Buscar

Controle dos Atos Administrativos pelo Poder Judiciário

Prévia do material em texto

2) Quanto ao momento: prévio, concomitante ou posterior
3) Quanto ao aspecto:
- MÉRITO/POLÍTICO:
- LEGALIDADE:
Controle dos atos administrativos pelo Poder judiciário.
JURISPRUDÊNCIA
PRINCÍPIO DA INSTRANSCENDÊNCIA: Súmula 615-STJ: Não pode ocorrer ou
permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos fundada em
irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as
providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos. STJ. 1ª
Seção. Aprovada em 09/05/2018, DJe 14/05/2018.
MP JUNTO AO TC: O membro do Ministério Público que atua perante o Tribunal de
Contas possui legitimidade e capacidade postulatória para impetrar mandado de
segurança, em defesa de suas prerrogativas institucionais, contra acórdão
prolatado pela respectiva Corte de Contas. STJ. 2ª Turma. RMS 52.741-GO, Rel. Min.
Herman Benjamin, julgado em 8/8/2017 (Info 611).
PROVAS E REQUISIÇÃO DO MP: Não são nulas as provas obtidas por meio de
requisição do Ministério Público de informações bancárias de titularidade de
prefeitura municipal para fins de apurar supostos crimes praticados por agentes
públicos contra a Administração Pública. HC 308.493-CE, Rel. Min. Reynaldo Soares
da Fonseca, julgado em 20/10/2015, DJe 26/10/2015.
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA E TERCEIROS: Em auditoria realizada pelo TCU
para apurar a gestão administrativa do órgão, os terceiros indiretamente afetados
pelas determinações do Tribunal (ex: pensionistas) não possuem direito de serem
ouvidos no processo fiscalizatório. STF. 1ª Turma. MS 34224/DF, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 15/8/2017 (Info 873).
MULTA E PRESCRIÇÃO: O prazo prescricional para que o TCU aplique multas é de 5
anos, aplicando-se a previsão do art. 1º da Lei nº 9.873/99. STF. 1ª Turma. MS
32201/DF, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/3/2017 (Info 858).
TC ESTADUAIS E CRIAÇÃO DE ÓRGÃOS JURÍDICOS: É constitucional a criação de
órgãos jurídicos na estrutura de Tribunais de Contas estaduais, vedada a atribuição
de cobrança judicial de multas aplicadas pelo próprio tribunal. É inconstitucional
norma estadual que preveja que compete à Procuradoria do Tribunal de Contas
cobrar judicialmente as multas aplicadas pela Corte de Contas. A Constituição
Federal não outorgou aos Tribunais de Contas competência para executar suas
próprias decisões. As decisões dos Tribunais de Contas que acarretem débito ou
multa têm eficácia de título executivo, mas não podem ser executadas por iniciativa
do próprio Tribunal. O único legitimado ativo para executar acórdãos que
determinam o ressarcimento ao erário é somente o Ente Público cujo erário será
beneficiado STF. Plenário. ADI 4070/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
19/12/2016 (Info 851).
PRESCRIÇÃO E TOMADAS DE CONTAS ESPECIAL: É de cinco anos o prazo para
o TCU, por meio de tomada de contas especial (Lei nº 8.443/92), exigir do ex-
gestor público municipal a comprovação da regular aplicação de verbas
federais repassadas ao respectivo Município. STJ. 1ª Turma. REsp 1.480.350-
RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 5/4/2016 (Info 581).
PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA E CONSÓRCIO PÚBLICO: Princípio da
intranscendência das sanções e entidade integrante de consórcio público
com pendência no CAUC. O fato de ente integrante de consórcio público
possuir pendência no Serviço Auxiliar de Informações para Transferências
Voluntárias (CAUC) não impede que o consórcio faça jus, após a celebração
de convênio, à transferência voluntária a que se refere o art. 25 da LC n.
101/2000. REsp 1.463.921-PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
10/11/2015, DJe 15/2/2016.
É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja regra sobre a
organização ou funcionamento do TCE de forma diferente do modelo
federal. O art. 75 da CF/88 estabelece que deverá haver um “espelhamento
obrigatório” do modelo de controle externo do TCU previsto na CF/88 para os
Tribunais de Contas dos Estados/DF e para os Tribunais e Conselhos de
Contas dos Municípios. Isso significa que é materialmente inconstitucional
norma da Constituição Estadual que trate sobre a organização ou
funcionamento do TCE de forma diferente do modelo federal. Caso isso
ocorra, haverá uma violação ao art. 75 da Carta Maior. Diante disso, é
inconstitucional dispositivo da CE que preveja que, se o TCE reconhecer a
boafé do infrator e se este fizer a liquidação tempestiva do débito ou da
multa, a Corte deverá considerar saneado o processo. Esta regra é
inconstitucional porque não há previsão semelhante na CF/88. STF. Plenário.
ADI 5323/RN, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/4/2019 (Info 937).
É inconstitucional lei estadual ou emenda à Constituição do Estado, de
iniciativa parlamentar, que trate sobre organização ou funcionamento do
TCE. É inconstitucional lei estadual, de origem (iniciativa) parlamentar, que
discipline a organização e o funcionamento do Tribunal de Contas estadual
(TCE). Isso porque os Tribunais de Contas possuem reserva de iniciativa
(competência privativa) para apresentar os projetos de lei que tenham por
objetivo tratar sobre a sua organização ou o seu funcionamento (art. 96, II c/c
arts. 73 e 75 da CF/88). Os Tribunais de Contas, conforme reconhecido pela
CF/88 e pelo STF, gozam das prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o
que inclui, essencialmente, a iniciativa privativa para instaurar processo
legislativo que pretenda alterar sua organização e funcionamento. STF.
Plenário. ADI 4643/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 15/5/2019 (Info 940).
Em caso de irregularidades do Estado-membro em convênio federal, a União
somente poderá inscrever o ente no SIAFI, no CADIN e no CAUC após o término
do processo de prestação de contas especial, observados os princípios
constitucionais da ampla defesa e do contraditório. O cadastro restritivo não
deve ser feito de forma unilateral e sem acesso à ampla defesa e ao contraditório.
Isso porque, muitas vezes, a inscrição pode ter, além de motivação meramente
financeira, razões políticas. Assim, ao poder central (União) é possível suspender
imediatamente o repasse de verbas ou a execução de convênios, mas o cadastro
deve ser feito nos termos da lei, ou seja, mediante a verificação da veracidade das
irregularidades apontadas. Isso porque o cadastro tem consequências, como a
impossibilidade da repartição constitucional de verbas das receitas voluntárias. A
tomada de contas especial, procedimento por meio do qual se alcança o
reconhecimento definitivo das irregularidades, com a devida observância do
contraditório e da ampla defesa, tem suas regras definidas em lei. Ao final, é
possível tornar o dano ao erário dívida líquida e certa, e a decisão tem eficácia de
título executivo extrajudicial. STF. Plenário. ACO 2892 AgR/DF, rel. orig. Min. Edson
Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/9/2019 (Info 951).

Continue navegando