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Patologia Especial II 6 Aula 02 – Prof. Taiane Processo inflamatório que envolve o parênquima hepático pode ser um processo químico, processo viral ou processo bacteriano sendo mais comum a infecção viral Se eu tenho um agente etiológico ele dispara uma resposta inflamatória que gera consequência levando a manifestações clínicas Toda hepatite vai ter manifestação clínica ? Não, geralmente é subclínica Sintomas mais comuns das hepatites: icterícia, febre, fadiga e dor abdominal Classificação: de acordo com o tempo Aguda sintomática: é transitória, dura de 1 a 2 semanas e depois cessa Crônica: longo período, no mínimo 6 meses de doença contínua ou 6 meses recorrente (vai e volta com os sintomas) Hepatite AGUDA viral → infiltrado inflamatório LINFÓCITOS (linfócitos combatem vírus) → se evoluem para CRÔNICA → infiltrado inflamatório continua LINFÓCITOS Hepatite aguda bacteriana → infiltrado inflamatório NEUTROFILO → se evolui para crônica → infiltrado inflamatório é LINFÓCITO Infecção viral mais frequente ocasionada por vírus hepatotrópicos (tropismo/afinidade pelas células hepáticas – hepatócitos) Vírus hepatite A, B, C, D e E ( HAV, HBV, HCV e HEV) Outros vírus: Epsteins-Barr (Mononucleose infecciosa), febre amarela, citomegalovírus, herpes vírus e adenovírus Todas as hepatites são RNA (exceção a HBV) Parenteral: corrente sanguínea, o paciente tem contato com o sangue contaminado através de sexo sem proteção, compartilhamento/ferimento por agulhas e instrumentos e perinatal. Patologia Especial II 6 HAV: apenas aguda, ou seja, não cronifica, a via de transmissão é oral-fecal. Presente mais em crianças em idade escola devido a falta de higiene. Anticorpos IgM específicos contra o HAV aparecem com o início dos sintomas, constituindo um marcador confiável de infecção aguda. A eliminação fecal do vírus termina quando o título de IgM aumenta. A resposta de IgM geralmente começa a decair em alguns meses e é seguida pelo aparecimento de IgG anti-HAV HBV: pode ser aguda ou crônica, poucos se infectam com HBV por causa da vacina e os que se infectam geralmente tem manifestação aguda e são subclínicos (nem sabem que teve contato com o vírus e descobrem ao acaso ao fazer exame de rotina). HBV crônico a taxa é menor pode ter a resolução do processo (cura espontânea) ou pode ter uma insuficiência hepática crônica que pode evoluir para uma cirrose hepática e/ou carcinoma hepático celular. É necessário PCR para avaliar a carga virar do HBV e ver se o paciente está respondendo ao tratamento HCV: transmissão parenteral → aguda ou crônica → principal tipo de lesão associado a transplante hepático → tende a evoluir mais para a crônica grave. Dosagem de anticorpos de HSV total (IgM e IgG) nesse caso é necessário PCR para HCV HDV: isoladamente é inofensivo → só tem manifestação aguda quando combinado com o HBV → super infecção (eu já tenho um e me infecto com o outro mais comum eu ter o HDV e me infecto com HBV OU coinfecção (em conjunto com o HBV) HEV: igual o HAV a diferença é a faixa etária é mais comum em adultos, é mais aguda. Crônico só em casos de imunossuprimidos como transplantados e HIV Curso clínico da hepatite viral: é imprevisível - Doença subclínica as vezes o paciente descobre por acaso que teve hepatite e ocorre recuperação espontânea - Doença indolente, sem progressão por muitos anos. Sintomas brandos - Minoria doença progressiva. Sintomatologia evolui para insuficiência hepática Hepatite aguda → pode evoluir para insuficiência hepática aguda/hepatite fulminante Hepatite crônica → pode evoluir para insuficiência hepática crônica Hepatite crônica → pode evoluir para cirrose → que evolui para insuficiência hepática crônica Hepatite crônica → cirrose → insuficiência hepática crônica → carcinoma hepato celular (câncer hepático que tem células primárias os hepatócitos) Insuficiência hepática: o fígado perde a função devido a morte dos hepatócitos Patologia Especial II 6 Hepatite Aguda Todos os vírus hepatotrópicos podem levar a manifestação aguda da doença Manifestações clínicas aparecem mais ou menos 9 semanas após a infecção pelo vírus Sintomas comuns: mal-estar, perda de apetite, fadiga e frequentemente icterícia Características morfológicas da hepatite aguda: O processo inflamatório vai estar disperso por todo o lóbulo hepático Desorganização dos cordões de hepatócitos Intenso infiltrado linfócitico O infiltrado linfócitico é reconhecido pelo TCD8 (citotóxico) → que reconhece o hepatócito infectado pelo vírus → APOPTOSE Degeneração hidrópica: hepatócitos tumefeitos /BALONIZADOS→ o intenso infiltrado inflamatório causa uma falha na bomba de sódio e potássio que está na membrana do hepatócito → entra água no hepatócito ( alguns hepatócitos tumefeitos como esse acúmulo de água ocorre gradualmente quando a membrana estoura a membrana do hepatócito ocorre morte por necrose → não é comum) Hepatócitos que morreram por apoptose → geram corpos apoptóticos → são removidos pelos macrófagos do fígado ( células de Kupper) Colestase: é um evento → acúmulo de bile → Colestase intra-hepato-cística quando ocorre no interior do hepatócito ou Extra-hepato-cística quando ocorre no interior dos canalículos biliares Hepatócitos Balonizados: Muitos hepatócitos na hepatite aguda mostram citoplasma abundante e claro por entrada de água, com dispersão das organelas. Os grânulos pardacentos no citoplasma são de pigmento biliar (bilirrubina). A entrada de água se deve a distúrbios metabólicos da célula, especialmente da bomba de sódio da membrana plasmática, por efeito direto do vírus ou de ataque de células imunes. Presumivelmente são células gravemente lesadas e destinadas a morrer Patologia Especial II 6 Hepatite Crônica Doença hepática contínua ou recorrente ≥ 6 meses. Com sintomatologia bioquímica, sorologia e/ou teste molecular. Exames de sangue são úteis para identificar o tipo de vírus causador da hepatite. A sorologia pode detectar e diferenciar as hepatites A, B, C, D ou E. Exames: TGO, TGP, imunoglobulina direta e indireta e gama GT A maioria da hepatite crônica é a HCV, HBV ou HBV + HDV. Causa mais comum da hepatite crônica: autoimune (lembrando que todas as hepatites crônicas possuem as mesmas características a única diferença é que a na hepatite alcoólica possui esteatose ) Patologia Especial II 6 Características morfológicas da hepatite crônica: Inflamação predomina na tríade portal ou seja ao redor do espaço porta Hepatite de interface: células inflamatórias migram por entre os cordoes de hepatócitos O intenso infiltrado inflamatório danifica o tecido de sustentação do espaço morta → necrose do tecido conjuntivo do espaço porta → tecido conjuntivo morre e é substituído por fibrose Trave fibrosa: fibrose que forma ao redor do espaço porta Hepatite de interfase → pode progredir para a veia Centrolobular ou pode progredir para outro espaço porta Hepatócito regenera até certo ponto → quando ele cansa de se regenerar surge fibrose → Fibrose septa é quando une espaço porta + espaço porta ou espaço porta + veia centro lobular No septo fibroso: ocorre reação ductular: proliferação dos canalículos biliares → ocorre uma ativação de células troncos que estão presentes no canal de Hering → função dos canalículos é tentar transportar a bile Exceção: morfologia da crônica do HBV e HCV se diferem um pouco HBV: aparecem os hepatócitos com aspecto de vidro fosco (presença de acúmulo de antígeno de superfície do HBV – HBsAg) HCV: aparecem hepatócitos com esteatose macro vesicular focal e agregados linfoides nos tratos portais Patologia Especial II 6
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