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Intubação Orotraqueal, IOT. Indicações, contraindicações, cuidados, complicações e técnica.

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Intubação Orotraqueal
Trata-se do principal tipo de via aérea não cirúrgica. É a mais utilizada e com os melhores 
resultados. 
As cinco principais indicações são: 
• Incapacidade de manter a permeabilidade das vias aéreas; 
• Incapacidade de proteger a via aérea contra a aspiração; 
• Falha na ventilação; 
• Falha na oxigenação; 
• Antecipação da deterioração clínica para insuficiência respiratória (ex.: hematoma cervical 
em evolução). 
Contraindicações: 
• Obstrução da via aérea, impedindo a visualização e indicando via aérea cirúrgica; 
• Perda da anatomia facial ou orofaríngeo (ex.: trauma). 
Técnica: 
• Checklist 
• Luz do laringoscópio. 
• Selecionar o tubo orotraqueal (tot) adequado e testar balonete. A opção é, em geral, pelo 
maior tubo possível. Um valor usual é entre 7 e 8,5 mm em adultos (a partir do 8,0 há 
menor resistência do tot). 
• Dispositivo bolsa-válvula-máscara de ventilação ligado a circuito de O2 a 100%; 
• Fixador do tubo, seringa de 10 mL e guia metálico; 
• Aspirador à vácuo com cateter; 
• Sedativo, lidocaína spray e bloqueador neuromuscular; 
• Carrinho de emergência; 
• Monitorização hemodinâmica (se possível, PA invasiva); 
• Equipe auxiliar; 
• Equipamentos de proteção individual; 
• Posicionar o paciente em decúbito dorsal com a cabeça estendida, mas sem 
hiperextensão; 
• Colocar-se na cabeceira da maca e posicionar um coxim abaixo do osso occipital; 
• Em caso de suspeita de trauma cervical, solicitar ao auxiliar que estabilize a cabeça e 
região cervical do paciente 
(contraindicado a extensão cervical); 
• Checar parâmetros clínicos e hemodinâmicos (principalmente oximetria de pulso e pressão 
arterial); 
• Sedar o paciente com infusão em bolus intravenosa da medicação escolhida (ex.: 
Midazolan 5-15 mg, podendo ser associado 
a fentanil 50-150 mcg); pode ser necessário o uso de bloqueador neuromuscular deação 
rápida (ex: rocurônio 1 mg/Kg) 
em pacientes com estômago contendo alimentos; 
• Realizar oxigenação com a bolsa-máscara, acompanhar parâmetros de monitorização e 
nível de consciência. Um tempo de 2 minutos é aceitável; 
• Obtida a sedação (paciente inconsciente), realizar a laringoscopia; 
• Segurar o laringoscópio com a mão esquerda (no caso de destros); 
• Introduzir a lâmina do laringoscópio acima do lábio inferior, na cavidade oral, à direita, e 
deslocar a língua da direita 
para esquerda, com a ponta da lâmina curva em contato com as valéculas, para conseguir 
deslocar a epiglote; 
• Se utilizar lâmina reta deve-se cobrir a epiglite com a mesma; 
• A tração do cabo do laringoscópio deve ser realizado em direção superior e caudal, em 
direção única e reta. Não realizar 
o movimento de alavanca devido ao risco de trauma dentário; 
• Após visualização das cordas vocais, introduzir o tubo orotraqueal, junto com seu guia, 
entre as mesmas. Deve-se ter 
cuidado para que a ponta do guia não ultrapasse o final do tot. Por vezes, entortar a ponta 
do guia para cima pode 
ajudar na intubação de pacientes com difícil visualização das cordas vocais; 
• Avance o tubo até a posição média de 22 cm (varia conforme cada paciente); 
Júlio César Paixão Ribeiro Filho 
Intubação Orotraqueal
• Retire o guia do tubo e infle o balonete com 5-10 mL de ar (ajustar posteriormente com 
cufômetro); 
• Realize a ventilação através do tubo com o dispositivo bolsa-válvula-máscara e verifique 
aposição do tubo através da 
ausculta do tórax (bilateralmente) e epigástrio, e capnografia, caso disponível; 
• Fixar o tubo e solicitar radiografia de tórax para checar a posição do tubo (~2 cm acima 
dacarina); 
• A manobra deve durar em torno de 30 segundos. 
Cuidados: 
Não hiperinsuflar o balonete do tubo: usar um volume de ar suficiente para conseguir 
vedaçãoadequada; 
Observar a expansão pulmonar durante a ventilação; 
Se o paciente for transportado, a posição do tubo deverá ser reavaliada. 
Complicações: 
• Broncoaspiração (vômitos); 
• Intubação esofágica; 
• Intubação seletiva, colapso pulmonar e pneumotórax; 
• Laceração de partes moles das vias aéreas; 
• Lesão da coluna cervical por movimentação da cabeça durante o procedimento; 
• Luxação da mandíbula; 
• Fratura ou arrancamento de dentes; 
• Ruptura ou vazamento do balonete do tubo; 
• Trauma de via aérea, hemorragia e aspiração. 
Referencias: 
1. RICKLEBANK, S.; GLOVER, G. Development of a standard operating procedure and checklist 
for rapid sequence induction in the critically ill. Scandinavian journal of Trauma, resuscitation e 
emergency medicine. 2014. 
2. Martins, Herlon Saraiva. Medicina de Emergência. 12a ed. Editora Manole. 2017. 
3. Mulcaster JT, Mills J, Hung OR, et al. Laryngoscopic intubation: learning and performance. 
Anesthesiology 2003;98(1):23-7. 
4. Bernoche C, Timerman S, Polastri TF, Giannetti NS, Siqueira AWS, Piscopo A et al. 
Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados de Emergência da 
Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):449-663 
5. Diretrizes RCP 2019 American Heart Association. 
6. Wujtewicz M, Dylczyk-Sommer A, Aszkiełowicz A, Zdanowski S, Piwowarczyk S, Owczuk R. 
COVID-19 - what should anaethesiologists and intensivists know about it? Anaesthesiol 
Intensive Ther. 2020 Mar 20. pi: 401-33 
7. Giwa A,Desai A.Novel coronavirus COVID-19: an overview for emergency clinicians. Emerg 
Med Pract. 2020 Feb 27;22(2 Suppl 2):1-21.
Júlio César Paixão Ribeiro Filho

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