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A lei das XII Tábuas

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A lei das XII Tábuas 
Em 562 a.C. os plebeus começam a reivindicar a redação das leis. Até então, as leis eram secretas e guardadas pelos sacerdotes. Eram aplicadas com grande severidade contra os plebes. 
Os patrícios resistiram o quanto puderam mas, em 450 a.C., foi promulgada a lei das 12 tábuas, elaboradas pelo decenvirato, inspiradas em Sólon. 
As Doze Tábuas não são uma compilação abrangente e sistemática de todo o direito da época (e, portanto, não formam códigos na acepção moderna do termo). São, antes, uma série de definições de diversos direitos privados e de procedimentos. Consideravam de conhecimento geral algumas instituições como a família e vários rituais para negócios formais.
O texto original das Doze Tábuas perdeu-se quando os gauleses incendiaram Roma em 390 a.C. Nenhum outro texto oficial sobreviveu, mas apenas versões não-oficiais. O que existe hoje são fragmentos e citações por outros autores 
A lei das XII Tábuas
Semelhantemente a outras leis primitivas, as Doze Tábuas combinam penas rigorosas com procedimentos também severos. Os fragmentos que sobrevivem não costumam indicar a que tábua pertenciam, embora os estudiosos procurem agrupá-los por meio da comparação com outros fragmentos que indicam a sua respectiva tábua. Não há como ter certeza de que as tábuas originais eram organizadas por assunto.
A lei das XII Tábuas 
Tábua 1:
1. Se alguém for chamado a Juízo, compareça.
2. Se não comparecer, aquele que o citou tome testemunhas e o prenda.
3. Se procurar enganar ou fugir, o que o citou poderá lançar mão sobre (segurar) o citado.
4. Se uma doença ou a velhice o impedir de andar, o que o citou lhe forneça um cavalo.
5 . Se não aceitá-lo, que forneça um carro, sem a obrigação de dá-lo coberto.
6. Se se apresentar alguém para defender o citado, que este seja solto.
7 . O rico será fiador do rico; para o pobre qualquer um poderá servir de fiador.
8. Se as partes entrarem em acordo em caminho, a causa estará encerrada.
9. Se não entrarem em acordo, que o pretor as ouça no comitium ou no forum e conheça da causa antes do meio-dia, ambas as partes presentes.
10. Depois do meio-dia, se apenas uma parte comparecer, o pretor decida a favor da que está presente.
11. O pôr-do-sol será o termo final da audiência.
A lei das XII Tábuas
Tábua 2
3 . Se alguém cometer furto à noite e for morto cm flagrante, o que; matou não será punido.
4. Se o furto ocorrer durante o dia e o ladrão for flagrado, que seja fustigado e entregue como escravo à vítima. Se for escravo, que seja fustigado e precipitado do alto da rocha Tarpéia.
5. Se ainda não atingiu a puberdade, que seja fustigado com varas a critério do pretor, e que indenize o dano.
6. Se o ladrão durante o dia defender-se com arma, que a vítima peça socorro cm altas vozes e se, depois disso, matar o ladrão, que fique impune.
11. A coisa furtada nunca poderá ser adquirida por usucapião.
A lei das XII Tábuas
Tábua 3
6. Se não pagar e ninguém se apresentar como fiador, que o devedor seja levado pelo seu credor e amarrado pelo pescoço e pés com cadeias com peso máximo de 15 libras; ou menos, se assim o quiser o credor.
7. O devedor preso viverá à sua custa, se quiser; se não quiser, o credor que o mantém preso dar-Ihe-á por dia uma libra de pão ou mais, a seu critério.
8. Se não houver conciliação, que o devedor fique preso por 60 dias, durante os quais será conduzido em três dias de feira ao comitium, onde se proclamará, em altas vozes, o valor da dívida.
9. Se não muitos os credores, será permitido, depois do terceiro dia de feira, dividir o corpo do devedor em tantos pedaços quantos sejam os credores, não importando cortar mais ou menos; se os credores preferirem poderão vender o devedor a um estrangeiro, além do Tibre.
A lei das XII Tábuas
Tábua 7
l. Se um quadrúpede causar qualquer dano, que o seu proprietário indenize o valor desse dano ou abandone o animal ao prejudicado.
2. Se alguém causar um dano premeditadamente, que o repare.
10. Se alguém difamar outrem com palavras ou cânticos, que seja fustigado.
11. Se alguém ferir a outrem, que sofra a pena de Talião, salvo se houver acordo.
16. Se alguém proferir um falso testemunho, que seja precipitado da rocha Tarpéia.
17. Se alguém matar um homem livre e; empregar feitiçaria e veneno, que seja sacrificado com o último suplício.
18. Se alguém matar o pai ou a mãe, que se lhe envolva a cabeça e seja colocado em um saco costurado e lançado ao rio.
Contribuições do direito romano
O direito romano, ao longo da história, avança de um direito extremamente formalista (direito formular) para versões mais focadas no consenso. 
Surgimento da boa-fé como princípio normativo e interpretativo.
Ainda não existe execução pelo Estado. Uma vez obtida a decisão, o beneficiário a executa, sob a supervisão do pretor. 
Desenvolve-se o sistema recursal (apelação).
Separação do direito e da religião. Laicização do direito. O jurista não é mais o sacerdote. 
 
Figuras notáveis do direito em Roma
Os romanos passam a buscar a justificação racional do direito, o que o aproxima da filosofia. 
Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.): Vários livros muito influentes na história da Europa: Da República, Das Leis, Da natureza Divina
Lúcio Aneu Séneca (4. aC., 65 d.C.): estoicismo. Rejeição aos afetos, o cumprimento do dever é um serviço à humanidade. Escreveu vários diálogos e tragédias, com destaque para “sobre a brevidade da vida”. 
César Marco Aurélio Antonino Augusto (121-180): imperador romano conhecido pela sabedoria. Filosofia estoica. Livro meditações. Último dos grandes imperadores romanos. Autores datam a decadências do império a partir de sua morte. 
O cristianismo no império romano
O cristianismo era, inicialmente, uma religião pequena e irrelevante. A partir de São Paulo, começa a penetrar no império Romano.
Há muita controvérsia sobre as razões pelas quais o cristianismo se desenvolveu tanto. Reza Aslan, por exemplo, interpreta que Jesus Cristo foi seguido porque era um revolucionário: “Isso tem menos a ver com espiritualidade e mais com os ensinamentos de Jesus. São ensinamentos únicos e extraordinários. Jesus teve uma visão de uma nova ordem mundial, em que ricos e pobres trocariam de lugar. Os primeiros se tornariam os últimos, e os últimos se tornariam os primeiros” Posteriormente, sua mensagem foi transcendentalizada. 
O fato é que cristianismo se expandiu pelo império nesses primeiros 2 séculos, apesar da brutal perseguição que sofreu. 
O cristianismo no império romano
A perseguição atingiu o ápice com o imperador Diocleciano (cerca de 245-316). Este pretendia reviver a velha cultura pagã, tornando-a religião de Estado. 
Imperador Constantino I (272-337): professou diversas religiões até se converter ao cristianismo em 312. Entretanto, Até um período muito tardio de seu reinado, no entanto, Constantino não abandonou claramente sua adoração com relação ao deus imperial Sol, que manteve como símbolo principal em suas moedas até 315.
Em 313, Constantino aprova o Édito de Milão, que garante a liberdade de culto. 
Construção de Constantinopla (nova Roma), para aproximar a capital das frentes de batalha da época. 
O cristianismo no império romano
Em 27 de fevereiro de 380 o imperador bizantino Teodósio 1º (347-395) promulgou um decreto declarando o cristianismo religião de Estado e punindo o exercício de cultos pagãos. Édito de Tessalônica.
o texto do decreto "Cunctos populos" não confirmava apenas a posição privilegiada do cristianismo, como também a persecução aos adeptos de outras fés:
"Todos os povos sobre os quais exercemos regência bondosa e moderada devem (...) converter-se à religião comunicada aos romanos pelo divino apóstolo Pedro (...) e claramente professada pelo pontífice Damásio, como também pelo bispo Pedro de Alexandria (...). 
Isto significa que nós, segundo a indicação apostólica e a doutrina evangélica, cremos numa divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, em igual majestade e em santa trindade. 
Apenas aqueles
que obedecem a esta lei poderão (...) chamar-se cristãos católicos. 
Os demais, que declaramos verdadeiramente tolos e loucos, carregarão a vergonha de uma seita herética. Tampouco poderão ser chamados igrejas seus locais de reunião. 
Por fim, que os persiga primeiramente o castigo divino, porém depois também nossa justiça punitiva, a nós outorgada por sentença celestial."
As invasões e o declínio do Império Romano
Referência: Gibbon, Edward: Declínio e queda do império Romano. 
Causas da crise do Império Romano:
- Enorme extensão territorial do império que dificultava a administração e controle militar (defesa);
- Com o fim das guerras de conquistas também diminuíram a entrada de escravos. Com menos mão-de-obra ocorreu uma forte crise na produção de alimentos. A queda na produção de alimentos gerou a diminuição na arrecadação de impostos. Com menos recursos, o império passou a ter dificuldades em manter o enorme exército;
- Aumento dos conflitos entre as classes de patrícios e plebeus, gerando instabilidade política;
- Crescimento do cristianismo que contestava as bases políticas do império (guerra, escravidão, domínio sobre os povos conquistados) e religiosas (politeísmo e culto divino do imperador);
- Aumento da corrupção no centro do império (Roma) e nas províncias (regiões conquistadas);
 
As invasões e o declínio do Império Romano
Gibbon, p. 52 -- "[...] o império tinha acima de 3 mil quilômetros de largura, desde o muro de Antonino e os limites setentrionais da Dácia até o monte Atlas e o trópico de Câncer; que  seu comprimento era de mais de 4800 quilômetros, do oceano ocidental ao Eufrates; que estava situado na parte mais bela da zona temperada, entre 24 e 56 graus de latitude norte; e que se supunha medisse mais de 4,1 milhões de quilômetros quadrados de terra, em sua maior parte fértil e bem cultivada".
As invasões e o declínio do Império Romano
Declínio econômico: massiva inflação promovida pelos imperadores durante a crise do terceiro século destruiu a moeda corrente, anulando a prática do cálculo econômico a longo prazo e consequentemente a acumulação de capital, que somada ao controle estatal da maioria dos preços teve efeitos desastrosos. Então, Roma começou a ter uma queda pelas demais expansões. A falta de condições financeiras e a falta de escravos para uso de mão-de-obra em todo o império geraram tais quedas.
Essas medidas tiveram consequências desastrosas pois, com quase todos preços artificialmente baixos, a lucratividade de qualquer empreendimento comercial foi anulada, resultando num colapso completo da produção e do comércio em larga escala e da relativa e complexa divisão do trabalho que existia durante a Pax Romana
Declínio cultural: a diversificação da população permite cada vez mais a contestação da autoridade do imperador.
Declínio militar: o crescimento da influência do exército o torna cada vez mais influente na decisão da sucessão dos imperadores, mas cada vez mais dividido em facções. Com a agregação dos estrangeiros ao exército, eles gradualmente se sentiram estimulados a compor exércitos próprios e lideranças próprias. 
É polêmica a questão de eventual influência do cristianismo na queda do império. Para a maioria, mesmo antes do cristianismo se tornar religião oficial, o império já vivia situações muito difíceis. Na verdade, até a queda efetiva do império, o lado oriental, que sobreviveu, continuou mais católico que o ocidental. 
No ano 400, os Visigodos invadem o Império do Ocidente e, embora inicialmente repelidos de Itália, em 410 invadem a cidade de Roma. A par destes eventos, em 406 e nos três anos seguintes, os Alanos, Vândalos e Suevos tomam conta do território da Gália, e em 409 atravessam os Pirenéus, instalando-se também na península Ibérica. Vários outros grupos bárbaros tomam igualmente parte nas intensas migrações deste período. Os Francos, Alamanos e Burgúndios têm como destino o norte da Gália enquanto que os Anglos, Saxões e Jutos se estabelecem nas Ilhas Britânicas. Os Hunos, liderados pelo rei Átila, o Huno, organizam invasões aos Balcãs em 442 e 447, à Gália em 451, e a Itália em 452. A ameaça dos Hunos prolongou-se até à morte de Átila em 453, quando a confederação por si liderada se fragmenta. Estes movimentos levados a cabo pelas várias tribos reorganizaram de forma dramática o mapa político e demográfico do que tinha sido o Império Romano do Ocidente
Em 476, Rômulo Augusto é deposto e convenciona-se marcar aí o fim do império romano do ocidente e da idade antiga.

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