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Sistema límbico

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Sistema límbico 
O sistema límbico, também conhecido como 
cérebro emocional, é formado por um conjunto de 
estruturas e está localizado no cérebro de 
mamíferos, abaixo do córtex, sendo responsável 
por todas as respostas emocionais, pelo 
comportamento e pela memória. 
Ele é constituído por: 
 Lobo límbico: composto por giro do cíngulo, 
giro para-hipocampal e hipocampo 
(Componentes corticais do sistema límbico). 
 Estruturas subcorticais relacionadas a ele: 
amigdala, área septal, núcleos anteriores do 
tálamo, habénula, por exemplo. 
COMPONENTES DO SISTEMA LÍMBICO 
RELACIONADOS ÀS EMOÇÕES 
CÓRTEX CINGULAR ANTERIOR 
A parte anterior do giro do cíngulo é a área do 
cíngulo relacionada ao processamento das 
emoções, especialmente com a tristeza. 
 Foi feita uma experiência com pessoas normais, 
que ao recordarem emoções pessoais 
envolvendo a tristeza, tiveram o córtex cingular 
anterior ativado. 
 Enquanto que pessoas com depressão crônica, 
quando submetidas ao mesmo experimento, 
não tiveram a mesma resposta, pois o córtex 
cingular anterior nessas pessoas é mais 
delgado. 
 
CÓRTEX INSULAR ANTERIOR 
 A insula possui duas partes: anterior e 
posterior, que são dividas pelo sulco central. 
O córtex insular posterior é isocórtex heterotípico 
granular (ou seja, possui 6 camadas bem 
delimitadas na origem embrionária). 
 Está relacionado às áreas gustativas e 
sensoriais. 
Já o córtex insular anterior, é isocórtex homotípico, 
característico de áreas de associação. 
 Está relacionado a: empatia, sensação de 
nojo e percepção das emoções. 
Empatia: a capacidade de se identificar com outras 
pessoas e perceber e se sensibilizar com seu estado 
emocional. 
O córtex insular anterior é ativado em indivíduos 
normais quando observam imagens de situações 
dolorosas, como, por exemplo, um dedo preso na 
porta do automóvel. 
Sensação de nojo: na presença ou simplesmente 
com imagens de fezes, vômitos, carniça ou outra 
situação considerada nojenta. Ela é ativada também 
com a visão de pessoas com fisionomia de nojo. 
 A sensação de nojo tem valor adaptativo, 
pois afasta as pessoas de situações 
associadas a doenças. 
 Em casos de lesões da ínsula, ocorre perda 
do senso de nojo. 
 
CÓRTEX PRÉ-FRONTAL ORBITOFRONTAL 
A parte orbitofrontal é a região do córtex pré-
frontal que está envolvida com as emoções. Essa 
área ocupa a parte ventral do lobo frontal adjacente 
às órbitas, compreendendo os giros orbitários. 
Suas projeções atingem várias áreas cerebrais, 
estando envolvido: 
 No processamento das emoções, na supressão 
de comportamentos socialmente indesejáveis e 
na manutenção da atenção. 
 
HIPOTÁLAMO 
O hipotálamo exerce importante função na 
coordenação, na regulação e na integração dos 
processos emocionais. 
 Está relacionado a sentimentos como raiva e 
medo. 
O hipotálamo, quando é acionado pela paixão, 
libera a dopamina no organismo, provocando 
sensações de excitação e de euforia. 
O hipotálamo produz ainda a oxitocina e a 
vasopressina, responsáveis por sentimentos de 
empatia e de compromisso. Este é, aliás, a 
hormônio responsável por quase toda a ligação 
social e formação de laços entre os mamíferos. 
 
ÁREA SEPTAL 
A área septal possui conexões extremamente 
amplas e complexas, projetando-se, através do 
feixe prosencefálico medial, para amígdala, 
hipocampo, hipotálamo, tálamo, giro do cíngulo e 
formação reticular. 
Através desse feixe (prosencefálico medial), a área 
septal recebe fibras dopaminérgicas da área 
tegmentar ventral e faz parte do sistema 
mesolímbico (sistema de recompensa). 
 A área septal é um dos centros do prazer no 
cérebro e sua estimulação provoca euforia! 
 A área septal participa também da regulação de 
atividades viscerais, pois estimulações nessa 
área causam alterações na PA e no ritmo 
respiratório. 
Lesões nessa região provocam raiva diante de 
condições que normalmente não provocariam 
alterações no comportamento animal. 
 
NÚCLEO ACCUBENS 
 É o mais importante componente do sistema de 
recompensa, ou seja, do sistema mesolímbico. 
 Está relacionado também ao prazer. 
 
HABÊNULA 
É constituída por dois núcleos: o núcleo habenular 
lateral e o medial. 
 Núcleo lateral: recebe aferências dos núcleos 
septais pela estria medular do tálamo e para os 
neurônios dopaminérgicos, sobre os quais 
exerce ação inibitória, assim como sobre o 
sistema serotoninérgico (através de suas 
conexões com os núcleos da rafe). 
Desse modo, a habênula participa da regulação dos 
níveis de dopamina nos neurônios do sistema 
mesolímbico (sistema de recompensa). 
 Ou seja, a estimulação dos núcleos habenulares 
resulta na inibição sobre o sistema 
dopaminérgico mesolímbico e serotoninérgico 
de projeção difusa. 
 Essa ação inibitória provavelmente está 
relacionada à fisiopatologia dos transtornos de 
humor, como a depressão, na qual há uma ação 
inibitória exagerada do sistema mesolímbico. 
 Assim, o sistema mesolímbico é ativado pela 
recompensa (alegria) e a habênula pela não 
recompensa (frustração)! 
 
AMÍGDALA 
É o componente mais importante do sistema 
límbico e, apesar de ser pequena, ela possui 12 
núcleos, que são divididos em 3 grupos: 
 Grupo corticomedial (recebe conexões 
olfatórias e parece estar envolvido com 
comportamentos sexuais). 
 Grupo basolateral (recebe a maioria das 
conexões aferentes da amígdala) 
 Grupo central (dá origem às conexões 
eferentes). 
Conexões aferentes 
 Ela possui conexões aferentes com todas as 
áreas de associação secundárias do córtex, que 
trazem informações sensoriais já processadas. 
 Recebe, também, aferências de alguns núcleos 
hipotalâmicos, do núcleo dorsomedial do 
tálamo, dos núcleos septais e do núcleo do trato 
solitário. 
Conexões aferentes 
 As conexões eferentes (núcleo central) se 
distribuem em duas vias: 
o Amigdalofuga dorsal, que se projeta 
para os núcleos septais, accumbens, 
hipotalâmicos e da habênula. 
o E amigdalofuga ventral, que se projeta 
para as mesmas áreas, além do núcleo 
basal de Meynert; por meio dessa via a 
amígdala projeta suas fibras para áreas 
de função visceral do tronco encefálico, 
como o nervo vago. 
Os núcleos da amígdala comunicam-se entre si por 
fibras predominantemente glutamatérgicas e é a 
principal responsável pelo processamento do 
comportamento emocional. 
Funções da amígdala 
 Fuga e medo: a estimulação dos núcleos do 
grupo basolateral causa reações de medo e 
fuga. 
 Reação defensiva e agressiva: estimulação dos 
núcleos do grupo corticomedial causa reação 
defensiva e agressiva. 
OBS: o comportamento de ataque agressivo pode 
ser desencadeado com estimulação da amígdala, 
mas também do hipotálamo. 
 Comportamentos sexuais: a amígdala contém a 
maior concentração de receptores para 
hormônios sexuais do SNC, e sua lesão causa 
hipersexualidade. 
 No entanto, a principal função da amígdala é o 
processamento do medo, pacientes com lesão 
bilateral da amígdala não sentem medo. 
A amígdala e o medo 
 O medo é uma reação de alarme frente a um 
perigo. 
 Essa reação de medo ativa o sistema simpático, 
causando a liberação de adrenalina pela medula 
da glândula suprarrenal. 
E como que ocorre essa reação? 
A informação visual/auditiva que desencadeia o 
medo é levada ao tálamo (corpo geniculado 
lateral/medial) e, a partir daí, é levada para as áreas 
visuais primárias e secundárias. A partir disso, essa 
informação segue duas vias, a direta e a indireta. 
Informação visual/auditiva  corpo geniculado do 
tálamo  áreas visuais primárias e secundárias  
vias: via direta e via indireta 
Via direta do medo: 
 A informação visual/auditiva é levada até a 
amígdala basolateral, passa para a amígdala 
central (eferência), a qual dispara o alarme pelo 
SN simpático. 
Informação visual/auditiva  amígdala basolateral 
 amígdala central (eferência) dispara o alarme 
pelo SN simpático. 
 Isso permite uma reação de alarme imediata 
com manifestações autonômicas e 
comportamentais típicas. 
 Essa via é inconsciente, ou seja, a pessoa só 
sente medo quando os impulsos chegam ao 
córtex. 
Via indireta do medo: 
 A informação passa primeiro para o córtex pré-
frontal e depois para a amígdala. 
 Essa via é mais lenta e permite a análise das 
informações recebidas e o contexto (se não 
houver perigo, a reação de alarme é 
desativada). 
Curiosidades: o medo é inato às espécies, porém, 
ele pode ser aprendido! 
 Um experimento foi feito com um rato, onde 
tocavam uma campainha e davam choque nele. 
 Não demorou muito até ele associar o som com 
a dor e, por mais que não levasse mais choque, 
quando acionavam a campainha ele sentia 
medo. 
 Essa associação de dois estímulos é feita no 
núcleo lateral da amígdala e a resposta fica a 
cargo do sistema nervoso simpático, 
desencadeada pelo núcleo central da amígdala. 
Pacientes com lesão da amígdala não aprendem a 
ter medo. 
 No homem, o medo pode ocorrer mesmo sem 
condicionamento. 
 Por exemplo, se uma pessoa for informada de 
que alguma coisa é perigosa, pode passar a ter 
medo dela, mesmo sem tê-la visto. 
Correlação clínica – transtornos de ansiedade 
 Como já foi visto, as respostas autonômicas e 
comportamentais que ocorrem na reação 
normal ao medo têm o papel de preparar o 
organismo para situações agudas de 
emergência. 
 A ansiedade é um transtorno psiquiátrico muito 
comum. Ele é a expressão inapropriada do 
medo, que neste caso é duradouro e pode ser 
desencadeado por perigos pouco definidos ou 
pela recordação. 
SISTEMA DE RECOMPENSA NO 
ENCÉFALO 
O sistema de recompensa, ou sistema 
dopaminérgico mesolímbico, é formado por 
neurônios dopaminérgicos, cujas projeções seguem 
o seguinte esquema: 
Área tegmentar ventral do mesencéfalo  feixe 
prosencefálico medial  núcleos septais e núcleo 
accumbens  córtex pré-frontal orbitofrontal. 
 Há também projeções diretas da área tegmentar 
ventral para a área pré-frontal e projeções de 
retroalimentação entre esta área e a tegmentar 
ventral. 
 
Esse sistema de recompensa premia com sensação 
de prazer os comportamentos de sobrevivência e 
causas de alegria, como: 
 Quando rimos de uma piada, vencemos algum 
desafio, conquistamos uma vitória, tiramos 
uma nota boa na escola ou simplesmente 
quando vemos as pessoas que amamos felizes. 
Tome nota*: o prazer sentido pelo uso de drogas 
deve-se a estimulação desse sistema e do núcleo 
accumbens. 
 A dependência é causada pela estimulação 
exagerada desses neurônios, que resulta na 
gradual redução dos receptores e redução de 
seu número. 
 Com isso, doses cada vez mais altas são 
necessárias para que a pessoa tenha a mesma 
sensação de prazer. 
Lobo límbico de Broca 
Broca fez uma publicação dizendo que no cérebro, 
há um grupo de áreas corticais que são bastante 
distintas do córtex circundante. 
 E a essas áreas deu o nome de lobo límbico. 
 O lobo límbico é constituído por córtex ao redor 
do corpo caloso (principalmente o giro do 
cíngulo), córtex na superfície medial do lobo 
temporal e hipocampo. 
Broca não escreveu sobre a importância dessas 
estruturas para a emoção, e, por algum tempo, 
pensou-se que estivessem envolvidas 
primariamente com o olfato. 
 O sistema limbico, contudo, e as estruturas no 
lobo límbico de Broca foram, após, associadas 
fortemente à emoção. 
Circuito de Papez 
 Papez propôs que houvesse, na parede medial 
do encéfalo, um “sistema da emoção”, que 
ligaria o córtex ao hipotálamo. 
 Ele propôs que o circuito constituído pelo giro 
do cíngulo, giro para-hipocampal, hipocampo, 
fórnix, corpo mamilar, núcleos anteriores do 
tálamo fosse o circuito básico das emoções. 
No circuito de Papez, o hipotálamo governa a 
expressão comportamental da emoção. 
 O hipotálamo e o neocórtex estão arranjados de 
forma que um pode influenciar o outro, ligando, 
assim, a expressão e a experiência da emoção. 
 O córtex cingulado afeta o hipotálamo por 
meio do hipocampo e do fórnice (o grande feixe 
de axônios que deixa o hipocampo). 
 Enquanto o hipotálamo afeta o córtex 
cingulado por meio do tálamo anterior. 
Uma razão pela qual Papez imaginou que o 
hipocampo estivesse envolvido com a emoção é o 
fato de que ele é afetado pelo vírus da raiva. 
 Uma vez que a raiva se caracteriza por uma 
hiper-responsividade emocional, como 
medo ou agressividade exagerados, Papez 
propôs que o hipocampo deveria estar 
normalmente envolvido na experiência 
emocional. 
Embora houvesse pouca evidência em relação ao 
papel do tálamo anterior, outros relatos clínicos da 
época consideravam que lesões dessa área levavam 
a aparentes perturbações emocionais, como o riso 
ou o choro espontâneo. 
 Há, portanto, uma correlação entre os 
elementos que compõem tanto o circuito de 
Papez quanto o lobo límbico de Broca. 
 Por causa de sua similaridade, o grupo de 
estruturas no circuito de Papez é 
frequentemente referido como sistema límbico, 
embora a noção anatômica do lobo límbico de 
Broca originalmente nada tivesse a ver com a 
emoção. 
 
DIFICULDADES COM O CONCEITO DE UM 
SISTEMA ÚNICO PARA AS EMOÇÕES 
 Trabalhos experimentais apoiam a hipótese de 
que algumas das estruturas no lobo límbico de 
Broca e no circuito de Papez tenham um papel 
na emoção. 
 Por outro lado, alguns dos componentes do 
circuito de Papez, como o hipocampo, por 
exemplo, não são mais considerados 
importantes para a expressão da emoção. 
 O ponto crítico parece ser conceitual, 
considerando a definição de um sistema 
emocional. 
 Dada a diversidade das emoções que 
experimentamos e a diferente atividade 
encefálica associada a cada uma delas, não há 
uma razão forte que nos faça pensar que apenas 
um sistema esteja envolvido, em vez de 
diversos sistemas. 
 Embora o termo sistema límbico seja ainda 
comumente utilizado em discussões acerca dos 
mecanismos encefálicos da emoção, está se 
tornando cada vez mais claro que não existe um 
sistema único e bem delimitado para as 
emoções.

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