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Monique Araujo Componentes da Alimentação Elétrica – Parte 2 Definição de Energia A energia é uma grandeza física capaz de realizar trabalho por meio de uma ação ou movimento. Pode se manifestar como: cinética, mecânica, potencial elástica e gravitacional, térmica, elétrica e nuclear. Antoine-Laurent de Lavoisier define a energia como uma grandeza que conserva sua unidade, alguns tipos de energia podem ser intercambiados em diferentes formas de apresentação. Como a energia mecânica de quedas d1água nas usinas hidrelétricas que são convertidas em energia elétrica. Numa ampola de raios-X a energia cinética dos elétrons projetados é convertida em energia térmica e energia eletromagnética ao entregarem sua energia para os átomos constituintes do alvo, através de interações com os orbitais eletrônicos e com os campos nucleares. Interação dos Elétrons com o Alvo na Produção de Calor A maior parte das interações entre os elétrons projetados e o alvo do anodo determina conversão em calor. Isso ocorre devido à interação do feixe de elétrons oriundos do catodo com os elétrons de orbitais mais externos dos átomos do alvo. Ao ocorrer transferência de energia, o elétron pode ser excitado ou ionizado. Na excitação o elétron é promovido para um maior nível energético, retornando para o seu nível normal de energia, ao emitir ondas eletromagnéticas infravermelhas, processo responsável pela maior parte do calor produzido em um tubo de raios X. Relação da Produção de Calor v. Raios X A quantidade de calor produzida na ampola cresce diretamente proporcional à corrente elétrica aplicada no tubo e, eleva-se com o acréscimo da tensão de pico aplicada, de forma mais aproximada e não linear. Na produção da radiação, a eficiência não varia com a alteração da corrente elétrica aplicada ao tubo, enquanto isso, ela irá aumentar com a utilização de tensões mais elevadas. Monique Araujo Por exemplo: se usarmos 60kVp, apenas 0,5% dessa energia cinética será transformada em radiação, se subirmos para 100kVp a porcentagem sobre para 1%. Já em equipamentos com megavoltagem (MV = 106 volts, não possuem aplicação diagnóstica), com a tensão de 20MV (20.000kV), a porcentagem de radiação produzida será 70%. Interação dos Elétrons com o Alvo na Produção da Radiação Quando os elétrons chegam ao polo positivo, chocam-se com uma estrutura metálica de tungstênio, produzindo fótons de calor e radiação. O fator determinante para essa produção será a energia atribuída a esse fóton. Assim: quanto maior a energia e mais próximo ao núcleo os elétrons passarem ou se chocarem maiores são as chances de serem fótons de raios X. A produção dessa radiação poderá ocorrer por dois tipos de interação elétron-alvo: frenamento e radiação característica. Produção por Frenamento (Bremsstrahlung) Ocorre quando os elétrons serão atraídos por meio da influência do campo eletromagnético do núcleo, desviando sua trajetória e perdendo energia cinética. Como existe a lei de conservação da energia cinética, a diferença da energia inicial menos a energia final será a energia do fóton. O ângulo de espalhamento do elétron, após interação com o campo elétrico do núcleo será proporcional à energia cinética cedida neste processo. O valor exato da energia cedida será exatamente igual à energia do fóton produzido Energia do Fóton Orbital que o Elétron Passou Ângulo de Espalhamento Tipo de Energia Baixa L, M, N, O, P e Q Pequeno Calor Monique Araujo Alta Entre o núcleo e o orbital K Grande Raios X Produção de Radiação Característica Os raios X característico são chamados assim devido à relação energética entre o fóton produzido e o orbital do elemento alvo no qual o elétron acelerado interagiu. Para isso, os elétrons precisam se chocar uns com os outros. O elétron incidente (acelerado) transfere energia suficiente ao elétron do orbital “K ou L”, para que seja ejetado de sua órbita, deixando uma vacância (que será preenchida por elétrons de orbitais mais externos). A energia do fóton produzido será igual à sua menor ocorrência em relação à produção por frenamento, esses fótons serão responsáveis por uma pequena parcela dos raios X produzidos. Orbital K L M N O P Energia de ligação (keV) 69 12 3 1 0,1 - Se considerarmos um elétron do orbital L preenchendo a vacância deixada no orbital K, a energia dos rios X características produzidos será a subtração destas duas energias de ligação, ou seja, 57,4keV. Caso o elétron do orbital M preencha essa vacância, a energia das radiações características será 66,7keV.
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