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PEÇA 06-ESTÁGIO SUPERV. IV

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AO DOUTOR JUÍZO DE DIREITO DA XX VARA CÍVEL DA COMARCA DE CONDONÓPOLIS - TO
						NORBERTO DA SILVA, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, com endereço eletrônico XXXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXXX, Bairro XXXXX, da Cidade XXXXXX, fundamentado pela Lei n. 10.257/01 c/c art. 1.240 do CC e artigos 941 a 945 do CPC pelo rito sumário, vem respeitosamente à presença do Juízo propor a presente:
AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO
						em face de Cândido Gonçalves, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, com endereço eletrônico XXXXX, residente e domiciliado na Rua XXXXX, Bairro XXXXX, na Cidade XXXXX.
I - DAS PRELIMINARES
A- DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA 
						Fica garantido à todos aqueles que não tiverem condições de arcar com as custas processuais a concessão do benefício da gratuidade, conforme versa o art. 1º, §2º, da Lei nº. 5.478/68 c/c caput do art. 98 do CPC. 
Lei nº 5.478 de 25 de Julho de 1968
Dispõe sobre ação de alimentos e dá outras providências.
Art. 1º. A ação de alimentos é de rito especial, independente de prévia distribuição e de anterior concessão do benefício de gratuidade.
§ 2º A parte que não estiver em condições de pagar as custas do processo, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família, gozará do benefício da gratuidade, por simples afirmativa dessas condições perante o juiz, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais.
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
§ 1º A gratuidade da justiça compreende:
I - as taxas ou as custas judiciais;
II - os selos postais;
III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios;
IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário integral, como se em serviço estivesse;
V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames considerados essenciais;
VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira;
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução;
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;
IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido.
§ 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
§ 4º A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas.
§ 5º A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.
§ 6º Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.
§ 7º Aplica-se o disposto no art. 95, §§ 3º a 5º, ao custeio dos emolumentos previstos no § 1º, inciso IX, do presente artigo, observada a tabela e as condições da lei estadual ou distrital respectiva.
§ 8º Na hipótese do § 1º, inciso IX, havendo dúvida fundada quanto ao preenchimento atual dos pressupostos para a concessão de gratuidade, o notário ou registrador, após praticar o ato, pode requerer, ao juízo competente para decidir questões notariais ou registrais, a revogação total ou parcial do benefício ou a sua substituição pelo parcelamento de que trata o § 6º deste artigo, caso em que o beneficiário será citado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se sobre esse requerimento.
						Portanto, fica claro a hipossuficiência econômica do Autor, uma vez que não possui condições para arcar com as custas processuais sem que haja prejuízo de seu próprio sustento e de sua família. Desse modo, requer a concessão do benefício da gratuidade judiciária.
B - DA PRIORIDADE - LEI Nº 10.741/2003
						Conforme versa o caput do art. 71 da Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), a prioridade na tramitação abrange os processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais, em qualquer instância.
						Nesse sentido, o Autor é pessoa idosa, visto que, possui mais de 60 (sessenta anos) de idade, o qual faz jus a prioridade de tramitação. 
						Ainda assim, tem-se o art. 1.048 do CPC, que estabelece que aqueles que figurem como parte ou interessado, apresentando idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos possuem prioridade na tramitação dos procedimentos.
						Portanto, requer a parte autora que o processo tramite conforme prioridade demonstrada.
II - DOS FATOS 
						NORBERTO DA SILVA, pessoa desprovida de qualquer bem material, adquiriu de terceiro, há nove anos e meio, posse de um terreno medindo 240m², localizado em área urbana, onde construiu moradia simples para sua família.
						Terreno este, que fica na Rua Cardoso Soares, nº 42, no Bairro Lírios, na Cidade de Condonópolis, no Estado de Tocantins. Tem como vizinhos do lado direito CARLOS, do esquerdo EZEQUIEL e, dos fundos EDGAR.
						O citado Bairro passou por um processo de valorização no último ano devido à construção de diversos projetos imobiliários. Diante disso, o Autor tem sido constantemente sondado a se retirar do local, recebendo inúmeras ofertas de valor insignificante.
						Por esse motivo, o Autor vem se preocupando com a abordagem das construtoras, uma vez que alegam que o terreno sequer pertence a ele, estando registrado em nome de CÂNDIDO GONÇALVES.
						No entanto, o Autor não tem nenhum interesse em aceitar tais ofertas, visto que, já se encontra com setenta e dois anos de idade, viúvo e acostumado com a vida na localidade, o qual demonstra desejo de permanência com seus filhos. 
						 Entretanto, o autor de fato não possui nenhum documento oficial comprobatório que lhe resguarde seu direito de propriedade do imóvel. Contudo, verificar-se o fenômeno da usucapião, sendo ele o legítimo proprietário pela posse que exerce na propriedade.
III - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS NO MÉRITO
						Por meio da Constituição Federal de 1988, em que consagra a função social da propriedade, tem-se que toda propriedade deve ter destinação que assuma uma finalidade útil à sociedade, de modo a evitar o uso abusivo e improdutivo da propriedade.
						Diante do art. 183 da CRFB/88 tem-se que é assegurado o direito de propriedade por usucapião 
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
						Ainda assim, tem nesse sentido, o caput do art. 1.240 do CC 
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietáriode outro imóvel urbano ou rural.
						Assim sendo, tem-se que o Autor que reside no imóvel no endereço citado exerce posse mansa e pacífica, sem oposição de quem quer que seja. 
						Além disso, ele construiu sua casa no referido local, o que faz dela não apenas seu lar, mas também seu domicílio, ou seja, local em que estabeleceram sua residência com ânimo definitivo, conforme expressa o art. 70 do CC.
						Para que possa comprovar sua posse, tem-se os confinantes, que atestam o tempo em que o Autor reside no local.
						Ainda assim, o autor traz como prova que não possui nenhum outro imóvel em seu nome, conforme documento em anexo. E como se sabe, ao se tratar de terreno inferior a 250 m2 (planta anexa) e destinado exclusivamente para sua moradia.
 Portanto, o autor atingiu todos os requisitos de posse, inexistência de outra propriedade, tamanho do imóvel e destinação do bem, incide o fenômeno da usucapião, o qual lhe concede o direito de propriedade ao autor, que busca o judiciário a fim de regularização cartorária do imóvel.
IV - DOS PEDIDOS 
Por tudo que foi exposto, requer:
· concessão dos benefícios da gratuidade judiciária e da prioridade na tramitação;
· citação do Réu para, querendo, apresentar contestação, sob pena de incidência dos efeitos da revelia;
· citação dos confinantes CARLOS, EZEQUIEL e EDGAR nos endereços XXXX, pessoalmente conforme versa o art. 246, §3º CPC;
· citação dos interessados via edital, como determina o art. 259, inc I, do CPC;
· intimação da Fazenda Pública da União, do Estado e do Município, para manifestarem;
· intimação do Ministério Público;
· no mérito, a procedência de pedido para que declare a propriedade do imóvel ao autor;
· condenação do Réu em custas e honorários advocatícios.
V - DA PRODUÇÃO DE PROVAS 
Protesta a produção de provas por todos os meios em direito admitido.
VI - DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se o valor da causa em XXX.
VII - DO ROL DE TESTEMUNHAS
1 - XXXXXXXX
2- XXXXXXXX
3- XXXXXXXX
Nestes termos,
 pede deferimento.
Local, data
Advogado, OAB XXXX

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