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INTRODUÇÃO: →O hipotireoidismo é causado pela deficiência do hormônio tireoidiano. É diagnosticado por meio de sinais e sintomas como facie típica, voz grossa e pele seca, com baixas con- centrações de hormônios tireoidianos. É mais comum em idosos, mas pode acontecer em qualquer idade. Pode ser classificado em: 1. Primário: causado por uma doença na tireoide; 2. Secundário: causado por uma doença no hipotá- lamo ou hipófise; 3. Mixedema: hipotireoidismo severo. Fisiopatologia: →A captação de iodo é mediada pelo NIS (Simportador só- dio – iodo), que é expresso pela membrana basolateral das células foliculares. Ela é mediada pela concentração de supri- mento de iodo, ou seja, se há baixos níveis de iodo na circu- lação, aumenta-se a quantidade de NIS. O iodo também é transportado pela pendrina, que realiza o efluxo de iodo para dentro do lúmem celular. Após ser captado, o iodo é trans- portado para as células foliculares, onde é oxidado pela TPO (tireoperoxidase). A proteína Tg acopla o iodo aos resíduos tirosil, formando as iodotirosinas. Elas são acopladas pela TPO e formam o T3 e T4 a depender do numero de iodo liga- dos à molécula. Hipotireoidismo Primário: →Decorre de alguma doença da tireoide e, nos exames, o resulto do TSH é elevado. A causa mais comum é por doen- ças autoimunes. O hipotireoidismo primário pode resultar da tireoidite de Hashimoto, que pode ser associada ao bócio firme. Nessa doença, as células T destroem o tecido tireoidi- ano, ocasionando infiltrado linfocítico e fibrose, ocasionando a inflamação da glândula. ↳A segunda causa mais comum é o hipotireoidismo pós te- rapêutico, como radioterapia para canceres de cabeça e pescoço. →A deficiência de iodo na dieta causa uma diminuição da hormoniogênese tireoidiana. Em resposta, o TSH é liberado, provocando um aumento da tireoide para melhorar a capta- ção de iodo, ocasionando o bócio. Essa deficiência pode cau- sar o hipotireoidismo congênito (diagnosticado com o teste do pezinho), que pode acarretar acometimentos graves no desenvolvimento físico e mental do paciente. Existe também a possibilidade de defeitos enzimáticos que podem alterar a síntese dos hormônios tireoidianos. Hipotireoidismo Secundário: →Decorre quando o hipotálamo produz TRH insuficiente ou a hipófise produz THS de forma ineficiente. A depender da literatura, a deficiência do TSH pode ser denominada de hi- potireoidismo terciário. Hipotireoidismo Subclínico: →É quando ocorre a elevação do TSH sérico em paciente com sintomas ausentes ou mínimos de hipotireoidismo, com concentrações séricas normais de T4 livre. →A disfunção da tireoide subclínica é relativamente comum, ocorrendo cerca de 15% das mulheres idosas. É comum em pacientes com Tireoidite de Hashimoto subjacente. ↳Em pacientes com o TSH sérico > 10 mU/L é grande a probabilidade de progressão para hipotireoidismo evidente com concentrações baixas de T4 livre nos 10 anos seguin- tes. Esses pacientes também são mais propensos a hiper- colesterolemia e aterosclerose. Eles devem ser tratados com levotiroxina, mesmo se forem assintomáticos. ↳Para pacientes com concentrações de TSH entre 4,5 e 10 mU/L, tratamento com levotiroxina é razoável se houver sin- tomas de hipotireoidismo inicial (p. ex., fadiga, depressão). CLÍNICA: SINAIS E SINTOMAS DO HIPOTIREOI- DISMO Os sinais e sintomas do hipotireoidismo primário, geralmente, são discretos e insidiosos. As manifestações incluem: » Manifestações metabólicas: diminuição da TMB, baixa temperatura corporal, intolerância ao firo, ga- nho de peso e diminuição do apetite; » Manifestações neurológicas: esquecimento, pareste- sia – pode estar associada a síndrome do túnel do carpo/tarso causada pela deposição de substancias basais proteicas nos ligamentos ao redor de punhos e tornozelos; artralgia, mialgia » Manifestações psiquiátricas: alterações de personali- dade, depressão; » Manifestações dermatológicas: edema de face, queda de cabelo, unha e cabelo quebradiço, pele seca e escamosa, carotenemia (deposito de caro- teno nas palmas das mãos e planta dos pés; » Outras manifestações: edema periorbital, pálpebras caídas, constipação intestinal, menorragia ou ame- norreia secundaria, diminuição da FR; derrame peri- cárdico/pleural; rouquidão. →Os sintomas podem diferir em pacientes idosos. DIAGNOSTICO DO HIPOTIREOIDISMO: →Para fazer o diagnostico do hipotireoidismo, usa-se como referência: » Hormônio estimulador da tireoide (TSH); » T4 livre; →A medição sérica do TSH é o exame mais sensível para o diagnostico do hipotireoidismo. No hipotireoidismo primário, não há inibição por feedback da hipófise e o TSH sérico está sempre elevado, ao passo que o T4 livre é baixo. No hipotireoidismo secundário, as concentrações de T4 livre e TSH são baixas (às vezes, o TSH é normal, mas com bioati- vidade reduzida). ↳Muitos pacientes com hipotireoidismo primário apresentam concentrações circulantes normais de T3, em virtude do es- tímulo mantido do TSH sobre a tireoide deficiente, resul- tando em síntese preferencial e secreção do hormônio bio- logicamente ativo T3. Consequentemente, o T3 sérico não é um exame sensível para hipotireoidismo. ↳A anemia é frequente, geralmente normocítica-normocrô- mica e de etiologia desconhecida, mas pode ser hipocrômica, em razão da menorragia, e às vezes macrocítica, em virtude de anemia perniciosa associada ou de absorção reduzida de ácido fólico. A anemia raramente é grave (hemoglobina ge- ralmente > 9 g/dL ou 90 g/L). Na medida em que se corrige o estado hipometabólico, a anemia desaparece, às vezes to- mando de 6 a 9 meses. ↳As concentrações de colesterol sérico são habitualmente altas no hipotireoidismo primário, mas menos no hipotireoi- dismo secundário. ↳Além do hipotireoidismo primário e secundário, outras do- enças podem causar diminuição da concentração total de T4, como a síndrome do doente eutireoideo e a deficiência de tireoglobulina sérica. ↳Triagem: o rastreamento é indicado em populações em que o hipotireoidismo é mais prevalente; idosos e mulheres em idade de pré e menopausa. TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO: →L-Tiroxina, ajustada até que as concentrações de TSH es- tejam de medias normais. A dose inicial em pacientes jovens ou de meia idade que do contrário são saudáveis pode ser 100 mcg ou 1,7 mcg/kg por via oral uma vez ao dia. Entretanto, em pacientes com doença cardíaca, a terapêu- tica é iniciada com doses baixas, geralmente 25 mcg, uma vez ao dia. A dose é ajustada a cada 6 semanas até a dose de manutenção ser alcançada. A dose de manutenção pode precisar ser aumentada em gestantes. A dose também pode precisar ser aumentada se os fármacos que diminuem a ab- sorção de T4 ou aumentam sua depuração metabólica são administradas concomitantemente. Para reproduzir o funcio- namento normal da tireoide, a levotiroxina deve ser tomada todos os dias, em jejum (no mínimo meia hora antes do café da manhã), para que a ingestão de alimentos não diminua a sua absorção pelo intestino. REFERÊNCIA: Anatomia e Fisiologia -SELEY, 10° ed. Princípios de Anatomia e Fisiologia -TORTORA, 14°ed. Resumo sobre hipotireoidismo (completo) – Sanarflix - Sanar Medicina, Sanar | Medicina, disponível em: https://www.sanar- med.com/resumo-sobre-hipotireoidismo-completo-sanarflix Hipotireoidismo - Secretaria da Saúde, Go.gov.br, disponível em: https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7631-hipotireoi- dismo HERSHMAN, Jerome M, Hipotireoidismo, Manual MSD Ver- são Saúde para a Família, disponível em: https://www.msd- manuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-me- tab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipotireoi- dismo https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/s%C3%ADndrome-da-doen%C3%A7a-eutireoidianahttps://www.sanarmed.com/resumo-sobre-hipotireoidismo-completo-sanarflix https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-hipotireoidismo-completo-sanarflix https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7631-hipotireoidismo https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7631-hipotireoidismo https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipotireoidismo https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipotireoidismo https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipotireoidismo https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipotireoidismo
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