações necessárias à execução de cada unidade de trabalho. ➢ Desvios as previsões ➢ Ausência de autonomia no trabalho As tarefas desempenhadas pelos operários especializados, são programadas e ocorrem em períodos curtos. As organizações, não da qualquer autonomia a esses operários, e quando estes conseguem conquistar uma pequena fracção de autonomia, fazem- no as escondidas. Estes operários, na estão autorizados na concepção dos seus trabalhos, a definir a unidade de trabalho, ou no arranjo do posto. A ausência de autonomia, e o facto de este ser dominado pelas condições de trabalho que encontra na sua empresa, tem consequências múltiplas para a sua saúde física e mental. Unidade Temática 9.3 Elementos para uma análise da actividade ➢ A aquisição da velocidade e os métodos de trabalho: exige- se a execução do trabalho dentro dos prazos definidos pelo da cadeia. A competência do funcionário é reduzida, à 96 possibilidade de satisfazer esse critério. ➢ Modalidades de controlo da acção: a execução do trabalho regula-se por índices e sinais que o operador verifica no seu campo de trabalho e que ao longo do trabalho estes vão variar. Nas tarefas executadas pelos operadores especializados, este primeiro utiliza os índices e sinais exteroceptivos fornecidos pela vista e pelo ouvido. ➢ Os efeitos das diferentes pressões: as capacidades adquiridas pelos trabalhadores nas tarefas parcelares, podem se deteriorar por causa da influência de determinadas pressões como, ruido, falta de sono, ritmo imposto, fadiga. Esta deterioração, afecta primeiro as estruturas do comportamento e depois as adquiridas. Unidade Temática 9.4 A avaliação das condições de trabalho ➢ Efeito geral das condições de trabalho Para se avaliar as características de uma situação, é necessário que exista informação recolhida no campo de trabalho. E para a execução de determinadas tarefas, é importante que haja por parte do operário a prática de actividade física. As actividades que caracterizam os trabalhos em cadeia, apresentam uma carga de trabalho bem elevadas, e essas cargas podem ser a nível mental bem como físico. ➢ As pressões de tempo Essas tornam-se insuportáveis para o operário, quando o tempo de execução é demasiado curto e não pode ser ultrapassado. Se o operário atrasa no decorrer da actividade de um ciclo, esse não será mais recuperado. Para se evitar as sansões, o operário tentara 97 ganhar avanço, isto é, aumentar ainda mais o rigor das pressões. ➢ As pressões de repetitividade As pressões de repetitividade favorecem a sobrecarga parcial, visto que obrigam a repetir com frequência, os mesmos gestos. A repetição das actividades, provoca uma automatização dos comportamentos, com graves inconvenientes. Provoca ainda, aborrecimento e insatisfação por parte dos trabalhadores e não incentiva ao gosto pelo posto de trabalho, criando absentismo e rotação do pessoal. ➢ As pressões sociaisAs modalidades de trabalho em cadeia, e as suas regras, enfraquecem as relações sociais entre os operadores. Granstedt afirma que existe atrofia das relações, pois, as pessoas ficam muito tempo nas suas cadeias trabalhando, e as pausas eram curtas, o que não permitia que houvesse comunicação entre os trabalhadores. Diz ainda o autor, que pessoas que trabalhavam juntas durante muitos anos, tinham dificuldades em reconhecer o nome e o apelido do seu colega de equipa. O trabalho em cadeia, anula o interesse pelas comunicações intraindividuais, isto empobrece as trocas entre eles. Alguns são proibidos de comunicar durante o trabalho, e isso acaba se repercutindo também fora do trabalho. Na produção em cadeia, trabalha-se com um número elevado de operários, mas, estes devem ser especializados. Normalmente estes operários trabalham em cadeias destinadas ao fabrico. A cadeia é vista como uma unidade de organização composta pelo 98 Resumo chefe de equipa, o seu regulador, os operários especializados e os serventes. O psicólogo tem como tarefa avaliar as condições de trabalho em que estas ocorrem, e os efeitos do trabalho no trabalhador. Neste tipo de produção deve-se ter em conta a divisão do trabalho, os métodos de planificação do trabalho e a ausência de autonomia do trabalho. Exercício de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. As tarefas desempenhadas pelos operários ________________, são programadas e ocorrem em períodos __________________. 2. A ausência de ___________________, e o facto de este ser dominado pelas condições de trabalho que encontra na sua empresa, tem consequências múltiplas para a sua saúde _________________ e ____________________. 3. Nas tarefas executadas pelos operadores especializados, este primeiro utiliza os índices e sinais _________________ fornecidos pela vista e pelo ouvido. 4. Para a execução de determinadas tarefas, é importante que haja por parte do operário a prática de _________________. 5. As actividades que caracterizam os trabalhos em cadeia, apresentam uma carga de trabalho bem elevadas, e essas cargas podem ser a nível ________________ bem como ___________________. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 99 1. O trabalho em cadeia e a sua transformação, levam a problemas de ordem psicológicas, que é importante resolver através de medidas socioeconómicas ( ). 2. A tarefa do psicólogo, consiste em avaliar as condições de trabalhador, e dos seus efeitos sobre o trabalho. ( ) 3. A cadeia, é uma unidade de organização, que representa uma unidade de organização com o chefe de equipa, o seu regulador, os seus operários especializados e serventes. ( ). 4. No trabalho em cadeia, a divisão da tarefa é acompanhada em unidades de pequena dimensão. ( ) 5. Trabalho em cadeia, exige que em cada posto da cadeia, exista um trabalho equivalente, que faça com que a cadeia esteja equilibrada. ( ) Exercícios de Auto- Avaliação 1. Identifique a tarefa do psicólogo no trabalho em cadeia. 2. O trabalho em cadeia e a sua transformação, levam a alguns tipos de problemas. Mencione-os. 3. O que representa a cadeia? 4. Como pode-se avaliar as condições de trabalho? 5. Porquê as modalidades de trabalho em cadeia, e as suas regras, enfraquecem as relações sociais entre os operadores? 100 Referências Bibliográficas LEPLAT, Jacques & CUNY, Xavier, (1977). Introdução à psicologia do trabalho. Trad. Helena Domingos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, Tema 10 O Controlo dos Produtos Breve nota introdutória A função de controlo do produto (desde a verificação do seu aspecto até aos testes do material) é de capital importância pois a qualidade de uma produção pode condicionar a fiabilidade e a segurança do sistema em que ela está inserida. Portanto, num sistema de controlo, o papel do operador é chave e quanto mais profundas forem as suas competências melhores poderão ser as suas intervenções. Assim, nesta unidade temática serão objecto de análise algumas características gerais do controlo dos produtos, cujo conhecimento serve de introdução à análise psicológica. A seguir faremos a descrição de certas condições de trabalho típicas deste género de tarefa com as melhorias que nelas podem introduzir-se. 101 Objectivos ✓ Conhecer as características do controlo dos produtos; ✓ Identificar os critérios de controlo dos produtos; ✓ Descrever os factores que influenciam na análise da qualidade dos produtos. Texto de Leitura Unidade Temática 10.1 - Características gerais do Controlo dos Produtos De acordo com Leplat e Cuny (1977), o controlo da qualidade ou “inspecção dos produtos” é tido como função do sistema industrial (a distinguir da produção, da gestão, etc.) ou actividade do operador (controlador ou inspector). É importante distinguir estes dois aspectos, mas é igualmente fundamental que se perceba a sua ligação, uma vez que o operador é elemento do sistema de controlo e condiciona a sua eficácia, assim como o sistema determina certos traços do seu comportamento. A inspecção, diferentemente da vigilância (que incide sobre a máquina ou a instalação, visando encontrar anomalias do seu funcionamento, a partir de dispositivos de sinalização), incide sobre o produto. Contudo, como se pode conferir a seguir, ambas apresentam traços comuns no plano psicológico. a) A definição da norma “Inspeccionar é confrontar um produto com uma norma, para decidir se ele é aceitável ou não” (Leplat & Cuny 1977: 238). O estabelecimento da norma decorre de considerações técnicas e industriais, e relaciona-se com a necessidade de encontrar equilíbrio entre os critérios “custo” e satisfação do cliente. 102 b) Os critérios do controlo Uma vez que os desvios à norma podem ser de natureza diferente, os julgamentos da eficácia do controlo podem recorrer a diversos meios. Portanto, quando se tem de avaliar um controlo, dois casos podem salientar-se, na óptica de Leplat e Cuny (1977): 1. Não se dispõe de avaliação objectiva do produto, que permita determinar a qualidade do julgamento. Neste tipo de situações o recurso pode ser o critério da homogeneidade de inspecções, o qual pode basear-se na comparação dos resultados de um inspector em diferentes momentos (avaliação da homogeneidade intraindividual) ou na comparação dos resultados de inspectores diferentes, nos mesmos períodos (avaliação da homogeneidade interindividual); 2. Dispõe-se de avaliação objectiva do produto (presença de produtos-padrão preparados por peritos. Unidade Temática 10.2 - A análise psicológica da actividade A questão das análises da actividade inerentes à categoria de controlo permite apontar a presença de características referentes a essa mesma tarefa cujo papel podia definir-se com referência aos conhecimentos da psicologia, conforme podemos conferir nos pontos subsequentes: ✓ As tarefas de inspeccionar colocam em acção as actividades de detecção e de discriminação; ✓ Os defeitos a detectar podem ocorrer em fases diversas do 103 processo de produção. Esta incerteza espacial leva a uma exploração visual do produto, a qual acontece através da elaboração de um modelo mental do artigo que tenha em conta as fases possíveis de aparição do defeito. A exploração do produto é guiada por essa espécie de interiorização da norma. ✓ Na elaboração do programa de exploração e em outros aspectos do trabalho, revela-se a intervenção das actividades cognitivas, como base para suprir a probabilidade de ocorrência de defeitos no sujeito. ✓ As tarefas de inspecção têm muitas vezes um carácterrepetitivo e são levadas a cabo em períodos longos, durante os quais a atenção do operador deve estar desperta. ✓ As tarefas de inspecção decorrem num meio ambiente social, onde estão presentes pressões sociais que poderão determinar modificações na importância atribuída a determinados erros e, portanto, aos critérios de decisão. Entretanto, Leplat e Cuny (1977) referem que a partir da Psicologia das Organizações é possível obter melhor compreensão sobre o papel do serviço de controlo em relação ao serviço de produção e ao serviço comercial. Unidade Temática 10.3 - As condições de trabalho e seu tratamento Para uma melhor compreensão do efeito das condições de trabalho e posterior sugestão de tipos de intervenção, torna-se fundamental 104 o conhecimento das características comportamentais típicas do tipo de tarefa em questão. Assim, centramo-nos aqui em algumas condições de trabalho, cujo papel nas tarefas de controlo analisamos anteriormente, e partilhamos alguns exemplos de intervenção. ✓ As condições ambientais – estão relacionadas com os mecanismos de detecção de defeitos. Como forma de intervenção, pode-se, por exemplo, melhorar as possibilidades de discriminação, orientando melhor a iluminação; ✓ As pressões perceptivas – resultam da dificuldade de discriminação dos artigos bons e maus e dos defeitos a identificar. Uma vez que esta dificuldade pode estar associada às questões visuais, às pressões posturais, entre outros, recomenda-se que tudo o que assegurar ao operador a possibilidade de assumir e manter uma posição adequada, com o mínimo de esforço será importante; ✓ As pressões da incerteza espacial – a introdução de marcos no campo a explorar pode modificar o modo de exploração e, portanto, em certa medida, induzir um modo de exploração eficaz, dispondo correctamente esses marcos; ✓ As pressões do tempo – são relativas ao tempo concedido à inspecção do produto, Na ausência de qualquer redundância, um momento de distracção arrisca-se a omitir um defeito. A introdução de pausas permite eliminar essa degradação e reduzir os esforços que o operador tem de desenvolver para a refrear; ✓ As pressões sociais – resultam dos modos de relação do inspector com as pessoas com quem está em contacto e de diversas pressões sociais que se exercem no seio da organização. Sugere-se que se alarguem as funções do 105 serviço de controlo, juntando às de diagnóstico de qualidade do produto as de diagnóstico do processo de produção, uma vez que os produtos são reveladores do disfuncionamento desse processo. Resumo O controlo da qualidade ou inspecção dos produtos refere-se a uma actividade do controlador ou inspector e operacionaliza-se com foco no processo de produção e no produto. Tanto a inspecção, quanto a vigilância apresentam traços comuns no plano psicológico, nomeadamente por terem como referência uma norma ou um critério de controlo. A avaliação do controlo pode ocorrer em dois tipos de situação: a primeira, em que não se dispõe de avaliação objectiva do produto que permita determinar a qualidade do julgamento e, a segunda, caracterizada pela presença de produtos de comparação padrão, preparados por peritos. Quanto à primeira, recomenda-se como saída, recomenda-se o recurso ao critério de homogeneidade de inspecção (comparação dos resultados de um inspector em diferentes momentos ou comparação de resultados de inspectores diferentes num mesmo período). As tarefas de controlo fazem referência a um conjunto de conhecimentos cuja natureza é da alçada do profissional de psicologia, uma vez que nas tarefas de controlo algumas condições de trabalho devem ser tidas em conta, nomeadamente as condições ambientais, as pressões perceptivas, as pressões da incerteza espacial, as pressões do tempo, as pressões sociais. 106 Exercício de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. A inspecção e a vigilância apresentam os seguintes traços comuns no plano psicológico: a. ________________________; b. ________________________; 2. Aos critérios baseados na comparação dos resultados de um inspector em diferentes momentos dá-se o nome de __________________________________________. 3. Aos critérios baseados na comparação dos resultados de inspectores diferentes no mesmo período, dá-se o nome de ____________________________________________. 107 Exercícios de Auto- Avaliação 1. Qual é a diferença fundamental entre a inspecção e a vigilância, no âmbito do controlo do produto? 2. Tanto a inspecção quanto a vigilância sucedem tendo como ponto de referência uma norma definida e um critério de controlo. a. Como se fundamentam a norma e o critério? 3. Em que consistem os critérios de homogeneidade intraindividual e de homogeneidade interindividual? 4. Em que impactam as condições ambientais nas tarefas de controlo e como intervir junto delas? 5. Em que se cingem as pressões perceptivas e como intervir junto delas? 6. Em que se cingem as pressões da incerteza espacial e como intervir junto delas? 7. Em que se cingem as pressões do tempo e como intervir junto delas. 8. Em que se cingem as pressões sociais e como intervir junto delas? 108 Referências Bibliográficas LEPLAT, Jacques & CUNY, Xavier. Introdução à psicologia do trabalho. Trad. Helena Domingos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1977. 109 Tema 11 O controlo dos Processos Breve nota introdutória Neste tema é discutida a questão sobre o controlo dos processos de produção, os quais traduzem-se nas atitudes de vigiar o desenvolvimento e efectuar regulações para garantir que o produto seja de qualidade. Os conteúdos que o corporizam giram em torno da conceptualização e análise das principais componentes do processo, da função do controlo, do papel do psicólogo e formas de tratamento e das formas de melhorar os processos no trabalho. Objectivos ✓ Conhecer a importância do controlo dos processos de trabalho; ✓ Descrever o papel do psicólogo relativamente ao comportamento dos controladores. Texto de Leitura Unidade Temática 11.1 – Conceptualização e análise das componentes O controlo do processo consiste em vigiar o desenvolvimento (às vezes parte automatizado) de um fabrico, geralmente de tipo contínuo, e efectuar as regulações, correcções e recuperações de perturbações que se imponham (Leplat & Cuny, 1977). O contributo do psicólogo para sua análise torna-se útil em vários aspectos, especialmente nos que se referem às actividades perceptivas, nos relacionados à dimensão cognitiva e nos do âmbito da interacção social. Entretanto, no decurso da vigia pesam, também, questões relacionadas com o tipo de fabrico em causa, com a concepção 110 das instalações e com as missões confiadas aos operadores. Quanto ao primeiro ponto, o controlo dos processos de trabalho encontra-se em fabricos que beneficiam de uma mecanização e de uma automatização importantes no conjunto das operações necessárias. Em várias circunstâncias, instalações de nível tecnológico muito elevado asseguram, em andamento contínuo, as diferentes transformações que o produto sofre ao longo do processo de produção. Relativamente a questão das instalações, vale ressaltar que, com o desenvolvimento tecnológico, as instalações tendem a apresentar características mais complexas, nomeadamente pelo facto de associarem, para o mesmo ciclo de operações, dispositivos de diferentes tipos. Finalmente, o ‘capítulo’ referente às missões confiadas, estabelece que os operadores são encarregados de dar o início ao processo de fabrico e, em seguida, fazer registos sobre as indicações de seu funcionamentopara que, caso registe anomalias, tente neutralizá- las e recuperar a normalidade do processo com base nos meios de que dispõe. Este facto implica que os operadores tenham que ter conhecimento, tanto sobre as normas de funcionamento, quanto sobre o funcionamento dos dispositivos de sinalização e de comendo. Unidade Temática 11.2 – A função do controlo A função do controlo dos processos está associada à necessidade de qualquer gestor, empresário ou empreendedor optimizar os processos de trabalho, acreditando que com esse pressuposto melhora a gestão do tempo nas actividades, aumenta a produtividade e a qualidade da mesma. 111 Na análise dos comportamentos dos trabalhadores afectos a tarefa de controlo é preciso não perder de vista determinados aspectos relacionados com: ✓ A importância da descrição dos sistemas técnicos – a qual é pertinente para a análise de qualquer trabalho industrial; ✓ A descrição da interacção homem-máquina – mais do que descrever a instalação e o seu modo de funcionamento, é fundamental descrever pormenorizadamente as relações instituídas entre o operador e essa instalação; ✓ A identificação dos conhecimentos úteis para o exercício da função – refere-se à necessidade de, desde cedo, ter-se em conta os problemas práticos da formação dos operadores e, simultaneamente, de avançar na preparação da análise dos comportamentos; ✓ A análise dos comportamentos dos operadores – aplica-se não apenas aos métodos de recolha e elaboração dos dados, mas igualmente à recolha de um modelo de análise e de um quadro teórico. Leplat e Cuny (1977) sublinham que a existência de dois tipos de tarefas que caracterizam o controlo do processo, devendo ser examinadas à luz das suas implicações para a análise dos comportamentos: a tarefa de vigilância da produção na zona afecta ao operador e a tarefa de intervenção para reduzir um desvio à norma de produção. Unidade Temática 11.3 – O Papel do Psicólogo A partir dos resultados do estudo da função do controlo, o psicólogo dispões de condições que o permitem a efectuação de uma pesquisa em torno dos tratamentos mais úteis, tendo em conta as componentes principais do sistema, nomeadamente o indivíduo, 112 o material, a tarefa e o meio. a) Tratamentos que incidem sobre o indivíduo Neste ponto, os contributos do psicólogo giram em torno de dois aspectos principais: (1) sugerir conteúdos e programas de formação que permitam dotar os operadores de conhecimentos, habilidades e competências importantes para o pleno exercício das suas funções e (2) contribuir para a identificação de características pessoais e métodos de orientação que assentem numa avaliação realista em relação às funções a desempenhar. b) Tratamentos que incidem sobre o material Aqui o psicólogo procura identificar e seleccionar informações no quadro de sinalização ou, eventualmente, a conservar sob a forma de índices do campo de trabalho. Dedicar-se-á à determinação do que, para cada fase importante do processo, constitui informação precisa e a forma de sua codificação, para facilitar o diagnóstico. c) Tratamentos que incidem sobre a tarefa O psicólogo intervém sobre as exigências perceptivas e mentais do operador em relação a sua tarefa, propondo avaliações em termos de carga de trabalho. O conhecimento que tiver dos problemas colocados pela recuperação dos incidentes e pela análise em termos de actividades intelectuais que fizer, dar-lhe-ão a possibilidade de determinar os graus de complexidade desses problemas e meios de alterar esta complexidade no sentido desejado (Leplat & Cuny, 1977). d) Tratamentos que incidem sobre o meio: O psicólogo deverá encontrar formas de intervenção que apresentem menor probabilidade de produzir no operador atitudes de isolamento e/ou de conflitos entre sujeitos implicados no 113 mesmo processo de produção. Unidade Temática 11.4 – Formas de melhorar os processos do trabalho Moura (2018) sugere sete propostas a partir das quais pode-se contribuir para melhorar os processos de trabalho no contexto da organização e contribuir para a eficiência dos trabalhos e para a satisfação do cliente. A figura a seguir apresenta a síntese dessas propostas: Pelo autor Fonte: Moura (2018) Portanto, para além da incidência sobre a questão de definição dos objectivos, melhorar os processos de trabalho faz-se na base da consciencialização da necessidade de apoio e de trabalho em equipa. Formas de melhorar os processos Mapear processos Incentivar a cultura inovativa Propor treiname ntos Adoptar ferrament as de controlo Envolver o cliente durante o processo Monitorar de perto Repetir e optimizar 114 Resumo Controlar o processo significa vigiar o desenvolvimento do fabrico e efectuar regulações, correcções e recuperações de perturbações que surgirem. Com efeito, salienta-se a importância do papel do psicólogo, especialmente em questões referentes às actividades perceptivas, nas relacionadas à dimensão cognitiva e nos do âmbito da interacção social. Portanto, o controlo dos processos está associado à necessidade de os gestores de optimizar os processos de trabalho e melhorar a qualidade dos produtos. Assim, a partir do estudo da função do controlo, o psicólogo passa a dispor de ferramentas que o permitam efectuar uma pesquisa sobre as melhores formas de intervenção, respeitando as principais componentes do sistema, que são o indivíduo, o material, a tarefa e o meio. Exercício de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. No decurso da vigia pesam as questões relacionadas com: a. _______________________________; b. _______________________________; c. _______________________________. 2. A partir dos resultados do controlo, o psicólogo dispõe de ferramentas que o permitem intervir, tendo em conta as principais componentes do sistema, nomeadamente ____________________, ___________________, _____________________ e ________________________. 3. Moura (2018) sugere 7 formas de melhorar o sistema que são: a. ______________________________; 115 b. ______________________________; c. ______________________________; d. ______________________________; e. ______________________________; f. ______________________________; g. ______________________________. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 1. Nos tratamentos que incidem sobre o indivíduo, o contributo do psicólogo é apenas de sugerir conteúdos e programas de formação. ( ). 2. Nos tratamentos que incidem sobre o material, o psicólogo procura identificar e seleccionar informação no quadro de sinalização. ( ). 3. Nos tratamentos que incidem sobre a tarefa, o psicólogo intervém sobre as exigências e materiais do operador em relação à sua tarefa. ( ). 4. Nos tratamentos que incidem sobre o meio, o psicólogo deverá encontrar formas de intervenção que apresentem menor probabilidade de produzir atitudes pouco sociais no processo de produção. ( ). 5. Moura (2018) sugere 7 formas de contribuir para melhorar os processos de trabalho. ( ). 116 Exercícios de Auto- Avaliação 1. Quais são as questões que precisam ser levadas em conta no processo de vigia? 2. Em que aspectos o tipo de fabrico influencia no processo de controlo? 3. Em que aspectos a concepção das instalações influencia no processo de controlo? 4. Em que aspectos as missões confiadas influenciam no processo de controlo? 5. Na análise do comportamento dos trabalhadores afectos à tarefa de controlo é importante não perder de vista certos aspectos. a. Quais são? 6. Como descreve as intervenções que incidem sobre o indivíduo? 7. Como descreve as intervenções queincidem sobre o material? 8. Como descreve as intervenções que incidem sobre a tarefa? 9. Como descreve as intervenções que incidem sobre o meio? Referências Bibliográficas LEPLAT, Jacques & CUNY, Xavier (1977). Introdução à psicologia do trabalho. Trad. Helena Domingos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; Moura (2018) .7 Maneiras de melhorar os processos de trabalho na empresa. Hi Plataform. 117 BIBLIOGRAFIA FINAL Azevedo, B. M., e Cruz, R. M. (2006). O processo de diagnóstico e de intervenção do psicólogo do trabalho. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 9, 2, 89-98. BERGAMINI, C. W. (2008). Psicologia aplicada à administração de empresas: psicologia do comportamento organizacional. 4ed. São Paulo: Atlas; Brannick, M. T., Levine, E. L., & Morgeson, F. P. (2007). Job and work analysis. Methods, research, and applications for human resource management. Los Angeles: Sage; Bueno, Francisco da S. (1988). 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No mundo do trabalho, concretamente na área de negócios, a relação estabelecida entre o trabalhador e o trabalho, é meramente estratégica, e influencia directamente o desempenho das pessoas dentro da organização, minimizando problemas de absentismo, rotatividade, desmotivação e insatisfação. 2. Quando existe conhecimento sobre essa relação entre o trabalhador e o trabalho, existe também a criação de políticas de gestão de pessoas mais alinhadas à realidade dos trabalhadores da empresa. 3. No momento em que a palavra surgiu, esta era associada a uma actividade indigna, reservada a subalternos, de preferência servos ou escravos. 4. Para os judaico-cristãos, o trabalho associava-se à noção de punição e de maldição. 5. Os quadros médios, são compostos por pessoas que ocupam uma posição intermédia entre as profissões liberais e quadros superiores, e a dos grupos empregadores, operários, e pessoal de serviço. 6. Operários são pessoas contratadas para prestar serviços a alguém que lhes contrata para trabalhar (empregador), e este tem carga horária definida, mediante o salário acordado entre ambos. 7. Operário é um termo usado para designar trabalhador fabril, isto é, um trabalhador que executa tarefas na fábrica, onde exerce trabalho físico. 8. No grupo dos operários encontramos os assalariados manuais não agrícolas, e estes dividem-se em: contramestres, qualificados, especializados e manuais. 9. As profissões liberais e quadros superiores, é destinada a pessoas que exercem profissões com instrução superior. 10. As pessoas dessa categoria (as profissões liberais e quadros superiores) podem ser assalariadas ou aquelas que trabalham por conta própria, e para as 121 assalariadas as funções destinadas a elas são aquelas que exigem cargos de direcção importantes Componente de Auto-avaliação 1. Qual é a origem etimológica da palavra trabalho? R: Etimologicamente, a palavra “trabalho” deriva do latim medieval tripalium, que caracterizava um instrumento de tortura, exposto como um artefacto composto de três paus aguçados. 2. Como era definido o trabalho na sociedade grega? R: concebia o trabalho em função do produto, onde tinha a função de satisfazer a necessidade humana. 3. Como o trabalho era definido na Bíblia? R: na Bíblia, o trabalho é identificado como uma necessidade que leva ao cansaço, e que resulta de uma maldição. 4. Quais eram os princípios utilizados pelo fordismo? R: O Fordismo, que utilizava os princípios de padronização e simplificação de Taylor, desenvolvendo outras técnicas avançadas para a época. 5. Identifique uma das principais características do fordismo. R: O Fordismo, teve como uma das principais características, o aperfeiçoamento da linha de montagem, onde os veículos eram montados em esteiras rolantes que se movimentavam enquanto o operário ficava praticamente parado, realizando uma pequena produção.EXERCÍCIOS – TEMA 2 GUIÃO DE CORRECÇÃO Componente de Avaliação 122 I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. A psicologia do trabalho tem como objecto de estudo os fenómenos relativos aos processos organizacionais e do trabalho. 2. O trabalhador é tido como membro de grupos Formais e Informais, e esta inserido em diversas organizações como equipa, oficina, fábrica, empresa, sindicatos, grupos profissionais. 3. Campos são constituídos por agentes e podem dividir-se em indivíduos ou organizações, onde são criados espaços através das ligações estabelecidas entre os seus membros. 4. O objectivo da teoria de Taylor, era reduzir a actividade dos trabalhadores, buscando menos cansaço, e maior rendimento. 5. Após a revolução industrial, o modo como as indústrias se organizavam eram baseados na teoria de Taylor. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 1. A psicologia do trabalho, é entendida, como um campo de compreensão e intervenção sobre o trabalho e as organizações. (V ) 2. A Psicologia do trabalho analisa a interacção das múltiplas dimensões que caracterizam pessoas, grupos e organizações, visando construir estratégias e procedimentos que promovam, preservem e reestabeleçam o bem-estar. ( V ) 3. A psicologia de trabalho é um dos ramos da sociologia correspondente a uma divisão desta disciplina, em termos de classes de comportamentos definidos pelo seu objecto ( F ) 4. A psicologia do trabalho, começou a ser definida a partir do seu objecto de estudo e da sua aplicabilidade (F) 5. A psicologia do trabalho tem como objecto de estudo os fenómenos relativos aos processos organizacionais e do trabalho (V). Componente de Auto-avaliação 1.Como o psicólogo do trabalho, conceptualiza o trabalho. R: a psicologia do trabalho, é entendida, como um campo de compreensão e intervenção sobre o trabalho e as organizações. 123 2.Como a psicologia do trabalho começou a ser definida? R: Esta começou a ser definida a partir dos objectivos da sua aplicabilidade. 3.Qual era a finalidade da psicologia? R: A finalidade da psicologia do trabalho, encontrar o melhor trabalhador possível, como realizar o melhor trabalho possível, e como chegar aos melhores resultados possíveis. 4. Defina um campo. R: Um campo, é considerado um microcosmo social dotado de autonomia, com leis e regras específicas, ao mesmo tempo em que é influenciado e relacionado a um espaço social mais amplo 5.Identifique um campo importante para a psicologia do trabalho. R: Um campo importante no estudo da psicologia do trabalho, é a imagem que o trabalhador tem da sua tarefa, e da atitude em relação a tal tarefa, bem como a sua satisfação em relação a ela. 6.A psicologia do trabalho, tem uma vertente fundamental e a outra aplicada. a) Estabeleça as diferenças entre as duas vertentes. R: A vertente fundamental, tem como objectivo o estudo da classe de comportamentos que o trabalho constitui, podendo-se afirmar que esta integra-se na psicologia pura e simples, enquanto que na vertente da psicologia do trabalho aplicada, a finalidade, é transformar determinadas situações, tendo em vista objectivos precisos não facilmente modificáveis. 7. Deia um exemplo em que estejam patentes a vertente fundamental e a vertente aplicada. R: Melhorar a carga de trabalho, reduzir o absentismo, melhorar a segurança, melhorar a produção em termos da qualidade e quantidade. 8. Para O Psicólogo Do Trabalho, O Trabalho Refere-Se Ao Comportamento, E Este Faz Uma Ponte Com As Outras Áreas De Saber Devido A Sua Multiplicidade. Quais São Essas Outras 124 Áreas? R: Sociologia, Antropologia, Psicanalise, Sociologia Do Trabalho, História. 9. Porquê o trabalhador inserido num sistema técnico, é tido como um sistema homem- máquina? R: Porque este contribui para o sistema. 10.As capacidades de um operador e as exigências da sua tarefa, devem ser analisadas na relação existente entre ambas. Porquê? R: As capacidades, remetem a determinados tipos de tarefas e as exigências devem ter uma influência sobre o próprio comportamento, ou seja, sobre a actuação destas capacidades. EXERCÍCIOS – TEMA 3 GUIÃO DE CORRECÇÃO Componente de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. Trabalho é uma actividade humana individual ou colectiva, de caracter social complexa, dinâmica, mutante, e que se distingue de qualquer outro tipo de prática animal, é de 125 natureza reflexiva, consciente, propositiva, estratégica, instrumental e moral. 2. As condições de trabalho, são um conjunto de factores que determinam o comportamento do trabalhador. 3. Tarefa do operador, é um conjunto de exigências que o seu comportamento terá que satisfazer. 4. A personalidade é uma palavra que deriva do latim persona, que significa máscara. 5. A personalidade interfere nas condições de trabalho, e os interesses do trabalhador, a imagem que faz do seu próprio trabalho, as atitudes que toma em relação a ele, as satisfações. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 1. O comportamento do operador, é determinado pelas características do operador humano (físicas, personalidade, nível intelectual, conhecimentos, formação anterior entre outras). (V) 2. A organização do trabalho, é caracterizada pela modalidade de repartição das funções entre os operadores, e entre operadores e as máquinas. (V). 3. A organização é definida pelas regras que regem o funcionamento da estrutura, e estas podem ser examinadas a vários níveis dependentes. (V). 4. Na divisão do trabalho, nota-se que não existe uma mudança na repartição dos trabalhos de conservação e de preparação (regulação e arranque), e também nos serviços de preparação, fabricação e conservação. (F). 5. As modalidades de planificação fazem referência à maneira como são fixadas as regras precedentes. (V) Componente de Auto-avaliação 1. A tecnologia da produção, tem um efeito duplo nas condições de trabalho. a. Identifique-os. R: Efeito directo e indirecto. b. Caracterize-os R: Efeito directo- modificação dos postos de trabalho e o efeito indirecto – modificação da organização que determina. 126 2. Com a evolução tecnológica, notam-se alterações nas profissões e nas qualificações exigidas. a. O que essas alterações pressupõem? R: Pressupõem que os trabalhadores mudem cada vez mais de profissão ao longo da sua carreira. 3. Porquê é que as características socioeconómicas da sociedade são importantes? R: As características socioeconómicas da sociedade, são importantes porque, impõem às unidades compostas pelos trabalhadores, determinadas modalidades: repartição do poder, forma e montante de remuneração, duração de trabalho, legislações sociais, legislações sobre segurança. 4. Diga porquê as características biográficas da vida do trabalhador são importantes? R: São importantes porque o nível de conhecimentos e a experiência, são factores importantes, uma vez que se diz que para se obter sucesso é importante analisar o trabalho anterior. 5. A personalidade é definida, como um conjunto de características essenciais para o comportamento de cada individuo. a. Fale da importância da personalidade para a psicologia do trabalho. R: A nossa personalidade é fundamental para a nossa motivação no trabalho, estado de ânimo, resolução de conflitos, e estas características afectam de certa forma, o nosso desempenho no trabalho. EXERCÍCIOS – TEMA 4 GUIÃO DE CORRECÇÃO Componente de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. O trabalho é utilizado para designar o comportamento dos indivíduos que participam numa actividade de produção da função que lhes é atribuída. 2. Ao se fazer a análisedas exigências do trabalho, é importante coordenar essa análise com a análise dos comportamentos. 127 3. As avaliações referentes as actividades perceptivas e intelectuais, correspondem à utilização das estruturas superiores do sistema nervoso central. 4. Os especialistas no estudo do trabalho admitem que se pode avaliar exigências físicas com base em dados relativos a determinados estados e determinadas modificações do organismo. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 1. Para a identificação das exigências, o analista deve prestar atenção a dois aspectos essenciais: aquisição de forma pessoal do conhecimento suficiente da unidade de trabalho (F). 2. Se o analista tiver o conhecimento da unidade de trabalho na memória, facilmente ele fará uma análise completa, não saindo ou deixando o seu objectivo central. (V). 3. A qualidade do levantamento das exigências depende das descrições, tanto no aspecto de riqueza do conteúdo, bem como na forma de apresentação. (V). 4. Os especialistas no estudo do trabalho admitem que se pode avaliar exigências físicas com base em dados relativos a determinados estados e determinadas modificações do organismo. (V). Componente de Auto-avaliação 1. Quais são os aspectos que o analista deve prestar atenção na identificação das exigências? R: Aquisição de forma pessoal do conhecimento suficiente da unidade de trabalho; Elaboração das diferentes componentes do trabalho (materiais, organização, ambientais) que sejam pertinentes em relação às funções dos operadores. 2. O que é que acontece, quando o analista tem o conhecimento da unidade de trabalho na memoria? R: Facilmente ele fará uma análise completa, não saindo ou deixando o seu objectivo central. 3. De que é que depende a qualidade do levantamento das exigências? R: A qualidade do levantamento das exigências, depende das descrições, tanto no 128 aspecto de riqueza do conteúdo, bem como na forma de apresentação. 4. Como podemos fazer a classificação da avaliação das exigências? R: Podemos classificar em: físicas, exigências ambientais e sensoriais, exigências sensoriomotoras, e exigências mentais. 5. Caracterize, as exigências sensoriomotoras. R: Caracterizam-se por ter uma ligação directa entre a produção de um sinal e um movimento do operador, com a finalidade de manter a manobra de um comando EXERCÍCIOS – TEMA 5 GUIÃO DE CORRECÇÃO Componente de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 5. Os métodos de avaliação do comportamento do trabalhador discutidos na Unidade Temática 5.1 foram entrevista e observação. 6. Para a recolha de informação referente ao comportamento do trabalhador no 129 exercício das suas funções, a entrevista pode seguir um roteio altamente estruturado, semi-estruturado ou não-estruturado. 7. Os modos de observação mais discutidos na Psicologia do Trabalho são: a observação aberta, a observação normalizada e a observação assistida. 8. Os dois momentos específicos da operacionalização do método são conhecidos como o momento da observação descritiva e o de observação descritiva. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 1. A etapa de observação descritiva reflecte a necessidade de uma descrição dos sujeitos envolvidos, tendo em vista aspectos como aparência, jeito de agir, etc. (V). 2. A observação descritiva reflecte a necessidade de uma descrição a estrutura física do sector do trabalho. (V). 3. A observação reflexiva, diz respeito aos atributos conferidos ao pesquisador, envolvendo suas observações pessoais acerca do fenómeno em compreensão. (V). 4. A entrevista com um roteio altamente estruturado tem como principal característica a espontaneidade. (F). 5. A entrevista com um roteio não-estruturado segue uma ordem rígida, abrindo espaço para novas questões que surgirem durante o encontro. (F). 6. A Observação normalizada – respeita a um conjunto de categorias de observação previamente definidas tendo em conta a decomposição das actividades inerentes a determinado cargo em segmentos elementares. (V). Componente de Auto-avaliação 1. Porque é importante a descrição dos comportamentos do trabalhador no contexto do trabalho? 130 R: A descrição dos comportamentos do trabalhador torna-se importante para percebermos como é que este responde às funções que lhe são atribuídas. 2. Qual seria o perigo de se fazer uma interpretação imediatista dos comportamentos a partir das funções? R: Chegar a conclusões que não reflectem a realidade, pelo que torna-se necessário recorrer a uma diversidade de métodos e técnicas úteis para a recolha de informação para abstrair as características dos mesmos. 3. Quais métodos ou técnicas recomendaria para a produção de informação útil pra analisar o comportamento? Porquê? R: Recomendaria o recurso a combinação de vários métodos, de entre os quais a entrevista e a observação, como forma de garantir que se tenha à disposição maior quantidade de informação útil para a posterior tomada de decisão. 4. Em que consiste a entrevista e Quais são os roteiros susceptíveis de serem adoptados para a sua operacionalização? R: Ela consiste numa reunião de entre duas ou mais pessoas com o objectivo de trocar informações sobre o comportamento desenvolvido por um trabalhador no âmbito da realização de determinadas tarefas. Ela pode ser operacionalizada a partir de um roteiro altamente estruturado, semi-estruturado ou não-estruturado. 5. Estabeleças as principais diferenças entre a entrevista estruturada, semiestruturada e não estruturada. R: Enquanto a entrevista estruturada consiste em um roteiro conduzido de acordo com uma ordem predeterminada, sendo caracterizado por uma prévia planificação para atingir o máximo de informação com o mínimo de pergunta, a semiestruturada é menos formal, onde o entrevistador segue um roteiro formulado anteriormente, com perguntas que vão nortear a conversa sem, no entanto, uma ordem rígida, abrindo espaço para novas questões que surgirem durante o encontro 131 6. Quais são as vantagens do uso da entrevista para a análise do comportamento do trabalhador? R: Permite colocar ao trabalhador questões precisas, ajuda na compreensão das próprias respostas. Ela pode ser gravada, desde que haja autorização por escrito por parte do(s) entrevistado(s). 7. Em que consiste a observação e quais são as vantagens do seu uso para a análise do comportamento do trabalhador? R: É um método que permite a compreensão sobre o que os organismos fazem e sob quais circunstâncias e é extremamente relevante nos estudos que envolvem interacções humanas, uma vez que há situações que dificilmente podem ser captadas de outra forma. 8. Porque é importante combinar vários meios de recolha de informações no âmbito da avaliação comportamental? R: A combinação de várias ferramentas possibilita a recolha de informação diversificada e sob diferentes ângulos, o que permite chegar a um diagnóstico mais próximo da realidade. 9. Quais os modos de observação mais relacionados com a psicologia do trabalho? R: Observação aberta, Observação normalizada e Observação assistida. 10. Qual é a importância de definição de momentos de observação? R: A determinação dos momentos da observação é de grande importância e varia conforme a especificidade do trabalho e os objectivos do estudo. Possibilita a estruturação e organização do processo de recolha de informação útil para a definição das estratégias de intervenção. 11. Explique em que consistem os momentos de observação descritiva e o de observação reflexiva. R: O primeiro reflecte a necessidade de uma descrição dos sujeitos envolvidos, tendo em vista suas acções(aspectos como aparência, jeito de agir e falar devem ser 132 consideravelmente relevantes); bem como do espaço a ser analisado, levando em conta a estrutura física. Quanto a parte reflexiva que, esta diz respeito aos atributos conferidos ao pesquisador, envolvendo suas observações pessoais acerca do fenómeno em compreensão. EXERCÍCIOS – TEMA 6 GUIÃO DE CORRECÇÃO Componente de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. O diagnóstico do psicólogo deve ser precedido de um pré-diagnóstico, o qual tem como objectivo determinar o quadro de referência mais pertinente em relação à análise das perturbações, cujo conhecimento é, inicialmente, muito vago. 2. Durante o processo de diagnóstico de uma situação de trabalho, há que ter em conta as seguintes variáveis: e. Noção de exigências; f. Noção de risco; g. Noção de carga de trabalho; h. Noção de desempenho humano. 3. Após o diagnóstico, podemos encontrar duas formas de tratamento que são a exploração estatística e as análises clínicas. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 1. Os erros são sintomas que evidenciam os acontecimentos observáveis da situação do trabalho, que apresentem um carácter de anomalia, no quadro do funcionamento habitual. (F). 2. Os defeitos de produção são desvios relativos ao comportamento de trabalho e reflectem a não concordância de determinadas características do comportamento com as ordens e instruções recebidas. (F). 133 3. Os incidentes críticos referem-se a incidentes que afectam a componente material e de manifestam por uma paragem de funcionamento. (F). 4. As avarias Compreendem os desvios constatados ao nível do produto fabricado ou, mais geralmente, do resultado previsto do trabalho. (F). Componente de Auto-avaliação 1. Em que consiste o diagnóstico, na Psicologia do trabalho? R: Em Psicologia do Trabalho, falar de diagnóstico é falar sobre a identificação de uma perturbação ao nível do sistema, onde intervêm factores cuja natureza, modo de influência e cujas possibilidades de neutralização são da responsabilidade do profissional da área de psicologia. 2. Porque é que se recomenda que o diagnóstico seja precedido de um pré-diagnóstico? R: Permite a identificação do especialista que poderá prosseguir com a análise. 3. Explique porque é que, dentro da variável Noção de exigências, o psicólogo deve conhecer de forma a situação de trabalho? R: O psicólogo deve conhecer de forma pormenorizada a situação de trabalho pois, dessa forma, estará diante de ferramentas úteis para a elaboração de descrições dos seus diferentes componentes tanto em termos materiais, como organizacionais, ambientais e humanos relacionados à actividade que está sendo analisada. 4. Como base para o estabelecimento do diagnóstico, há vários sintomas que devem ser identificados e recolhidos. Identifique-os e diga em que consiste cada um deles. R: Os sintomas podem ser: a. Os erros - é um tipo de desvio relativo ao comportamento de trabalho. Em geral reflecte a não concordância de determinadas características do comportamento com as ordens e instruções recebidas; b. Os incidentes críticos - reflecte os acontecimentos observáveis da situação do 134 trabalho, que apresentem um carácter de anomalia, no quadro do funcionamento habitual; c. As avarias - Referem-se a incidentes que afectam a componente material e de manifestam por uma paragem de funcionamento; d. Os defeitos de produção - Compreende os desvios constatados ao nível do produto fabricado ou, mais geralmente, do resultado previsto do trabalho. 5. Após a recolha de informação relativa aos factos seleccionados, deve seguir-se o tratamento dos factos. Neste texto são propostos dois grandes modos de tratamento, designadamente. Quais são e em que consiste cada um deles? R: Neste texto são propostos dois grandes modos de tratamento, designadamente (1) a exploração estatística – técnica de escolha da pesquisa de relações entre variáveis. No caso do diagnóstico a investigação incide sobre as relações eventuais entre variáveis descritivas (aqui descritas como sintomas) e as perturbações do funcionamento do sistema e (2) as análises clínicas – incidindo sobre os casos examinados individualmente, no pormenor dos processos de trabalho em jogo, e não sobre as classes previamente definidas de acontecimentos ou de relações. EXERCÍCIOS – TEMA 7 GUIÃO DE CORRECÇÃO Componente de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. Na categoria dos critérios de êxito, podemos encontrar os critérios de êxito a curto prazo e os critérios de êxito a longo prazo. 2. Nos critérios a curto prazo, podemos distinguir os seguintes: a. Critérios internos à formação; b. Critérios externos à formação e c. Critérios directamente ligados à actividade profissional. 3. Nos critérios a longo prazo, podemos distinguir os seguintes subcritérios: a. Exercício do ofício aprendido; b. Estabilidade após qualificação e c. Qualificação. 135 4. As vantagens dos critérios intermédios são as de aumentar o número de dados e as de enriquecer a natureza dos dados. 5. Na categoria de carga no trabalho faz-se apelo a duas grandes classes de índices, nomeadamente: os fisiológicos e os psicológicos. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 7. Nos critérios internos à formação, é possível avaliar os trabalhadores a partir de provas que figuram na própria formação, concebidas pelo formador. (V). 8. Os critérios exteriores à formação, os quais baseiam-se em provas cujo conteúdo está directamente relacionado com o trabalho são de carácter realista. (V). 9. O critério directamente ligado à actividade profissional está relacionado com o tempo necessário para adquirir certas qualificações sancionadas administrativamente. (V). 10. Os critérios da carga de trabalho reflectem bases de avaliação concernentes ao efeito das exigências do trabalho. (V). 11. Nos critérios de segurança valiam-se os índices de acidentes nas unidades de trabalho. (V). 12. Nos critérios de segurança os critérios intermédios são referentes a pequenos incidentes que podem levar ao acidente. (V). Componente de Auto-avaliação 1. Enumere e descreva os subcritérios associados à categoria de êxito. R: Na categoria de êxito, podemos encontrar os critérios de êxito a curto prazo (os quais englobam os critérios internos à formação, critérios exteriores à formação e um critério directamente ligado à actividade profissional), e os critérios de êxito a longo prazo (onde fazem parte os subcritérios ligados ao Exercício do ofício aprendido, à Estabilidade após qualificação e à Qualificação). 136 2. Explique em que consistem a categoria de segurança. R: É referente à avaliação dos índices de acidentes em diferentes unidades de trabalho, calculados a partir dos seus graus de reincidência e de profundidade. 3. Quais são as principais vantagens dos critérios intermédios, no âmbito da avaliação da segurança no trabalho? R: Os critérios intermédios têm as vantagens de aumentar o número de dados (sendo os incidentes muito mais numerosos do que os próprios acidentes, eles permitem avaliações mais rápidas e complexas) e de enriquecer a natureza dos dados, uma vez que estes fornecerão dados mais precisos sobre as situações de trabalho. 4. Como se operacionalizam os critérios ligados à carga no trabalho? R: Os critérios da carga de trabalho operacionalizam-se através da avaliação em torno dos níveis de exigência do trabalho. 5. Qual dos critérios apresentados oferece melhores bases para a avaliação do comportamento do trabalhador? R: Não se pode indicar um critério como sendo o melhor. O importante é que o avaliadorrecorra à integração de todos eles para que possa ter melhor e mais diversificada matéria para a posterior análise e intervenção. EXERCÍCIOS – TEMA 8 GUIÃO DE CORRECÇÃO Componente de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1.A comunicação, é um factor essencial para o sucesso de uma organização, e quando esta é defeituosa, ou é feito o mau uso desta, afecta toda a organização. 2. A comunicação ineficaz gera intranquilidade no grupo de trabalho, e os prejuízos 137 trazidos por esta na empresa, pode causar o desequilíbrio, baixa produtividade, e conflitos no ambiente de trabalho. 3. A comunicação empresarial, é a relação da empresa com seu público interno e externo. 4. Na comunicação formal, as informações a serem transmitidas devem ser sobre as normas, procedimentos e o trabalho. 5. A comunicação informal é o tipo de comunicação que é designada por rádio corredor, pois, as informações transmitidas são muitas das vezes modificadas quando passam de um funcionário para o outro. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 6. A comunicação, envolve um conjunto de procedimentos e técnicas relacionados ao processo de comunicação e transmissão de informações sobre os seus desempenhos, resultados, missão, objectivos, metas, projectos, processos, normas, procedimentos, instruções de serviços. ( V) 7. Na comunicação informal, as informações a serem transmitidas devem ser sobre as normas, procedimentos e o trabalho. (F) 8. Para o alcance ou sucesso da comunicação, depende dos veículos de comunicação escolhidos e bem como do emissor da mensagem. (V) 9. quando um gerente não conhece a natureza, perfil, gostos, atitudes, vontades, a realidade quotidiana da empresa, provoca ruídos na comunicação (V) 10. É através da comunicação formal, que o funcionário obtém mais informações sobre a empresa e sobre tudo que diz respeito a esta. (F) Componente de Auto-avaliação 6. Defina comunicação segundo Scanlan. R: é o processo de se passar informações e entendimentos de uma pessoa para a outra. 138 7. Estabeleça as diferenças entre a comunicação formal e a informal. R: Comunicação formal é uma comunicação dirigida e anteriormente elaborada para os membros da organização, e nela são utilizados veículos de comunicação como: impressos visuais e electrónicos enquanto que a comunicação informal é aquela que envolve a relação social entre as pessoas que compõem uma organização. 8. O que são canais ou veículos de comunicação? R: Canais ou veículos são recursos empregues pela organização para que ocorra o acto comunicativo. 9. Como podemos dividir os canais visuais? R: Os canais visuais são divididos em: escritos, pictográficos e simbólicos. b) Caracterize-os. • Nos escritos encontramos: instruções e ordens escritas, circulares, cartas pessoais, manuais, quadro de avisos, boletins, panfletos, relatórios de actividades, formulários, fax e correio electrónico; • Nos pictográficos: pinturas, fotografias, desenhos, diagrama, mapas; • Nos simbólicos: luzes, bandeiras, estandartes e crachás. 10. O que são ruídos na comunicação? R: Os ruídos são considerados como uma das principais barreiras existentes na transmissão das mensagens. EXERCÍCIOS – TEMA9 GUIÃO DE CORRECÇÃO Componente de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. As tarefas desempenhadas pelos operários especializados são programadas e ocorrem em períodos curtos. 139 2. A ausência de autonomia, e o facto de este ser dominado pelas condições de trabalho que encontra na sua empresa, tem consequências múltiplas para a sua saúde física e mental. 3. Nas tarefas executadas pelos operadores especializados, este primeiro utiliza os índices e sinais exteroceptivos fornecidos pela vista e pelo ouvido. 4. Para a execução de determinadas tarefas, é importante que haja por parte do operário a prática de actividade física. 5. As actividades que caracterizam os trabalhos em cadeia, apresentam uma carga de trabalho bem elevadas, e essas cargas podem ser a nível mental bem como físico. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 1. O trabalho em cadeia e a sua transformação, levam a problemas de ordem psicológicas, que é importante resolver através de medidas socioeconómicas (F). 2. A tarefa do psicólogo, consiste em avaliar as condições de trabalhador, e dos seus efeitos sobre o trabalho. (F) 3. A cadeia, é uma unidade de organização, que representa uma unidade de organização com o chefe de equipa, o seu regulador, os seus operários especializados e serventes. (V). 4. No trabalho em cadeia, a divisão da tarefa é acompanhada em unidades de pequena dimensão. (V) 5. Trabalho em cadeia, exige que em cada posto da cadeia, exista um trabalho equivalente, que faça com que a cadeia esteja equilibrada. (V) Componente de Auto-avaliação 1. Identifique a tarefa do psicólogo no trabalho em cadeia. R: A tarefa do psicólogo, consiste em avaliar as condições de trabalho, e dos seus efeitos sobre o trabalhador, através de métodos precisos de observação, e indicadores de carga. 2. O trabalho em cadeia e a sua transformação, levam a alguns tipos de problemas. Mencione-os. 140 R: levam a problemas de ordem socioeconómicas, que é importante resolver através de medidas psicológicas. 3. O que representa a cadeia? R: A cadeia, é uma unidade de organização, que representa uma unidade de organização com o chefe de equipa, o seu regulador, os seus operários especializados e serventes. 4. Como pode-se avaliar as condições de trabalho? R: Através de: efeito geral das condições de trabalho, as pressões de tempo, as pressões de repetitividade e as pressões sociais. 5. Porquê as modalidades de trabalho em cadeia, e as suas regras, enfraquecem as relações sociais entre os operadores? R: Esta modalidade atrofia as relações entre os trabalhadores, pois, as pessoas ficam muito tempo nas suas cadeias trabalhando, e as pausas normalmente são curtas, o que não permite que haja comunicação entre os trabalhadores. EXERCÍCIOS – TEMA 10 GUIÃO DE CORRECÇÃO Componente de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. A inspecção e a vigilância apresentam os seguintes traços comuns no plano psicológico: c. A definição da norma; d. Os critérios de controlo; 2. Aos critérios baseados na comparação dos resultados de um inspector em diferentes momentos dá-se o nome de avaliação da homogeneidade intraindividual. 3. Aos critérios baseados na comparação dos resultados de inspectores diferentes no mesmo período, dá-se o nome de avaliação da homogeneidade interindividual. Componente de Auto-avaliação 141 1. Qual é a diferença fundamental entre a inspecção e a vigilância, no âmbito do controlo do produto? R: Diferentemente da vigilância (que incide sobre a máquina ou a instalação, visando encontrar anomalias do seu funcionamento, a partir de dispositivos de sinalização), incide sobre o produto. Contudo, como se pode conferir a seguir, ambas apresentam traços comuns no plano psicológico. 2. Tanto a inspecção quanto a vigilância sucedem tendo como ponto de referência uma norma definida e um critério de controlo. a. Como se fundamentam a norma e o critério? R: A definição da norma: o estabelecimento da norma decorre de considerações técnicas e industriais, e relaciona-se com a necessidade de encontrar equilíbrio entre os critérios “custo” e satisfação do cliente. Os critérios do controlo: uma vez que os desvios à norma podem ser de natureza diferente, os julgamentos da eficácia do controlo podem recorrer a diversos meios. 3. Em que consistem os critérios de homogeneidade intraindividual e de homogeneidade interindividual? R:A avaliação da homogeneidade intraindividual baseia-se na comparação dos resultados de um inspector em diferentes momentos e a avaliação da homogeneidade interindividual baseia-se na comparação dos resultados de inspectores diferentes, nos mesmos períodos; 4. Em que impactam as condições ambientais nas tarefas de controlo e como intervir junto delas? R: As condições ambientais estão relacionadas com os mecanismos de detecção de defeitos. Como forma de intervenção, pode-se, por exemplo, melhorar as possibilidades de discriminação, orientando melhor a iluminação; 5. Em que se cingem as pressões perceptivas e como intervir junto delas? R: As pressões perceptivas resultam da dificuldade de discriminação dos artigos bons e maus e dos defeitos a identificar. Uma vez que esta dificuldade pode estar associada às 142 questões visuais, às pressões posturais, entre outros, recomenda-se que tudo o que assegurar ao operador a possibilidade de assumir e manter uma posição adequada, com o mínimo de esforço será importante; 6. Em que se cingem as pressões do tempo e como intervir junto delas. R: Em que se cingem as pressões da incerteza espacial e como intervir junto delas? R: As pressões da incerteza espacial – a introdução de marcos no campo a explorar pode modificar o modo de exploração e, portanto, em certa medida, induzir um modo de exploração eficaz, dispondo correctamente esses marcos; 7. As pressões do tempo – são relativas ao tempo concedido à inspecção do produto, Na ausência de qualquer redundância, um momento de distracção arrisca-se a omitir um defeito. A introdução de pausas permite eliminar essa degradação e reduzir os esforços que o operador tem de desenvolver para a refrear 8. Em que se cingem as pressões sociais e como intervir junto delas? R: As pressões sociais – resultam dos modos de relação do inspector com as pessoas com quem está em contacto e de diversas pressões sociais que se exercem no seio da organização. Sugere-se que se alarguem as funções do serviço de controlo, juntando às de diagnóstico de qualidade do produto as de diagnóstico do processo de produção, uma vez que os produtos são reveladores do disfuncionamento desse processo. EXERCÍCIOS – TEMA 11 GUIÃO DE CORRECÇÃO Componente de Avaliação I. Complete os espaços em branco com as expressões adequadas. 1. No decurso da vigia pesam as questões relacionadas com: a. O tipo de fabrico em causa; 143 b. A concepção das instalações; c. As missões confiadas aos operadores. 2. A partir dos resultados do controlo, o psicólogo dispõe de ferramentas que o permitem intervir, tendo em conta as principais componentes do sistema, nomeadamente o indivíduo, o material, a tarefa e o meio. 3. Moura (2018) sugere 7 formas de melhorar o sistema que são: a. Mapear processos; b. Incentivar a cultura inovadora; c. Propor treinamentos; d. Adoptar ferramentas de controlo; e. Envolver o cliente durante o processo; f. Monitorar de perto; g. Repetir e optimizar. II. Marque com V, as expressões verdadeiras e com F, as falsas. 1. Nos tratamentos que incidem sobre o indivíduo, o contributo do psicólogo é apenas de sugerir conteúdos e programas de formação. (F). 2. Nos tratamentos que incidem sobre o material, o psicólogo procura identificar e seleccionar informação no quadro de sinalização. (V). 3. Nos tratamentos que incidem sobre a tarefa, o psicólogo intervém sobre as exigências e materiais do operador em relação à sua tarefa. ( V). 4. Nos tratamentos que incidem sobre o meio, o psicólogo deverá encontrar formas de intervenção que apresentem menor probabilidade de produzir atitudes pouco sociais no processo de produção. (V). 5. Moura (2018) sugere 7 formas de contribuir para melhorar os processos de trabalho. (F). Componente de Auto-avaliação 144 1. Quais são as questões que precisam ser levadas em conta no processo de vigia? R: As questões que precisam ser levadas em conta no decurso do processo de vigia são: o tipo de fabrico em causa, a concepção das instalações e as missões confiadas aos operadores; 2. Em que aspectos o tipo de fabrico influencia no processo de controlo? R: Quanto ao tipo de fabrico, o controlo dos processos de trabalho encontra-se em fabricos que beneficiam de uma mecanização e de uma automatização importantes no conjunto das operações necessárias. Em várias circunstâncias, instalações de nível tecnológico muito elevado asseguram, em andamento contínuo, as diferentes transformações que o produto sofre ao longo do processo de produção. 3. Em que aspectos a concepção das instalações influencia no processo de controlo? R: Relativamente a questão das instalações, vale ressaltar que, com o desenvolvimento tecnológico, as instalações tendem a apresentar características mais complexas, nomeadamente pelo facto de associarem, para o mesmo ciclo de operações, dispositivos de diferentes tipos. 4. Em que aspectos as missões confiadas influenciam no processo de controlo? R: Quanto às missões confiadas, estabelece que os operadores são encarregados de dar o início ao processo de fabrico e, em seguida, fazer registos sobre as indicações de seu funcionamento para que, caso registe anomalias, tente neutralizá-las e recuperar a normalidade do processo com base nos meios de que dispõe. 5. Na análise do comportamento dos trabalhadores afectos à tarefa de controlo é importante não perder de vista certos aspectos. b. Quais são? R: Na análise do comportamento dos trabalhadores afectos à tarefa de controlo é importante não perder de vista os seguintes aspectos relacionados com: a. A importância da descrição dos sistemas técnicos – a qual é pertinente para a análise de qualquer trabalho industrial; 145 b. A descrição da interacção homem-máquina – mais do que descrever a instalação e o seu modo de funcionamento, é fundamental descrever pormenorizadamente as relações instituídas entre o operador e essa instalação; c. A identificação dos conhecimentos úteis para o exercício da função – refere-se à necessidade de, desde cedo, ter-se em conta os problemas práticos da formação dos operadores e, simultaneamente, de avançar na preparação da análise dos comportamentos; d. A análise dos comportamentos dos operadores – aplica-se não apenas aos métodos de recolha e elaboração dos dados, mas igualmente à recolha de um modelo de análise e de um quadro teórico. 6. Como descreve as intervenções que incidem sobre o indivíduo? R: Nos tratamentos que incidem sobre o indivíduo, os contributos do psicólogo giram em torno de dois aspectos principais: (1) sugerir conteúdos e programas de formação que permitam dotar os operadores de conhecimentos, habilidades e competências importantes para o pleno exercício das suas funções e (2) contribuir para a identificação de características pessoais e métodos de orientação que assentem numa avaliação realista em relação às funções a desempenhar. 7. Como descreve as intervenções que incidem sobre o material? R: Nos Tratamentos que incidem sobre o material, o psicólogo procura identificar e seleccionar informações no quadro de sinalização ou, eventualmente, a conservar sob a forma de índices do campo de trabalho. Dedicar-se-á à determinação do que, para cada fase importante do processo, constitui informação precisa e a forma de sua codificação, para facilitar o diagnóstico. 8. Como descreve as intervenções que incidem sobre a tarefa? R: Nos Tratamentos que incidem sobre a tarefa, o psicólogo intervém sobre as exigências perceptivas e mentais do operador em relação a sua tarefa, propondo avaliações em termos de carga de trabalho. O conhecimento que tiver dos problemas colocados pela recuperação dos incidentes e pela análise em termos de actividades 146 intelectuais que fizer,dar-lhe-ão a possibilidade de determinar os graus de complexidade desses problemas e meios de alterar esta complexidade no sentido desejado. 9. Como descreve as intervenções que incidem sobre o meio? R: Nos Tratamentos que incidem sobre o meio, o psicólogo deverá encontrar formas de intervenção que apresentem menor probabilidade de produzir no operador atitudes de isolamento e/ou de conflitos entre sujeitos implicados no mesmo processo de produção.