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Definicao de empregador

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EMPREGADOR (art. 2º da CLT) 
 
Empregador é a pessoa física ou jurídica que, assumindo os riscos da atividade 
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação de serviços. É qualquer ente dotado 
ou não de personalidade jurídica, podendo ser também uma sociedade de fato ou 
irregular, não registrada. 
O conceito de empregador é totalmente relacionado ao de empregado. Não há 
elementos fáticos – jurídicos específicos do empregador, a não ser como sujeito de 
direito que possui empregados sob as suas ordens. Diga-se que empregador é a 
empresa e não seus titulares. Desse modo, compõem a empresa todos os bens que 
a ela pertencem, seus estabelecimentos, que são as unidades de produção, seu 
nome, suas relações com terceiros e toda a estrutura burocrática (diretoria, sócios 
etc.). Segundo o § 1º do art. 2º da CLT, equiparam-se ao empregador: profissional 
liberal, instituições beneficentes associações recreativas ou outras instituições sem 
fins lucrativos. 
Além deles, podemos incluir: o espólio, o condomínio, a massa falida, bem como os 
entes de direito público direto e indireto como a União, os Estados, o Distrito Federal, 
os Municípios, as autarquias, as fundações etc. O empregador pode ser também rural 
(Lei nº 5.889/73), quando explorar atividade agro econômica, ou seja, qualquer 
atividade no âmbito agrícola ou pecuário, ou doméstico (Lei nº 5.889/73), quando 
explorar atividade agro econômica, ou seja, qualquer atividade no âmbito agrícola ou 
pecuário, ou doméstico (Lei nº 5.859/72). 
 
Poder de direção do empregador 
O poder de direção do empregador decorre da subordinação do empregado e tem 
natureza jurídica de direito potestativo. Manifesta-se pelo poder de organização de 
controle e disciplinar. O poder de controle manifesta-se pela possibilidade de fiscalizar 
e controlar as atividades dos empregados de forma não abusiva ou vexatória. Assim, 
pode o empregador proceder à revista moderna dos trabalhadores, instalar câmeras 
de circuito interno de televisão, exigir a marcação de ponto etc. O poder disciplinar se 
manifesta na possibilidade de o empregador aplica penalidades aos empregados 
quando da prática de faltas. As penalidades aplicáveis são a advertência, a 
suspensão, a demissão por justa causa. A lei autoriza o empregador a multar o 
empregado, exceção do atleta profissional (art. da Lei nº 6.354/76). 
 
 
 
 
 
Grupo de empresas e responsabilidade solidária (art. 2º, § 2º, da CLT) 
O Grupo Econômico ou grupo de empresa decorre da existência de uma ou mais 
empresas com personalidades distintas sob a direção controle ou administração de 
outra. Exemplos: a holding1, o consórcio, a coligação2, o pool etc. Portanto deve haver 
uma relação de dominação interempresarial, através da direção controle ou 
administração da empresa principal sobre as filiadas ou então a verificação de uma 
relação de coordenação interempresarial. As empresas que pertencem ao grupo 
econômico têm responsabilidade solidária para os efeitos da relação de emprego, 
como determina o art. 2º da CLT. No entanto, cada empresa é autônoma em relação 
às demais, mas o empregador é o grupo. A falência de uma empresa do grupo não 
elimina a responsabilidade das demais. 
 
Sucessão de empresas 
A sucessão de empresas (art. 448 da CLT) significa a mudança na propriedade da 
empresa. Pode ocorrer pela incorporação, quando uma empresa é absorvida por 
outra; pela transformação, quando uma sociedade passa de uma espécie a outra; ou 
pela fusão, quando se unem duas ou mais sociedades para formar uma nova. Verifica-
se que os contratos de trabalhos são mantidos, mesmo havendo a sucessão em razão 
da aplicação dos princípios da continuidade do contrato de trabalho e da 
despersonalização do empregador. A sucessão trabalhista provoca a automática 
transferência de direitos e obrigações contratuais. O novo titular sub-roga-se nos 
direitos e obrigações do anterior, passando a responder, imediatamente, pelas 
repercussões presentes, futuras e passadas dos contratos de trabalho que lhe foram 
transferidos. 
Assim, as cláusulas restritivas da responsabilização trabalhista não têm qualquer valor 
para o direito do trabalho, pois o instituto sucessório é criado e regulado por normas 
jurídicas imperativas, tornando para o direito do trabalho irrelevante a existência ou 
não de cláusulas contratuais. Nos termos do art. 8º da CLT; e com suporte na teoria 
da desconsideração da personalidade jurídica, a jurisprudência trabalhista tem 
compreendido que o sócio-gerente responde pelas dívidas trabalhistas da sociedade, 
caso a empresa não tenha bens suficientes para garantir a execução, quando houver 
 
1 Holding: uma empresa detém a posse majoritária de ações de outras empresas (denominadas 
subsidiárias). Ela centraliza a administração sobre as demais. 
2 Consórcios e coligações são acordos comerciais para finalidades comuns. 
 
 
 
 
determinação judicial que constate o abuso da personalidade jurídica, caracterizado 
pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial (art. 50 do CC).

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