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Thayná Borba – Medicina Interna II 1 7º Semestre THAYNÁ BORBA Thayná Borba – Medicina Interna II 2 CONTEÚDOS 1.FISIOLOGIA RENAL …………………………………………………………………………………………………………………3 2.INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA……………………………………………………………………………………………………. 3.DOENÇA RENAL CRÔNICA…………………………………………………………………………………………………………. 4.HEMATÚRIA E PROTEINÚRIA………………………………………………………………………………………………………. 5.GLOMERULONEFRITE………………………………………………………………………………………………………………. 6.DISTÚRBIO ÁCIDO-BASE…………………………………………………………………………………………………………… 7.HIPERCALEMIA………………………………………………………………………………………………………………………. Thayná Borba – Medicina Interna II 3 Fisiologia Renal ü Dor renal – cólica, por ser uma víscera; náusea e mal estar ü Tamanho dos rins o No homem 11 a 12cm o Na mulher 10 a 11cm (sempre proporcional ao tamanho – sempre menor que o de homem) o Rins diminuídos – atrofia – pode ser congênito ou doença crônica ü Assimetria renal – rim menor do que o outro em 2cm o Causas : § Variação anatômica § Cálculo obstrutivo § Estenose de artéria renal – Doença renovascular, hipertensão secundária ü HAS, DM – perde função dos dois rins, não somente de um ü Medula renal é formada pelas pirâmides ü Córtex + medula renal -> parênquima renal -> parte funcionante ü Pelve renal é a parte coletora ü USG o Parênquima renal hiperecogênico, heterogêneo (mais claro), supõem que há fibrose -> nefropatia crônica bilateral o Parênquima homogêneo -> normal ü Dilatação do cálice e da pelve -> dilatação pielocalicial ou hidronefrose o Causas: § cálculo obstrutivo (dilatação de um único lado) § próstata (bexigoma e dilatação bilateral) § Compressão extrínseca – Ex. Mioma em mulheres; § Fibrose retoperitoneal -> ureter que passa em cima -> fechamento do ureter • Remédios para cefaleia crônica; um processo inflamatório, fisiopatologia não muito bem definida. Função do rim ? ü Equilíbrio o Quantidade ingerida + quantidade produzida = quantidade excretada + quantidade consumida ü Principais toxinas geradas pelo metabolismo o CO2 o Excesso de minerais o Produtos finais do metabolismo nitrogenado § São a quebra do metabolismo proteico § Amônia § Ureia – utilizada como marcador de toxina. Paciente urêmico, com ureia alta, hálito urêmico, com cheiro de amônia. • Seu acúmulo causam sintomas ü Função de homeostase ü Função hormonal ü 25% do DC passa pelo rim o Doença cardíaca -> influência nos rins -> piora de função renal = SÍNDROME CARDIO-RENAL ü 1 min -> Filtração de 100 a 125ml / por dia 180 litros -> função renal normal ü Néfron -> unidade funcional do rim Thayná Borba – Medicina Interna II 4 ü 90% do que foi filtrado é reabsorvido ü Diurético -> ação na alça de Henle ü ADH ação no ducto coletor -> produzido no hipotálamo e secretado pela hipófise o Se não secreta ADH -> aumento da diurese ü Pessoa que perde função renal ela perde capacidade de filtrar, reabsorver, excretar e .. ü Glomérulo enovelado -> aumento da área de troca ü Filtração glomerular é uma constante e depende do número de glomérulos que se tem, da pressão de perfusão do glomérulo (pressão efetiva de filtração) o Pressão hidrostática o Pressão capsular o Pressão oncótica ü Dieta hiperproteica -> pode aumentar a formação de cálculos renais. Caso. : 1.Hipotensão ; Hipovolemia; Hemorragia aguda o Mácula densa -> percebe a redução da perfusão renal § Ativa produção de renina -> SRAA § Produção de angiotensina II e aldosterona § Causa vasoconstrição geral para tentar subir a pressão e manter a perfusão § No rim -> vasoconstrição da eferente (angiotensina II) § Dilatação de aferente é feita pela prostaglandina o Insuficiência renal aguda o Anti-inflamatórios inibem a prostaglandina -> piorando função renal em pacientes com instabilidade hemodinâmica 2.Paciente HAS, DM, estável, com piora da função renal o Lesão de glomérulo o Caso irreversível o Chamado de doença renal crônica ü Em média 2L de urina são excretados por dia ü Túbulo proximal – responsável por absorver 70% do sódio e da água que filtrou ü Alça de henle -> absorção de sódio -> diurético impede essa reabsorção. Sendo eliminado na urina junto da água ü ADH no túbulo coletor -> concentra ou dilui a urina IRA- Insuficiência Renal Aguda Paciente, 75 anos submetido a colectomia parcial devido a neoplasia de cólon. No segundo dia pós operou evolui com sonolência e diminuição da diurese. AP: HAS, HPB, medicações em uso: buscopam 1 ampola EV, Rocefin (ceftriaxone) 1g EV 12/12h EF: sonolento; PA 9x6; FC 110; desidratado ++/4+; eupneico; restante normal; débito colostomia: 3500 ml em 24h Sondagem vesical de demora passada : volume 100 ml em 12 horas Oligúria 0.5 ml/kg/h Balanço hídrico negativo -> uma das causas de hipovolemia Thayná Borba – Medicina Interna II 5 Medicações nefrotóxicas ? Rocefin não é nefrotóxico Exames a serem solicitados : Creatinina:2,0 mg/dL (0.6 – 1.3 valor de referência) Ureira: 198mg/dL (30-40 valor de referência) Na: 150mg/dL K : 3,0 (3,5 – 5,0 valor de referência) Culturas Hemograma (avaliar anemia, leucocitose) PCR USG de abdome – parênquima com ecotextura habitual // rim D 11cm e Rim E 10,5cm Urina tipo I – proteínas ausentes Leucócitos 10.000 HD: Não é uma Insuficiência renal aguda pós-renal pois foi passado sonda e o paciente tem escoamento da urina; fazer reposição hipovolêmica. Prova de volume, correr o soro aberto restabelecendo a volemia. Melhora do débito -> sinal de IRA pré- renal. Paciente que começar a responder a reposição volêmica/ hidratação (paciente hipotenso e desidratado) – hipótese de IRA pré-renal. Continuar a hidratação (hidratação de manutenção). IRA pré-renal -> perda de líquido intravascular. ü INSUFICIÊNCIA RENAL – urinando pouco, creatinina elevada ü Diferenças entre um quadro agudo de um quadro crônico na insuficiência renal o IRA: § Perda de função renal rápida § Sinais e sintomas sistêmicos § Causa reversível § Sem lesão renal definitiva § Ureia muito elevada o DRC § Perda de função renal lenta e progressiva § Sinais e sintomas de uremia avançada (anemia) § Antecedentes HAS, DM, nefropatia, doença vascular § USG: rins contraídos ou hipercogênicos (exceção é a nefropatia diabética) ü IRA é dividida em dois termos : injúria rena aguda (duração de até 7 dias) e doença renal aguda (duração de até 3 meses) ü Na suspeita de IRA -> pré renal / renal / pós-renal ??? Todas as doenças vão estar nessas três categorias o Pré-renal -> alteração hemodinâmica; estrutura renal intacta. Recuperação rápida o Pós-renal -> doenças obstrutivas, tudo que obstrui o trânsito urinário. Prioridade é desobstruir o Renal intrínseco -> já existe um tipo de alteração das células renais. É reversível. Alteração da estrutura renal. (Ex. Choque grave -> necrose dos túbulos renais devido a baixa perfusão). Semanas para recuperação. ü Pré-renal o Absoluta ou relativa Thayná Borba – Medicina Interna II 6 § Absoluta : Perca para o meio externo -> vômitos, grande queimado § Relativa : perda de líquido para o terceiro espaço : ascite, pancreatite (inflamação do pâncreas -> edema peripâncreas – uma perda relativa; também apresenta perda absoluta pelo vômito). Medicações nefrotóxico ATB: Aminoglicosídeo, vancomicina e anfotericina B AAS – usado na prevenção de infarto Aminoglicosídeo – mais nefrotóxico Gentamicina, amicacina Fatores de risco : Idoso, diabético, hipotenso, quem já tem alteração renal Causa alteração em túbulo proximal (filtra 60%) Injúria renal vai acontecer 7 dias após seu uso IRA não-oligúrica, hipocalemia. Urinando bem porém creatinina vai só subindo Contraste iodado – potencialmente nefrotóxico Idoso, diabético Doença Renal Crônica ü 4 passos para o diagnóstico de doença renal crônica Caso clinico Paciente 62 anos, sexo feminino, do lar,parda, São Paulo QD: encaminhado ao ambulatório por alterações de exame HPMA: acompanhamento clinico da paciente devido a HAS e DM que foi encaminhada por causa de edema o Queixa: edema de MMII há 6 meses pelo menos ISDA o DM, HAS há 20 anos o “Laser nos olhos” há 5 anos; IAM há 5 anos Exame físico o Descorada, eupnêica, PA 180 X 100 mmHg, FC 62 bpm; IMC = 24 Thayná Borba – Medicina Interna II 7 o BRNF 2T sem sopros o MV sem ruídos adventícios o Abdômen sem alterações. o Extremidades > edema 2+/4+ sem varizes o Pulsos diminuídos ü 1º passo – avaliar a função renal = taxa de filtração glomerular = 100-120 ml/min o Triagem -> solicitação de creatinina (proteína que deriva do metabolismo muscular); produção estável e constante. Acúmulo não faz mal. o Quanto maior a creatinina pior a filtração o Valor de referência 0.6 – 1.3 mg/dL § O valor da creatinina normal varia de acordo com a idade e a massa muscular corporal o Solicita ureia também § Variação quanto a produção § Diarréia, desidratação -> fazem subir a ureia também. o Clearence ou depuração de creatinina na urina de 24h § Laboratório dosa creatinina na urina § Divide pela creatinina no sangue § Multiplica pelo volume § E divide por 24h (1440min) § Resultado normal : 90 - 120 ml/min (100 ml/min - paciente limpa por minuto, 100 ml de plasma) § Mede altura e o peso do paciente (ajuste pela superfície corpórea) § Muitos erros de coleta § EPI-CKD -> fórmula para adultos; estimativa da taxa de filtração glomerular • Creatinina, idade e sexo • Paciente estável • Extremos de peso, de idade, paraplégico, -> não aconselhável utilizar, a fórmula vai dar erro ü 2º passo - aguda ou crônica ?? ü Ajuste de dose de antibiótico de acordo com a função renal (remédios que precisam de ajuste de dose, com insuficiência renal ? ) o Calcular a taxa de filtração glomerular -> EPI-CKD (aplicativo) Thayná Borba – Medicina Interna II 8 o Ex. Ciprofloxacino ü Por mais de 3 meses -> taxa de filtração glomerular menor que 60 ml/min OU algum marcador de lesão renal (albuminúria) OU alteração de exame de imagem por mais de 3 meses. o Menor que 60 ml/min -> é certeza que tem insuficiência independente da idade. o Alguns pacientes tem uma coisa ou outra e já classifica como IRC o Avaliação de albuminúria > urina tipo I § perde-se na urina até 150mg de proteína - fisiológico § Até 30 mg de albumina - fisiológico § Marcador de lesão glomerular -> perda de albumina acima de 30 mg o A triagem no dia a dia para avaliação de proteinúria -> urina tipo I § Espuma na urina. Permanece sobrenadante. E para ter espuma, tem uma proteinúria razoável. § Para confirmar -> proteinúria na urina de 24 horas OU relação albumina creatinina na urina de amostra isolada (exame mais simplificado, mais fácil); são exames que se equivalem. • A1 : < 30 mg de albumina – normal • A2 : 30-300mg – alterado • A3: > 300 mg – vai mais rápido para diálise ü Ultrassom de rim e vias urinárias ü Achados na DRC o Aumento da ecogenicidade do parênquima renal o Afilamento do parênquima renal o Redução do tamanho renal (11-12 no homem, 10-11 na mulher -> normal) § A nefropatia diabética -> altera parênquima, fica afilado. Mas o tamanho renal fica preservado § Diferente da nefropatia hipertensiva -> reduz o tamanho renal ü Diagnóstico de doença renal crônica o Avaliar função renal Thayná Borba – Medicina Interna II 9 § Creatinina -> clearence de creatinina urina de 24h ou clearence de creatinina estimado (fórmulas) o Avaliar lesão renal § Albuminúria -> na urina de 24h ou relação alb/creat urina amostra isolada. o USG de rins e vias urinárias ü 3º passo -> CLASSIFICAÇÃO o 5 estágios de acordo com a taxa de filtração glomerular e de acordo com o nível de albuminúria (quanto maior mais grave o paciente é) § Quanto pior a função renal, pior a proteinúria -> o risco do paciente aumenta o A partir do estágio G3b -> encaminhamento. o Quando encaminha para dialise -> a partir do estágio 5 § Abaixo de 15% da função renal ü 4º passo -> etiologia o Duas principais causa HAS e DM o Outras causas : glomerulopatias; rim policístico; uso de anti-inflamatórios o Retinopatia diabética importante -> causa de doença renal § Fazer exame de fundo de olho ü Porque o diabetes causa doença renal crônica o Barreiras que impedem que perca albumina § Anatômica e iônica (negativa) § No diabético -> lesa a barreira ü Paciente com DRC e proteinúria -> deve bloquear o SRAA ü Associação de HAS com DRC ü Rins policísticos o Cistos bilaterais, paciente jovem, história familiar importante de doença renal (mãe fez diálise); rim aumentado, desconforto abdominal o Doença autossômica dominante (mais grave) o É possível palpar os rins ü Tratamento da doença renal crônica o Conservador o Encaminhamento para diálise v Conservador Thayná Borba – Medicina Interna II 10 1. não cura o paciente 2. Estabilizar 3. Como abordar o paciente i. Retardar a progressão da doença ii. Tratar as complicações iii. Preparação para terapia renal substitutiva • Retardar a progressão de doença o Revisão de exames anteriores o Adaptação hemodinâmica -> glomérulo começa a funcionar mais para tentar compensar; hiperfiltração § Mecanismo auto-lesivo = agressão mecânica a longo prazo (10-15 anos) § Ativa sistema renina que promove a hiperfiltração glomerular -> com isso, devemos bloquear o sistema renina através dos IECAS (captopril 8/8h, enalapril 12/12h), BRA (losartana) – bloqueio da angiotensina II (ESCOLHER UM OU OUTRO, E NUNCA FAZER ASSOCIAÇÃO); benefícios semelhantes de ambas medicações. Todo renal crônico com proteinúria deve-se tentar tal terapia. • Taxa de filtração glomerular ou creatinina -> diminui mas depois estabiliza • < 30% em até 2-4 semanas – manter a medicação • Casos que > 30% em ate 2-4 semanas -> tirar a medicação • Se piora, é reversível • IECAS sobem potássio o que pode ser uma contra-indicação o Paciente bem hipertenso -> associar diurético para baixar a pressão e eliminar potássio § Perda de massa renal § Pressão arterial alvo < 130x80 mmHg § Glicemia em diabéticos -> Hbc < 7% § Não pode tomar AINES (nimesulida, § Não pode comer carambola – toxina que na insuficiência renal -> levando a sonolência à coma. § Evitar exames com contraste iodado -> piora de função renal • Tratar as complicações Thayná Borba – Medicina Interna II 11 o Anemia § Deficiência de produção de eritropoetina (Hb 10 – anemia discreta) § Portanto terão uma anemia normocrômica normocítica § Junto eles tem uma anemia ferropriva – microcítica • Causa : uremia faz com que absorva menos ferro § Colher hemograma e perfil de ferro (ferritina, Sat. Da transferrina) § Conduta : reposição de ferro (VO); pedir retorno, se haver melhora do perfil de ferro mas não melhorou anemia -> associação de eritropoetina. § Não se consuma dosar ertitropoetina > caro o Doença óssea § Hiperparatireoidismo secundário -> problema não é direto na glândula. § Aumento do PTH § Calcitriol – favorece. Absorção de cálcio na dieta; na insuficiência renal -> produz menos calcitriol -> absorve menos cálcio -> sinal para liberação de PTH para retirar cálcio do osso e normalizar cálcio no sangue. O fósforo se elevat, o que também favorece a secreção de PTH. § Desmielinização óssea -> fraturas; fácies leoninas § Atualmente se repõem calcitriol § Nos exames : • Cálcio normal ou baixo • Fósforo um pouco alto • PTH alto § Como diferenciar hiperparatireoidismo primário do secundário • Primário -> nódulo na tireoide que secreta PTH o PTH vai estar alto o Cálcio vai estar ALTO • Secundário o Especifico do renal crônico o Doença cardiovascular § Principal causa de morte do renal crônico§ Doença renal – anemia, inflamação, PTH, -> piora o coração o Sintomas de fase avançada : sonolência, confusão mental, crise convulsiva, hipercalcemia, acidose metabólica, hipervolemia Thayná Borba – Medicina Interna II 12 • Terapia renal substitutiva (diálise) Paciente escolhe a dialise ou diálise peritoneal o Hemodiálise o Diálise peritoneal o Transplante renal • Indicações de diálise o Emergência § Disfunção renal importante § Hipovolemia § Alteração neurológica pela ureia elevada Glomerulonefrite Caso clínico Paciente de 17 anos de idade refere que há 3 dias passou a apresentar edema generalizado, urina escura e dor lombar bilateral. Sem doenças previas. Nega uso de drogas. Exame físico: PA:160x110 mmHg; T= 37°; FC: 96; FR: 1; Giordano -; edema em MMII ü Urina escura – causas § Bilirrubina § Sangue § Rabidomiólise ü Anasarca = edema generalizado ü Hipótese diagnóstica o Cistite o Cálculo renal o Hipertensão ü Exames a serem solicitados ? USG abdominal e vias urinarias → ruim para ver calculo no ureter, caso a dúvida persista = pedir TC Creatinina: 1,9 mg/dL; Na= 140; K= 4,5 Thayná Borba – Medicina Interna II 13 Hemograma: Hb= 14; GB= 7200 sem desvio Urina 1: prot +; leucócitos = 30.000 (leucocitúria); hemácias= 110.000 US rim: RD 11,2 e RE 11,4; parênquima homogêneo sem cálculos ou nódulos Relação prot/creatinina urina amostra isolada = 1200 mg/gr Pesquisa de dismorfismo eritrocitário positivo Hematúria de origem glomerular HD= GLOMERULONEFRITE – nefropatia por IgA primaria ü Leucocitúria -> pode ser infecção em qualquer outro sítio, não necessariamente uma infecção de urina. o Nefrite o Cálculo renal o Doença autoimune o DST o Uretrite o Quando administrar antibiótico ? Quadro clínico da paciente. Estrutura do glomérulo ü Capilar glomerular: → Endotélio o Parte mais central → Membrana basal glomerular – recobre todas as alças → Podócitos – ao lado da membrana basal, extensões celulares ü Mesangio = tecido envolto as alças capilares, uma função mais importante é manter a estrutura de novelo do alvéolo (mantem a estrutura) → Células mesangiais → Matriz mesangial ü Filtração renal = controlada pelo capilar glomerular → Eletronegatividade da barreira (carga negativa) = barreira iônica → Poros pequenos = não deixam passar hemácias e proteínas → DM – Glicemia alta = lesão na barreira → Albuminuria = disfunção da barreira → marcador de doença glomerular → Hematúria, proteinúria → é de origem glomerular, é um problema nessa barreira ü Glomerulonefrite -> hematúria, leucocitúria, proteinúria Thayná Borba – Medicina Interna II 14 Proteinúria – Causas ü Fisiológico o 150mg proteínas/24h = dosagem de todos os tipos de proteínas presentes na urina o 20-30 mg albumina ü Patológico o Proteinúria > 150mg o Albuminúria > 30mg ü Normalmente a proteína no glomérulo é filtrada e reabsorvida → em pouca quantidade • Proteína pela morte das células tubulares (morte natural das células, se perde proteína na urina) - Tamm-Horsfall = fisiológica • Proteinúria de origem glomerular → Glomérulo doente que faz com que haja perda de proteína na urina → ALBUMINÚRIA (lesão de origem glomerular) Ex: DM tipo I • Proteinúria por overflow (excesso)– chega tanta proteína no glomérulo, que acaba escapando na urina → mieloma múltiplo; hemólise; rabdomiólise; atividade física intensa; picada de cobra o Rabdomiólise (lesão da célula muscular) = mioglobina em alta quantidade chegando no rim = proteinúria; § CPK – marcador de lesão muscular; § Potássio – alto § Urina escura o Hemólise = hemoglobina deixando a urina mais avermelhada § Anemia hemolítica – DHL e potássio alto; * Hemoglobinúria § Icterícia devido a hemólise o Mieloma múltiplo – neoplasia hematológica em que há produção de plasmócitos de forma anômala que invadem tecidos (medula; ossos) e é perdido na urina § Geralmente paciente idoso com quadro de anemia; dor óssea; cálcio elevado; proteinúria por Bence-Jones • Proteinúria tubular – perca de proteínas especificas do túbulo renal, geralmente por inflamação dos túbulos renais, geralmente acontece por reação alérgica a alguns medicamentos (nefrite tubular), como omeprazol → menos importante → Interferência do processo de reabsorção tubular → Associadas a doenças autoimunes; infecciosas Hematúria ü Urina avermelhada/ sangue na urina Thayná Borba – Medicina Interna II 15 ü Em mulheres a primeira coisa que precisa descartar -> menstruação ü Queixa de urina escura -> alimentos podem escurecer como beterraba; medicações em uso (pyridium - anti-inflamatório); mioglobina, hemoglobina. ü Tabagismo esta associado a tumor de bexiga o Hematuria macroscópica ü Como investigar a causa de hematúria ? o O sangue é de origem glomerular ou extraglomerular ? o Glomérulo = glomerulonefrite -> encaminhar ao nefrologista o Extraglomerular = pode ser bexiga, cálculo-> encaminhar ao urologista o Pede exame Urina I com pesquisa de dismorfismo eritrocitário = exame de urina comum com avaliação de hemácias para saber se elas são dimórficas. § Dimorfismo positivo = hematúria glomerular § Dimorfismo negativo = sangramento por um tumor, ou outras coisas o Coágulo geralmente é macroscópica = não esta presente em hematúria glomerular GLOMERULAR x EXTRAGLOMERULAR ü Glomerular § Dimorfismo positivo § Sem coágulos § Presença de proteinúria § Presença de cilindros hemáticos (junção de hemácias) § Ex. de quadro clínico – pielonefrite; leucocitúria – presente em ITU ü Extraglomerular § Dimorfismo negativo § Pedir USG; cistoscopia § Comum infecção de urina -> hematúria GLOMERULONEFRITE – INFLAMAÇÃO DO GLOMÉRULO o Quadro com hematúria; dimorfismo positivo; cilindro hemático; proteinúria; leucocitúria; perda de função renal o Causas : § Doença inflamatória § Autoimune § Hereditária § Secundária Paciente com glomerulonefrite pode manifestar de quatro formas clínicas : Thayná Borba – Medicina Interna II 16 Só com hematúria ü Dimorfismo positivo ü Nefropatia por IgA ü Doença de Alport o Doença nefrológica genética o Transmissão ligada ao X = mulheres carreiam o gene e o homem desenvolve a doença o Alteração do colágeno 4 o Quadro clínico : § Paciente jovens (criança/adulto jovem) que começam com hematúria, com função renal preservada § Geralmente tem surdez, alteração do cristalino § Alguém na família tem esse mesmo problema ? § Passando o tempo vai perdendo função renal o Sem tratamento específico ü Membrana fina/hematúria familiar benigna ou doença da membrana basal fina o Apenas hematúria microscópica o Tem histórico familiar de hematúria o Não altera função renal o Acompanhamento o É hereditário e geralmente transmitida de forma autossômica dominante o A maioria dos pacientes é assintomática o Incidentalmente observa-se hematúria microscópica no exame urina de rotina o O prognostico a longo prazo é excelente o Na maioria dos casos não é necessário o tratamento o A hematúria por IgA é mais intensa do que a hematúria familiar benigna. Ocorre alteração de função renal, sobe pressão. Síndrome nefrítica ü Hematúria com dimorfismo, HAS (retenção de água e sódio, deia de excretar), diminuição da diurese e edema (por conta da diminuição da diurese por conta da piora de função renal, retenção de água e sódio) ü Proteinúria pequena ü Doenças que cursam com S. Nefrítica: Lúpus, glomerulonefrite pós infecciosa, nefropatia por IgA ü Criança -> Faringite por Streptococcus -> passa uma semana -> volta com pressão alta, edema = síndrome nefrítica associada a infecção por streptococcus. Thayná Borba – Medicina Interna II 17 o Processo autolimitado (dar suporte para criança somente); dar diurético, paciente internado, vamos observando. o Em adultos é comum por celulite por Stafilococcus -> resultando em síndromenefrítica ü Nefropatia por IgA/ doença de Berger o Incidência em adulto jovem o Imunoglobulina A (próprio anticorpo) começa atacar o rim -> depósito de IgA o Imunofluorescência o Preciso fazer biópsia o Paciente apresenta ou hematúria isolada ou síndrome nefrítica o Pode ser primária ou secundária (algumas doenças que levam a isso como doença de Crohn, cirrose alcoólica, doença hepática) – SABER § Se for secundário – devo tratar a causa base § Se for primário eu devo imunossuprimir o paciente com corticoide ü Como diferencio uma síndrome nefrítica por IgA e pós-infecciosa ? (Clássico em provas de residência) o Pós infecciosa – incide mais em criança; só da síndrome nefrítica; sistema complemento reduz; história de uma semana atrás de infecção de garganta bacteriana. o N. IgA – pode ser síndrome nefrítica ou só hematúria; acomete mais adulto jovem; sistema complemento normal; não existe essa história de infecção. Caso clínico ID: sexo masculino; 35a; branco; natural de SP HPMA: refere há 10 meses edema vespertino em membros inferiores com piora progressiva evoluindo para edema generalizado. ISDA: edema; urina espumosa; dor torácica grandes esforços AP: ndn AF: ndn Ef: REG; corado; levemente dispneico; PA: 15x9cmHg; edema +/4+ face e +++/4+ MMII; ausculta cardíaca com bulha abafada; MV reduzido em bases; abdome globoso ü Edema → Etiologias e causas insuficiência cárdica, hepática, doença renal avançado e proteinúria. Thayná Borba – Medicina Interna II 18 → Proteinúria leva a espuma na urina, nesse caso é uma espuma que fica em cima, por exemplo: de colarinho de chopp ü Murmúrio vesicular reduzido, percussão maciça é líquido → Se fosse ar seria timpânico ü Alteração cardíaca → Bulha abafada é sinal de líquido no coração; percussão maciça → líquido → derrame pleural bilateral o Líquido pode ser transudado (ICC, cirrose ou desnutrição – reduz albumina – reduz albumina no vaso – líquido extravasa para o terceiro espaço) ou exsudato (infeccioso) o Bulha abafada – derrame pericárdico § Deve – se fazer raio X em decúbito lateral direito e esquerdo para confirmar derrame pleural. § Derrame do pericárdico ü Tamponamento é o derrame pericárdico + choque. ü Derrame pleural – pedir RX em decúbito lateral D e E ü USG abdome – normal ü Função hepática → Coagulopatia, gama gt, albumina (quadros crônicos estará baixo) – avalia função → TGO e TGP – avalia lesão → No caso não pode ser insuficiência hepática, mesmo com a albumina baixa ü Causas de albumina baixa: → Normal 200ml/g → Desnutrição grave → Insuficiência hepática → Perda abundante pela urina ü Apresenta uma albumina baixa (valor de referencia 3,5 – 4,5 gr/dL) e proteinúria alta (17,6 g/24hrs) ü Colesterol extremamente alto (509 mg/dL) ü Edema -> resultado de perca excessiva de proteína na urina – reduz albumina -> edema. o Lesão em glomérulo ü Diagnóstico final : o SÍNDROME NEFRÓTICA – perda mais de 3 ou 3,5g de proteína na urina. o E todo o quadro dele vai ser consequência dessa perda de proteína o Alguns pacientes com síndrome nefrótica tem função renal normal ou alterada, vai depender da fisiopatologia da doença. Mas ele tem uma alteração estrutural que faça ele perder proteína na urina. Thayná Borba – Medicina Interna II 19 Síndrome nefrótica ü Albuminúria; albumina baixa no sangue – reduz pressão oncótica e mais vai extravasar para o interstício. Edema de MMII, ascite, derrame pericárdico.. o clássico é fazer anasarca. ü Classicamente o paciente tem colesterol muito alto – para compensar : o O fígado começa produzir outras proteínas para compensar a perda de albumina – LDL como exemplo é uma lipoproteína. Com isso apresenta um quadro de hipercolesterolemia. o Ao zerar a síndrome nefrótica – normaliza o colesterol ü Eles perdem também hormônio tireoidiano na urina (proteína) -> podem ter como quadro clínico o hipotireoidismo ü Perdem anticorpos, tem maior tendência a infecção o Vacinação ü Proteínas trombolíticas que desfazem trombo – com a perda dessas proteínas paciente tem tendência a trombosar. ü Processo inflamatório que lesa os rins -> perca e proteína ü Pode ser primária ou secundária ü Principal causa de síndrome nefrótica secundária no adulto é a diabetes -> causa lesão glomerular. Portanto, a primeira coisa que preciso pensar é : a síndrome nefrótica é por diabetes ? Se sim, tratar o diabetes. Ao baixar a glicemia, vai baixar um pouco a proteinúria. ü Se não for diabetes -> fazer biópsia renal = lesões histológicas variadas e com tratamentos diferentes: o Lesão mínima – tipo histológico que cursa com nefrótica, cursa mais com criança e adulto jovem (adolescente) § Alteração especifica na microscopia eletrônica nos podócitos. § Causa: primária -> sistema imune causa inflamação do rim; secundária -> linfoma (incidência maior em crianças). o GESF – incidência dos 20 aos 50 anos (adultos jovens); § Primário § Secundário -> HIV e obesidade mórbida. o Membranosa – idoso com síndrome nefrótica § Causa Secundária -> neoplasia de órgão sólido o Membranoproliferativa § Mais rara § Incidência em qualquer faixa etária § Associada a hepatite C Thayná Borba – Medicina Interna II 20 ü Todo adulto que tem síndrome nefrótica e não é diabético, sou obrigado a fazer biópsia de rim. ü Se for secundário devo tratar a doença de base, se for primário eu tenho que imunossuprimir o paciente Glomerulonefrite rapidamente progressiva Caso clínico Sexo feminina; 45 anos, branca; advogada Paciente procurou PA devido a um quadro gripal sendo medicada com sintomáticos. Nesse momento coletou exames: • Cr 1,2 mg/dL; U 35 mg/Dl; Hb= 12g/dL; GB= 11000 sem desvio. Como manteve mal estar geral e começou a observar urina escura, edema e redução da diurese, além de dispneia, procurou serviço médico. Sem antecedentes. EF: 180x100 mmHg; afebril; edema ++/4+; dispneica; MV com roncos Cr= 8mg/dL; U=150 mg/dL; Hb= 10g/dL Urina I = prot +; leuco=50000; hemácias 90000; DE+ US rim e vias urinárias = normal Infiltrado no RX = hemorragia pulmonar Alteração de função renal + edema + hematúria = síndrome nefrítica Síndrome nefrítica que em poucos dias perde a função renal = internação + imunossupressão + biopsia renal Patognomônico = crescente celular • Cr levemente alterada no primeiro momento → Em dois dias subiu para oito, chama muita atenção! • Anemia muito discreta • Falta de ar importante → Estertor e sibilos na ausculta → RX → Síndrome nefrítica Thayná Borba – Medicina Interna II 21 ▪ Hematúria, edema, alteração de função renal ▪ Outras opções: vírus, bactérias, líquido no alvéolo (congestão pulmonar, apresenta forma reticular) • É uma insuficiência renal aguda grave → Apresentou hemorragia alveolar GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA ü Definição : declínio rápido da função renal (ao longo de dois ou semanas) ü Achados sugestivos de síndrome nefrítica aguda ü Histopatologia : glomerulonefrite crescênticas (células inflamatórias em formato de meia lua) ü É obrigatório imunossupressão rápida. Mesmo antes de biópsia ü Incidência em pacientes mais jovens ü Causas diversas : síndrome goodpasture (doença autoimune, que ataca o pulmão e o rim) o Jovens do sexo masculino o 75% dos pacientes necessitam de diálise o Síndrome e goodpasture : insuficiência renal + hemorragia pulmonar o Emergência médica – grave O que saber da aula : Como investigar proteinúria e hematúria Tipos clínicos Síndrome Nefrótica Saber as doenças de causa secundária Equilíbrio ácido Base ü Normal coletar gasometria basal do paciente, e ao longo do dia pode se ter a necessidade de coleta de outras gasometrias. Gasometria arterial Thayná Borba – Medicina Interna II 22 o Radial o Outras artérias (cubital, femoral) o Localizar a artéria; entrar em 90º; anticoagulante na seringa (heparina -1ml) o Colher uns 2/3ml de sangue o Deve ser levado ao laboratório rapidamente para não perder o exame Valores de referência : pH 7.35 a 7.45 pCO2 = 35 a 45 — sistema respiratório pO2 = 80 a 100 — sistema respiratório sPO2% = 95 a 100 — varia conforme alteração de pO2 HCO3 = 22 a 26 — sistema metabólico EB = -2 a +2 (excesso de base) ü Quanto maior o bicarbonato, mais positivo é o EB o Se bicarbonato aumentado : alcalose o Se bicarbonato mais baixo : acidose DEFINIÇÕES ü Ácido = molécula capaz de liberar hidrogênio ü Base = molécula ou íon que recebe hidrogênio o Bicarbonato, hemoglobina, fósforo -> são moléculas que atuam como bases. o Bicarbonato recebe hidrogênio e se transforma em H2CO3, que se dissocia e forma H2O + CO2 -> a água é excretada na urina e o CO2 expirado pelos pulmões. ü O pH analisa a quantidade de hidrogênio livre diluído no plasma. o Quanto mais hidrogênio livre = acidose = menor o pH o Variação do pH não é bom, pois muitas enzimas funcionam com pH determinado. Existem medicações que ligam ao receptor de acordo com o pH. Paciente com acidose – piora a ação de drogas vasoativas. o SISTEMA TAMPÃO – tenta normalizar o pH. É um mecanismo de defesa contra variações bruscas de pH. § Tampão Químico – é aquele que age primeiro/ rapidamente para ajustar o pH -> bicarbonato sérico e próprio bicarbonato no fígado. Albumina, fósforo. § Tampão Fisiológico – exercido pelo pulmão e rim -> o mais precoce é o pulmão, mecanismo renal é mais tardio. Thayná Borba – Medicina Interna II 23 • Pulmão como um tampão : hiper ou hipoventilação o Hipoventilação : concentra CO2, que reage com a água e gera H+ = acidose. o Hiperventilação : o CO2 diminui em sua concentração, pois é eliminado, bicarbonato recebe H+ que se transforma em H2CO3, se dissocia formando CO2 e H2O. ü Acidose respiratória – reabsorve HCO3 e elimina H+ ü Alcalose respiratória – reabsorve H+ e elimina HCO3 Na avaliação da Gasometria – definir se o quadro do paciente é uma doença metabólica ou respiratória ACIDOSE TUBULAR RENAL PROXIMAL (TIPO II) ü Túbulo contornado proximal - Área importante para reabsorver bicarbonato (volta bicarbonato para o sangue) ü Acidose tubular renal tipo 2 ou proximal – perde a capacidade de reabsorver bicarbonato = paciente terá uma acidose o Quadro clinico § Acidose metabólica Thayná Borba – Medicina Interna II 24 § PH urinário variável § Paciente terá muito bicarbonato na urina (fração de secreção de bicarbonato, posso pedir bicarbonato na urina de 24h) § Comum em crianças § Paciente costuma ter hipocalemia o Causas : § Em criança – síndrome chamada Fanconi (VALE A PENA GUARDAR) • Não consegue reabsorver nada no túbulo proximal, perde muita glicose e fósforo na urina. A criança não cresce; terá uma acidose metabólica importante, fraturas. • Doença genética • Tratamento : repor o que ela perde, pois é um defeito genético. § Em adultos : pode ser secundário a mieloma múltiplo ü Reabsorver = voltar pra você / sangue ACIDOSE TUBULAR RENAL DISTAL (TIPO I) ü Ducto coletor : o Célula beta – jogar bicarbonato para fora (excretar) o Célula alfa – jogar hidrogênio para fora o Alcalose metabólica no sangue – predomina ação de célula beta o Acidose metabólica – ação de célula alfa o Acidose tubular renal tipo I ou distal = falta de ação da célula alfa – déficit de ação, não joga H+ para fora = resultando em acidose; urina alcalina. § Defeito distal ducto coletor § Potássio baixo § Urina alcalina persistente § Muita formação de calculo renal (muitos cálculos se formam pela urina alcalina; o que favorece a precipitação de cálculos); § Paciente com acidose metabólica e uma história rica de litíase renal. § Predomínio em adultos § Causas ; • Hereditário • Artrite reumatóide • Sarcoidose • Nefrocalcinose • Drogas : anfetamina, lítio, anfotericina B Clássico em provas Thayná Borba – Medicina Interna II 25 o Caso clinico : como diferenciar um quadro do outro o Tipo II ou proximal § Problema no tubulo proximal § Não reabsorve bicarbonato § Excreção alta de bicarbonato na urina § Tende a ser mais e criança § Não existe urina alcalina por ter um sistema de compensação pelo ducto coletor. Portanto a urina pode ser alcalina, ácida, pode ser normal, vai depender da compensação o Tipo I ou distal § Urina alcalina sempre. § Acidose metabólica § Problema no ducto coletor § Não excreta H+ Aldosterona o Hormônio do SRAA o Reabsorve sódio e joga H+ e potássio para fora o Hiperaldosteronismo primário – excesso de aldosterona -> hipertensão e alcalose por perder H+ para a urina e hipocalemia por perder K+. o IECA = hipercalemia por inibir o SRAA –> K+ não é eliminado na urina Como analisar uma gasometria em ambiente de UTI ü Alterações básicas : metabólica ou respiratório ü Devemos saber qual o distúrbio primário ü Vai haver um mecanismo compensatório que é secundário ü Sepse = acidose metabólica por conta do aumento de H+ pela infecção -> mecanismos compensatório hiperventilar para eliminar CO2. Se paciente tem uma sepse, começa a produzir metabolismo, que gera hidrogênio, portanto o pH vai cair, tendo uma acidose metabólica. Para tamponar isso, o primeiro que age é o tampão químico, principalmente o bicarbonato, que tem uma reserva no fígado. Esse bicarbonato age com o hidrogênio gerando H2CO3, que gera CO2 e H20. Agem também por outros tampões, como fósforo e albumina, se não adiantou o próximo passo deve ser envolver a parte respiratória. Se tem acidose, tem aumento da ventilação para conseguir eliminar CO2, então paciente começa a hiperventilar por um mecanismo de adaptação pulmonar. Thayná Borba – Medicina Interna II 26 ü Mecanismos renais são mais lentos e tardios. Rim age na acidose metabólica : o Retendo HCO3 (bicarbonato) o Eliminando H+ ü Paciente com DPOC enfisematoso -> hipoventilação -> retém CO2, a sua gasometria terá uma acidose respiratória ü Morfina -> depressor do sistema respiratório -> hipoventila -> retém CO2 -> acidose respiratória -> para compensar o rim retém bicarbonato, inibindo célula beta -> alcalose metabólica. ACIDOSE RESPIRATÓRIA ü pH < 7,4 e pCO2 > 40 ü Mecanismo de hipoventilação, ocorre acúmulo de CO2 que irá combinar com a água formando o ácido carbônico e assim diminuindo o pH do sangue. ü Doenças pulmonares como DPOC, doenças extrapulmonares como o coma, overdose, obeso mórbido, doenças neuromusculares. ü Causas : o Depressão do SNC o Trauma torácico o Obesidade o Fraqueza neuro muscular ü Compensação – metabólica (renal) o Bicarbonato vai subir o Rim vai começar reter bicarbonato para tentar compensar mas não é imediato. ALCALOSE RESPIRATÓRIA ü pH > 7,4 e pCO2 < 40 ü Causas o Doenças que o paciente hiperventile § Comum : doenças psiquiátricas – crise de ansiedade § Doenças do SNC que faz com que hiperventile § Hipóxia excessiva ü Compensatório : metabólico – renal (tardiamente) o Bicarbonato irá cair o Células beta estarão agindo ALCALOSE METABÓLICA (PULMÃO NORMAL) Thayná Borba – Medicina Interna II 27 ü pH > 7,4 e HCO3 > 24 ü Principal causa : o Vômito -> eliminação de ácido ü Compensatório : o Hipoventila para reter CO2 ACIDOSE METABÓLICA ü pH < 7,4 HCO3 > 24 ü Causas : situações que geram muito H+ o Renal crônico -> não elimina H+ § Rabdomiolise § Insuficiência hepática o Compensatório § Hiperventilação para eliminar CO2 ü Resposta esperada -> distúrbio simples o Paciente só tem uma doença, metabólica ou respiratória. ü Resposta não esperada -> distúrbio misto o Presença simultânea de duas ou mais desordens ácido-base o Ex: obeso mórbido e por infecção ; doença pulmonar e doença renal (DPOC o paciente hipoventila, com isso se tem uma acidose respiratória. Na doença renal,paciente retém H+ resultando em uma acidose metabólica = distúrbio misto). ü Obeso mórbido – hipoventila – acidose ventilatório; mas se ele for um renal crônico ele não vai conseguir compensar ü Paciente com sepse – hiperventilar para eliminar CO2 mas se ele estiver rebaixado não vai conseguir hiperventilar para compensar = distúrbio misto ü DPOC – sat O2 89% - não devo aumentar muito o oxigênio; o Basal de saturação de um paciente DPOcítico é 89% ü CO2 alto causa alteração neurológica o Intubação de paciente com CO2 alto pois pode rebaixar o nível de consciência CASO CLÍNICO 1 Paciente sexo masculino, 60 anos, hipertenso leve. Internado na UTI com quadro de vômitos importantes, levando à instabilidade hemodinâmica. Apresenta a seguinte gasometria: • pH= 7,48 (alcalose); pCO2= 48 mmHg; HCO3= 36 mEq/l → Alcalose metabólica, por causa do CO2 Thayná Borba – Medicina Interna II 28 Resposta: paciente tem alcalose metabólica por conta do vômito- perdendo hidrogênio. Espera-se que ele comece a reter CO2, e hipoventilar. Na formula espera-se que o CO2 na alcalose metabólica seja 48 e, na gasometria do paciente deu 48, portanto, é um distúrbio simples. CASO CLÍNICO 2 Paciente sexo feminina, 60 anos, fumante com Quadro de vômitos importantes e febre internada na UTI com instabilidade hemodinâmica. Exame fisico: PA 8x4. Taquipneica. Apresenta a seguinte gasometria: Thayná Borba – Medicina Interna II 29 • pH= 7,48 (alcalose); pCO2= 43 mmHg; HCO3= 36 mEq/l → Alcalose metabólica (bicarbonato acima de 24) Resposta: é uma alcalose metabólica, então espera-se que o CO2 esteja acima de 40. Pela fómula ele deve ser 48, mas na gasometria da paciente deu 43, indicando que é um distúrbio misto. Se é uma alcalose metabólica, o paciente deveria fazer compensação respiratoria, então deveria hipoventilar, mas como junto ela tem uma infecção pulmonar, ela está taquipneica e, ao invés de hipoventilar, ela está hiperventilando. Então é um disturbio misto. CASO CLÍNICO 3 Paciente sexo masculino, 70, obeso mórbido, internado na UTI devido a rebaixamento do nível de consciênia. Exames físico PA 11x 7; FR 11; afebril. Apresenta a seguinte gasometria • pH= 7,3 (acidose); pCO2= 60 mmHg; HCO3= 30 mEq/l Thayná Borba – Medicina Interna II 30 → Acidose respiratória- obeso mórbido não consegue ventilar adequadamente por causa da dificuldade mecânica Resposta: paciente está rebaixado, se der ventilação mecânica, ele recebe O2, mas não ventila, então CO2 começa a subir, se observar o paciente e ele não respirar em 15 mins e, na gasometria ele tiver CO2 acima dos 50, ele está em morte cerebral, pois com esse nivel de CO2 deveria ter associado o bulbo. Paciente está rebaixado pois está retendo CO2,espera- se que haja uma compensação renal e o rim comece a reter bicarbonato, se aplicar a fórmula, o esperado de bicarbonato na acidose respiratória é 31, e o do paciente está 30, indicando um distúrbio simples. CASO CLÍNICO 4 Paciente, sexo masculino, 76 anos, hipertenso, diabético, internado na UTI com sepse de foco pulmonar. Exame físico: PA 8x4; FR 12; afebril. Apresenta sódio= 142; cloro= 100 • pH= 7,3 (acidose); pCO2= 32mmHg; bicarbonato= 12,4 mEq/l → Acidose metabólica, porque bicarbonato menor que 24 Thayná Borba – Medicina Interna II 31 Resposta: espera-se, pela fórmula, que o CO2 seja 31, e o do paciente é 32, indicando um distúrbio simples. Na acidose metabólica, precisa fazer mais um passo, que é o cálculo do ânion-gap (se usa para saber a causa da acidose metabólica). ÂNION GAP (AG) ü Ânion Gap (AG): diagnóstico das acidoses metabólicas ü A quantidade de cátion do sangue tem que ser igual à quantidade de ânion → Manter a eletroneutralidade: número de cátions plasma= número de ânions • O principal cátion no sangue é o sódio e os principais ânions são cloro e bicarbonato • AG=Na–(Cl+HCO3)= 8-16 mEq ou 12 +/- 2 mmol/l → Valor normal de Ânion Gap= 8 - 16 mEq ou 12 +-2 mmol/l • Ânion gap: serve para igualar a quantidade de cátions • Ânion gap + bicarbonato + cloro= tem que ser igual a medida do sódio → Ânion Gap= sódio - (cloro + bicarbonato) Ânion GAP normal (cloro aumentado) → Potássio sérico reduzido ▪ Diarreia ▪ Inibição da anidrase carbônica ▪ Acidose tubular renal → Potássio sérico elevado ▪ Administração de NH4Cl ▪ Pielonefrite crônica ▪ Uropatia obstrutiva Thayná Borba – Medicina Interna II 32 Ânion GAP aumentado (cloro diminuído) ü → Potássio sérico normal ou elevado ▪ Cetoacidose diabética ▪ Cetoacidose alcoólica ▪ Acidose láctica ▪ Intoxicação por salicilato ▪ Metanol ▪ Ingestão de paraldeído ▪ Etilenoglicol ▪ Insuficiência renal CASO CLÍNICO 5 Paciente jovem com diabetes tipo 1 que interna com cetoacidose diabética. Apresenta: sódio= 150; cloro= 104. Coletou uma gasometria inicial que mostrou pH= 7,2; pCO2= 17; HCO3= 12 Thayná Borba – Medicina Interna II 33 Reposta: paciente com acidose metabólica. CO2 esperado é 17, indicando um distúrbio simples. O Ânion Gap deu 30, indicando que está aumentado. Causa dessa acidose é a cetoacidose diabética. Paciente deveria hiperventilar como forma compensatória, mas após 6h paciente está mal e, ao colher a gasometria o pCO2 está 28; pH= 6, 95; HCO3= 6. Continua sendo uma acidose metabólica, mas pCO2 deveria estar 17, e está 28, indicando que o paciente entrou em fadiga respiratória porque não foi tratado, e agora é um distúrbio misto. • Deve entubar o paciente, pois tem risco de parar. Pode dar bicarbonato para corrigir essa cetoacidose diabética → Tem que entubar com ventilação alta para ele hiperventilar e eliminar esse CO2. • Deveria ter internado, dado hidratação e insulina endovenosa quando paciente chegou Thayná Borba – Medicina Interna II 34 METABOLISMO DO POTÁSSIO ü Potássio é um íon intracelular (90%) e apenas 10% é extracelular, o que é dosado no sangue ü Os principais reservatórios de potássio no organismo são : células musculares, células hepáticas e hemácias. Causas de hipercalemia : o Rabdomiólise, seja por uma trauma, atividade física intensa, síndrome compartimental, choque grave, insuficiência vascular com isquemia, mordedura de aranha. § Além do potássio alto terá proteína alta no sangue (Dosagem de CPK) o Hepatites agudas o Hemólises o Saída de potássio da célula sem ser na forma de lesão celular : § Acidose metabólica -> muito hidrogênio no sangue -> H+ entra na célula e K+ sai para corrigir a acidose = tamponamento que leva a hipercalemia. o Insuficiência renal aguda ou crônica é umas das causas mais importantes de hipercalemia, pelo consumo excessivo de potássio e não estar eliminando. Todo paciente com insuficiência renal tem que fazer restrição de potássio (frutas, grãos, verduras escuras). o IECA e BRA podem levar a hipercalemia. o Diurético antagonista da aldosterona = espironolactona -> é um diurético poupador de potássio com ação no ducto coletor. § Utilizado em situações de insuficiência cardíaca avançada, hipertensão arterial resistente. § Fazer uma dieta com baixo potássio e associação de outro diurético para eliminar o potássio (furosemida, ação em alça de Henle ou hidroclorotiazida, ação em tubulo distal) o Bactrim – diminuí a secreção de potássio no rim. ü 90% do potássio consumido é eliminado na urina e 10% pelas fezes. ü Valor de referência: 3,5 – 5,0 o Acima de 6,0 já fica mais complicado CASO CLÍNICO 1 Thayná Borba – Medicina Interna II 35 Paciente sexo feminino 55 anos renal crônica em hemodiálise terça, quinta e sábado que chega na clínica de diálise terça de manhã com queixa de fraqueza nas pernas e nos braços. Costuma deambular normalmente, mas naquele dia veio de cadeira de roda. Exame fisico: consciente, PA 8x6 cmHg. FC 42. Afebil, auscultas normais, força muscular globalmente reduzida. O que deve fazer quando uma pessoa andavae de repente para? Avaliar trauma, exame neurológico para ver se tem alguma assimetria, desvio de rima, hipoglicemia e hipotensão. Paciente apresenta bradicardia e também tem risco de fazer hipercalemia pois faz diálise, função renal bastante reduzida. Sintomas da hipercalemia grave: • Fraqueza muscular geralmente difusa • Alteração cardíaca que pode cursar com bradicardia Então deve imediatamente, fazer um eletro. Valor normal do potássio: 3,5- 5 (deve fazer eletro em todo paciente com potássio acima de 6). Nem toda hipercalemia altera eletro. Alteração mais precoce do eletrólitos em situação de hipercalemia -> ONDA T APICULADA. HIPERCALEMIA NO ELETRO ü Onda T apiculada o Primeira alteração do eletro na hipercalemia. ü Alargamento do complexo QRS o Cursa com bradicardia. o Cátion que faz com que a actina e miosina contraia -> Cálcio. Com isso se tem uma competição entre os cátions. ü Fraqueza muscular MEDIDAS A SEREM FEITAS AO MESMO TEMPO ü Valor de potássio em que se tem onda T apiculada -> varia de paciente pra paciente; uns apresentam com valor de 6,0 / 7,0 / 8,0 o Devo fazer o eletro ü Se tiver alteração de ECG -> devo administrar uma medicação que vai reduzir o efeito do potássio na fibra muscular cardíaca. Vai manter estável o complexo QRS o GLUCONATO DE CÁLCIO (faz endovenoso e em bolus – 10ml; pode repetir 3 a 4 vezes) Thayná Borba – Medicina Interna II 36 o Gluconato de cálcio não abaixa potássio. Apenas diminui a sensibilidade atrasando a evolução do que vai acontecer. ü Medidas transitórias -> jogar o potássio pra dentro da célula, diminuindo o nível sérico o Glicoinsulinoterapia (insulina) – solução polarizante (insulina rápida 10 unidades EV + glicose 50ml/ 50%) § A insulina ao se ligar no receptor favorece a entrada de potássio na célula § A glicose é para evitar hipoglicemia. § Transitório porque o potássio que entrou na célula vai sair uma hora o Beta-agonista § Inalação com atrovente por exemplo o Bicarbonato § Endovenoso – 100ml para corrigir a acidose (na acidose se tem muito H+ na corrente sanguínea. Com isso o sistema tampão, põem H+ para dentro da célula e libera K+ -> hipercalemia. O administrar o bicarbonato, corrigimos a acidose do paciente). ü Medidas espoliadoras -> joga o potássio para fora o DIURÉTICO - exceto espironolactona § Furosemida – endovenoso -> mais utilizado. • Dar duas ampolas EV em bolus e espera que o paciente urine para expelir o K+. • Medicação não funciona se o paciente não tiver função renal residual → Dose: 40- 80 mg, IV → Início: 15 min a 1h → Mecanismo de ação: aumenta a excreção de potássio → Tempo de efeito: 4h → Efetivo se a função renal estiver adequada. Usar solução fisiológica se houver hipovolemia § Hidroclorotiazida – só tem via oral, então não se usa muito nesse caso. o Resina de troca § Poliestireno de cálcio (Sorcal) • Expelir potássio via intestinal • É uma resina que pode ser diluída em água, e administrada via oral, via sonda ou via retal. • Paciente rebaixado -> via sonda. Thayná Borba – Medicina Interna II 37 • Mecanismo : gruda o potássio intestinal e expeli nas fezes. • Problema : gosto ruim, obstipação • Dose: 20- 40g, em 15- 30 ml (70% sorbitol), divididos em 4-6x/ dia. Enema de 50- 75 g dissolvidos em 100 ml água → Início: 1- 2h → Mecanismo de ação: remove o potássio do intestino na troca com cálcio → Tempo de efeito: 4- 6h → O ênea apresenta melhor resultado se puder ser retido por 2h. Pode- se repetir o procedimento a cada 4h § Patiromer • Vai substituir o Sorcal • Tem um sabor melhor • Paciente toma com um pouco de água e o potássio ira grudar e ser eliminado nas fezes. • Utilizado para emergência. o Diálise § Ao administrar diurético, Sorcal, não urino e mesmo com as medidas transitórias o paciente continuar com potássio alto -> fazer a diálise. § Uma das indicações de hemodiálise é a hipercalemia refratária. CASO CLÍNICO 2 Paciente não urinava, bradicardico e rebaixado. Idoso, hipertenso e com alteração da função renal. Potássio= 7,5 Na tomografia do abdômen: obstrução- insuficiência renal aguda pós renal bilateral- todo parênquima renal espremido por conta de uma doença prostática grave No eletro: onda T apiculada, mas QRS ainda normal Esse paciente não vai urinar se der diurético, pois está obstruído, então tem que fazer as medidas transitórias (tudo ao mesmo tempo)- gluconato, insulina, inalação, bicarbonato, sorcal. Se ainda assim não urinou, passar catéter e fazer diálise HIPOCALEMIA ü Potássio < 6 Thayná Borba – Medicina Interna II 38 ü Pode dar alteração de eletro, mas é menos comum o Onda U ü Causas: o Perde potássio ou pelo rim ou intestinal o Diarreia e vômito importante o Muito diurético ü Se hipocalemia importante: tem que repor potássio o KCl xarope (via oral): para hipocalemia leve o KCl: 09,1% 2 ampolas diluídas, soro fisiológico 0,9% 200ml em 1-2h ü Não pode dar potássio em bolus, tem que ser diluído!
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