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AULA 3 ANALISE FUNCIONAL NO CONTEXTO CLINICO

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ANÁLISE FUNCIONAL NO CONTEXTO CLÍNICO
Esp. Cristiane Matos
Questionamentos 
É possível realizar análises funcionais no contexto da clínica?
Quais as implicações da utilização da formulação de análises funcionais no contexto clínico? 
O Terapeuta consegue manipular variáveis no contexto da clínica? 
Os terapeutas só tem acesso a relatos verbais emitidos pelos clientes?
Como a elaboração de análises funcionais moleculares e molares podem contribuir na prática clínica?
Behaviorismo Radical: Implicações na prática do Analista do Comportamento 
Monismo
Concepção de causalidade: seleção pelas consequências
Contextualista
Materialista 
Pragmatismo
Homem ativo, histórico e social 
Objeto de estudo
“O behaviorista radical não trabalha propriamente com o comportamento, ele estuda e trabalha com contingências comportamentais, isto é, com comportar-se dentro de contextos.” (Matos, 1997, p. 46).
A Concepção de Comportamento 
 
	“o que denominamos comportamento evoluiu como um conjunto de funções que promovem o intercâmbio entre organismo e ambiente” (SKINNER, 1981, p.129)”
Níveis de Determinação do comportamento
Filogenético
Ontogenético
Cultural
Níveis de Determinação do Comportamento
 
“o comportamento humano é o produto conjunto de a) contingências de sobrevivência responsáveis pela seleção natural das espécies, e b) contingências de reforçamento responsáveis pelos repertórios adquiridos por seus membros, incluindo c) contingências especiais mantidas por um ambiente cultural evoluído” (SKINNER, 1981, p 131)
CONTINGÊNCIA
“relação de dependência entre eventos ambientais ou entre eventos comportamentais e ambientais” (Catania, 1993; Skinner,1953;1969; Todorov, 1985)
Uma contingência estabelece uma relação entre eventos ambientais ou entre comportamento e eventos ambientais na forma condicional “se..., então...”.
TRÍPLICE CONTINGÊNCIA
“uma formulação adequada da interação entre um organismo e seu ambiente deve sempre especificar três coisas: (1) a ocasião em que a resposta ocorre, (2) a própria resposta, e (3) as consequências reforçadoras. As inter-relações entre elas são as contingências reforçadoras” (Skinner, 1953, p.5)
	TRÍPLICE CONTINGÊNCIA
R
C
A
:
SA
R
SC
10
 “Essa é a essência da análise de contingências: identificar o comportamento e as consequências; alterar as consequências; ver se comportamento muda. Análise de contingências é um procedimento ativo, não especulação intelectual. É um tipo de experimentação que acontece não apenas no laboratório, mas também no mundo cotidiano” (Sidman, 1989, p. 80) 
ANÁLISE FUNCIONAL NA PRÁTICA CLÍNICA 
Elaborar hipóteses a respeito da aquisição e manutenção de repertórios comportamentais;
Programar intervenções visando o desenvolvimento de novos repertórios;
Planejar a manutenção e generalização para o ambiente natural das mudanças alcançadas. 
	
(FONSECA; NERY. 2018)
ANÁLISE FUNCIONAL NA PRÁTICA CLÍNICA 
A análise funcional constitui, para o analista do comportamento, um instrumento fundamental de diagnóstico, intervenção e avaliação do processo terapêutico.
Descrição
Explicação
Previsão
Controle
	
(FONSECA; NERY. 2018)
DESAFIOS DA CONSTRUÇÃO DE ANÁLISES FUNCIONAIS NO CONTEXTO CLÍNICO
Especificar a unidade de análise que pretendente estudar;
A fonte de informações é frequentemente restrita ao relato do cliente e ao comportamento observado durante a sessão; 
As análises funcionais envolvem operantes complexos. 
 POSSIBILIDADES PARA ENFRENTAR OS OBSTÁCULOS
Convidar pessoas relevantes para participar do processo;
Observar o comportamento do cliente em ambientes diferentes do terapêutico; 
(FONSECA; NERY. 2018)
ANÁLISE FUNCIONAL MOLECULAR
A análise funcional molecular envolve a análise de contingências pontuais (moleculares) importantes para a compreensão de comportamentos específicos em contextos específicos;
(FONSECA; NERY. 2018)
1º PASSO: IDENTIFICAR RESPOSTA 
atividade do organismo, que envolve eventos públicos e privados.
AÇÕES PUBLICAMENTE OBSERVÁVEIS = VERBOS NO INFINITIVO
RESPOSTAS PRIVADAS/ENCOBERTAS : PENSAMENTOS, SENTIMENTOS E EMOÇÕES 
1º PASSO: IDENTIFICAR RESPOSTA 
2º PASSO: IDENTIFICAR ANTECEDENTE
ocasião na qual o comportamento ocorre
TIPOS: SD, OEs, REGRAS 
2º PASSO: IDENTIFICAR ANTECEDENTE
3º PASSO: IDENTIFICAR CONSEQUÊNCIA
VARIÁVEL INDEPENDENTE=VI 
MUDANÇA NO AMBIENTE QUE AFETA A RESPOSTA
CONTINGÊNCIAS A CURTO PRAZO E A LONGO PRAZO
3º PASSO: IDENTIFICAR CONSEQUÊNCIA
4º PASSO: IDENTIFICAR PROCESSO
ESPECIFICAR QUAL CONTINGÊNCIA ESTÁ ENVOLVIDA;
R+, R-, P+, P- ou EXTINÇÃO
OBSERVAÇÃO: UMA MESMA RESPOSTA PODE TER DIFERENTES ANTECEDENTES E PRODUZIR VÁRIAS CONSEQUÊNCIAS.
4º PASSO: IDENTIFICAR PROCESSO
5º PASSO: IDENTIFICAR POSSÍVEIS EFEITOS 
são subprodutos de contingências operantes. 
os efeitos são colaterais às contingências, ou seja, são produtos da contingência inteira e não determinam diretamente a frequência do comportamento no futuro.
TIPOS: 
FREQUÊNCIA: AUMENTAR OU DIMINUIR
EMOCIONAIS: sentimentos, sensações e emoções produzidos pelo contato com as consequências.
 ANÁLISE FUNCIONAL MOLECULAR 
	ANTECEDENTE	COMPORTAMENTO	CONSEQUEÊNCIA	PROCESSO 	EFEITO EMOCIONAL 
					
SD
REGRAS-SDV
OM
CS
AÇÕES
PENSAMENTO
CR
RESPOSTAS PUBLICAS
RESPOSTAS PRIVADAS
R+
R-
P+
P-
EXTINÇÃO
ALEGRIA, PRAZER, FELICIDADE, CONFIANÇA E ORGULHO
ALIVIO
RAIVA, MEDO, ANSIEDADE, PAVOR, VERGONHA E 
CULPA
FRUSTRAÇÃO, VERGONHA E DECEPÇÃO
FRUSTRAÇÃO, INSEGURANÇA. 
(FONSECA; NERY. 2018)
(Alckmin-Carvalho; Melo, 2018)
(Alckmin-Carvalho; Melo, 2018)
(Alckmin-Carvalho; Melo, 2018)
ANÁLISE FUNCIONAL MOLAR
	“A análise da árvore não nos deve fazer perder de vista a floresta. Muito raramente a problemática do cliente nos parece circunscrita a um sintoma específico. Pelo contrário, na maior parte dos casos, assiste-se a uma coerência histórica e funcional na organização do repertório comportamental do cliente.” (GONÇALVES, 1999)
31
		
ANÁLISE FUNCIONAL MOLAR
para identificar os motivos pelos quais um indivíduo se comporta da forma como se comporta, é preciso investigar tanto as contingências atuais em vigor como as contingências históricas. ( CIRINO, 2001)
Para uma compreensão mais ampla do caso é necessário uma análise que inclua aspectos ligados à história de vida e ao desenvolvimento de padrões comportamentais (MARÇAL, 2005).
1ª PASSO: IDENTIFICAR O PADRÃO COMPORTAMENTAL 
um padrão comportamental pode ser caracterizado por comportamentos ou características que ocorrem em diferentes contextos e apresentam a mesma função, ou seja, produzem consequências semelhantes.
Descrever os comportamentos que caracterizam o padrão comportamental. 
Alguns exemplos de rótulos de padrões comportamentais: autoexigência/perfeccionismo, inassertividade (passividade, agressividade), controle excessivo por regras (insensibilidade às contingências) e fuga/esquiva.
2º PASSO: IDENTIFICAR HISTÓRICO DE AQUISIÇÃO 
Obter informações de diversos contextos que contribuíram para aquisição do padrão comportamental
Contextos: familiar, socioafetivo, acadêmico, profissional, médico-psicológico e religioso-espiritual;
Enfatiza-se que o histórico deve ser descrito em termos de variáveis independentes, ou seja, variáveis ambientais que contribuíram para a aquisição do padrão. 
3º PASSO: IDENTIFICAR CONTEXTOS ATUAIS MANTENEDORES 
condições em que o cliente está inserido atualmente e que favorecem a manutenção do padrão.
os contextos que mantêm o padrão devem ser descritos em termos de variáveis independentes (ambientais) e não de respostas do cliente.
4º PASSO: CONSEQUÊNCIAS QUE FORTALECEM O PADRÃO/ CONSEQUÊNCIAS QUE ENFRAQUECEM O PADRÃO
Identificação de consequências que reforçam o padrão (benéficas/reforços em curto, médio e longo prazo) e consequências que enfraquecem o padrão (perdas/desvantagens/estimulação aversiva/punidores em curto, médio e longo prazo).
ANÁLISE FUNCIONAL MOLAR 
	COMPORTAMENTOS QUE CARACTERIZAM O PADRÃO COMPORTAMENTAL	HISTÓRIA DE AQUISIÇÃO	CONTEXTOSATUAIS MANTENEDORES	CONSEQUÊNCIAS QUE FORTALECEM O PADRÃO	CONSEQUÊNCIAS QUE ENFRAQUECEM O PADRÃO COMPORTAMENTAL
				 	
Obter informações de diversos contextos que contribuíram para aquisição do padrão comportamental
variáveis independentes, 
Contextos: familiar, socioafetivo, acadêmico, profissional, médico-psicológico e religioso-espiritual
condições em que o cliente está inserido atualmente e que favorecem a manutenção do padrão.
variáveis independentes
Identificação de consequências que reforçam o padrão (benéficas/reforços em curto, médio e longo prazo)
Identificação de consequências que Enfraquecem o padrão (perdas/desvantagens/ estimulações aversivas/ punidores em curto, médio e longo prazo)
Descrever quais comportamentos caracterizam um determinado padrão 
(FONSECA; NERY. 2018)
ANÁLISE FUNCIONAL MOLAR: esquiva de situações de possível erro 
	COMPORTAMENTOS QUE CARACTERIZAM O PADRÃO COMPORTAMENTAL	HISTÓRIA DE AQUISIÇÃO	CONTEXTOS ATUAIS MANTENEDORES	CONSEQUÊNCIAS QUE FORTALECEM O PADRÃO	CONSEQUÊNCIAS QUE ENFRAQUECEM O PADRÃO COMPORTAMENTAL
	-Fugir e esquivar de situações relacionadas a dirigir;
-Fugir e esquivar de situações de falar em público
-fugir e esquivar de situações que precise demonstrar desempenho 	-Mãe muito crítica e
punitiva
-Escola extremamente
rígida e professores
muito críticos e
exigentes
-Experiências aversivas
ao tentar aprender a
dirigir (acidente com
carro-ela ao volante)
-Experiências aversivas
	-Experiências aversivas ao tentar aprender a dirigir (outro acidente com ela ao volante do carro);
-Admiração por parte de
colegas de trabalho e familiares;
	- Ambiente familiar com
Cobrança;
-Familiares críticos e punitivos;
-Expectativas altas da chefe e alguns colegas no trabalho com relação ao desempenho dela;
-Ter os trabalhos prontos e
bem realizados;
- Evita contato com
estímulos aversivos de
tentar dirigir
-Evita constrangimentos
em público
 	-excesso de criticas dos colegas por se esquivar de dirigir;
-perda de oportunidades de novas interações sociais;
-Encargos financeiros com transportes 
-rotina de atividade que realiza durante o dia;
Depende;
-depender de carona dos amigos; 
(LIMA. 2011) ADAPTADO
Maria (nome fictício), 30 anos de idade, foi casada aproximadamente dez anos e tinha três filhos. Na época do atendimento, a cliente cursava faculdade havia quase dez anos e recebia bolsa estudantil. Apresentava o diagnóstico de transtorno de personalidade Borderline e não fazia uso de medicação psiquiátrica. 
Maria apresentou como queixas iniciais, episódios de insônia, pavor noturno ( sensações corporais, tais como taquicardia, peso nos braços e pernas, formigamento nos membros, possíveis desmaios com permanência da consciência), algumas dificuldades relacionadas à organização do tempo para estudar e à resolução de problemas práticos do cotidiano, como a reforma de seu apartamento. Dizia sentir muita raiva, a ponto de sentir-se explodindo, mas o explodir não era pensamento de suicidar-se, e sim de matar alguém. Desde do inicio da terapia, Maria deu sinais de que seria um “caso difícil”. Em sessão, Maria falava muito e de maneira confusa. Parecia que não havia outra pessoa na sala. Enfatizava que poderia “abandonar o processo terapêutico a qualquer momento” e que os comportamentos do terapeuta determinariam tudo, principalmente se ele (terapeuta) “não fosse inteligente o suficiente para acompanhá-la no raciocínio”. 
Enfatizava que só havia iniciado a terapia para “ver o que ia dar” e que queria sugar todas as informações técnicas que o terapeuta sabia para poder aprender mais. Em uma tentativa anterior de terapia com outro terapeuta, Roberta enfatizou que ele sempre a entendia, nunca a confrontava e era extremamente receptivo e inteligente. Ela também dizia que nunca gostou de médicos e psicólogos, os quais eram sempre arrogantes e técnicos, e que ela avaliava a toda a hora o comportamento do outro, da aparência às “nuances” de comportamento. Dizia que não acreditava em terapia porque as pessoas a faziam apenas para “aliviar a culpa e a consciência” e não mudavam em nada. Certo dia chegou à sessão dizendo que estava muita irritada e mal-humorada e que tinha calçado as botas justamente para dar um chute na canela de alguém. Maria tinha certeza de que era um caso novo que estava aparecendo no campo da psicologia, algo que nunca tinha sido estudado. Fazia questão de que tudo fosse filmado porque assim os alunos aprenderiam muito com ela , inclusive o terapeuta. Em todas as sessões , Ela sempre falava algo desagradável: “não gostei da sua voz no telefone. É feia e parece de velho”
Maria foi vítima de diversas formas de abuso e negligência. Lembra que quando tinha 3 ou 4 anos, a mãe abandonou a família e que ela ficou sob os cuidados de suas irmãs. Era recorrente a imagem da mãe afastando-se de casa, enquanto Maria a espiava pela janela. Não se sabe por quanto tempo a mãe ficou afastada. Durante a época de afastamento da mãe, Maria dizia que “não gostava dela”, embora tenha se conformado depois ( a vida é assim, o mundo é assim) .
Maria relatou um episódio que ocorreu também na sua infância, o qual envolveu os seus pais, o que, segundo ela, interferiu no seu desenvolvimento. Contou que, durante a relação sexual dos pais, a mãe a chamava e pedia que ela fizesse algo para impedir a investida do pai. Maria relatou que ficava ao pé da cama olhando os movimentos que ocorriam embaixo do lençol, ouvindo os gemidos e pedidos de ajuda da mãe. Sentia muita tristeza, angústia e impotência por não conseguir fazer nada. Essa situação de abuso se repetiu algumas vezes. Outros episódios relevantes na vida de Maria ocorrem com seu pai. Ele a pôs numa situação de risco de ser abusada por um colega, além de ter feito um pedido como possível conotação sexual. Além do relato sobre os episódios de abuso, a cliente relatou que a mãe era muito agressiva. Por exemplo, lembrou-se de uma situação ocorrida na infância, quando foi obrigada a passar uma camisa. Em seguida, ordenou que a filha lavasse a comisa novamente, pois só assim aprenderia a fazer as coisas direito. 
Durante sua adolescência, os pais romperam o relacionamento, mas permaneceram na mesma casa. Os pais dormiam em quartos separados e cada um deles dormia com uma das filhas. Uma tia de Maria frequentava a casa e dormia alguns dias com eles. Maria relatou ter escutado várias vezes seu pai tendo relações sexuais com essa tia. no início da sua fase adulta, Maria contou à mãe o relacionamento do pai com a tia, e a mãe decidiu separa-se definitivamente dele. Nessa época, Maria se mudou para outro Estado. 
Em sua nova moradia, a cliente procurou emprego e iniciou um curso de artes, em que conheceu seu marido. Casou-se ainda nova (contava seus 20 anos) e teve três filhos . A família tinha uma rotina típica: o marido trabalhava e estudava, e ela era dona de casa. No casamento, sofreu violência física e psicológica. Relatou que o marido ia para os bares e voltava de madrugada. Ela se sentia muito sozinha. Maria descobriu as traições do marido com amigas ( as meninas telefonavam na casa dela) e também viu o marido tendo relações com uma delas. Nesse episódio, Maria teve um acesso de raiva, bateu no marido e apanhou muito. A separação ocorreu, e Maria, com os seus filhos pequenos, mudou para outro local. Quando os filhos entraram na adolescência, pai propôs que eles fossem morar com ele, porque assim eles teriam uma condição melhor de vida. Nessa época, o pai das crianças tinha um bom emprego, tinha comprado um apartamento e havia montado um quarto para eles. Foi assim que o pai convenceu os filhos a morar com ele (ele os corrompeu) Maria sentiu-se traída, pois não conseguia imaginar que seus filhos poderiam ser comprados por tão pouco. Depois desse episódios com os filhos, Maria disse que passou dois meses vagando ( deixou de fazer suas coisas) como se o mundo fosse apenas um pano de fundo. Rompeu com os filhos, pediu ajuda para moradia e ficou sozinha. 
 ANÁLISE FUNCIONALMOLECULAR DA CLASSE DE RESPOSTA INTIMIDAR 
	ANTECEDENTE	COMPORTAMENTO	CONSEQUEÊNCIA	PROCESSO 	EFEITO EMOCIONAL 
	-aproximação do único amigo
Diante de uma pergunta do terapeuta	-expressar sentimentos de forma agressiva
-falar ironicamente com ele e “fecha a cara” quando considera um absurdo o que ele disse
-diminuir a ida à casa dele
-desviar do caminho quando o vê e fingir que não o viu
-falar agressivamente
	-sinalização de relacionamento
-o amigo evita contato, deixa de ligar e de convidá-la para fazer coisas juntos
Terapeuta fica quieto, não confronta.	R-
 R-
P-
R-
	Alívio
ALIVIO
ALIVIO
RAIVA, MEDO, ANSIEDADE, PAVOR, VERGONHA E 
CULPA
FRUSTRAÇÃO, VERGONHA E DECEPÇÃO
(FONSECA; NERY. 2018)
ANÁLISE FUNCIONAL MOLAR INTIMIDAÇÃO, MANIPULAR E SEDUZIR 
	COMPORTAMENTOS QUE CARACTERIZAM O PADRÃO COMPORTAMENTAL	HISTÓRIA DE AQUISIÇÃO	CONTEXTOS ATUAIS MANTENEDORES	CONSEQUÊNCIAS QUE FORTALECEM O PADRÃO	CONSEQUÊNCIAS QUE ENFRAQUECEM O PADRÃO COMPORTAMENTAL
	-Intimidar (coerção clara) : falar agressivamente, falar e sorrir ironicamente, xingar, discutir, testar e teorizar
-manipular (coerção sutil)
-seduzir (agradável para o interlocutor): engar-se em comportamentos que produzem reforçadores para o outro	-negligência física e psicológica no contexto familiar
-histórico de abuso sexual;
-histórico de abandono dos pais
-abandono do Filhos
-Histórico de violência doméstica
-Traição do marido com as amigas de Maria 
	-Situações que demandam intimidade;
-O filhos não manter contato com ela; 	-Obtém submissão e benefícios
-Sinalização de ser magoada em relacionamentos interpessoais
-as pessoas percebem a manipulação, demostram raiva e se afastam, e ela remove sinalização de ser magoada
-isolamento sociais
 	-Isolamento social
- Amigo percebe que ela esta manipulando e expressar raiva . 
(FONSECA; NERY. 2018)
Referências
Baum, W. M. (1994/2006). Compreender o Behaviorismo: Ciência, comportamento e cultura (M. T. A. Silva, M. A. Matos, G. Y. Tomanari, & E. Z. Tourinho, Trads.). Porto Alegre: Artmed. 
Cirino, S. (2001). O que é história comportamental. In H. J. Guilhardi, M. B. B. F. Madi, P. P. Queiroz, & M. C. Scoz (Orgs.), Sobre Comportamento e Cognição: Expondo a variabilidade (Vol. 7, pp. 132-136). Santo André: ESETec. (Obra original publicada em 2006).
DE-FARIAS, A. K. C. R.; NERY, L. B.; FONSECA, F. N. (org.).(2018). Teoria e formulação de casos em análise comportamental clínica. Porto Alegre: Artmed.
Lima, G. C. (2011). A Importância da Análise Molar para uma Intervenção Analítico-Comportamental Eficaz em uma Queixa de Medo de Dirigir. Monografia apresentada ao curso de Especialização em clinica comportamental, Brasilia, DF.
Marçal, J. V. S. (2005). Refazendo a história de vida: Quando as contingências passadas sinalizam a forma de intervenção clínica atual. In H. J. Guilhardi, & N. C. Aguirre (Orgs.), Sobre Comportamento e Cognição:Expondo a variabilidade (Vol. 15, pp. 258-273). Santo André: ESETec.
Matos, M. A. (1997). Com que o Behaviorista Radical trabalha. In Roberto Alves Banaco (Org.). Sobre Comportamento e Cognição, vol.1. pp. 45-53. Santo André,SP; ARBytes, Ed.
MOREIRA, M. B., HUBNER, M. M. (2012). Temas clássicos da psicologia sob a óptica da análise do comportamento. São Paulo: EDUSP.
Sidman, M. (1989). Coercion and its Fallout. Boston, Marss.: Autors Cooperative. Inc. Publishers.
-Skinner, B.F. (1953). Science and Human Behavior. New York: Macmillan.
-Souza, D. G. (2001). O que é contingência? IN. BANACO, R. A. Org. Comportamento e Cognição – aspectos teóricos, metodológicos e de formação em Análise do Comportamento e Terapia Cognitivista. Santo André,SP: ESETec Editores Associados.

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