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Aula 12 Desenvolvimento Psicologico e Social na Primeira Infancia

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DESENVOLVIMENTO 
PSICOLÓGICO E SOCIAL NA 
PRIMEIRA INFÂNCIA 
Desenvolvimento Humano I 
Prof. Rodrigo Luis Souza Silva 
Desenvolvimento Social e Emocional 
 O desenvolvimento social e emocional tem um 
impacto do ambiente muito mais do que fatores 
genéticos; 
 Alguns aspectos do temperamento parecem 
claramente inatos, ou genéticos: ex: comportamentos 
de apego. 
 Fatores inatos marcam os primeiros encontros da 
criança com outros. 
As Primeiras Experiências são Cruciais 
 Período crítico ou sensível para o estabelecimento de 
muitas das trajetórias do posterior desenvolvimento da 
criança; 
 Quanto mais cedo há um ambiente suficientemente 
sustentador, mais prolongados serão os efeitos deste; 
 A segurança do apego é crucial para estabelecimento 
de afetos e formação da personalidade; 
 A relação com outras pessoas está relacionada com o 
primeiro ambiente que o bebê foi inserido 
 
 
Condicionamento Clássico 
 Deram a bebês de 1 e 2 dias água com açúcar em 
uma mamadeira (o estímulo não condicionado), que 
estimulou a sucção (a resposta condicionada). 
 Pouco antes de receberem a água com açúcar, os 
mamilos dos bebês eram tocados (o estímulo 
condicionado). assim ocorreu o condicionamento clássico. 
 Sensações positivas advindas dos condicionamentos 
clássicos ajudam no apego e na futura relação com os 
pais. 
 
 
Condicionamento Operante 
 Quando uma resposta gera consequência, e essa 
consequência afeta a possibilidade desse 
comportamento acontecer novamente. 
 Tanto a resposta de sucção quanto a de virar a cabeça 
são aumentadas com sucesso pelo uso de reforços (como 
líquidos doces ou o som da voz ou dos batimentos 
cardíacos da mãe) 
Aprendizagem Esquemática 
 A ideia básica é que desde o início o bebê organiza 
suas experiências em expectativas ou combinações 
conhecidas. 
 Essas expectativas, frequentemente denominadas 
esquemas, são construídas sobre muitas exposições a 
experiências em particular, mas daí em diante ajudam o 
bebê a distinguir entre o familiar e o estranho. 
 (JEAN PIAGET) 
Habituação 
 É a redução automática na força ou no vigor de uma 
resposta a um estímulo repetido. 
 
 Ex: Rua barulhenta, família agitada. 
 
 Com o tempo, literalmente não há reações pois nem se 
percebem os eventos. 
Diferenças Individuais 
 Reflexos e capacidade de responder a 
condicionamentos são universais; 
 Todos os bebês choram, mas alguns choram mais que 
outros; 
 Alguns são facilmente irritados por uma fralda 
molhada, enquanto outros parecem ser mais tolerantes. 
 
Temperamento 
 Variações na forma de reagir a: 
• coisas novas, 
• em seus humores típicos, 
• em sua taxa de atividade, 
• em sua preferência por interações sociais ou solidão, 
na regularidade de seus ritmos diários 
Crianças Fáceis 
 Alexander Thomas e Stella Chess (1977) 
 Classificaram como bebês que abordam estímulos novos 
com facilidade; 
 Experimentam alimentos novos sem responderem com o 
nojo; 
 Ciclos de sono e alimentação previsíveis; 
 Geralmente felizes, adaptando a mudanças de 
ambiente de maneira positiva. 
Crianças Difíceis 
 Menos previsíveis com os ciclos de sono e fome; 
 Lentas para desenvolver ciclos regulares; 
 São mais irritáveis e choram muito; 
 Possuem limiar baixo de frustração tendo dificuldades 
com estímulos novos; 
 Porém, quando se adapta ao estímulo novo, tende a 
ficar feliz, mesmo quando o processo é dificílimo. 
Criança Lenta para Responder 
 Não são reativas com estímulos novos, como as crianças 
difíceis; 
 Todavia, possuem uma resistência passiva ( comida na 
boca, simplesmente deixa escorrer) 
 Poucas reações intensas (positivas ou negativas) 
 Quando se adaptam a novas vivências, demonstram 
uma felicidade razoável. 
Perpetuação de Temperamento 
 Embora essas diferenças no estilo ou no padrão de 
resposta tendam a persistir durante a infância, 
 nenhum psicólogo estudando o temperamento sugere 
que tais diferenças individuais sejam absolutamente 
fixas no nascimento. 
 As diferenças temperamentais inatas são moldadas, 
fortalecidas, resolvidas ou neutralizadas pelos 
relacionamentos e pelas experiências da criança. 
Aparecimento da Expressão Emocional 
 Não há como saber exatamente o que um bebê está 
sentido; 
 A melhor maneira é julgar pela expressão corporal e 
facial; 
 
 
Aprendendo com o Ambiente 
 Durante a primeira infância, as crianças aprendem 
muito sobre os papéis que se espera que elas 
desempenhem: como se comportar segundo os padrões 
sociais, como controlar os sentimentos agressivos e como 
respeitar os direitos das outras pessoas. 
 Nem toda criança consegue fazer,ou simplesmente isso 
não é de interesse; 
 .À medida que vão crescendo, as crianças aprendem 
não apenas a serem "boas“, mas também como 
manipular as situações ao seu favor. 
Uma Visão Psicanalítica 
 O nascimento psicológico é o produto de uma relação e 
o fruto de uma conquista; 
 
 Há um inter-relacionamento onde dois seres estão 
interferindo e modificando-se mutuamente: o filho faz a 
mãe tanto quanto esta o faz filho. 
O Nascimento Psicológico 
 O que falta à criança é compensado e fornecido pela 
mãe; 
 
 A mãe coloca-se como uma espécie de “ego exterior”, 
protegendo, cuidando, reconhecendo e expressando 
necessidades; 
 
 A medida que a relação evolui, a mãe vai recuando 
nessa sua atividade e fornecendo os elementos para 
que a criança adquira sua autonomia. 
O Nascimento Psicológico 
 Esta é uma conquista da criança que tem de superar 
frustrações para se organizar psiquicamente; 
 
 Portanto, a separação e a individuação são frutos da 
atividade da criança na sua interação com o mundo. 
 
 No início, o recém-nascido não percebe a mãe como 
distinta de si próprio. 
 Ela é simplesmente parte da totalidade de suas 
necessidades e satisfação. 
O Nascimento Psicológico 
 A criança apenas registra o alívio da tensão e não o 
objeto que causa o alívio; 
 Atribui o alivio a si próprio, e isso é o que chamamos de 
onipotência; 
 
 Segundo Hoffer (1983, p. 20), o conceito “boca-eu”~é 
a primeira organização do eu e a mão é o agente 
desta organização 
O Nascimento Psicológico 
 A cavidade oral é o grande depositário das sensações 
do recém-nascido com total presença de sensações 
fisiológicas e localização espacial do corpo; 
 
 O olhar da mãe fornece, por assim dizer, a própria 
imagem da criança. Winnicott (1975, p. 154) diz que o 
precursor do espelho é o rosto da mãe e que o bebe vê 
a si próprio no rosto dela. 
O Nascimento Psicológico 
 Se não houver retorno, haverá atrofia da capacidade 
criativa e/ou retirada para si próprio. Assim, é o olhar 
da mãe a via para a mudança de perspectiva; 
 
 Não apenas o olhar da mãe fornece esse caminho: o 
tato, o modo de pegar e segurar, o tom e o ritmo de 
sua voz, o calor de seu corpo, o seu movimento; 
 
 Através dessas trocas recíprocas, forma-se o eu da 
criança. 
O Nascimento Psicológico 
 A mãe é todo o prazer e todo o desprazer, ela é tanto 
a fome, quanto a sua satisfação; 
 
 A partir do segundo mês o bebe começa a ter uma 
consciência difusa de que algo o satisfaz. 
 
 A resposta do sorriso especifico dirigido à mãe é um 
sinal crucial de que um elo particular entre criança e 
mãe foi estabelecido ( 3 meses); 
 A criança vê essa mãe como um objeto que precisa 
satisfazê-la. 
O Nascimento Psicológico 
 A partir dos 3 meses o bebê começa a perceber o 
mundo exterior de forma diferente; 
 
 Aos seis meses, começa a tentativa da separação dessa 
simbiose (relação mãe-filho) 
 
 Esse processo é conhecido como individuação; 
 
 O bebê começa a puxar o cabelo da mãe, bater em 
seu rosto, apertar o nariz. Isso ajuda nessa separação. 
O Nascimento Psicológico 
 Aos sete meses, o bebe geralmente irá desfrutar deuma exploração do seu próprio corpo, agora que há 
um entendimento de que ele se difere do outro; 
 
 É um passo para uma liberdade corporal, alguém que 
decide o como satisfazer suas vontades; 
 
 
Nascimento Psicológico 
 A ansiedade dos 8 meses: quando um estranho se 
aproxima da criança, ela apresenta intensidades 
variáveis de apreensão ou ansiedade e rejeita o 
estranho. 
 Fica claro agora, que além dela se diferenciar, ela 
diferencia as pessoas ao seu redor; 
 
 Está ligada ao medo da perda da mãe, uma vez que 
quando se olha para o estranho, o pensamento é de 
que sua mãe está lhe abandonando. 
Nascimento Psicológico 
 Essa ansiedade confirma que a mãe se tornou o objeto 
de amor desse bebê; 
 Enquanto a “gestação psicológica” é fruto da presença 
materna, o “parto psicológico” é fruto da ausência da 
mãe. 
 O nascimento psicológico ocorre porque, entre a 
sensação de necessidade e o seu desaparecimento 
através da satisfação, há demoras. 
 Estas demoras —a falta— desempenham um papel 
fundamental no desenvolvimento adaptativo. 
Nascimento Psicológico 
 O objeto real ausente – a mãe – frustra. 
 A frustração é sentida como aniquilamento. 
 Para diminuir a dor, para se apaziguar, a criança 
elabora e coordena os registros espalhados no sistema 
nervoso. 
 É a angústia ante a ausência da mãe que faz com que 
a criança a recrie em sua mente, represente-a 
mentalmente mesmo em sua ausência. 
Nascimento Psicológico 
 Com isto, adquire a noção de permanência do objeto. 
 
 A mãe, tornada permanente e não mais produto de 
sua onipotência, faz com que a criança reconheça que 
seus sentimentos de ódio, quando ela a frustra, e os de 
amor, quando ela a gratifica em suas necessidades, são 
dirigidos a uma mesma pessoa. 
 
Nascimento Psicológico 
 
 Por ironia dos deuses, a perda da onipotência é o 
momento do nosso surgimento como seres humanos. 
Referências 
 BEE, H.; BOYD, D. A criança em Desenvolvimento. 12ª 
ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
 
 RABINOVICH, E.P.: "O nascimento psicológico", R. Bras. 
CDH, São Paulo, número 1,1991.

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