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Infecções das vias aéreas

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Infecções das vias aéreas 
As infecções de vias respiratórias superiores (cavidade nasal, faringe e laringe) são as mais comuns na prática médica. No entanto, as infecções do trato respiratório inferior (traqueia, brônquio principal e pulmão) exigem uma maior atenção, tendo em vista que o agravamento do estado do paciente pode acontecer em questão de horas, devido a possibilidade de acometimento pulmonar e, consequente, diminuição das trocas gasosas. 
Existem diversas barreiras que atuam protegendo o organismo contra infecções, como o epitélio pseudoestratificado ciliado com produção de muco presente no trato respiratório, além da imunidade inata e da microbiota. 
Infecções do trato respiratório superior:
· Faringite;
· Laringite aguda;
· Sinusite;
· Otite;
· Epiglotite;
· Infecções de cavidade oral. 
Infecções do trato respiratório inferior:
· Bronquite;
· Bronquiolite;
· Pneumonia aguda;
· Empiema pleural;
· Abscesso pulmonar;
· Pneumonia crônica. 
Infecções respiratórias de etiologia viral:
· Orthomyxoviridae:
· Influenza A, B e C.
· Paramyxoviridae:
· Vírus sincicial respiratório 
· Parainfluenza 
· Adenoviridae:
· Adenovírus
· Parvovirus:
· Bocavírus 
· Picornaviridae:
· Rinovírus.
OBS: gripe ≠ resfriado
Mudanças estruturais em vírus os vírus podem sofrer mudanças estruturais a partir de dois mecanismos, drifts ou shifts, sendo que nos drifts ocorrem diferenças antigênicas em HA (hemaglutinina) e NA (neuroaminidase) e nos shifts ocorrem mudanças antigênicas importantes em HA e NA, quase sempre resultando em eventos de recombinação — risco de nova epidemia/pandemia. 
Influenza sazonal 
É uma infecção viral do sistema respiratório de elevada transmissibilidade. 
O vírus influenza pertence a família Ortomixiviridae e possui três tipos antigenicamente distintos: A, B e C. 
O vírus tipo A é o mais suscetível as variações antigênicas, sendo, por isso, responsável pela maioria das epidemias de influenza. Além disso, ele infecta homem, suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves. 
O vírus tipo B sofre menos variações antigênicas, e, por isso, está associado com epidemias mais localizadas. Além disso, ele infecta apenas humanos. 
O vírus tipo C é antigenicamente estável, provoca doença subclínica e não ocasiona epidemias. Além disso, infecta humanos e suínos.
Modo de transmissão existe a transmissão direta (pessoa a pessoa), que ocorre por meio de gotículas expelidas pelo indivíduo infectado com o vírus influenza, ao falar, tossir e espirrar. Eventualmente pode ocorrer transmissão pelo ar, pela inalação de partículas residuais, que podem ser levadas a distancias maiores que 1 metro. Além disso, existe a transmissão de modo indireto, por meio do contato com as secreções de outros doentes, sendo que as mãos são o principal veículo desse tipo de transmissão. 
OBS: a eficiência da transmissão por essas vias depende da carga viral, temperatura e umidade do ambiente, além do tempo transcorrido entre a contaminação e o contato com a superfície contaminada. 
Período de incubação 1 a 4 dias.
Período de transmissibilidade indivíduos adultos infectados transmitem o vírus entre 24 horas e 48 horas antes do início dos sintomas, porém em quantidades mais baixas do que durante o período sintomático. O pico da excreção viral ocorre principalmente entre as primeiras 24 até 72 horas do início da doença, e declina até níveis não detectáveis por volta do 5° dia após o início dos sintomas. 
Imunidade a imunidade ao vírus influenza é adquirida a partir da infecção natural ou pela vacinação, sendo que essa garante imunidade apenas em relação aos vírus homólogos da sua composição, ou seja, não garante imunidade contra uma outra cepa do mesmo vírus. 
Manifestações clínicas sintomas de síndrome gripal, como febre, tosse seca, dor de garganta, mialgia, cefaleia e prostração. 
OBS: alguns casos podem evoluir com complicações, especialmente em indivíduos com doença crônica, idosos e crianças menores de um ano, sendo que a principal complicação é a pneumonia. Além disso, o quadro clínico de influenza sazonal também pode evoluir para síndrome respiratória aguda grave — paciente com síndrome gripal que apresenta dispneia e/ou saturação de oxigênio menor que 95%. 
Diagnósticos coleta de material em nasofaringe com swab oral para identificação do agente etiológico (se a suspeita for de agente etiológico viral, o transporte da amostra deve ser a 4°C). Em caso de vírus, deve-se realizar o isolamento viral (cultura), ampliação do genoma por PCR e teste rápido para detecção de antígenos. Em casos de bactérias, deve-se realizar microscopia (Gram), detecção de antígenos e cultura com antibiograma.
Tratamento os antivirais Tamiflu e Relenza são os medicamentos de escola para o tratamento.
Pneumonia de comunidade & pneumonias hospitalares 
Pneumonias adquiridas na comunidade é um processo pneumônico adquirido fora do ambiente relacionado a assistência à saúde. Assim, esse tipo de pneumonia é manifestado nas primeiras 48 horas de internação hospitalar, desde que não tenha sido intubado ou submetido a ventilação mecânica nesse período. 
No entanto, as pneumonias hospitalares ocorrem 48 horas após internação e, quando desencadeada após ventilação mecânica, é denominada de pneumonia associada a ventilação mecânica (PAVM) e surge entre 48 e 72 horas após intubação orotraqueal e instituição de ventilação assistida.

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