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O impacto da violência na saúde mental dos jovens negros (1)

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UNIVERSIDADE UNISÃO MIGUEL
Rafaela Rayssa Gomes de Azevedo
O impacto da violência na saúde mental dos jovens negros
RECIFE
2021
O impacto da violência na saúde mental dos jovens negros
A anpsinep (articulação nacional de psicólogos negros, pesquisadores e pesquisadoras) em parceria com as mães da saudade (coletivo de mulheres periféricas que fazem um lindo trabalho social na comunidade de peixinhos) promoveram uma live do dia 23 de setembro 2021 tendo como tema principal; saúde mental dos jovens negros. Esse coletivo é formado por mães que perderam seus filhos vítimas da violência urbana e policial. A anpsinep promove um manifesto “juventude negra quer viver” em favor de resguardar e preservar a vida desses jovens. Tem como coordenadora nacional ceça costa, que também leciona na instituição de ensino superior unisãomiguel. A partir dessa live tão rica, e tão conscientizadora, partindo da minha perspectiva irei dissertar sobre questões que esses jovens enfrentam e sobre o impacto que essas questões tem na saúde mental dos mesmos.
Segundo dados do ministério da saúde, jovens negros têm mais chances de cometer suicídio. A taxa de suicídio entre jovens e adolescentes brancos se manteve estável de 2012 a 2016, porém comparado aos jovens negros, onde teve um aumento de 12%.
Analisando esses dados, podemos constatar que existe uma desconformidade entre a vida dos jovens brancos e negros. Entre as mais variadas desigualdades podemos citar a falta de oportunidade no mercado de trabalho, preconceito racial, rotulação, e o risco de morte constante pois o jovem negro ao ser visto pela polícia automaticamente se torna um alvo. 
Esses jovens têm que lidar com a constante rotulação (exe. Todo negro é taxado como bandido. Quando uma pessoa muda de calçada ao avistar um negro vindo na mesma direção por vezes de forma consciente ou até mesmo de forma automática ao assimilar o jovem a um bandido) algo que já é corriqueiro em nossa sociedade. 
Sofrem repressão dentro das comunidades e seus familiares temem por sua vida ao saírem de casa, nem eles e nem os familiares tem a certeza de que eles irão voltar vivos. A abordagem policial tende a ser muito mais incisiva e agressiva entre esses jovens, que sempre se tornam alvos dos policiais. Não somente por sua cor de pele, mas também por seus estilos de se vestirem, de se comunicar, por características tão subjetivas que jamais deveriam ser objeto de tais mal julgamentos. Os jovens brancos possuem liberdade para se vestirem como quiserem, se expressarem da maneira que lhes parecer melhor, de sair sem temer uma abordagem agressiva da polícia. 
Esses fatores deixam claro o porquê desses dados tão alarmantes mencionados anteriormente. 
A população negra não possui acesso a um atendimento básico de qualidade, são desprovidos de recursos financeiros para uma vida estável, não conseguem sequer acesso a um atendimento psicológico, visto que a psicoterapia ainda é muito elitizada e ainda temos poucos profissionais da psicologia engajados nessas causas sociais.
Além de um preço diferenciado e mais acessível e até mesmo uma gratuidade pelo SUS para essa população, o psicólogo que atende essas demandas precisa ter uma sensibilidade e compreensão diferenciada pois precisa considerar em seu atendimento a situação socioeconômica, a cultura na qual esse jovem está inserido, o ambiente e suas vivências assim como sua subjetividade para ser capaz de oferecer um atendimento humanizado e acolhedor.
Devemos cobrar das autoridades governamentais políticas voltadas para saúde mental desses jovens, mais oportunidades, um alcance maior dentro das comunidades onde eles possam ter acesso a educação de qualidade, laser com segurança, cursos profissionalizantes, para capacitar não esses jovens, mas também seus pais, o que resultaria em uma qualidade de vida melhor para as famílias periféricas. 
É necessário ter consciência de que não mudaremos a situação desses jovens apenas cobrando uma mobilização do governo. A mudança pode partir de todos nós. Podemos nos engajar nas causas sociais com os recursos que temos em mãos; nossa formação acadêmica, empatia, sensibilidade, recursos financeiros podem fazer a diferença na vida dessas pessoas. Não podemos usar somente técnica com quem necessita de recursos tão básicos como fazer mais de uma refeição ao dia. Devemos agir em favor das minorias, pois podemos mudar e salvar a vida desses jovens.

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