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Tutoria 1 - Módulo 1 - 3 Período

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Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
 
 
 Compreender as avaliações do recém nascido 
Capurro somático 
 O Escore de Capurro avalia características 
somáticas e neurológicas do recém-nascido para 
identificar a idade gestacional. Ele é usado quando 
outros métodos de cálculo da idade gestacional 
não são possíveis, ou seja, quando a mãe não 
sabe a data da última menstruação e também 
não fez a ultrassonografia gestacional precoce 
(antes de 14 semanas de gestação); 
 Método capurro é utilizado a partir de 
parâmetros somáticos e neurológicos, esse 
método estima a idade gestacional do recém-
nascido. Ele é aplicável para recém-nascidos de 
29 semanas ou mais; 
 O Método de Capurro Somático utiliza 5 
características somáticas, enquanto que o 
Capurrro Somático e Neurológico utiliza 4 
parâmetros somáticos e 2 neurológicos; 
 Cada parâmetro conta com diferentes opções 
que recebem pontuações distintas. A avaliação 
da idade gestacional em semanas, é feita com a 
soma do total de pontos obtidos, mais 204, e o 
resultado dividido por 7; 
Capurro somático 
Textura da pele 0 5 10 15 20 
Forma da orelha 0 8 16 24 
Glândula Mamária 0 5 10 15 
Formação do Mamilo 0 5 10 15 
Pregas plantares 0 5 10 15 20 
K=204 
K+ soma de pontas = idade gestacional em dias; 
Desvio padrão +- 8,4 dias 
 
Capurro somático e Neurológico 
Textura da pele 0 8 16 24 
Forma da orelha 0 5 10 15 20 
Glândula Mamária 0 5 10 15 
Pregas plantares 0 5 10 15 20 
Sinal do xale 0 6 12 18 
Posição da cabeça ao 
levantar o RN 
0 4 8 12 
K=200 
K+ soma de pontas = idade gestacional em dias; 
Desvio padrão +- 8,4 dias 
 
 Pontuações e parâmetros: 
 
 
Textura da pele 
0 pontos Muito fina, gelatinosa; 
5 pontos Fina e lisa; 
10 pontos Algo mais grossa, discreta descamação 
superficial; 
15 pontos Grossa, rugas superficiais, descamação 
nas mãos e pés; 
20 pontos Grossa apergaminhada, com gretas 
profundas 
 
Forma de orelha 
0 pontos Chata disforme, pavilhão não encurvado; 
8 pontos Pavilhão parcialmente encurvado na 
borda; 
16 pontos Pavilhão parcialmente encurvado em 
toda parte superior; 
24 pontos Pavilhão totalmente encurvado; 
 
Glândula mamária 
0 pontos Não palpável; 
5 pontos Palpável, menos de 5 mm; 
10 pontos Entre 5 e 10 mm; 
15 pontos Maior de 10 mm; 
 
Pregas plantares 
0 pontos Sem pregas; 
5 pontos Marcas mal definidas sobre a parte 
anterior da planta; 
15 pontos Marcas bem definidas sobre a metade 
anterior, e sulcos no terço anterior; 
20 pontos Sulcos em mais da metade anterior da 
planta; 
 
Sinal do Xale 
0 pontos O cotovelo alcança a linha axilar anterior 
do lado oposto; 
6 pontos O cotovelo situado entre a linha axilar 
anterior do lado oposto e a linha média; 
12 pontos O cotovelo situado ao nível da linha 
média; 
18 pontos O cotovelo situado entre a linha média e 
a linha maxilar anterior do mesmo lado; 
 
 
 
 
 
 
 
Tutoria 1 – Módulo 1 
Prematuridade Fetal 
 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
Posição da cabeça ao levantar o RN 
0 pontos Cabeça totalmente desflexionada, ângulo 
toráxico 270°; 
4 pontos Ângulo cérvico-toráxico entre 180° e 
270°; 
8 pontos Ângulo cérvico-toráxico igual a 180°; 
12 pontos Ângulo cérvico-toráxico menor de 180°; 
 
Formação do Mamilo 
0 pontos Apenas visível; 
5 pontos Aréola pigmentada – diâmetro menor 
que 7,5mm; 
10 pontos Aréola pigmentada, pontiaguda – 
diâmetro menor que 7,5 mm, borda não 
levantada; 
15 pontos Aréola pigmentada, pontiaguda – 
diâmetro menor que 7,5 mm, borda não 
levantada; 
 
 Levar em consideração, para recém-nascidos 
extremamente prematuros, os seguintes 
critérios: 
 Pálpebras fundidas (recém nascido 
geralmente menor que 26 semanas), pele 
gelatinosa, fragilidade dos vasos sanguíneos 
e escoriações da pele; pele pegajosa, 
mamilo imperceptível e ausência de 
lanugem, nos recém-nascidos com menos 
de 25-26 semanas de gestação; 
 Outro método – Escore de New-Ballard: 
 Usado para estimar a idade gestacional do 
recém-nascido, o método de New ballard é 
uma ferramenta precisa para avaliação da 
idade gestacional em recém-nascidos de 
muito baixo peso ao nascer; 
 Ele utiliza a análise de 6 parâmetros 
neurológicos (postura, ângulo de flexão do 
punho, retração do braço, ângulo poplíteo, 
sinal do xale e calcanha-orelha) e 6 
parâmetros físicos (pele, lanugo, superfície 
plantar, glândula mamária, olhos/orelhas e 
genital masculino/feminino), a cada um dos 
quais se atribui uma pontuação que, na 
somatória, determinará a estimativa da idade 
gestacional. Este é um método modificado 
da versão original, sendo agregados alguns 
itens, permitindo assim a avaliação de RN 
com IG a partir de 20 semanas; 
 Classificação da idade gestacional: 
 Recém-nascido Prematuro: < 34 semanas 
de gestação; 
 Recém-nascido Pré-termo tardio: 34 a < 37 
semanas; 
 Recém-nascido A termo precoce: 37 0/7 
semanas a 38 6/7 semanas; 
 Recém-nascido A termo completo: 39 0/7 
semanas a 40 6/7 semanas; 
 Recém-nascido A termo tardio: 41 0/7 
semanas a 41 6/7 semanas; 
 Recém-nascido Pós-termo: 42 0/7 semanas 
e além 
 Recém-nascido Pós-termo: > 42 semanas 
Crescimento Intrauterino 
 No início da vida fetal o principal determinante do 
crescimento é o genoma, porém, nas fases 
posteriores o crescimento é influenciado por 
fatores hormonais, imunológicos, vasculares, 
nutricionais e ambientais. A ocorrência de 
qualquer distúrbio em um desses fatores pode 
resultar na restrição do crescimento fetal. 
Portanto, o crescimento intrauterino é 
influenciado pelo potencial genético e controlado 
pelo meio no qual o feto está inserido. 
Entretanto, os dois principais fatores que 
impedem o crescimento fetal são a nutrição 
inadequada e a capacidade uterina insuficiente; 
 Battaglia e Lubchenco definiram recém-nascido 
pequeno para a idade gestacional (PIG) quando o 
peso fetal encontra-se abaixo do percentil 10 
para a idade gestacional; 
 É importante afirmar que, alguns recém-
nascidos PIG, classificados como 
constitucionalmente pequenos e que 
apresentam curva de crescimento com 
distribuição normal, não apresentam os estigmas 
da restrição patológica de crescimento, sendo 
apenas biologicamente menores.. Portanto, em 
algumas situações é difícil diferenciar fetos com 
restrição de crescimento intra-uterino (RCIU) de 
fetos PIG saudáveis; 
 Classificação: 
 Lin e Santolaya-Forgas (1998)15 dividem o 
crescimento celular fetal em três fases 
consecutivas: de hiperplasia, presente nas 
primeiras 16 semanas e que se caracteriza 
por aumento do número de células; de 
hiperplasia e hipertrofia celular, presente 
entre a 16ª e 32ª semanas e de hipertrofia, 
presente após a 32ª semana e caracterizada 
principalmente pela deposição de gordura 
resultante do metabolismo do glicogênio. 
 Considerando-se o fator causal, a idade 
gestacional em que ocorre a agressão e os 
órgãos acometidos, os recém-nascidos com 
RCIU são classificados em três tipos: 
o Tipo I – Simétrico ou intrínseco ou 
proporcional ou hipoplásico: ocorre em 
20% dos casos, sendo decorrente de 
fatores etiológicos que atuam no início 
da gravidez, na fase de hiperplasia 
celular, reduzindo o número de células 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
dos órgãos. Tem evolução crônica e os 
principais fatores etiológicos são as 
infecções maternas (TORCH), as 
alterações cromossômicas e as 
malformações congênitas. Os fetos 
constitucionalmente pequenos também 
apresentam crescimento simétrico, ou 
o seja, são proporcionalmente pequenos, 
o que pode dificultar o diagnóstico 
diferencial. Geralmente não apresentam 
hipóxia neonatal; 
o Tipo II – Assimétrico ou 
desproporcional: ocorre em 75% dos 
casos, sendo geralmente decorrente de 
insuficiência placentária. A agressão 
ocorre desde o início do 3.º trimestreda 
gravidez, na fase de hipertrofia celular, 
determinando déficit no crescimento 
celular (hipotrofia). Como consequência 
observa-se desproporção entre o 
crescimento do pólo cefálico e do 
tronco e membros. Essa desproporção 
resulta da redução da circunferência 
abdominal, uma vez que o fígado, 
principal órgão afetado tem seu 
crescimento prejudicado pelo maior 
consumo de glicogênio, caracterizando 
os fetos como magros, com estatura 
normal e pólo cefálico 
proporcionalmente grande. Nessa fase 
de hiperplasia ocorre redução da oferta 
de nutrientes que determina 
redistribuição dos fluxos sanguíneos 
para privilegiar órgãos como cérebro, 
coração e supra-renais. Podem 
apresentar hipóxia e hipoglicemia; 
o Tipo III – Intermediário ou misto: 
responde por 5% a 10% dos casos, 
sendo conseqüente a processos de 
agressão tanto na fase de hiperplasia 
quanto na de hipertrofia do crescimento 
celular. Os principais fatores etiológicos 
são desnutrição materna e consumo de 
drogas ilícitas, álcool, fumo e cafeína. O 
diagnóstico clínico do tipo III é difícil, 
sendo geralmente os RN classificados 
como tipo I ou II; 
APGAR 
 O escore de Apgar, também chamado de índice 
de Apgar ou escala de Apgar, é um dos 
métodos mais utilizados para a avaliação imediata 
do recém-nascido (RN), principalmente, no 
primeiro e no quinto minutos de vida; 
 O teste foi desenvolvido pela Dra. Virginia Apgar, 
médica norte-americana, responsável pela 
criação do que viria a ser a neonatologia, para 
avaliar 5 sinais objetivos do recém-nascido, 
atribuindo a cada sinal uma pontuação de 0 a 2; 
 Os sinais avaliados são: coloração da pele, pulso, 
irritabilidade reflexa, esforço respiratório, tônus 
muscular, conforme mostra a tabela abaixo. O 
somatório da pontuação (no mínimo 0 e no 
máximo 10) resultará no Escore de Apgar; 
 
 Interpretação dos resultados: 
 De 0 a 3 – Asfixia grave; 
 De 4 a 6 – Asfixia moderada; 
 De 7 a 10 – Boa vitalidade, boa adaptação; 
 O resultado do primeiro minuto geralmente está 
relacionado com o pH do cordão umbilical e 
traduz asfixia intraparto; 
 Já o Apgar do quinto minuto se relaciona com 
eventuais sequelas neurológicas; 
 Além disso, escore menor que 7 é indicativo de 
asfixia perinatal; 
 O escore deixou de ser usado com o objetivo 
de determinar a reanimação neonatal e passou 
 Índice 0 Índice 1 Índice 2 Component
e 
(Acrônimo) 
 
 
Cor da 
pele 
Cianose 
(coloração 
azulada) ou 
palidez 
Cianose 
nas 
extremi-
dades ou 
acrocia-
nose 
(colora-
ção ar-
roxada) 
Sem 
cianose. 
Corpo e 
extremi-
dade 
rosados 
 
 
 
Aparência 
 
Pulsação 
arterial 
Não 
detectável 
<100 
batiment
os por 
minuto 
>100 
batiment
os por 
minuto 
 
Pulso 
 
Irritabilidad
e reflexa 
Sem 
resposta a 
estímulo 
Careta 
ou 
estimula-
ção 
agressi-
va 
Choro 
vigoroso, 
tosse ou 
espirro 
 
Gesticula-
ção 
 
 
 
Atividade 
(tônus 
muscular) 
Flacidez 
(nenhuma 
ou pouca 
atividade) 
Alguns 
movime
ntos das 
extremi-
dades 
(braços 
e 
pernas) 
Muita 
atividade: 
braços e 
pernas 
flexiona-
dos, que 
resistem 
à exten-
são 
 
 
 
 
Atividade 
Esforço 
respiratóri
o 
Ausente Fraco/le-
nto, irre-
gular 
Forte, 
choro 
vigoroso 
 
Respiração 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
a ser usado para avaliar a resposta do RN às 
manobras realizadas; 
 Entender a icterícia e comparar com os achados 
clínicos: 
Definição 
 A icterícia neonatal é decorrente do acúmulo de 
pigmento bilirrubínico não-conjugado, então 
bilirrubina indireta, a qual é lipossolúvel e por isso 
ela pode impregnar no SNC e levar a 
encefalopatia bilirrubínica; 
 O acúmulo de pigmento bilirrubínico leva a 
coloração amarelada da pele e mucosas; 
 Na icterícia neonatal se tem uma 
hiperbilirrubinemia em geral indireta, a qual se 
manifesta clinicamente quando se tem Bilirrubina 
indireta acima de 5 mg/dL; 
 Raramente em um bebê com icterícia neonatal 
vai ter um aumento de bilirrubina direta, nessas 
situações se tem outras patologias como: 
Colestase neonatal, TORCHS, Sepse; 
Diagnóstico 
 Clínico: 
 Identificar fatores de risco; 
 Examinar RN a cada 8-12 horas; 
 Laboratorial: 
 Dosagem de bilirrubina total e frações; 
 Hemoglobina e hematócrito, por que a 
icterícia pode acontecer por causa da 
destruição de hemoglobina ocasionando a 
sobrecarga do hepatócito de bilirrubina 
indireta devido a destruição de hemácias. 
Podendo ter uma anemia associada; 
 Reticulócitos, pois precisa saber como a 
medula está respondendo a destruição de 
hemácias exagerada ou não; 
 Tipagem sanguínea mãe e do recém-
nascido, para avaliar as causas mais comuns 
de incompatibilidade sanguínea que levam a 
doenças hemolíticas causando icterícia 
neonatal; 
Fisiopatologia 
 Adaptação do metabolismo da bilirrubina: 
 Feto produz bilirrubina indireta que por ser 
lipossolúvel é eliminada pela placenta; 
 Quando nasce ele é obrigado a produzir 
bilirrubina indireta, a qual é hidrossolúvel para 
ser eliminada pelo sistema biliar e trato 
gastrointestinal; 
 Metabolismo da bilirrubina: 
 A hemoglobina das hemácias é degradada 
em HEME  a qual sofre ação da Heme 
oxigenasse gerando a BILIVERDINA  a qual 
sofre ação da biloverdina redutase gerando 
a Bilirrubina indireta (não circula sozinha na 
circulação, ela circula acoplada a albumina); 
 Quando a bilirrubina indireta chega ao hepatócito 
a albumina é devolvida para a circulação e dentro 
do hepatócito, a bilirrubina indireta se combina ao 
ácido glicurônico através da ação da enzima 
UGT1A1 (glucoronil transferase) e essa 
conjugação gera a bilirrubina direta; 
 Bilirrubina direta é excretada para a via biliar e 
depois para o trato gastrointestinal onde ela 
pode sofrer ação das enzimas glucoronidases, a 
qual desconjuga ela transformando-a novamente 
na bilirrubina indireta, o que faz com que ela 
tenha que volte a ser conjugada; 
 Mas em geral, a bilirrubina direta sofre ação de 
bactérias que geram o urobilinogênio, a qual 
pode virar urobilina e ser excretada pelos rins ou 
estercobilinogênio ou estercobilina e ser 
excretado pelas fezes; 
 O recém nascido tem maior suscetibilidade a ter 
icterícia pois ele possui falhas no metabolismo da 
bilirrubina, pois ele possui uma quantidade maior 
de bilirrubina indireta para o hepatócito, devido 
ao maior volume eritrocitário, menor meia-vida 
hemácias e doenças hemolíticas; 
 Além disso possui uma redução clearence 
hepático e entérico de bilirrubina, devido a maior 
capacidade de captação e conjugação hepáticas 
e aumento da circulação enterro-hepática. O RN 
quando nasce tem uma trato gastrointestinal 
estéril, então ele tem uma menor flora intestinal 
para permitir a transformação em urobilinogênio 
que depois vai ser excretado e possui uma maior 
quantidade de beta glucoronidase, a qual vem do 
leite materno e é responsável pelo desmonte da 
bilirrubina direta em bilirrubina indireta; 
Classificação 
 Zonas de Kramer: 
 Zona 1. Icterícia de cabeça e pescoço (BT-
bilirrubina total = 6mg/dL); 
 Zona 2. Icterícia até no umbigo (BT = 
9mg/dL); 
 Zona 3. Icterícia até os joelhos (BT= 
12mg/dL); 
 Zona 4. Icterícia até os tornozelos e/ou 
antebraço (BT= 15mg/dL); 
 Zona 5. Icterícia até região plantar e palmar 
(BT= 18mg/dL ou mais); 
 A icterícia fisiológica só chega até no máximo 
12mg/dL, então em casos de zona 4 e 5 é 
importante uma maior atenção; 
 Encefalopatia bilirrubínica: 
 Lesão cerebral pela bilirrubina indireta, a qual 
é lipossolúvel e vai penetrar no SNC e ataca 
os gânglios da base; 
 Fase aguda: 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
o Letargia; 
o Hipotonia  Choro estridente e 
hipertonia com hipertermia; 
o Pode resultar em coma e morte; 
 Forma crônica - Kernicterus: 
o Paralisia cerebral atetoide grave; 
o Neuropatia auditiva; 
o Paresia vertical do olhar; 
o Displasia dentária;o Nessa forma pode ter ou não retardo 
mental; 
Causas 
 Icterícia fisiológica: 
 Leva a icterícia neonatal tardia >24h; 
 Tem diferença em como vai começar no 
RN a termo e o pré-termo; 
 A termo: 
o Início após 24 HV; 
o Pico 3° ao 4° dia; 
o Máx: 12 mg/dL; 
o Normal em 7 dias; 
 Pré-termo: 
o Início após 24 HV; 
o Pico 4° ao 7° dia; 
o Máx: 15 mg/dL; 
o Normal 10-30 dias; 
o Demora mais para que ele se recupere 
da icterícia fisiológica por que o 
metabolismo hepático da bilirrubina está 
imaturo; 
 Fatores de risco para hiperbilirrubinemia 
indireta: 
o Idade materna; 
o Asiáticos – possuem mais icterícia; 
o Diabetes materno; 
o Prematuridade; 
o Extravasamento de sangue; 
o Perda de peso; 
o Retardo para evacuar; 
 Icterícia pelo aleitamento materno: 
 Leva a icterícia neonatal tardia >24h; 
 Na 1ª semana de vida; 
 Déficit de ingestão – dificuldade de sucção, 
pouca oferta láctea; 
 Perda de peso > 7%; 
 Desidratação; 
 Aumento da circulação entero-hepática  
Sobrecarga de bilirrubina no hepatócito  
Hiperbilirrubinemia indireta, devido a 
imaturidade do hepatócito ele não consegue 
captar toda a bilirrubina necessária; 
 Síndrome da icterícia do leite materno: 
 Leva a icterícia neonatal tardia >24h; 
 Predisposição genética a icterícia, então o 
aleitamento materno (substâncias presentes 
no leite materno) atuam ativando fenótipo 
associados a uma menor capacidade de 
conjugação hepática, ou seja menor 
atividade da UGT1A1 (glucoranil transferase); 
 Leite materno é um modificador ambiental 
para a expressão dos fenótipos e com o 
leite materno é expresso o fenótipo e se 
tem uma menor capacidade de conjugação 
hepática; 
 Icterícia desde a 1ª semana de vida; 
 Persiste por 2-3 semanas; 
 Hiperbilirrubinemia indireta patológica pode levar 
a uma icterícia neonatal precoce < 24h; 
 Como diferenciar a síndrome da icterícia do 
leite materno para as outras causas: 
 Icterícia fisológica: 
o Persistência; 
 Icterícia do aleitamento materno: 
o Diferente do aleitamento materno, a 
síndrome da icterícia do leite materno 
tem um RN com bom estado geral do 
recém-nascido e bom ganho pondero-
estatural;t 
Tratamento 
 Icterícia precoce  Colher exames + 
fototerapia; 
 Icterícia tardia  Zona <2  Observação 
clínica; 
 Icterícia tardia  Zona >/=2  Colher exames 
 >p75 Bhutani  Fototerapia; 
 Icterícia tardia  Zona >/=2  Colher exames 
 <p75 Bhutani  Observação clínica; 
 Alta: 
 Icterícia em zona de risco intermediário ou 
baixo; 
 Após 48h sem icterícia ou icterícia zona I; 
 Pedir retorno ambulatorial em 48-72h para 
avaliação; 
 Fototerapia: 
 Depende da: 
o Dosagem da bilirrubina total; 
o Idade gestacional/peso nascimento; 
o Idade pós-natal; 
o Presença de fatores de risco para lesão 
bilirrubínica neuronal; 
 Quando tratar: 
o Em RN >/= 35 semanas: 
 
Idade pós natal 
Níveis de bilirrubina total (mg/dL) 
35-37 semanas 6/7 >/=38 semanas 
24 horas 8 10 
36 horas 9,5 11,5 
48 horas 11 13 
72 horas 13 15 
96 horas 14 16 
5 a 7 dias 15 17 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
 
Diminuir em 2 mg/dL o nível se fatores de risco para 
neurotoxicidade 
o Em RN < 35 semanas: 
Peso ao nascer Nível de bilirrubina total (mg/dL) 
<1000g 4 a 6 
1001-1500g 6 a 8 
1501-2000g 8 a 10 
2001-2500g 10 a 12 
 
Considerar valor inferior se fatores de risco para 
neurotoxicidade 
 Como funciona: 
o A bilirrubina indireta na pele sofre ação 
da luz azul e sofre uma 
fotoisomerização, que transforma a 
bilirrubina indireta em um isômero que é 
mais solúvel, a bilirrubina-4Z,15E e que 
consegue ser excretada pela bile; 
o Mesmo ainda sendo a bilirrubina indireta 
passa a ser um novo isômero que 
consegue ser excretado; 
o Além da bilirrubina-4Z,15E, a fototerapia 
também é responsável por produzir a 
lumirrubina que é excretada pela urina; 
o A luz azul é a que está na faixa entre 
420 e 470 nanômetros e que leva as 
reações químicas com a bilirrubina; 
 Eficácia depende: 
o Comprimento de onda da luz, a qual tem 
que ser lâmpada azul; 
o Irradiância espectral, ou seja, a potência 
da luz e se considera que a fototerapia 
intensiva quando a irradiância é maior ou 
igual a 30; 
o Distância entre as luzes e o recém-
nascido; 
o Superfície de pele exposta, quanto mais 
pele exposta melhor o resultado, por 
isso ele deve ficar só de fralda; 
 Cuidados: 
o Temperatura do RN, devemos ter 
cuidado com a hipo e a hipertermia; 
o Oferta hídrica, pois ocorre o aumento 
de perdas insensíveis e por isso ele 
precisa mamar bem; 
o Proteção ocular radiopaca, para que os 
olhos não sejam lesados; 
o Síndrome do bebê bronzeado que é o 
aparecimento da cor da pele castanho 
ou acinzentado devido a impregnação 
da pele por bilirrubina direta e a urina 
também fica escura; 
o Reavaliar BTF (bilirrubina total e frações) 
a cada 4-8h para ver se esta diminuindo; 
o Suspender quando a bilirrubina total 
estiver maior que 8-10 mg/dL; 
Epidemiologia 
 60% dos RN a termo; 
 80% RN prematuros tardios; 
 100% RN prematuros IG < 35 anos; 
 Icterícia persistente (dura mais que uma ou duas 
semanas de vida) em 10% dos RN em 
aleitamento materno exclusivo; 
Curiosidades 
 Como saber se é fisiológica ou se preciso tratar? 
 Será que pode levar a kernicterus? 
 Fatores de risco para hiperbilirrubinemia 
significativa (BT> 17 mg/dL): 
 Asiáticos; 
 Irmão anterior com icterícia; 
 Aleitamento materno exclusivo; 
 Idade gestacional </=36 semanas; 
 Icterícia nas primeiras 24 horas de vida; 
 Doença hemolítica; 
 Cefalohematoma ou equimoses; 
 Dosagem de BT pré-alta; 
 
 Fatores de risco para neurotoxicidade pela 
bilirrubina: 
 Idade gestacional <36 semanas; 
 Doença hemolítica; 
 Deficiência de G6PD; 
 Asfixia; 
 Sepse; 
 Acidose; 
 Albumina <3g/dL; 
 Conhecer o exame TORCHS,(frisar a sífilis 
congênita) 
 O Ministério da Saúde do Brasil recomenda que 
sejam realizados os exames sorológicos de 
triagem para as seguintes doenças: sífilis, 
hepatite B, HIV e toxoplasmose, além da 
sorologia para rubéola quando houver sintomas 
sugestivos. O manual técnico de 2006 orienta a 
realização do Venereal Disease Research 
Laboratory Test – VDRL (primeira consulta e 
próximo da 30ª semana), anti-HIV (primeira 
consulta e, sempre que possível, repetir próximo 
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da 30ª semana), HBsAg, se disponível 
(preferencialmente próximo da 30ª semana), e 
pesquisa de IgM para toxoplasmose, se 
disponível (na primeira consulta, sem 
recomendação de repetição). Refere que, na 
presença de sintomas sugestivos pode ser 
acrescida a sorologia para rubéola; 
 Toxoplasmose: 
 Agente etiológico: toxoplasma gondii, 
parasita intracelular obrigatório; 
 Cerca de 40% das gestantes infectadas 
transmitem a doença para o feto se não 
forem tratadas adequadamente, e o risco de 
transmissão aumenta com o avanço da 
gravidez. O grau de comprometimento do 
concepto é maior no início da gestação; 
 A transmissão da toxoplasmose ocorre com 
a ingestão de cistos do parasita, presentes 
na carne animal, ou de oocistos eliminados 
nas fezes de gatos, que podem estar 
presentes em alimentos, água ou outros 
materiais; 
 A taxa de transmissão de mãe para o bebê 
é transplacentária, podendo ocorrer em 
qualquer período da gestação; 
 Risco de transmissão: 
o Primeiro trimestre (15%): apresenta 
repercussões graves no concepto, óbito 
fetal ou neonatal, sequelas importante; 
o Segundo trimestre (25%): recém-
nascido apresentará manifestações 
subclínicas; 
o Terceiro trimestre (65%): com 
manifestações subclínicas e mais 
raramente um quadro grave da 
parasitemia; 
 O risco aproxima-se de 100% se a infecção 
da genitora ocorrer no último mês da 
gestação; 
 Cerca de 70% das crianças acometidas são 
assintomáticas ao nascimento, no entanto, 
têm elevadas frequênciasde prematuridade, 
retardo do crescimento intrauterino, 
anormalidades liquóricas e cicatrizes de 
coriorretinite; 
 A forma subclínica é a mais comum, com 
história materna, sorologia positiva no RN, 
alterações leves do líquor e, posteriormente, 
surgimento de sequelas oculares e 
neurológicas; 
 Devido à alta prevalência da toxoplasmose 
no Brasil, deve-se realizar em toda a 
gestante, no início do pré-natal, a 
investigação sorológica para toxoplasmose, 
por meio da pesquisa de anticorpos IgG e 
IgM específicos: 
o IgG positiva -> infecção antiga e 
gestante imune; 
o IgM positiva -> gestante com infecção 
aguda; 
o Ambos negativos -> gestante 
suscetível, não imunizada; 
 Prevenção: Recomenda-se: não comer 
carne crua ou mal passada, ingerir frutas, 
legumes e verduras bem lavados e 
descascados, evitar contato com fezes de 
gato, evitar manipular areia e terra ou utilizar 
luvas; 
 Tratamento: é feito com droga, como 
pirimetamina, sulfadiazina, ácido fólico, entre 
outras; 
 Rubéola: 
 A infecção por rubéola pode resultar em 
má formação de vários tipos, dependendo 
da fase da gestação em que o vírus se 
instalou; 
 Na infecção congênita da rubéola, 
predominam manifestações de infecção 
crônica, como morte fetal, parto prematuro 
e defeitos congênitos clássicos da SRC 
(perda auditiva, catarata e cardiopatia 
congênita). Outros achados, como 
meningoencefalite, pneumonia intersticial, 
lesões osteolíticas, retinopatia, glaucoma, 
hepatomegalia, icterícia, petéquias, 
adenopatia, anemia hemolítica e 
trombocitopenia, podem ser encontrados 
no período neonatal; 
 As manifestações clínicas da infecção 
congênita da rubéola dependem do período 
em que ocorreu a infecção materna. A 
incidência de defeitos anatômicos é maior 
nos recém-nascidos de mães infectadas no 
primeiro trimestre da gestação. Crescimento 
intrauterino retardado pode ser a única 
sequela quando a infecção materna ocorrer 
no terceiro trimestre da gestação; 
 Diagnóstico: Sorologia: a pesquisa de 
anticorpos IgM e IgG nos recém-nascidos e 
nas crianças suspeitas; 
 PCR: o vírus da rubéola pode ser detectado 
por meio da PCR, pela identificação do RNA 
viral. Pode ser pesquisado em vários líquidos 
orgânicos, como secreções da orofaringe, 
respiratórias, líquido amniótico, urina e líquor; 
 Não existe tratamento específico para a 
infecção congênita pelo vírus da rubéola; 
 Vacinação: única forma de prevenir a 
rubéola. Recomenda-se que todas as 
mulheres em idade fértil ou que pretendam 
engravidar façam uso da vacina; 
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 Citomegalovírus: 
 O citomegalovírus é um membro do grupo 
herpes vírus; 
 É transmitido através do contato íntimo com 
secreções ou excreções de pessoas 
infectadas ou por meio de transfusão de 
sangue. A criança pode adquirir o vírus por 
via transplacentária, durante o parto ou pelo 
leite materno; 
 Patogênese: essa virose é capaz de produzir 
infecções latentes no hospedeiro, devido a 
essa característica do vírus, tem sido 
descrito dois tipos de infecção: a primária e 
a recorrente ou reativação. No entanto, a 
transmissão da mãe para o filho do CMV 
recorrente é menor que a da primária; 
 A infecção congênita é adquirida intra-útero 
por via transplacentária diferente da perinatal 
que, acontece durante a passagem pelo 
canal de parto infectado ou pelo aleitamento; 
 Quadro clínico: cerca de 95% das crianças 
quando infectadas apresentam-se à forma 
assintomática da doença (são quase que 
exclusivas da infecção primária), apenas 5% 
apresentam doença sintomática. Ocorre 
envolvimento de múltiplos órgãos, 
particularmente o sistema retículo-endotelial 
e o SNC. No quadro clínico pode constar 
hepatoesplenomegalia, icterícia, anemia, 
petéquias, microcefalia, estrabismo e 
prematuridade; 
 Diagnóstico: através de exames laboratoriais 
em que há o isolamento viral em cultura de 
fibroblastos humanos; 
 Tratamento: é feito geralmente com 
medicamento ganciclovir; 
 Herpes simples: 
 São descritos 3 modos de transmissão da 
infecção: 
o Intrauterina: muito rara. Ocorre por meio 
de viremia materna ou infecção 
ascendente do trato genital, mesmo 
com membranas íntegras; A morte do 
concepto geralmente ocorre. Os 
sobreviventes exibem lesões de pele 
(vesículas, ulcerações ou cicatrizes), 
lesões oculares e graves anomalias do 
SNC, como microcefalia e 
hidranencefalia; 
o Perinatal: responde por 85% do total. 
Ocorre por meio do contato do recém-
nascido com o trato genital materno 
infectado, com lesões ou não; Doença 
localizada na pele, olhos e boca: os 
sintomas estão presentes nas primeiras 
duas semanas de vida; Doenças do SNC; 
o Pós-natal: cerca de 10% das infecções; 
ocorre quando um cuidador com 
infecção ativa (p.ex., herpes labial) tem 
contato próximo com um recém-
nascido; 
o Diagnóstico: exame materno na busca 
de lesões genitais sugestivas de herpes, 
cultura citológica das lesões, sorologia 
com anticorpos IgM para HSV e PCR no 
sangue ou líquor; 
o Tratamento: o RN com infecção 
perinatal pelo VHS provoca ou suspeita 
deve ser isolado com precauções totais. 
Medicamento aciclovir; 
o As estratégias de prevenção da 
infecção intrauterina e perinatal pelo 
HSV passam pela identificação das 
gestantes de alto risco, indicação de 
cesariana e terapia antiviral materna; 
 Sífilis congênita: 
 A sífilis congênita é adquirida por meio da 
disseminação do Treponema pallidum da 
mãe para o feto, principalmente por via 
transplacentária. O leite materno não 
transmite sífilis. O treponema provoca um 
processo inflamatório, comprometendo 
todos os órgãos do recém-nascido, com 
lesões viscerais, ósseas, pele e mucosas, e 
sistema nervoso central.; 
 Sífilis precoce: Além da prematuridade e do 
baixo peso ao nascimento, as principais 
manifestações clínicas são hepatomegalia 
com ou sem esplenomegalia, lesões 
cutâneas, periostite, osteíte ou 
osteocondrite, pseudoparalisia dos membros 
(pseudoparalisia de Parrot), sofrimento 
respiratório com ou sem pneumonia, 
icterícia, anemia e linfadenopatia 
generalizada; 
 As alterações laboratoriais mais frequentes 
são anemia, trombocitopenia, leucocitose 
(podem ocorrer reação leucemoide, 
linfocitose e monocitose) ou leucopenia e 
hiperbilirrubinemia; 
 Sífilis tardia: sífilis que se declara após os 2 
anos de vida. Goma de véu do paladar, 
lesões osteoarticulares, lesões viscerais e 
dos órgãos dos sentidos (comprometimento 
hepático, visão e audição), lesões do sistema 
nervoso (hidrocefalia, encefalomeningite, 
retardo mental) e deformidade dentária; 
 Diagnóstico: feito através da história materna 
(suspeita). A determinação sorológica para 
sífilis deve ser realizada em toda gestante no 
primeiro trimestre e no início do terceiro 
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trimestre. Na internação para o parto, deve 
ser repetido o VDRL caso este tenha sido 
realizado há mais de 1 mês antes do parto.; 
 O recém-nascido deverá ser investigado 
para sífilis congênita se o teste treponêmico 
materno for positivo e apresentar alguma 
condição como infecção pelo vírus HIV, e 
sífilis materna não tratada. A avaliação para 
sífilis deverá incluir: exame físico minucioso, 
VDRL quantitativo, exame de líquor, 
radiografia de ossos longos, teste de 
anticorpos IgM, PCR (polimerase em cadeia 
radioativa) e hemograma completo. O 
exame de VDRL positivo no sangue neonatal 
não necessariamente indica que o recém-
nascido está infectado, pois o resultado pode 
ser proveniente de anticorpos maternos, 
tornando-se negativo após 4 a 6 meses. A 
confirmação de sífilis no RN é possível por 
meio da presença de treponema nas lesões, 
secreções, tecidos, placenta ou cordão 
umbilical. A sorologia treponêmica é útil na 
exclusão de resultados de VDRL falso-
positivo; 
 Conhecer os testes de triagem neonatal e 
relacionar à prematuridadeTeste do pezinho: 
 Trata-se de ação preventiva que visa facilitar o 
diagnóstico precoce de certas doenças, 
reduzindo ou eliminando o risco de sequelas 
associadas ao atraso no reconhecimento e 
tratamento dessas condições. Toda criança 
nascida em território nacional tem o direito à 
triagem neonatal (Teste do Pezinho). Mas, para 
que este alcance o seu objetivo primordial de 
detectar algumas doenças que podem causar 
sequelas graves ao desenvolvimento e 
crescimento, o teste deve ser feito no momento 
e da forma adequados. O momento para a 
coleta, preferencialmente, não deve ser inferior 
a 48 horas de alimentação protéica 
(amamentação) e nunca superior a 30 dias, 
sendo o ideal entre o 3o e o 5o dia de vida; 
 As doenças detectadas no teste do pezinho são: 
fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, 
deficiência de biotinidase, hemoglobinopatia, 
fibrose cística e doença falciforme; 
 Os laboratórios privados realizam testes para 
outras doenças, cabendo ao o pediatra 
selecionar as que são de interesse; 
 Nos casos com resultados de triagem alterados, 
o laboratório central deve acionar o posto de 
coleta para que entre em contato com a família 
e trazer a criança para a realização de exames 
confirmatórios. Esse processo precisa ser ágil e 
eficaz para que a terapêutica precoce adequada 
possa ser instituída. 
 Importante: o Teste do Pezinho é apenas um 
teste de triagem. Um resultado alterado não 
implica em diagnóstico definitivo de qualquer uma 
das doenças, necessitando, de exames 
confirmatórios; 
Teste do olhinho: 
 O teste do olhinho ou teste do reflexo vermelho 
é um exame baseado na percepção do reflexo 
vermelho no olho do recém-nascido. Deve ser 
realizado no próprio berçário sempre antes da 
alta do bebê, nos primeiros 30 dias de vida; 
 O médico observa o reflexo da luz emitida pela 
lanterninha no fundo do olho do bebê. Se há 
alguma alteração na estrutura, esse reflexo 
ganhar uma cor diferente e pode não ser igual 
entre os dois globos oculares; 
 “No entanto, ele não fecha o diagnóstico por si 
só. Sua função é levantar a suspeitas”, esclarece 
Belfort Neto. Se o método acusar uma 
estranheza, a criança precisa ser encaminhada a 
um oftalmologista., que fará uma avaliação 
minuciosa para entender o que pode estar 
ocorrendo; 
 Sem contraindicações, o exame deve ser feito 
em todas as crianças recém-nascidas (inclusive 
prematuras) com o objetivo de identificar casos 
precoces de cegueira, catarata congênita, 
retinoblastoma e outras alterações visuais. É 
rápido, sem dor, e é feito iluminando os olhos do 
recém-nascido por meio de um aparelho 
chamado oftalmoscópio, sem a necessidade de 
colírios. É importante que se repita o teste do 
olhinho regularmente até os 5 anos; 
 Esse exame identifica as características do 
reflexo da luz nos olhos, sendo que o reflexo na 
cor vermelho-alaranjado é o normal e a 
coloração esbranquiçada indica alguma alteração. 
Na ausência do reflexo vermelho ou em casos 
de assimetria, a criança deve ser encaminhada 
ao oftalmologista com urgência para realizar 
outros exames e iniciar o tratamento adequado; 
 Durante a gestação, as estruturas oculares são 
muito vulneráveis a danos genéticos ou 
teratogênicos que podem causar malformações. 
Nos países em desenvolvimento a frequência de 
malformações oculares associadas a anomalias e 
a disfunções sistêmicas é significativa devido aos 
agravos gestacionais e perigestacionais; 
 As infecções congênitas, tais como a 
toxoplasmose e rubéola também afetam a 
estrutura ocular no período gestacional, 
justificando-se a preocupação com a 
identificação e o tratamento precoce da 
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gestante e do recém-nato. Após o nascimento, 
antes da alta da maternidade, o rastreamento 
visual ativo, por meio da inspeção externa e 
teste do reflexo vermelho, viabiliza a detecção 
de potenciais causas de anormalidades oculares 
tratáveis, a adequada orientação terapêutica, o 
aconselhamento genético e outras condutas de 
suporte às doenças oculares detectadas 
(catarata, glaucoma, retinoblastoma, 
anormalidades da retina, doenças sistêmicas com 
manifestações oculares, erros refrativos 
elevados); 
 O teste do reflexo vermelho é uma ferramenta 
de rastreamento de alterações que possam 
comprometer a transparência dos meios 
oculares, tais como catarata (alteração da 
transparência do cristalino), glaucoma (alteração 
da transparência da córnea), toxoplasmose 
(alteração da transparência do vítreo pela 
inflamação), retinoblastoma (alteração da 
transparência do vítreo pelo tumor intraocular), 
descolamentos de retina tardios. Vale lembrar 
que o TRV não é a forma adequada de 
identificação precoce dos descolamentos de 
retina; 
 O TRV deve ser realizado utilizando um 
oftalmoscópio direto, a 30 cm do olho do 
paciente, em sala escurecida. Não havendo 
necessidade de colírios. Em caso de reflexo 
alterado ou suspeito, o paciente deve ser 
encaminhado para o médico oftalmologista; 
 Todos os nascidos devem ser submetidos ao 
TRV antes da alta da maternidade e, pelo menos, 
duas a três vezes ao ano, nos três primeiros 
anos de vida. Uma vez detectada qualquer 
alteração, o neonato precisa ser encaminhado 
para esclarecimento diagnóstico e conduta 
precoce em unidade especializada; 
 Os prematuros nascidos com peso de 
nascimento (PN) <1.500 g e/ou IG <35 semanas 
de idade gestacional (IG) e admitidos em uma 
unidade de tratamento intensivo e intermediário 
neonatal devem ser examinados com 
oftalmoscópio indireto, com lente de 20 ou 28 
dioptrias, sob midríase medicamentosa, a partir 
da 4ª semana de vida, por oftalmologista 
capacitado para o exame de mapeamento de 
retina em prematuros; 
 Caso a forma grave da doença seja identificada 
(pré-limiar tipo 1 ou AP-ROP), está indicado 
tratamento por fotocoagulação com laser de 
diodo, sob analgesia e sedação ou anestesia 
geral; 
 
 
 Metodologia dos cuidados da saúde ocular na 
infância: 
 A pré-natal: 
o Identificação de situações de risco: 
 História familiar e gestacional; 
 Fatores hereditários: catarata, 
retinoblastoma, glaucoma e outros 
problemas oculares; 
 Infecções: doenças TORCH 
(toxoplasmose, outras (sífilis, HIV), 
rubéolas e herpes; 
 Exposição a drogas: álcool e drogas 
ilícitas (cocapina, crack, outras); 
 Medicações: talidomida, misoprostol, 
benzodiapínicos; 
 Fatores nutricionais e metabólicos; 
 Radiação; 
o Intervenção: 
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 Orientação sobre os fatores de 
riscos e suas consequências para a 
gestante e seus familiares; 
 Encaminhamentos para unidades 
especializadas em gestação de alto 
risco; 
 Neonatal: 
o Identificação de situações de risco: 
 História familiar, gestacional: 
 Fatores hereditários: catarata, 
retinoblastoma, glaucoma e 
outros problemas oculares; 
 Infecções: doenças TORCH 
(toxoplasmose, outras (sífilis, 
HIV), rubéolas e herpes; 
 Exposição a drogas: álcool e 
drogas ilícitas (cocapina, crack, 
outras); 
 Medicações: talidomida, 
misoprostol, benzodiapínicos; 
 Fatores nutricionais e 
metabólicos; 
 Radiação; 
 
o Local do parto: 
 Inspeção ocular e anexos – 
inspeção das pálpebras, córnea e 
conjuntiva, íris e pupila; 
o Profilaxia da oftalmia neonatal: 
 Recomenda-se o uso da povidona a 
2,5% considerando sua menor 
toxicidade em relação ao uso do 
nitrato de prata a 1%; 
o Alojamento conjunto: 
 
Teste do coraçãozinho: 
 O exame consiste em medir a saturação de 
oxigênio no sangue e a frequência cardíaca do 
recém-nascido, podendo ser capaz de identificar 
cardiopatias críticas. O exame é feito com um 
oxímetro posicionado no pulso e no pé do bebê; 
 Deve ser realizado entre as primeiras 24 e 48 
horas de vida do recém-nascido; 
 Deve-se realizar a aferição da oximetria de pulso, 
em todo recém-nascido aparentementesaudável com idade gestacional > 34 semanas, 
antes da alta da Unidade Neonatal. Local de 
aferição: membro superior direito e em um dos 
membros inferiores. Para a adequada aferição, é 
necessário que o recém nascido esteja com as 
extremidades aquecidas e o monitor evidencie 
uma onda de traçado homogêneo; 
 Momento da aferição: Entre 24 e 48 horas de 
vida, antes da alta hospitalar. Resultado normal: 
Saturação periférica maior ou igual a 95% em 
ambas as medidas (membro superior direito e 
membro inferior) e diferença menor que 3% 
entre as medidas do membro superior direito e 
membro inferior. Resultado anormal: Caso 
qualquer medida da SpO2 seja menor que 95% 
ou houver uma diferença igual ou maior que 3% 
entre as medidas do membro superior direito e 
membro inferior, uma nova aferição deverá ser 
realizada após 1 hora; 
 Caso o resultado se confirme, um 
ecocardiograma deverá ser realizado dentro das 
24 horas seguintes. De acordo com dados da 
Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de 10 em 
cada mil nascidos podem apresentar alguma 
malformação congênita e, entre esses, dois 
podem ter cardiopatias graves e precisar de 
intervenção médica urgente. Cerca de 30% 
desses pacientes recebem alta sem diagnóstico; 
 Se alguma alteração for identificada, o bebê 
deve ser submetido a um ecocardiograma; 
conforme o resultado do exame e avaliação 
médica, o recém-nascido pode ser encaminhado 
a um centro de referência em cardiopatias para 
tratamento e acompanhamento; 
 Todos os resultados dos exames de triagem 
neonatal devem ser registrados na caderneta de 
saúde da criança. A criança deve manter 
acompanhamento de rotina em puericultura 
com pediatra, com avaliações periódicas, 
conforme determinação médica; 
 As cardiopatias congênitas são anomalias 
resultantes de defeitos anatômicos do coração 
e/ou dos grandes vasos ocasionadas pelo 
desenvolvimento embriológico alterado, levando 
a comprometimento da estrutura e/ou da 
função cardíaca; 
 A cardiopatia congênita é a malformação 
congênita mais comum e ocorre em 1% dos 
recém-nascidos vivos. As cardiopatias congênitas 
correspondem a cerca de 10% dos óbitos infantis 
e há um aumento de 30% da mortalidade nos 
casos em que a doença não é diagnosticada ao 
nascimento. Também foi observada maior 
número de internações, dias de hospitalização e 
maior custo por pacientes, com diagnóstico 
tardio; 
 TÉCNICA DE AFERIÇÃO E INTERPRETAÇÃO 
DOS RESULTADOS: 
1. Utilizar oxímetro de pulso com sensor neonatal 
e preferencialmente com sistema de proteção 
para artefatos de movimento; 
2. Realizar a medida entre 24 a 48 horas de vida, 
para evitar falsos positivos por detecção de baixa 
saturação, associada à permeabilidade do canal 
arterial/forame oval, comuns nesse momento de 
vida; 
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3. O teste pode não detectar hipoxemia se 
houver interferência da luz ambiente, 
desprendimento parcial do sensor, interferência 
eletromagnética, má perfusão no local de 
medição e/ou hemoglobinopatia; 
4. Posicionar o paciente confortavelmente, 
observar se as extremidades estão aquecidas e 
bem perfundidas e fazer a medida da oximetria 
de pulso no membro superior direito (pré-ductal) 
e em algum dos membros inferiores (pósductal). 
O valor deverá ser anotado quando a curva de 
pulso do oxímetro estiver estabilizada e o teste 
será considerado positivo quando houver SaO2 
< 95% ou uma diferença ≥ a 3% entre as duas 
medidas; 
5. Poderá ser realizada apenas a medida de 
saturação de um dos membros inferiores. Esta 
técnica está justificada por uma metanálise onde 
60% dos estudos aferiram apenas a oximetria 
pós-ductal, e o acréscimo do diferencial da 
saturação com o membro superior propiciou um 
aumento de 70 para 80% de sensibilidade na 
triagem e redução dos falso-positivos. Neste 
caso, a medida deve ser realizada em qualquer 
um dos membros inferiores (MMII) e é 
considerada positiva quando a saturação (SaO2) 
é < 95%; 
6. No caso de teste positivo, o exame deverá 
ser repetido após 1 hora. Se o exame inicial de 
triagem foi a medida apenas do membro inferior, 
recomenda-se o teste completo na 2ª aferição. 
Realizar também um exame físico detalhado 
buscando diagnósticos diferenciais como 
pneumonia e hipertensão pulmonar. Em caso de 
manutenção de SaO2 solicitar o parecer do 
cardiologista e ou a realização do 
ecocardiograma; 
7. O teste apresenta maior taxa de falso-positivos 
em altas altitudes e em RN pré-termo. Nesses 
casos não há protocolo determinado de triagem. 
A saturação de oxigênio aferida associada ao 
exame físico e demais sinais clínicos do RN 
auxiliam na suspeita diagnóstica. O uso frequente 
de oxigenioterapia devido às patologias 
pulmonares associadas, nesse tipo de paciente, 
pode ser causa de falso-negativos; 
8. O teste pode ser realizado em recém-nascidos 
que nasceram fora do ambiente hospitalar, 
utilizando-se um oxímetro portátil com sensor 
neonatal adequado e deverá ser interpretado da 
mesma maneira dos exames realizados 
intrahospitalar; 
9. Nos pacientes com teste positivo e outra 
causa para hipoxemia identificada que apresenta 
melhora dos sintomas, o ecocardiograma poderá 
não ser necessário; 
10. Orientar os familiares que a triagem negativa 
não afasta completamente o diagnóstico de 
cardiopatias, uma vez que algumas cardiopatias 
congênitas não apresentam hipoxemia. Cerca de 
50% dos casos de coarctação de aorta podem 
não ser diagnosticados; 
11. A execução deste teste não descarta a 
necessidade de realização de exame físico 
minucioso e detalhado em todo RN, antes da alta 
hospitalar. Na presença de outros sinais suspeitos 
de CCC o RN também deverá realizar avaliação 
especializada mesmo com teste de oximetria 
normal; 
12. Caso seja confirmada a presença de CCC o 
tratamento deverá ser individualizado conforme 
cada patologia e o paciente deverá receber 
atendimento especializado de cardiologia 
pediátrica; 
 
Teste da orelhinha: 
 Triagem neonatal realizada ainda na maternidade, 
no 2° ou 3° dia de vida do bebê; 
 Consiste na produção de um estímulo sonoro e 
na captação do seu retorno por meio de uma 
delicada sonda introduzida na orelhinha do 
recém-nascido. Para o teste, usam-se emissões 
otoacústicas evocadas durante o sono natural do 
bebê, identificando-se uma possível deficiência 
auditiva; 
 Se identificada alguma alteração, o bebê deve 
ser encaminhado para uma avaliação com 
fonoaudiólogo e otorrinolaringologista; 
 A TAN deve ser realizada, preferencialmente, 
nos primeiros dias de vida (24h a 48h) na 
maternidade, e, no máximo, durante o primeiro 
mês de vida, a não ser em casos quando a saúde 
da criança não permita a realização dos exames. 
No caso de nascimentos que ocorram em 
domicílio, fora do ambiente hospitalar, ou em 
maternidades sem triagem auditiva, a realização 
do teste deverá ocorrer no primeiro mês de 
vida; 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
Anna Déborah Martins – FITS - 3º Período - Medicina 
 A presença ou ausência de indicadores de risco 
para a deficiência auditiva (Irda) deve orientar o 
protocolo a ser utilizado: 
 Para os neonatos e lactentes sem indicador 
de risco, utiliza-se o exame de Emissões 
Otoacústicas Evocadas (EOAE). Caso não se 
obtenha resposta satisfatória (falha), repetir o 
teste de EOAE, ainda nesta etapa de teste. 
Caso a falha persista, realizar de imediato o 
Potencial Evocado Auditivo de Tronco 
Encefálico (Peate- Automático ou em modo 
triagem); 
 Deve ser organizada em duas etapas (teste e 
reteste), no primeiro mês de vida 
 Para os neonatos e lactentes com indicador de 
risco, utiliza se o teste de Peate-Automático ou 
em modo triagem; 
 O registro das EOAE é recomendado na 
realização da TAN em crianças sem Irda, pois é 
um teste rápido, simples, não invasivo, com alta 
sensibilidade e especificidade, capaz de identificar 
a maioria das perdas auditivas cocleares em 
torno de 30-35 dB.O registro das EOAE não 
possibilita a identificação de perdas auditivas 
retrococleares, que, no entanto, são mais 
prevalentes na população com Irda. Para a 
realização do registro das EOAE é necessária a 
integridade anatômica da orelha externa e média; 
 A deficiência auditiva pode resultar em 
deficiências de fala e de aprendizado, mas a 
instituição do tratamento precoce para a criança, 
sobretudo antes dos seis meses de vida, 
apresenta grandes chances de desenvolvimento 
da linguagem e de melhor adaptação 
psicossocial; 
 São considerados neonatos ou lactentes com 
indicadores de risco para deficiência auditiva (Irda) 
aqueles que apresentarem os seguintes fatores 
em suas histórias clínicas: 
 Preocupação dos pais com o 
desenvolvimento da criança, da audição, fala 
ou linguagem; 
 Antecedente familiar de surdez permanente, 
com início desde a infância, sendo assim 
considerado como risco de hereditariedade. 
Os casos de consanguinidade devem ser 
incluídos neste item; 
 Permanência na UTI por mais de cinco dias, 
ou a ocorrência de qualquer uma das 
seguintes condições, independente do 
tempo de permanência na UTI: 
o Ventilação extracorpórea; 
o Ventilação assistida; 
o Exposição a drogas ototóxicas como 
antibióticos aminoglicosídeos e/ou 
diuréticos de alça; 
o Hiperbilirrubinemia; 
o Anóxia perinatal grave; 
o Apgar Neonatal de 0 a 4 no primeiro 
minuto, ou 0 a 6 no quinto minuto; 
o Peso ao nascer inferior a 1.500 gramas; 
o Infecções congênitas (toxoplasmose, 
rubéola, citomegalovírus, herpes, sífilis, 
HIV); 
o Anomalias craniofaciais envolvendo 
orelha e osso temporal; 
o Síndromes genéticas que usualmente 
expressam deficiência auditiva (como 
Waardenburg, Alport, Pendred, entre 
outras); 
o Distúrbios neurodegenerativos (ataxia de 
Friedreich, síndrome de Charcot-Marie-
Tooth); 
o Infecções bacterianas ou virais pós-natais 
como citomegalovírus, herpes, sarampo, 
varicela e meningite; 
o Traumatismo craniano; 
o Quimioterapia; 
 A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) tem por 
finalidade a identificação o mais precocemente 
possível da deficiência auditiva nos neonatos e 
lactentes. Consiste no teste e reteste, com 
medidas fisiológicas e eletrofisiológicas da 
audição, com o objetivo de encaminhá-los para 
diagnóstico dessa deficiência, e intervenções 
adequadas à criança e sua família; 
 No caso de deficiência auditiva permanente, o 
diagnóstico funcional e a intervenção iniciados 
antes dos seis meses de vida da criança 
possibilitam, em geral, melhores resultados para 
o desenvolvimento da função auditiva, da 
linguagem, da fala, do processo de 
aprendizagem e, consequentemente, a inclusão 
no mercado de trabalho e melhor qualidade de 
vida; 
Referências 
 
1. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2
018/junho/12/SEI-MS-2937931-Nota-Tecnica.pdf 
2. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretri
zes_atencao_triagem_auditiva_neonatal.pdf 
3. 
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/junho/12/SEI-MS-2937931-Nota-Tecnica.pdf
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/junho/12/SEI-MS-2937931-Nota-Tecnica.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_triagem_auditiva_neonatal.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_triagem_auditiva_neonatal.pdf

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