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SAÚDE E TRABALHO

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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Saúde do Trabalho
Introdução a Medicina do Trabalho
Política Nacional da Saúde do Trabalhador/Trabalhadora
Causalidade das Doenças Ocupacionais
Acidentes do Trabalho
Patologias do Trabalho
Pneumopatias Ocupacionais
P.A.I.R.O
Protocolo da A.M.A (American Medical Association)
1
Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Introdução à Medicina do Trabalho
* São considerados trabalhadores todos os homens e mulheres que exercem atividades para
sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja a forma de inserção no mercado
de trabalho, no setor formal ou informal da economia.
Riscos Ocupacionais
Obs: Em 1953 surgiu a recomendação 97 → visando a Proteção Saúde dos Trabalhadores
- Organização de Serviços de Medicina do Trabalho
Resolução CFM nº 2.183/2018
* Dispõe de normas específicas para médicos que atendam o trabalhador:
Art. 1º
* Aos médicos assistentes ao trabalhador, independentemente de sua especialidade ou local
em que atuem, cabe:
I. Assistir ao trabalhador, elaborar seu prontuário médico e fazer os encaminhamentos
II. Fornecer atestados e pareceres para o trabalhador quando necessário, considerando o
repouso, o acesso a terapias ou afastamento do nocivo como parte do tratamento;
III. Promover, com a ciência do trabalhador, a discussão clínica com o especialista
assistente do trabalhador sempre que julgar necessário e propor mudanças no contexto
do trabalho, quando indicadas, com vistas ao melhor resultado do tratamento.
Art. 2º
* Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades do
trabalhador, além do exame clínico (físico e mental) e os exames complementares:
I. A história clínica e ocupacional atual e pregressa, decisiva em qualquer diagnóstico
e/ou investigação de nexo causal;
II. O estudo do local de trabalho e da organização do trabalho
III. Os dados epidemiológicos e a literatura científica;
2
Júlia Souza - 5o período - 2021/2
IV. A ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhadores expostos a riscos
semelhantes;
V. A identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressantes e outros;
VI. O depoimento e a experiência dos trabalhadores;
VII. Os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus profissionais, sejam ou
não da área da saúde.
Art. 3º
* Aos médicos que trabalham em empresas, independentemente da especialidade, devem:
I. Atuar visando a promoção da saúde e à prevenção da doença, conhecendo os processos
produtivos e o ambiente de trabalho da empresa;
II. Avaliar as condições de saúde do trabalhador para certas funções e/ou ambientes;
III. Dar conhecimento dos riscos existentes no ambiente de trabalho;
IV. Promover a emissão de Comunicação de Acidente do Trabalho, até mesmo na suspeita
de nexo causal da doença com o trabalho;
Art. 4º
* Compete ao médico do trabalho avaliar as condições de saúde do trabalhador para
determinadas funções e/ou ambientes, propondo sua alocação para trabalhos compatíveis com
seu atual estado de saúde, orientando-o e, ao empregador em relação ao processo de adaptação
Art. 5º
* Os médicos do trabalho serão responsabilizados por atos que concorram para agravos à
saúde dos trabalhadores, conjuntamente com os outros médicos que atuem na empresa e que
estejam sob sua supervisão nos procedimentos que envolvam a saúde do trabalhador.
3
Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Política Nacional da Saúde do Trabalhador
* Desde a lei 8080 (nascimento do SUS) - fala-se sobre a saúde do trabalhador
* A PNST - tem seus próprios princípios e suas próprias diretrizes que são semelhantes às do SUS
e se aplicam a qualquer trabalhador
* Estratégias que o SUS visa: prevenção, proteção, promoção, assistência e reabilitação
Perfil de Morte e Adoecimento relacionados ao trabalhador
* A saúde dos trabalhadores é condicionada por fatores sociais, econômicos, tecnológicos e
organizacionais relacionados ao perfil de produção e consumo.
* E fatores de risco de natureza físicos, químicos, biológicos, mecânicos e ergonômicos
presentes nos processos de trabalho particulares.
* O perfil de morbimortalidade dos trabalhadores no Brasil, caracteriza-se pela coexistência de:
1. Agravos que têm relação com condições de trabalho específicas, como os acidentes de
trabalho típicos e as “doenças profissionais”;
2. Doenças que têm sua frequência, surgimento ou gravidade modificados pelo trabalho,
denominadas “doenças relacionados ao trabalho”
3. Doenças comuns ao conjunto da população, que não guardam relação de causa com o
trabalho, mas condicionam a saúde dos trabalhadores.
* Cabe ressaltar que acidentes e doenças relacionados ao trabalho são agravos previsíveis e,
portanto, evitáveis.
Considerações da PNST
* Compete ao SUS a execução das ações de ST, conforme determina a Constituição Federal;
* O papel do MS de coordenar nacionalmente a política de Saúde do Trabalhador, conforme o
disposto no inciso V do art. 16 da Lei nº 8.080/90;
* O alinhamento entre a política de ST e a PNSST, instituída por meio do Decreto nº 7.602, de
7/11/2011
Finalidade
* Definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados nas três esferas de
gestão do SUS – federal, estadual e municipal, para o desenvolvimento das ações de atenção
integral à Saúde do Trabalhador, com ênfase na vigilância, visando a promoção e a proteção da
saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de
desenvolvimento e dos processos produtivos
Art 3º - IMPORTANTE
* Todos os trabalhadores, homens e mulheres, independentemente de sua localização
(urbana/rural) de sua forma de inserção no mercado de trabalho (formal/informal), de seu
vínculo empregatício (público/privado - assalariado/autônomo - avulso/temporário -
cooperativados/aprendiz/estagiário/doméstico/aposentado/desempregado) - TEM DIREITO
* A PNST alinha-se com as políticas de saúde no âmbito do SUS, considerando a
transversalidade das ações de ST e o trabalho como um dos determinantes de saúde-doença.
Princípios e Diretrizes
* Universalidade // Integralidade
* Participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social
* Descentralização // Hierarquização
4
Júlia Souza - 5o período - 2021/2
* Equidade // Precaução
Cap. I, Art. 6º
* Para fins de implementação da Política Nacional deve-se considerar a articulação entre:
I. As ações individuais, de assistência e de recuperação dos agravos, com ações coletivas,
de promoção, de prevenção, de vigilância dos ambientes, processos e atividades de
trabalho, e de intervenção sobre os fatores determinantes da saúde dos trabalhadores;
II. As ações de planejamento e avaliação com as práticas de saúde;
III. O conhecimento técnico e os saberes, experiências e subjetividades dos trabalhadores e
destes com as respectivas práticas institucionais.
Objetivos
* Fortalecer a Vigilância em Saúde do Trabalhador e a integração com os demais componentes
* Promover a saúde e ambientes e processos de trabalho saudáveis;
* Garantir a integralidade na atenção à saúde do trabalhador;
* Ampliar o entendimento de que a ST deve ser concebida como uma ação transversal, devendo
a relação saúde-trabalho ser identificada em todos os pontos e instâncias da rede de atenção;
* Incorporar a categoria trabalho como determinante do processo saúde-doença dos indivíduos
e da coletividade, incluindo-a nas análises e nas ações de promoção em saúde;
* Assegurar que a identificação da situação do trabalho dos usuários seja considerada nas
ações e serviços de saúde do SUS e que a atividade de trabalho realizada pelas pessoas, com as
suas possíveis consequências para a saúde, seja considerada no momento de cada intervenção
* Assegurar a qualidade da atenção à saúde do trabalhador usuário do SUS
Atribuições dos gestores do SUS
* Garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços
* Orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de ST;
* Monitorar o acesso às ações e aos serviços de ST;
* Assegurar a ofertaregional das ações e dos serviços de ST;
* Estabelecer e garantir a articulação entre os setores responsáveis pelas PP, para analisar os
diversos problemas que afetam a ST e pactuar uma agenda prioritária de ações intersetoriais;
* Desenvolver estratégias para identificar situações que resultem em risco ou produção de
agravos à saúde, adotando e ou fazendo adotar medidas de controle quando necessário.
Financiamento
* Além dos recursos dos fundos nacionais, estaduais e municipais de saúde, fica facultado aos
gestores de saúde utilizar outras fontes de financiamento, como:
- Ressarcimento ao SUS, pelos planos de saúde privados, dos valores gastos nos serviços
prestados aos seus segurados, em decorrência de acidentes e doenças do trabalho;
- Repasse de recursos advindos de contribuições para a seguridade social;
- Criação de fundos especiais;
- Parcerias com organismos nacionais e internacionais para financiamento de projetos
especiais, de desenvolvimento de tecnologias, máquinas e equipamentos com maior
proteção à saúde dos trabalhadores.
- Além das fontes de financiamento previstas neste artigo, poderão ser pactuados, nas
instâncias intergestores, incentivos específicos para as ações de promoção e vigilância
em ST, a serem inseridos nos pisos variáveis dos componentes de vigilância e promoção
da saúde e da vigilância sanitária.
5
Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Causalidade das doenças Ocupacionais
O Trabalho como Promotor de Saúde (Não de Doença)
* O Trabalho como “Direito Social”; “determinante/condicionante” de saúde/doença
* O Trabalho como fonte de renda; de prazer e realização; oportunidade de desenvolvimento
* O Trabalho como local de socialização, autonomia, exercício de poder, redes sociais, etc.
* O Trabalho pode/deve ser Seguro e Saudável
Conceitos Introdutórios E Exercício Inicial De Sistematização
* Conceitos Introdutórios
1. Causalidade: dificuldades, limites, e (re)conceituações de “causa”, na perspectiva da
Saúde. “Determinantes”, “condicionantes”, “fatores de risco”, “rede de causas”, etc.
2. “Doenças Ocupacionais”: do conceito “legal” (Lei 8.213/91 e Decreto 3.048/99) de
“doenças profissionais” e “doenças do trabalho”) às “doenças relacionadas com o
trabalho”, na perspectiva da Saúde (Portaria MS GM 1.339/99)
Taxonomia das Classificações
* Classificação de Ramazzini (1700)
* Classificação Médico-Legal Clássica
* Classificação Legal (Lei 8.213/91)
* Classificação de Ivar Oddone (1977)
* Classificação de Schilling (1984)
Classificação de Ramazzini (1700)
* Grupo 1: Doenças causadas diretamente pela “nocividade da matéria manipulada”
* Grupo 2: Doenças produzidas pelas condições de trabalho: “posições forçadas e inadequadas”,
“operários que passam o dia de pé, sentados, inclinados, encurvados, etc”.
Classificação Legal Brasileira (Art. 20 da Lei 8.213/91)
* Grupo 1: Doença Profissional → a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho a
determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho
e da Previdência Social;”
* Grupo 2: Doença do Trabalho → aquela adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da
relação mencionada no inciso I do art. 20 da Lei 8213/91”.
O Trabalho como Promotor de Doença, Incapacidade e Morte
* Processos de Trabalho Intrinsecamente Nocivos ou Perigosos:
- Por causa do objeto de trabalho (matérias-primas, materiais) e meios (máquinas, etc)
- Os que surgem da interação entre o objeto, os meios de trabalho e a atividade
- Os que surgem da organização e divisão de trabalho
* Nocividade determinada pela “Dose”, “Quantidade” ou “Carga de Trabalho” excessivas:
- Extensão do Conceito:
+ Extensão da nocividade do trabalho para o ambiente domiciliar ou familiar
+ Extensão da nocividade do trabalho para a comunidade circunvizinha (entorno)
+ Extensão da nocividade do trabalho para o meio ambiente ampliado ou remoto
+ O Trabalho em Ambientes Artificiais, Especiais ou Desfavoráveis à Vida Humana
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Acidentes do Trabalho
* Eventos bem configurados no tempo e no espaço, cujas consequências, imediatas na quase
totalidade dos casos, permitem estabelecer facilmente o nexo causal com o trabalho.
Contextualização dos Acidentes de Trabalho - HISTÓRIA
Quebra da Bolsa de Nova York
* Migração do Homem do Campo para os Grandes Centros (Homem do campo vira operário)
Governo de Vargas
* 1930 – Foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio
* 1932 – Criadas as Inspetorias Regionais do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio
(Decretos 21690 e 23288, de 1º de Agosto de 1932 e 26 de Outubro de 1933), respectivamente
* 1940 – As Inspetorias Regionais do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio foram
transformadas em Delegacias Regionais do Trabalho (Decreto-Lei 2168 de 06/05/1940).
Governo Dutra
* Aumentou o número de Acidentes do Trabalho
- Ampliou a Rede Ferroviária e Criou as Centrais Hidroelétricas do São Francisco
- Eletrificou a Estrada de Ferro Central do Brasil e Ampliou o Porto do Rio de Janeiro;
Golpe Militar - 1964
* Aumentou ainda mais o número de acidentes do trabalho
* 21/11/1966 – Unificação de todos os IAP(s), dando origem ao INPS (Instituto Nacional de
Previdência Social);
Conceitos
* Doenças ocupacionais: ampla de doença relacionada ao trabalho (classificação de Schilling).
* Adoecimento Relacionado ao Trabalho - Classificação de Schilling (1984)
7
Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Legislação Brasileira
Leis dos acidentes do trabalho
* Lei dos Sindicatos Rurais: 1903
* Lei dos Sindicatos Urbanos: 1907
* 1 de maio de 1943 → Consolidação das leis de trabalho
Primeira Lei Trabalhista de Proteção ao Trabalhador
* Decreto Lei 3724, de 15/01/1919: lei dos acidentes de trabalho
* “Cria o Departamento Nacional de Saúde Pública e nele a Inspetoria de Higiene Industrial e
Profissional.”
Art. 19 da Lei 8.213/91
* Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa
(empregador ou trabalhador avulso) ou pelo exercício do trabalho (segurado especial),
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Nexos Técnicos Previdenciários
* I – Nexo técnico profissional ou do trabalho: fundamentado nas associações entre doenças e
exposições constantes das listas A e B do anexo II do Decreto nº 3.048/99;
* II – Nexo técnico por doença equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico individual:
decorrente de acidentes de trabalho típicos ou de trajeto, bem como de condições especiais em
que o trabalho é realizado e com ele relacionado diretamente
* III – Nexo técnico epidemiológico previdenciário: aplicável quando houver significância
estatística da associação entre o código da Classificação Internacional de Doenças – CID e o da
Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE, fundamentado na lista C do Anexo II
do Decreto nº 3.048/1999.
Obs.: O acidente sofrido pelo segurado no local e horário do trabalho, em consequência de:
1. Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro
2. Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao
3. Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro
4. Ato de pessoa privada do uso da razão;
5. Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos
Acidentes de Trajeto
* Entende-se como percurso o trajeto da residência ou do local de refeição para o trabalho,
independentemente do meio de locomoção, sem alteração ou interrupção por motivo pessoal.
* Não havendo limite de prazo estipulado para que o segurado atinja o local de residência,
refeição ou do trabalho, deve ser observado o tempo necessário compatível com a distância.
Acidentes de Trabalho
* Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas, NO LOCAL OU DURANTEO TRABALHO, é considerado Acd. de Trab.
* A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º dia útil
seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente.
- Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu
ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto.
8
Júlia Souza - 5o período - 2021/2
* As prestações relativas ao acidente do trabalho são devidas:
1. Empregado; Trabalhador avulso (atividade portuária);
2. Ao segurado especial (produtor rural, pescador, seringueiro);
3. Ao médico residente, de acordo com a Lei n º 8.138, de 28 de dezembro de 1990.
* Não são devidas as prestações relativas ao acidente do trabalho:
1. Ao empregado doméstico;
2. Ao contribuinte individual;
3. Ao facultativo (donas de casa, estudantes e desempregados que contribuem).
* O aposentado pelo RGPS que permanecer ou retornar à atividade sujeita a este regime, não
fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade,
exceto ao salário-família e à reabilitação profissional
Não são considerados acidentes do trabalho
* Doença degenerativa;
* Inerente a grupo etário;
* Que não produz incapacidade laborativa;
* Doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região onde ela se desenvolve, salvo
se comprovado que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do
trabalho.
Nexo Técnico Previdenciário
Nexo Individual
* Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais
* Corresponde ao nexo técnico que chamamos de tradicional, ou seja, aquele previsto na Lei
8.213/91 e regulamentado pelo Decreto 3.048/99, antes de suas modificações mais recentes.
1. Acidente do trabalho típico,
2. Acidente de trajeto,
3. As doenças profissionais e do trabalho e outros eventos equiparados previstos na lei.
Nexo Profissional
* Se no local de trabalho há exposição ao agente X que pode ser o causador ou provocador da
doença Y que foi constatada, infere-se que exista o nexo causal por pressuposição legal (há uma
lei que lista a doença Y causada pelo agente X) e cabe à empresa provar que no posto de
trabalho não há exposição (em nível) ao agente X que não pode desencadear a doença Y.
Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário
* Alteração da Lei 8.213/91 (introdução do Art. 21-A) pela Lei 11.430/06:
* A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade
quando constatar ocorrência de NTEP entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a
atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na CID.
* A perícia médica deixará de aplicar o NTEP quando demonstrada a inexistência do nexo.
Conclusões
* A prestação de assistência médica não é atribuição nem responsabilidade do INSS.
* O INSS poderá solicitar a apresentação de outros documentos e esclarecimentos, bem como
emitir pesquisas e diligências, visando a elucidação e comprovação dos fatos, para fins de
caracterização ou não do acidente ou doença como do trabalho, para concessão ou
indeferimento do benefício acidentário.
* As mudanças nos critérios de concessão dos benefícios acidentários a partir de abril/2007
acabaram por provocar um aumento da concessão dos mesmos.
9
Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Patologias do Trabalho
Toxicologia Ocupacional
* É o estudo dos efeitos nocivos decorrentes da interação das substâncias químicas com os
organismos vivos.
* A pesquisa nessa área trabalha para desvelar os mecanismos de ação químicos, bioquímicos
e celulares, bem como suas consequências funcionais nos diferentes órgãos e sistemas do
organismo, como rins, pulmões, cérebro, medula óssea, fígado etc.
* A caracterização da via de exposição e, principalmente, da dose são fundamentais, pois os
efeitos de qualquer substância são ligados à dose: não existe Toxicologia “Qualitativa”.
* Efeitos nocivos (ou tóxicos) são muito amplos, podendo variar de uma leve irritação dos olhos
até o câncer ou uma mutação, no entanto pode ser difícil estabelecer o que é nocivo, ou seja,
quando um efeito biológico passa a ser nocivo.
* Conceitua-se agente tóxico ou toxicante 1 como a entidade química capaz de causar dano a
um organismo afetando seriamente uma função ou causando a morte.
- Este conceito está ligado às características qualitativas e quantitativas da substância
química
* Do ponto de vista quantitativo, todas as substâncias podem ser nocivas, sendo a ocorrência
do efeito deletério somente uma questão de dose, e mesmo uma substância potencialmente
muito perigosa pode não apresentar nenhuma nocividade se estiver em doses baixas
* A manifestação, clínica e/ou laboratorial, dos efeitos nocivos causados por substâncias
químicas é chamada intoxicação, sendo caracterizada por um desequilíbrio da fisiologia
consequente das alterações bioquímicas causadas pela substância (GREGUS, c2013). Já a
capacidade inerente de uma substância química provocar danos aos sistemas biológicos é
conhecida por toxicidade, que expressa a noção de perigo de uma substância
Agentes da lista A
Arsênio
Função/ Uso
* Produção de ligas metálicas e na indústria cerâmica // Inseticida e Herbicida
* Na pintura de navios e submarinos - como anticorrosivo // Indústria de Tecidos
* São liberados nos processos de mineração do ouro, fundição e refinamento de cobre e chumbo
e em alguns processos de soldagem.
Efeitos sobre a saúde
* Pode ser absorvido pela via respiratória, via gastrintestinal e pele
* Unhas → produz a linha de Mees (bandas brancas transversais - 6 semanas de sintomas).
* Atua alterando proteínas resultando no impedimento da respiração e toxicidade celular.
* Sintomas de intoxicação aguda grave por ingestão, que potencialmente levarão à morte:
1. Queimaduras labiais, disfagia, dor abdominal, náuseas intensas, vômitos em jato, diarreia
profusa, hepatomegalia, hipotensão arterial, arritmias cardíacas, convulsões e coma
* Sintomas no sistema nervoso periférico e no sistema hematopoiético → em casos não fatais.
* Anemia / Leucopenia / Conjuntivite / Blefarite / Ceratite / Rinite Perfuração de septo nasal /
Bronquite / Dispneia.
10
Júlia Souza - 5o período - 2021/2
* Exposição crônica ao arsênio: toxicidade no sistema nervoso central e periférico,→ perdas de
sensibilidade, parestesias e dores musculares que podem evoluir com perda de força muscular
* Lesões hepáticas: icterícia → cirrose / Ascite e esclerose hepatoportal
* Existem dois tipos de cânceres de pele relacionados com a exposição ao arsênio:
1. Carcinoma de células basais ou basocelular
2. Carcinoma de células escamosas (ocorre em áreas hiperceratóticas).
* A exposição ocupacional ao arsênio também foi relacionada com o desenvolvimento de
câncer de pulmão, usualmente um carcinoma broncogênico epidermóide pouco diferenciado
Asbesto ou Amianto
Função/ Uso
* Placas onduladas para telhados / Placas planas para divisórias
* Revestimento de interiores ou exteriores / Caixas d’água / Canos para água
* A maior parte destes usos do amianto foi interrompida, em função dos graves danos causados
a trabalhadores, usuários e consumidores.
Efeitos sobre a Saúde
* Neoplasia maligna do estômago, da laringe, dos brônquios e do pulmão
* Mesotelioma da pleura, do peritônio e do pericárdio;
* Placas pleurais, epicárdicas ou pericárdicas; asbestose e Derrame pleural.
Agentes da lista B
Benzeno
Função/ Uso
* É um dos produtos da destilação do carvão, frequente na indústria petroquímica e siderúrgica.
* Utilizado na manufatura de detergentes, pesticidas, estireno..
* Presente como contaminante de ar atmosférico em refinarias de petróleo.
* Encontrado em: Petróleo, Gasolina, Solventes (colas, tintas..) Ar de Cidades, Solos e águas
contaminadas..
Efeitos sobre a Saúde
* A exposição aguda causa depressão do sistema nervoso central.
* A exposição crônica causa depressão da medula óssea e está relacionada com o
desenvolvimento de anemiaaplásica e leucemias.
* O contato direto do líquido com a pele pode causar eritema e formação de vesículas e o
contato repetido ou prolongado pode torná-la seca e com descamação.
* EFEITO HEPATOTÓXICO
Berílio
Função/ Uso
* O berílio é utilizado em ligas com vários metais incluindo aço, níquel, magnésio, zinco e
alumínio e em uma liga com cobre amplamente utilizada, o conhecido bronze.
Efeitos sobre a Saúde
* Altamente tóxico, sendo absorvido pelos pulmões e pela pele, ligando-se a proteínas
plasmáticas e depositando-se no baço, fígado e ossos.
* Conjuntivite / Dermatite / Pneumonite química aguda / Doença crônica granulomatosa
sistêmica com manifestações pulmonares proeminentes, conhecida como beriliose.
11
Júlia Souza - 5o período - 2021/2
* A dispneia aos esforços é o sintoma mais comum, geralmente acompanhada de tosse, fadiga,
perda de peso, dor torácica e artralgias.
Agentes da lista C
Cádmio
Função/ Uso
* Utilizado na eletrogalvanização de outros metais, principalmente do ferro e do aço, e no
tratamento de várias peças como motores de carro e parafusos, roscas e fechaduras de aviões,
com o intuito de evitar corrosão.
* É utilizado também em algumas ligas metálicas e em baterias de níquel-cádmio
(principalmente para telefonia móvel).
Efeitos sobre a saúde
* Pode ser absorvido pelas vias gastrointestinal e respiratória e é transportado para o fígado
- Efeitos tóxicos sobre os rins ocorrem quando a quantidade de cádmio absorvida excede
a capacidade de produção de metalotioneína das células tubulares.
* A inalação de compostos de cádmio em altas concentrações por curtos períodos podem
causar pneumonite química e, nos casos graves, edema pulmonar.
* A doença pulmonar resulta de uma bronquite crônica com fibrose progressiva de vias aéreas
inferiores e lesão de alvéolos, levando ao enfisema e manifesta-se por dispneia.
* A presença de manchas dentárias (amarelo-ouro) e de anosmia também é descrita em
trabalhadores expostos a altas concentrações de cádmio.
* Em exposições crônicas a baixas concentrações de cádmio o rim é o órgão crítico, isto é, o
primeiro a ser afetado.
* Atua no metabolismo do cálcio e da vitamina D, provocando hipercalciúria, cálculos renais e
osteomalácia. Nefrocalcinose pode ocorrer em exposições a altas concentrações.
Chumbo
Função/ Uso
* Utilizado na produção de baterias, principalmente de automóveis / Pigmentos (Tintas)
* Soldagem, plásticos, munição, borrachas, cerâmica e inseticida
* O chumbo metálico é utilizado na forma de chapas ou canos quando maleabilidade e
resistência à corrosão são requeridos, como em plantas químicas e na indústria da construção.
* Outro uso do chumbo é na blindagem da radiação ionizante.
* A exposição ocupacional ocorre na:
1. Fabricação e reforma de baterias elétricas (muito comum no nosso meio); pisos, azulejos
e cerâmicas;
2. Fabricação de vidros e cristais /uso de ligas e compostos de chumbo; em trefilaria de fios
metálicos;
3. Funilaria de automóveis; na mineração do chumbo; na fundição primária e secundária
do chumbo; em soldagens de circuito impresso na indústria eletrônica e em gráficas
(tipografia, linotipia e estereotipia).
Efeitos sobre a saúde
* Compostos INORGÂNICOS:
* A principal rota de entrada de chumbo no organismo é a via respiratória.
* A taxa de absorção depende da forma física e química do composto e das características
fisiológicas das pessoas expostas (idade, status nutricional).
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
- Chumbo inalado é depositado no trato respiratório inferior e completamente absorvido.
* Uma vez no sangue o chumbo é distribuído entre três compartimentos: o sangue, os tecidos
moles (rins, medula óssea, fígado e cérebro) e os tecidos mineralizados (ossos e dentes).
- Os tecidos mineralizados armazenam cerca de 95% do total de chumbo
- Do chumbo presente no sangue, 99% está nos eritrócitos e 1% no plasma.
- O chumbo sanguíneo não retido é excretado pelos rins ou pelas vias biliares.
* O órgão mais sensível aos efeitos tóxicos do chumbo é o sistema nervoso central.
- Os efeitos neurotóxicos manifestam-se por alterações discretas do comportamento,
fadiga e diminuição da capacidade de concentração.
* Uma linha azul púrpura na gengiva, a chamada orla de Burton, é uma característica clássica
de intoxicação grave por chumbo, principalmente em crianças, bem como a presença de linhas
de chumbo nas margens epifisárias de ossos longos vistas nas radiografias.
* O pé caído e a mão caída ocorrem apenas como um sinal tardio de intoxicação pelo chumbo.
* O quadro clínico de hipertensão, geralmente elevada, hiperuricemia e, frequentemente, gota
está relacionado à exposição crônica ao chumbo.
* Anorexia, dispepsia, diarreia e constipação podem evoluir com ataques de cólica (saturnina).
* Compostos ORGÂNICOS:
* Irritação ocular, insônia, ansiedade, tremores, hiperreflexia, e espasmos musculares,
bradicardia, hipotensão, hipotermia, palidez cutânea, náuseas, anorexia, perda de peso,
desorientação, alucinações, psicose, mania, convulsões e até a morte.
Cloro
Função/ Uso
* Esterilização da água de abastecimento, de esgotos e de piscinas; como descorante (na síntese
de pó de branquear (cloreto de cal)); na manufatura do papel, de plásticos e de borracha
sintética e no processo de extração de zinco e estanho do aço. E como gás de guerra.
Efeitos sobre a saúde
* Irritabilidade nos olhos, pele, membranas mucosas e trato respiratório.
* A exposição a níveis:
- 0,2 a 16ppm produz irritação leve de membranas mucosas,
- 7-8ppm produz irritação ocular,
- 15ppm irritação da garganta
- 30ppm produz tosse.
- 1000ppm a exposição breve pode ser fatal.
Cromo
Função/ Uso
* Utilizado em eletrogalvanização, ligas metálicas com ferro, níquel, titânio, nióbio, cobalto,
cobre e outros metais.
* As ligas de cromo são utilizadas na manufatura de pigmentos, na preservação da madeira;
como anticorrosivo; em vidros e esmaltes coloridos e em tintas, plásticos e borracha.
* Fabricação de cimento utilizado na construção civil e pigmentos empregados na indústria de
tintas, vernizes e cerâmica.
Efeitos sobre a saúde
* Irritações, reações alérgicas e ulcerações.
- As úlceras desenvolvem-se, geralmente, em áreas úmidas, como a mucosa nasal, ou em
pontos da pele onde ocorrem abrasão ou ferimentos.
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
- As úlceras são muito sensíveis e dolorosas, podendo ser recoberta por crosta.
- A infecção secundária é comum e a evolução é lenta, podendo deixar cicatriz.
- As ulcerações profundas podem atingir os ossos.
* Desenvolvimento de dermatites que podem ser por irritação ou por sensibilização, já descritas
em trabalhadores em contato com cimento, gesso e couro; trabalhadores de gráficas, de fábrica
de fósforo, de curtumes e outros trabalhos em contato com o metal.
* Coriza, rinorréia, hiperemia de faringe e lesões do septo nasal.
- Sensibilização respiratória também é relatada resultando em crises asmáticas.
- A perfuração do septo nasal ocorre secundariamente à ulceração e costuma ser regular,
arredondada e coberta de muco ou crosta de sangue e o diagnóstico é clínico e feito por
rinoscopia direta.
* Elevada incidência de câncer, principalmente de pulmão, em trabalhadores de manufatura
Agentes da lista F
Flúor
Função/ Uso
* Encontrado em indústrias de alumínio
* Oxidante em sistemas de combustíveis de foguetes;
* Podem ser empregados na fabricação de vidros (etapa de derretimento), ladrilhos, telhas,
cerâmica, cimento, esmalte e fibra; como componentes de soluções para limpeza de ferro, cobre,
latão, e bronze e no polimento de cristais.
Efeitos sobre a saúde
* Historicamente, a maioria dos casos de intoxicação por flúor pode ter sido causada por
ingestão acidental de inseticidas ou raticidas.
* Atualmente a maioria dos casos são devido à ingestão de dentifrício.
* É um irritante forte de olhos, pele, membranas mucosas e pulmões.
* A inalação de altas concentrações produz espasmo laríngeo e broncoespasmo, evoluindo para
edema pulmonar e óbito.
* Exposições a doses mais baixasproduzem tosse, irritação na garganta, dispnéia e também
espasmo laríngeo e broncoespasmo.
* O contato cutâneo ou com os olhos pode causar queimaduras graves.
* Pode causar deposição de flúor nos ossos e dentes → aumento da opacidade radiológica dos
ossos, afilamento das costelas, calcificação dos ligamentos intervertebrais e, em alguns casos,
motilidade dos dentes.
Fósforo
Função/ Uso
* Indústria de fertilizantes / Sucos e bebidas / açúcar e chocolate
* Indústria de fosfatos na produção de sal mineral e rações / farmacêutica e odontológica
* Indústria de cerâmicas e vidros / cosméticos / detergentes / metais
Efeitos sobre a saúde
* Polineuropatia devida a outros agentes tóxicos
* Arritmias cardíacas - Agrotóxicos organofosforados e carbamatos)
* Dermatite Alérgica de Contato
* Osteomalácia do Adulto Induzida por Drogas / Osteonecrose Devida a Drogas ou não
* Intoxicação Aguda - por Agrotóxicos Organofosforados
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Agentes da lista H
Hidrocarbonetos aromáticos
Função/ Uso
* A principal fonte dos hidrocarbonetos é o petróleo.
- Derivados: gasolina, querosene, GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), óleo diesel, parafina,
vaselina e asfalto.
Efeitos sobre a saúde
* Angiossarcoma do fígado
* Neoplasia maligna do pâncreas, dos brônquios e do pulmão
* Púrpura e outras manifestações hemorrágicas
* Hipotireoidismo devido a substâncias exógenas
* Transtornos de personalidade e de comportamento
* Transtorno Mental Orgânico ou Sintomático não especificado → Episódios Depressivos
* Transtorno extrapiramidal do movimento não especificado e do nervo trigêmio
* Polineuropatia devida a outros agentes tóxicos
* Encefalopatia Tóxica Aguda e Crônica
* Conjuntivite, Neurite Óptica e Distúrbios visuais subjetivos
Agentes da lista I
Iodo
Função/ Uso
* Usados em filmes fotográficos; análises químicas; como anti-séptico e germicida e como
desinfetante da água potável.
* É utilizado também como pigmento (corantes de anilina e ftaleína); na formação de meios de
contraste para raios X; em aditivos para alimentos; no tratamento da água e em produtos
farmacêuticos e medicamentos.
* O iodo radioativo é utilizado no diagnóstico e tratamento de doenças da tireóide e tem
emprego em radioterapia; como calibrador para medir a espessura de filmes; para detectar
vazamentos em cimentos hidráulicos e como fonte de radiação em testes de campos de petróleo.
Efeitos sobre a saúde
* É um irritante de pele, olhos e membranas mucosas.
* A absorção crônica do iodo causa iodismo, uma síndrome caracterizada por insônia,
conjuntivite, rinite, bronquite, tremores, taquicardia, parotidite, diarréia e perda de peso.
* O contato cutâneo com a forma sólida ou com soluções concentradas produz forte irritação na
pele e o agente não é facilmente removível da pele.
- As lesões cutâneas lembram queimaduras térmicas com um fundo amarronzado. Há
relato de sensibilização e desenvolvimento de rash cutâneo ao contato repetido.
Agentes da lista M
Manganês
Função/ Uso
* Utilizado na manufatura de ligas metálicas, pilhas, cerâmicas, tintas, borracha, preservativo
da madeira, vidro, eletrodos de solda e fungicidas; e em laboratório.
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Efeitos sobre a saúde
* A exposição crônica ao manganês está relacionada com uma desordem neurológica
denominada manganismo.
- Este quadro ocorre após exposição a altos níveis por períodos variáveis entre 6 meses e
3 anos e caracteriza-se por um quadro insidioso de cefaléia, astenia, irritabilidade e,
ocasionalmente, comportamento psicótico (alucinações, instabilidade emocional,
compulsões).
- Crises de choro e de riso sem causa aparente são característicos do manganismo no
início da doença. O paciente tem consciência de suas alterações, mas não consegue
controlá-las. Um quadro de sonolência intensa seguida de insônia também ocorre nas
fases iniciais da doença.
* Se há exposição contínua há evolução para fraqueza muscular, alterações da fala,
incoordenação motora, impotência, tremores, parestesias e câimbras musculares.
* Nos estágios avançados ocorre sialorréia, reações emocionais inapropriadas e um quadro
semelhante à síndrome de Parkinson, com fácies de máscara, rigidez muscular e desordens da
marcha.
- O quadro inicial é reversível, quando os sintomas limitam-se aos distúrbios psicológicos
e o trabalhador é removido da exposição, e uma vez estabelecido os sintomas
neurológicos o quadro tende a persistir e progredir, mesmo na ausência de exposição
Mercúrio e seus compostos tóxicos
Função/ Uso
* As principais fontes de exposição aos vapores de mercúrio metálico da equipe odontológica e
de seus pacientes são o derramamento acidental
* O cloreto mercuroso é empregado também na composição de agrotóxicos, tintas para
cerâmica e em fogos de artifício.
* Em medicina são utilizados como anti-sépticos, germicidas, diuréticos e contraceptivos
Efeitos sobre a saúde
* A inalação do vapor de mercúrio é a principal porta de entrada no organismo, sendo que 80%
do mercúrio inalado é absorvido nos alvéolos.
* Após a absorção pelo organismo, o mercúrio metálico circula por um período curto na forma
metálica (o que permite a sua penetração na barreira hemato-encefálica) e é, então, oxidado e
liga-se a proteínas. Posteriormente ocorre a deposição de mercúrio nos tecidos moles, o
mercúrio metálico no cérebro e nos rins e os compostos inorgânicos nos rins.
→ MERCÚRIO METÁLICO
* A inalação de altas concentrações pode produzir um quadro agudo de bronquite corrosiva e
pneumonite intersticial, podendo ocorrer edema pulmonar.
* Os sinais precoces de intoxicação são inespecíficos e são denominados síndrome
astênico-vegetativa ou micromercurialismo.
- O diagnóstico desta síndrome requer a presença de sintomas de neurastenia associados
a alguns achados como tremores, aumento da tireóide, aumento da captação de iodo
radioativo na tireóide, taquicardia, dermografismo, gengivite, alterações hematológicas
e aumento da excreção de mercúrio na urina.
- Se a exposição persiste aparecem tremores de músculos (como os dos dedos, das
pálpebras e dos lábios), podendo progredir para tremores generalizados e espasmos
violentos de extremidades.
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
- Nesta fase, estes sintomas são geralmente acompanhados de alterações de
personalidade e do comportamento, perda de memória, depressão grave, excitabilidade
aumentada (eretismo), delírios, alucinações, salivação e gengivite.
→ COMPOSTOS INORGÂNICOS
* A exposição aguda pode causar comprometimento renal agudo.
- Ocorrem inicialmente efeitos no trato gastrintestinal caracterizados por ulcerações
corrosivas, sangramento e necrose, podendo evoluir para choque.
- O quadro clínico da lesão renal é de oligúria. A azotemia é elevada e persiste por vários
dias. Distúrbios hidro-eletrolíticos estarão presentes e pode ocorrer proteinúria.
→ COMPOSTOS ORGÂNICOS
* A maioria dos efeitos tóxicos é conhecida pelas epidemias ocorridas no Japão e no Iraque
causadas pela ingestão de peixe contaminado com metilmercúrio.
* Nestas epidemias foram descritos efeitos neurotóxicos e toxicidade fetal em mães expostas
durante a gravidez.
* As manifestações clínicas de neurotoxicidade descritas foram: parestesias em lábios, ao redor
da boca e nos dedos das mãos e dos pés; ataxia; dificuldades na articulação das palavras;
fraqueza e fadiga generalizadas; diminuição da capacidade de concentração; perda visual e
auditiva; espasticidade; tremores; coma e morte.
Monóxido de Carbono
Função/ Uso
* Os trabalhadores mais frequentemente expostos são os da indústria metalúrgica, indústria
siderúrgica, mineiros, bombeiros, construtores de túneis, controladores de tráfego e
trabalhadores de mecânica de automóveis.
Efeitos sobre a saúde
* É absorvido apenas pela via respiratória e tem uma difusibilidade superior à do oxigênio e do
dióxido de carbono.
- Após ser inalado, atravessa rapidamente a membrana alvéolo-capilar e liga-se à
hemoglobina, formando a carboxi-hemoglobina (HbCO).
* Estima-se que aproximadamente 80%do monóxido de carbono encontra-se no sangue e o
restante distribuído nos tecidos, dependendo de sua riqueza em mioglobina e citocromos.
* O monóxido de carbono liga-se também aos citocromos, que intervêm na cadeia respiratória
mitocondrial, impedindo a utilização de oxigênio pelos tecidos, e à mioglobina, também
resultando em efetiva produção de hipóxia.
* Rabdomiólise: liberação de proteínas musculares na circulação sanguínea, com consequente
risco de nefropatia tubular obstrutiva.
Agentes da lista N
Níquel
Função/ Uso
* Sua principal aplicação é na galvanoplastia. É utilizado na indústria automotiva, de
aeronaves, equipamentos náuticos, baterias, borrachas, plásticos, tintas, resinas, tecidos,
cerâmicas, células fotoelétricas e de semicondutores.
Efeitos sobre a saúde
* Os sais de níquel exercem sua ação tóxica principalmente por irritação gastrointestinal.
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
- Intoxicações, mesmo leves, podem causar sintomas como apatia, diarréia, febre, insônia
e náuseas.
* Tanto o câncer nasal, quanto o câncer de pulmão estão ligados à exposição ocupacional ao
níquel.
* A Norma Regulamentadora Brasileira Nº 7 estabelece a obrigatoriedade de monitoramento
periódico de trabalhadores expostos colher a urina recente ou de 24h, ao final da jornada de
trabalho, e a dosagem do níquel sérico, anualmente ou a critério médico
Agentes da lista S
Sílica-Livre
Função/ Uso
* Usada na extração de minérios (trabalhos no subsolo e a céu aberto), os trabalhos em
pedreiras, a fabricação de material refratário para fornos, chaminés e cadinhos, e a instalação
de tijolos refratários na indústria do aço.
* A exposição também ocorre na fabricação de vidros (fosqueamento com jatos de areia), de
porcelanas, de cerâmica e louças, inclusive louça sanitária. Ela é empregada também na
fabricação de lixas, mós, rebolos, sabões abrasivos, pós e pastas para desbaste e polimento de
metais e pedras preciosas e semipreciosas.
Efeitos sobre a saúde
* Para que a exposição ocupacional se torne efetivamente lesiva ao organismo do trabalhador,
alguns fatores dependentes do “agente” (sílica livre ou quartzo) são importantes:
1. Concentração de poeira no ar ou número de partículas em suspensão;
2. Teor de sílica nas partículas;
3. Tamanho das partículas.
* Destacam-se entre os fatores predisponentes (respiração pela boca, doenças
broncopulmonares preexistentes ou concomitantes, tabagismo, idade e suscetibilidade
individual) e tempo de exposição.
Ruído e Afecção auditiva
* Doenças relacionadas na lista A do Decreto 3.048/99:
- Perda da Audição Provocada pelo Ruído
- Outras percepções auditivas anormais: Alteração Temporária do Limiar Auditivo,
Comprometimento da Discriminação Auditiva e Hiperacusia
- Hipertensão Arterial
- Ruptura Traumática do Tímpano (pelo ruído)
Ar comprimido
* Doenças relacionadas na lista A do Decreto 3.048/99:
- Otite Média não supurativa
- Perfuração da Membrana do Tímpano
- Labirintite
- Otalgia e Secreção Auditiva
- Outros transtornos especificados do ouvido
- Osteonecrose no “Mal dos Caixões”
- Otite Barotraumática
- Sinusite Barotraumática
- “Mal dos Caixões” (Doença da Descompressão)
- Síndrome devida ao deslocamento de ar de uma explosão
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Radiações Ionizantes
* Doenças relacionadas na lista A do Decreto 3.048/99:
- Neoplasia maligna da cavidade nasal, seios paranasais, dos brônquios e do pulmão
- Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros
- Outras neoplasias malignas da pele // Leucemias
- Síndromes Mielodisplásicas
- Anemia Aplástica devida a outros agentes externos // Hipoplasia Medular
- Púrpura e outras manifestações hemorrágicas
- Agranulocitose (Neutropenia tóxica) // Leucocitose, Reação Leucemóide
- Polineuropatia induzida pela radiação // Blefarite // Conjuntivite
- Queratite e Queratoconjuntivite
Microorganismos e parasitas infecciosos vivos e seus produtos tóxicos
* Exposição ocupacional ao agente e/ou transmissor da doença, em profissões e/ou condições
de trabalho especificadas
* Doenças relacionadas na lista A do Decreto 3.048/99:
- Tuberculose // Carbúnculo // Brucelose // Leptospirose // Tétano (A35.-)
- Psitacose, Ornitose, Doença dos Tratadores de Aves
- Dengue // Febre Amarela // Hepatites Virais // HIV
- Dermatofitose e Outras Micoses Superficiais
- Paracoccidioidomicose // Blastomicose Sul Americana e brasileira e, Doença de Lutz
- Malária // Leishmaniose Cutânea ou Leishmaniose Cutâneo-Mucosa // Pneumonite
Algodão, Linho, Cânhamo, Sisal
* Doenças relacionadas na lista A do Decreto 3.048/99:
- DPOCs (Asma Obstrutiva, Bronquite Crônica, Bronquite Obstrutiva Crônica)
- Asma // Bissinose // Rinites Alérgicas
Agentes físicos, químicos ou biológicos, que afetam a pele
* Doenças relacionadas na lista A do Decreto 3.048/99:
- Dermatoses Pápulo-Pustulosas e suas complicações infecciosa
- Dermatite Alérgica de Contato e CAC irritantes
- Urticária Alérgica, Física (devida ao calor e ao frio) e de Contato
- Queimadura Solar // Cloracne
- Elaioconiose” ou “Dermatite Folicular”
- Leucodermia, não classificada em outra parte (Inclui “Vitiligo Ocupacional”)
- Úlcera Crônica da Pele, não classificada em outra parte
- Geladura (Frostbite) Superficial: Eritema Pérnio (Frio)
- Geladura (Frostbite) com Necrose de Tecidos (Frio)
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Pneumopatias Ocupacionais
Introdução
Classificação das doenças respiratórias
* Doença respiratória ocupacional – a natureza do trabalho causa o adoecimento
* Doença respiratória relacionada com trabalho – há necessidade de comprovação do nexo
causal
Classificação de Schilling
I. Trabalho como causa necessária→ silicose, asbestose
II. Trabalho como contributivo→ asma brônquica
III. Trabalho como provocador de distúrbio latente ou agravador de doença estabelecida→
rinite alérgica
Classificação em relação à latência
* Longa → Pneumoconioses e o câncer de pulmão
1. Exposição acumulativa ou dose-dependente
2. Tempo de exposição
3. Concentração do agente na fração respirada
* Curta→ Disfunção reativa das vias aéreas e pneumonite de hipersensibilidade
1. Agentes irritantes ou sensibilizantes
Pneumoconioses - PROVA
Pneumo = pulmão Conion = pó Ose = estado de
* Definição de Zenker (1866): poeiras minerais inaladas. São excluídas dessa denominação as
alterações neoplásicas, as reações de vias aéreas, como asma, a bronquite e o enfisema.
Classificação física dos aerodispersóides: contaminantes em forma de partícula
Poeira
* Surgem quando os materiais sólidos sofrem processos de gol-peiamento, ruptura, moagem,
peneiramento, lixamento, trituração ou ainda na manipulação de grãos vegetais, gerando
partículas sólidas que flutuam no ar até se depositarem por gravidade.
- Dentre os exemplos de processos que produzem pó, podemos citar: mineração, moagem,
jato de areia, transformação de calcário, amianto, pós de madeira, etc.
Neblina
* São partículas líquidas geradas pela condensação de vapores de um líquido.
- Exemplos: neblina de água e de ácidos.
Névoas
* São partículas líquidas geradas pela ruptura mecânica de um líquido.
- Exemplos: nebulização de agrotóxicos e pintura tipo spray.
Fumo
* São partículas muito pequenas que se formam quando alguns materiais sólidos se vaporizam
ou sublimam com o calor e logo se esfriam bruscamente e condensam.
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
- O caso mais comum são as partículas de fumo que se formam ao soldar, onde os
vapores do metal fundido se esfriam, solidificam e são aerotransportadas.
- Também se produzem nos processos de fundição de metais.
Fumaça
* São misturas de gases, vapores e aerodispersóides provenientes da combustão incompleta de
materiais.
- Exemplos: fumaça proveniente da combustão de madeira e plástico.
Fibras
* São partículas sólidas produzidas por rompimento mecânico com característica física de um
formato alongado.
- Exemplo: amianto.
Patogenia e Fisiopatologia
* Para que ocorra pneumoconiose é necessário que o material particulado seja inaladoe atinja
as vias respiratórias inferiores, em quantidade capaz de superar os mecanismos de depuração:
1. O transporte mucociliar, transporte linfático (conhecidos como clearance) e a fagocitose
pelos macrófagos alveolares.
2. O transporte mucociliar é predominantemente realizado pelo sistema mucociliar
ascendente (80%), através do sistema ciliar a partir dos bronquíolos terminais.
3. Cerca de 20% do transporte pulmonar é realizado pelo sistema linfático, que recebe
partículas livres ou fagocitadas por macrófagos alveolares.
* As pneumoconioses são doenças por inalação de poeiras, substâncias que o organismo
pouco consegue combater com seus mecanismos de defesa imunológica e/ou leucocitária,
diferentemente do que ocorre com microorganismos que podem ser fagocitados, digeridos ou
destruídos pela ação de anticorpos e de células de defesa por meio das enzimas lisossomais e
outros mecanismos.
A penetração das partículas, segundo sua classificação, pode ser melhor visualizada na figura
abaixo, disponibilizada pela Fundacentro:
Fatores que influenciam na reação pulmonar
* Tamanho da partícula para deposição alveolar entre 2 a 5µm;
* Susceptibilidade individual;
* Intensidade e duração da exposição
* Propriedade química da poeira e sua toxicidade.
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Diagnóstico
* História ocupacional.
* O principal meio é a leitura radiológica - EXAME DE IMAGEM
* Classificação radiológica pela Organização Internacional do Trabalho (OIT):
1. Qualidade radiológica;
2. Profusão radiológica,
3. Tipos de lesão
Silicose - PROVA
* Pneumoconiose mais comum
* Principal causa de invalidez entre as doenças respiratórias ocupacionais.
* Agente etiológico principal é o quartzo.
* Inalação de sílica livre ou do dióxido de silício.
* É uma fibrose pulmonar causada pela inalação de poeira contendo sílica cristalina.
* Sílica ou dióxido de silício é um composto natural formado pelos dois elementos químicos mais
abundantes na crosta terrestre, o oxigênio e o silício.
* É encontrada na natureza nas formas amorfa e cristalina, que quando combinadas com metais e
óxidos dão origem a silicatos como o talco e amica.
- A forma amorfa é menos tóxica que a cristalina - sendo encontrada em rochas vulcânicas
vitrificadas, sílica gel
* A inalação da poeira de sílica está associada à ocorrência de silicose, DPOC, câncer de pulmão,
Insuficiência Renal, aumento do risco de Tuberculose pulmonar e Doenças do colágeno.
Ocupações
* Mineração de ouro → Pedreira
* Indústria cerâmica → Jateamento de areia
* Fábrica de vidros refratários e de louças
* Fundição de ferro → Cavadores de poços no Nordeste
Classes Evolutivas
* Forma aguda→ de 1 a 5 anos e grandes concentrações.
- Participação imunológica?!
- Indústria de sabão abrasivo, jateamento de areia e cavadores de poços, perfuração de
rochas
- Intensa dispnéia, astenia, perda de peso e hipoxemia
- Achados radiográficos padrão de infiltrado alveolar bilateral com distribuição difusa
* Forma acelerada→ de 5 a 10 anos.
- Nódulos com tendência à confluência,
- As manifestações clínicas e pôr imagem são semelhantes a forma crônica
- Granulomas e nódulos silicóticos
* Forma crônica→ de 10 anos e pequenas concentrações.
- Forma mais comum
- Inicialmente assintomática e pode evoluir para sintomas como dispnéia progressiva
- Nódulos disseminados em ambos os pulmões.
- Fibrose maciça progressiva
Fisiopatologia: Uma vez inaladas, as partículas de sílica depositam-se principalmente nos bronquíolos
respiratórios e alvéolos
* Se o clearance mucociliar ascendentes e linfático não for capaz de remover as partículas, elas
acabam por induzir um processo inflamatório, caracterizado inicialmente como uma alveolite, podendo
evoluir para a fase de fibrose
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Radiologia
* Presença de alterações radiológicas persistentes, irreversíveis e progressivas independente de
nova exposição.
* Classicamente os nódulos são descritos no 1/3 superior dos pulmões, podem coalescer e
cavitar (BK associado).
* A biópsia pulmonar só está indicada na presença de alteração radiológica com ausência de
dados na história ocupacional que sugiram associação
Prova de Função Respiratória
* Inicialmente obstrutivo e com a progressão da doença passa a ter padrão restritivo.
* Não existe boa correlação entre imagem e função, pois a fibrose nodular preserva áreas de
parênquima normal entre os nódulos, suficiente para a manutenção de uma função normal de
trocas gasosas, até as fases mais avançadas da doença, quando boa parte do parênquima é
substituída por áreas fibróticas.
Siderose
* Doença caracterizada pelo depósito de poeira de ferro nos tecidos
* Ocupação: mineração e fundição de ferro, extração e fabricação de esmeril, fabricação de aço.
* Possibilidade de exposição à sílica livre (mineração, siderurgia e fundições de peças usadas
nos moldes de areia)
* Clínica inexpressiva
* Radiologia: semelhante ao da silicose, linhas B de Kerley. Pode regredir
Doenças Relacionadas ao Asbesto
* Comercialmente conhecido como amianto (quase 30 variedades).
* Efeitos carcinogênico (pulmão e mesotelioma) e fibrogênico
* O amianto pode ser encontrado em baixos níveis no ar, água e solo (mas esse nível não
contribui para as doenças
* Classificado em 2 grupos:
1. Crisotila ou amianto branco (principal)
2. Anfibólios
* Exposição direta: atividade extrativista (Goiás).
* Exposição indireta: residir nas imediações
* Quando inaladas, as fibras de amianto penetram profundamente nos pulmões, causando a formação
das cicatrizes
* A inalação pode fazer com que as duas camadas de membranas que cobrem os pulmões (pleuras)
fiquem espessas → dando origem às placas pleurais
LEI ESTADUAL RJ 1080/92: Proíbe Fabricação e Comercialização do Asbesto Crisotila
Doenças Pleurais não Malignas
* Espessamento pleural difuso = pleura visceral, restrição pulmonar
* Espessamento pleural circunscrito = placas pleurais, mais frequente manifestação, 1/2
inferiores das paredes laterais
* Derrame pleural = pequeno volume e bilateral, exsudato hemorrágico
* Atelectasia redonda = síndrome de Blaskovsky, espessamento pleural focal com colapso
parcial e torsão do pulmão adjacente
Asbestose → PROVA
* É a formação de tecido cicatricial generalizada no pulmão causada pela inalação de poeiras
de amianto → Fibrose intersticial pulmonar.
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
* Pode ser evitada pela redução da exposição ao amianto
* Clínica: dispnéia leve e progressiva (falta de ar limitando a prática de exercícios)
- Os sintomas aparecem gradualmente e somente depois de grandes áreas do pulmão
apresentarem cicatrizes
- Dedos em baqueta de tambor: alargamento da ponta dos dedos das mãos ou dos pés e
uma alteração no ângulo na região de onde surge a unha
* Diagnóstico: geralmente feito com radiografia e tomografia computadorizada torácicas +
HISTÓRICO DE EXPOSIÇÃO AO AMIANTO
* Tratamentos: incluem administrar oxigênio e outras medidas que facilitem a respiração
Asma relacionada ao trabalho
* A asma é a doença pulmonar mais frequente relacionada com o trabalho.
* Estima-se que uma em sete exacerbações graves da asma estejam relacionadas com
exposições relacionadas com o trabalho e pensa-se que as exposições relacionadas com o
trabalho sejam responsáveis por cerca de 15% do total de casos de asma no adulto.
* Definições:
1. Asma Ocupacional
2. Asma agravada pelo trabalho
* Outra classificação: pela indução dos sintomas
* Latência ou imunológica (atopia e tabagismo para agentes de alto peso molecular) - Sem
latência ou não imunológica (substância irritante)
* 40% sintomático em 2 anos e 20% sintomático após 10 anos de exposição
Agentes mais comuns causadores de ART e tipo de atividade profissional associada
Alto peso molecular Atividade profissional
Cereais Padeiro, trabalhadores em moinhos
Látex (baixo peso molecular) Profissionais de saúde
Formaldeído Trabalhadores de área hospitalar, calcados,
borracha
Persulfato Cabeleireira
Drogas Farmacêutico
Isocianatos Pintores, instaladores de isolantestérmicos,
indústria de espuma, borracha, plástico
Diagnóstico
* Início dos sintomas após entrada no local de trabalho;
* Associação entre sintomas e trabalho e um ou mais dos seguintes critérios:
1. Exposição a agentes que possam apresentar risco;
2. Mudanças no VEF1.0 ou no PFE relacionadas à atividade;
3. Mudanças na reatividade brônquica relacionadas à atividade;
4. Positividade para teste de broncoprovocação específico, ou;
5. Início da asma com clara associação com exposição a um agente irritante no local de
trabalho.
* Na prática: monitorização da PFE com no mínimo de 4 medidas durante o dia. De preferência
de 2 em 2 horas (triplicata). Melhor PFE – pior PFE X 100% / média dos PFE = < 20%
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Lesões agudas por inalação
* Ocorrem devido a um único incidente que resulta numa exposição súbita e de grande
dimensão a um determinado material, como por exemplo no caso de um derrame químico,
incêndio, explosões de gás ou exposição a grandes quantidades de pó.
* As complicações na saúde pulmonar também são uma das principais causas de morte nas
pessoas que dão entrada no hospital por causa de queimaduras.
- Estas exposições podem levar a asma e a outras doenças raras, como por exemplo febre
pela inalação de vapores metálicos e síndrome de poeiras orgânicas.
* Os grupos em risco incluem trabalhadores agrícolas, bombeiros e pessoal das Urgências.
Infecções ocupacionais
* Estas infecções ocorrem devido à exposição a bactérias. Incluem:
1. Tuberculose (TB): Os profissionais de saúde que tratam a doença em outras pessoas são
o grupo em maior risco
2. Doença do Legionário: Propaga-se habitualmente através de sistemas de ar
condicionado e geralmente afeta os funcionários de hotéis e centros de lazer, pessoas
que trabalham em cruzeiros e outras áreas confinadas e com muita gente, como escolas
3. Febre Q: É causada por bactérias que infectam animais de criação, roedores ou gatos e
cães, colocando em risco os trabalhadores agrícolas
DPOC (bronquite)
* Definição: tosse e expectoração na maior parte dos dias por 3 meses consecutivos, em 2 anos
consecutivos.
* Alguns poluentes ocupacionais podem causar BO associada a outras pneumopatias:
1. Câncer broncogênico: cromo, fornos metalúrgicos;
2. Pneumoconiose: carvão
3. Bissinose: poeira de algodão
4. Pneumonite de hipersensibilidade: Western red cedar
5. Bronquiolite obliterante: O2N
6. Asma: TDI
Sintomas crônicos respiratórios
1. Tosse
2. Secreção
3. Dispnéia
4. Sibilos
Exposição a fatores de risco
1. Tabagismo
2. Poeira ocupacional
3. Fumaça de lenha
4. Fatores individuais conhecidos
5. Deficiência de alfa 1 antitripsina
Espirometria
1. Pré e pós broncodilatador → DPOC
(Bronquite)
Outros exames
1. Radiografia de tórax
2. Oximetria/gasometria
3. Hemograma
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Câncer Pulmonar
Agentes e grupo de agentes (Grupo 1 da IARC) - agente é cancerígena para o homem
* Arsênico (mineração de cobre)
* Asbestos
* Berílio
* Bisclorometiléter/ Clorometil Éter
- Tratamento em indústria têxtil, fabricação de pesticida, substâncias protetoras contra
fogo
* Cádmio (fabricação de pigmentos, de vidros)
* Sílica cristalina
* Cloreto de vinil (fabricação de PVC)
* Cromo VI (fabricação de baterias)
* Gás mostarda
* Níquel e seus compostos
* Radônio
Exposição nos ambientes de trabalho: situações ou processos
* Produção de alumínio
* Gaseificação de carvão
* Produção de carvão coque (pavimentação asfáltica de estradas, impermeabilização de lajes e
pisos)
* Vapores de ácidos fortes
* Fundição de aço e ferro
* Mineração de hematita
* Pintura com pulverizador contendo ácido sulfúrico
* Legislação previdenciária:
- Decreto 3048 de 06/05/1999) inclui além dos sublinhados a acrilonitrila e neblina de
óleos minerais (óleo de corte)
* Diagnóstico causal:
- História ocupacional;
- Levantamentos ambientais realizados;
- Existência de outros pacientes que tiveram ou têm câncer;
- Existência de alterações pulmonares que auxiliem a comprovar a exposição (asbestose,
beriliose);
- Tempo de latência geralmente acima de 15 anos, e;
- Fatores associados como tabagismo, hidrocarbonetos policíclicos com asbestose
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
LER/DORT
* LER: Lesões por Esforços Repetitivos
* DORT: Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
* São conjunto de perturbações do aparelho locomotor (Coluna vertebral e membros superiores
com maiores importâncias).
* Doença multifatorial:
1. Fatores biomecânicos: presentes na atividade;
2. Fatores psicossociais: relacionados à organização do trabalho;
3. Fatores ligados à psicodinâmica do trabalho ou aos desequilíbrios psíquicos: gerados em
certas situações especiais de trabalho na gênese do processo de adoecimento.
LER não é uma doença, mas sim consequência das condições de trabalho (distúrbios mentais,
angústia, ansiedade, estado depressivo)
* As “LER/DORTs” possuem classificação Schilling III: Doenças que têm o trabalho como
provocador de um distúrbio latente, ou agravador de doença já estabelecida
Categorias mais Acometidas
* Pedreiros, Operários, Caixas de bancos, Domésticas, Enfermeiras, Processadores de carne
bovina, Motoristas de caminhão, Pianistas,
Incidência e Prevalência
* Setores de maior ocorrência
1. Manufatura (72%); Serviços (10%); Mercado varejista (6%)
* Sexo: maior incidência entre as mulheres
* Idade: sem grande importância
* Fumo → aumento da DOR em coluna lombar
* Fatores psicossociais: alto nível de estresse e alta demanda no trabalho (MMSS)
Diagnósticos mais Frequentes
* SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) foram:
1. As lesões no ombro (CID 10: M75)
2. Os transtornos das sinóvias e tendões (CID 10: M65-68)
3. As dorsalgias (CID 10: M54)
4. Os transtornos dos discos vertebrais (CID 10: M50-53).
Etiopatogenia
* Lombalgias
1. Levantamento de cargas pesadas, Vibrações de corpo inteiro
2. Flexão e rotação repetida do tronco.
* Pescoço e Ombros:
1. Posturas estáticas e Posturas de costas redondas
2. Escritório: telefone, mouse, teclado, calculadora
* Membros Superiores:
1. Repetição, Força e vibrações.
Fatores de Risco para a LER/DORT
* Segundo as normas técnicas do INSS
1. Grau de adequação do posto de trabalho a zona de atenção e a visão
2. Frio, vibrações e pressões locais sobre o tecidos
27
Júlia Souza - 5o período - 2021/2
3. Posturas inadequadas, com 3 mecanismos que possam causar o distúrbio
4. Carga osteomuscular
5. Carga estática com membro mantido contra a gravidade
6. Invariabilidade da tarefa
7. Exigências cognitivas
8. Fatores organizacionais e posicionais
Precisa caracterizar a exposição quanto:
* Região anatômica exposta aos fatores de risco;
* Intensidade dos fatores de risco;
* Organização temporal da atividade
* Duração do ciclo de trabalho
* Distribuição das pausas
* Estrutura de horários;
* Tempo de exposição aos fatores de risco.
Fatores envolvidos na LER/DORT → PROVA
* Fatores Agravantes: são fatores que agravam (pioram) a condição do réu através de uma
conduta que o mesmo praticou antes ou durante a tramitação do processo.
1. Ausência de pausa durante a jornada de trabalho
2. Traumatismos anteriores
3. Ambientes de temperaturas baixas e muito altas
* Fatores Contribuintes: são as principais ações, falhas ou condições que levaram diretamente
ao acidente.
1. Sustentação de pesos
2. Jornada prolongada de trabalho
3. Postura estática e inadequada
4. Tensão excessiva
5. Móveis e equipamentos inadequadas
* Fatores Biomecânicos: são os movimentos e posições (mecânica) realizados pelo corpo (bio)
1. Ritmo acelerado de trabalho
2. Força excessiva com as mãos
3. Repetitividade de um mesmo movimento
4. Má postura
5. Vibrações
* Fatores Ergonômicos: OMS “aplicação das ciências biológicas conjuntamente com as ciências
da engenharia para lograr o ótimo ajustamento do ser humano ao seu trabalho, e assegurar,
simultaneamente, eficiência e bem estar”
Surgem quando as condições de trabalho são inadequadas causando algum incômodo,
desconforto ou problemas à saúde dotrabalhador.
1. Equipamentos inadequados
2. Equipamentos do trabalho mal ajustados
Quadro Clínico
* Dor, sensação de fraqueza, cansaço, peso, dormências, formigamentos, alteração de
sensibilidade, agulhadas, choques, sinais flogísticos, hipo e atrofia
Doenças enquadradas na LER/DORT
1. Tendinite de flexores e extensores dos dedos e Bursite de ombro
2. Síndrome de DeQuervain e do braquiorradial e Síndrome do túnel do carpo
3. Tendinite de supraespinhoso, de biciptal e epicondilite
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
P.A.I.R.O
Conceitos Importantes
* P.A.I.RO: Perda Auditiva Induzida pelo Ruído Ocupacional
* PAINPSE: Perda Auditiva Neurossensorial por Exposição Continuada a Níveis Elevados de
Pressão Sonora - de origem ocupacional
* PCA - Programa de Conservação Auditiva
PAIRO - Perda Auditiva Induzida pelo Ruído Ocupacional
* Quando se estudam as perdas auditivas de origem ocupacional, deve-se levar em conta que
há outros agentes causais que não somente podem gerar perdas auditivas, independentemente
de exposição ao ruído, mas também, ao interagir com este, potencializar os seus efeitos sobre a
audição.
* Entre outros, podem ser citados a exposição a certos produtos químicos, as vibrações e o uso
de alguns medicamentos.
* Morata e Lemasters (1995) propuseram a utilização do termo “perda auditiva ocupacional”,
por ser mais abrangente, considerando o ruído, sem dúvida, como o agente mais comum, mas
sem ignorar a existência de outros, com todas as implicações que estes pudessem originar em
termos de diagnóstico, medidas preventivas, limites de segurança, legislação, etc.
Ruído
* O ruído já faz parte do nosso dia-a-dia.
* E isso se inicia cada vez mais cedo, pois é possível observar em:
- Gestantes que trabalham expostas a níveis elevados de ruído (principalmente quando o
trabalho é realizado em turnos) desde lesões auditivas irreversíveis no feto até
problemas na gestação, como hipertensão, hiperemese gravídica, parto prematuro e
bebês de baixo peso .
- Caso necessite de incubadora, o bebê ficará exposto a níveis de pressão sonora de
aproximadamente 61 dB(A), que podem atingir até 130 ou 140 dB(A), de acordo com as
manobras realizadas
- Quando for para casa, o bebê, e depois a criança, terá ao seu redor brinquedos que
podem atingir 100 dB(A) e eletrodomésticos que produzem ruídos de semelhante
intensidade.
- Na escola, onde permanece em média quatro horas por dia, o ruído pode atingir até 94,3
dB(A), com a média 70dB(A)
- Quando se tornar um adolescente, serão agregados a essa exposição seus hábitos de
lazer (motocicleta, discoteca, walkman) e o ruído urbano.
- Ao entrar na fase adulta, esse indivíduo poderá passar de 8 a 12 horas por dia, em
média, exposto a elevados níveis de pressão sonora em seu ambiente de trabalho.
Perda Auditiva Induzida pelo Ruído Ocupacional → PROVA
Código CID-10: H83.3
* Os seguintes fatores influenciam nas perdas:
1. Características físicas do agente causal (tipo, espectro, nível de pressão sonora)
2. Tempo e dose de exposição e susceptibilidade individual: sempre neurossensorial
(células do órgão de Corti na cóclea);
- Ser quase sempre bilateral (ouvidos direito e esquerdo com perdas similares) e, uma
vez instalada, irreversível;
- Início e predominância de perda em altas frequências: 6000, 4000 e/ou 3000 Hz,
podendo progredir para/as outras faixas com o tempo: 8.000, 2.000, 1.000, 500 e
250 Hz. - geralmente, não produz perda maior que 40 dB(NA) nas frequências baixas
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
e que dB(NA) nas altas. nível máximo nos primeiros 10 a 15 anos de exposição;
+ Por atingir a cóclea, o trabalhador pode desenvolver intolerância a sons mais
intensos (recrutamento)
+ Perda da capacidade de reconhecer palavras, zumbidos, que somando-se ao déficit
auditivo propriamente dito prejudicaram o processo de comunicação; cessada a
exposição ao nível elevado de pressão sonora, não há progressão da PAIR;
* Exposições pregressas não tornam o ouvido mais sensível a exposições futuras; ao contrário,
a progressão da perda se dá mais lentamente à medida que aumentam os limites auditivos.
Fatores de Risco Ambientais
* O ruído torna-se fator de risco da perda auditiva ocupacional se o nível de pressão sonora e o
tempo de exposição ultrapassarem certos limites.
A NR-15 da Portaria nº 3.214/78
* Nos Anexos 1 e 2, estabelece os limites de tolerância para a exposição a ruído contínuo ou
intermitente e para ruído de impacto, vigentes no País.
- Como regra geral, é tolerada exposição de, no máximo, oito horas diárias a ruído,
contínuo ou intermitente, com média ponderada no tempo de 85 dB(A), ou uma dose
equivalente.
- No caso de níveis elevados de pressão sonora de impacto, o limite é de 130 dB(A) ou 120
dB(C).
* Anexo 1 – Limites de Tolerância (LTs) para ruído contínuo ou intermitente (NR-15) - Nível de
ruído dB(A) - Máxima exposição diária permissível
I. 85 - 8 horas
II. 90 - 4 horas
III. 95 - 1 hora e 45 minutos
IV. 100 - 1 hora
V. 105 - 30 minutos
VI. 110 - 15 minutos
VII. 115 - 7 minutos
* Anexo 2 - O limite de tolerância para ruído do tipo impacto será de 130 dB(A), de acordo com
a NR-15. Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído
contínuo.
* Quando se estudam as perdas auditivas de origem ocupacional, deve-se levar em conta que
há outros agentes causais que não somente podem gerar perdas auditivas, independentemente
de exposição ao ruído, mas também, ao interagir com este, potencializar os seus efeitos sobre a
audição.
* Entre outros, podem ser citados a exposição a certos produtos químicos, as vibrações e o uso
de alguns medicamentos.
Fontes de Ruído
* Indústria; Tráfego; Construção civil e obras públicas; Fontes urbanas e doméstica; Esporte e
Lazer
Efeitos do Ruído
* Na comunicação; sistema auditivo; sono; estresse; rendimento do trabalho; Dor ou Algiacusia
Sintomas
* Perda auditiva neurossensorial bilateral - (quantitativa)
* Dificuldades para reconhecer a fala - (qualitativa) e localizar fontes sonoras
* Intolerância a sons intensos (recrutamento)
* Acufenos (zumbidos, “tinnitus”); tonturas; otalgias; plenitude auricular; irritabilidade; insônia
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Exame Médico
* Anamnese clínico-ocupacional
* Exame ORL básico e exames audiométricos
PCA - Programa de Conservação Auditiva
* Etapas de um PCA
1. Avaliação da Exposição
2. Controles de Engenharia E Administrativos:
3. Monitorização Audiométrica:
4. Indicação de Epi
5. Educação e Motivação:
6. Conservação dos Registros
7. Avaliação da Eficácia do PCA
Diagnóstico Diferencial
* Químicos: tolueno, dissulfeto de carbono, fumos metálicos, gases (co)
* Físicos: vibrações
* Biológicos: vírus, bactérias
* Metabólicos: diabetes, dislipidemias - Medicamentos: salicilatos, tuberculostáticos.
* Degenerativos: presbiacusia
Objetivos do controle audiométrico
* Identificação precoce de alterações; Recolocação de trabalhadores; Indicações para
MODIFICAÇÕES nos ambientes ruidosos; Controle da eficácia da proteção contra ruído;
Providências legais; Adicionais, CAT, PPP, etc
Condutas
* Médico Coordenador:
1. Diagnóstico diferencial
2. Definição da aptidão para o trabalho
3. Incluir o caso no Relatório Anual PCMSO e no PCA
4. Discutir ambiente de trabalho e indicar recolocação de trabalhadores V. C.A.T.
5. Conduzir casos não ocupacionais.
Lembrar que !!!
- EPI é a pior solução
- Desconforto
- Interferência de outros EPI
- Colocação inadequada
- Desgaste do EPI com o tempo - substituição cara
- Tempo real de uso reduzido
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Protocolos da A.M.A. (American Medical
Association) para retorno ao trabalho
Conceito dos protocolos
* RISCO: chance de causar danos para si ou terceiros.
* CAPACIDADE: refere-se a conceitos de força, flexibilidade e resistência. É mais objetiva. São
baseados em conhecimentos científicos
* TOLERÂNCIA: conceito psicossocial, é a capacidade de tolerar o trabalho ou atividade em
determinado nível. Depende unicamente do paciente e não é cientificamenteverificável. -
* RESTRIÇÕES: ligadas ao conceito de risco, são atos que o paciente pode fazer, mas não deveria.
* LIMITAÇÕES: ligadas ao conceito de capacidade, são atos que o paciente não tem como fazer,
dados seus problemas físicos.
Precisa caracterizar a exposição quanto:
* Fatores preditivos para o retorno ao trabalho
1. Quanto ao indivíduo:
A) Idade
B) Sexo
C) Fatores psicossociais
2. Quanto ao trabalho:
A) Satisfação
B) Autonomia
C) Ambiente
Categoria das atividades
* Trabalho sedentário: Exercer força de até 4,5 kg ocasionalmente ou pouca força
frequentemente para levantar, carregar ou mover objetos. Inclui a posição sentada na maior
parte do tempo, mas pode envolver caminhar ou ficar de pé por curtos períodos de tempo.
* Trabalho leve: Exercer força de até 9,0 kg ocasionalmente, E/OU até 4,5 kg frequentemente,
E/OU pequena força constantemente para mover objetos; Se sentado, envolve puxar ou
empurrar controles com os braços ou pernas; Exige caminhadas ou ficar de pé,
significativamente; Em linhas de produção, exige empurrar ou puxar materiais, mesmo que o
peso seja pequeno.
* Trabalho moderado: Exercer força de 9,0 a 23,0 kg ocasionalmente, E/OU 4,5 a 11,0 kg
frequentemente, E/OU de até 4,5 kg de modo constante para mover objetos
* Trabalho pesado: Exercer força de 23,0 a 45,0 kg ocasionalmente, E/OU 11,0 a 23,0 kg
frequentemente, E/OU de 4,5 a 9,0 kg de modo constante para mover objetos.
* Trabalho muito pesado: Exercer força de mais de 45,0 kg ocasionalmente, E/OU mais de 23,0
kg frequentemente, E/OU mais de 9,0 kg de modo constante para mover objetos.
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Elementos a considerar
* A lesão ou doença II. O paciente III. O trabalho IV. Duração diária da jornada V. Frequência
- Ocasional: 0% a 33% da jornada
- Frequente: 34% a 66% da jornada
- Constante: 67% a 100% da jornada
Hérnia discal com radiculopatia
I. RISCO – Cabem restrições
- Historicamente, levantamentos de 9 a 23 kg – nova herniação ocorre em 5% a 12% dos
casos
- Estudos recentes mostram que, após uma primeira cirurgia, os pacientes podem retornar
às atividades normais.
- Estudos biomecânicos e epidemiológicos atuais confirmam que mais importante que a
carga são as posturas estáticas, flexões repetidas, torção e vibração de corpo inteiro.
II. CAPACIDADE
- Pode ser aumentada com exercícios que devem ser aumentados lenta e progressivamente
no tratamento fisioterápico.
- O retorno às atividades laborais também deve ser progressivo, até o pleno desempenho
das funções.
III. TOLERÂNCIA
- Na falta de sinais objetivos, prepondera a tolerância do paciente aos exercícios e ao
trabalho.
- Pode-se buscar o consenso de dias de afastamento, de acordo com a classificação do
trabalho.
Lombalgia não específica
I. RISCO – Cabem restrições?
- Poucos estudos científicos;
- O maior risco é para aqueles que já tiveram Lombalgia no passado;
- Fatores psicossociais interferem na Lombalgia e, por isso, o modelo biomédico não é
suficiente para explicar o problema;
- O médico deve prescrever exercícios fisioterápicos que simulem a atividade laboral,
estimulando o retorno ao trabalho.
II. CAPACIDADE
- Exames de imagem não ajudam muito;
- As limitações podem ser feitas, mas o tratamento fisioterápico deve ter como objetivo o
condicionamento para o trabalho.
III. TOLERÂNCIA
- As queixas, por si só, não devem ser tomadas como base para restrições ou limitações ao
trabalho.
IV. Conclusão
- Lombalgia é compatível com o retorno ao trabalho e, eventualmente, à maioria das
funções normais.
Síndrome do Manguito Rotador
I. RISCO→ Analisar a tabela
II. Capacidade→ Objetiva limitação para trabalho com mãos acima da cabeça.
III. TOLERÂNCIA
- O período com limitação deve ser usado para reforço muscular do ombro.
- A tolerância é influenciada pela idade, ocupação, dominância do ombro afetado,
aderência ao tratamento.
- O retorno ao trabalho é, antes de tudo, influenciado pela tolerância
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
Epicondilite
I. RISCO→ Não há risco significativo
II. CAPACIDADE→ O paciente pode usar o membro superior, mas evita fazê-lo porque dói.
- Objetivamente, não há incapacidade
III. TOLERÂNCIA
- Como a queixa é de dor, deve ser feita modificação temporária no trabalho, enquanto o
paciente é tratado.
- A questão de retornar ao trabalho é, basicamente, dependente da tolerância
Síndrome do Túnel do Carpo
* A literatura sobre as causas da STC é pouco consistente;
* Cinquenta e nove doenças ou lesões são associadas à STC;
* É impossível, baseado na literatura, garantir que uma atividade teve participação no
aparecimento da STC.
I. RISCO
- Estudos mostram que o “teclado” não causa STC
- Se há evidente piora do quadro com a atividade e melhora com o repouso ou restrições,
pode-se concluir que a atividade é um risco para o nervo mediano.
- As principais restrições são a postura de flexão ou extensão maior que 30º, os
movimentos repetitivos e a compressão mecânica do punho
II. CAPACIDADE
- Os “déficits” são suficientes para provocar limitações no trabalho.
- A força de preensão não diminui, mas a dor pode limitá-la
III. TOLERÂNCIA
- Os principais fatores de intolerância são a dor e a dormência.
- Nos estágios iniciais, as atividades são limitadas pela intolerância à dor e à dormência,
mas, mais tarde, a capacidade é limitada pela perda da função neural.
Doença Coronariana
I. RISCO
- Como há poucos estudos sobre o retorno ao trabalho nos casos de doença cardíaca,
deve-se fazer um paralelo com os riscos de complicações cardiovasculares em atletas.
II. CAPACIDADE
- Deve ser baseada em testes cardiológicos.
- Se a capacidade de fazer o exercício é menor do que a demanda da atividade, então há
limitação para o trabalho.
III. TOLERÂNCIA
- Mesmo havendo capacidade física para o trabalho, fatores como nível socioeconômico
baixo, baixo suporte social, grandes estressores psicossociais, trabalho em turno,
insatisfação no trabalho, rancor, hostilidade e fadiga excessiva contribuem para recusa
de retorno ao trabalho.
Doença Hipertensiva
I. RISCO
- Os comprometimentos de órgãos-alvo são fatores de risco independentes dos níveis
pressóricos, que podem estar normais.
- O tratamento da HAS permite o trabalho e atividades físicas
II. CAPACIDADE
- Se o indivíduo tem um teste ergométrico aceitável quanto à capacidade física, então o
trabalho deve ser recomendável.
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Júlia Souza - 5o período - 2021/2
III. TOLERÂNCIA
- Raramente a HAS causa sintomas, o que a torna bem tolerada no trabalho.
Epilepsia
I. RISCO
- Restrições clássicas:
- Não dirigir;
- Não trabalhar em altura elevada;
- Não trabalhar com máquinas em movimento.
- A sonolência causada pelos medicamentos pode ser um risco a mais.
II. CAPACIDADE
- A capacidade não está afetada.
III. TOLERÂNCIA
- O medo de convulsão nos locais de trabalho pode ser um fator de pouca tolerabilidade ao
trabalho.
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