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JESSICA MOSELLO - TERCEIRO SEMESTRE PROCESSOS FISIOPATOLÓGICOS Patologia é uma especialidade dentro da área médica, cuja função é realizar diagnósticos. Na patologia geral estuda-se processos patológicos gerais que consistem em mecanismo pelos quais as doenças se desenvolvem. Patologia específica é a patologia geral aplicada a órgãos e sistemas. As formas de atuação do médico patologista são em hospitais e laboratórios particulares, patologia cirúrgica, citopatologia/punção, biópsia de congelação, autópsia (apenas de mortes naturais), pesquisa e docência. ESTUDO DE CASO Homem de 69 anos de idade apresenta clínica de emagrecimento de cerca de 10 kg em 3 meses, febre (irregularmente aferida, mas sempre em torno de 37 a 38ºC) e sudorese vespertina. Ao exame clínico há presença de massa cervical esquerda e direita, está mais volumosa, firmes, endurecidas e fixas a planos profundos. Há hepatoesplenomegalia, com fígado palpável a 4,0 cm da borda costal direita e baço palpável a 12,0 cm da borda costal esquerda. Exames de imagem revelam o que se vê na figura. Foi realizada uma PAAF da massa cervical, cujo laudo é o seguinte: Produto de PAAF de nódulo cervical direito: Recebidas 5 lâminas fixadas e coradas pela técnica de Papanicolau, referidas como provenientes de PAAF de nódulo cervical direito. DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA: Esfregaços com celularidade representada por numerosas células de aspecto linfoide, grandes e cariomegálicas, com cromatina grosseiramente irregular, reforço de carioteca e escasso citoplasma, isoladas. Há figuras de mitose atípicas de permeio, em fundo escasso de aspecto proteináceo, eosinofílico. CONCLUSÃO: PAAF positiva para células neoplásicas malignas. Foi feita uma biópsia da massa cervical, que mediu 1,0 x 0,8 x 0,5 cm, constituída de material esbranquiçado, elástico, cujo diagnóstico foi o seguinte: Biópsia de massa cervical direita: Linfoma difuso de grandes células, CD20 positivo, de tipo não-centro germinativo. NOTA: Não há critérios para o diagnóstico de doença infecto-contagiosa conforme diferenciais aventados. Pesquisa histoquímica para agentes específicos pelos métodos de Ziehl-Neelsen, Grocott, PAS, Giemsa e Mucicarmin resultaram negativas na amostra. Perfil de imunoexpressão: - CD20: positivo nas células neoplásicas. - BLC6: positivo nas células neoplásicas. - MUN-1: positivo nas células neoplásicas. Com base no diagnóstico, iniciou-se tratamento quimioterápico, mas algumas semanas após, o paciente, extremamente debilitado, apresentou febre alta, episódios de tosse com escarro purulento sendo internado para investigação do quadro, porém, evoluiu a óbito e seu corpo foi encaminhado para autópsia. Os achados incluem o seguinte: QUAIS MÉTODOS DE ESTUDO FORAM UTILIZADOS NESTE CASO? Os métodos de estudo utilizados no estudo em questão consistem em exames citológicos, exames anatomopatológicos, necrópsia, imunocitoquímica, citometria. O QUE É UMA PAAF? QUAIS SÃO AS SUAS INDICAÇÕES? COMO FIXAR O MATERIAL PROVENIENTE DE UMA PAAF? PAAF, consiste em punção aspirativa com agulha fina. Este procedimento é usando quando se quer fazer um rastreamento, nesse caso retirando células de um nódulo, ou para promover alívio em certos casos como no de um derrame pleural. Todo material retirando deve ser analisado por um patologista, para isso é necessário preservá-lo fixando o material em solução de álcool. Utilizada para rastreamento ou diagnóstico sem precisar de uma biópsia. OBS.: Para fixar aspirados usa-se uma solução de álcool, para fixar biópsias usa-se formol a 10%. QUAL É A DIFERENÇA ENTRE A PAAF E: A) CITOLOGIA EXFOLIATIVA - Citologia exfoliativa é um exame citológico geralmente feita em mucosas e superfícies do corpo. B) BIÓPSIA - Biópsia é um exame histológico, onde é retirado um fragmento de tecido biológico de um indivíduo vivo. DEFINA BIÓPSIA E CLASSIFIQUE O TIPO DE BIÓPSIA REALIZADA NESTE DOENTE. COMO FIXAR UM MATERIAL PROVENIENTE DE UMA BIÓPSIA? Biópsia é um exame histológico, onde é retirado um fragmento de tecido biológico de um indivíduo vivo. No paciente foi realizado a biópsia incisional. Fixa-se com formalina. - Uma biópsia incisional serve apenas para diagnóstico, não tira a lesão como um todo. - A biópsia excisional retira a lesão inteira mais a margem de segurança. COMO FOI OBTIDO O RESULTADO DESCRITO COMO CD20 POSITIVO NO LAUDO ANÁTOMO-PATOLÓGICO? DESCREVA SUCINTAMENTE A TÉCNICA. COMO SE DEVE FAZER UM PEDIDO DE AP? imuno-histoquímica é ummétodo de localização de antígenos em tecidos, explorando o princípio da ligação específica de anticorpos a antígenos no tecido biológico. Para analisar um corte histológico este precisa ser processado e corado. O corante mais utilizado é a mistura de hematoxilina com eosina. - Hematoxilina: azul/roxo, cora estruturas ácidas (basofílicas) como o núcleo - Eosina: rosa, cora estruturas básicas (acidófilas/eosinófilas), como o citoplasma, indicando parte- CONCEITOS GERAIS EM PATOLOGIA Processos fisiopatológicos: - Lesões celulares reversíveis - Lesões celulares irreversíveis - Alterações inflamatórias - Alterações circulatórias - Processos de adaptação do crescimento e diferenciação celular - Processos neoplásicos - Pigmentações patológicas - Processos de cura e reparo - Calcificações patológicas e calculoses Etiologia: causa da doença Patogênese: desenvolvimento da doença (estudo dos mecanismos) Sinais: o que o médico percebe (concreto) Sintomas: o que o paciente relata (subjetivo) + Quando não consegue determinar com precisão qual a causa da doença (etiologia), fala-se de etiopatogênese . CENÁRIO CLÍNICO: Homem, 23 anos, procura o serviço de saúde queixando-se de fraqueza progressiva. Relata que, ocasionalmente, suas pálpebras caem e que se cansa facilmente, mesmo quando realiza tarefas diárias normais, como escovar os dentes. Por várias vezes, caiu ao subir uma escada. O clínico pede exames de sangue, que revelam níveis aumentados de anticorpos contra receptores de acetilcolina (neurotransmissor da placa motora no músculo estriado esquelético). Os exames de estimulação dos nervos demonstram menor reatividade muscular durante estimulação repetida dos neurônios motores. Este jovem é portador de miastenia gravis e iniciou o tratamento. Na forma autoimune desta doença, são produzidos anticorpos contra os receptores da acetilcolina no m. estriado esquelético. Esses anticorpos bloqueiam os receptores da acetilcolina comprometendo a fixação do neurotransmissor aos seus receptores. Sendo assim, não ocorrerá os potenciais de ação normais no músculo estriado esquelético. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA - Causas- Período de incubação (sem manifestação) - Período prodrômico (sinais e sintomas inespecíficos) - Período de estado (sinais e sintomas típicos) - Evolução (cura sem ou com sequelas, cronificação, complicações, óbito) Etapas da Resposta Celular ao Estresse: Lesão Celular: Conjunto de alterações bioquímicas e morfológicas que podem ocorrer quando o estado de homeostasia é perdido devido ao efeito de uma agressão. Tipos de agressão que podem causar o desequilíbrio homeostático da célula: 1. Hipóxia (privação de oxigênio reduzindo a respiração oxidativa aeróbica): - Redução do fluxo sanguíneo (isquemia) - Insuficiência cardiorrespiratória - Redução da capacidade de transporte do O2 pelo sangue (anemia) - Perda de sangue 2. Agentes físicos - Traumas mecânicos (facada, fratura) - Extremos de temperatura (queimadura e frio intenso) - Alterações bruscas da pressão atmosférica - Radiação - Choque térmico 3. Agentes químicos e ambientais - poluentes ambientais - drogas sociais - drogas terapêuticas - inseticidas e herbicidas - perturbações do equilíbrio eletrolítico da células (glicose e sal) 4. Agentes biológicos (vírus, bactéria, etc) 5. Reações imunológicas (reações lesivas aos autoantígenos endógenos são responsáveis por doenças autoimunes) 6. Alterações genéticas (lesão celular devido à deficiência de proteínas funcionais) 7. Distúrbios nutricionais → https://www.youtube.com/watch?v=u-Qt75DBNC0&feature=youtu.be Hipóxia e depleção de ATP - Sem oxigênio a produção de ATP é comprometida - todas as bombas e canais que precisam de ATP para funcionar serão prejudicadas, desestabilizando o equilíbrio bioquímico da célula - Para tentar reparar a situação a célula tenta produzir ATP pela glicólise anaeróbica acomulando ácido láctico fazendo com que o pH da célula diminua - A célula tenta economizar energia condensando a cromatina https://www.youtube.com/watch?v=u-Qt75DBNC0&feature=youtu.be Hipóxia e perda da homeostase do cálcio - Em condições normais o cálcio encontra-se dentro de organelas ou fora da célula, na falta de ATP ele extravasa e começa a ativar ATPase, endonuclease, entre outras reações que gastam ainda mais atp, aumentando cada vez mais o número de lesões celulares Aumento na permeabilidade da membrana - A abertura dos poros de transição de permeabilidade mitocondrial leva a diminuição do ATP e a liberação de proteínas que disparam estímulos para a morte celular por apoptose - Perda do equilíbrio osmótico da célula e influxo de líquidos íons, bem como a perda do conteúdo celular - Lesão as membranas dos lisossomos: resulta na liberação de enzimas digestivas que promovem a digestão enzimática de proteínas , RNA, DNA, e glicogênio Radicais livres - Elétron não pareado na camada de valência - Espécies altamente reativas e instáveis - Reagem com macromoléculas - Danificam membranas celulares, inativam enzimas e danificam o DNA - Existem enzimas que servem para desativar estes radicais - Estresse oxidativo ocorre quando a geração de ERO excede a capacidade do corpo de neutralizar estas moléculas (aumento na formação ou diminuição na inativação) Lesão mitocondrial - o radical livre pode causar lesão na membrana mitocondrial - A mitocôndria libera através dos poros de transição enzimas que induzem a apoptose LESÃO ISQUÊMICA-REPERFUSÃO A restauração do fluxo sanguíneo para os tecidos isquêmicos pode promover a repercussão de células, mas paradoxalmente, pode exacerbar a lesão e causar morte celular. Estresse oxidativo → Sobrecarga de cálcio intracelular (abertura do poro de transição de permeabilidade mitocondrial e depleção de ATP) → Inflamação (lesão tecidual adicional + depósito de IgM em tecidos isquêmicos - proteínas do completo se ligam aos anticorpos) → Ativação do sistema complemento. Lesão química (tóxica) - Envenenamento (cloreto de mercúrio, cianeto) - Metabólitos tóxicos reativos, conversão em metabólicos tóxicos (Acetaminofeno, tetracloreto de carbono) https://www.youtube.com/watch?v=Q7AZiX6x56I&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=JcGKDDvk5AQ&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=u-Qt75DBNC0&feature=youtu.be PERGUNTAS ORIENTADORAS DE ESTUDO 1. Defina lesão celular. Conjunto de alterações bioquímicas e morfológicas que podem ocorrer quando o estado de homeostasia é perdido devido ao efeito de uma agressão. 2. What could cause cell injury? Hipóxia, agentes físicos, agentes químicos e ambientais, agentes biológicos, reações imunológicas, alterações genéticas, distúrbios nutricionais. 3. Name some exogenous causes of cell injury. Agentes físicos, químicos, biológicos, desvio de nutrição 4. Name some endogenous causes of cell injury. Padrões genéticos, resposta imunitária, fatores emocionais 5. What is the role of calcium in acute cell injury? Em condições normais o cálcio encontra-se dentro de organelas ou fora da célula, na falta de ATP ele extravasa e começa a ativar ATPase, endonuclease, entre outras reações que gastam ainda mais atp, aumentando cada vez mais o número de lesões celulares 6. How does the cell compensate for the loss of aerobic respiration? A célula começa a produzir ATP pela glicólise anaeróbica 7. How does hypoxia cause cell injury? Sem oxigênio a produção de ATP diminui assim prejudicando o funcionamento de canais e bombas de íons afetando o equilíbrio bioquímico da célula. 8. How does ATP deficiency cause cell swelling? Com a produção de ATP diminuida o funcionamento de canais e bombas de íons é prejudicado assim afetando o equilíbrio bioquímico da célula. 9. What is the role of calcium in acute cell injury? O cálcio é responsável por ativar várias reações como ATPase, endonuclease, entre outras que gastam ainda mais atp, aumentando cada vez mais o número de lesões celulares 10. Can cell injury caused by hypoxia or anoxia be reversed or repaired by providing the cells with adequate oxygen? Danos celulares irreversíveis não podem ser reparados com a suplementação de oxigênio, porém células com lesões reversíveis podem ter sua função restaurada com o influxo de oxigênio. 12. Is the cytoplasm of injured cells acidic or alkaline? Lesões celulares são acompanhadas pelo decréscimo do pH intracelular. Por exemplo com depleção de ATP a célula passa a utilizar a via da glicólise anaeróbica acomulando ácido lático no citoplasma. https://www.youtube.com/watch?v=Q7AZiX6x56I&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=JcGKDDvk5AQ&feature=youtu.be https://www.youtube.com/watch?v=u-Qt75DBNC0&feature=youtu.be 13. What are free radicals? São moléculas ou átomo altamente reativos e instáveis que possuem um elétron não pareado na camada de valência. Danificam membranas celulares, inativam enzimas e danificam o DNA 14. How are oxygen radicals formed? Radicais livres são formados em pequenas quantidades durante a respiração celular. Entretanto estes radicais são eliminados por antioxidantes naturais.Quando estes mecanismo antioxidantes do organismo não funcionam os radicais livres tendem a se acomular em quantidades tóxicas ao organismo. 15. How are free oxygen radicals neutralized? Os radicais livres são neutralizados por enzimas como a superóxido dismutase, peróxido de hidrogênio e vitamina E e C. 16. How do free radicals damage cells? Os radicais livres podem lesar a célula por diversos mecanismos como lesões na membrana celular por peroxidação lipídica, inativação de enzimas graças a modificação de proteínas e mutações no DNA. 17. Explique o mecanismo de lesão celular por isquêmica-reperfusão. Estresse oxidativo → Sobrecarga de cálcio intracelular (abertura do poro de transição de permeabilidade mitocondrial e depleção de ATP) → Inflamação (lesão tecidual adicional + depósito de IgM em tecidos isquêmicos - proteínas do completo se ligam aos anticorpos) → Ativação do sistema complemento. 18. Como os produtos químicos podem gerar lesão celular? DEGENERAÇÃO CELULAR - lesões celulares regressivas e reversíveis - decorrentes de alterações bioquímicas resultando no acúmulo de substâncias no interior das células (acúmulo intracitoplasmático) Classificação (de acordo com a substância que acomula dentro da célula) - Degeneração hidrópica - Degeneração gordurosa - Degeneração hialina - Degeneração mucóide - Degeneração glicogênica DEGENERAÇÃO HIALINA - Lesões celulares regressivas e reversíveis decorrente de alterações bioquímicas resultando no acúmulo de PROTEÍNAS no interior das células. - Classificação morfotintorial: termo descritivo histológico e não um marcador específico de lesão celular (alteração hialina → extracelular) + Existem as degenerações hialinas intracelulares e extracelulares Degeneração Hialina INTRACELULAR Degeneração Hialina EXTRACELULAR D.H goticular Cicatriz / Quelóide Corpúsculo de Russell Hialinose arteriolar Corpúsculo de Councilman - Rocha Lima Microangiopatia diabética / Glomeruloesclerose nodular e focal Corpúsculo de Mallory Síndrome da angústia respiratória aguda - S.A.R.A. Doença Cérea de Zencker Amiloidose * Degeneração Hialina INTRACELULARES Agregados, vacúolos ou gotículas redondas e eosinofílicas dentro do citoplasma. Mecanismos Patogênicos Gerais - Aumento da captação (proteínas endocitadas) - Aumento produção (acúmulo de material de origem virótica) - Condensação de filamentos intermediários e proteínas (defeitos processo de dobra proteínas) Corpúsculo de Mallory - Hepatócitos (grumos citoplasmáticos) - Cirrose, doença hepática, alcoólica NASH. - Álcool - radicais livres → Peroxidação proteínas → condensação das proteínas do citoesqueleto (citocreatina) → filamentos e grumos acidófilos no citoplasma dos hepatócitos Goticular - Glomerulopatias com perda de proteínas, que são endocitadas e acumuladas nos túbulos contornados renais. Corpúsculo de Russell - Plasmócitos (IgG no citoplasma) - Inflamação crônicas e plasmocitomas - Leishmaniose tegumentar osteomielites - síntese ativa de imunoglobulinas - retículo endoplasmático distendido com inclusões eosinofílicas e homogêneas Corpúsculo de Councilman - rocha lima - Hepatócitos (citoplasmáticos) - apoptose - Hepatites virais A ou B, e febre amarela Degeneração Cérea de Zenker Injúria grave fibras musculares esqueléticas e cardíacas - Endotoxinas - LSP (febre tifóide e leptospirose, sepse e choque anafilático) - Agressão Linf T e Macrófagos (Miocardite chagásica) - IL1 e TNFα → Induz atividade catabólica → Ativação proteassomas citoplasmática e proteases intracelulares → Desintegração dos miofilamentos DEGENERAÇÃO HIALINA → NECROSE - O sarcoplasma perde a estriação, adquirindo aspecto, homogêneo, róseo Degeneração Hialina EXTRACELULAR - Acomete tecido conjuntivo fibroso e parede de vasos - Depósitos acidófilos intersticiais formados por proteínas do plasma que exsudam e depositam-se na MEC 1. Hialinose arteriolar (H.A.S.) 2. Cicatriz antiga/ quelóide 3. Microangiopatia diabética/ Glomeruloesclerose nodular e focal 4. Síndrome de angústia respiratória aguda Hialinose - Transformação Hialina - ocorre em vários órgãos - fenômeno normal do envelhecimento - hipertensão arterial - diabetes mellitus Arteríolas aferentes glomerulares deposição de substância hialina entre o endotélio e a camada média. Rim - H.A.S - proteínas do plasma que exsudam e depositam-se na MEC - consequências: redução da luz de arteríolas → isquemia - hialinose arteriolar - hialinização glomerular - Macroscópico: redução de volume, superfície granulosa Glomeruloesclerose nodular e focal (diabética) Áreas de hialinose/esclerose representam áreas de acúmulo de proteínas plasmáticas em pontos mais permeáveis do glomérulo, com deposição reativa de matriz. - Expansão segmentar da matriz mesangial - Acúmulo de proteína plasmática na forma de depósitos hialinos Cicatriz/Quelóide - Deposição de material fibrilar protéico, em substituição ao parênquima tecidual - Fibras colágenas tumefeitas, espessas, homogêneas, perda aspecto fibrilar normal. Aspecto eosinofílico, vítreo - Produção do MEC exacerbada e/ou mecanismos degradação reduzidos Síndrome da angústia respiratória aguda membranas hialinas: Lesão difusa do parênquima pulmonar por vários tipos de agente - ingestão ou inalação de substâncias tóxicas - toxicidade pelo oxigênio - aspiração de conteúdo gástrico - infecções bacterianas ou virais 1. Lesão celular destruição da barreira alvéolo capilar 2. aumento da permeabilidade 3. extravasamento fluidos e proteínas superfície alveolar, forrando alvéolos 4. membranas hialinas (marcador histológico lesão) AMILOIDOSE - Alteração Hialina Extracelular - Síndrome agrupando diversas patologias que cursam com depósito intersticial de substância hialina amorfa, causando isquemia e ATROFIA das estruturas adjacentes - Órgão afetados por amiloidose: cérebro, coração, baço, fígado, pâncreas e rim Classificação Amiloidose: + Idiopática: quando o agente etiológico é desconhecido Constituição física do amiloide: - Amilóide são polímeros de subunidades protéicas pequenas (monômeros) que se repetem indefinidamente. - Proteína dobrada em uma configuração extremamente estável - Cadeia de aminoácidos: disposta em forma de pregueamento beta - O tipo de monômero é diferente para cada tipo de amilóide e permite classificá-los. - Proteína amiloide, fibrilar, pregueamento beta - Moléculas se associam formando bainhas pregueadas (Propriedades polariscópicas) - Vermelho Congo: associação em paralelo com dobras das bainhas da proteína Morfologia da amiloidose: → MACROSCOPIA: - Aumento do volume do órgão – atrofia do parênquima. - Rigidez - Ex: Baço lardáceo, baço “em sagu”, grande rim branco amiloidótico → MICROSCOPIA: Hialinização dos órgãos afetados - HE. substância hialina : homogênea eosinófila - Coloração de Vermelho Congo na luz polarizada Amiloidose Esplênica Congo red stain: to differentiate amyloid from other hyaline deposits Amiloidose Hepática Amiloidose Renal The glomerular architecture is almost totally obliterated bythe massive accumulation of amyloid. Aspecto Microscópico Microscopia: aspecto róseo e eosinofílico pela hematoxilina-eosina na M.O. Amiloidose Neural TIPOS DE AMILÓIDE: → Amilóide AL → Amilóide AA → Amilóide ATTR → - Amilóide Amilóide AL: - Tipo mais comum de Amiloidose Sistêmica - Os monômeros são fragmentos de cadeias leves de imunoglobulinas - Produção exacerbada+defeito degradação cadeias leves - Ocorre em 5-15% dos pacientes com mieloma múltiplo / plasmocitoma (secundária) - Também ocorre em pacientes com linfoma não hodgkin. Amilóide AA: - Doenças inflamatórias crônicas: lepra , tuberculose , osteomielite. - Doenças inflamatórias crônicas não infecciosas: Artrite reumatóide, Sarcoidose, colite ulcerativa, psoríase e Doença de Crohn, Doença de Hodgkin e Carcinoma renal - Proteína plasmática SAA (serum amyloid associated protein) = baixa concentração - Fragmento não digerível da SAA é o monômero do amilóide AA. - Falha enzima: degradação incompleta da SAA gerando moléculas insolúveis de AA Amilóide ATTR: - Derivado da transtirretina ou pré-albumina - Herança autossômica dominante (familial) - AMILOIDOSE POLINEUROPÁTICA: Deposição de amilóide em nervos periféricos e autonômicos, rins, coração → β2 microglobulina - Outro tipo de amiloidóse - Secundária a hemodiálise prolongada - Retenção na circulação devido Insuficiência Renal - Acúmulo : tendões e articulações - Pacientes hemodiálise de longa duração β -Amilóide: - encontrado no cérebro na doença de Alzheimer - demência de causa desconhecida - material amilóide formando as chamadas placas senis (neurônios e vasos cerebrais) Lesão de adaptação: existe um período em que há uma adaptação ao ambiente com o patógeno. Lesão (Degeneração) reversível: não tem tempo para se adaptar a realidade, aquela em que retirada a causa volta ao estado original de homeostase. Caracterizada pela redução da atividade metabólica com consequente acúmulo intracitoplasmático de substâncias. Para a célula se adaptar ela precisa ter um gasto energético muito grande. Redução da função da célula, seja no controle hidroeletrolítico, seja no padrão normal de metabolização de substâncias citoplasmáticas Degeneração HIalinas: proteínas Degeneração Hidrópica: acomula água Degeneração Gordurosa: acomula gordura DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA - Acúmulo intracelular de água - Sinônimo: tumefação hidrópica, edema celular, inchação turva - Mecanismo: falha na manutenção do volume celular por deficiência no funcionamento de Na/K ATPase (falta de ATP) - Causas: Hipóxia, isquemia, lesão de membrana, soluções hipertônicas, perda de eletrólitos, hipercolemia - Lâmina: menos eosinofílico, fica granulado, DEGENERAÇÃO GORDUROSA - Acúmulo intracitoplasmático de lipídios (triacilgliceróis) em células parenquimatosas - Sinônima: esteatose, metamorfose gordurosa - Principais órgãos: Fígado, coração, músculos, rins → Esteatose: acomula triglicerídeo → Lipidose: acomula qualquer outro tipo de lipídeo + Quando ingere-se álcool o fígado para de metabolizar lipídeos para metabolizar o álcool, nesse meio-termo os triacilglicerídeos acomulam-se dentro dos hepatócitos - Esteatose. Etiologia: - Tóxicas e tóxicas-infecciosas - Dietética e metabólica - Hipóxia/anóxia - Indeterminadas: esteatose aguda da gravidez Patogenia: alterações na capacitação, metabolização ou liberação dos lipídios do fígado para os tecidos Mecanismos: 1. Entrada excessiva de ácidos graxos livres nos hepatócitos 2. Redução da síntese protéica (apolipoproteínas) 3. Diminuição da oxidação de ácidos graxos 4. Aumento da esterificação de ácidos graxos 5. Aumento da disponibilidade de triglicerídeos plasmáticos 6. Obstáculo na liberação de lipoproteínas do hepatócito + Hepatite pode ter degeneração hidrópica e gordurosa. Nesse caso a gordurosa predomina sobre a hidrópica. Autópsia: - Fígado amarelo - Fígado untuoso/oleoso ESTUDO DE CASO: Homem de 43 anos de idade, obeso com IMC de 36,8, portador de diabetes mellitus, dislipidemia e hipertensão arterial, etilista, com diagnósticos comprovados clínica e laboratorialmente, durante exame de rotina detectou elevados níveis de transaminases hepáticas. Procurou serviço médico especializado, que indicou cirurgia bariátrica. O procedimento foi realizado com sucesso e o paciente emagreceu cerca de 30 kg em 1,5 mês. Abandonou os hábitos nocivos (etilismo e sedentarismo, com melhora dos padrões de dieta), porém, em acompanhamento, notou que os níveis de transaminases se elevaram ainda mais e que os parâmetros radiológicos de seu fígado pioraram. O achado de elevação de transaminases hepáticas sugere qual processo patológico? - Alteração de adaptação - Lesão celular reversível - Lesão celular irreversível - Alteração inflamatória O acúmulo de quais substâncias provavelmente está vinculado às alterações hepáticas? - Proteína - Triglicérides - Água - Muco Qual dos seguintes mecanismos corresponde à piora do quadro de lesão hepática apresentado após a cirurgia bariátrica? - Redução de proteínas circulantes - Lesão tóxica mitocondrial - Aumento da mobilização periférica de ácidos graxos - Aumento da ação da lipase lipoproteica periférica A ingestão alcoólica contribuiu para a alteração reversível no fígado por todos os mecanismos, exceto: - Lesão tóxica mitocondrial - Redução da ingesta proteica - Redução da atividade da lipase lipoproteica periférica - Mobilização periférica de ácidos graxos A figura ao lado se refere a um fígado oriundo de uma autópsia de um indivíduo alcoólatra. Qual das seguintes características não pode ser observada nessa imagem? - Aumento volumétrico - Coloração amarelada - FIbrose cicatricial - Superfície lisa e brilhante A imagem ao lado corresponde a uma biópsia feita para controle pós operatório do paciente. Qual é o processo patológico evidente nesse corte histológico? - Mucopolissacaridose - LIpidose - Esteatose - Hialinose PIGMENTAÇÃO E CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA Defina calcificação patológica e quais as condições necessárias para que cada tipo ocorra: Calcificação patológica consiste na deposição de sais de cálcio em locais normalmente não calcificados. Calcificação é lesão muito frequente, embora geralmente não traga consequências graves. As calcificações patológicas podem ser (1) distrófica, quando predominam fatores locais, como necrose; (2) metastática, em casos de hipercalcemia. Há ainda calcificações idiopáticas, em que nenhum desses fatores está presente. 1. Calcificação distrófica é a que resulta de modificação local nos tecidos (distrofia significa alteração tecidual prévia). Restos necróticos são particularmente suscetíveis de deposição de cálcio, que ocorre, especialmente, em locais com necrose caseosa, necrose por coagulação ou necrose gordurosa. 2. Calcificação metastática é assim denominada para indicar que o cálcio reabsorvidodo tecido ósseo em condições patológicas ocasiona, se não houver excreção adequada pelos rins, depósitos em outros locais. Tal calcificação ocorre caracteristicamente quando há hipercalcemia e, mais raramente, hiperfosfatemia. Em geral, quando o produto das concentrações séricas de cálcio e de fosfato fica acima de 35 ou 40 em adultos, ocorre calcificação metastática. DISTRÓFICA: - Deposição local, independente dos níveis séricos de cálcio - Encontrada em áreas de necrose, seja de coagulação caseosa, liquefação gordurosa - endotélio vascular (placas ateromatosas) - Células mortas e escamadas dos túbulos renais - trombos - válvulas cardíacas - endocardites - parede das artérias (túnica média) - tumores (memma, ovário, tireóide) - processo inflamatório crônicos granulomatosos - nódulos Macroscopia: - Sítio da lesão esbranquiçado, consistência arenosa ou pétrea, constatação do “ranger da faca” ao corte, na necrópsia Microscopia: - Quando corada por H&E apresenta-se de coloração intensamente basofílica e invariavelmente de aspecto amorfo. + Coloração diferencial: VonKossa , onde o cálcio é depositado apresenta cor negra METASTÁTICA - Ocorre em tecidos normais sempre que houver hipercalcemia Patogenia: - Aumento da secreção d e PTH - (Hiperparatireoidismo) - Destruição de tecido ósseo nos tumores (mielomas, leucemias) - Metástases ósseas difusas (carcinoma de mama) - Imobilização prolongada - Desordens da vitamina D (intoxicação) - Insuficiência renal (retenção de fosfato: hiperparatireoidismo secundário) Locais Principais de Deposição: - Válvula aórtica – túnica média - Coração – interstício muscular - Rins – epitélio tubular e interstício renal (raro no glomérulo) - Pulmão – parede dos alvéolos - Mucosa gástrica – túnica própria e membrana basal das glândulas → http://anatpat.unicamp.br/lamdegn25.html http://anatpat.unicamp.br/lamdegn25.html PATOGÊNESE DOS CÁLCULOS - Massas sólidas, concretas e compactas , esferóides, ovóides ou facetadas de consistência argilosa a pétrea. - Localizados em estruturas tubulares ocas, sem fluxo sanguíneo - Nefrolitíase (rim), Colelitíase (vesícula biliar), Coledocolitíase (colédoco) e Sialolitíase (glândula salivar). - Causa obstrução, lesão ou infecção de ductos do pâncreas, glândula salivar, próstata, tratos urinário e biliar. Estágios progressão: Formação de urina supersaturada → nucleação ou cristalização → crescimento → cálculos Duas coisas essenciais para formar cálculos: matriz orgânica + hipersaturação PIGMENTAÇÃO Pigmentação é o processo de formação e/ou acúmulo, normal ou patológico, de pigmentos no organismo. Pigmentação patológica pode ser sinal de alterações bioquímicas pronunciadas, sendo o acúmulo ou a redução de certos pigmentos aspecto importante em várias doenças. Pigmentação patológica: → Endógena: - Acúmulo de constituintes normais da célula - Sintetizados pelo próprio organismo → Exógena - Formado exterior → penetram e depositam nos órgão - Entram por via aérea, digestiva ou parenteral - As partículas podem ser retidas, transportadas ou eliminadas. Pigmentações endógenas: 1. Derivados de Hemoglobina Ferruginosos: - Hematinas - Hemossiderina Não-Ferruginosos: - Bilirrubina 2. Melanina 3. Ácido Homogentísico 4. Lipofuscina HEMOSSIDERINA - Pigmento acastanhado a dourado, granular, grosseiro - Macrófagos, células parenquimatosas ou no interstício - Hemossiderina localizada: hematomas, hemorragias - Hemossiderina sistêmica: aumento absorção intestinal de ferro (Hemocromatose primária ou hereditária), morte excessiva de hemácias HEMATINA - Pigmento acastanhado a enegrecido resultante da degradação da hemoglobina (heme), sob ação de Ácidos ou Álcalis fortes BILIRRUBINA - Pigmento granular castanho-amarelado a esverdeado - Produto final da degradação da hemoglobina - Aumento da bilirrubina no plasma causa icterícia (Icterícia fisiológica do recém nascido) MELANINA - Pigmento protéico castanho a negro: cor da pele, pêlos e olhos - Sintetizado pelos melanócitos: Pele, globo ocular, leptomeninge - Funções:Fotoprotetora(eumelanina).Antioxidante (eumelanina e feomelanina ) - Influência Hormonal: ACTH e Hormônios sexuais - Doenças patológicas: Hiperpigmentação e hipopigmentação melânica. ÁCIDO HOMOGENTÍSICO - Pigmento negro - Produto intermediário normal do metabolismo da tirosina - Acúmulo: Coloração enegrecida das cartilagens, esclera ocular e da pele LIPOFUSCINA - Derivados da peroxidação de lipoproteínas e lipídios das membranas das organelas (resíduos celulares) - Incapacidade da célula em digerir e eliminar resíduos da autodigestão - Pigmentos granulares finos, pardo-amarelados, intracitoplasmáticos Pigmentação exógena: - Antracose: carvão - Argiria: prata - Tatuagem LESÃO CELULAR IRREVERSÍVEL NECROSE E APOPTOSE HIPÓXIA - Hipóxia Hipóxica: oxigenação inadequada do sangue devido à insuficiência cardiorrespiratória; - Hipóxia Isquêmica: redução do fluxo sanguíneo (isquemia); - Hipóxia Anêmica: redução da capacidade de transportar oxigênio no sangue; - Hipóxia Hemorrágica: após grave perda de sangue. - Dependendo da gravidade do estado hipóxico, as células podem se adaptar, sofrer lesão ou morrer ESTÍMULOS LESIVOS - Físicos: trauma mecânico, extremos de temperatura (queimaduras e frio intenso), alterações bruscas da pressão atmosférica, radiação e choque elétrico - Químicos/Drogas: glicose ou sal em concentrações hipertônicas; Venenos como arsênico e cianeto; Poluentes, inseticidas e herbicidas; Monóxido de carbono e asbesto; Álcool, drogas terapêuticas e ilícitas - Infecciosos: vírus, parasitas, bacté́rias, fungos e formas superiores de parasitas como tênias - Reações Imunológicas: doenças autoimunes e falta de imunidade; - Genéticos: Uma sutil substituição de um único par de bases levando à substituição de um aminoácido, como na anemia falciforme; - Desequilíbrios Nutricionais: deficiência proteico- calórica, deficiências de vitaminas, anorexia, obesidade. NECROSE - Forma “acidental” e desregulada de morte celular resultante de danos às membranas celulares e perda da homeostase dos íons. - As enzimas lisossômicas entram no citoplasma e digerem a célula. - Conteúdos celulares também são perdidos, através da membrana plasmática rompida, para o espaço extracelular, onde despertam uma reação no hospedeiro (inflamação). - A necrose é o padrão de morte celular encontrado em diversas agressões comuns, como as que se seguem à isquemia, exposição a substâncias tóxicas, várias infecções e trauma. Padrão das alterações celulares - Alterações Morfológicas: a desnaturação de proteínas intracelulares é resultado da digestão enzimática (ruptura de lisossomos ou lisossomos dos leucócitos) da célula lesada de modo letal; - Alterações Nucleares: Picnose (retração nuclear); Cariorrexe (fragmentação do núcleo); Cariólise (destruição da carioteca). Necrose Tecidual: - Quando um grande número de células morre num tecido ou órgão, dizemos que está necrótico. - A necrose dos tecidos possui vários padrões morfológicos distintos, cujo reconhecimento é importanteporque eles fornecem pistas sobre a sua causa básica. Necrose coagulativa: - Uma área localizada de necrose de coagulação pode ser chamada de infarto; - Causada por falta de irrigação sanguínea; - Proteínas coaguladas por ação enzimática (digeridas); - Lesão desnatura não apenas as proteínas estruturais, mas também as enzimas, bloqueando a proteólise das células mortas. Necrose liquefativa: - É caracterizada pela digestão das células mortas; - O material necrótico é frequentemente amarelo-cremoso devido à presença de leucócitos mortos e é chamado de pus; - Morte por hipóxia de células dentro do sistema nervoso central. Necrose caseosa: - Termo “caseoso” (semelhante a queijo); - Mais frequentemente em focos de infecção tuberculosa; - Coleção de células rompidas ou fragmentadas e restos granulares amorfos delimitados por uma borda inflamatória distinta (granuloma). Tuberculose: Necrose gordurosa: - Destruição adiposa resultantes da liberação de lipases pancreáticas ativadas na intimidade do pâncreas e na cavidade peritoneal; - Ocorre na pancreatite aguda; - As enzimas pancreáticas escapam das células acinares e liquefazem-as - membranas dos adipócitos do peritônio; - Os ácidos graxos liberados combinam-se com o cálcio, produzindo áreas calcárias brancas macroscopicamente visíveis (saponificação da gordura). Necrose fibrinóide: - É uma forma especial de necrose geralmente observada nas reações imunes que envolvem os vasos sanguíneos. - Esse padrão ocorre tipicamente quando complexos de antígenos e anticorpos são depositados nas paredes das artérias. - Os depósitos desses “imunocomplexos”, em combinação com a fibrina que extravasa, resulta em uma aparência amorfa róseo-brilhante como “fibrinóide” (semelhante à fibrina). - Típica de reação autoimunes - Depósito de imunocomplexos - Fibrina = aspecto fibrinóide Necrose gangrenosa - Termo usado na prática clínica, aplicado a uma região que tenha perdido seu suprimento sanguíneo e que tenha sofrido necrose (tipicamente necrose de coagulação) envolvendo seus diversos planos teciduais. - Quando uma infecção bacteriana se superpõe, ocorre ainda necrose liquefativa devido à ação de enzimas das bactérias e dos leucócitos atraídos. - Necrose de todo um membro - Macroscopicamente: cor escura e odor forte - Obstrução de uma artéria Necrose hemorrágica - Ocorre em alguns órgãos internos, quando há obstrução do fluxo sanguíneo acumulando sangue no tecido (hemorragia), esse acúmulo de sangue diminui o nível de oxigênio necrosando o tecido. - Órgão de dupla circulação - Intestino, fígado, pulmão Notar na imagem a completa desorganização do parênquima pulmonar com área de hemorragia (círculos) e necrose (quadrado). Resultado de uma necrose: o tecido necrótico pode evoluir para calcificação distrófica, cicatrização , etc. APOPTOSE - Morte celular programada - Induzida por um programa de suicídio finamente regulado no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e suas proteínas nucleares e citoplasmáticas - As células se quebram em fragmentos, chamados corpos apoptóticos - A membrana plasmática da célula apoptótica e de seus corpos apoptóticos permanece intacta, mas seus fragmentos tornam-se alvos atraentes para os fagócitos - Esta via não desperta uma resposta inflamatória - ocorre durante o desenvolvimento e por toda a vida, eliminando células indesejáveis, velhas ou potencialmente prejudiciais Apoptose situações fisiológicas - Destruição programada de células durante a embriogênese - Involução de tecidos hormônio-dependentes sob privação do hormônio (menstruação) - Perda celular em populaçòes celulares proliferativas (células epiteliais intestinais) - Eliminação de linfócitos autocorretivos potencialmente nocivos - Morte de células normais que já tenham cumprido sua atividade funcional Apoptose situações patológicas - Dano ao DNA - Acúmulo de proteínas mal dobradas - Morte celular em certas infecções ( em grande parte a apoptose induzida pelo vírus nas células infectadas) - Atrofia patológica no parênquima de órgão após obstrução de ducto Apoptose alterações morfológicas - Retração celular - Condensação da cromatina - Formação de bolhas citoplasmáticas e corpos apoptóticos - Fagocitose das células apoptóticas ou corpos apoptóticos, geralmente pelos macrófagos Apoptose Mecanismo - Resulta da ativação de enzimas chamadas caspases - Como muitas proteases, as caspases existem como pro-enzimas inativas ou zimogênios, e devem sofrer clivagem enzimática para se tornarem ativas - A presença de caspases ativas, clivadas, constitui um marcador para células que estão sofrendo apoptose Apoptose Via Intrínseca - Na via mitocondrial, proteínas da família BCL2, que regulam a permeabilidade mitocondrial, tornam-se desequilibradas, e a liberação de várias substâncias da mitocôndria levando a ativação de caspases - É o principal mecanismo de apoptose em todas as células dos mamíferos Apoptose Via Extrínseca - Na via do receptor de morte, sinais de receptores da membrana plasmática levam a montagem de proteínas adaptadas em um "complexo de sinalização incluindo a morte", que ativa caspases, e o resultado final é o mesmo. Execução da apoptose e remoção das células mortas - As duas vias de iniciação convergem para uma cascata de ativação de caspases que medeiam a fase final da apoptose: fragmentação nuclear, destruição de citoesqueleto e formação de corpos apoptóticos - Fosfatidilserina está presente no folheto interno da membrana plasmática. Nas células apoptóticas esse fosfolipídio move-se para fora, onde é reconhecido por varios receptores dos macrofagos. - Alguns corpos apoptóticos são revestidos por tromboplastina, uma glicoproteina adesiva que é reconhecida pelos fagocitos. NECROSE - Morte celular seguida de fenômenos de autólise - Alteração morfológica que ocorrem após a morte celular em um tecido ou órgão vivo - Desnaturação das proteínas - Digestão enzimática de organelas e outros componentes do citosol - Causa reação inflamatória Lesão Isquêmica: - A isquemia ocorre devido a uma redução no fluxo sanguíneo - A isquemia causa o comprometimento progressivo de vias bioquímicas Lesão por hipóxia: - A hipóxia é a redução do oxigênio disponível - Se o fluxo sanguíneo for restaurado (lesão reversível) e se o fluxo sanguíneo for exacerbado pode ocorrer uma lesão (lesão por reperfusão) - Ex. infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral CASO CLÍNICO:Mulher, 69 anos, foi internada com queixa de dor precordial de 3h de duração. Ao exame, foi constatada pressão arterial 180/140m mHg. Referiu que há sete anos e meio apresentou a mesma dor também de forte intensidade. Foi submetida a cineangiocoronariografia que demonstrou obstrução de 80% na emergência de ramo diagonal do ramo interventricular anterior da artéria coronária esquerda, irregularidade noterço distal da artéria coronária direita e no terço proximal do ramo circunflexo da artéria coronária esquerda. A ventriculografia foi normal. A paciente recebeu alta depois de nove dias, com prescrição de medicação para. pressão, ,anticoagulante, bloqueador de canal de cálcio, por via oral e então encaminhada ao InCor para tratamento. Quando iniciou seguimento neste Hospital não apresentava sintomas. Informou ser portadora de hipertensão arterial desde a idade de 42 anos. O exame físico revelou peso 107kg, altura 158cm, pulso 70bpm, pressão arterial 140/90mmHg. O restante do exame físico foi normal. Qual diagnóstico? Infarto agudo do miocárdio Explique a etiopatogenia: O IAM foi provocado pela obstrução da artéria coronária esquerda que provocou uma lesão isquêmica levando a necrose das células no local. Qual o processo fisiopatológico geral? Lesão celular irreversível Qual o processo fisiopatológico específico? Necrose de coagulação Quais as alterações morfológicas? As três alterações morfológicas principais que acontecem em um processo de necrose são a Picnose (retração nuclear), Cariorrexe (fragmentação do núcleo). Cariólise (destruição da carioteca). Quais os sinais e sintomas? Sintomas e Sintomas: queixa de dor precordial de 3h de duração; há sete anos e meio apresentou a mesma dor também de forte intensidade. Pressão arterial 180/140m mHg. Cineangiocoronariografia que demonstrou obstrução de 80% na emergência de ramo diagonal do ramo interventricular anterior da artéria coronária esquerda, irregularidade no terço distal da artéria coronária direita e no terço proximal do ramo circunflexo da artéria coronária esquerda. https://www.youtube.com/watch?v=1vaEVcMfa1E https://www.youtube.com/watch?v=1vaEVcMfa1E ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS Alterações circulatórias: - Hiperemia - Congestão - Edema - Hemorragia - Choque - Trombose - Embolia - Infarto HIPEREMIA Hiperemia é o aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos em um órgão ou tecido, especialmente na microcirculação. Tem como finalidade suprir as necessidades do tecido com o aumento da demanda metabólica daquele tecido. Pode ser hiperemia ativa, passiva (também chamada de congestão) ou mista. Hiperemia Ativa: aumento do influxo de sangue devido a dilatação arteriolar, o que leva a coloração avermelhada. São exemplos fáceis de observar a hiperemia facial (rubor facial) de origem neurogênica, o rubor facial que acompanha o exercício físico e a hiperemia nas fases iniciais de uma inflamação aguda (rubor no tecido inflamado). As principais causas são: 1. Estímulos vasodilatadores neurogênicos (rubor facial) 2. Estímulos vasodilatadores metabólicos (ADP e adenosina no exercício físico) 3. Mediadores inflamatórios vasodilatadores As consequências dessa hiperemia são discretas: a hiperemia neurogênica e a do exercício físico são transitórias; a hiperemia ativa da inflamação é seguida rapidamente por hiperemia passiva, tornando-se hiperemia mista. Hiperemia Passiva (congestão): diminuição do efluxo tecidual, devido ao distúrbio na drenagem venosa. Tecido afetado fica mais vermelho-azulado (cianose), devido ao acúmulo de hemoglobina desoxigenada nos tecidos afetados. Principais causas são: 1. Diminuição do retorno venoso em consequência de obstrução localizada, como acontece em trombose venosa, obstrução de veias por causas variadas ou aumento da viscosidade sanguínea , por empilhamento de hemácias. 2. Redução do retorno venoso sistêmico ou pulmonar, como acontece na insuficiência cardíaca 3. Compressão extrínseca das veias (dedo preso por um cordão) Hiperemia Mista: hiperfluxo associado a dificuldade de retorno venoso, como acontece em inflamações. https://www.youtube.com/watch?v=XhyAtKZg0yI&feature=youtu.be ASPECTOS MORFOLÓGICOS: Paredes alveolares espessas Acúmulo de sangue visível Pigmentação presente https://www.youtube.com/watch?v=XhyAtKZg0yI&feature=youtu.be + Em microscopias de congestão é possível observar a dilatação de estruturas e vasos repletos de sangue. EDEMA Edema é o aumento da quantidade de líquido intersticial nos tecidos ou cavidades orgânicas. A produção, a circulação e a reabsorção do líquido intersticial dependem de forças geradas na microcirculação e na MEC, conhecidas como forças de Starling. São elas: - pressão hidrostática do sangue (PHs), que força a filtração; - pressão oncótica do plasma (POp), gerada por macromoléculas circulantes; esta tem sentido oposto à PHs; - pressão hidrostática da MEC (Phm) - pressão oncótica da MEC (POm) A formação de um edema acontece por principalmente quatro fatores, que são: 1. Aumento de PHs 2. Diminuição de POp 3. Aumento da permeabilidade 4. Redução da drenagem linfática ↟ Aumento de PHs: (pressão hidrostática) - Comprometimento do retorno venoso (trombos ou compressão extrínseca ou insuficiências de válvulas venosas) - Aumento da pressão venosa sistêmica por insuficiência cardíaca direta ↡ Diminuição da POp: (pressão oncótica) - Perda excessiva ou síntese reduzida de albumina - Síndrome Nefrótica (parede permeável glomerular) - Cirrose - Desnutrição protéica (hipoproteinemia) ↟ Aumento da permeabilidade vascular: - Permite a passagem de H2O, íons e proteínas plasmáticas para o interstício (inflamação aguda) - Retenção de Na+ ↡ Redução da drenagem linfática (linfedema): - Obstrução inflamatória (colapso do vaso pela destruição das fibras da MEC por enzima hidrolíticas - inflamação) - Neoplasia e tratamentos radioterápicos (inflamação) DENOMINAÇÕES Edema Generalizado (Anasarca): Em algumas situações (ex: insuficiência cardíaca, hipoproteinemia etc.), o edema tende a ser generalizado desde o seu início. Em outras, um edema inicialmente localizado pode acionar mecanismos de compensação que acabam por generalizar o processo, provocando redistribuição dos líquidos no corpo e aumento do líquido intersticial na maioria dos órgãos. Edema Localizado: Edema localizado resulta de causas locais que alteram as forças de Starling ou que interferem com a drenagem linfática. - Cavidade Pleural → Hidrotórax - Cavidade Peritoneal → Ascite - Pericárdio → Hidropericárdio TRANSUDATO (edema hemodinâmico): água e eletrólitos, pobre em células e proteínas (desequilíbrio entre as PH e PO). Acontece por um desequilíbrio das forças de Starling. EXUDATO (edema inflamatório): rico em proteínas e células inflamatórias (aumento da permeabilidade vascular). Acontece em inflamações, traumatismos na microcirculação e vasos malformados no interior de neoplasias. Macroscopia: aumento de volumes dos tecidos que cedem facilmente a pressão localizada, dando origem a depressão que lentamente desaparece (cacifo ou sinal de Godet) Microscopia: no local edemaciado observa-sea ampliação da MEC evidenciada pela separação das células e dos componentes fibrosos da matriz. Nos pulmões, o líquido acumula-se primeiro nos septos alveolares (edema intersticial); se a causa persiste, o líquido inunda os alvéolos (edema alveolar clássico), nos quais aparece material acidófilo e homogêneo ocupando os espaços aéreos → Alvéolo preenchido com material rosa liso e levemente flocular característico de edema pulmonar. Os capilares nas paredes alveolares estão congestionadas com hemácias. Edema na ICC (insuficiência cardíaca) Insuficiência cardíaca DIREITA: Falha reside no ventrículo direito, que não consegue bombear todo o seu conteúdo até à circulação pulmonar. Como resultado, o sangue acumula-se na aurícula direita, acumulando-se na rede venosa que desagua nesta através das veias cavas. Nesse caso o edema forma-se primeiramente nos MMII , mas tende a generalizar-se para o corpo todo. Insuficiência cardíaca ESQUERDA: Ventrículo esquerdo é incapaz de expulsar para a artéria aorta todo o volume sanguíneo que chega dos pulmões, o que leva a um congestionamento de sangue no território pulmonar, edema pulmonar . Primeira manifestação da congestão pulmonar é a dispneia. Revisar cascata de coagulação para compreender a formação de trombos ! TROMBOSE Trombose é a solidificação do sangue no leito vascular ou no interior das câmaras cardíacas, em um indivíduo vivo . Trombo, que é a massa sólida de sangue que fica presa à superfície onde se originou, pode formar-se em qualquer território do sistema cardiovascular: cavidades cardíacas (na parede do órgão ou nas válvulas), artérias, veias e microcirculação. A formação de trombos envolve o processo de coagulação sanguínea e a atividade plaquetária, estando associada a três componentes, clássica Tríade de Virchow : 1. Lesão endotelial; 2. Alteração do fluxo sanguíneo; 3. Modificação na coagulabilidade do sangue. Lesão endotelial : Agressões variadas (físicas, químicas ou biológicas) podem tornar o endotélio pró-coagulante por aumento na síntese de fatores da coagulação (fator VII) e de fatores ativadores de plaquetas (TXA2 e ADP), por redução na sua capacidade anticoagulante (ex: diminuição na expressão de antitrombina no glicocálice) ou por perda do revestimento contínuo dos vasos. Perda endotelial - lesão endotelial direta: - Lesão vascular traumática ou inflamatória (ativação neutrófilos) - Endotoxinas bacterianas - Placa ateromatosa - Fluxo turbulento sobre valvas cicatrizadas - Invasão neoplasias malignas Disfunção endotelial: - Hipercolesterolemia - Produtos absorvidos da fumaça do cigarro Alteração do fluxo sanguíneo : Modificações na velocidade do sangue (aumento ou redução) e turbulência no fluxo sanguíneo (formação de redemoinhos ou movimento não linear/laminar) são importantes na gênese de trombos. Estase: - Estagnação do sangue, é a principal causa de trombo venoso - Ocorre o rompimento do fluxo laminar deixando as plaquetas em contato com endotélio assim impedindo a diluição dos fatores coagulantes e retardando o fluxo dos inibidores do fator Turbulência: - Causa trombose endotelial arterial e cardíaca - Turbulência do fluxo lesa endotélio - Favorece o choque de plaquetas contra o endotélio, o que as ativa e inicia a sua agregação (ex: aneurisma) Hipercoagulabilidade : Aumento da coagulabilidade sanguínea, por defeitos genéticos ou por condições adquiridas, resulta de: (1) aumento do número de plaquetas; (2) maior disponibilidade de fatores pró-coagulantes; (3) redução de inibidores da coagulação. - Aumenta liberação de tromboplastina, aumenta protrombina e fibrinogênio - Pode ocorrer em disfunções primárias (genéticas) e disfunções secundárias (adquiridas) - Algumas disfunções secundárias são: Politraumatismos, Pós-parto e pós-operatórios, Tabagismo, Neoplasias, Viremias, Queimaduras, Policitemia / Trombocitemia, Obesidade, Excesso de estrógeno e progesterona. Classificação dos trombos Constituição/Formação: - Brancos ou fibrinosos – aglutinação (lesão endotelial) - Vermelhos – coagulação (por estase) - Mistos – aglutinação + coagulação (Estrias de Zahn) Situação: - Oclusivo ou obliterante - Mural ou parietal Trombos Arteriais / Cardíacos Trombos Venosos Ocorrem no local da lesão endotelial ou turbulência Ocorrem no local de estase Crescem em direção retrógrada ao ponto de ligação Crescem em direção ao fluxo sanguíneo Geralmente NÃO oclusivos Geralmente oclusivos Laminações aparentes: Linhas de Zahn (camadas claras de plaquetas e fibrina/ camadas escuras de hemácias) Formados por hemácias presas em uma rede de fibrina , plaquetas e formam-se em área de estase após ativação do sistema de coagulação + As diferenças entre trombos arteriais e venosos se dão principalmente pela diferença da velocidade do fluxo sanguíneo nos vasos. Aspecto macroscopico: os trombos apresentam-se como massas de sangue solidificado, de tamanhos variados, aderidos à superfície onde se formaram. Os trombos são foscos e friáveis. Aspecto microscópico: coágulo sanguíneo em que se observam áreas acidófilas com aspecto reticulado ou laminar (estrias de Zahn), nas quais predominam depósitos de plaquetas e fibrina, e regiões onde a rede de fibrina aprisiona os elementos figurados do sangue, especialmente hemácias; tal massa está sempre aderida à parede do vaso ou da câmera onde se formou, mesmo que em pequena extensão. Estrias de Zahn em aspecto macroscópico e microscópico Aspecto macroscópico e microscópico de um trombo preenchendo uma artéria pulmonar DESTINO DOS TROMBOS Propagação: predomínio processo de coagulação completa obstrução do vaso Dissolução: predomínio atividade fibrinolítica Organização e Recanalização: equilíbrio coagulação e fibrinólise Prática → http://anatpat.unicamp.br/lamdc6a.html http://anatpat.unicamp.br/lamdc6a.html Coagulação intravascular disseminada (CID) A CID promove a ativação sistêmica da coagulação sanguínea, caracteriza-se pela formação de trombos múltiplos especialmente na microcirculação. Com a formação generalizada de trombos de fibrina, ocorre ativação difusa do sistema fibrinolítico, o que leva ao consumo de fibrinogênio e de outros fatores da coagulação. Por causa disso, ocorre hemorragia sistêmica, caracterizando a chamada coagulopatia de consumo. A CID tem, portanto, uma fase trombótica e uma fase hemorrágica , que podem acontecer simultaneamente. As principais causas de CID são: (1) condições obstétricas: (a) embolia amniótica; (b) descolamento prematuro da placenta; (c) feto morto retido; (2) traumatismo com destruição tecidual; (3) infecções sistêmicas de qualquer natureza, especialmente bacterianas; (4) neoplasias malignas, sobretudo mieloides, linfoides e carcinomas metastáticos; (5) pancreatite aguda necro-hemorragia;(6) agressões que se acompanham de resposta inflamatória sistêmica e choque séptico. Os mecanismos da CID são complexos e não totalmente esclarecidos. Emmulheres com problemas obstétricos, em traumatismos e em neoplasias metastáticas, há liberação de grande quantidade de tromboplastina (fator tecidual da coagulação), que inicia a cascata da coagulação sanguínea. Em agressões com destruição tecidual, em lesões necróticas extensas e em infecções, DAMP e PAMP caem na circulação e produzem resposta inflamatória sistêmica; com isso, há ativação do endotélio, que se torna pró-coagulante. EMBOLIA Embolia é a obstrução de um vaso sanguíneo ou linfático por um corpo sólido , líquido ou gasoso na circulação que não se mistura com o sangue ou a linfa. O corpo que circula no interior dos vasos é denominado êmbolo . Embolia é causa frequente e importante de morbidade e mortalidade, especialmente a embolia pulmonar, que é o seu principal representante. Embolia LÍQUIDA: Os tipos mais comuns dessa forma de embolia são a de líquido amniótico e a gordurosa. - Embolia gordurosa: pode ser provocada por (1) infusão inadequada de substâncias oleosas na circulação sanguínea (injeções oleosas intramusculares); (2) esmagamento do tecido adiposo ou da medula óssea amarela em indivíduos politraumatizados ; (3) lise de hepatócitos com esteatose acentuada, o que causa migração de gorduras para as veias hepáticas. - Embolia de líquido amniótico: Resulta de contrações uterinas que forçam a passagem do líquido para o interior das veias uterinas durante o trabalho de parto. Complicação rara da gestação (ocorre em cerca de 1 em cada 50.000 partos), embolia de líquido amniótico é grave e tem alta taxa de mortalidade. O líquido amniótico tem atividade pró-coagulante , o que favorece a formação de microtrombos disseminados (coagulação intravascular disseminada) que, juntamente com as lesões pulmonares (dano alveolar difuso), é responsável pela maioria dos óbitos. Embolia GASOSA: Embolia gasosa consiste em bolhas de gás no sangue circulante que obstruem o fluxo sanguíneo. As principais são: - Síndrome de descompressão aguda: resulta da formação de bolhas de ar, especialmente nitrogênio , quando um indivíduo submerso em grande profundidade retorna à superfície. Em águas profundas, a pressão atmosférica elevada aumenta a solubilização do nitrogênio do ar inspirado no sangue; se o indivíduo retorna à superfície rapidamente, a pressão atmosférica cai, e o nitrogênio dissolvido volta ao estado gasoso e forma bolhas (êmbolos) que obstruem vasos na microcirculação (rim, extremidades, retina). - Procedimentos hospitalares: Diversas outras causas de embolia gasosa iatrogênica surgiram com procedimentos invasivos, propedêuticos ou terapêuticos, por meio da inserção de agulhas e cateteres em vasos ou em cavidades. Hoje, as principais causas de embolia gasosa são acidentes iatrogênicos ou traumáticos, sendo o mecanismo semelhante em todas elas. Instrumentos de infusão de líquidos por via parenteral (bombas de infusão) podem ter, nos locais de acesso arterial ou venoso, conexão acidental com equipamentos com ar comprimido, podendo o ar ser acidentalmente injetado na circulação . Ventilação mecânica com pressão positiva e em condições de resistência pulmonar aumentada causa às vezes pneumotórax e enfisema intersticial; tal procedimento pode também forçar o ar do interstício para as veias pulmonares, podendo gerar embolia gasosa. Embolia SÓLIDA: Êmbolos sólidos podem corresponder a fragmentos de trombos, restos necróticos, bactérias ou parasitas, células tumorais metastáticas, fragmentos da medula óssea (fraturas), fragmentos de placas ateromatosas destacadas ou corpos estranhos. Os mais comuns são os êmbolos trombóticos (tromboêmbolos, tromboembolia) , originados da fragmentação ou do desprendimento de trombos em paredes cardíacas, valvas do coração, aorta e veias profundas. Quando se originam de trombos em câmaras cardíacas esquerdas ou em artérias sistêmicas, os êmbolos podem obstruir vasos em qualquer território e causar isquemia. Se oriundos do coração direito ou de veias da grande circulação, provocam obstrução das artérias pulmonares (embolia pulmonar). TROMBOEMBOLISMO Relembrando que os trombos podem ser venosos, arteriais ou cardíacos. Os trombos venosos podem ser em veias superficiais dos MMII ou veias profundas dos MMII (panturrilha, poplítea, femorais, ilíacas) → Trombose Venosa Profunda (TVP). Deep vein thrombosis: https://www.youtube.com/watch?v=YgENAX40DPI Patologia Venosa: - Flebotrombose: Formação de trombos no interior de veias. Geralmente, veias de MMII e plexos pélvicos - Tromboflebite: Resposta inflamatória ao trombo e o seu processo de organização Tromboembolismo PULMONAR (TEP) Êmbolos nos pulmões originam-se na maioria dos casos de trombos nas veias profundas dos membros inferiores (trombose venosa profunda). A TEP corresponde a doença pulmonar letal mais frequente em indivíduos hospitalizados. Caso os trombos sejam grandes o suficiente para causar uma obstrução existem três possibilidades diferentes: - Oclusão do tronco da artéria pulmonar: (5% dos casos) hipertensão pulmonar aguda → sobrecarga aguda VD → cor pulmonale agudo (diminuição da capacidade de funcionamento das câmaras direitas do coração, por doença pulmonar) → morte súbita - Oclusão de ramos pulmonares de médio calibre: Assintomáticos (Irrigação pela artéria brônquica). Indivíduos com IC (infarto). - Oclusão capilar: Clinicamente silenciosos pode sofrer um processo de organização ou recanalização (Recanalização incompleta: cordão fibrinoso). No caso de oclusões múltiplas, repetidas e disseminadas (oclusão emmais de 30% do leito pulmonar) causa hipertensão pulmonar e cor pulmonale crônico. Tromboembolia Pulmonar: https://www.youtube.com/watch?v=8UnPPZlnfbk Tromboembolismo SISTÊMICO Corresponde a êmbolos que viajam na circulação arterial. A origem dos êmbolos pode ser de trombos intracardíacos (80%), aneurisma aórticos e placas ateroscleróticas ulceradas. As consequências dependem da localização do êmbolo, calibre do vaso obstruído e aporte vascular do tecido afetado. Possíveis causas são: - Infarto em órgãos como o baço e rins - Infarto intestinal caso obstrua a artéria mesentérica - AVC caso chegue no encéfalo - Dor, isquemia, necrose em extremidades caso localize-se em MMII INFARTO Infarto é uma área tecidual de necrose isquêmica causada pela obstrução, seja do suprimento arterial ou da drenagem venosa. O infarto nos tecidosé um evento comum e uma causa extremamente importante de doença clínica. Causas: A trombose arterial ou embolia arterial é a causa da grande maioria dos infartos. Causas menos comuns de obstrução arterial resultando em infartos incluem o vasoespasmo local, a hemorragia dentro de uma placa ateromatosa, ou a compressão extrínseca do vaso (ex: por tumor) Morfologia: Os infartos são classificados de acordo com a sua cor e a presença ou ausência de infecção - Vermelhos (hemorrágicos) - Brancos (anêmicos) - Sépticos ou asépticos Infartos Vermelhos: No infarto vermelho, a região comprometida adquire coloração vermelha em razão da hemorragia que se forma na área infartada. Infarto vermelho, que pode ser causado por obstrução tanto arterial como venosa, ocorre caracteristicamente em órgãos com estroma frouxo (ex: pulmões) e/ou com circulação dupla ou com rica rede de vasos colaterais (ex: intestino delgado). O infarto vermelho pode acontecer também em tecidos previamente congestos pelo fluxo venoso lento e quando o fluxo é restabelecido para um local de oclusão arterial com necrose prévia (ex: após angioplastia de uma obstrução arterial). Clinicamente, os pacientes com infarto pulmonar apresentam dificuldade respiratória (dispneia), dor torácica e tosse com expectoração sanguinolenta (escarros hemoptoicos) por causa da necrose hemorrágica no parênquima pulmonar. Infarto Brancos: Infarto branco é aquele em que a região afetada fica mais clara (branca ou amarelada) do que a cor normal do órgão. Infarto branco é causado por obstrução arterial em territórios com circulação terminal ou escassa circulação colateral (coração, baço e rim). Onde a densidade do tecido limita a penetração de sangue dos leitos capilares adjacentes na área necrótica. Infartos vermelhos (hemorrágicos) Infartos brancos Alterações histológicas: Se a oclusão vascular ocorre pouco (minutos a horas) antes da morte do indivíduo, as alterações histológicas podem estar ausentes. O tecido morto leva de 4 a 12 horas para exibir alterações microscópicas evidentes de necrose Inflamação: A inflamação aguda está presente ao longo das margens dos infartos em poucas horas e está geralmente bem definida dentro de 1 a 2 dias. Finalmente, uma resposta reparativa começa nas margens preservadas Resposta dos tecidos: - Nos tecidos lábeis ou estáveis, a regeneração parenquimatosa pode ocorrer na periferia onde a estrutura do estroma subjacente estiver preservada - A maioria dos infartos é, no final, substituída por uma cicatriz - O cérebro é uma exceção a essas generalizações, pois o infarto do sistema nervoso central resulta em necrose liquefativa Infartos sépticos: Os infartos sépticos ocorrem quando vegetações infectadas de valvas cardíacas embolizam, ou quando microrganismos se instalam no tecido necrótico. Nesses casos, o infarto é convertido em um abscesso, com uma resposta inflamatória correspondentemente maior. Fatores que influenciam o desenvolvimento do Infarto: - Anatomia do suprimento vascular - Velocidade da oclusão - Vulnerabilidade do tecido à hipóxia (Neurônios: 3 a 4 minutos, células miocárdicas: 20 a 30 minutos) Hemostasia: parada ou a cessação de um sangramento, pode ser feita naturalmente (hemostasia espontânea) ou artificialmente (ex: ligadura ou cauterização de vasos lesados). A hemostasia espontânea envolve a parede vascular, as plaquetas e o sistema de coagulação sanguínea. Ocorre no local da lesão vascular e culmina na formação do tampão fibrinoplaquetário, que serve para prevenir ou limitar a extensão do sangramento. - Vasoconstrição: reação reflexa e imediata após agressão de um vaso, especialmente por agente mecânico. A vasoconstrição é mediada sobretudo por endotelinas liberadas pelo endotélio agredido. - Tampão plaquetário: existem quatro fases na ativação de plaquetas e na formação do tampão plaquetário, (1) adesão de plaquetas ao estroma subendotelial, por meio da ligação ao colágeno e ao fator von Willebrand (vWF fica exposto no caso de lesão endotelial); (2) deformação mecânica induz as plaquetas a emitirem pseudópodes finos, o que aumenta a superfície de contato e favorece a agregação delas; (3) amplificação do tampão plaquetário; (4) estabilização do tampão plaquetário por fibrina . A. Vasoconstrição B. Hemostasia primária C. Hemostasia secundária D. Trombo e eventos antitrombóticos - Célula endotelial libera t-PA → fibrinólise A coagulação sanguínea completa a hemostasia. A coagulação sanguínea resulta de: (1) ativação da via intrínseca , por exposição de colágeno subendotelial ; (2) ativação da via extrínseca pelo fator tecidual (tromboplastina tecidual) liberado de células lesadas. Lesão vascular traumática - Após uma lesão vascular traumática, as plaquetas encontram componentes do tecido conjuntivo subendotelial, como vWF e colágeno - Em contato com essas proteínas, as plaquetas passam por uma sequência de reações que culminam na formação do tampão plaquetário HEMORRAGIA Hemorragia ou sangramento caracteriza-se pela saída de sangue dos vasos ou coração para o meio externo, para o interstício ou para as cavidades pré-formadas. Hemorragias podem ser internas ou externas e recebem nomes particulares. Hemorragias podem ser causadas por: (1) perda da integridade da parede vascular; (2) alterações dos mecanismos de coagulação sanguínea; (3) modificações qualitativas ou quantitativas das plaquetas; (4) mecanismos complexos e ainda mal definidos. Patologias associadas - Ruptura de grandes vasos, como aorta e o coração - Síndrome de Marfan - Aneurismas da aorta abdominal Defeitos na coagulação: Doença de von Willebrand - Distúrbio de sangramento causado por baixos níveis de proteína de coagulação no sangue chamada fator de von Willebrand. O FvW é uma proteína de adesão, sintetizado pelas células endoteliais e megacariócitos, está presente no plasma, subendotélio e nos grânulos α das plaquetas. - A doença de von Willebrand (DvW) é a doença hemorrágica hereditária mais freqüente e apresenta diferentes expressões fenotípicas com sinais e sintomas de intensidade variável. Hemofilias - A hemofilia é uma doença hemorrágica hereditária caracterizada pela deficiência dos fatores VIII (hemofilia A) ou IX (hemofilia B) - Da totalidade dos casos, as hemofilias A e B compõem 70%-85% e 15%-30% dos casos, respectivamente - Os genes que codificam os fatores VIII e IX estão localizados no cromossomo X Aspirina - Inibição da agregação plaquetária - Pode levar a coagulopatias - Achados investigativos: prolongamento do tempo de pró-trombina, hipoprotrombinemia
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