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Fecundação, Gestação, Parto e Puerpério

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Natália Barone Spachi - Anotações de aula - disciplina VET382 - UFV - 2022
Fecundação, Gestação, Parto e Puerpério
Fertilização:
● Fertilização é um fenômeno que ocorre para que haja a produção dos embriões
● Definição → É o encontro entre o Oócito e o Espermatozóide
● Esse encontro ocorre na ampola da tuba uterina
● Tecnicamente fecundação é diferente de fertilização mas isso NÃO será abordado
na disciplina
● Fertilização tem como objetivo final a formação de um zigoto.
● Para a fertilização ocorrer e chegar no ponto de zigoto, precisam ocorrer algumas
etapas fundamentais
ETAPAS DA FERTILIZAÇÃO
1. Reconhecimento espécie-específico: é o reconhecimento do espermatozóide pelo
oócito.
a. proteínas de membrana do espermatozóide reconhecem proteínas
específicas da zona pelúcida do oócito
i. Proteínas da zona pelúcida:
1. ZP1
2. ZP2
3. ZP3 → faz o reconhecimento do espermatozóide
b. Ao encontrar o oócito o espermatozóide se liga na proteína zp3 (ptn de
ligação primária) que faz o reconhecimento de espécie. Após isso, o
espermatozóide entra em reação acrossomal (segunda etapa da fertilização).
A zp2 faz uma ligação secundária com o espermatozóide para que ele se
mantenha ligado na zona pelúcida após a reação acrossomal. A zp1 é
apenas estrutura, não tendo função na fertilização.
2. Reação acrossomal:
a. A ligação do sptz na ZP3 ativa o processo de reação acrossomal do
espermatozóide.
i. espermatozóide → cabeça com núcleo altamente condensado que
carrega o material genético do sptz. Nessa cabeça existe uma
vesícula chamada de acrossoma (“chapeuzinho”). Esse acrossoma
Natália Barone Spachi - Anotações de aula - disciplina VET382 - UFV - 2022
possui conteúdo enzimático (acrosina é a principal enzima) + parte
intermediária + flagelo.
ii. Oócito → ao redor da membrana perivitelina do oócito há a camada
glicoproteica (zona pelúcida)
iii. A fertilização só ocorre se a membrana interna da cabeça do
espermatozóide entra em contato com a membrana perivitelinica do
oócito (que fica “atrás” da barreira da zona pelúcida). O
espermatozóide faz a digestão da camada de zona pelúcida através
da reação acrossomal.
iv. Na reação acrossomal ativada pela ligação do sptz à zp3 →
acrossoma fica cheio de buraquinhos para liberar o conteúdo
enzimático para o meio externo. Essas enzimas digerem a zona
pelúcida do oócito.
v. Após a reação acrossomal, a membrana interna da cabeça do sptz
está exposta e faz contato com a membrana do oócito que está sem a
barreira feita pela zona pelúcida por conta da reação acrossomal que
ocorreu.
3. Bloqueio à poliespermia: bloquear que o oócito seja fertilizado por vários
espermatozóides (pois inúmeros espermatozóides chegam ao útero)
a. Na hora que o 1º espermatozóide encosta a membrana dele na membrana
do oócito ocorre o bloqueio rápido à poliespermia.
i. esse bloqueio rápido é derivado de um processo de despolarização
da membrana do oócito pelo encostar da membrana do
espermatozoide nele.
ii. a polaridade da membrana do oócito fica positiva no momento em
que o espermatozóide encosta sua membrana nele.
1. oócito na meiose II (maduro) tem um conjunto de grânulos
corticais próximos da membrana.
2. quando a membrana despolariza, os grânulos corticais fazem
exocitose (fundem à membrana deles com a do oócito e
liberam seu conteúdo (glicoproteínas) para a zona pelúcida)
3. com isso ocorre o enrijecimento da zona pelúcida. Assim,
todos os demais espermatozóides que estavam ligados na
zona pelúcida fazendo reação acrossomal se soltam e mais
nenhum consegue se ligar nela (bloqueio lento à
poliespermia).
a. o bloqueio lento é o enrijecimento da zona pelúcida
pela ação das glicoproteínas dos grânulos corticais
b. é consequência do bloqueio rápido.
4. Singamia:
a. 1) Fusão da membrana do espermatozóide com a membrana do oócito:
i. ocorre a entrada do prónucleo (material genético) masculino para
dentro do citoplasma do oócito.
ii. dentro do oócito temos o pronúcleo masculino e o pronúcleo feminino
(ambos haplóides). Esses 2 pró núcleos precisam fazer a singamia
(formar um único núcleo diploide).
b. O pronúcleo masculino e o feminino perdem o envoltório nuclear e
descondensam os cromossomos.
Natália Barone Spachi - Anotações de aula - disciplina VET382 - UFV - 2022
i. Os pró núcleos vão para a região equatorial da célula onde ocorre
pareamento dos prónúcleos, perda do envoltório e descondensação
da cromatina para pareamento dos cromossomos
c. O núcleo feminino precisa terminar o processo de meiose para estar pronto
para a singamia, e o oócito estava em prófase II da meiose. O pronúcleo
feminino, então, termina a meiose (reativação do óocito) a partir da
despolarização da membrana do oócito (entrada de cálcio na célula) que
ocorreu anteriormente.
d. A entrada de cálcio na célula faz a reativação de meiose II do oócito. Termina
a meiose 2 para poder fazer a singamia.
5. Ativação do oócito:
a. extrusão do 2º corpúsculo polar (marca esse item)
6. Agora temos o Zigoto
a. a fertilização foi concluída.
EMBRIOLOGIA:
1. Zigoto: primeira formação resultante da fertilização
○ o zigoto é uma célula 2n com um núcleo
■ ao redor dele ainda há a zona pelúcida
■ é uma célula com 1 blastômero
○ o zigoto passa por sucessivas clivagens (mitoses) gerando zigotos com 2
células diplóides (2 blastômeros), depois 4 (célula com 4 blastômeros), e
assim por diante
○ célula embrionária = blastômero
○ a primeira clivagem ocorre nas primeiras 24h após a fertilização
○ a zona pelúcida ainda é presente na etapa de blastômeros.
2. Embrião:
a. chega um momento em que o zigoto passa a ser chamado de embrião
b. o citoplasma do oócito é quem organiza as primeiras clivagens do Zigoto. Em
um determinado momento as células clivadas (blastômeros) começam a
Natália Barone Spachi - Anotações de aula - disciplina VET382 - UFV - 2022
produzir suas próprias proteínas e a orientar sua própria divisão celular. A
partir desse momento é chamado de Embrião e não mais de Zigoto.
c. o zigoto passa a ser embrião quando ele passa a ter domínio da divisão
celular própria
d. Quando o embrião está aproximadamente no estágio de 16 blastômeros
(varia entre espécies) e ainda com zona pelúcida, é denominado MÓRULA
(1ª fase embrionária - aparência de amora).
i. nessa fase os blastômeros começam a se diferenciar (apresentar
funções distintas)
ii. células da periferia e células internas
1. periferia: continuam proliferando e secretam líquido para
dentro da célula o que as impulsiona mais para a periferia da
célula
2. internas: são direcionadas para um dos pólos da célula
iii. essa fase embrionária chama-se BLASTOCISTO (imagem inferior da
imagem acima)
1. a zona pelúcida ainda é presente
2. a cavidade cheia de líquido do blastocisto é denominada
BLASTOCELE
3. células do trofoblasto → são as que secretam líquido da
blastocele
a. células do trofoblasto são as externas do embrião e
geram a placenta.
Natália Barone Spachi - Anotações de aula - disciplina VET382 - UFV - 2022
4. células internas formam a massa celular interna → geram o
indivíduo
iv. A fase entre mórula e blastocisto ocorre em torno de 5 a 6 dias após a
ovulação. Nesse período que o embrião chega no útero.
→ obs.: a fase entre mórula e blastocisto, na cadela ocorre em
torno do 10º dia após a ovulação (D10). Isso ocorre pois o
oócito ovulado pela cadela ainda é imaturo, e demora de 2 a 5
dias para maturar e poder ser fertilizado.
v. O blastocisto cresce tanto (BLASTOCISTO EXPANDIDO) que acaba
rompendo a zona pelúcida. Aí é chamado de BLASTOCISTO
ECLODIDO (sai da zona pelúcida).
1. Quando o blastocisto rompe a zona pelúcida ele expõe as
células do trofoblasto no útero. A partir dai há contato real
entre mãe e embrião. Até então o útero não sabe que está
com um embrião
2. Nidação ou Implantação → contato do trofoblasto com o
endométrio uterino
3. Placentação → após um determinado grau de penetração na
nidação.
—-------------------------------------------------------------//—------------------------------------------------------
Continuação aulapassada
● A partir do momento que o embrião chega no útero ele passa da fase de mórula
para a fase de blastocisto onde temos as células do trofoblasto e o botão
embrionário ou massa celular interna.
● Particularidades no embrião chamado de blastocisto:
Natália Barone Spachi - Anotações de aula - disciplina VET382 - UFV - 2022
○ ainda está envolto pela zona pelúcida (ZP)
○ esse blastocisto continua passando por clivagens no útero até que a ZP
eclode e o blastocisto sai da zona pelúcida virando um blastocisto eclodido.
○ A partir da perda da ZP, o blastocisto entra em contato com o endométrio. As
células trofoblásticas são altamente adesivas, e entram em contato com o
endométrio, iniciando o processo de implantação (primeiro passo para
ocorrer a placentação → quando as células trofoblásticas se proliferam e
invadem o endométrio)
● A placentação pode ser mais superficial ou mais profunda conforme a espécie (ex.:
placenta epiteliocorial, hemocorial, etc)
● Esse é o processo básico para todos os embriões
● Particularidades nesse processo que varia conforme espécies:
○ Embriões bovinos e suínos:
■ Quando o embrião sai da ZP ele vai para dentro do útero, que é um
órgão oco. Dessa forma ele se achata pois o útero é colabado. Esse
colabamento faz com que o embrião sofra um processo de
ELONGAMENTO.
■ Por volta dos 9, 10 dias após ovulação há a perda de ZP e o embrião
começa a se colabar → As células do trofoblasto se proliferam e se
espalham pelo útero, fazendo com que o embrião se alongue
(embrião de suíno se alonga tanto que chega a 1 m de comprimento,
o embrião bovino chega à 10/15 cm)
○ Embriões que não passam pela fase de alongamento: Equino e de cadela
■ embrião equino: quando chega no útero, ainda na ZP, na transição
entre chegada no útero e perda da ZP ele forma uma cápsula que fica
entre as células do trofoblasto e a ZP
■ embriões caninos → possuem estrutura fina ao redor da célula do
trofoblasto, mas não se sabe se é a mesma estrutura da cápsula do
embrião equino, mas ambos se mantém esféricos
■ Os embriões de equino e de cadelas se mantém esféricos no útero.
Eles chegam no útero e formam uma cápsula que mantém sua
conformação esférica. Após isso o embrião perde a ZP, mas não sofre
elongamento.
Natália Barone Spachi - Anotações de aula - disciplina VET382 - UFV - 2022
■ A implantação do embrião equino ocorre mais tardiamente em relação
ao embrião bovino, por conta de ele se manter esférico por conta da
cápsula. A cápsula retarda a implantação do embrião. Para ocorrer a
implantação a cápsula tem que sair.
● Durante o processo de implantação, a fêmea está recém ovulada (10 dias de
ovulação). A p4 está alta.
● A partir dos 15 a 18 dias, se não for sinalizado que há embrião ocorrerá lise do CL
pela produção de PGF2alfa.
○ Por isso, ao longo desse processo/período deve ocorrer o
RECONHECIMENTO MATERNO DA GESTAÇÃO.
Reconhecimento materno da gestação:
● Cada espécie tem um mecanismo de sinalização de presença de embrião
● Esse mecanismo de reconhecimento materno da gestação é um mecanismo
fisiológico decorrente de uma sinalização embrionária que evita a lise do CL.
Mecanismos de reconhecimento materno da gestação - bovinos (ruminantes no geral):
● As células do trofoblasto do embrião bovino produzem uma substância chamada de
Interferon-TAU (IFN - tau). Esse interferon interfere nas vias de síntese de
prostaglandinas → O interferon tau ocasiona a redução da produção da Cox (atua
na cascata da inflamação), o que reduz a produção de prostaglandina.
○ o interferon tau também atua estabilizando receptores de P4 (faz com que
esses receptores funcionem melhor) e bloqueia receptores de E2 e ocitocina.
→ isso reduz ainda mais a produção de prostaglandina
● Todos esses efeitos do interferon geram redução da produção e ação da PGF2 alfa,
e com isso não há lise do CL. A P4 se mantém alta e a fêmea não cicla pois deve
manter a gestação.
● Na fase de elongamento é que ocorre a secreção de interferon tau pelo embrião.
● O reconhecimento materno deve ocorrer no período final do diestro (3 dias após a
ovulação até o dia 15/18)
Mecanismos de reconhecimento materno da gestação - suínos:
● O embrião suíno produz E2. Esse E2 faz uma alteração da secreção de PGF2-alfa
pelo endométrio.
● O E2 produzido pelo embrião faz com que a PGF2 alfa ao invés de ser secretada
para luz do vaso, é secretada para a luz do útero, ou seja, a PGF2 alfa é produzida
durante a fase de reconhecimento materna mas ela não atua no CL, pois é
secretada e degradada dentro do útero e não atinge o Cl via circulação.
● Para a fêmea suína conseguir ter essa a mudança de rota de forma eficiente
precisa-se no mínimo de 4 embriões produzindo quantidade suficiente de E2 para
que a mudança ocorra realmente.
● A fêmea suína não reduz a secreção de prostaglandina como ocorre na vaca, mas
na suína ocorre a mudança de rota da substância pela ação do E2 produzido pelo
embrião.
Mecanismos de reconhecimento materno da gestação - equinos:
● Não há um mecanismo tão bem estabelecido para essa espécie
● Produção de PGE2 pelo embrião equino (a partir dos 4/5 dias pós ovulação):
Natália Barone Spachi - Anotações de aula - disciplina VET382 - UFV - 2022
○ essa substância é o primeiro mecanismo de sinalização embrionária (é o que
sinaliza mais cedo, pois a PGE2 é produzida na tuba uterina (na JUT)).
○ não se sabe se a PGE tem alguma relação com a não lise do CL
● Embrião da égua tem cápsula e não consegue fazer a implantação no útero como os
demais embriões de outras espécies. Graças a presença dessa cápsula o embrião
começa a migrar (processo de MIGRAÇÃO) através do aumento da
contratilidade/tonicidade do útero da égua.
○ o embrião fica migrando de um corno para outro
○ essa migração embrionária entre os cornos é o sinal para que não haja lise
do CL
○ A migração embrionária acontece até 15 dias após ovulação. Ela pára com
15/16 dias pois o embrião já está muito grande (limitação física) e se
posiciona em uma das bases dos cornos, não migrando mais.
Mecanismos de reconhecimento materno da gestação - cadela
● A cadela é a única espécie onde não há reconhecimento materno, pois o tempo de
vida do CL fisiológico (entre 45 e 60 dias) é muito próximo ao tempo de vida do CL
gestacional (60 dias). Com isso a P4 naturalmente já é mantida alta após ovulação
durante esse período.
Curiosidades:
Quando a vaca ovula do lado direito → em geral o embrião bovino faz implantação no corno
ipsilateral (do mesmo lado) ao ovário que o ovulou
● Égua → o embrião migra, então não necessariamente ele será implantado no corno
direito.
O embrião bovino achata ao perder a ZP e não acumula líquido suficiente para ser
visualizado até os 30 dias. Já o embrião equino, com 10/12 dias já pode ser visualizado pois
ele não colaba.
Após o reconhecimento materno → fêmea mantém a p4 alta (endocrinologia da gestação):
● A P4 é um hormônio essencial para manutenção da gestação. Existe diferença na
fonte da p4 de cada espécie para manter a gestação
● Endocrinologia da gestação - Fêmea bovina:
○ P4 alta na gestação toda. Se mantém em platô até 30 dias antes do parto,
quando começa a cair gradativamente;
○ Gestação da vaca dura 9 meses (280 dias aproximadamente)
○ A P4 se mantém alta boa parte do tempo por conta do CL gestacional.
○ A placenta da vaca produz P4 a partir de aproximadamente 150 dias de
gestação, mas isso não significa que sem o CL a bovina manteria a gestação
até o final.
■ a P4 placentária, nas vacas, não consegue manter os níveis de P4
suficientemente altos até o fim da gestação.
○ A placenta da vaca é considerada intermediária → produz p4, auxilia na
manutenção da gestação mas não é unicamente responsável por ela.
○ Na vaca o CL fica ativo até o fim da gestação.
○ Quando a P4 começa a cair 30 dias antes do parto, começa a ocorrer
aumento de E2.
Natália Barone Spachi - Anotações de aula - disciplina VET382 - UFV - 2022
● Endocrinologia da gestação - Caprinas:
○ não produz P4 placentária
○ o resto é igual o das vacas
○ mantém CL até o fimda gestação
● Endocrinologia da gestação - Ovelha:
○ A partir de 90 dias de gestação começa a produzir P4 pela planeta e o CL
fica afuncional. A partir daí, quem mantém a gestação é a placenta.
● Endocrinologia da gestação - Égua:
○ O CL primário (que gerou o embrião) produz P4 em quantidade suficiente até
aproximadamente 40 dias. → O CL primário começa a regredir aos 40 dias,
por isso a produção de P4 diminui.
○ Por volta dos 30 dias começa a ser formada uma estrutura chamada de
Cálices Endometriais, são células do trofoblasto que estão formando a
placenta e se diferenciam. → Essas células produzem o hormônio eCG
(Gonadotrofina Coriônica Equina).
○ O cálices endometriais está na placenta da égua
○ eCG → hormônio glicoproteico semelhante ao LH
■ eCG luteiniza os folículos presentes no ovário da égua (folículos
estão a todo momento em crescimento e regressão nos ovários) →
formação de corpus lúteos secundários/acessórios/suplementares
enquanto a fêmea está gestante.
● isso incrementa a progesterona do CL primário, que entra em
regressão próximo dos 40 dias de gestação
■ o próprio eCG, como tem função luteotrófica, ele estimula o
funcionamento do CL primário para que este consiga se manter por
um tempo maior produzindo P4.
○ Os CLs primários e secundários tem período de vida limitado também. Para
ajudar nisso, enquanto isso ocorre a placenta da égua está se formando. Por
volta de 100 dias de gestação a placenta da égua passa a produzir P4. Com
isso a placenta mantém a P4 sozinha. Entre 100 dias e 150 os CLs regridem
e a P4 placentária aumenta. Em 15 dias a P4 placentária já é suficiente para
manter a gestação sozinha.
○ A P4 placentária, a partir dos 100/150 dias não é detectada no exame de
sangue (circulante). Isso ocorre pois a P4 da égua fica localizada.
■ DG da égua por dosagem hormonal sérica não pode ser feita
dosando a P4 a partir dos 150 dias, pois a P4 placentária não circula
no sangue. Nesse momento, quem está alto no sangue da égua
prenha é o E2, por conta da ação da placenta e das gônadas fetais.
■ E2 se mantém alto até 1 mês antes do parto, quando ele cai. No
momento do parto ele dá um novo pico.
■ E2 aumenta e P4 cai (no sangue) → entre 120 dias até 300 dias de
gestação.
● Endocrinologia da gestação - Cadelas:
○ p4 alta durante toda a gestação
Natália Barone Spachi - Anotações de aula - disciplina VET382 - UFV - 2022
○ PROLACTINA: a cadela, desde o início da gestação tem os níveis de
prolactina aumentados, o que não ocorre nas outras espécies (nessas,
ocorre aumento 2 semanas antes do parto)
○ Na cadela a prolactina aumenta desde o primeiro terço da gestação e vai
aumentando gradativamente. Essa prolactina aumentada muitas vezes causa
sinais de pseudociese, que é comum nessa espécie mas incomum nas
demais.
○ O que diferencia a cadela gestante da não gestante são os níveis de
prolactina, mas algumas cadelas, por alguma disfunção fisiológica, secretam
prolactina mesmo não estando gestante, e com isso aparece a gravidez
psicológica (pseudociese).
○ Porque é comum ter pseudociese em cadela e é característica individual do
animal?
■ sugestão: as cadelas em vida natural, antigamente, trabalhavam de
forma que haviam matriarcas no grupo que pariam e ajudavam na
organização da matilha e na caça e tinham as cadelas mais
submissas que ficavam cuidando dos filhotes.
● Imagina-se que nesse período, cadelas mais submissas
ficavam cuidando dos filhotes pois produziam leite.
PARTO:
● Mecanismo do parto:
○ A fêmea está com P4 alta e E2 durante toda a gestação na MAIORIA das
espécies.
○ Em um determinado ponto a chave fisiológica da fêmea muda para que ela
expulse o feto
■ isso começa 4 semanas antes do parto para a maioria das espécies
○ o feto é quem decide o momento do parto. A medida que o feto cresce, o
espaço uterino vai ficando mais apertado (limitação fisica). Isso faz com que
o feto passe a receber cada vez menos nutrientes e O2.
○ O feto em fase de crescimento muito grande (ocorre no 3º final da gestação)
fica tão grande que o suprimento de glicose, O2 e nutrientes se torna
insuficiente. Com isso o feto grande ja tem maturidade do eixo Hipotalâmico,
Hipofisário Adrenal. A partir desse momento da adrenal pronta, o feto
responde ao estresse da falta de nutriente com a produção de Cortisol.
○ Isso é o estresse fetal.
○ O cortisol provindo do estresse fetal, modifica a ação de uma série de
enzimas. Dentre as modificações, o cortisol fetal estimula a enzima
aromatase que converte P4 em E2, por isso no fim da gestação P4 cai e E2
começa a subir gradativamente à medida que se aproxima o momento do
parto.
○ A partir daqui ocorre uma cascata:
■ E2 aumentado:
● relaxa a cérvix da fêmea;
● dilatação do canal pélvico por modificação na estrutura das
fibras colágenas.
○ a relaxina é um outro hormônio que é produzido nessa
fase a ajuda na dilatação do canal do parto.
Natália Barone Spachi - Anotações de aula - disciplina VET382 - UFV - 2022
● À medida que o feto se movimenta pela “abertura” de espaço
pelos itens anteriores, ele estimula mecanorreceptores do colo
do útero que estão conectados com a neurohipófise. Com isso
a neuro-hipófise é estimulada a secretar ocitocina. Isso é
chamado de Reflexo de Ferguson
● O Reflexo de Ferguson (secreção de ocitocina) é
estimulado pela movimentação fetal.
● A ocitocina contrai o útero → início a força de expulsão do
feto.
● A ocitocina tem condição de atuar por conta da concentração
de E2 aumentada (sensibilização de receptores uterinos para
ocitocina).
■ Aumento de Ocitocina
■ E2 alto + Ocitocina alta = produção de Prostaglandina (PGF2 alfa)
● PGF2 alfa atua reduzindo ainda mais a P4
○ Fêmea gestante → se sofre estresse, especialmente no 3º final da gestação
→ produção de cortisol pela fêmea → parto precoce ou aborto.

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