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Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Compreender as avaliações do recém nascido Capurro somático O Escore de Capurro avalia características somáticas e neurológicas do recém-nascido para identificar a idade gestacional. Ele é usado quando outros métodos de cálculo da idade gestacional não são possíveis, ou seja, quando a mãe não sabe a data da última menstruação e também não fez a ultrassonografia gestacional precoce (antes de 14 semanas de gestação); Método capurro é utilizado a partir de parâmetros somáticos e neurológicos, esse método estima a idade gestacional do recém- nascido. Ele é aplicável para recém-nascidos de 29 semanas ou mais; O Método de Capurro Somático utiliza 5 características somáticas, enquanto que o Capurrro Somático e Neurológico utiliza 4 parâmetros somáticos e 2 neurológicos; Cada parâmetro conta com diferentes opções que recebem pontuações distintas. A avaliação da idade gestacional em semanas, é feita com a soma do total de pontos obtidos, mais 204, e o resultado dividido por 7; Capurro somático Textura da pele 0 5 10 15 20 Forma da orelha 0 8 16 24 Glândula Mamária 0 5 10 15 Formação do Mamilo 0 5 10 15 Pregas plantares 0 5 10 15 20 K=204 K+ soma de pontas = idade gestacional em dias; Desvio padrão +- 8,4 dias Capurro somático e Neurológico Textura da pele 0 8 16 24 Forma da orelha 0 5 10 15 20 Glândula Mamária 0 5 10 15 Pregas plantares 0 5 10 15 20 Sinal do xale 0 6 12 18 Posição da cabeça ao levantar o RN 0 4 8 12 K=200 K+ soma de pontas = idade gestacional em dias; Desvio padrão +- 8,4 dias Pontuações e parâmetros: Textura da pele 0 pontos Muito fina, gelatinosa; 5 pontos Fina e lisa; 10 pontos Algo mais grossa, discreta descamação superficial; 15 pontos Grossa, rugas superficiais, descamação nas mãos e pés; 20 pontos Grossa apergaminhada, com gretas profundas Forma de orelha 0 pontos Chata disforme, pavilhão não encurvado; 8 pontos Pavilhão parcialmente encurvado na borda; 16 pontos Pavilhão parcialmente encurvado em toda parte superior; 24 pontos Pavilhão totalmente encurvado; Glândula mamária 0 pontos Não palpável; 5 pontos Palpável, menos de 5 mm; 10 pontos Entre 5 e 10 mm; 15 pontos Maior de 10 mm; Pregas plantares 0 pontos Sem pregas; 5 pontos Marcas mal definidas sobre a parte anterior da planta; 15 pontos Marcas bem definidas sobre a metade anterior, e sulcos no terço anterior; 20 pontos Sulcos em mais da metade anterior da planta; Sinal do Xale 0 pontos O cotovelo alcança a linha axilar anterior do lado oposto; 6 pontos O cotovelo situado entre a linha axilar anterior do lado oposto e a linha média; 12 pontos O cotovelo situado ao nível da linha média; 18 pontos O cotovelo situado entre a linha média e a linha maxilar anterior do mesmo lado; Tutoria 1 – Módulo 1 Prematuridade Fetal Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Posição da cabeça ao levantar o RN 0 pontos Cabeça totalmente desflexionada, ângulo toráxico 270°; 4 pontos Ângulo cérvico-toráxico entre 180° e 270°; 8 pontos Ângulo cérvico-toráxico igual a 180°; 12 pontos Ângulo cérvico-toráxico menor de 180°; Formação do Mamilo 0 pontos Apenas visível; 5 pontos Aréola pigmentada – diâmetro menor que 7,5mm; 10 pontos Aréola pigmentada, pontiaguda – diâmetro menor que 7,5 mm, borda não levantada; 15 pontos Aréola pigmentada, pontiaguda – diâmetro menor que 7,5 mm, borda não levantada; Levar em consideração, para recém-nascidos extremamente prematuros, os seguintes critérios: Pálpebras fundidas (recém nascido geralmente menor que 26 semanas), pele gelatinosa, fragilidade dos vasos sanguíneos e escoriações da pele; pele pegajosa, mamilo imperceptível e ausência de lanugem, nos recém-nascidos com menos de 25-26 semanas de gestação; Outro método – Escore de New-Ballard: Usado para estimar a idade gestacional do recém-nascido, o método de New ballard é uma ferramenta precisa para avaliação da idade gestacional em recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer; Ele utiliza a análise de 6 parâmetros neurológicos (postura, ângulo de flexão do punho, retração do braço, ângulo poplíteo, sinal do xale e calcanha-orelha) e 6 parâmetros físicos (pele, lanugo, superfície plantar, glândula mamária, olhos/orelhas e genital masculino/feminino), a cada um dos quais se atribui uma pontuação que, na somatória, determinará a estimativa da idade gestacional. Este é um método modificado da versão original, sendo agregados alguns itens, permitindo assim a avaliação de RN com IG a partir de 20 semanas; Classificação da idade gestacional: Recém-nascido Prematuro: < 34 semanas de gestação; Recém-nascido Pré-termo tardio: 34 a < 37 semanas; Recém-nascido A termo precoce: 37 0/7 semanas a 38 6/7 semanas; Recém-nascido A termo completo: 39 0/7 semanas a 40 6/7 semanas; Recém-nascido A termo tardio: 41 0/7 semanas a 41 6/7 semanas; Recém-nascido Pós-termo: 42 0/7 semanas e além Recém-nascido Pós-termo: > 42 semanas Crescimento Intrauterino No início da vida fetal o principal determinante do crescimento é o genoma, porém, nas fases posteriores o crescimento é influenciado por fatores hormonais, imunológicos, vasculares, nutricionais e ambientais. A ocorrência de qualquer distúrbio em um desses fatores pode resultar na restrição do crescimento fetal. Portanto, o crescimento intrauterino é influenciado pelo potencial genético e controlado pelo meio no qual o feto está inserido. Entretanto, os dois principais fatores que impedem o crescimento fetal são a nutrição inadequada e a capacidade uterina insuficiente; Battaglia e Lubchenco definiram recém-nascido pequeno para a idade gestacional (PIG) quando o peso fetal encontra-se abaixo do percentil 10 para a idade gestacional; É importante afirmar que, alguns recém- nascidos PIG, classificados como constitucionalmente pequenos e que apresentam curva de crescimento com distribuição normal, não apresentam os estigmas da restrição patológica de crescimento, sendo apenas biologicamente menores.. Portanto, em algumas situações é difícil diferenciar fetos com restrição de crescimento intra-uterino (RCIU) de fetos PIG saudáveis; Classificação: Lin e Santolaya-Forgas (1998)15 dividem o crescimento celular fetal em três fases consecutivas: de hiperplasia, presente nas primeiras 16 semanas e que se caracteriza por aumento do número de células; de hiperplasia e hipertrofia celular, presente entre a 16ª e 32ª semanas e de hipertrofia, presente após a 32ª semana e caracterizada principalmente pela deposição de gordura resultante do metabolismo do glicogênio. Considerando-se o fator causal, a idade gestacional em que ocorre a agressão e os órgãos acometidos, os recém-nascidos com RCIU são classificados em três tipos: o Tipo I – Simétrico ou intrínseco ou proporcional ou hipoplásico: ocorre em 20% dos casos, sendo decorrente de fatores etiológicos que atuam no início da gravidez, na fase de hiperplasia celular, reduzindo o número de células Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina dos órgãos. Tem evolução crônica e os principais fatores etiológicos são as infecções maternas (TORCH), as alterações cromossômicas e as malformações congênitas. Os fetos constitucionalmente pequenos também apresentam crescimento simétrico, ou o seja, são proporcionalmente pequenos, o que pode dificultar o diagnóstico diferencial. Geralmente não apresentam hipóxia neonatal; o Tipo II – Assimétrico ou desproporcional: ocorre em 75% dos casos, sendo geralmente decorrente de insuficiência placentária. A agressão ocorre desde o início do 3.º trimestreda gravidez, na fase de hipertrofia celular, determinando déficit no crescimento celular (hipotrofia). Como consequência observa-se desproporção entre o crescimento do pólo cefálico e do tronco e membros. Essa desproporção resulta da redução da circunferência abdominal, uma vez que o fígado, principal órgão afetado tem seu crescimento prejudicado pelo maior consumo de glicogênio, caracterizando os fetos como magros, com estatura normal e pólo cefálico proporcionalmente grande. Nessa fase de hiperplasia ocorre redução da oferta de nutrientes que determina redistribuição dos fluxos sanguíneos para privilegiar órgãos como cérebro, coração e supra-renais. Podem apresentar hipóxia e hipoglicemia; o Tipo III – Intermediário ou misto: responde por 5% a 10% dos casos, sendo conseqüente a processos de agressão tanto na fase de hiperplasia quanto na de hipertrofia do crescimento celular. Os principais fatores etiológicos são desnutrição materna e consumo de drogas ilícitas, álcool, fumo e cafeína. O diagnóstico clínico do tipo III é difícil, sendo geralmente os RN classificados como tipo I ou II; APGAR O escore de Apgar, também chamado de índice de Apgar ou escala de Apgar, é um dos métodos mais utilizados para a avaliação imediata do recém-nascido (RN), principalmente, no primeiro e no quinto minutos de vida; O teste foi desenvolvido pela Dra. Virginia Apgar, médica norte-americana, responsável pela criação do que viria a ser a neonatologia, para avaliar 5 sinais objetivos do recém-nascido, atribuindo a cada sinal uma pontuação de 0 a 2; Os sinais avaliados são: coloração da pele, pulso, irritabilidade reflexa, esforço respiratório, tônus muscular, conforme mostra a tabela abaixo. O somatório da pontuação (no mínimo 0 e no máximo 10) resultará no Escore de Apgar; Interpretação dos resultados: De 0 a 3 – Asfixia grave; De 4 a 6 – Asfixia moderada; De 7 a 10 – Boa vitalidade, boa adaptação; O resultado do primeiro minuto geralmente está relacionado com o pH do cordão umbilical e traduz asfixia intraparto; Já o Apgar do quinto minuto se relaciona com eventuais sequelas neurológicas; Além disso, escore menor que 7 é indicativo de asfixia perinatal; O escore deixou de ser usado com o objetivo de determinar a reanimação neonatal e passou Índice 0 Índice 1 Índice 2 Component e (Acrônimo) Cor da pele Cianose (coloração azulada) ou palidez Cianose nas extremi- dades ou acrocia- nose (colora- ção ar- roxada) Sem cianose. Corpo e extremi- dade rosados Aparência Pulsação arterial Não detectável <100 batiment os por minuto >100 batiment os por minuto Pulso Irritabilidad e reflexa Sem resposta a estímulo Careta ou estimula- ção agressi- va Choro vigoroso, tosse ou espirro Gesticula- ção Atividade (tônus muscular) Flacidez (nenhuma ou pouca atividade) Alguns movime ntos das extremi- dades (braços e pernas) Muita atividade: braços e pernas flexiona- dos, que resistem à exten- são Atividade Esforço respiratóri o Ausente Fraco/le- nto, irre- gular Forte, choro vigoroso Respiração Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina a ser usado para avaliar a resposta do RN às manobras realizadas; Entender a icterícia e comparar com os achados clínicos: Definição A icterícia neonatal é decorrente do acúmulo de pigmento bilirrubínico não-conjugado, então bilirrubina indireta, a qual é lipossolúvel e por isso ela pode impregnar no SNC e levar a encefalopatia bilirrubínica; O acúmulo de pigmento bilirrubínico leva a coloração amarelada da pele e mucosas; Na icterícia neonatal se tem uma hiperbilirrubinemia em geral indireta, a qual se manifesta clinicamente quando se tem Bilirrubina indireta acima de 5 mg/dL; Raramente em um bebê com icterícia neonatal vai ter um aumento de bilirrubina direta, nessas situações se tem outras patologias como: Colestase neonatal, TORCHS, Sepse; Diagnóstico Clínico: Identificar fatores de risco; Examinar RN a cada 8-12 horas; Laboratorial: Dosagem de bilirrubina total e frações; Hemoglobina e hematócrito, por que a icterícia pode acontecer por causa da destruição de hemoglobina ocasionando a sobrecarga do hepatócito de bilirrubina indireta devido a destruição de hemácias. Podendo ter uma anemia associada; Reticulócitos, pois precisa saber como a medula está respondendo a destruição de hemácias exagerada ou não; Tipagem sanguínea mãe e do recém- nascido, para avaliar as causas mais comuns de incompatibilidade sanguínea que levam a doenças hemolíticas causando icterícia neonatal; Fisiopatologia Adaptação do metabolismo da bilirrubina: Feto produz bilirrubina indireta que por ser lipossolúvel é eliminada pela placenta; Quando nasce ele é obrigado a produzir bilirrubina indireta, a qual é hidrossolúvel para ser eliminada pelo sistema biliar e trato gastrointestinal; Metabolismo da bilirrubina: A hemoglobina das hemácias é degradada em HEME a qual sofre ação da Heme oxigenasse gerando a BILIVERDINA a qual sofre ação da biloverdina redutase gerando a Bilirrubina indireta (não circula sozinha na circulação, ela circula acoplada a albumina); Quando a bilirrubina indireta chega ao hepatócito a albumina é devolvida para a circulação e dentro do hepatócito, a bilirrubina indireta se combina ao ácido glicurônico através da ação da enzima UGT1A1 (glucoronil transferase) e essa conjugação gera a bilirrubina direta; Bilirrubina direta é excretada para a via biliar e depois para o trato gastrointestinal onde ela pode sofrer ação das enzimas glucoronidases, a qual desconjuga ela transformando-a novamente na bilirrubina indireta, o que faz com que ela tenha que volte a ser conjugada; Mas em geral, a bilirrubina direta sofre ação de bactérias que geram o urobilinogênio, a qual pode virar urobilina e ser excretada pelos rins ou estercobilinogênio ou estercobilina e ser excretado pelas fezes; O recém nascido tem maior suscetibilidade a ter icterícia pois ele possui falhas no metabolismo da bilirrubina, pois ele possui uma quantidade maior de bilirrubina indireta para o hepatócito, devido ao maior volume eritrocitário, menor meia-vida hemácias e doenças hemolíticas; Além disso possui uma redução clearence hepático e entérico de bilirrubina, devido a maior capacidade de captação e conjugação hepáticas e aumento da circulação enterro-hepática. O RN quando nasce tem uma trato gastrointestinal estéril, então ele tem uma menor flora intestinal para permitir a transformação em urobilinogênio que depois vai ser excretado e possui uma maior quantidade de beta glucoronidase, a qual vem do leite materno e é responsável pelo desmonte da bilirrubina direta em bilirrubina indireta; Classificação Zonas de Kramer: Zona 1. Icterícia de cabeça e pescoço (BT- bilirrubina total = 6mg/dL); Zona 2. Icterícia até no umbigo (BT = 9mg/dL); Zona 3. Icterícia até os joelhos (BT= 12mg/dL); Zona 4. Icterícia até os tornozelos e/ou antebraço (BT= 15mg/dL); Zona 5. Icterícia até região plantar e palmar (BT= 18mg/dL ou mais); A icterícia fisiológica só chega até no máximo 12mg/dL, então em casos de zona 4 e 5 é importante uma maior atenção; Encefalopatia bilirrubínica: Lesão cerebral pela bilirrubina indireta, a qual é lipossolúvel e vai penetrar no SNC e ataca os gânglios da base; Fase aguda: Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina o Letargia; o Hipotonia Choro estridente e hipertonia com hipertermia; o Pode resultar em coma e morte; Forma crônica - Kernicterus: o Paralisia cerebral atetoide grave; o Neuropatia auditiva; o Paresia vertical do olhar; o Displasia dentária;o Nessa forma pode ter ou não retardo mental; Causas Icterícia fisiológica: Leva a icterícia neonatal tardia >24h; Tem diferença em como vai começar no RN a termo e o pré-termo; A termo: o Início após 24 HV; o Pico 3° ao 4° dia; o Máx: 12 mg/dL; o Normal em 7 dias; Pré-termo: o Início após 24 HV; o Pico 4° ao 7° dia; o Máx: 15 mg/dL; o Normal 10-30 dias; o Demora mais para que ele se recupere da icterícia fisiológica por que o metabolismo hepático da bilirrubina está imaturo; Fatores de risco para hiperbilirrubinemia indireta: o Idade materna; o Asiáticos – possuem mais icterícia; o Diabetes materno; o Prematuridade; o Extravasamento de sangue; o Perda de peso; o Retardo para evacuar; Icterícia pelo aleitamento materno: Leva a icterícia neonatal tardia >24h; Na 1ª semana de vida; Déficit de ingestão – dificuldade de sucção, pouca oferta láctea; Perda de peso > 7%; Desidratação; Aumento da circulação entero-hepática Sobrecarga de bilirrubina no hepatócito Hiperbilirrubinemia indireta, devido a imaturidade do hepatócito ele não consegue captar toda a bilirrubina necessária; Síndrome da icterícia do leite materno: Leva a icterícia neonatal tardia >24h; Predisposição genética a icterícia, então o aleitamento materno (substâncias presentes no leite materno) atuam ativando fenótipo associados a uma menor capacidade de conjugação hepática, ou seja menor atividade da UGT1A1 (glucoranil transferase); Leite materno é um modificador ambiental para a expressão dos fenótipos e com o leite materno é expresso o fenótipo e se tem uma menor capacidade de conjugação hepática; Icterícia desde a 1ª semana de vida; Persiste por 2-3 semanas; Hiperbilirrubinemia indireta patológica pode levar a uma icterícia neonatal precoce < 24h; Como diferenciar a síndrome da icterícia do leite materno para as outras causas: Icterícia fisológica: o Persistência; Icterícia do aleitamento materno: o Diferente do aleitamento materno, a síndrome da icterícia do leite materno tem um RN com bom estado geral do recém-nascido e bom ganho pondero- estatural;t Tratamento Icterícia precoce Colher exames + fototerapia; Icterícia tardia Zona <2 Observação clínica; Icterícia tardia Zona >/=2 Colher exames >p75 Bhutani Fototerapia; Icterícia tardia Zona >/=2 Colher exames <p75 Bhutani Observação clínica; Alta: Icterícia em zona de risco intermediário ou baixo; Após 48h sem icterícia ou icterícia zona I; Pedir retorno ambulatorial em 48-72h para avaliação; Fototerapia: Depende da: o Dosagem da bilirrubina total; o Idade gestacional/peso nascimento; o Idade pós-natal; o Presença de fatores de risco para lesão bilirrubínica neuronal; Quando tratar: o Em RN >/= 35 semanas: Idade pós natal Níveis de bilirrubina total (mg/dL) 35-37 semanas 6/7 >/=38 semanas 24 horas 8 10 36 horas 9,5 11,5 48 horas 11 13 72 horas 13 15 96 horas 14 16 5 a 7 dias 15 17 Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Diminuir em 2 mg/dL o nível se fatores de risco para neurotoxicidade o Em RN < 35 semanas: Peso ao nascer Nível de bilirrubina total (mg/dL) <1000g 4 a 6 1001-1500g 6 a 8 1501-2000g 8 a 10 2001-2500g 10 a 12 Considerar valor inferior se fatores de risco para neurotoxicidade Como funciona: o A bilirrubina indireta na pele sofre ação da luz azul e sofre uma fotoisomerização, que transforma a bilirrubina indireta em um isômero que é mais solúvel, a bilirrubina-4Z,15E e que consegue ser excretada pela bile; o Mesmo ainda sendo a bilirrubina indireta passa a ser um novo isômero que consegue ser excretado; o Além da bilirrubina-4Z,15E, a fototerapia também é responsável por produzir a lumirrubina que é excretada pela urina; o A luz azul é a que está na faixa entre 420 e 470 nanômetros e que leva as reações químicas com a bilirrubina; Eficácia depende: o Comprimento de onda da luz, a qual tem que ser lâmpada azul; o Irradiância espectral, ou seja, a potência da luz e se considera que a fototerapia intensiva quando a irradiância é maior ou igual a 30; o Distância entre as luzes e o recém- nascido; o Superfície de pele exposta, quanto mais pele exposta melhor o resultado, por isso ele deve ficar só de fralda; Cuidados: o Temperatura do RN, devemos ter cuidado com a hipo e a hipertermia; o Oferta hídrica, pois ocorre o aumento de perdas insensíveis e por isso ele precisa mamar bem; o Proteção ocular radiopaca, para que os olhos não sejam lesados; o Síndrome do bebê bronzeado que é o aparecimento da cor da pele castanho ou acinzentado devido a impregnação da pele por bilirrubina direta e a urina também fica escura; o Reavaliar BTF (bilirrubina total e frações) a cada 4-8h para ver se esta diminuindo; o Suspender quando a bilirrubina total estiver maior que 8-10 mg/dL; Epidemiologia 60% dos RN a termo; 80% RN prematuros tardios; 100% RN prematuros IG < 35 anos; Icterícia persistente (dura mais que uma ou duas semanas de vida) em 10% dos RN em aleitamento materno exclusivo; Curiosidades Como saber se é fisiológica ou se preciso tratar? Será que pode levar a kernicterus? Fatores de risco para hiperbilirrubinemia significativa (BT> 17 mg/dL): Asiáticos; Irmão anterior com icterícia; Aleitamento materno exclusivo; Idade gestacional </=36 semanas; Icterícia nas primeiras 24 horas de vida; Doença hemolítica; Cefalohematoma ou equimoses; Dosagem de BT pré-alta; Fatores de risco para neurotoxicidade pela bilirrubina: Idade gestacional <36 semanas; Doença hemolítica; Deficiência de G6PD; Asfixia; Sepse; Acidose; Albumina <3g/dL; Conhecer o exame TORCHS,(frisar a sífilis congênita) O Ministério da Saúde do Brasil recomenda que sejam realizados os exames sorológicos de triagem para as seguintes doenças: sífilis, hepatite B, HIV e toxoplasmose, além da sorologia para rubéola quando houver sintomas sugestivos. O manual técnico de 2006 orienta a realização do Venereal Disease Research Laboratory Test – VDRL (primeira consulta e próximo da 30ª semana), anti-HIV (primeira consulta e, sempre que possível, repetir próximo Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina da 30ª semana), HBsAg, se disponível (preferencialmente próximo da 30ª semana), e pesquisa de IgM para toxoplasmose, se disponível (na primeira consulta, sem recomendação de repetição). Refere que, na presença de sintomas sugestivos pode ser acrescida a sorologia para rubéola; Toxoplasmose: Agente etiológico: toxoplasma gondii, parasita intracelular obrigatório; Cerca de 40% das gestantes infectadas transmitem a doença para o feto se não forem tratadas adequadamente, e o risco de transmissão aumenta com o avanço da gravidez. O grau de comprometimento do concepto é maior no início da gestação; A transmissão da toxoplasmose ocorre com a ingestão de cistos do parasita, presentes na carne animal, ou de oocistos eliminados nas fezes de gatos, que podem estar presentes em alimentos, água ou outros materiais; A taxa de transmissão de mãe para o bebê é transplacentária, podendo ocorrer em qualquer período da gestação; Risco de transmissão: o Primeiro trimestre (15%): apresenta repercussões graves no concepto, óbito fetal ou neonatal, sequelas importante; o Segundo trimestre (25%): recém- nascido apresentará manifestações subclínicas; o Terceiro trimestre (65%): com manifestações subclínicas e mais raramente um quadro grave da parasitemia; O risco aproxima-se de 100% se a infecção da genitora ocorrer no último mês da gestação; Cerca de 70% das crianças acometidas são assintomáticas ao nascimento, no entanto, têm elevadas frequênciasde prematuridade, retardo do crescimento intrauterino, anormalidades liquóricas e cicatrizes de coriorretinite; A forma subclínica é a mais comum, com história materna, sorologia positiva no RN, alterações leves do líquor e, posteriormente, surgimento de sequelas oculares e neurológicas; Devido à alta prevalência da toxoplasmose no Brasil, deve-se realizar em toda a gestante, no início do pré-natal, a investigação sorológica para toxoplasmose, por meio da pesquisa de anticorpos IgG e IgM específicos: o IgG positiva -> infecção antiga e gestante imune; o IgM positiva -> gestante com infecção aguda; o Ambos negativos -> gestante suscetível, não imunizada; Prevenção: Recomenda-se: não comer carne crua ou mal passada, ingerir frutas, legumes e verduras bem lavados e descascados, evitar contato com fezes de gato, evitar manipular areia e terra ou utilizar luvas; Tratamento: é feito com droga, como pirimetamina, sulfadiazina, ácido fólico, entre outras; Rubéola: A infecção por rubéola pode resultar em má formação de vários tipos, dependendo da fase da gestação em que o vírus se instalou; Na infecção congênita da rubéola, predominam manifestações de infecção crônica, como morte fetal, parto prematuro e defeitos congênitos clássicos da SRC (perda auditiva, catarata e cardiopatia congênita). Outros achados, como meningoencefalite, pneumonia intersticial, lesões osteolíticas, retinopatia, glaucoma, hepatomegalia, icterícia, petéquias, adenopatia, anemia hemolítica e trombocitopenia, podem ser encontrados no período neonatal; As manifestações clínicas da infecção congênita da rubéola dependem do período em que ocorreu a infecção materna. A incidência de defeitos anatômicos é maior nos recém-nascidos de mães infectadas no primeiro trimestre da gestação. Crescimento intrauterino retardado pode ser a única sequela quando a infecção materna ocorrer no terceiro trimestre da gestação; Diagnóstico: Sorologia: a pesquisa de anticorpos IgM e IgG nos recém-nascidos e nas crianças suspeitas; PCR: o vírus da rubéola pode ser detectado por meio da PCR, pela identificação do RNA viral. Pode ser pesquisado em vários líquidos orgânicos, como secreções da orofaringe, respiratórias, líquido amniótico, urina e líquor; Não existe tratamento específico para a infecção congênita pelo vírus da rubéola; Vacinação: única forma de prevenir a rubéola. Recomenda-se que todas as mulheres em idade fértil ou que pretendam engravidar façam uso da vacina; Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Citomegalovírus: O citomegalovírus é um membro do grupo herpes vírus; É transmitido através do contato íntimo com secreções ou excreções de pessoas infectadas ou por meio de transfusão de sangue. A criança pode adquirir o vírus por via transplacentária, durante o parto ou pelo leite materno; Patogênese: essa virose é capaz de produzir infecções latentes no hospedeiro, devido a essa característica do vírus, tem sido descrito dois tipos de infecção: a primária e a recorrente ou reativação. No entanto, a transmissão da mãe para o filho do CMV recorrente é menor que a da primária; A infecção congênita é adquirida intra-útero por via transplacentária diferente da perinatal que, acontece durante a passagem pelo canal de parto infectado ou pelo aleitamento; Quadro clínico: cerca de 95% das crianças quando infectadas apresentam-se à forma assintomática da doença (são quase que exclusivas da infecção primária), apenas 5% apresentam doença sintomática. Ocorre envolvimento de múltiplos órgãos, particularmente o sistema retículo-endotelial e o SNC. No quadro clínico pode constar hepatoesplenomegalia, icterícia, anemia, petéquias, microcefalia, estrabismo e prematuridade; Diagnóstico: através de exames laboratoriais em que há o isolamento viral em cultura de fibroblastos humanos; Tratamento: é feito geralmente com medicamento ganciclovir; Herpes simples: São descritos 3 modos de transmissão da infecção: o Intrauterina: muito rara. Ocorre por meio de viremia materna ou infecção ascendente do trato genital, mesmo com membranas íntegras; A morte do concepto geralmente ocorre. Os sobreviventes exibem lesões de pele (vesículas, ulcerações ou cicatrizes), lesões oculares e graves anomalias do SNC, como microcefalia e hidranencefalia; o Perinatal: responde por 85% do total. Ocorre por meio do contato do recém- nascido com o trato genital materno infectado, com lesões ou não; Doença localizada na pele, olhos e boca: os sintomas estão presentes nas primeiras duas semanas de vida; Doenças do SNC; o Pós-natal: cerca de 10% das infecções; ocorre quando um cuidador com infecção ativa (p.ex., herpes labial) tem contato próximo com um recém- nascido; o Diagnóstico: exame materno na busca de lesões genitais sugestivas de herpes, cultura citológica das lesões, sorologia com anticorpos IgM para HSV e PCR no sangue ou líquor; o Tratamento: o RN com infecção perinatal pelo VHS provoca ou suspeita deve ser isolado com precauções totais. Medicamento aciclovir; o As estratégias de prevenção da infecção intrauterina e perinatal pelo HSV passam pela identificação das gestantes de alto risco, indicação de cesariana e terapia antiviral materna; Sífilis congênita: A sífilis congênita é adquirida por meio da disseminação do Treponema pallidum da mãe para o feto, principalmente por via transplacentária. O leite materno não transmite sífilis. O treponema provoca um processo inflamatório, comprometendo todos os órgãos do recém-nascido, com lesões viscerais, ósseas, pele e mucosas, e sistema nervoso central.; Sífilis precoce: Além da prematuridade e do baixo peso ao nascimento, as principais manifestações clínicas são hepatomegalia com ou sem esplenomegalia, lesões cutâneas, periostite, osteíte ou osteocondrite, pseudoparalisia dos membros (pseudoparalisia de Parrot), sofrimento respiratório com ou sem pneumonia, icterícia, anemia e linfadenopatia generalizada; As alterações laboratoriais mais frequentes são anemia, trombocitopenia, leucocitose (podem ocorrer reação leucemoide, linfocitose e monocitose) ou leucopenia e hiperbilirrubinemia; Sífilis tardia: sífilis que se declara após os 2 anos de vida. Goma de véu do paladar, lesões osteoarticulares, lesões viscerais e dos órgãos dos sentidos (comprometimento hepático, visão e audição), lesões do sistema nervoso (hidrocefalia, encefalomeningite, retardo mental) e deformidade dentária; Diagnóstico: feito através da história materna (suspeita). A determinação sorológica para sífilis deve ser realizada em toda gestante no primeiro trimestre e no início do terceiro Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina trimestre. Na internação para o parto, deve ser repetido o VDRL caso este tenha sido realizado há mais de 1 mês antes do parto.; O recém-nascido deverá ser investigado para sífilis congênita se o teste treponêmico materno for positivo e apresentar alguma condição como infecção pelo vírus HIV, e sífilis materna não tratada. A avaliação para sífilis deverá incluir: exame físico minucioso, VDRL quantitativo, exame de líquor, radiografia de ossos longos, teste de anticorpos IgM, PCR (polimerase em cadeia radioativa) e hemograma completo. O exame de VDRL positivo no sangue neonatal não necessariamente indica que o recém- nascido está infectado, pois o resultado pode ser proveniente de anticorpos maternos, tornando-se negativo após 4 a 6 meses. A confirmação de sífilis no RN é possível por meio da presença de treponema nas lesões, secreções, tecidos, placenta ou cordão umbilical. A sorologia treponêmica é útil na exclusão de resultados de VDRL falso- positivo; Conhecer os testes de triagem neonatal e relacionar à prematuridadeTeste do pezinho: Trata-se de ação preventiva que visa facilitar o diagnóstico precoce de certas doenças, reduzindo ou eliminando o risco de sequelas associadas ao atraso no reconhecimento e tratamento dessas condições. Toda criança nascida em território nacional tem o direito à triagem neonatal (Teste do Pezinho). Mas, para que este alcance o seu objetivo primordial de detectar algumas doenças que podem causar sequelas graves ao desenvolvimento e crescimento, o teste deve ser feito no momento e da forma adequados. O momento para a coleta, preferencialmente, não deve ser inferior a 48 horas de alimentação protéica (amamentação) e nunca superior a 30 dias, sendo o ideal entre o 3o e o 5o dia de vida; As doenças detectadas no teste do pezinho são: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, deficiência de biotinidase, hemoglobinopatia, fibrose cística e doença falciforme; Os laboratórios privados realizam testes para outras doenças, cabendo ao o pediatra selecionar as que são de interesse; Nos casos com resultados de triagem alterados, o laboratório central deve acionar o posto de coleta para que entre em contato com a família e trazer a criança para a realização de exames confirmatórios. Esse processo precisa ser ágil e eficaz para que a terapêutica precoce adequada possa ser instituída. Importante: o Teste do Pezinho é apenas um teste de triagem. Um resultado alterado não implica em diagnóstico definitivo de qualquer uma das doenças, necessitando, de exames confirmatórios; Teste do olhinho: O teste do olhinho ou teste do reflexo vermelho é um exame baseado na percepção do reflexo vermelho no olho do recém-nascido. Deve ser realizado no próprio berçário sempre antes da alta do bebê, nos primeiros 30 dias de vida; O médico observa o reflexo da luz emitida pela lanterninha no fundo do olho do bebê. Se há alguma alteração na estrutura, esse reflexo ganhar uma cor diferente e pode não ser igual entre os dois globos oculares; “No entanto, ele não fecha o diagnóstico por si só. Sua função é levantar a suspeitas”, esclarece Belfort Neto. Se o método acusar uma estranheza, a criança precisa ser encaminhada a um oftalmologista., que fará uma avaliação minuciosa para entender o que pode estar ocorrendo; Sem contraindicações, o exame deve ser feito em todas as crianças recém-nascidas (inclusive prematuras) com o objetivo de identificar casos precoces de cegueira, catarata congênita, retinoblastoma e outras alterações visuais. É rápido, sem dor, e é feito iluminando os olhos do recém-nascido por meio de um aparelho chamado oftalmoscópio, sem a necessidade de colírios. É importante que se repita o teste do olhinho regularmente até os 5 anos; Esse exame identifica as características do reflexo da luz nos olhos, sendo que o reflexo na cor vermelho-alaranjado é o normal e a coloração esbranquiçada indica alguma alteração. Na ausência do reflexo vermelho ou em casos de assimetria, a criança deve ser encaminhada ao oftalmologista com urgência para realizar outros exames e iniciar o tratamento adequado; Durante a gestação, as estruturas oculares são muito vulneráveis a danos genéticos ou teratogênicos que podem causar malformações. Nos países em desenvolvimento a frequência de malformações oculares associadas a anomalias e a disfunções sistêmicas é significativa devido aos agravos gestacionais e perigestacionais; As infecções congênitas, tais como a toxoplasmose e rubéola também afetam a estrutura ocular no período gestacional, justificando-se a preocupação com a identificação e o tratamento precoce da Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina gestante e do recém-nato. Após o nascimento, antes da alta da maternidade, o rastreamento visual ativo, por meio da inspeção externa e teste do reflexo vermelho, viabiliza a detecção de potenciais causas de anormalidades oculares tratáveis, a adequada orientação terapêutica, o aconselhamento genético e outras condutas de suporte às doenças oculares detectadas (catarata, glaucoma, retinoblastoma, anormalidades da retina, doenças sistêmicas com manifestações oculares, erros refrativos elevados); O teste do reflexo vermelho é uma ferramenta de rastreamento de alterações que possam comprometer a transparência dos meios oculares, tais como catarata (alteração da transparência do cristalino), glaucoma (alteração da transparência da córnea), toxoplasmose (alteração da transparência do vítreo pela inflamação), retinoblastoma (alteração da transparência do vítreo pelo tumor intraocular), descolamentos de retina tardios. Vale lembrar que o TRV não é a forma adequada de identificação precoce dos descolamentos de retina; O TRV deve ser realizado utilizando um oftalmoscópio direto, a 30 cm do olho do paciente, em sala escurecida. Não havendo necessidade de colírios. Em caso de reflexo alterado ou suspeito, o paciente deve ser encaminhado para o médico oftalmologista; Todos os nascidos devem ser submetidos ao TRV antes da alta da maternidade e, pelo menos, duas a três vezes ao ano, nos três primeiros anos de vida. Uma vez detectada qualquer alteração, o neonato precisa ser encaminhado para esclarecimento diagnóstico e conduta precoce em unidade especializada; Os prematuros nascidos com peso de nascimento (PN) <1.500 g e/ou IG <35 semanas de idade gestacional (IG) e admitidos em uma unidade de tratamento intensivo e intermediário neonatal devem ser examinados com oftalmoscópio indireto, com lente de 20 ou 28 dioptrias, sob midríase medicamentosa, a partir da 4ª semana de vida, por oftalmologista capacitado para o exame de mapeamento de retina em prematuros; Caso a forma grave da doença seja identificada (pré-limiar tipo 1 ou AP-ROP), está indicado tratamento por fotocoagulação com laser de diodo, sob analgesia e sedação ou anestesia geral; Metodologia dos cuidados da saúde ocular na infância: A pré-natal: o Identificação de situações de risco: História familiar e gestacional; Fatores hereditários: catarata, retinoblastoma, glaucoma e outros problemas oculares; Infecções: doenças TORCH (toxoplasmose, outras (sífilis, HIV), rubéolas e herpes; Exposição a drogas: álcool e drogas ilícitas (cocapina, crack, outras); Medicações: talidomida, misoprostol, benzodiapínicos; Fatores nutricionais e metabólicos; Radiação; o Intervenção: Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Orientação sobre os fatores de riscos e suas consequências para a gestante e seus familiares; Encaminhamentos para unidades especializadas em gestação de alto risco; Neonatal: o Identificação de situações de risco: História familiar, gestacional: Fatores hereditários: catarata, retinoblastoma, glaucoma e outros problemas oculares; Infecções: doenças TORCH (toxoplasmose, outras (sífilis, HIV), rubéolas e herpes; Exposição a drogas: álcool e drogas ilícitas (cocapina, crack, outras); Medicações: talidomida, misoprostol, benzodiapínicos; Fatores nutricionais e metabólicos; Radiação; o Local do parto: Inspeção ocular e anexos – inspeção das pálpebras, córnea e conjuntiva, íris e pupila; o Profilaxia da oftalmia neonatal: Recomenda-se o uso da povidona a 2,5% considerando sua menor toxicidade em relação ao uso do nitrato de prata a 1%; o Alojamento conjunto: Teste do coraçãozinho: O exame consiste em medir a saturação de oxigênio no sangue e a frequência cardíaca do recém-nascido, podendo ser capaz de identificar cardiopatias críticas. O exame é feito com um oxímetro posicionado no pulso e no pé do bebê; Deve ser realizado entre as primeiras 24 e 48 horas de vida do recém-nascido; Deve-se realizar a aferição da oximetria de pulso, em todo recém-nascido aparentementesaudável com idade gestacional > 34 semanas, antes da alta da Unidade Neonatal. Local de aferição: membro superior direito e em um dos membros inferiores. Para a adequada aferição, é necessário que o recém nascido esteja com as extremidades aquecidas e o monitor evidencie uma onda de traçado homogêneo; Momento da aferição: Entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar. Resultado normal: Saturação periférica maior ou igual a 95% em ambas as medidas (membro superior direito e membro inferior) e diferença menor que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior. Resultado anormal: Caso qualquer medida da SpO2 seja menor que 95% ou houver uma diferença igual ou maior que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior, uma nova aferição deverá ser realizada após 1 hora; Caso o resultado se confirme, um ecocardiograma deverá ser realizado dentro das 24 horas seguintes. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de 10 em cada mil nascidos podem apresentar alguma malformação congênita e, entre esses, dois podem ter cardiopatias graves e precisar de intervenção médica urgente. Cerca de 30% desses pacientes recebem alta sem diagnóstico; Se alguma alteração for identificada, o bebê deve ser submetido a um ecocardiograma; conforme o resultado do exame e avaliação médica, o recém-nascido pode ser encaminhado a um centro de referência em cardiopatias para tratamento e acompanhamento; Todos os resultados dos exames de triagem neonatal devem ser registrados na caderneta de saúde da criança. A criança deve manter acompanhamento de rotina em puericultura com pediatra, com avaliações periódicas, conforme determinação médica; As cardiopatias congênitas são anomalias resultantes de defeitos anatômicos do coração e/ou dos grandes vasos ocasionadas pelo desenvolvimento embriológico alterado, levando a comprometimento da estrutura e/ou da função cardíaca; A cardiopatia congênita é a malformação congênita mais comum e ocorre em 1% dos recém-nascidos vivos. As cardiopatias congênitas correspondem a cerca de 10% dos óbitos infantis e há um aumento de 30% da mortalidade nos casos em que a doença não é diagnosticada ao nascimento. Também foi observada maior número de internações, dias de hospitalização e maior custo por pacientes, com diagnóstico tardio; TÉCNICA DE AFERIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS: 1. Utilizar oxímetro de pulso com sensor neonatal e preferencialmente com sistema de proteção para artefatos de movimento; 2. Realizar a medida entre 24 a 48 horas de vida, para evitar falsos positivos por detecção de baixa saturação, associada à permeabilidade do canal arterial/forame oval, comuns nesse momento de vida; Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 3. O teste pode não detectar hipoxemia se houver interferência da luz ambiente, desprendimento parcial do sensor, interferência eletromagnética, má perfusão no local de medição e/ou hemoglobinopatia; 4. Posicionar o paciente confortavelmente, observar se as extremidades estão aquecidas e bem perfundidas e fazer a medida da oximetria de pulso no membro superior direito (pré-ductal) e em algum dos membros inferiores (pósductal). O valor deverá ser anotado quando a curva de pulso do oxímetro estiver estabilizada e o teste será considerado positivo quando houver SaO2 < 95% ou uma diferença ≥ a 3% entre as duas medidas; 5. Poderá ser realizada apenas a medida de saturação de um dos membros inferiores. Esta técnica está justificada por uma metanálise onde 60% dos estudos aferiram apenas a oximetria pós-ductal, e o acréscimo do diferencial da saturação com o membro superior propiciou um aumento de 70 para 80% de sensibilidade na triagem e redução dos falso-positivos. Neste caso, a medida deve ser realizada em qualquer um dos membros inferiores (MMII) e é considerada positiva quando a saturação (SaO2) é < 95%; 6. No caso de teste positivo, o exame deverá ser repetido após 1 hora. Se o exame inicial de triagem foi a medida apenas do membro inferior, recomenda-se o teste completo na 2ª aferição. Realizar também um exame físico detalhado buscando diagnósticos diferenciais como pneumonia e hipertensão pulmonar. Em caso de manutenção de SaO2 solicitar o parecer do cardiologista e ou a realização do ecocardiograma; 7. O teste apresenta maior taxa de falso-positivos em altas altitudes e em RN pré-termo. Nesses casos não há protocolo determinado de triagem. A saturação de oxigênio aferida associada ao exame físico e demais sinais clínicos do RN auxiliam na suspeita diagnóstica. O uso frequente de oxigenioterapia devido às patologias pulmonares associadas, nesse tipo de paciente, pode ser causa de falso-negativos; 8. O teste pode ser realizado em recém-nascidos que nasceram fora do ambiente hospitalar, utilizando-se um oxímetro portátil com sensor neonatal adequado e deverá ser interpretado da mesma maneira dos exames realizados intrahospitalar; 9. Nos pacientes com teste positivo e outra causa para hipoxemia identificada que apresenta melhora dos sintomas, o ecocardiograma poderá não ser necessário; 10. Orientar os familiares que a triagem negativa não afasta completamente o diagnóstico de cardiopatias, uma vez que algumas cardiopatias congênitas não apresentam hipoxemia. Cerca de 50% dos casos de coarctação de aorta podem não ser diagnosticados; 11. A execução deste teste não descarta a necessidade de realização de exame físico minucioso e detalhado em todo RN, antes da alta hospitalar. Na presença de outros sinais suspeitos de CCC o RN também deverá realizar avaliação especializada mesmo com teste de oximetria normal; 12. Caso seja confirmada a presença de CCC o tratamento deverá ser individualizado conforme cada patologia e o paciente deverá receber atendimento especializado de cardiologia pediátrica; Teste da orelhinha: Triagem neonatal realizada ainda na maternidade, no 2° ou 3° dia de vida do bebê; Consiste na produção de um estímulo sonoro e na captação do seu retorno por meio de uma delicada sonda introduzida na orelhinha do recém-nascido. Para o teste, usam-se emissões otoacústicas evocadas durante o sono natural do bebê, identificando-se uma possível deficiência auditiva; Se identificada alguma alteração, o bebê deve ser encaminhado para uma avaliação com fonoaudiólogo e otorrinolaringologista; A TAN deve ser realizada, preferencialmente, nos primeiros dias de vida (24h a 48h) na maternidade, e, no máximo, durante o primeiro mês de vida, a não ser em casos quando a saúde da criança não permita a realização dos exames. No caso de nascimentos que ocorram em domicílio, fora do ambiente hospitalar, ou em maternidades sem triagem auditiva, a realização do teste deverá ocorrer no primeiro mês de vida; Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina A presença ou ausência de indicadores de risco para a deficiência auditiva (Irda) deve orientar o protocolo a ser utilizado: Para os neonatos e lactentes sem indicador de risco, utiliza-se o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE). Caso não se obtenha resposta satisfatória (falha), repetir o teste de EOAE, ainda nesta etapa de teste. Caso a falha persista, realizar de imediato o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (Peate- Automático ou em modo triagem); Deve ser organizada em duas etapas (teste e reteste), no primeiro mês de vida Para os neonatos e lactentes com indicador de risco, utiliza se o teste de Peate-Automático ou em modo triagem; O registro das EOAE é recomendado na realização da TAN em crianças sem Irda, pois é um teste rápido, simples, não invasivo, com alta sensibilidade e especificidade, capaz de identificar a maioria das perdas auditivas cocleares em torno de 30-35 dB.O registro das EOAE não possibilita a identificação de perdas auditivas retrococleares, que, no entanto, são mais prevalentes na população com Irda. Para a realização do registro das EOAE é necessária a integridade anatômica da orelha externa e média; A deficiência auditiva pode resultar em deficiências de fala e de aprendizado, mas a instituição do tratamento precoce para a criança, sobretudo antes dos seis meses de vida, apresenta grandes chances de desenvolvimento da linguagem e de melhor adaptação psicossocial; São considerados neonatos ou lactentes com indicadores de risco para deficiência auditiva (Irda) aqueles que apresentarem os seguintes fatores em suas histórias clínicas: Preocupação dos pais com o desenvolvimento da criança, da audição, fala ou linguagem; Antecedente familiar de surdez permanente, com início desde a infância, sendo assim considerado como risco de hereditariedade. Os casos de consanguinidade devem ser incluídos neste item; Permanência na UTI por mais de cinco dias, ou a ocorrência de qualquer uma das seguintes condições, independente do tempo de permanência na UTI: o Ventilação extracorpórea; o Ventilação assistida; o Exposição a drogas ototóxicas como antibióticos aminoglicosídeos e/ou diuréticos de alça; o Hiperbilirrubinemia; o Anóxia perinatal grave; o Apgar Neonatal de 0 a 4 no primeiro minuto, ou 0 a 6 no quinto minuto; o Peso ao nascer inferior a 1.500 gramas; o Infecções congênitas (toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes, sífilis, HIV); o Anomalias craniofaciais envolvendo orelha e osso temporal; o Síndromes genéticas que usualmente expressam deficiência auditiva (como Waardenburg, Alport, Pendred, entre outras); o Distúrbios neurodegenerativos (ataxia de Friedreich, síndrome de Charcot-Marie- Tooth); o Infecções bacterianas ou virais pós-natais como citomegalovírus, herpes, sarampo, varicela e meningite; o Traumatismo craniano; o Quimioterapia; A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) tem por finalidade a identificação o mais precocemente possível da deficiência auditiva nos neonatos e lactentes. Consiste no teste e reteste, com medidas fisiológicas e eletrofisiológicas da audição, com o objetivo de encaminhá-los para diagnóstico dessa deficiência, e intervenções adequadas à criança e sua família; No caso de deficiência auditiva permanente, o diagnóstico funcional e a intervenção iniciados antes dos seis meses de vida da criança possibilitam, em geral, melhores resultados para o desenvolvimento da função auditiva, da linguagem, da fala, do processo de aprendizagem e, consequentemente, a inclusão no mercado de trabalho e melhor qualidade de vida; Referências 1. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2 018/junho/12/SEI-MS-2937931-Nota-Tecnica.pdf 2. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretri zes_atencao_triagem_auditiva_neonatal.pdf 3. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/junho/12/SEI-MS-2937931-Nota-Tecnica.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/junho/12/SEI-MS-2937931-Nota-Tecnica.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_triagem_auditiva_neonatal.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_triagem_auditiva_neonatal.pdf
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