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Neoplasias (Adaptações celulares)

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Neoplasias
Lesões reversíveis, irreversíveis e morte celular
-> RNP (relação núcleo-citoplasma) de células cancerígenas é maior do que células normais.
-> A lesão celular ocorre quando as células são submetidas a um estresse tão severo que não são capazes de se adaptar, ou quando são expostas a agentes perniciosos. A hipóxia, a isquemia, os agentes físicos/químicos, os agentes infecciosos e as reações imunológicas são algumas das causas de injúria celular.
Inicialmente a lesão se manifesta por meio de alterações funcionais e morfológicas reversíveis. Conforme ocorre a progressão do dano, esse processo pode culminar em alterações irreversíveis e, portanto, morte celular. Existem, ainda, dois tipos de morte celular, a apoptose e a necrose, sendo está sempre um processo patológico.
Lesões Reversíveis
Nos estágios iniciais ou nas formas leves de lesão, as alterações morfológicas e funcionais são reversíveis se o estímulo nocivo for removido. Nesse estágio, embora existam anomalias estruturais e funcionais significativas, a lesão ainda não progrediu para um dano severo à membrana e dissolução nuclear.
· Esteatose (degeneração gordurosa):
· acúmulos anormais de triglicerídeos dentro das células parenquimatosas. Com frequência a degeneração gordurosa é vista no fígado porque este é o principal órgão envolvido no metabolismo lipídico.
· As causas de esteatose incluem toxinas, desnutrição proteica, diabetes melito, obesidade e anoxia.
· Degeneração hialina (proteica):
· O acúmulo de proteínas na célula lhe confere um aspecto translúcido, homogêneo e eosinofílico, por isso também é conhecida por degeneração hialina. 
· Proteínas acumuladas podem ser intracelulares ou extracelulares. 
· As principais causas de acúmulos intracelulares são a reabsorção de proteínas pelo epitélio tubular renal, produção excessiva de proteínas normais e por defeitos no dobramento das proteínas. Infecções virais apresentam corpúsculos de inclusão, que são patognomônicos para certas doenças como a cinomose e a raiva.
· Degeneração mucóide:
· É um processo agudo e reversível, sendo encontrado mais frequentemente nos ligamentos, tendões, meniscos, duramater espinhal e em algumas imunopatias.
· Aumento intracelular e/ou intersticial de mucinas e mucopolissacarídeos neutros, em consequência do aumento da função secretora dos epitélios mucíparos.
· Degeneração Glicogênica:
· Depósitos intracelulares excessivos de glicogênio são encontrados em pacientes com uma anormalidade no metabolismo da glicose.
· Nos hepatócitos, ocorre por hiperglicemia, doença metabólica induzida por fármacos (ex: corticosteróides); deficiência enzimática relacionada a doenças de armazenamento de glicogênio, ou por tumores hepatocelulares. Ex: Diatebe Mellitus.
· Macroscopicamente não há lesão aparente se for induzida por corticóides.
· Degeneração Hidrópica:
· É o acúmulo de água nas células, devido a alterações na bomba de sódio e potássio, retendo sódio na célula, e consequentemente, retendo água. 
· Suas principais causas são hipóxia, hipertermia, intoxicação, infecção de caráter agudo, toxinas, hipopotassemia e distúrbios circulatórios. 
· No início o líquido se acumula no citoplasma, causando aumento de volume e aspecto de citoplasma diluído. 
Adaptações Celulares:
Hiperplasia
· a hiperplasia ocorre se o tecido contém populações celulares capazes de se dividir; ocorre simultaneamente com a hipertrofia e sempre em resposta ao mesmo estímulo.
· A hiperplasia pode ser fisiológica ou patológica. Em ambas as situações, a proliferação celular é estimulada por fatores de crescimento que são produzidos por vários tipos celulares.
· Os dois tipos de hiperplasia fisiológica são: (1) hiperplasia hormonal, exemplificada pela proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e durante a gravidez e (2) hiperplasia compensatória, na qual cresce tecido residual após a remoção ou perda da porção de um órgão.
· A maioria das formas de hiperplasia patológica é causada por estimulação excessiva hormonal (Ingestão Exógena) ou por fatores do crescimento.
Hipertrofia
· A hipertrofia é um aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do órgão. Em contraste, a hiperplasia é caracterizada por aumento do número de células devido à proliferação de células diferenciadas e substituição por células-tronco do tecido. Dito de outro modo, na hipertrofia pura não existem células novas, apenas células maiores, contendo quantidade aumentada de proteínas estruturais e de organelas
· A hiperplasia é uma resposta adaptativa em células capazes de replicação, enquanto a hipertrofia ocorre quando as células possuem capacidade limitada de se dividir. A hipertrofia e a hiperplasia podem também ocorrer juntas e, obviamente, ambas resultam em órgão aumentado.
· A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica e é causada pelo aumento da demanda funcional ou por fatores de crescimento ou estimulação hormonal específica.
· Exemplo: Durante a gravidez, o aumento fisiológico maciço do útero ocorre como consequência da hipertrofia e hiperplasia do músculo liso estimulado pelo estrogênio.
· Um exemplo de hipertrofia celular patológica é o aumento cardíaco que ocorre com hipertensão ou doença de valva aórtica.
Atrofia
· A diminuição do tamanho da célula, pela perda de substância celular, é conhecida como atrofia. Quando um número suficiente de células está envolvido, todo o tecido ou órgão diminui em tamanho, tornando-se atrófico
· Deve ser enfatizado que, embora as células atróficas tenham sua função diminuída, elas não estão mortas.
· As causas da atrofia incluem a diminuição da carga de trabalho (p. ex., a imobilização de um membro para permitir o reparo de uma fratura), a perda da inervação, a diminuição do suprimento sanguíneo.
Metaplasia
· É uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular. Ela representa uma substituição adaptativa de células sensíveis ao estresse por tipos celulares mais capazes de suportar o ambiente hostil.
· A metaplasia epitelial mais comum é a colunar para escamosa como ocorre no trato respiratório em resposta à irritação crônica. Nos fumantes habituais de cigarros, as células epiteliais normais, colunares e ciliadas da traqueia e dos brônquios, são, com frequência, substituídas por células epiteliais escamosas.
· A metaplasia do tipo escamoso para colunar também pode ocorrer, como no esôfago de Barrett, no qual o epitélio escamoso do esôfago é substituído por células colunares semelhantes às intestinais, sob influência do refluxo do ácido gástrico. Os cânceres podem surgir nessas áreas e são tipicamente carcinomas glandulares (adenocarcinomas).
Lesões Irreversíveis
Necrose
· Necrose é o tipo de morte celular que está associado à perda da integridade da membrana e extravasamento dos conteúdos celulares, culminando na dissolução das células.
· O conteúdo extravasado provoca inflamação;
· ​​A necrose é caracterizada por alterações no citoplasma e no núcleo das células lesadas;
Tipos de necrose: 
Coagulativa – Isquêmica:
· É a forma de necrose tecidual na qual a arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada por, pelo menos, alguns dias.
· Uma das causas é a isquemia (redução do fluxo sanguíneo) causada por obstrução em um vaso que apresenta a função de suprir um tecido, assim podendo levar à necrose coagulativa, exceto no cérebro. Uma área afetada por necrose coagulativa é conhecida por infarto.
· Exemplo: Infarto Renal. (FOTO do RIM).
Liquefação (digestão enzimática): 
· Caracterizada pela digestão das células mortas, resultando na transformação do tecido em uma massa viscosa líquida.
· As principais causas são infecções bacterianas ou fúngicas, porque os micróbios estimulam o acúmulo de leucócitos e a liberação de enzimas dessas células.
· Amarelo cremoso devido à presença de leucócitos mortos (pus).
· OBS: A morte por hipóxia, no SNC, com frequência leva a necrose liquefativa no cérebro.
Caseosa: 
· Encontradamais em focos de infecção tuberculosa.
· O termo “caseoso” (queijo) é derivado da aparência friável esbranquiçada, da área de necrose.
· Microscópio, a área necrótica exibe uma coleção de células rompidas ou fragmentadas e restos granulares amorfos encerrados dentro de uma borda inflamatória nítida; essa aparência é
característica de um foco de inflamação conhecido como granuloma.
Gordurosa (enzimas pancreáticas ou trauma)
· Pancreatite aguda. (Pâncreas)
· Ocorre na emergência abdominal calamitosa, conhecida como Pancreatite aguda. Nesse distúrbio, as enzimas pancreáticas escapam das células acinares e liquefazem as membranas dos adipócitos do peritônio.
· Ao exame histológico, os focos de necrose exibem contornos sombreados de adipócitos necróticos
Fibrinoide (imunocomplexos):
· Uma forma especial de necrose geralmente observada nas reações imunes que envolvem os vasos sanguíneos. 
· Complexos de antígenos e anticorpos são depositados nas paredes das artérias -> imunocomplexos (fibrinoide).
Outros tipos: gomosa (relacionado a casos de sífilis), gangrenosa, hemorrágica.
Apoptose
· A apoptose é uma via de morte celular induzida por um programa de suicídio estritamente regulado no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas.
· As células mortas e seus fragmentos são rapidamente devorados, antes que seus conteúdos extravasam, e desse modo a morte celular por esta via não inicia uma resposta inflamatória no hospedeiro.
Causas da agressão celular:
· Relacionado ao Oxigênio (Hipóxia, Isquemia e Anóxia)
· Agentes Físicos (Traumatismo Mecânico, queimaduras, radiação)
· Agentes Químicos (Cianeto, Arsênio, Mercúrio, Poluição atmosférica, inseticidas, álcool)
· Agentes Infecciosos (Vírus, Bactéria - H. Pylori, Fungos)
· Sistema Imunológico

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