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Direito Processual Civil - Teoria Geral do Recurso

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
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TEORIA GERAL DO RECURSO 
Conceito: recurso é o meio voluntário, previsto em lei e que tem por finalidade impugnar uma 
decisão judicial. 
 
JULGAMENTO DO RECURSO 
Conceito: é realizado por meio de duas fases: 
1. Juízo de admissibilidade: é a fase dentro da qual se verifica a presença dos pressupostos 
recursais; 
Observação: todos os recursos passam pela fase do juízo de admissibilidade. Sendo o recurso 
conhecido, ou seja, presente os pressupostos processuais, passamos a próxima fase. 
2. Juízo de mérito recursal: é a fase dentro da qual se analisa o mérito do recurso, isto é o seu 
objeto, se analisa se o recorrente tem ou não razão, se o recurso será ou não provido. 
 
PRESSUPOSTOS RECURSAIS 
Cabimento de um recurso: o recurso será cabível todas as vezes em que a decisão for recorrível e 
o recurso adequado para todas as decisões. 
A. Atos do juiz (artigo 203 e 204 do Código de Processo Civil): 
i. despacho: é o ato do juiz que apenas da andamento no processo, sem conteúdo decisório 
nenhum; 
ii. decisão interlocutória: sempre terá um conteúdo decisório; 
iii. sentença: decisão terminativa, sempre com conteúdo decisório; 
iv. acórdão: decisão colegiada, proferida por mais de um julgador. 
ATENÇÃO: o despacho não cabe recurso, apenas para os demais. 
Recursos previstos no Código de Processo Civil: 
i. agravos cabíveis para decisões interlocutórias; 
ii. apelação cabível para a sentença; 
iii. embargos de declaração cabível para todas as decisões; 
iv. embargos de divergência cabível para o acórdão; 
v. recurso ordinário constitucional cabível para o acórdão; 
vi. recurso especial cabível para acórdão; 
vii. recurso extraordinário cabível para o acórdão. 
CUIDADO: não é recurso a remessa necessária prevista no artigo 496 do Código de Processo 
Civil. Quanto a sentença for proferida contra a Fazenda Pública, só surtirá efeitos quando for 
reanalisada pelo Tribunal (recurso de ofício). 
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EXCEÇÕES 
Fundamento legal: previstas no artigo 496. 
Legitimidade recursal: artigo 996 do Código de Processo Civil, quem pode propor os recursos: 
A. partes; 
B. Ministério Público (como fiscal da Lei); 
C. terceiro juridicamente prejudicado pela decisão; 
Exemplo: sentença que não arbitra honorários advocatícios sucumbenciais para o advogado da 
parte vencedora, não recorre como parte e sim como terceiro juridicamente prejudicado pela 
decisão. 
Interesse recursal: tem interesse em recorrer, o sucumbente, isto é, aquele que deixa de receber 
algo que pleiteava ainda que parcial ou recíproca; 
Tempestividade: o recurso deve ser interposto no prazo legal, sob pena de preclusão; Os prazos 
recursais previsto em lei são de: 
A. 15 Dias: serve para todos os demais; 
B. 5 dias: serve apenas para os embargos de declaração. 
ATENÇÃO: o Ministério Público, Fazenda Pública e Defensoria Pública tem prazo em dobro 
para recorrer (artigo 180,183 e 186 do Código de Processo Civil). Ainda os litisconsortes com 
advogados diferentes, de escritórios diferentes e autos físicos também terão o prazo 
recursal em dobro. 
Observação: o recurso interposto antes do início do prazo possui validade e é considerado 
tempestivo. 
Observação: se a parte ou o advogado falecem durante o prazo recursal, o mesmo será 
interrompido, começando de novo quando houver a nova constituição de advogado ou a 
substituição processual. 
Preparo: artigo 1007 do Código de Processo Civil, é o recolhimento de custas para o Estado, 
incluído porte de remessa e retorno (taxa de traslado). Não havendo o recolhimento do preparo 
pelo recorrente, será intimado para recolher em dobro, sob pena de deserção. Se o recorrente 
recolher o preparo em valor menor, será intimado para complementar em 5 dias. O 
Ministério Público, a Fazenda Pública e o beneficiário da justiça gratuita não precisam fazer 
recolhimento de preparo. 
Inexistência de causa impeditiva ou extintiva do recurso: A. causa impeditiva: é aquela que 
ocorre antes da interposição do recurso com a renúncia do direito de recorrer ou com a 
concordância da decisão; 
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B. causa extintiva: é aquela que ocorre após a interposição do recurso com a desistência dele. 
ATENÇÃO: para a desistência de um recurso não é necessário a concordância da parte contrária

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