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RELATÓRIO SOBRE JEROME BRUNER E A PSICOLOGIA COGNITIVA DENTRO DA EDUCAÇÃO

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RELATÓRIO SOBRE JEROME BRUNER E A PSICOLOGIA COGNITIVA DENTRO DA EDUCAÇÃO
Desde a Grécia Antiga vem sendo pensado e estudado diferentes modelos de processos de aprendizagem, nos quais, buscam formas e ferramentas didáticas que cheguem a resultados mais satisfatórios nesse quesito. É possível afirmar que a partir dessas teorias gerou-se um conhecimento maior a respeito do ensino e sua efetividade, como por exemplo, o fato de que o ensino centrado apenas no professor é falho.  
          Vale salientar que existem mais de um campo de estudo de teorias de aprendizagem, mas, o que será abordado no então trabalho será o cognitivista estruturado por Bruner, buscando focar em como seus construtos teóricos auxiliam na psicologia escolar e educacional, tendo em vista seus princípios e visões. Assim, mostrando quais elementos compõem e sustentam suas ideias, desde o início de sua história nesse meio, até como sua teoria pode ser vista na prática nos dias atuais por meio da apresentação da prática articulada com a teoria. 
Jerome Seymour Bruner, nascido em Nova York no ano de 1915, era americano e se formou em Psicologia na Carolina do Norte. Pós-graduado em Harvard, fez mestrado e doutorado na mesma universidade, na qual o método adotado era muito voltado para o behaviorismo, porém, Bruner se rebelou contra essa abordagem e implementou experimentos que junto com Leo Postman, formaram o “New Look”, uma nova teoria da percepção. 
A partir do pensamento de como as ideias de um cientista podem determinar o fenômeno natural que se observa, surgido através de uma conversa entre Bruner e Robert Oppenheimer em 1950, a visão de que a psicologia deve se preocupar em como as pessoas olham e interpretam o mundo começou a ser estimulada.
Em 1960, Bruner foi um dos fundadores do Interdisciplinar Centro de Estudos Cognitivos na Universidade de Harvard. Em 1965 serviu como presidente da APA (Associação Americana de Psicologia), em 1972 assume uma posição em Oxford, em 1991 transferiu-se para a Universidade de Direito de Nova York para estudar a influência da lei em um “comportamento apropriado” e morre em 2016, aos 100 anos.
As ideias de Bruner agregaram grandes contribuições aos processos de aprendizagem e à educação de maneira geral. Sua influência é tanto percebida quanto valorizada até os dias de hoje. A teoria criada por ele vai além da compreensão dos processos de aprendizagem quando apresenta os processos de ensino como conformadores e aponta sua relevância na construção das formas de aprender. Bruner traz uma nova perspectiva na maneira de observar e de intervir no contexto educacional, sendo assim, apesar de ser citado junto a outros teóricos da mesma área de influência, sua teoria está para além do entendimento dos processos de aprendizagem e, por isso, é reconhecida como teoria de ensino.
Emergindo da psicologia cognitivista e agregando valores do Construtivismo - corrente essa que procura explicar a aprendizagem por meio da construção de significados - Bruner ajuda a romper com o modelo vigente de educação que centralizava o aluno diante das falhas da aprendizagem, colocando diante daquele que ensina a necessidade de compreender como o aprendiz interpreta e constrói conhecimento, levando, assim, o foco a formas de implantar a disposição a aprendizagem. A forma de se estruturar um conjunto de conhecimentos se torna base para a prática de Bruner, retirando do aluno a responsabilidade por sua capacidade ou incapacidade de aprender, sendo, assim, necessário ao professor que desenvolva a capacidade de transformar a sua forma de ensino, despertando no aluno o desejo da busca por conhecimento, por uma maior compreensão dos temas propostos.
A teoria de ensino de Bruner é assim nomeada por ele sob a justificativa de que está para além de descrever os processos de aprendizagem, engloba também as configurações do ensino e prescreve novas maneiras de instruir. Partindo dessa perspectiva ele defende a estruturação dos processos pedagógicos como fundamental e atribui ao professor a responsabilidade não apenas de compreender a visão de mundo de seu aluno, mas também de ampliá-la à medida que estimula seu interesse em determinado assunto.
Fundamentando-se no Construtivismo, à medida que defende a correlação entre experiência e construção de conhecimento, Bruner incentiva como método de ensino a própria aprendizagem por descoberta, onde a pesquisa ativa deve ser continuamente encorajada pelo professor, prezando pelo sentido e significado das experiências como motivadores intrínsecos para a aprendizagem.
Com isso, através dessa descoberta guiada, o estudante é movido pela curiosidade, passando a explorar por conta própria os assuntos abordados pelo professor, se sentindo dessa forma, motivado a compreender o que se está estudando. Essa motivação é um dos elementos fundamentais nessa teoria de aprendizagem, e, como dito anteriormente, é responsabilidade do professor despertar isso. Sendo assim, o educador em questão deve ter em mente os aspectos sociais, culturais e familiares envolvidos no contexto que está sendo aplicado o ensino, de modo que a aprendizagem seja assimilada pelos alunos da melhor forma possível.
Bruner (1973) nos apresenta também algumas formas de domínio no qual se tem como objetivo adquirir determinado conhecimento, pois segundo ele,  qualquer conhecimento pode ser suficientemente resumido para ser compreendido por qualquer estudante, sendo esses domínios estruturados em três estágios, o qual não são absolutos e não são limitados por idade. São eles:
a) Representação ativa: Nesse estágio, a criança ainda não usa palavras e nem conceitos pois ela procura interagir com os objetos à sua volta para dar sentido ao seu mundo. Crianças nesse estágio se comunicam mais por ações e preferem receber comunicações de forma ativa, como por exemplo, assistir a um desenho animado do que ver  figuras estáticas e informações verbais, sendo assim, um conjunto de ações que tem como objetivo atingir determinado resultado.
b) Representação icônica: No estágio icônico a memória visual se desenvolve mais e já é possível estabelecer relações entre objetos reais e as figuras que representam esses objetos, por isso os livros infantis apresentam bastante informações. É uma fase no qual é possível por meio de imagens, gráficos e até diagramas, representar algo para a criança, sem defini-lo completamente.
c) Representação simbólica: No estágio simbólico, a criança vai além do ícone e consegue lidar com símbolos para representar o mundo, como por exemplo o símbolo do cifrão do lado de um número, nessa fase, ela já tem em mente que se trata de um valor monetário e não de um numeral qualquer. Nesse estágio também é possível que a criança se torne capaz de traduzir suas vivências em relatos complexos e de receber orientações verbais de adultos com clareza. 
Segundo Bruner, a maioria das pessoas podem chegar ao estágio simbólico, porém, ele também afirma que uma pessoa perfeitamente desenvolvida pode ser capaz de lidar com certos assuntos em nível simbólico, como a matemática, e em outros como a geografia, talvez, só tenha como lidar no nível icônico.
Uma outra grande contribuição de Bruner para o campo do Ensino é o Currículo em Espiral, cujo objetivo é introduzir o aluno a um conteúdo geral de forma gradual, aprofundando a especificidade do tema na medida da capacidade do aluno em função de sua maturidade em relação do tempo. Se um tema é proposto no primeiro nível educacional, num segundo nível, o mesmo tema será novamente proposto aproveitando os conhecimentos adquiridos nos níveis pregressos e aprofundando as reflexões prévias, enquanto adiciona informações relevantes na revisão, construção e aprendizado de um conteúdo que vai se tornando cada vez mais especializado. O contato repetitivo, em espiral, do aluno com o tema, desenvolverá as bases necessárias para a devida assimilação do conteúdo, que, de acordo com o tempo, no contato com o aluno, é progressivamente aprofundado. Dessa forma, o conteúdo estudado passa de um conhecimento geralsobre o tema a um conhecimento específico que vai sendo estruturado progressivamente, auxiliando no processo de memorização dos conhecimentos paulatinamente apreendidos, além de fortalecer as habilidades reflexivas do aluno.
Em um primeiro momento, foi reconhecida a influência de Bruner e as suas contribuições ao processo de Ensino-Aprendizagem. Sendo reconhecido também que as teorias por ele desenvolvidas vão além da simples compreensão dos processos de aprendizagem, despertando um olhar claro para a importância de se construir novas formas de aprender e a sua relação com o ensino, dentro de um contexto que valoriza o despertar à motivação e à busca, na produção do conhecimento, conduzido pelo professor e realizado pelo aluno. 
Observou-se que através da sua contribuição, aumentam-se as perspectivas de observação e intervenção no contexto educacional, ampliando o olhar do processo de aprendizagem em função da valorização e importância do que ficou conhecido como Teoria do Ensino. 
Por emergir da psicologia cognitivista e agregar valores do Construtivismo, o professor deixa de ser somente um mero compartilhador de conteúdos pré-estabelecidos, se tornando um vetor de encorajamento e motivação através da experiência, na busca e construção do conhecimento para e pelo aprendiz (pesquisa ativa). É, a esse professor, necessário compreender como o aluno interpreta e constrói o conhecimento, levando em consideração aspectos culturais, sociais e familiares, possibilitando, assim, uma maior curiosidade e consequente motivação do aluno na assimilação, construção e aprendizagem dos temas propostos. 
Também foram ressaltados os três estágios dos domínios, sendo eles: Representação ativa, Representação Icônica e Representação Simbólica e os seus respectivos significados. Seguido de posterior reflexão de que é possível estar inserido em diferentes estágios/níveis de domínios, em diferentes contextos ou em referência a diversas temáticas. 
O Currículo em Espiral foi objeto de teorização e reflexão no último parágrafo do desenvolvimento. Por fim, foi ofertado um exemplo prático de aplicação do conceito em dois diferentes livros de Geografia, nos quais pôde-se visualizar com clareza o aprofundamento do conteúdo, progressivamente e em espiral, quando postos em comparação os conteúdos relativos ao mesmo tema do primeiro (primeira série do ensino médio) e o segundo (terceira série do ensino médio) livro.
A possibilidade de apreender tais conceitos engrandece a capacidade crítica e reflexiva dos componentes do grupo no que se relaciona ao processo de “Ensino-Aprendizagem”, possibilitando uma análise mais assertiva no que se refere às dificuldades do aluno em aprender e do professor em ensinar. O que retira o aluno do lugar único de responsabilização de apreensão e memorização dos conteúdos, ao mesmo tempo em que retira do professor o papel único de repassar conteúdos previamente discriminados. 
Compreende-se dessa forma o quanto se configura importante a pesquisa ativa do aluno, encorajada e conduzida pelo professor-orientador/motivador. Além da sistemática repetição e aprofundamento do conteúdo de acordo com a maturidade e capacidade de assimilação e/ou reflexão do aprendiz. 
Em contato com todos esses conteúdos, o Psicólogo, quando inserido no contexto educacional, tem a capacidade de analisar os mais diversos fatores que atravessam o processo de Ensino-Aprendizagem e dessa forma, diagnosticar e intervir de forma mais efetiva nas situações em que sejam necessárias intervenções, para validar um procedimento que esteja funcionando ou alterar algum dos aspectos que influenciam o processo, no contexto individual, da sala de aula ou da escola de forma geral.
REFERÊNCIAS
MENDES, Ivan Izzari. TAMDJIAN, James Onnig. FTD Sistema de Ensino: SIM: Ensino Médio. Geografia 1a e 3a série. 1a edição,  Ed. FTD, São Paulo, 2014.
OSTERMANN, Fernanda. CAVALCANTI, Cláudio José de Holanda. Teorias de Aprendizagem, UFRGS, Porto Alegre: Evangraf, 2011.
SILVA, Alisson Henrique. A teoria de aprendizagem de Bruner e o ensino de ciências. MUDI, Maringá, v. 21, n. 3, p.13-24, dez. 2017.
WALDOW, Vera Regina. Aprendizagem na velhice: aplicaçäo das teorias de Rogers, Maslow e Brunner. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 2, n. 8, p.244-260, jul. 1987.

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