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PousadaBioconstrucao-Alves-2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
LANA DALILA PINTO ALVES 
 
 
 
 
 
Anteprojeto de uma pousada de charme com uso da bioconstrução para a 
praia de Cotovelo – Parnamirim/RN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL, 2017. 
 
 
LANA DALILA PINTO ALVES 
 
 
 
 
 
 
POUSADA ACAYU 
Anteprojeto de uma pousada de charme com uso da bioconstrução para a 
praia de Cotovelo – Parnamirim/RN 
 
 
 
 
 
Trabalho Final de Graduação 
apresentado ao curso de Arquitetura e 
Urbanismo da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte, como requisito 
para obtenção do título de Arquiteta e 
Urbanista. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Maísa Veloso 
Co-orientadora: Profa. Dra. Solange 
Goulart 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL, 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Dr. Marcelo Bezerra de Melo Tinôco - DARQ - -CT 
 
Alves, Lana Dalila Pinto. 
 Pousada Acayu: anteprojeto de uma pousada de charme com uso 
da bioconstrução para a praia de Cotovelo Parnamirim/RN / Lana 
Dalila Pinto Alves. - Natal, 2017. 
 96f.: il. 
 
 Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura e 
Urbanismo. 
 Orientadora: Maisa Veloso. 
 Coorientadora: Solange Goulart. 
 
 1. Projeto arquitetônico - Monografia. 2. Pousada - 
Monografia. 3. Roteiros de Charme - Praia de Cotovelo/RN - 
Monografia. 4. Bioconstrução - Monografia. 5. Sustentabilidade - 
Monografia. I. Veloso, Maisa. II. Goulart, Solange. III. Título. 
 
RN/UF/BSE15 CDU 72.012.1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LANA DALILA PINTO ALVES 
 
POUSADA ACAYU 
Anteprojeto de uma pousada de charme com uso da bioconstrução para 
praia de Cotovelo – Parnamirim/RN 
 
Trabalho Final de Graduação 
apresentado ao curso de Arquitetura e 
Urbanismo da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte, como requisito 
para obtenção do título de Arquiteta e 
Urbanista. 
Orientadora: Profa. Dra. Maísa Veloso 
Co-orientadora: Profa. Dra. Solange 
Goulart 
 
BANCA EXAMINADORA: 
_______________________________________ 
Prof. Dra. Maísa Veloso 
Orientadora 
 
_______________________________________ 
Prof. Dra. Solange Goulart 
Co-orientadora 
 
_______________________________________ 
Prof. Leila Guilhermino 
Examinadora Interna 
 
_______________________________________ 
Arquiteto Verner Monteiro 
Convidado Externo 
Aprovação em____de junho de 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus 
Pais, Williams e Josenilça. 
 
 
 
RESUMO 
 
Com o passar do tempo, o turismo se tornou uma atividade econômica 
significativa e, diante da atual preocupação ambiental, surgiram novas 
denominações como turismo alternativo, responsável, ecológico e geoturismo. 
Para que ele seja explorado de forma correta e que também possa continuar a 
atrair turistas, é fundamental o investimento em infraestrutura e 
estabelecimentos de habitação temporária, com estratégias sustentáveis. Nesse 
sentido, o objetivo desse trabalho foi desenvolver o anteprojeto de uma 
pousada de charme com uso da bioconstrução para a Praia de Cotovelo – 
Parnamirim/RN. Para tal, fez-se necessário analisar necessidades, a t r a t i vo s 
e diferenciais para o funcionamento de hotéis e pousadas em regiões litorâneas, 
em especial do Rio Grande do Norte. Além disso, foi preciso identificar os 
critérios necessários para que a pousada se enquadrasse no Código de 
Conduta Ambiental Roteiros de Charme e, por fim, aplicar técnicas de 
bioconstrução de forma a conceber ambientes sustentáveis por meio do uso 
de materiais de baixo impacto ambiental e adequados ao clima da região. 
 
Palavras-Chave: Projeto de Arquitetura, Pousada, Roteiros de Charme, 
Bioconstrução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Over time, the turism has become a significant economic activity and, in face of 
the current environmental concern, new concepts emerged such as alternative, 
responsible, and ecological turism, as well as geoturism. Therefore, the key to 
explore properly this tourism and keep it attractive is investing in infrastructure 
and temporary housing facilities using sustainable strategies. As a result, this final 
graduation work seeks the development of a preliminary design project for a 
charming lodge in Cotovelo Beach (Parnamirim/RN) making use of bio 
construction. In order to do that, the analysis of needs, attractions, and 
differentials for lodges and hotels in coastal regions, especially in Rio Grande do 
Norte, was extremely important. In addition, this project required the identification 
of needs to make this lodge comply with the Environmental Conduct Code for 
Charming Routes and, finally, apply bio construction strategies to design 
sustainable environments by the use of low impact and climate appropriate 
materials. 
 
Keywords: Architectural Design Project; Lodge; Charming Route; Bio 
Construction. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1- Sistema de aproveitamento de água de chuva ................................. 23 
Figura 2- Reuso de água residual .................................................................... 24 
Figura 3- Aquecedor solar com um reservatório de capacidade de 200 litros .. 26 
Figura 4- Orientação do coletor solar ............................................................... 27 
Figura 5- Esquema de circuito para termossifão .............................................. 27 
Figura 6- Esquema de circuito para circulação forçada ................................... 28 
Figura 7- Itens do Sistema Fotovoltaico ........................................................... 28 
Figura 8- Economia de energia após selo Procel ............................................. 30 
Figura 9- Vista aérea da pousada .................................................................... 33 
Figura 10- Bangalô de luxo e bangalô especial respectivamente .................... 34 
Figura 11- Quarto de luxo com banheira externa e quarto especial com banheira 
interna respectivamente ................................................................................... 34 
Figura 12- Pedra referente à associação Roteiros de Charme ........................ 35 
Figura 13- Coleta seletiva ................................................................................ 35 
Figura 14- Passarela elevada e recorte na cobertura do bangalô e do deck ... 36 
Figura 15-Salas de spa da L’occitane .............................................................. 37 
Figura 16- Detalhe de Coberturas e Alvenarias, respectivamente ................... 37 
Figura 17- Acesso de funcionário e estacionamento, respectivamente ........... 38 
Figura 18- Vista aérea da pousada .................................................................. 39 
Figura 19- Pousada Camurim Grande ............................................................. 39 
Figura 20- Pedra da Roteiros de Chame e Bangalô elevado ........................... 40 
Figura 21- Implantação da pousada ................................................................. 40 
Figura 22- Suíte Casa Grande ......................................................................... 41 
Figura 23- Chalés piscina ................................................................................. 41 
Figura 24- Chalés jardim .................................................................................. 42 
Figura 25- Bangalôs ......................................................................................... 42 
Figura 26- Área da piscina............................................................................... 43 
Figura 27- Makenna Resort .............................................................................. 43 
Figura 28- Makenna Resort .............................................................................. 44 
Figura 29- Bangalôs elevados .......................................................................... 44 
Figura 30- Implantação do resort ..................................................................... 45 
 
 
Figura 31- Bangalô ........................................................................................... 45 
Figura 32-Localização ...................................................................................... 47 
Figura 33-Praia de Cotovelo............................................................................. 48 
Figura 34-Localização do terreno ..................................................................... 48 
Figura 35-Acesso à praia ................................................................................. 49 
Figura 36-Presença de vegetação no terreno .................................................. 49 
Figura 37-Dimensões do terreno com curvas de nível ..................................... 50 
Figura 38-Zona Bioclimática 8 .......................................................................... 50 
Figura 39-Rosa dos ventos na cidade de Natal................................................ 51 
Figura 40-Percurso solar nos dias 20/03, 21/06, 22/09 e 21/12, respectivamente.
 ......................................................................................................................... 52 
Figura 41- Manobra de cadeiras de rodas com deslocamento......................... 57 
Figura 42- Medidas mínimas de um sanitário acessível. .................................. 59 
Figura 43- Dormitório acessível – Área de circulação mínima ......................... 59 
Figura 44- Fluxograma ..................................................................................... 69 
Figura 45- Primeiro e segundo zoneamento, respectivamente. ....................... 70 
Figura 46- Painel Conceito Bangalô tipo 1 ....................................................... 73 
Figura 47- Painel Conceito Bangalô tipo 2 ....................................................... 74 
Figura 48- Layout padrão e acessível do Bangalô tipo 1 ................................. 75 
Figura 49- Layout padrão e acessível do Bangalô tipo 2 ................................. 75 
Figura 50- Implantação inicial........................................................................... 76 
Figura 51- Vista da borda infinita da piscina..................................................... 77 
Figura 52- Vista para piscina e para o jardim, respectivamente. ...................... 77 
Figura 53- Detalhe do brise fixo com jardim vertical. ........................................ 78 
Figura 54- Detalhe do brise móvel do bangalô tipo 2. ...................................... 78 
Figura 55- Localização do restaurante e acesso dos visitantes e hóspedes. ... 79 
Figura 56- Bangalô tipo 1 ................................................................................. 80 
Figura 57- Casa Tropical - Camarim Arquitetos ............................................... 80 
Figura 58- “A kit os parts” - Studio Janzen. ...................................................... 81 
Figura 59- Entrada da Pousada Acayu. ........................................................... 81 
Figura 60- Uso dos brises fixos e caramanchão. ............................................. 82 
Figura 61- Vista da área de lazer. .................................................................... 82 
Figura 62- Bangalôs com vista para piscina. .................................................... 82 
Figura 63- Uso de gabião em muro. ................................................................. 84 
 
 
Figura 64- Combinação de madeira reflorestada e bambu. ............................. 84 
Figura 65- placas solares nas coberturas. ....................................................... 85 
Figura 66- desviador das primeiras aguas. ...................................................... 86 
Figura 67- sistema de filtro para aguas cinzas. ................................................ 86 
Figura 68- Localização das estações de tratameto. ......................................... 87 
Figura 69- Torre Sustentável. ........................................................................... 88 
Figura 70- Detalhe Telha Termoroof da Danica. .............................................. 90 
Figura 71- Uso do Ecoblock em decks. ............................................................ 91 
Figura 72- Glam Mirtilo e Matt Branco .............................................................. 91 
Figura 73- Vista da piscina. .............................................................................. 92 
Figura 74 – Vista da piscina. ............................................................................ 92 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1-Vantagens e desvantagens do sistema fotovoltaico ......................... 29 
Tabela 2-Área de interesse turístico ................................................................. 53 
Tabela 3- Área de controle de gabarito 1 - Orla ............................................... 53 
Tabela 4- Cálculo de vaga para estacionamento. ............................................ 54 
Tabela 5- Dimensionamento das formas de acesso. ....................................... 54 
Tabela 6- Dimensionamento da forma de acesso. ........................................... 55 
Tabela 7- Quadro de prescrições urbanísticas. ................................................ 55 
Tabela 8- Dimensões mínimas dos compartimentos. ....................................... 56 
Tabela 9-Programa de necessidades ............................................................... 61 
Tabela 10-Dimensões dos bangalôs ................................................................ 61 
Tabela 11- Dimensionamento das vagas de estacionamento .......................... 63 
Tabela 12-Dimensionamento das áreas públicas e sociais .............................. 63 
Tabela 13- Dimensionamento das áreas administrativas ................................. 64 
Tabela 14- Dimensionamento das áreas de serviço ........................................ 65 
Tabela 15- Dimensionamento das áreas de alimentos e bebidas .................... 66 
Tabela 16- Dimensionamento das áreas de equipamentos ............................. 67 
Tabela 17- Dimensionamento das áreas recreativas ....................................... 68 
Tabela 18- Conceito X Partido ......................................................................... 72 
Tabela 19- Quadro de expressão construtiva................................................... 89 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12 
1 ARQUITETURA HOTELEIRA E O ROTEIRO DE CHARME ...................... 17 
2 SUSTENTABILIDADE E BIOCONSTRUÇÃO ............................................ 21 
2.1 Gestão de água ................................................................................... 22 
2.2 Eficiência Energética ........................................................................... 25 
2.3 Gerenciamento de resíduos ................................................................ 30 
2.4 Bioconstrução ..................................................................................... 31 
3 ESTUDOS DE REFERÊNCIA .................................................................... 33 
3.1 Estudo direto ....................................................................................... 33 
3.1.1 Pousada Toca da Coruja ..............................................................33 
3.2 Estudos Indiretos ................................................................................ 39 
3.2.1 Pousada Camurim Grande ........................................................... 39 
3.2.2 Makenna Resort ........................................................................... 43 
3.3 Considerações gerais sobre os estudos ............................................. 46 
4 CONDICIONANTES PROJETUAIS ............................................................ 47 
4.1 Condicionantes Físicos ....................................................................... 47 
4.2 Condicionantes Legais ........................................................................ 52 
4.2.1 Plano diretor de Parnamirim/RN ................................................... 52 
4.2.2 Código de obras de Parnamirim/RN ............................................. 55 
4.2.3 NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e 
equipamentos urbanos. ............................................................................. 57 
4.2.4 Código de segurança contra incêndio e pânico ............................ 59 
4.3 Condicionantes Funcionais ................................................................. 60 
4.3.1 Programa de necessidades e pré-dimensionamento .................... 60 
4.3.2 Fluxograma ................................................................................... 68 
4.3.3 Zoneamento ................................................................................. 69 
5 CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA .......................... 71 
 
 
5.1 Conceito e partido arquitetônico. ......................................................... 71 
5.2 Evolução da proposta .......................................................................... 73 
5.3 Evolução da implantação .................................................................... 75 
5.4 Estudo Volumétrico ............................................................................. 79 
5.5 Princípios sustentáveis e sistema de bioconstrução adotados ........... 83 
5.5.1 Materiais ....................................................................................... 83 
5.5.2 Energia ......................................................................................... 84 
5.5.3 Água ............................................................................................. 85 
5.5.4 Resíduos ...................................................................................... 87 
5.5.5 Piscina ionizada ............................................................................ 87 
5.6 Sistema Hidráulico .............................................................................. 88 
5.7 Especificação de materiais .................................................................. 89 
5.7.1 Esquadrias .................................................................................... 90 
5.7.2 Cobertura ...................................................................................... 90 
5.7.3 Pisos ............................................................................................. 91 
5.7.4 Piscina .......................................................................................... 91 
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 93 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 94 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
INTRODUÇÃO 
O turismo tornou-se uma atividade econômica significativa nos países 
desenvolvidos, a partir da segunda guerra mundial. O avanço desses países 
aliado à ampliação de renda da população fez com que houvesse mais 
disponibilidade de tempo e recursos para o lazer. 
Atualmente, a preocupação com o meio ambiente tornou-se algo bastante 
discutido e presente em quase toda sociedade. Em razão deste e de outros 
motivos surgem novas denominações de turismo como alternativo, responsável, 
ecológico e geoturismo. Contudo, é importante obter o equilíbrio entre 
interesses econômicos e sua real preocupação em reduzir os impactos 
ambientais. 
No Brasil, o Nordeste reúne algumas das cidades mais visitadas por 
turistas em busca de paisagens e belezas cênicas e, no Rio Grande do Norte 
(RN), o turismo tornou-se uma das principais atividades econômicas. O clima 
tropical e a diversidade de belezas naturais fazem com que cada vez mais o 
estado ganhe destaque. Dessa forma, a procura por belas praias e a 
abundante oferta de sol, durante quase todo o ano, são os grandes atrativos 
para os turistas nas diversas estações. 
Com a globalização da economia mundial, a quantidade de viagens 
regionais e internacionais cresceu consideravelmente e com isso, também, a 
necessidade de mais locais para hospedagem. Para que o turismo seja 
explorado de forma correta e também possa continuar a atrair turistas é 
fundamental o investimento em infraestrutura e estabelecimentos de habitação 
temporária. Para tal, existem diversos tipos de alojamentos, como resorts, 
hotéis e pousadas, que podem trazer experiências diversas e, dessa forma, 
contribuir para a opinião do visitante sobre o local. 
Alguns hotéis, quando bem projetados, passam a ser o principal motivo 
dos visitantes para conhecer determinado destino. São exemplos os hotéis que 
buscam um diferencial e garantem, além de uma hospedagem de qualidade, 
conforto, charme e preocupação ambiental. Nesse sentido, surgiram 
classificações hoteleiras que garantem que o empreendimento desenvolva 
atividades sustentáveis e, dessa forma, participe de um turismo responsável. 
 
13 
 
Nesse sentido, foi fundada em 1992 a Associação de Hotéis Roteiros de 
Charme como entidade privada e sem fins lucrativos. No ano de 1999, deu-
se o início da adoção de seu Código de Ética e de Conduta Ambiental, 
reconhecido nacional e internacionalmente. Esse código ordena práticas 
sustentáveis envolvendo gestão responsável de agua, energia e resíduos de 
forma simples e objetiva, de modo a minimizar os impactos dos hóspedes sobre 
o meio ambiente e adotar posturas que busquem a sustentabilidade do turismo 
no Brasil. 
Após a elaboração desse código, o programa de sustentabilidade da 
“Roteiros de Charme” está em plena sintonia com os conceitos de Turismo 
Sustentável e o Geoturismo, definido como "O turismo que sustenta ou aumenta 
o caráter geográfico de um destino turístico: seu ambiente, paisagem, 
patrimônio histórico e cultural, e o bem-estar da população residente" (National 
Geographic Traveller, 2002). 
Acredita-se que o arquiteto tem fundamental importância no planejamento 
desse tipo de hotelaria, visando à construção da sustentabilidade dos destinos 
turísticos onde se localizam e reduzindo os impactos ambientais gerados pela 
construção civil. 
 Dentro dessa perspectiva, trabalho em estudo tem como tema a 
arquitetura hoteleira visando sustentabilidade ambiental, uma vez que foi 
proposto um projeto arquitetônico de uma pousada com uso da bioconstrução 
e a certificação da “Roteiros de Charme”. 
A área escolhida para implementação do empreendimento foi a Praia de 
Cotovelo, situada a 21km da capital Natal e localizada no município de 
Parnamirim-RN. 
Cotovelo é uma praia deslumbrante e com forte apelo cênico 
paisagístico. Seu visual é composto por belas falésias que modelam 
encantadoras esculturas naturais e dunas de areia branca, além de coqueirais 
e uma longa faixa de areia clara e fina. 
Figura 01: Praia de Cotovelo - RN 
 
14 
 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
A escolha da Praia de Cotovelo foi, sobretudo, devido ao seu grande 
potencial cênico paisagístico com as belas falésias e o baixo desenvolvimento 
do setor hoteleiro no local. A proximidade com a capital Natal também foi motivo 
de escolha, pois faz com que a praia se torne um refúgio próximo em busca de 
tranquilidade. Todavia, a aproximaçãocom a Praia de Pirangi possibilita, 
também, uma fuga para curtir o movimento e festas no período de veraneio. 
Portanto, a realização de uma obra diferenciada na área pode incentivar o 
turismo local por se tornar um tipo de atrativo. 
Dessa forma, tem-se como objetivo geral para o trabalho em questão 
desenvolver o anteprojeto de uma pousada de charme com uso da 
bioconstrução para a Praia de Cotovelo – Parnamirim/RN. 
A ideia de se criar uma pousada surgiu, inicialmente, por não se ter contato 
com esse tipo de projeto durante a graduação e, após estágios em escritórios 
de arquitetura, percebeu-se que é um tema que sempre apresenta novas 
demandas dentro do mercado. Além do que, é uma edificação que permite o 
uso de diversas tipologias e possibilita ousar na criatividade quanto à forma. 
Associado a isso, o interesse pelo tema de arquitetura sustentável induziu 
a busca de um critério dentro da arquitetura hoteleira que a explorasse. 
Com a certificação de “Charme” é possível garantir que a pousada atenda à 
princípios sustentáveis, de conforto, charme e seja, assim, uma hospedagem 
de qualidade. Dessa forma, o estudo de técnicas de bioconstrução 
possibilitará a escolha de um sistema construtivo que respeite o meio ambiente, 
garantindo um desenvolvimento sustentável sem esgotar os recursos do 
planeta. 
 
 
15 
 
Dessa maneira, para atingir o objetivo geral que é desenvolver o 
anteprojeto de uma pousada de charme com uso da bioconstrução para a Praia 
de Cotovelo – Parnamirim/RN foi necessário o uso de procedimentos 
metodológicos e técnicas próprias para cada objetivo específico levantado, como 
também etapas de concepção e desenvolvimento do projeto. 
Portanto foi fundamental a realização dos estudos de referência direto e 
indiretos de hotéis/pousadas a partir de entrevistas com os proprietários, 
levantamento de dados e fotográficos, fichamentos e tabela, bem como se fez 
necessário a realização de pesquisas bibliográficas nos livros “Hotel: 
planejamento e projeto” e “Hotéis e Resorts: Planejamento, projeto e reforma” e 
outros trabalhos acadêmicos. 
Visto que a pousada se enquadra no Código de Conduta Ambiental 
Roteiros de Charme, foi de suma importância a leitura e fichamento deste código, 
como também de estudos de referência diretos e indiretos de hotéis/pousadas. 
Por fim, foi realizado uma análise comparativa - através de tabela sintese - entre 
os estudos de referência. 
A fim de entender as técnicas de bioconstrução também se fez necessário 
a realizaçãos dos estudos de referência direto e indiretos de edificações, com 
uso da bioconstrução a partir de levantamento de dados e fotográficos, 
fichamentos e tabelas. Além disso, foram feitas pesquisas bibliográficas em 
livros e publicações em revistas e sites de arquitetura e sustentabilidade, para 
dar subsídio à concepção e desenvolvimento do projeto arquitetonico. 
Por fim, foi necessário realizar todas as etapas de concepção e 
desenvolvimento do projeto. Para tal foi fundamental a leitura de autores como 
Elvan Siva (1998), Edson Mahfuz (1995) e Laert Neves (1989). 
O trabalho foi estruturado da seguinte maneira: o primeiro capítulo contem 
um resumo sobre a arquitetura hoteleira, os tipos de classificações dos meios de 
hospedagem e além disso explica o que é um hotel de chame e quais os critérios 
para se enquadrar no “Roteiros de Charme”. 
O segundo capitulo trará uma breve explicação sobre os princípios básicos 
de sustentabilidade ambiental e técnicas de bioconstrução que permitem 
 
16 
 
conceber ambientes sustentáveis por meio do uso de materiais de baixo 
impacto ambiental e adequados ao clima da região. 
O terceiro apresenta projetos de hotéis e/ou pousadas localizados 
em regiões litorâneas com o objetivo de analisar suas necessidades, atrativos e 
diferenciais e extrair as boas ideias. Também contem exemplos de soluções 
arquitetônicas sustentáveis bem empregadas. 
O quarto capitulo compreende uma breve explanação sobre a área 
definida, praia de cotovelo – Parnamirim/RN, contendo condicionantes 
ambientais, legais e projetuais. 
E por fim, no quinto capitulo será desenvolvido um memorial descritivo 
da proposta arquitetônica desde seu conceito e partido até a solução final.
 
17 
 
1 ARQUITETURA HOTELEIRA E O ROTEIRO DE CHARME 
“Embora no Brasil o ato de hospedar pessoas remonte aos tempos da colônia, 
manifestado pela acolhida de viajantes por moradores locais, a prestação do 
serviço de hospedagem com finalidade comercial demorou bastante para existir. ” 
(RIBEIRO, 2011, P.23) 
De acordo com Andrade, Brito e Jorge (2001), no período colonial, os casarões 
dos engenhos e fazendas, no período colonial, eram locais onde os viajantes se 
hospedavam. A maioria das famílias desse período já costumava ter o quarto de 
hóspedes para receber visitantes em suas casas. Nos conventos também já se 
tinha o hábito de receber hóspedes e personalidades ilustres. No mosteiro de São 
Bento, no Rio de Janeiro, foi construído um edifício exclusivo para hospedaria. 
Ribeiro (2011) explica o surgimento da denominação de hotel a partir da 
abertura dos portos e com isso o crescimento do fluxo de estrangeiros, como citado 
a seguir: 
Em 1808, com a chegada da corte real portuguesa ao Rio de 
Janeiro e a abertura dos portos às nações amigas, houve um 
aumento do fluxo de pessoas e da demanda por alojamento, 
fazendo com que casas de pensão, hospedarias e tavernas 
abrissem suas portas aos viajantes e passassem a adotar a 
denominação de hotel. (RIBEIRO, 2011). 
Ainda segundo esse autor, “No final do século XIX, a circulação dos 
primeiros trens e a ligação ferroviária entre Santos e a capital serviram de 
importante impulso para o incremento da hotelaria paulista.” (RIBEIRO, 2011). O 
Rio de Janeiro nesta mesma época, embora fosse destino de muitas pessoas, 
apresentava dificuldades no setor hoteleiro. 
Entre meados do século XIX e início do século XX ocorria uma escassez de 
hotéis no Rio de Janeiro, com isso, o governo criou o Decreto nº 1160, de 23 de 
dezembro de 1907, que incentivava a implantação de cinco hotéis isentando-os por 
sete anos de impostos municipais. (ANDRADE, BRITO E JORGE, 2001) 
Os incentivos ao turismo nacional ocorreram somente a partir da década de 
60, como relata Ribeiro: 
 
18 
 
Com a proibição dos jogos, a hotelaria brasileira somente teve novo 
incremento a partir da década de 1960 com a destinação de 
incentivos fiscais para o setor, primeiro promovido pelo Banco 
Central, em 1963, depois, em 1966, pela EMBRATUR (à época 
Empresa Brasileira de Turismo e atualmente Instituto Brasileiro de 
Turismo) por meio do Fundo Geral de Turismo (FUNGETUR), 
promovendo nova ascensão do ramo. (RIBEIRO, 2011, p.25). 
A nível internacional, as redes hoteleiras estrangeiras chegaram ao Brasil 
nos anos de 60 e 70 trazendo novos padrões de serviços e de preços, mesmo com 
ainda poucos hotéis. De acordo com Andrade, Brito e Jorge: 
As viagens turísticas ao exterior apresentam um componente 
importante para a hotelaria brasileira: os turistas brasileiros, 80 por 
cento dos quais se destinam aos Estados Unidos, passam a 
conhecer o padrão da hotelaria de países desenvolvidos, que 
apresentam melhor qualidade e menores preços. Gradualmente, 
esses turistas irão pressionar as empresas do setor hoteleiro no 
Brasil a oferecer mais qualidade e preços menores (2001, p.22). 
A década de 80 trouxe o aparecimento de hotéis de padrão econômico e 
intermediário, bem como, o surgimento de novos meios de hospedagem como os 
flats, por exemplo. Muitos desses administrados por grandes redes como Accor e 
Transamérica. (RIBEIRO, 2011) 
Em relação ao sistema de classificação de hotéis, a OMT (Organização 
Mundial de Turismo) desde 1962 buscava desenvolver um sistema que fosse 
universalmente aceito. Mais de 100 tipos de classificação baseados no padrão da 
OMT e adequados às condiçõeslocais, estavam em operação em 1995. (LAWSON, 
2003). 
Lawson (2003, p.13) diz que os sistemas podem ser divididos basicamente 
em dois grupos: 
Classificações oficiais: os padrões são estabelecidos por órgãos 
governamentais, geralmente o Ministério do Turismo ou uma 
Secretaria Regional de Turismo - seja como pré-requisito ao 
registro ou como um sistema voluntário. 
 
19 
 
Classificações independentes: os hotéis são vistoriados e avaliados 
por determinadas associações (de hotéis ou automóveis, por 
exemplo) ou empresas comerciais (guias de Viagem Mobil e 
Michelin). 
Os meios de hospedagem existentes atualmente são dos mais diversos 
tipos, o SBClass (Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem), 
como um sistema de classificação oficial, estabelece sete categorias diferentes: 
Hotel, Resort, Hotel Fazenda, Cama e Café, Hotel Histórico, Pousada e Flat/Apart-
hotel. Cada um deles visando um mercado específico e provendo condições de 
segurança, higiene e satisfação por curtas ou longas temporadas. 
Sabendo que o meio de hospedagem em questão se trata de uma pousada, 
o SBClass define essa tipologia como sendo: 
Empreendimento de característica horizontal, composto de 
no máximo 30 unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de 
recepção, alimentação e alojamento temporário, podendo ser em 
um prédio único com até três pavimentos, ou contar com chalés ou 
bangalôs. 
Ainda de acordo com o SBClass, as pousadas podem ter de uma a cinco 
estrelas. A cada estrela complementar, requisitos de infraestrutura, serviços e 
sustentabilidade são comparados, diferenciando-as entre si. 
Além das classificações oficiais, existem diversas outras classificações 
independentes que trazem características próprias às mais diversas tipologias de 
meios de hospedagem. Uma dessas Classificações é a Roteiros de Charme, uma 
associação de hotéis como entidade privada e sem fins lucrativos que busca aliar 
qualidade, ética e responsabilidade social. 
Essa associação procura a prática de atividades hoteleiras que consigam 
reduzir os impactos sobre o meio ambiente, mantendo a sustentabilidade do 
turismo no Brasil e ao mesmo tempo preservando o charme do estabelecimento. 
“A Associação de Hotéis Roteiros de Charme congrega atualmente 69 Hotéis, 
 
20 
 
Pousadas e Refúgios Ecológicos situados, do Norte ao Sul do Brasil, em 16 estados 
e 60 destinos turísticos.” 1 
Para se enquadrar nesse roteiro, é importante que o estabelecimento atenda 
a princípios do seu Código de Ética e Conduta Ambiental desenvolvido em 
cooperação com a UNEP (United Nations Environment Programme). Esse código 
estabelece práticas sustentáveis, envolvendo gestão responsável de água, energia 
e resíduos sólidos e efluentes, de forma simples e objetiva. 
De acordo com a associação, os exemplos mais conhecidos de boas práticas 
são: o uso de placas solares para aquecimento de água, ampla utilização de 
iluminação natural, lâmpadas de baixo consumo, e dispositivos eletrônicos para 
maior eficiência no consumo de energia elétrica; a coleta seletiva, a redução e a 
reciclagem dos resíduos sólidos; o envolvimento dos hotéis em iniciativas e projetos 
de preservação do patrimônio ambiental, histórico e cultural de suas regiões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 http://roteirosdecharme.com.br/ 
 
21 
 
2 SUSTENTABILIDADE E BIOCONSTRUÇÃO 
Somente nas últimas décadas do século XX que surgiu, de fato, a preocupação 
com o meio ambiente, o qual era tratado, de forma geral, como uma fonte 
inesgotável de recursos naturais. Contudo, o impacto ambiental das ações 
humanas não é um acontecimento recente; ele traz um histórico desde o 
desenvolvimento das atividades agrícolas, o que contribuiu para os primeiros 
desmatamentos, percorrendo pela revolução industrial com grande exploração dos 
recursos naturais e elevada quantidade de resíduos gerados, até o atual modo de 
vida capitalista. 
Atualmente, a construção civil tem relação direta com essa temática, devido à 
enorme extração de matérias-primas, produção de materiais, ocupação de terras e 
geração de resíduos sólidos. Isso se dá devido à grande urbanização dos países, 
cada vez mais as pessoas são atraídas pelas cidades. O crescimento do processo 
de urbanização traz consigo o aumento do consumo dos recursos naturais e 
consequentemente maior geração de resíduos. 
Nesse sentido, o arquiteto é peça fundamental nesse processo em busca de 
um ambiente mais sustentável. Pois ele é o responsável por definir de que forma o 
edifício funcionará, além de especificar todos os materiais construtivos necessários 
para uma arquitetura mais sustentável, ou seja, que use os recursos de forma mais 
responsável, com menor consumo de energia, água e outros elementos. 
O conceito de sustentabilidade vem associado ao termo desenvolvimento 
sustentável, definido no relatório de Brundtland, em 1987 como: o desenvolvimento 
que supre as necessidades atuais sem comprometer o atendimento das 
necessidades das futuras gerações em atender às suas. Um desenvolvimento 
sustentável exige o conhecimento e a consciência de que os recursos são finitos. 
(Grupo de Trabalho de Sustentabilidade AsBEA, 2012) 
O conceito de desenvolvimento sustentável é bastante abrangente e dessa 
forma procura aliar quatro dimensões, a sustentabilidade ambiental, econômica, 
sociopolítica e cultural. No âmbito ambiental incide em conservar os ecossistemas 
vigentes e também preservar o ambiente natural para que ele possa manter 
 
22 
 
condições favoráveis de vida para todos os seres vivos em relação a habitabilidade, 
a beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias renováveis. 2 
Nesse segmento, para se alcançar o desenvolvimento sustentável é primordial 
um bom planejamento em relação a conservação de água, energia, redução e 
reciclagem de resíduos sólidos e gestão responsável de efluentes. E ainda assim, 
evitar que o interesse financeiro se sobreponha aos interesses ambientais. 
2.1 Gestão de água 
A água é um recurso natural de valor inestimável e deve ser compreendida 
como um bem finito, no Brasil milhões de famílias não têm acesso a esse benefício 
essencial à vida. De acordo com a UNEP (UNITED NATIONS ENVIRONMENT 
PROGRAMME) menos de 1% da água doce existente no planeta está disponível 
para o consumo dos ecossistemas. Seu uso na agricultura e para consumo 
humano, afasta a água de seu ciclo natural e com o crescimento das cidades e o 
aumento da impermeabilização do solo a reposição do lençol freático é impedida. 
Em virtude disso, é primordial que durante a concepção projetual se faça uma 
análise da melhor forma para aproveitar esse recurso. Assim sendo, de acordo com 
o Selo Casa Azul da Caixa Econômica (2010), a gestão do uso da água em edifícios 
deve contemplar, fundamentalmente: o suprimento de água potável, a gestão de 
águas pluviais e o esgotamento sanitário. Dessa forma, soluções são adotadas 
para substituir o uso de água potável por água não potável em pontos de consumo 
onde a potabilidade não é necessária. A utilização da água potável pode se limitar 
a piscinas, alimentação, higienização corporal, saunas etc. 
O uso de água das chuvas, não potável, para fins como descargas de privadas 
e jardinagem é um dos métodos mais comuns para racionalizar a água. Ele 
consiste no armazenamento de água proveniente das chuvas em reservatórios 
independentes. Os primeiros 5 minutos são descartados, visto que, é a água que 
fez a limpeza do telhado da edificação e retém grande quantidade de impurezas, 
assim será possível armazenar água de melhor qualidade. A água antes de ser 
armazenada, passa por um processo de filtragem seguida de cloração. A figura 1 
demonstra como funciona esse tipo de sistema. De acordo com o Selo Casa Azul 
 
2 http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28588-o-que-e-desenvolvimento-sustentavel/23 
 
da Caixa, esse tipo de sistema deve reduzir em, no mínimo, 10% do consumo de 
água potável. 
Figura 1- Sistema de aproveitamento de água de chuva 
 
Fonte: http://www.sempresustentavel.com.br/hidrica/aguadechuva/agua-de-chuva.htm 
Fatores como as condições climáticas do local devem ser levados em 
consideração no momento de escolha do melhor sistema a ser implementado, visto 
que, o volume pluviométrico é um fator importante para decidir pelo modo de 
aproveitamento de água da chuva, por exemplo. 
Contudo, também é possível fazer o reuso de água residual e dessa forma 
aproveitar as águas provenientes de chuveiros, banheiras e máquinas de lavar 
roupa, conhecidas como águas cinza. 
A NBR-13.969:1997 que trata dos “Tanques sépticos - Unidades de 
tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, 
construção e operação”, no item que fala sobre reuso local, assegura que: 
No caso do esgoto de origem essencialmente doméstica ou com 
características similares, o esgoto tratado deve ser reutilizado para 
fins que exigem qualidade de água não potável, mas sanitariamente 
segura, tais como irrigação dos jardins, lavagem dos pisos e dos 
veículos automotivos, na descarga dos vasos sanitários, na 
manutenção paisagística dos lagos e canais com água, na irrigação 
dos campos agrícolas e pastagens. (NBR 13969:1997, p.21) 
 
24 
 
Esse sistema consiste em mais um processo pelo qual a água passa para 
que possa ser novamente utilizada. É necessária a existência de dois reservatórios, 
um para água potável e outro para água de reuso. Sendo o primeiro localizado, 
normalmente, em um nível mais alto que o segundo, isso garante que o fluxo de 
água siga o padrão “one way” evitando dessa forma a contaminação da água 
potável caso o caminho fosse o inverso. Isso porque ambos os reservatórios são 
interligados para permitir o abastecimento com água potável na falta de água de 
reuso. A figura 2 demonstra esse sistema de reuso. 
Figura 2- Reuso de água residual 
 
Fonte: Notas de Aula da Disciplina de Instalações I CAU/UFRN 
Além dos métodos de reaproveitamento é possível fazer o uso racional de 
água através da escolha de equipamentos que proporcionem a redução do seu 
consumo, como bacia sanitária dotada de sistema de descarga com volume 
nominal de seis litros e com duplo acionamento (3/6 L), torneiras de fechamento 
automático, dispositivos economizadores arejadores que proporcionam melhor 
dispersão do jato em torneiras e registros reguladores de vazão. A sustentabilidade 
já é um grande impulsor da inovação tecnológica em diversos setores. 
Tendo em vista todos os itens descritos para gerir de forma sustentável o 
consumo de água potável, é necessário fazer a escolha correta e consciente 
daqueles que serão aplicados no projeto. Independente da escolha e sempre que 
houver fontes alternativas, a saúde dos usuários deve ser garantida, assim como o 
 
25 
 
bom desempenho dos sistemas, para isso é necessário o constante monitoramento 
da água e gestores capacitados. 
2.2 Eficiência Energética 
Quanto às diversas formas de energia utilizadas pela sociedade ao longo da 
história, Venâncio narra: 
Na sociedade moderna, qualquer atividade só é possível com o uso 
de uma ou mais formas de energia. 
Ao longo dos últimos séculos, a história da humanidade foi 
caracterizada pela troca de matriz energética, praticamente a cada 
50 anos. [...] 
Estima-se que todas as reservas de petróleo durem mais 40 anos, 
as de gás 67 anos e as de carvão mais 164 anos. (Venâncio, 
2011, p.110) 
Além disso, de acordo com o balanço energético nacional (BEN) de 2016, 
grande parte do consumo total de energia elétrica do País é proveniente de 
edificações, sendo 21,3% referente ao setor residencial, 14,8% ao setor comercial 
e 6,9% ao setor público. 
Dessa forma, é essencial pensar em edificações com soluções de eficiência 
energética para minimizar os impactos ambientais. A ecoeficiência energética se 
tornou um dos pilares da sustentabilidade. 
Segundo o Selo Casa Azul da Caixa (2010), pesquisa realizada pela 
Eletrobrás, Sistema de Informações de Posses de Eletrodomésticos e Hábitos de 
Consumo – Sinpha revela que o uso de geladeiras e freezer detém 27% do 
consumo de eletricidade no setor residencial brasileiro, seguindo com o chuveiro 
elétrico 24%, ar condicionado 20% e por fim a iluminação artificial com 14%. 
Como foi exposto, a participação de eletrodomésticos no consumo de 
energia elétrica no setor residencial brasileiro é bastante considerável. De acordo 
com esse selo, o objetivo para ter um uso racional da energia é reduzir o consumo 
e otimizar a quantidade de energia gasta em cada uso a partir de equipamentos 
mais eficientes, uso de fontes alternativas de energia, dispositivos economizadores 
e medições individualizadas. 
 
26 
 
Ao analisar fontes alternativas de energia e tendo em vista a abundante 
oferta de sol durante quase todo o ano na grande Natal, o mais indicado é a 
utilização da energia solar como fonte de energia elétrica e aquecimento de agua. 
O Selo Casa Azul da Caixa destaca um estudo feito pela Eletrobras e pelo 
Laboratório Green Solar da PUC/MG que aponta uma redução em 44% no gasto 
com energia devido ao uso de energia solar para aquecimento de água. 
O Sistema Solar de Aquecimento de Água (SAS), como forma de energia 
renovável para edificações, é uma das formas mais viáveis no âmbito ambiental e 
econômico. A NBR 15569 - “Sistema de aquecimento solar de água em circuito 
direto - projeto e instalação” descreve o SAS como sistema composto por coletores 
solares planos, com ou sem reservatórios térmicos, e com eventual sistema de 
aquecimento de água auxiliar. 
Os principais componentes desse sistema são: o coletor solar e o 
reservatório térmico (Figura 3). O primeiro detém a função de absorver a radiação 
solar e conduzir calor para água que circula em seu interior. De forma geral, a cada 
m² de placa coletora é possível aquecer 100 litros de água. Já o segundo 
equipamento, possui a função de armazenar e manter a água aquecida. 
Figura 3- Aquecedor solar com um reservatório de capacidade de 200 litros 
 
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/coletor-solar.htm 
A eficiência energética gerada por esses coletores depende de dois fatores 
fundamentais, que são: sua posição em relação ao norte geográfico e sua 
inclinação em relação ao plano horizontal que deve ser o valor da latitude local 
 
27 
 
acrescido de 10º. Quanto mais próximo dessa orientação, mais eficiente é a 
absorção da radiação solar, principalmente em latitudes mais altas. A figura abaixo 
exemplifica isso. 
Figura 4- Orientação do coletor solar 
 
Fonte: Selo Casa Azul da Caixa 
O SAS apresenta dois princípios básicos de funcionamento a partir da forma 
como a água circula em seu interior. Um deles é chamado de termossifão ou 
circulação natural (Figura 5), cujo princípio básico é a circulação da água a partir 
diferença de densidade. Nesse tipo de sistema quanto mais radiação solar mais 
rápido a água circula, a água aquecida fica mais leve e é empurrada pela água mais 
fria e mais pesada. 
Figura 5- Esquema de circuito para termossifão 
 
Fonte: NBR15569 
O outro é chamado de Bombeado ou Circulação Forçada (Figura 6), o 
princípio deste se baseia na circulação da água a partir de uma força gerada por 
uma bomba hidráulica sempre que houver energia suficiente captada pelos 
 
28 
 
coletores. Essa energia é indicada pelo CDT (Controlador diferencial de 
temperatura). 
Figura 6- Esquema de circuito para circulação forçada 
 
Fonte: NBR15569 
O primeiro, devido seu tipo de funcionamento, é mais indicado para 
instalações de pequeno porte (armazenamento de até mil litros). Já o segundo para 
instalações de maior porte. Ambos podem ser dimensionados de acordo com 
especificações da NBR 15569. 
Outra fonte alternativa de energia que também utilizaa radiação solar é o 
sistema fotovoltaico, que é capaz de transformar a luz do sol em energia elétrica. 
Esse sistema é composto por 4 itens, o módulo, o controlador de carga, a bateria e 
o inversor (Figura 07). 
Figura 7- Itens do Sistema Fotovoltaico 
 
Fonte: http://sunrioenergiasolar.com.br/sistema-fotovoltaicos/ 
 
29 
 
Seu funcionamento se baseia na produção de corrente elétrica pelos 
módulos após receber os raios solares, essa energia gerada ao chegar no 
controlador de cargas é conduzida e armazenada em baterias, em sistemas 
isolados; ou os sistemas podem ser interligados à rede. 
“Os painéis coletores de energia fotovoltaica, além de sua função, podem 
ser usados como recurso decorativo, cortinas de vidro, brises ou fechamento de 
telhado, sendo um bom exemplo de forma e função” (VENÂNCIO, 2011, p.118). 
A tabela a seguir mostra as principais vantagens e desvantagem desse tipo 
de sistema, de acordo com informações do livro “Minha Casa Sustentável - Guia 
para uma construção residencial responsável” do Arquiteto Heliomar Venâncio, 
2011. 
Tabela 1-Vantagens e desvantagens do sistema fotovoltaico 
SISTEMA FOTOVOLTAICO 
VANTAGENS DESVANTAGENS 
Excedente de energia pode ser 
vendido a rede pública 
Alto custo de implantação 
Energia renovável 
Silenciosa 
Não emite CO² (limpa) Pouco desenvolvido no Brasil 
Gerada no local 
Pode ser transportada para outra 
edificação 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
Além das fontes alternativas de energia citadas acima, e como já dito 
anteriormente, para chegar a um conceito de eficiência energética é importante 
utilizar equipamentos mais eficientes. O Selo Casa Azul da Caixa diz que: 
Em relação ao uso de equipamentos energeticamente mais 
eficientes, é incentivado o emprego daqueles que possuam uma 
excelente classificação dentro do Programa Brasileiro de 
Etiquetagem – PBE, do Inmetro, tanto em relação ao consumo de 
eletricidade quanto ao de gás. 
 
30 
 
O PBE classifica os equipamentos de A (mais eficiente) até E 
(menos eficiente). Tanto o Procel (Programa Nacional de 
Conservação de Energia Elétrica) quanto o Conpet (Programa 
Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e 
Gás Natural) premiam anualmente os melhores produtos do 
mercado com o selo de eficiência. Este selo é dado aos produtos 
mais eficientes do mercado. (Selo Casa Azul da Caixa, 2010, 
p.106) 
A imagem a seguir demonstra a economia de energia com uso desses 
equipamentos. 
Figura 8- Economia de energia após selo Procel 
 
Fonte: Selo Casa Azul da Caixa 
2.3 Gerenciamento de resíduos 
“Resíduo é todo resultado de ação humana ou gerado pela natureza em 
aglomerações urbanas.” (VENÂNCIO, 2011, p.198) 
Conforme mencionado anteriormente, a construção civil é uma fundamental 
consumidora de recursos ambientais, contudo a escolha consciente de materiais e 
 
31 
 
sistemas construtivos minimiza a geração de resíduos na fase construtiva. A 
durabilidade do edifício garante menos ciclos de renovação e reposição na fase de 
uso. 
Segundo o Guia de sustentabilidade na arquitetura – diretrizes de escopo para 
projetistas e contratantes: 
O projeto arquitetônico adequado é aquele que facilita o 
gerenciamento de resíduos, que tem como premissas a não 
geração e a redução de resíduos, o aproveitamento desses 
recursos. O encaminhamento para reuso ou reciclagem, o descarte 
adequado e controlado. (AsBEA, 2012, p.54). 
Nesse sentido, a construção civil evoluiu para facilitar as fases relacionadas 
a gestão desses resíduos, no caminho para uma industrialização mais completa 
obtendo um canteiro de obra cada vez mais limpo. 
2.4 Bioconstrução 
O termo Bioconstrução remete à existência de uma preocupação ecológica 
desde o projeto até a ocupação de edificações. “Combina técnicas milenares com 
inovação tecnológica, garantindo a sustentabilidade não só do processo construtivo 
como também do período pós ocupação de casas e edifícios.” 3 
O Ministério do Meio Ambiente elaborou uma cartilha que fornece instruções 
fundamentais para construir sem grandes impactos ambientais e melhor oferta de 
qualidade de vida a partir dos conceitos da Bioconstrução. Nessa cartilha o termo 
bioconstrução é compreendido como: 
Entendemos por bioconstrução os sistemas construtivos que 
respeitam o meio ambiente: 
• durante a fase de projeto e de construção do edifício (na escolha 
dos materiais e técnicas de construção adequadas); 
• ao longo do uso do edifício (eficiência energética e tratamento 
adequado dos resíduos); 
Os itens citados anteriormente para gestão e economia de água como reuso 
e aproveitamento de água das chuvas, fontes alternativas de energia como 
 
3 http://www.ecocasa.com.br/bioconstrucao 
 
32 
 
aquecimento solar, coleta seletiva e reciclagem de lixo são exemplos de sistemas 
construtivos que respeitam o meio ambiente ao longo do uso do edifício. Já o uso 
de técnicas construtivas que preservem o meio ambiente e utilizem matérias-primas 
recicladas ou naturais disponíveis no local são exemplos de sistemas construtivos 
que respeitam o meio ambiente durante a fase de projeto e de construção do 
edifício. Todas as soluções citadas acima visam uma construção menos tóxica e 
invasiva para os moradores. 
É sabido que a Bioconstrução tem princípios na elaboração de ambientes 
sustentáveis por meio do uso de materiais de baixo impacto ambiental, a escolha 
do material adequado deve priorizar aqueles encontrados na localidade da obra. A 
terra, pedra, palha e madeira são alguns dos tipos de materiais. A disponibilidade 
deles vai depender do tipo de região e das atividades desenvolvidas nela. Portanto, 
existem técnicas apropriadas para conceber esses ambientes, fundamentados na 
Bioconstrução, são eles: o Superadobe, Adobe, Cob, Taipa de mão, Taipa de Pilão, 
Solocimento, Fardos de Palha e Ferrocimento. (CURSO DE BIOCONSTRUÇÃO, 
2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
3 ESTUDOS DE REFERÊNCIA 
Este capítulo apresenta os 3 estudos de referenciais projetuais que 
fundamentaram a proposta. Dois são estudos indiretos elaborados por meio de 
sites, revistas e publicações e um é estudo direto realizado in loco através de visita, 
entrevista e registro fotográfico. 
3.1 Estudo direto 
3.1.1 Pousada Toca da Coruja 
O estudo de referência direto foi realizado na Pousada Toca da Coruja, a qual 
se localiza na Av. Baía dos Golfinhos, principal rua da praia da Pipa-RN, próximo a 
bares, restaurantes e mercados. A pousada foi construída numa área de jardim 
tropical com plantas e árvores da região, totalizando 25 mil m² de extensão. 
Figura 9- Vista aérea da pousada 
 
Fonte: Toca da Coruja. Disponível em: http://www.tocadacoruja.com.br/localizacao-
toca-da-coruja.htm 
No dia 25 de março de 2017 foi realizada uma visita à pousada com o 
acompanhamento de um funcionário bem antigo do estabelecimento, chamado 
Ninho, que pôde mostrar todo o local e passar o máximo de informações possíveis. 
Às demais informações foram fornecidas por Isis, atual proprietária da Toca por 
meio de e-mail e também adquiridas através do site da pousada. 
Ninho conta que a pousada foi construída há 25 anos com apenas 4 
apartamentos na parte da frente, sem camas e apenas colchões. Com o tempo 
esse número cresceu para 11. Após reforma desses 11 quartos seu estilo foi 
mudado, sendo implementados alguns ambientes como o bar da piscina e foi nessa 
configuração que a Toca da Coruja entrou para a Roteiros de Charme. Após 
 
34 
 
comprar mais terreno, foram construídos, inicialmente, mais 5 e posteriormente 
mais 12 quartos. 
A configuração atual conta com 28 bangalôs, sendo 12 de luxo e 16 especiais. 
O primeiro possui uma área de 130 m² e apesar de remeter a um estilo de fazendas 
coloniais possui equipamentos eletrônicos como TV LCD, internet sem fio, frigobar 
e cofre. Já o segundo possui uma área de 60m² mas também possui muito charme 
e romantismo em seu estilo. 
Figura 10- Bangalô de luxo e bangalô especial respectivamente 
 
Fonte: Toca da Coruja. Disponível em: 
http://www.tocadacoruja.com.br/acomodacoes.htm 
Cada detalhe foi muito bem pensado mantendo o charme e sofisticação de 
cada quarto. Ambos os bangalôs possuem cama king size, mobiliário especial, ar-
condicionado, ventilador de teto, lençóis de algodão egípcio e travesseiros de pena 
de ganso. O que os diferenciam, é que o tipo luxo possui uma banheira de 
hidromassagem vitoriana do lado externo e localização mais reservada e 
individualizada. 
Figura 11- Quarto de luxo com banheira externa e quarto especial com banheira interna 
respectivamente 
 
 
35 
 
 
Fonte: Toca da Coruja. Disponível em: http://www.tocadacoruja.com.br/galeria-de-
fotos.htm 
Esse estabelecimento foi escolhido para estudo por pertencer ao Roteiros de 
Charme. Segundo Isis, atual proprietária, os pontos necessários para que entrasse 
no roteiro foram possuir variedade de características e personalidades 
independentes, segundo rígidos critérios quanto ao conforto, qualidade de serviços 
e responsabilidade socioambiental, sempre de forma economicamente viável e 
sustentável. 
Figura 12- Pedra referente à associação Roteiros de Charme 
 
Fonte: Acervo pessoal, 2017. 
A pousada, além de tudo, possui responsabilidade ambiental com um 
programa baseado em práticas sustentáveis. Em relação à gestão de água, a 
pousada possui reuso de água residual e uso de sanitários com caixa acoplada. No 
tocante à eficiência energética, cada bangalô possui energia solar através de 
placas solares instaladas sobre os telhados, além de sensores de presença e 
lâmpadas econômicas. Ademais, a pousada conta com tratamento de resíduos 
(coleta seletiva, compostagem e reciclagem); após a compostagem os alimentos 
são transformados em adubo para uso na própria horta e jardins. 
Figura 13- Coleta seletiva 
 
36 
 
 
Fonte: Acervo pessoal, 2017 
O objetivo principal da pousada é preservar a natureza, isso é claramente 
observado com as passarelas elevadas interferindo minimamente na topografia, 
além de recortes nas coberturas dos bangalôs e no deck do restaurante para 
preservar coqueiros e cajueiros e a presença de animais como micos, pássaros 
raros como o pipa-pau, iguanas, peixes, camarão de água doce e até jacaré nos 
lagos artificiais. 
Figura 14- Passarela elevada e recorte na cobertura do bangalô e do deck 
 
Fonte: Acervo pessoal, 2017 
Na atual configuração, a pousada conta com um programa de necessidades 
composto por: 28 bangalôs, recepção, restaurante, adega climatizada, bar da 
piscina, 3 salas de spa da L’occitane, sauna a vapor, academia ao ar livre, 2 
piscinas ionizadas com hidromassagem, estacionamento, rouparia, cozinha, 
escritório, espaço para funcionários, loja de artesanato, sala de leitura, sala de 
jogos, videoteca e barraca na praia das minas. 
 
37 
 
Figura 15-Salas de spa da L’occitane 
 
Fonte: Acervo pessoal, 2017 
Em conversa com uma hóspede, os pontos levantados foram que, além de 
excelente infraestrutura a Toca possui ótimo atendimento e serviços oferecidos, 5 
carros com motoristas estão disponíveis para fazer o translado de hóspedes à 
barraca na praia das minas e ao aeroporto, o café da manhã é servido até meio dia, 
mesas a luz de velas podem ser colocadas no jardim e todos os espaços estão em 
plena sintonia com a natureza unindo música ambiente, iluminação natural e 
aromas diferentes. 
Ao observar os materiais e sistemas construtivos utilizados na Toca da Coruja, 
verificou-se que são dos mais diversificados. Percebeu-se o uso de paredes de 
taipa, alvenaria convencional, tijolo de barro, além de cobertura rústica com 
armação em troncos de madeira cobertos com palha, coberturas com trama em 
troncos de madeira cobertos com telha translúcida em policarbonato e telhado 
colonial com madeiramento convencional. 
Figura 16- Detalhe de Coberturas e Alvenarias, respectivamente 
 
 
38 
 
 
Fonte: Acervo pessoal, 2017 
Por fim, em relação aos acessos, considerou-se que eles foram muito bem 
pensados. A entrada de funcionários e mercadorias acontece pelos fundos, é 
próxima ao restaurante e à cozinha e, dessa forma, não se cruza com a entrada de 
hóspedes. As únicas ressalvas são em relação ao acesso de funcionários, que 
apesar de ser mais rápido e reservado foi improvisado com caminho de pedras, e 
em relação ao estacionamento, que é aparentemente pequeno e próximo aos 
primeiros bangalôs, o que se torna prejudicial pela poluição sonora gerada pelos 
automóveis. Contudo, tanto o acesso de funcionário quanto o estacionamento já 
possuem projeto de melhoria. 
Figura 17- Acesso de funcionário e estacionamento, respectivamente 
 
Fonte: Acervo pessoal, 2017 
 
39 
 
3.2 Estudos Indiretos 
3.2.1 Pousada Camurim Grande 
O primeiro estudo de referência indireto foi realizado com a pousada Camurim 
Grande que se localiza a 300 metros da praia de Maragogi, litoral norte de Alagoas. 
A pousada foi construída numa área de 5 hectares de mata verde com coqueirais, 
pés de manga, caju e manguezais; contudo, apenas 5% da área foi ocupada. 
Figura 18- Vista aérea da pousada 
 
Fonte: Pousada Camurim Grande. Disponível em: 
http://www.camurimgrande.com.br/maragogi.php 
O projeto é do arquiteto Pedro Motta do ano de 2012 e foi escolhido para 
análise por ter ganhado a certificação da Roteiros de Charme, além do que, se trata 
de uma pousada litorânea com mínimo impacto ambiental e desenvolve uma 
arquitetura que não agride o meio ambiente. 
Figura 19- Pousada Camurim Grande 
 
Fonte: Pousada Camurim Grande. Disponível em: 
http://www.camurimgrande.com.br/maragogi.php 
Além da certificação de charme, a pousada ganhou, em 2016, o selo EcoLíder 
Platinum que garante o reconhecimento em termos de práticas favoráveis ao meio 
ambiente. Ainda se tratando de sustentabilidade, a pousada ocupa minimamente o 
 
40 
 
terreno e os bangalôs são elevados do solo livrando-os assim de humidade e 
respeitando a topografia. 
Figura 20- Pedra da Roteiros de Chame e Bangalô elevado 
 
Fonte: Roteiros de Charme. Disponível em: 
http://roteirosdecharme.com.br/pousadacamurim 
A imagem a seguir demostra a implantação da pousada que conta quatro 
tipologias, sendo do 1 ao 5 suítes da casa grande, do 6 ao 9 chalés jardim, 10 e 11 
chalés piscina e do 12 ao 21 bangalôs. Pode-se observar também que a área de 
recepção e serviços é separada da área de acomodação pelo Rio Maragogi e o 
acesso se dá apenas por um carrinho elétrico. 
Figura 21- Implantação da pousada 
 
Fonte: Pousada Camurim Grande. Disponível em: 
http://www.camurimgrande.com.br/maragogi.php 
 
41 
 
As suítes da casa grande possuem uma área de 22m², presença de madeira 
no forro e mobiliário com paredes em alvenaria branca. Neles contem cama king 
size, TV LCD 32" SKY HDTV, DVD, enxoval Nuvole e internet Wi-Fi. 
Figura 22- Suíte Casa Grande 
 
Fonte: Pousada Camurim Grande. Disponível em: 
http://www.camurimgrande.com.br/maragogi.php 
Os chalés piscina possuem uma área de 20m², presença de madeira no forro 
e mobiliário com paredes em alvenaria branca. Neles contem cama king size, TV 
LCD 32" SKY HDTV, DVD, bica privativa, enxoval Nuvole e internet Wi-Fi. 
Figura 23- Chalés piscina 
 
Fonte: Pousada Camurim Grande. Disponível em: 
http://www.camurimgrande.com.br/maragogi.php 
Os chalés jardim possuem uma área de 34m², presença de madeira no forro 
e mobiliário com paredes em alvenaria branca. Neles contem cama king size, TV 
LCD 32" SKY HDTV, DVD, terraço com rede, bica privativa, enxoval Nuvole e 
internet Wi-Fi. 
 
42 
 
Figura 24- Chalés jardim 
 
Fonte: Pousada Camurim Grande. Disponível em: 
http://www.camurimgrande.com.br/maragogi.php 
Os bangalôs possuem uma área de 62m², presença de madeira na cobertura, 
mobiliário e paredes e piso na corbranco. Nelas contem cama super king size, TV 
LCD 42" SKY HDTV, DVD, terraço com rede, banheira, enxoval Nuvole e internet 
Wi-Fi. 
Figura 25- Bangalôs 
 
Fonte: Pousada Camurim Grande. Disponível em: 
http://www.camurimgrande.com.br/maragogi.php 
Por fim, a pousada ainda conta com uma grande piscina que possui diferentes 
níveis de profundidade e área de deck e um restaurante aberto ao público, que não 
está hospedado, mediante reserva. 
 
43 
 
Figura 26- Área da piscina 
 
Fonte: Pousada Camurim Grande. Disponível em: 
http://www.camurimgrande.com.br/maragogi.php 
3.2.2 Makenna Resort 
O segundo estudo de referência indireto foi realizado com o Makenna Resort 
que se localiza entre Itacaré e Ilhéus no estado da Bahia e também se encontra à 
beira mar. O resort foi construído numa área de 8 hectares de mata atlântica e 
apenas 6,7 mil m² de área foi ocupada. 
Figura 27- Makenna Resort 
 
Fonte: Revista AU. Disponível em: http://www.au.pini.com.br/arquitetura-
urbanismo/198/lajes-ao-mar-184786-1.aspx 
O projeto é do Drucker Arquitetura do ano de 2010 e foi escolhido para análise 
porque, apesar de ser um resort, se encontra em área litorânea, possui mínimo 
impacto ambiental e desenvolve uma arquitetura que não agride o meio ambiente. 
O Makenna está localizado em uma área de reserva florestal protegida por 
entidades como a Unesco e o Ibama, sendo assim alvo de severas restrições 
construtivas. 
 
44 
 
Figura 28- Makenna Resort 
 
Fonte: Archdaily. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-45931/resort-
makenna-drucker-arquitetura 
Para garantir esse mínimo impacto ambiental o Resort conta com reuso de 
água, captação de energia solar através de placas fotovoltaicas, ventilação 
cruzada, bangalôs elevados 70cm livrando-os de humidade e laje nervurada e EPS 
de forma a assegurar maior conforto térmico. 
Figura 29- Bangalôs elevados 
 
Fonte: Archdaily. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-45931/resort-
makenna-drucker-arquitetura 
A imagem a seguir demostra a implantação do resort que conta com 16 
bangalôs, restaurante e salas de lazer, casas, área de serviços e spa. Pode-se 
observar também que as placas fotovoltaicas se localizam em uma área mais 
reservada. 
 
45 
 
Figura 30- Implantação do resort 
 
Fonte: Archdaily. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-45931/resort-
makenna-drucker-arquitetura 
Os bangalôs possuem uma área entre 80 e 150m², trazem princípios do 
modernismo que é uma característica do escritório; apresentam sensação de 
horizontalidade, vista para o mar, paredes revestidas com pedra local (arenito do 
norte), aberturas com venezianas na frente e no fundo para melhor fluxo de ar e 
conforto térmico e, além disso, essas aberturas trazem uma maior integração com 
o entorno através da permeabilidade visual. 
Figura 31- Bangalô 
 
 
46 
 
Fonte: Archdaily. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-45931/resort-
makenna-drucker-arquitetura 
3.3 Considerações gerais sobre os estudos 
Os estudos de referência foram importantes para obter soluções formais, 
estéticas e com enfoque sustentável. Os principais pontos observados nos estudos 
analisados foram: 
- Manutenção do perfil natural do terreno e seu mínimo impacto com, por 
exemplo, os bangalôs elevados. 
- Uso de matéria prima local 
- Estilo rústico. 
- Mistura do uso de madeira e cor branca em outros elementos. 
- Bangalôs com vista para áreas de lazer ou para áreas atrativas visualmente. 
- Edificações térreas ou de máximo 1 pavimento. 
- Soluções com princípios sustentáveis (água, energia e resíduos). 
Esses pontos deverão nortear a proposta arquitetônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
4 CONDICIONANTES PROJETUAIS 
Nesse capítulo, são apresentados os condicionantes físicos, legais e funcionais 
que nortearam o desenvolvimento do projeto. Em relação aos condicionantes 
físicos, foram abordadas as características referentes à área de localização do lote. 
No tocante às condicionantes legais, foi observada a legislação vigente em relação 
ao terreno escolhido e ao seu uso. Ao tratar das condicionantes funcionais, foram 
evidenciados o programa de necessidades, pré-dimensionamento, fluxograma e 
zoneamento. 
4.1 Condicionantes Físicos 
A área escolhida para implementação da pousada está localizada no 
município de Parnamirim, mais especificamente na praia de cotovelo, distante 21km 
da capital Natal. A proximidade com Natal faz com que a praia se torne um refúgio 
próximo em busca de tranquilidade. 
Figura 32-Localização 
 
Fonte: Prefeitura de Parnamirim (2017) 
 
48 
 
Modificado por Kelly Sodré 
 
Como já dito anteriormente, Cotovelo foi escolhido por ter um forte apelo 
cênico paisagístico, devido às belas falésias que modelam encantadoras esculturas 
naturais e dunas de areia branca, além de coqueirais e uma longa faixa de areia 
clara e fina. 
Figura 33-Praia de Cotovelo 
 
Fonte: Acervo Pessoal, 2017 
Para a escolha do terreno, foram levadas em consideração a proximidade com 
a praia, a sua área, de forma que fosse capaz de comportar a pousada e atender 
aos princípios de sustentabilidade. Desejou-se também que fosse um terreno 
arborizado para que o contato com a natureza acontecesse de forma espontânea. 
Dentre as opções disponíveis em Cotovelo, o terreno representado na imagem a 
seguir foi o que mais se enquadrou nesses pré-requisitos. 
Figura 34-Localização do terreno 
 
Fonte: https://www.scribblemaps.com/ 
 O terreno escolhido apresenta uma área de 5.399,21m² e se localiza entre as 
ruas Ismael Wanderley, Engenheiro Carlos Dumaresq e Moacir Lins. Distancia-se 
da praia por apenas 2 quadras (150 m) e o acesso a ela se dá pela Rua Engenheiro 
Carlos Dumaresq. 
 
49 
 
Figura 35-Acesso à praia 
 
Fonte: Acervo Pessoal, 2017 
Apesar do terreno não ter vista direta para o mar, seu charme e conforto visual 
se dá pelo contato interno com a natureza a partir da grande presença de 
vegetação. Como veremos, a implantação do equipamento foi feita de modo que 
fossem preservadas ao máximo as árvores locais e acrescentado vegetação nativa, 
com isso, foi possível melhorar o conforto térmico e visual, além de representar 
uma estratégia para dar mais privacidade aos bangalôs. 
Figura 36-Presença de vegetação no terreno 
 
Fonte: Acervo Pessoal, 2017 
O terreno é formado por 3 testadas frontais e possui as seguintes dimensões: 
57,9m, 92,94m, 59,79m e 91,20m. Ademais, ele possui 4 curvas de níveis o que 
garante um desnível de 4m do ponto mais alto ao mais baixo. 
 
50 
 
Figura 37-Dimensões do terreno com curvas de nível 
 
Fonte: Prefeitura de Parnamirim (2017) 
Modificado pela autora 
 
Segundo a NBR 15220/03 (Desempenho térmico de edificações. Parte 3: 
Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações 
unifamiliares de interesse social), o município de Parnamirim está inserido na Zona 
Bioclimática 8 e possui clima quente e húmido, como mostra a imagem a seguir: 
Figura 38-Zona Bioclimática 8 
 
Fonte: NBR 15220/03 
 
51 
 
A norma indica diretrizes para melhorar o conforto ambiental dentro das 
edificações; dentre essas diretrizes tem-se: grandes aberturas para ventilação e 
sombreamento das mesmas e uso de ventilação cruzada. Dessa forma, a análise 
da ventilação e insolação que incidem no terreno é de extrema importância para o 
desenvolvimento do projeto. 
VENTILAÇÃO 
Em se tratando da ventilação, o programa utilizado para tal análise foi o SOL-
AR, nele foram estudadas informações geradas para a cidade de Natal, já que não 
mostra a cidade de Parnamirim. O gráfico a seguir mostra a intensidade dos ventos 
e sua direção. Pode-se observar com a rosa dos ventos que a predominância é de 
ventos leste/sudeste na primavera/verão e sul/sudeste no outono/inverno. 
Figura 39-Rosa dos ventos na cidade de Natal 
 
Fonte: Software SOL-AR 
 INSOLAÇÃO 
 A análiseda trajetória solar no terreno foi realizada pelo software 
SunEarthTools. Para tal, foram definidas quatro datas específicas, uma em cada 
estação do ano. As datas e horários foram definidos a partir dos solstícios e 
equinócios do ano de 2017. Com isso, foi possível identificar a incidência solar nas 
fachadas e concluir as que foram mais ou menos prejudicadas durante o ano. 
 
52 
 
Figura 40-Percurso solar nos dias 20/03, 21/06, 22/09 e 21/12, respectivamente. 
 
Fonte: https://www.sunearthtools.com 
4.2 Condicionantes Legais 
4.2.1 Plano diretor de Parnamirim/RN 
A Lei Complementar Nº 063, de 08 de março de 2013. (compilada com a Lei 
Complementar Nº. 067/2013, 17 de julho de 2013) dispõe sobre o Plano diretor de 
Parnamirim e dá outras providencias. Esse, por sua vez, tem o objetivo de orientar 
o desenvolvimento das diversas funções da cidade sobretudo através do 
planejamento do uso e ocupação do solo, a fim de garantir o bem-estar e a melhoria 
da qualidade de vida da população, cumprindo obrigatoriamente a função social da 
propriedade e da cidade, como consta no Art.2º Cap1. 
De acordo com o macrozoneamento presente no Mapa 1 Anexo 2 (parte 
integrante da Lei) o município de Parnamirim é dividido em três zonas: I- Zona 
Urbana, II- Zona de Expansão Urbana e III- Zona de Proteção Ambiental. O terreno 
escolhido, de acordo com esse mapa, se encontra na primeira zona. 
Conforme o zoneamento funcional (Mapa 3.I e 3.II Anexo 2) o terreno se 
encontra na Área de Interesse Turístico da Orla Marítima. Nesse sentido, necessita 
da adição de normas complementares e específicas para uso e ocupação do solo 
conforme consta no quadro a seguir. 
 
53 
 
Tabela 2-Área de interesse turístico 
 
Fonte: Lei complementar nº 063/2013. 
 Nesse sentido, o coeficiente de aproveitamento básico (índice de utilização) 
é de 1, o recuo frontal mínimo é de 3m, o lateral de 1,5m, a ocupação máxima de 
70% e a permeabilidade mínima de 20%. Para o controle de gabarito foi analisado 
o Mapa 3.I que diz que o terreno se encontra em uma Zona Urbana. Para essa 
zona o gabarito máximo é de 7.5m como exemplifica o quadro a seguir. 
Tabela 3- Área de controle de gabarito 1 - Orla 
 
Fonte: Lei complementar nº 063/2013. 
 O artigo 96 traz algumas especificações para o recuo. Um ponto importante 
é que quando o projeto previr estacionamento na faixa do recuo frontal, este deverá 
medir no mínimo 4,50m (quatro metros e meio). Outro item observado é que as 
áreas que podem ocupar o recuo são a guarita, portarias, depósitos, gás e lixo. 
 Para o cálculo de vagas de estacionamento fica decidido pelo Art.104, § 1º 
que são utilizados os parâmetros do Anexo I, Quadro 13. 
 
54 
 
Tabela 4- Cálculo de vaga para estacionamento. 
 
Fonte: Lei complementar nº 063/2013. 
Ainda sobre o estacionamento, o quadro 12 do anexo 1 contém o 
dimensionamento das formas de acesso a partir do tipo de via e capacidade do 
estacionamento. Portanto, como a via é coletora, a quantidade de vagas não 
ultrapassa 20, e a testada é maior que 50m a forma de acesso ideal é a opção (c). 
Tabela 5- Dimensionamento das formas de acesso. 
 
Fonte: Lei complementar nº 063/2013. 
 
55 
 
Tabela 6- Dimensionamento da forma de acesso. 
 
Fonte: Lei complementar nº 063/2013. 
Por fim, a tabela a seguir apresenta um resumo das principais informações 
obtidas com o estudo do Plano Diretor do Município. 
Tabela 7- Quadro de prescrições urbanísticas. 
PRESCRIÇÕES URANISTICAS 
Área total do terreno 5.399,21m² 
Coeficiente de aproveitamento 1 
Recuo Frontal 3m 
Recuo Lateral e de fundo 1,5m 
Taxa de ocupação máxima 70% 
Permeabilidade mínima 20% 
Gabarito Máximo 7,5m 
Fonte: Lei complementar nº 063/2013. 
4.2.2 Código de obras de Parnamirim/RN 
O código de obras de Parnamirim é um documento que estabelece normas 
que disciplinam a elaboração de projetos e execução de obras na zona urbana, de 
expansão urbana e rural. 
 
56 
 
 O capitulo III das Normas Genéricas das Edificações traz determinações 
sobre Ventilação, Isolação e Iluminação. O artigo 56 relata que para áreas de 
dormitório, salas de estar, escritórios, refeitórios e bibliotecas o total da superfície 
das aberturas para o exterior, não poderá ser inferior a 1/6 da superfície do piso do 
compartimento. Já para áreas de cozinhas, copa e banheiros não poderá ser 
inferior a 1/8. 
 O artigo 59 do capitulo IV traz as áreas, dimensões e pés-direito mínimos 
para cada compartimento, como exemplifica o quadro a seguir: 
Tabela 8- Dimensões mínimas dos compartimentos. 
 
Fonte: Código de obras de Parnamirim/RN 
Tendo em vista que o projeto em questão é uma pousada, a seção II do 
capitulo I das Normas Específicas contém algumas condições para a construção 
de Hotéis, Pensões, Motéis, Pousadas e Hotéis Residência. 
As pousadas devem possuir, no mínimo, as seguintes dependências: a) 
Vestíbulo; b) Serviços de portaria, administração, recepção e comunicação; c) Sala 
de estar; d) Cozinha para preparo de desjejum (área de 20 m²); e) Dependência 
para guarda de utensílios de limpeza e serviços; f) Rouparia; g) Depósito para 
guarda de bagagem de hóspedes; e h) Vestiário e sanitário de serviço 
Além disso, o terceiro item do artigo 82 diz que os banheiros privativos, 
corredores, escadas e galerias de circulação podem ter o pé-direito reduzido até 
2,20 m e o sétimo item diz que quando existir lavanderia, essa deverá possuir a 
seguintes dependências: a) Depósito de roupa servida; b) Local de lavagem e 
secagem de roupa; c) Local para passar ferro; e d) Depósito de roupa limpa. 
 
57 
 
4.2.3 NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e 
equipamentos urbanos. 
Esta Norma estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados 
quanto ao projeto, construção, instalação e adaptação do meio urbano e rural, e de 
edificações às condições de acessibilidade. 
Alguns dos critérios adotados foram: 
- Considera-se o módulo de referência a projeção de 0,80 m por 1,20 m no 
piso, ocupada por uma pessoa utilizando cadeira de rodas motorizadas ou não. 
- A largura para deslocamento em linha reta de pessoas em cadeira de rodas 
é de 90cm. 
- As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas sem 
deslocamento, são:  a) rotação de 90° = 1,20 m × 1,20 m;  b) rotação de 180° = 1,50 
m × 1,20 m;  c) rotação de 360° = círculo com diâmetro de 1,50 m. 
- As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas com 
deslocamento, são exemplificadas a seguir: 
Figura 41- Manobra de cadeiras de rodas com deslocamento. 
 
 
58 
 
 
Fonte: NBR 9050/2015 
- As dimensões mínimas para corredores são:  a) 0,90 m para corredores de uso 
comum com extensão até 4,00 m;  b) 1,20 m para corredores de uso comum com 
extensão até 10,00 m; e 1,50 m para corredores com extensão superior a 10,00 m; 
- As portas, quando abertas, devem ter um vão livre, de no mínimo 0,80 m de 
largura e 2,10 m de altura. Em portas de duas ou mais folhas, pelo menos uma 
delas deve ter o vão livre de 0,80 m. 
- A dimensão mínima de passeios destinados exclusivamente a circulação de 
pedestres deve ser livre de qualquer obstáculo, ter inclinação transversal até 3 %, 
ser contínua entre lotes e ter no mínimo 1,20 m de largura e 2,10 m de altura livre; 
- As dimensões mínimas para um sanitário e chuveiro acessíveis seguem as 
medidas da imagem a seguir: 
 
59 
 
Figura 42- Medidas mínimas de um sanitário acessível. 
 
Fonte: NBR 9050/2015 
  O item 10.9 da NBR trata de particularidades pertinentes aos locais de 
hospedagem, com especificações descritas a seguir: 
- Os dormitórios acessíveis com banheiros não podem estar isolados dos demais, 
mas distribuídos em toda a edificação. 
- As áreas de circulação mínima estão exemplificadas na imagem a seguir: 
Figura 43- Dormitório acessível – Área de circulação mínima 
 
Fonte: NBR 9050/2015 
4.2.4 Código de segurança contra incêndio

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