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Fisiopatologia da Dor 1 Fisiopatologia da Dor Até a quinta da semana que vem —> Entregar casos clínicos Classificação da Dor Aguda —> Até 12 semanas Crônica —> Mais de 12 semanas Nociceptiva: Estimulada a partir de um dano tecidual Somática: Pode ser “apontada”, sendo bem localizada Visceral: Menos caracterizada pelo paciente Neuropática: Ocorre a partir de uma disfunção das vias neuropáticas da dor Mista/Complexa: Câncer como principal causa, gerando dor de ambas as formas; O trauma estimula a liberação de substâncias pró-inflamatórias —> Histamina, serotonina, bradcinina, prostaglandinas… Ativação de fosfolipase A2, Leucotrienos e prostaglandinas Prostaglandinas com estímulos capazes de sensibilizar nociceptores Também geram uma resposta febril, pois os pirogênios exógenos estimulam a produção de pirogênios endógenos, gerando prostaglandinas que atuam no hipotálamo elevando o set-point do centro termorregulador Ácido aracdônico podendo ser convertido em lipoxigenases (envolvidos em reações alérgicas) e em PGG2 (Pela ação das cicloxigenases), que originam troboxano A2 e prostaglandinas Cicloxigenase 1 (COX-1) —> Constitutiva Cicloxigenase 2 (COX-2) —> Tem sua produção induzida a partir de um estímulo (inflamação) Recrutamento de células com vasodilatação Estimulam o primeiro neurônio sensitivo (Nociceptores), estimulados, principalmente, pela bradicinina e pelas prostaglandinas —> Despolarização e Fisiopatologia da Dor 2 condução do impulso à membrana espinhal Ao mesmo tempo em que ocorre a despolarização há um fluxo anterógrado de substância P e substância relacionado ao gene calcinonina —> Amplificação da sensação dolorosa —> Sensibilização periférica A partir da cascata há uma redução do limiar doloroso, levando a sensibilização periférica Leucotrienos com ação quimiotáxicas, enquanto as prostaglandinas causam dor, vasodilatação e febre Fibras A-delta e C relacionadas à dor —> A-delta mais rápida entre elas Fibras C não contém mielina —> Associada a dor crônica Fibra A-Delta relacionada à dor aguda Fibras A-beta relacionada à pressão Segunda Sinapse O primeiro neurônio libera substância P (Estímulo das fibras C) e glutamato (Fibras A-Delta) no corno posterior da medula Fisiopatologia da Dor 3 Glutamato se liga nos receptores NMDA e AMPA —> Despolarização do segundo neurônio Substância P se liga na neuroquinina, induzindo despolarização 💡 Interneurônio libera GABA como responsável por inibir a dor, sendo a sua ativação o foco de alguns medicamentos, o qual está relacionado com a transmissão das fibras C Uma dor aguda não tratada leva a um excesso de substância P, danificando as estruturas neuronais e levando a uma dor crônica Terceira Sinapse O segundo neurônio sobre pelo trato neoespinotalâmico, ocorrendo a sinapse do tálamo para o córtex Processamento da dor no córtex com geração de uma resposta inibitória da dor (Finalização da via aferente dolorosa) Via Analgésica da dor Com o processamento no córtex, uma resposta é gerada, com liberação de serotonina e noradrenalina descendo até o corno posterior da medula (Interneurônio) via neurônio descendente O neurônio descendente estimula o interneurônio, o qual libera encefalina e endorfina (opioides endógenos) Inibem o segundo neurônio Inibe a resposta dolorosa 💡 Os opioides (tramadol, morfina e codeina) agem bloqueando o segundo neurônio Fisiopatologia da Dor 4 O estímulo mecânico da região traumatizada estimula os mecanoceptores que, não cruzam no corno posterior da medula, fazendo sinapse com o interneurônio e bloqueando a via das fibras C Sensibilização Central Células da glia regulam a concentração de glutamato Maior estímulo da glia —> Maior concentração de glutamato —> Maior estímulo doloroso nos receptores NMDA Despolarização precoce do segundo neurônio Inativação dos interneurônios Quanto maior a concentração de substância P e glutamato, maior ativação da glia Mais substância P —> Mais estímulo do neuroquinina —> Mais entrada de sódio Mais glutamato —> Maior estímulo do AMPA —> Mais sódio na fenda Carga muito negativa na fenda atrai o magnésio do receptor MNDA —> Deixa o receptor aberto —> Entrada grande de cálcio e de sódio —> Despolarização Terapia da Dor AINES com capacidade de reduzir os sinais cardinais da inflamação, além de atividade analgésica e antitérmica Inibem as COXs, reduzindo a síntese de prostaglandinas e de tromboxano A2 (Efeito anticoagulante), podendo ter uma inibição irreversível (Ácido acetilsalicílico), ligando-se a enzima sem dissociar-se, devendo haver renovação da enzima, ou reversível (demais AINES), que ligam-se às COXs, porém se dissociam Podem ser não-seletivos —> Ibuprofeno e naproxeno, ligando-se tanto a COX1 e COX2 Seletivos —> Ligam-se apenas à COX-2, como diclofenaco Desequilíbrios na cascata de coagulação —> A COX-1 atua produzindo tromboxano A2 pró-coagulante, enquanto a COX-2 produz prostaglandina Fisiopatologia da Dor 5 anticoagulante, de modo que a redução de uma delas gera um desequilíbrio hemorrágico ou trombótico Cascata do ácido aracdônico desviada para a via dos leucotrienos pela inibição das COX Dipirona e Paracetamol —> Apresentam fraquíssima ação anti-inflamatória, não sendo classificados como tal; Paracetamol: Assemelha-se ao AM404, que aumenta a concentração de endocanabinóides, de modo que, no SNC, o paracetamos é convertido em AM404, reduzindo a captação de endocanabinoides, aumentando a sua concentração e induzindo a via analgésica no córtex; Dipirona: Produz metabólitos ativos que atuam de forma semelhante aos endocanabinoides, inibem a transmissão gabaérgica, induzindo a via descendente da dor (via analgésica) Opióides —> Mecanismo triplo, atuando em nível supramedular, medular e periférico Interagem na membrana dos interneurônios gabaérgicos no córtex, impedindo a secreção de GABA e a desativação da via descendente, ainda que esta esteja hiperestimulada Inibe a via ascendente excitatória Interagem com receptores periféricos que impedem a liberação de substâncias inflamatórias Avaliação da Dor PQRST Provocadores e Precipitantes Qualidade da Dor Região e Radiação Severidade e Sintomas Associados Tempo e Tratamento Fisiopatologia da Dor 6 O paciente com dor crônica em cuidados paliativos tem sua dor crônica controlada se estivar em escala 3/10 abaixo, pois, muitas vezes, não será possível zerá-la; Deve-se atentar às expressões faciais do paciente em UTI, contração de músculos, resistência à ventilação mecânica (tose, intolerância, luta…) Escala da Dor A associação de opioides não deve ser feita, visto que ambos terão o mesmo mecanismo de ação O uso de fármacos adjuvantes pode ser feito, como antidepressivos, anticonvulsivantes e antagonistas de NMDA, usados, principalmente, diante de dores neuropáticas 1º Degrau Analgésicos não-opioides —> Dipirona e Paracetamol como base Fisiopatologia da Dor 7 AINES —> Geralmente quando a dano tecidual, não sendo muito indicado para tratar dores crônicas devido aos efeitos colaterais Uso pelo menor tempo possível, apenas para controlar o sintoma —> Dano renal, dano estomacal… Fármacos adjuvantes —> Atuam na via moduladora da dor Antidepressivos tricíclicos: Aumentam a produção de dopamina, elevando o limiar de dor Amitriptilina: Muito utilizado no SUS (Sonolência e Apetite) ISRS Inibidores Duais (Serotonina e Noradrenalina): Maiores benefícios como adjuvante da dor) Duloxetina e Desvenlafaxina Anticonvulsivantes: Reduzem a excitabilidade dos neurônios Corticoide: Bom adjuvantes para pacientes oncológicos, por atuar tanto na dor neuropática quanto na dor nociceptiva Alfa 2 adrenérgicos ou Cetamina: Pacientes com dor em terminalidade, por inibirem o receptor NMDA Canabidiol 2º Degrau Uso principalmente opioides fracos, como a Codeina e Tramadol Codeína Opioide natural Maior efeito antitussígenos e constipante (Deve prescrever um laxante junto) Prescrever a cada4 horas de 7,5 a 60 mg Equipotência de 1/10 da morfina oral Sem formulação parenteral Fisiopatologia da Dor 8 Conversão hepática à morfina, de modo que, em pessoas com deficiência na enzima responsável pela conversão, não haverá resposta à dor; Tramadol Opioide sintético metabolizado em diversos metabólitos Inibe a receptação de noradrenalina e de serotonina, atentando-se ao uso juntamente com antidepressivos Maior biodisponibilidade por via oral 50-100 mg VO/IV/SC de 6/6 horas Dose máxima de 400 mg 1/6 a 1/10 da morfina oral Se usado juntamente com ondasetrona, tem seu efeito analgésico reduzido 50mg de tramadol VO equivalem a 100mg de tramadol EV Pacientes com câncer com dor moderada pode-se fazer doses baixas de morfina para evitar os efeitos colaterais do tramadol e da codeína 3º Degrau Morfina e opioides fortes Uso a cada quatro horas por ser o tempo médio de meia vida Sempre dar preferência pela via oral, devido aos maiores riscos de de efeitos colaterais das outras vias, além do menor período de meia-vida 1H —> Ação por via oral 30 min —> Ação por via subcutânea ou intramuscular 15 min —> Via endovenosa Importância dos intervalos regulares para manutenção da faixa terapêutica Morfina de ação rápida Dimorf ou Dolomoff Comprimidos de 10 e de 30 mg Fisiopatologia da Dor 9 Solução oral —> 32 gotas = 10 mg Administrada a cada 4 horas, sendo ideal para titulação de dose 5 a 10 mg por via oral ou 2 a 3 mg por via subcutânea como doses iniciais Conversão oral/parenteral = 3/1 Parenteral Ampolas de 2mg/2ml ou 10mg/ml Metabolismo hepático e excreção renal Pode ser diluída Evitar uso em bolus Preferir via endovenosa contínuas ou subcutâneas Se virgem de opioides —> 5 mg VO = 1-2 mg IV/SC Morfina de longa duração Dimorf LC —> Cápsulas de 30, 60 e 100 mg Uso a cada 8 a 12 horas, com ação iniciando de 3 a 4 horas após o uso Conversão rápida/longa = 1/1 Oxicodona Alta biodisponibilidade Duas vezes mais potente que a morfina Metadona Excreção renal e fecal, sendo preferível para pacientes com insuficiência renal, pela excreção compartilhada Metabolismo hepático Meia-vida longa e imprevisível Boa opção para dor neuropática por ser um antagonista do NMDA Uso com cautela em pacientes cardiopatas Posologia inicial com 5mg VO ou 2,5 mg IV/SC a cada 8 ou 12 h Fisiopatologia da Dor 10 Relação metadona/morfina = 5/1 💡 Sintomas como náusea após dias de uso podem indicar toxicidade de quaisquer opióides, devendo ser investigado, entretanto, nos primeiros dias, é um efeito adverso. Fentanil transdérmico Durogesic TD Início de ação de 12 a 48 h do uso, de modo que não devem ser retirados os opioides de ação rápida nas primeiras 12h 100 vezes mais potente que a morfina Conversão de 25 mcg/h = 60 mg de morfina Resgate deve ser feito com morfina de ação rápida Troca do adesivo a cada 3 dias 💡 A exceção, fora este, todos os resgates devem ser feitos com a mesma dose Fisiopatologia da Dor 11 Efeitos colaterais dos opioides Náuseas e vômitos Sonolência Confusão mental Constipação intestinal Boca seca sudorese Prurido Retenção urinária Depressão respiratória Toxicidade Depressão respiratória (Usar Naloxone 0,04 mg IV a cada 3 min para reverter) <8 ipm de FR Miose Mioclonias Hiperalgesia Alodínea Conduta: Hidratação, redução de dose de 20 a 30% e rotação de opioide Pacientes com insuficiência Hepática Morfina: Reduzir dose de 3 a 5 vezes Pacientes com Insuficiência Renal Metadona = Segura e preferencial Morfina com dose redusida Fentanil Doses de Resgate Fisiopatologia da Dor 12 Equivale a 5 a 10% da dose diária total da droga Se forem necessários mais de 2 resgates, deve-se reavaliar Uso em caso de dor igual ou maior que 5 Não utilizar opioides de liberação prolongada Via oral preferencialmente Aguardar o tempo para o efeito máximo Ajuste Final Aumento progressivo da dose até controle da dor (ESAS ≤3) Conversão para opioides de ação prolongada Rotação de opioides em pacientes que carecem de doses altas Usar adjuvantes para evitar grandes aumentos nas doses dos opioides Reduzir 25% da dose do opioide novo para evitar tolerância cruzada Conversão de opioide fraco para forte não é necessário reduzir a dose
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