Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DOENÇA RENAL CRÔNICA Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA DEFINIÇÃO Definimos presença de DRC quando: 1. Há dano renal com albuminúria > 30mg/dia; 2. Perda de função renal: TFG <60 3. Tudo isto OU apenas um dos pontos acima, por um período mínimo de 3 meses! Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA O QUE OS RINS FAZEM COM O PROGREDIR DE SUA SOBRECARGA (seja por qual for a causa)? 1° Os néfrons inicialmente se adaptam e realizam hiperfiltração! Inicialmente tudo bem. . . Mas e se esse mecanismo compensatório permanece por muito tempo?!? RUIM! 2° Se a causa base (HAS, DM, glomerulonefrites primárias. . .) não for corrigida, há lesão nefrótica. . . Que evolui para proteinúria. . . E IR progressiva. . . Por fim GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR FOCAL (GESF SECUNDÁRIA)!!! Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA FR: 1. Ureia sérica 2. Creatinina sérica 3. Clearance de creatinina (urina de 24 h) 4. Clearance de radiotraçadores 5. Clearance de inulina UREIA? Produzida no fígado e excretada quase que exclusivamente pelo RIM. . . Seus níveis orientam função excretória renal (20-40) CREATINA? Produzida pelo tecido muscular, derivada da creatina (H: <1,5; M: <1,3) Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA CÁLCULO DO CLEAREANCE DE CREATINA - Cockcroft-Gault (140 – Idade) X Peso ------------------------------ HOMENS 72 X Creatinina (140 – Idade) X Peso ------------------------------ X 0,85 MULHERES 72 X Creatinina Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA CLASSIFICAÇÃO DA FR PELA TFG: G1: >ou= 90 G2: <90 G3A: de 60 a 45 G3B: <45 G4: <30 G5: <15 LEMBRAR DA ALBUMINÚRIA!!! A1: <30 / A2: 30 – 300 / A3: >300 Em A2 JÁ FAZ IECA ou BRA!!! (nefroproteção) Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA CLASSIFICAÇÃO DA FR PELA TFG: G5: <15 CRONIFICADO AQUI É GRAVE!!! VAI PRA DIÁLISE E INDICAÇÃO DE TSR!!! Geralmente há Síndrome Urêmica fibrose glomerular + fibrose intersticial + atrofia dos túbulos! Monitoria 7°p – Khilver Doanne Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA QUAIS AS 2 PRINCIPAIS CAUSAS DE DRC NO BRASIL?!? 1° HIPERTENSÃO 2° DM Outros: Glomerulopatias . . . Como já visto, o que fazer para evitar a evolução para GESF 2°? Ou pelo menos deixar o quadro “menos pior”? Drogas que bloqueiam o sistema renina-angiotensina- aldosterona: IECAs, BRAs, IDRs (inibidor direto da renina – NOVO) Quanto maior a proteinúria maior a queda na TFG! Monitoria 7°p – Khilver Doanne SLIDE EXTRA IECAs redução dos níveis circulantes de angiotensina II, assim removendo a vasoconstrição direta que este peptídeo ocasiona. OBS.: após algumas horas, o corpo responde aumentando excreção de renina. Eliminado essencialmente pelos rins. BRAs atuam impedindo a ação da angiotensina II sobre o receptor AT1 (receptor responsável pela vasoconstrição + potencialização da ação simpática + efeitos tróficos exercidos pela angiotensina II) IDRs alisquireno se diferencia dos IECAs e BRAs pelo bloqueio mais completo do SRAA; a eficácia sobre a redução da proteinúria e de NT-próBNP já foi demonstrada; bom para ser associado!!! A principal diferença farmacológica entre os BRAs e os IECAs é que, apesar de ambos bloquearem o SRAA, os IECAs ainda reduzem a degradação da bradicinina, resultando em liberação do óxido nítrico e prostaglandinas com consequente maior efeito vasodilatador Monitoria 7°p – Khilver Doanne Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA Recapitulando . . . Néfrons sobrecarregados com HAS. . . Perda de néfrons. . . O que ocorre com ou “outros”? SOBRECARGA!!! E portanto, hiperfiltração dos remanescentes!!! Induzindo a mais lesão glomerular 1° GESF. . . 2° Glomeruloesclerose global difusa!!! 3° Atrofia de todo glomérulo + fibrose!!! OBS.: NUNCA UTILIZAR IECA + Antagonistas da Angiotensina II JUNTOS!!! Risco de hipercalemia e piora da função renal!!! ALVOS DA PROTEINÚRIA?!? <0,5 – 1 g/dia! ALVO DA PA?!? < 140x90 (varia) obrigatoriamente! Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA DISTÚRBIOS HORMONAIS – função endócrina O rim produz eritropoetina e calcitriol. . . Lembre disso! Ok, mas o que é afinal a síndrome urêmica?!? Conjunto de sinais e sintomas que aparece na insuficiência renal grave, quando a filtração glomerular está <30 ml/min nesses pacientes a ingesta > 100mEq/dia de sódio já causam hipervolemia e suas consequências clínicas são HAS e edema generalizado! Em pacientes G5 consumo > 2-3L/dia já podem promover retenção hídrica hiponatremia! Quanto mais oligúrico? Mais retêm potássio hipercalemia! Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA Desequilíbrio ácido-básico os rins produzem menos amônia (<20% rins), e ela não consegue excretar o H+ ACIDOSE METABÓLICA HIPERCLORÊMICA (AG normal)!!! Necessário até BIC se <20 mEq/L plasmático! Uremia aguda pode causar: desorientação, letargia, lassidão, confusão mental, surto psicótico, delirium, associado a sinais de encefalopatia metabólica. . . Inclusive sinal de Babinski bilateral!! Pode inclusive evoluir para convulsões tônico-clônicas Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA HAS podem ser a causa ou consequência! O acúmulo de volume, retenção de sódio e água a causam! NESTES CASOS, quando TFG mt baixa, IECA e BRA induzem IRA + hipercalemia! Diuréticos de alça (furosemida, bumetanida) são bons agentes anti-hipertensivos nos nefropatas crônicos PERICARDIOPATIA (50% urêmicos), Edema Pulmonar Cardiogênico, Derrame Pleural (20% urêmicos), Distúrbios da Hemostasia (utilizar desmopressina 3 μg/kg intranasal ou intravenoso), Intolerância à glicose – 140mg/dl 2h pós-prandial (responde bem à diálise + dieta hipoproteica). Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA ANEMIA por quê ocorre? DEFICIÊNCIA DE ERITROPOETINA! Normocítica e normocrômica (doença crônica) – na maioria dos casos o ferro está ok! Ferritina alta! QUANDO REALIZAR ERITROPOETINA IV?!? Hemoglobina <10! Faço até hematrócrito estar > 33%! E lembrar que preciso repor ferro (S/N) antes ok? . . . Além desses fatores a DRC causa deficiência de ferro, vitaminas (ácido fólico, B12) – principalmente na diálise há perda de B12/ácido fólico sempre!!! Quando repor o ferro? Ferritina < 100; transferrina <20% Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA DOENÇAS ÓSSEAS DA DRC! Lembra que o rim produz calcitriol (vit D ativa)? Este por sua vez realiza a absorção do cálcio alimentar (duodeno), logo. . . Sem calcitriol= sem absorção de cálcio!!! QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS?!? PTH aumenta e estimula reabsorção óssea desmineralização óssea + HIPERPARATIREOIDISMO 2°! No lugar do cálcio q eu retiro coloco colágeno OSTEÍTE FIBROSA CÍSTICA fraturas patológicas/espontâneas! No sangue? PTH ALTO (> 450); FA elevada; RX deformidades ósseas: cifoescoliose toracolombar, reabsorção subperiosteal das falanges, crânio em sal com pimenta, coluna em rugger Jersey! Monitoria 7°p – Khilver Doanne Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA DOENÇAS ÓSSEAS DA DRC! COMO TRATAR? Repõe o cálcio (baixas doses) + cinacalcet + reposição de vitamina D ativada! NADA DEU CERTO? Paratireoidectomia TOTAL Quanto ao hiperparatireoidismo 2°, tratar a hiperfosfatemia e deficiência de calcitriol restringir fosfato na dieta (< 800 mg/dia) + quelantes orais de fosfato + calcitriol (0,5 – 1 mcg/dia) Fosfato: ~4,5 mg/dl ; PTH: 150-300 Monitoria 7°p – Khilver Doanne Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA MANIFESTAÇÕES ARTICULARES E CARDÍACA Podem apresentar quadros agudos de: monoartrite, oligoartrite, periartrite ou tenossinovite. . . Por quê?!? depósitos de cristais (gota, pseudogota, artrite por oxalato de cálcio, artrite por fosfato de cálcio básico) e artrite séptica (Staphylococcus aureus e os Gram- negativos - gonococos, Pseudomonas,E. coli, Klebsiella) punção do líquido sinovial p/ diferenciar! ***metatarsofalangiana do hálux (podagra) e o joelho. Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA MANIFESTAÇÕES ARTICULARES E CARDÍACA O processo aterosclerótico é acelerado – HAS, dislipidemia, redução do óxido nítrico, disfunção endotelial; HVE presente > 80% A dislipidemia está presente em >80%; há desnutrição proteico acelerada; há disfunção imunológica: função dos neutrófilos deprimida na uremia Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA TTO CONFORME ESTÁGIOS GI, GII e G3a HAS e proteinúria a cuidar Foco aqui? PREVENIR ou RETARDAR a progressão da IR e DC! Alvo pressórico obrigatório: <140x90 ; drogas de escolha? IECA ou BRA Alvo proteinúria: < 0,5-1 g/dia Glomerulonefrite? Tratar agressivamente com corticosteroides Obesidade, DM, dislipidemia, tabagismo, sedentarismo?!? Combater/tratar, MEV Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA TTO CONFORME ESTÁGIOS G3b e G4 início da síndrome urêmica Foco aqui? Controlar HAS, anemia, complicações ósseas! Diureticoterapia – de alça (furosemida); S/N associação com IECA ou BRA (CUIDADOO) Diferente do slide anterior, os pacientes desse grau não podem ter retenção de sódio intenso na dieta Hora de compreender as causas pré-renais, pós-renais e intrínsecas Monitoria 7°p – Khilver Doanne Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA IRA Ocorre quando a IRA ocorre ao longo de horas ou dias pela AZOTEMIA (ureia e creatinina altoo)! Como definir (KDIGO - 2012): 1. Elevação da creatina >ou= 0,3 em 48 horas 2. Elevação da creatina >ou= 1,5x o valor basal em 7 dias 3. Redução do débito urinário para < 0,5 ml/kg/h em 6 horas Ex: Maria, 80 kg, após intoxicação com paracetamol está urinando: 400ml/6h . . . Qts ml/hora? (400/6) 66,66ml/hora! Relacionando ao peso: 66,6/80= ~0,83 maior que 0,5, logo, não é IRA! Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA IRA PRÉ-RENAL há elevação das escórias nitrogenadas pela redução do fluxo sanguíneo renal; +++ COMUM! Clássica HIPOVOLEMIA INTRÍNSECA causado por algo NO RIM, lesão NO PARÊNQUIMA RENAL. Clássico Glomerulopatias; +++ COMUM Necrose Tubular Aguda (NTA) PÓS-RENAL disfunção por obstrução após o RIM. Há aumento súbito da pressão intrarrenal. . . A pielonefrite pode levar à falência renal em poucos dias. . . Longo prazo? Nefrite tubulointersticial crônica Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA IRA – TRATAMENTOS: Simples. . . PRÉ-RENAL reestabelecer volume; resolvo a causa que causou hipoperfusão (abuso medicamentoso (AINEs, IECAs), picada de cobra, ) INTRÍNSECA tratar a causa base – seja qual for a Glomerulopatia! PÓS-RENAL obstrução? Desobstrui! Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA TTO CONFORME ESTÁGIOS G5 doença renal terminal Esse paciente tem TFG < 15. . . Preciso indicar um MÉTODO DE SUBSTITUIÇÃO RENAL IMEDIATO! Hemodiálise e/ou transplante renal! Restrição proteico menos acentuada – 1,2-1,3 g/kg/dia Restringir sódio, potássio, água + avaliar reposição de BIC, ferro e ácido fólico ESTAR NO G5, por si só, já é indicação de diálise! Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA INDICAÇÕES DE DIÁLISE de emergência! AEIOU: Acidose grave (ph < 7,1) refratária Eletrólitos – principalmente potássio, hipercalemia refratária Intoxicações – salicilatos (AAS) / etilenoglicol Volume! paciente hipervolêmico, anasarca Uremia alta SEROSITE Monitoria 7°p – Khilver Doanne DOENÇA RENAL CRÔNICA REALIZAÇÃO DA DIÁLISE O que é a diálise? Um método de depuração de substâncias do plasma humano pelo fenômeno de difusão passiva por uma membrana semipermeável; há a diálise contínua (urgência clínica); intermitente (+ comum, 3x semana) e a peritoneal. Podemos realizá-la pela: hemodiálise ou diálise peritoneal Hemodiálise através de fístula arterio venosa Diálise Peritoneal utiliza-se o peritônio como membrana semipermeável. infunde-se solução salina dentro da cavidade peritoneal. . . Há a difusão das substâncias no sangue Monitoria 7°p – Khilver Doanne Monitoria 7°p – Khilver Doanne Monitoria 7°p – Khilver Doanne - Jugular interna (melhor local, a favor da gravidade e não é local contaminado) - Femoral (higiene contaminada) - Subclávia – risco de estenose, que se ocorrer, impede realização futura de fístula naquele MMSS Obs.: FÍSTULA DEMORA ~45D PARA MATURAR Monitoria 7°p – Khilver Doanne
Compartilhar