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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA CAMPUS PARAUAPEBAS DANIEL DOS ANJOS NAZARÉ VILHENA JUNIOR ANDRESSA PRISCILA DO NASCIMENTO MELO VILHENA INVESTIGAÇÃO SOBRE O IMPACTO ECONÔMICO CAUSADO PELA FORMATAÇÃO DO PREÇO NA COMERCIALIZAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS SOBRE UMA COOPERATIVA DE TÁXI NA CIDADE DE PARAUAPEBAS-PA PARAUAPEBAS 2022 DANIEL DOS ANJOS NAZARÉ VILHENA JUNIOR ANDRESSA PRISCILA DO NASCIMENTO MELO VILHENA INVESTIGAÇÃO SOBRE O IMPACTO ECONÔMICO CAUSADO PELA FORMATAÇÃO DO PREÇO NA COMERCIALIZAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS SOBRE UMA COOPERATIVA DE TÁXI NA CIDADE DE PARAUAPEBAS-PA Monografia apresentada à Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, Campus Parauapebas-PA, como requisito para obtenção do título de Bacharelado em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Dr. Antônio Thiago Madeira Beirão. Coorientador: Prof. Msc. Ruan Eduardo Carneiro Lucas. PARAUAPEBAS 2022 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia Gerada automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a) V711i Vilhena Junior, Daniel dos Anjos Nazaré INVESTIGAÇÃO SOBRE O IMPACTO ECONÔMICO CAUSADO PELA FORMATAÇÃO DO PREÇO NA COMERCIALIZAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS SOBRE UMA COOPERATIVA DE TÁXI NA CIDADE DE PARAUAPEBAS-PA / Daniel dos Anjos Nazaré Vilhena Junior, Andressa Priscila do Nascimento Melo Vilhena. - 2022. 50 f. : il. color. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Engenharia de Produção, Campus Universitário de Parauapebas, Universidade Federal Rural Da Amazônia, Parauapebas, 2022. Orientador: Prof. Dr. Antônio Thiago Madeira Beirão Coorientador: Prof. Me. Ruan Eduardo Carneiro Lucas. 1. Impacto Econômico. 2. Combustível. 3. Consumidor. 4. Táxi. 5. Cooperativa. I. Beirão, Antônio Thiago Madeira , orient. II. Título CDD 620 DANIEL DOS ANJOS NAZARÉ VILHENA JUNIOR ANDRESSA PRISCILA DO NASCIMENTO MELO VILHENA INVESTIGAÇÃO SOBRE O IMPACTO ECONÔMICO CAUSADO PELA FORMATAÇÃO DO PREÇO NA COMERCIALIZAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS SOBRE UMA COOPERATIVA DE TÁXI NA CIDADE DE PARAUAPEBAS-PA. Monografia apresentada à Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Parauapebas- PA, área de concentração Engenharia Econômica, para obtenção de título de bacharelado em Engenharia de Produção. Aprovado em junho de 2022 BANCA EXAMINADORA _____________________________________________________ Prof. Dr. Antônio Thiago Madeira Beirão Orientador Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA _____________________________________________________ Prof. Msc. Ruan Eduardo Carneiro Lucas Coorientador Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA _____________________________________________________ Prof.ª Dra. Katiane Pereira da Silva Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA _____________________________________________________ Prof.ª Dra. Gabriella Vitorino Guimarães Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA DEDICATÓRIA À Deus, família, amigos, orientadores e professores que muito contribuíram para esta conquista. AGRADECIMENTOS À Deus, criador de tudo. À minha família, Daniel A. N. Vilhena e Dinalice N. S. Brito, meus genitores me fizeram ser o que sou, e seus respectivos cônjuges Algustinéia S. A. Vilhena e Ijanciel B. dos Santos que fizeram parte da minha criação e que também são meus pais, com quem sempre pude aprender. Aos meus avós Raimundo P. Vilhena, Naim A. N. Vilhena e Antônio de Melo Souza presentes na minha história. Aos meus irmãos Maria P. A. Vilhena, Isabelle S. Rocha, Danilo A. Vilhena e Daniel M. A. Vilhena que são a minha fortaleza. À minha filha Valentina da Silva Vilhena que é minha fonte de inspiração. À minha esposa Andressa P. N. Melo Vilhena que conheci no curso de Engenharia de Produção e desde o início era minha amiga de graduação, e agora companheira para toda vida. Aos meus primos/amigos que são poucos Fábio L. Vilhena, Breno Vilhena e Moacir Cruz que há tempos são meus parceiros de gelada e conversas. Ao meu orientador, Dr. Antônio Thiago Madeira Beirão, que trouxe o tema para debate e que com muita dedicação nos direcionou e muito contribuiu para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho. Ao coorientador, Msc. Ruan Eduardo Carneiro Lucas, pelo apoio e dedicação dispensados, as contribuições acadêmicas. À COOPTALP e ao seu presidente e meu amigo Francisco Morais. Aos amigos Heylon Salles e Vanessa Saraiva, parceiros de grupo durante esses cinco anos e parceiros de projeto. À Universidade Federal Rural da Amazônia, e a todos os professores, os quais foram tão importantes para o crescimento pessoal e profissional. Aos colegas de sala que compartilharam suas experiências e conhecimentos, e à todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram nesta caminhada. E por último e não menos importante, a mim mesmo que sempre fui persistente nessa trajetória acadêmica, que fiquei noites sem dormir, que não medi esforços para alcançar meus objetivos, que tenho no título de Engenheiro de Produção da Universidade Federal Rural da Amazônia campus Parauapebas, uma conquista ao qual não tem preço. Daniel dos Anjos Nazaré Vilhena Junior. AGRADECIMENTOS À Deus, acima de tudo. Aos meus pais Raimunda Pereira do Nascimento e Luiz Ferreira de Melo que me geraram e criaram. Às minhas irmãs, Andréa P. de Melo Costa, que no início do curso foi um apoio muito importante para que eu chegasse todos os dias nas aulas e voltasse em segurança para casa, e Fernanda F. Melo Costa, a quem aprouve Deus mantê-la viva em meio a pandemia de Covid- 19 num momento em que muitos perderam familiares. Aos meus sobrinhos Sarah Luisa M. Costa, Flávio Luiz M. Costa e Davi Felipe M. Costa que são um pedacinho de mim. Ao meu esposo Daniel dos Anjos N. Vilhena Junior, um presente que a universidade me deu, a quem amo incondicionalmente, parceiro da vida acadêmica e desde abril de 2021 parceiro para o resto da vida, quem sempre me incentiva e me apoia. À minha gatinha Luna que em momentos de aperto foi um grande apoio emocional. Ao orientador de excelência, Dr. Antônio Thiago Madeira Beirão, que nos direcionou com muito apreço e dedicação para que pudéssemos chegar até aqui. Ao coorientador, Msc. Ruan Eduardo Carneiro Lucas, que trouxe contribuições que foram muitos importantes para o desenvolvimento deste trabalho. À Universidade Federal Rural da Amazônia e todos os professores que estiveram conosco ao longo dessa caminhada rumo ao diploma. Aos colegas com quem dividimos experiencias e conhecimentos, especialmente Vanessa Saraiva, Heylon Sales e Narjara Tarller, sempre parceiros de grupo do início ao fim desses 5 anos de curso. Aos meus amigos de longa data Hellen Jordanha, Débora Tainá, Ana Nilza Oliveira, Francisco Felix, Anderson Oliveira e Patrícia Kelly que sempre estiveram presentes em muitos momentos da minha vida e sempre farão parte da minha história. Andressa Priscila do Nascimento Melo Vilhena. "A matemática é o alfabeto no qual Deus escreveu o universo”. – Galileu Galilei. RESUMO Este trabalho buscou investigar o impacto econômico causado pela formatação de preços na comercialização de combustíveis, causado pelacobrança da unidade monetária fracionada. Como espaço amostral, foi analisado o consumo de uma cooperativa de táxi na cidade de Parauapebas-PA, a COOPTALP, que possui em sua frota 52 carros bicombustível e 7 vans a diesel. Foi realizada uma pesquisa quantitativa com consumidores comuns e com os taxistas a fim de se determinar padrões de percepção nas respostas, uma pesquisa documental para determinar o consumo de combustível da cooperativa, e uma pesquisa de campo para determinar o preço médio de combustíveis em Parauapebas. Assim, foi possível determinar que os dois combustíveis que mais causaram impacto econômico na cooperativa, levando em consideração exclusivamente a cobrança do dígito monetário fracionado, foram o etanol e o diesel S-10 que chegaram a ter um custo aproximado de R$ 3.036,31 ao ano, e os combustíveis que menos impactaram a cooperativa em relação a este dígito monetário foram a gasolina aditivada e o diesel S-500 com um custo total anual aproximado de R$ 1.762,83. Com base nas informações, identificou-se que apesar da cobrança de combustível com fracionamento de moeda seja algo legal, acaba sendo um custo desleal ao consumidor que no seu cotidiano realiza transações comerciais levando apenas duas casas decimais de unidades monetárias. Palavras Chaves: Impacto Econômico, Combustível, Consumidor, Táxi, Cooperativa. ABSTRACT This paper sought to investigate the economic impact caused by the formatting of prices in the marketing of fuels, caused by charging the fractional monetary unit. As a sample space, the consumption of a cab cooperative in the city of Parauapebas-PA, COOPTALP, which has in its fleet 52 bi-fuel cars and 7 diesel vans, was analyzed. A quantitative research was carried out with common consumers and taxi drivers in order to determine perception patterns in the answers, a documental research to determine the fuel consumption of the cooperative, and a field research to determine the average price of fuel in Parauapebas. Thus, it was possible to determine that the two fuels that caused the most economic impact on the cooperative, taking into consideration exclusively the fractional monetary digit charge, were ethanol and S-10 diesel which reached an approximate cost of R$ 3,036.31 per year, and the fuels that had the least impact on the cooperative in relation to this monetary digit were gasoline with additives and S-500 diesel with an approximate total annual cost of R$ 1,762.83. Based on the information, it was identified that although charging for fuel with fractional currency is legal, it ends up being an unfair cost to the consumer who in his daily life performs commercial transactions taking only two decimal places of monetary units. Keywords: Economic Impact, Fuel, Consumer, Taxi, Cooperative. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – A divisão dos custos em fixos e variáveis ............................................................... 19 Figura 2 – Exemplo de precificação subliminar ....................................................................... 19 Figura 3 – Arredondamento de preços ..................................................................................... 20 Figura 4 – Relação de impostos sobre combustíveis no Brasil ................................................ 21 Figura 5 – Frota de veículos em Parauapebas .......................................................................... 29 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Média de gastos com combustível por taxista. ....................................................... 32 Tabela 2 – Dados dos preços no período de 16/06/21 a 25/06/21 e capacidade dos tanques de combustíveis nos postos. .......................................................................................................... 33 Tabela 3 – Demonstração de lucro com base exclusivamente na cobrança do dígito fracionado de combustíveis. ....................................................................................................................... 36 Tabela 4 – Demonstração do impacto econômico dígito monetário fracionado para cada tipo de combustível no período de um ano. .......................................................................................... 41 Tabela 5 – Representação do preço da gasolina comum.. ........................................................ 43 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Representação de consumo de combustível em Parauapebas.. ............................. 28 Gráfico 2 – Representação da resposta 1 aplicada aos consumidores. ..................................... 29 Gráfico 3 – Representação da resposta 2 aplicada aos consumidores.. .................................... 30 Gráfico 4 – Representação da resposta 3 aplicada aos consumidores.. .................................... 31 Gráfico 5 – Representação da resposta 4 aplicada aos consumidores. ..................................... 32 Gráfico 6 – Demonstração da diferença entre os gastos com gasolina comum com e sem a cobrança da unidade monetária fracionada. ............................................................................. 37 Gráfico 7 – Demonstração da diferença entre os gastos com gasolina aditivada com e sem a cobrança da unidade monetária fracionada. ............................................................................. 38 Gráfico 8 – Demonstração da diferença entre os gastos com etanol com e sem a cobrança da unidade monetária fracionada. .................................................................................................. 39 Gráfico 9 – Demonstração da diferença entre os gastos com S-500 com e sem a cobrança da unidade monetária fracionada. .................................................................................................. 40 Gráfico 10 – Demonstração da diferença entre os gastos com diesel s-10 com e sem a cobrança da unidade monetária fracionada. ............................................................................................. 41 Gráfico 11 – Otimização de combustíveis para minimizar o impacto econômico do 3º dígito de unidade monetária de valor....................................................................................................... 42 Gráfico 12 – Projeção do preço da gasolina comum em Parauapebas-PA ............................... 44 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 14 2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 16 3. OBJETIVOS ............................................................................................................. 17 3.1. Objetivo Geral .......................................................................................................... 17 3.2. Objetivos Específicos ............................................................................................... 17 4. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 18 4.1. Gestão econômica ..................................................................................................... 18 4.1.1. Sistemas de custos ..................................................................................................... 18 4.1.2. Classificação de custos .............................................................................................. 18 4.2. Preço ..........................................................................................................................19 4.3. Precificação subliminar ........................................................................................... 19 4.4. Fracionamento de unidade monetária ................................................................... 20 4.5. Composição do preço de combustíveis ................................................................... 21 4.6. Implicações na prática da utilização do terceiro dígito no preço dos combustíveis.............................................................................................................................22 4.6.1. Fomento à prática de cartéis ...................................................................................... 22 4.7. A tentativa de eliminar a terceira casa decimal na comercialização de combustíveis.............................................................................................................................23 4.8. Venda de combustíveis com apenas duas casas decimais ..................................... 23 5. METODOLOGIA .................................................................................................... 25 5.1. Pesquisa com o consumidor comum ....................................................................... 25 5.2. Identificando a percepção dos consumidores comuns e taxistas ......................... 25 5.3. Identificando o gasto médio mensal com combustível de cada taxista ............... 26 5.4. Identificando o preço médio de combustíveis na cidade de Parauapebas-PA ... 26 6. ESTUDO DE CASO ................................................................................................ 28 6.1. Consumidor comum x taxistas ................................................................................ 28 6.1.1. Identificando o perfil do consumidor comum ............................................................ 28 6.1.2. Primeira Pergunta ...................................................................................................... 29 6.1.3. Segunda Pergunta ...................................................................................................... 30 6.1.4. Terceira Pergunta ....................................................................................................... 31 6.1.5. Quarta Pergunta ......................................................................................................... 31 6.2. Identificando os gastos dos Taxistas ....................................................................... 32 6.3. Pesquisando o preço médio de combustíveis ......................................................... 33 7. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 36 7.1. Impacto econômico para cada tipo de combustível .............................................. 36 7.1.1. Análise do impacto econômico da cobrança da unidade fracionada monetária da gasolina comum ........................................................................................................................ 36 7.1.2. Análise do impacto econômico da cobrança da unidade fracionada monetária da Gasolina Aditivada ................................................................................................................... 37 7.1.3. Análise do impacto econômico da cobrança da unidade fracionada monetária da Etanol........................................................................................................................................38 7.1.4. Análise do impacto econômico da cobrança da unidade fracionada monetária da Diesel Comum (S-500) ........................................................................................................................ 39 7.1.5. Análise do impacto econômico da cobrança da unidade fracionada monetária da Diesel S-10...........................................................................................................................................40 7.2. Otimizando a combinação de combustíveis para minimizar os custos com a unidade monetária fracionada .............................................................................................. 41 8. PROJEÇÃO DO PREÇO DE COMBUSTÍVEIS ................................................. 43 9. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 45 10. PERSPECTIVAS FUTURAS ................................................................................. 46 11. PUBLICAÇÕES ....................................................................................................... 47 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 48 14 1. INTRODUÇÃO O transporte de pessoas, mercadorias e serviços sempre esteve ligado ao desenvolvimento e crescimento econômico da sociedade. O serviço de carros de aluguéis ou chamados “táxi”, contribuem para a mobilidade urbana com transportes de pessoas e cargas de pequeno volume. Rodrigues (2016) afirma que táxi é um automóvel destinado ao transporte de passageiros, e que também possui um taxímetro, instrumento usado para medir o custo das corridas. Para um taxista, um dos maiores custos de sua operação é o combustível, que segundo Menezes (2020) é de aproximadamente 27% do faturamento mensal de um motorista de táxi. Os outros 73% são usados para cobrir os custos com manutenção preventiva do veículo, manutenção corretiva, seguro, Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA), taxas de concessão e, ao final, o lucro do taxista. Com uma operação tão dispendiosa assim, toda e qualquer adição a estes custos pode impactar negativamente a gestão financeira dos que executam atividades do ramo de carros de aluguéis. Com as transformações do mundo ditadas pela globalização, propostas de gestão organizacional acabam surgindo a fim de tornar uma empresa, categoria profissional ou conjunto de empregados mais fortalecidos. Para Santos e Roquete (2013), uma dessas formas de união são as cooperativas, que basicamente possuem duas finalidades: a de prestar um papel econômico e ao mesmo tempo social para com os seus cooperados. Logo, os cooperados são ao mesmo tempo donos e funcionários da cooperativa, e os resultados, sendo eles positivos ou negativos, são de responsabilidade da cooperativa, e consequentemente dos cooperados. Em Parauapebas, cidade localizada no sudeste do estado do Pará, a Cooperativa de Táxi Lotação de Parauapebas (COOPTALP) presta serviços de transporte tanto à população em geral como a empresas que atuam no complexo industrial de mineração da região de Carajás-PA. Segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca (SEDAP), compõem a região de Carajás no Pará, os municípios de Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado dos Carajás, Marabá, Palestina do Pará, Parauapebas, Piçarra, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia e São João do Araguaia. A cooperativa presta serviços diretos a uma rede de supermercados atacadista com filiais em vários municípios da região de Carajás-PA e duas empresas da indústria, uma de mineração e outra de máquinas pesadas. Diariamente ocorre o transporte de pessoas para cursos, treinamentos, reuniões e assuntos de negócios. 15 Identificou-se que, entre os veículos da COOPTALP, em média um táxi bicombustível percorre cerca de 180km diariamente, e as vans à diesel percorrem aproximadamente 132km por dia. Desta forma, considera-se a COOPTALP como um espaço amostral, que possui em sua frota 52 carros bicombustíveis (gasolina/etanol) e 7 vans à diesel, e tem um custo médio mensal com combustíveis, podendo ser eles gasolina comum, gasolina aditivada, etanol, diesel comum e diesel S-10 para abastecer sua frota, de R$ 198.391,64. A cooperativa já possuium alto custo para manter sua operação, esse custo acaba sendo agravado em decorrência da formatação de preços de vendas de combustíveis com fracionamento de unidade monetária, que foi estabelecido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP) - 1995. Todavia, apesar de legal, acaba sendo desleal para com o consumidor comum, que conhece apenas preços com formatação em até duas casas decimais. Com base no exposto, esta pesquisa tem a finalidade de estudar o impacto econômico que a formatação de preços de venda de combustíveis, o qual foi baseado em um sistema de fracionamento de unidade monetária com três casas decimais, causa na cooperativa de táxis. Além de entender a percepção do cliente comum e dos taxistas sobre essa formatação e identificar o lucro de postos em relação exclusivamente ao fracionamento de unidade monetária na venda de combustíveis, também busca propor ao menos uma possível alternativa para a COOPTALP minimizar os impactos econômicos do fracionamento monetário e, consequentemente, os custos com combustível. 16 2. JUSTIFICATIVA O tema proposto surgiu a partir da observância da comercialização de combustíveis, pois a forma que o preço do produto é exposto faz com que o consumidor não consiga dimensionar o custo acumulado da operação. A cobrança de uma unidade monetária fracionada “R$ 0,000” desconhecida pelo consumidor, mascaram custos de pequenos, médios e grandes consumidores, e acrescentam lucros desleais aos empresários. Observa-se no cotidiano que o preço expresso nas bombas de combustíveis de todo o país exibe um dígito que não é conhecido e ou contabilizado no sistema de compra e venda realizado pelos brasileiros, que utilizam o real como moeda e possui em sua configuração apenas duas casas decimais. Considerando o preço médio da gasolina aditivada em Parauapebas-PA no mês de junho de 2021 que era de R$ 6,505, se um cliente abastecer exatamente 1 litro de gasolina aditivada, este consumidor pagará exatamente R$ 6,50. Entretanto, se este mesmo cliente abastecer exatos 2 litros de gasolina aditivada, ao invés de R$ 13,00, ele pagará exatamente R$ 13,01. Logo, para cada dois litros de gasolina aditivada adquirida, o consumidor irá gastar 1 centavo de real a mais. Com base nas informações, buscou-se investigar o impacto econômico causado pela formatação de preços de combustíveis comercializados em uma cooperativa de táxi na cidade de Parauapebas-PA, por meio de pesquisas quantitativas, documental e de campo. Também buscou-se identificar o combustível que apresenta o maior e o menor custo em relação à formatação de preços com três dígitos, e o impacto econômico em forma de lucro para os postos de combustíveis, levando em consideração a capacidade média instalada para armazenamento de combustíveis. Este estudo está relacionado à Engenharia Econômica, uma das áreas da Engenharia de Produção que, através da matemática financeira, dispõe de ferramentas para a tomada de decisão baseada na análise de custos. De acordo com Batalha et. al. (2008), o conhecimento adequado dos custos de uma empresa é de suma importância para um gerenciamento eficaz. Portanto, é importante destacar que um engenheiro de produção possui capacidade para trabalhar com essa temática. 17 3. OBJETIVOS 3.1. Objetivo Geral Investigar o impacto econômico causado pela formatação de preços de combustíveis comercializados na cidade de Parauapebas-PA, a partir de um estudo de caso do consumo na Cooperativa de Táxi Lotação de Parauapebas (COOPTALP). 3.2. Objetivos Específicos Identificar qual o combustível dentre: etanol, gasolina comum e gasolina aditivada, causa o maior impacto econômico, levando em consideração exclusivamente a unidade monetária fracionada, no consumo anual da frota veículos bicombustíveis da COOPTALP. Identificar qual o combustível dentre: diesel S500 e diesel S10, causa o maior impacto econômico, levando em consideração exclusivamente a unidade monetária fracionada, no consumo anual da frota veículos à diesel da COOPTALP. Identificar qual a combinação de combustíveis causa o maior impacto econômico, levando em consideração exclusivamente a unidade monetária fracionada, no consumo anual da frota total (Bicombustíveis e Diesel) da COOPTALP. Identificar qual a combinação de combustíveis causa o menor impacto econômico, levando em consideração exclusivamente a unidade monetária fracionada, no consumo anual da frota total (Bicombustíveis e Diesel) da COOPTALP. Identificar quanto em (R$) os postos da cidade lucram levando em consideração exclusivamente a unidade monetária fracionada. 18 4. REFERENCIAL TEÓRICO Este capítulo visa proporcionar o suporte teórico necessário para que os objetivos deste trabalho possam ser atingidos, em que se destaca o posicionamento e a descrição argumentativa de autores sobre determinados assuntos, expondo os conceitos básicos envolvidos no estudo. Para nortear a pesquisa, são elencados os tópicos do referencial teórico desse estudo: Gestão Econômica, Sistemas de Custos, Preço, Precificação Subliminar, Fracionamento de unidade monetária, Composição do Preço de Combustíveis, Implicações na Prática da Utilização do Terceiro Dígito no Preço dos Combustíveis, Fomento à prática de cartéis. 4.1. Gestão econômica A gestão econômica de empresas torna-se mais crítica no ambiente concorrencial para uma empresa de táxi, pois o custo com combustíveis impacta diretamente no lucro do taxista. Em todas as organizações, a grande maioria das decisões envolve aspectos financeiros. Os vários custos nos quais uma empresa incorre para disponibilizar bens ou serviços aos seus clientes configuram-se em uma das mais importantes informações a serem consideradas para o apoio a uma determinada decisão. Além disso, praticamente todas as ações em uma empresa geram ou influenciam os custos dela (BATALHA et al., 2008). Medeiros et. al. (2012) e Batalha et. al. (2008) corroboram em pensamento afirmando que o conhecimento adequado dos custos é de suma importância para um gerenciamento eficaz. No ambiente competitivo atual, tais informações tornam-se ainda mais importantes, pois as consequências de uma decisão incorreta são mais graves e imediatas do que eram há algum tempo. 4.1.1. Sistemas de custos A avaliação do patrimônio de uma empresa é caracterizada pela utilização da contabilidade financeira básica. Batalha et. al. (2008, p. 80) discorre que esta contabilidade compõe a apuração do resultado obtido subtraindo o custo das mercadorias vendidas da receita obtida pela empresa. 4.1.2. Classificação de custos Para Batalha et. al. (2008, p. 83) a classificação dos custos, considerando sua relação com o volume de produção, divide-os em custos fixos e variáveis. Custos fixos são aqueles que independem do nível de atividade da empresa no curto prazo, ou seja, não variam com alterações no volume de produção, como o IPVA de veículos de taxistas, por exemplo. Os 19 custos variáveis, ao contrário, estão intimamente relacionados com a produção, isto é, crescem com o aumento do nível de atividade da empresa, tais como os custos de consumo de combustíveis de taxistas em relação ao número de corridas. A Figura 1 apresenta o modelo proposto por essa classificação. Figura 1 – A divisão dos custos em fixos e variáveis Fonte: Batalha et. al. (2008, p. 83). 4.2. Preço Preço, do latim pretĭum, é o valor monetário que vale algo. Todos os produtos e serviços que são colocados no mercado têm um preço, que é o dinheiro que o comprador ou o cliente deve pagar para efetivar a operação. Segundo Phillips (2011), a formação do preço é baseada em custos, no mercado e em valor. 4.3. Precificação subliminar Phillips (2011) afirma que a precificação subliminar tem a finalidade de mascarar osvalores reais cobrados pelos produtos, na intenção de fazer com que consumidores não percebam o custo real a ser pago por um produto. Como na figura 2 abaixo: Figura 2 – Exemplo de precificação subliminar Fonte: Drosdowski (1989). A forma como são expressos os preços com algarismos que tem uma formatação “desprezível”, acaba lesando o consumidor, pois faz com que este não perceba e menospreze o valor cobrado. Assim, o consumidor ao comprar um litro de combustível despreza a terceira casa decimal na cobrança. Drosdowski (1989) afirma que a exibição do preço como R$2,369 20 evita a exposição de R$2,37 o que em termos publicitários é bem menos atrativo que a primeira opção. Como mostra a figura 3. Figura 3 – Arredondamento de preços Fonte: Drosdowski (1989). Considerando o tamanho com que este terceiro dígito “9” é exibido nos painéis de preços nos postos, de forma quase imperceptível (muitas vezes de propósito), restando visível apenas R$ 2,36. Ou seja, é cobrado um centavo a mais de cada litro de combustível que o consumidor adquirir, todas as vezes que o fizer (ALVES; NARDY, 2014). 4.4. Fracionamento de unidade monetária O fracionamento de unidade monetária na venda de combustíveis é uma prática legal desde a criação do PLANO REAL pelo então presidente em exercício Fernando Henrique Cardoso. Segundo Bacha (1995), o Plano Real foi um conjunto de reformas econômicas implementadas no Brasil em 1994. Seu objetivo principal era combater a hiperinflação no país. O ato que trata a respeito da prática, é o Art. 5º da Lei Federal Nº 9.069 de 29 de junho de 1995. Art. 5º. Admitir-se-á fracionamento especial da unidade monetária nos mercados de valores mobiliários e de títulos da dívida pública, na cotação de moedas estrangeiras, na Unidade Fiscal de Referência – UFIR e na determinação da expressão monetária de outros valores que necessitem da avaliação de grandezas inferiores ao centavo, sendo as frações resultantes desprezadas ao final dos cálculos. (Brasil, 1995). O setor econômico referente à comercialização de combustíveis entende que é necessário o fracionamento especial de unidade monetária de valor. A Agência Nacional de Petróleo e Bicombustíveis (ANP), com base no artigo 20 da resolução nº 41 de 2013, afirma que os postos deverão expressar com três casas decimais o preço de combustíveis nas bombas medidoras. Art. 20. Os preços por litro de todos os combustíveis automotivos comercializados deverão ser expressos com três casas decimais no painel de preços e nas bombas medidoras. Parágrafo único. Na compra feita pelo consumidor, o valor total a ser pago resultará da multiplicação do preço por litro de combustível pelo volume total de litros 21 adquiridos, considerando-se apenas 2 (duas) casas decimais, desprezando-se as demais. (ANP, art. 20, 2013). Logo, percebe-se que a política de informação de preços de combustíveis obedece, portanto, determinação federal. Esta política é o que faz com que o consumidor, ao verificar os preços expressos em letreiros e bombas de postos, observem uma casa decimal a mais à direita dos centavos, sendo expostos da seguinte forma, por exemplo, R$ 6,479. Alves e Nardy (2014) discorrem que esta resolução da ANP substituiu dentre outras resoluções e portarias do extinto Departamento Nacional de Combustíveis (DNC). A antiga Portaria nº 30 fazia referência ao parágrafo 5º do artigo 1º da Medida Provisória nº 542, de 30 de junho de 1994. 4.5. Composição do preço de combustíveis A formação do preço de combustíveis na bomba é composta pelo valor do frete mais a tributação de impostos, dentre eles PIS/CONFINS, ICMS e CIDE. A Petrobras informa os tributos que deverão ser computados, conforme mostra a figura 4: Figura 4 – Relação de impostos sobre combustíveis no Brasil Fonte: Petrobras (2021). No Brasil a estrutura de formação do preço final de venda de combustíveis no posto revendedor está descrita na equação 1: � � � � � (1) 22 Onde: S. Custo de aquisição do posto revendedor T. Margem da revenda U. Preço bomba de combustíveis 4.6. Implicações na prática da utilização do terceiro dígito no preço dos combustíveis Vormittag et al. (2005) diz que quando a Resolução informa que, no ato da compra, o consumidor deverá considerar apenas duas casas decimais, o que ocorre é que efetivamente se está pagando por um valor diverso e maior do apresentado ao cliente. O fato de a Resolução nº 41 da ANP eximir o consumidor de considerar o terceiro dígito do preço por litro no ato do pagamento não o exime, contudo, de arcar com este dígito no momento da multiplicação de seu valor pela quantidade de litros adquiridos. Alves e Nardy (2014) referem-se ao preço subliminar pago pelo motorista comum, que apenas usa o carro como meio de transporte ou passeio, percorrendo um trajeto predominantemente urbano. Diversos outros setores podem estar sendo muito mais lesados, como taxistas, trabalhadores que morem distantes de seus locais de trabalho, motoristas de caminhão, carros a serviço de órgãos públicos, serviços de frete, frotas de empresas, pequenos comerciantes, profissionais liberais, entre outros. Nesses casos, o consumo mensal é ainda maior, ocasionando uma diferença anual impossível de ser desconsiderada, como sugere a Resolução nº 41/2013 da ANP. Nos casos citados, fala-se no prejuízo que cada consumidor suportará. Todavia, um posto de combustível abastece centenas de carros todos os dias – quando não, milhares –, o que gera um enorme lucro para seus donos, decorrente do prejuízo imposto ao consumidor. O consumidor, ludibriado pelo preço exposto, é levado a crer que terá aquele terceiro dígito suprimido, quando, em verdade, conforme demonstrado há pouco, este é sim considerado para efeito de cálculo, a fim de majorar o preço efetivamente pago, justamente pela diferença de “apenas” um dígito. 4.6.1. Fomento à prática de cartéis Outro produto e talvez o mais nefasto dessa prática é o fomento à formação de cartéis. Van Der Laan (2015) afirma que cartel é um acordo de cooperação entre empresas que buscam controlar um mercado, determinando os preços e limitando a concorrência. Aparentemente praticando preços diversos, dois ou mais postos podem estar, na verdade, ajustando o mesmo preço entre si, suprimindo a concorrência entre a categoria e, assim, violando a Ordem 23 Econômica. Postos que comercializem cada um, por exemplo, gasolina a R$ 6,897, R$ 6,899, R$ 6,898 etc., estão praticando, na verdade, preços idênticos, mesmo alegando que os valores são diversos (levando-se em conta a diferença entre o algarismo atribuído ao terceiro dígito). 4.7. A tentativa de eliminar a terceira casa decimal na comercialização de combustíveis Nos últimos sete anos, o assunto sobre a comercialização de combustíveis com três casas decimais vem ganhando certo espaço no cenário político brasileiro. Outrora, Van Der Laan (2015) afirma que apesar da prática de fracionamento especial seja utilizada para estabelecer parâmetros básicos para a determinação final de preços de mercado, a atual formatação do preço de combustíveis não condiz com os padrões de comercialização praticados pela população em geral. Alegando falta de transparência, em 01 de dezembro de 2017 o prefeito de Belo Horizonte-MG sancionou a lei municipal 11.081/2017 do vereador Alexandre Kalil (PHS) que determinou que os preços de combustíveis deveriam ser exibidos com apenas duas casas decimais nas bombas (G1, 2017). Porém, com uma ação movida pela Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) e o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), a lei foi vetada em 18 de janeiro de 2019 pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, alegando inconstitucionalidade. A desembargadora assinalouque o art. 20 da Resolução ANP 41/2013 determina que os preços sejam apresentados com três dígitos decimais, e que uma lei nacional se sobrepõe a uma lei municipal (TJMG, 2019). 4.8. Venda de combustíveis com apenas duas casas decimais A ANP publicou em 8 de novembro de 2021 a Resolução Nº 858 alterando a Resolução ANP nº 8, de 6 de março de 2007, a Resolução ANP nº 41, de 5 de novembro de 2013, e a Resolução ANP nº 58, de 17 de outubro de 2014 (ANP, 2021). Uma das mudanças mais impactantes no dia a dia do posto revendedor é a nova regra para exibição dos preços dos combustíveis com duas casas decimais que entrou em vigor no dia 05 de maio de 2022. “Art. 20. Os preços por litro de todos os combustíveis automotivos comercializados deverão ser expressos com duas casas decimais no painel de preços e nas bombas medidoras” (ANP, art. 20, 2021). Apesar desta nova resolução, este estudo não foi trabalhado com duas casas decimais, pois todos os dados coletados foram obtidos anteriormente à sua publicação. 24 Alves e Nardy (2014) apontam em seus estudos que o uso de apenas duas casas decimais facilita a análise dos consumidores de preços de combustíveis exibidos nas bombas, diminui a prática de carteis e aumenta a concorrência do livre mercado. 25 5. METODOLOGIA Esta pesquisa foi dividida em três partes, são elas: i) pesquisa quantitativa, ii) pesquisa de campo e iii) pesquisa documental. Segundo José Filho (2006, p.64) “o ato de pesquisar traz em si a necessidade do diálogo com a realidade a qual se pretende investigar e com o diferente, um diálogo dotado de crítica, canalizador de momentos criativos”. Uma pesquisa tem a finalidade de propor soluções de problemas teóricos e práticos com características científicas (DANTON, 2002). A pesquisa quantitativa é definida por Manzato e Santos (2012) como sendo métodos utilizados para determinar opiniões, sensações, hábitos, atitudes etc. A pesquisa quantitativa só tem sentido quando há um problema muito bem definido e há informação e teoria a respeito do objeto de conhecimento, entendido aqui como o foco da pesquisa e/ou aquilo que se quer estudar. Esclarecendo mais, só se faz pesquisa de natureza quantitativa quando se conhece as qualidades e se tem controle do que se vai pesquisar (DA SILVA et al, 2014). Raupp e Beuren (2006) afirmam que a pesquisa de campo tem como objetivo observar, recolher e armazenar os dados obtidos a respeito do assunto de forma ordenada e precisa, o que também corrobora com o pensamento de Manzato e Santos (2012). Gil (2002) afirma que a pesquisa documental se assemelha muito à pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. 5.1. Pesquisa com o consumidor comum A primeira parte da investigação foi caracterizada como pesquisa quantitativa, em que se aplicou um questionário para identificar o perfil do consumidor comum, analisando o combustível de preferência, gasto médio com combustível e tipos de veículos. Obteve-se o total de 134 respostas entre os dias 10 e 20 de junho de 2021. 5.2. Identificando a percepção dos consumidores comuns e taxistas Aplicou-se um questionário aos taxistas da COOPTALP contendo 4 perguntas para poder compreender a percepção da formatação de vendas de preços de combustíveis e seu impacto. Participaram da pesquisa 51 taxistas por meio de formulário físico entre os dias 02 e 10 de julho de 2021. As mesmas 4 perguntas foram abordadas no questionário aplicado aos 26 consumidores a fim de analisar se há diferenças nas respostas de consumidores de combustíveis que utilizam seus veículos para uso pessoal e consumidores que utilizam seus veículos a trabalho. 5.3. Identificando o gasto médio mensal com combustível de cada taxista Por conseguinte, foi realizada uma análise documental com as notas de compras de combustíveis pela COOPTALP, e estabeleceu-se a média de consumo de combustíveis por parte dos taxistas. A cooperativa possui um contrato com um posto de combustível que possibilita o taxista realizar o abastecimento, a cooperativa pagar o abastecimento e o taxista pagar para a cooperativa ao final do mês. Foram analisadas notas de compra de combustíveis por parte da cooperativa referentes ao período de 29/05/2021 a 12/06/2021, e neste período 19 carros bicombustível do total de 52 e 4 vans a diesel do total de 7 da cooperativa, realizaram abastecimento por este processo. Com base nesta análise foi possível identificar uma média aritmética de gastos por parte dos taxistas. Segundo Gimenes (2008) a média aritmética é dada pelo somatório de cada valor da variável, sendo dividido pela quantidade de dados conforme a equação 2. � � ∑�� � �1 � �2 � �3 � �4 �⋯� � (2) Onde: x: É a média dos dados, xi: É cada uma das medidas, n: Compreende o número de medidas realizadas. Tal afirmação consolida a afirmação de Carvalho (2011) que diz que a média aritmética é o quociente da divisão da soma dos valores da variável pelo número deles, em outras palavras é o ponto de equilíbrio de um conjunto de dados. 5.4. Identificando o preço médio de combustíveis na cidade de Parauapebas-PA Com posse das informações de gastos médio por taxista, foi necessário constatar o valor do preço médio de cada tipo de combustível na cidade. Logo, foi praticada uma pesquisa de campo. Pesquisou-se 29 postos de combustíveis em 18 bairros de Parauapebas-PA, listando preço, desvio padrão de preços, tipos de combustível e capacidade dos tanques de 27 armazenagem. Para identificação do preço médio e da capacidade média de instalação dos tanques, utilizou-se a equação (1), e para o cálculo do desvio padrão (�) baseou-se na equação 3. � � �∑(�� − �)� − 1 (3) O cálculo do desvio padrão foi necessário para mensurar o grau de dispersão dos preços de combustíveis em relação à sua média. Silva e Soares (2019) afirmam que o desvio padrão indica a dispersão dos dados dentro de uma amostra com relação à média. Ademais, tem-se que σ é o desvio padrão, em que o seu valor final não pode ser arredondado e x é a média aritmética. 28 6. ESTUDO DE CASO Analisando os resultados obtidos, buscou-se compreender durante a pesquisa quantitativa aplicada aos taxistas e ao consumidor amplo se havia padrões nas respostas das duas categorias de consumidores, identificando em qual e ou em quais das respostas eles poderiam corroborar ou discordar. Por se tratar de consumidores com perfis diferentes, consumindo quantidades totalmente divergentes de combustíveis, buscou-se entender suas percepções quanto à formatação de preços de combustíveis, impacto econômico tanto para o consumidor quanto para os postos, e a opinião destes quanto à comparação de preços. 6.1. Consumidor comum x taxistas 6.1.1. Identificando o perfil do consumidor comum Nesta etapa da pesquisa que buscou analisar o perfil do consumidor amplo que utiliza seu veículo no dia a dia, foi aplicado um questionário através de formulário online, obtendo 134 respostas. Constatou-se que a gasolina comum é o principal combustível utilizado por quase 60% dos consumidores. Gráfico 1 – Representação de consumo de combustível em Parauapebas Fontes: Autores (2022). Outro fator preponderante para este trabalho foi a necessidade de identificar o gasto médio com combustíveis durante o mês. Segundo o IBGE (2020), a cidade de Parauapebas possui uma frota de 107.782veículos cadastrados no banco de dados do DETRAN-PA. 58,800% 31,300% 9,900% Gas . Comum Gas . Adi t ivada Etanol 29 Figura 5 – Frota de veículos em Parauapebas Fonte: IBGE (2020). De acordo com o questionário, um grupo expressivo de consumidores, sendo 47,8%, afirmaram ter um custo mensal médio entre R$ 200,00 e R$ 500,00. Outro grupo bastante relevante informou que seu custo varia entre R$ 501,00 e R$ 1000,00 mensais. 6.1.2. Primeira Pergunta Primeira pergunta: Você percebe que o preço do combustível possui três casas decimais após a vírgula e não duas em sua formatação? Gráfico 2 – Representação da resposta 1 aplicada aos consumidores Fonte: Autores (2021). 30 Os consumidores apresentaram percentuais de respostas divergentes quanto à pergunta número 1. Aproximadamente 32% (16 respostas) dos taxistas, informaram não perceber a atual formatação de preços com três casas decimais contra 9% (12 respostas) do consumidor amplo, que por outro lado demonstrou uma grande percepção das três casas decimais após a vírgula com 91% (124 respostas) enquanto 68% (35 respostas) dos taxistas distinguem essa cobrança. Esperava-se que, para esta pergunta os taxistas apresentassem maior percepção que o consumidor amplo, visto que em suas atividades o combustível é um item essencial. 6.1.3. Segunda Pergunta Para a segunda pergunta: Você acredita que a atual formatação de preços de combustíveis (com três casas decimais) atrapalha na comparação de preços de combustíveis entre postos? Gráfico 3 – Representação da resposta 2 aplicada aos consumidores Fonte: Autores (2021). Constatou-se que tanto o amplo consumidor convencional com cerca de 64% (86 respostas) de afirmação e 36% (48 respostas) de negação, quanto os profissionais com 66% (34 respostas) de afirmação e 34% (17 respostas) de negação, apresentaram respostas semelhantes quanto à formatação de preços atrapalhar a comparação de preços de vendas entre postos de combustíveis. 31 6.1.4. Terceira Pergunta Para a terceira pergunta: Você acredita que a cobrança por litro de combustível deste terceiro dígito monetário, ex.: (0,009), é relevante para causar impacto econômico no consumidor? Gráfico 4 – Representação da resposta 3 aplicada aos consumidores Fonte: Autores (2021). Constatou-se que, o consumidor amplo com 73% (98 respostas) de afirmação e 27% (36 respostas) de negação, já os profissionais com 70% (36) de afirmação e 30% (15 respostas) de negação, apresentaram respostas semelhantes quanto a relevância do terceiro dígito monetário no impacto econômico ao consumidor. 6.1.5. Quarta Pergunta Para a quarta pergunta: Você acredita que a cobrança por litro de combustível deste terceiro dígito monetário, ex.: (0,009), é necessário para manter os postos de combustíveis? 32 Gráfico 5 – Representação da resposta 4 aplicada aos consumidores Fonte: Autores (2021). Apesar da maioria dos consumidores das duas categorias informarem negativamente a respeito da necessidade da cobrança do terceiro dígito para manter os postos de combustíveis, sendo 85% (114 respostas) das respostas do consumidor amplo contra 60% (31 respostas) das respostas dos taxistas, nota-se que 40% (20 respostas) dos taxistas consideram a cobrança em questão necessária, enquanto os consumidores comuns tiveram apenas 15% (15 respostas) das respostas afirmativas. Logo, após a comparação de todas as respostas foi possível perceber que as distintas categorias de consumidores corroboraram seus pensamentos em 50% das perguntas aplicadas. 6.2. Identificando os gastos dos Taxistas A segunda parte da pesquisa foi baseada na análise de notas de compras de combustíveis por parte da COOPTALP, em que se constatou que durante 15 dias um taxista de veículo bicombustível gasta em média R$1.679,00 e um taxista que dirige uma van à diesel gasta em média R$1.698,26 no mesmo período, conforme tabela 1. Tabela 1 –Média de gastos com combustível por taxista Veículo Tipo de combustível Média quinzenal Taxi 1 Gasolina R$1.965,97 Taxi 2 Gasolina R$1.200,44 Taxi 3 Gasolina R$1.453,98 Taxi 4 Gasolina R$1.598,70 Taxi 5 Gasolina R$1.314,23 Taxi 6 Gasolina R$1.770,45 Taxi 7 Gasolina R$1.969,15 33 Veículo Tipo de combustível Média quinzenal Taxi 8 Gasolina R$1.770,44 Taxi 9 Gasolina R$1.745,93 Taxi 10 Gasolina R$1.643,19 Taxi 11 Gasolina R$1.575,97 Taxi 12 Gasolina R$1.979,92 Taxi 13 Gasolina R$1.808,39 Taxi 14 Gasolina R$2.292,30 Taxi 15 Gasolina R$1.187,40 Taxi 16 Gasolina R$1.779,44 Taxi 17 Gasolina R$1.544,22 Taxi 18 Gasolina R$1.589,10 Taxi 19 Gasolina R$1.711,71 Gasto médio (gasolina) R$1.679,00 Van 1 Diesel R$1.483,74 Van 2 Diesel R$1.422,74 Van 3 Diesel R$2.372,38 Van 4 Diesel R$1.514,17 Gasto médio (diesel) R$1.698,26 Fonte: Autores (2021). 6.3. Pesquisando o preço médio de combustíveis A terceira parte deste trabalho baseia-se em pesquisa de campo para identificar a média de preços de combustíveis na cidade de Parauapebas-PA. Constatou-se que com base na tabela 2, que o etanol possui um preço médio de R$5,688, enquanto a gasolina comum R$6,347, a gasolina aditivada R$6,505, o diesel S-500 ou diesel comum R$5,062 e o diesel S-10 R$5,127. Tabela 2 – Dados dos preços no período de 16/06/21 a 25/06/21 e capacidade dos tanques de combustíveis nos postos Posto Bairro Bandeira Etanol Capac. tanque (L) Gas. Comum Capac. tanque (L) Gas. Aditivada Capac. tanque (L) Diesel Comum Capac. tanque (L) Diesel S10 Capac. tanque (L) P1 Popular I Verde R$6,370 30000 R$5,100 10000 R$5,100 20000 P2 Tropical Vermelha R$6,399 30000 R$6,679 20000 R$4,890 10000 R$5,890 10000 P3 Vila Rica Branca R$5,879 10000 R$6,379 35000 R$6,399 15000 R$5,070 15000 R$5,070 15000 P4 Zona Rural Vermelha R$6,379 10000 R$6,629 10000 R$5,070 20000 R$5,070 10000 P5 Altamira Amarela R$6,390 20000 R$6,590 10000 R$5,100 10000 R$5,110 20000 P6 Novo Horizonte Vermelha R$6,399 20000 R$5,090 10000 R$5,090 30000 P7 J. Canadá Verde R$5,899 10000 R$6,399 35000 R$6,679 10000 R$5,090 15000 R$5,090 20000 P8 C. Nova Vermelha R$5,599 10000 R$6,399 10000 R$5,089 30000 R$5,099 10000 P9 Da Paz Vermelha R$5,899 10000 R$6,399 20000 R$6,579 10000 R$5,090 20000 34 Posto Bairro Bandeira Etanol Capac. tanque (L) Gas. Comum Capac. tanque (L) Gas. Aditivada Capac. tanque (L) Diesel Comum Capac. tanque (L) Diesel S10 Capac. tanque (L) P10 Morada Nova Branca R$5,610 10000 R$6,199 30000 R$6,219 10000 R$5,100 10000 R$5,110 20000 P11 Da Paz Branca R$6,299 20000 R$6,399 10000 R$5,090 20000 P12 Da Paz Amarela R$5,330 10000 R$6,390 40000 R$6,590 10000 R$5,100 10000 R$5,110 20000 P13 Rio Verde Verde R$5,390 15000 R$6,090 20000 R$6,390 15000 R$4,849 20000 R$5,090 20000 P14 Rio Verde Vermelha R$6,349 20000 R$6,649 10000 R$5,099 20000 P15 C. Nova Verde R$5,899 15000 R$6,399 30000 R$6,679 30000 R$5,120 15000 R$5,120 30000 P16 C. Nova Verde R$5,899 10000 R$6,399 25000 R$6,679 15000 R$5,130 25000 P17 C. Nova Branca R$6,190 10000 R$6,240 10000 R$4,950 10000 R$4,990 10000 P18 Liberdade Amarela R$5,330 20000 R$6,390 20000 R$6,499 10000 R$5,110 10000 P19 União Branca R$6,259 20000 R$5,059 10000 P20 Rio Verde Vermelha R$5,900 10000 R$6,370 20000 R$6,640 15000 R$5,140 20000 P21 Rio Verde Amarela R$6,399 10000 R$6,499 10000 R$5,099 10000 R$5,129 10000 P22 Beira Rio Amarela R$5,899 10000 R$6,679 30000 R$6,399 10000 R$5,090 30000 P23 Parque Carajás Vermelha R$6,369 20000 R$6,450 10000 R$5,190 10000 P24 C. Jardim AmarelaR$6,199 10000 R$6,259 10000 R$5,099 10000 R$5,099 20000 P25 Nova Carajás Branca R$5,600 10000 R$6,300 20000 10000 R$5,100 10000 R$5,100 10000 P26 C. Jardim Amarela R$5,499 10000 R$6,359 20000 R$6,599 10000 R$5,139 15000 R$5,099 20000 P27 União Branca R$6,180 20000 R$4,959 10000 R$4,999 20000 P28 Da Paz Amarela R$6,399 20000 R$6,499 10000 R$5,089 10000 R$5,099 10000 P29 Esplanada Vermelha R$6,349 20000 R$5,149 10000 R$5,149 20000 Média de preços e capacidade R$5,688 11428,57 R$6,347 21607,14 R$6,505 12916,67 R$5,062 12857,14 R$5,127 17857,14 Desvio padrão de preços R$0,225 R$0,107 R$0,145 R$0,078 R$0,152 Fonte: Autores (2021). Foi possível constatar também que de todos os postos estudados, o posto 13 localizado no bairro Rio Verde foi o único que possuía um preço para os combustíveis gasolina comum, gasolina aditivada, etanol, diesel comum e diesel S10 abaixo do preço médio de combustíveis da cidade de Parauapebas-PA. Após analisar os dados de preço médio de combustíveis em Parauapebas-PA e o gasto médio de cada taxista, para cada tipo de combustível, verificou-se que cada veículo bicombustível consome aproximadamente 264,53 litros a cada 15 dias, totalizando 17,64 litros por dia. Logo, analisando apenas os combustíveis como: gasolina comum, gasolina aditivada e etanol, é possível perceber que a frota de veículos bicombustíveis da COOPTALP consome por volta de 27.518,33 litros de combustível mensalmente, totalizando ao longo de um ano 330.220,80 litros de consumo de Gasolina/Etanol para os 52 carros. 35 Investigando apenas as vans, averiguou-se que estes veículos consomem em torno de 335,49 litros a cada 15 dias, totalizando 22,37 litros ao dia. Assi, tem-se que a frota de veículos a diesel da COOPTALP consome por volta de 4.697,70 litros de combustível mensalmente, totalizando ao longo de um ano uma média de média 56.372,40 litros de óleo diesel para as 7 vans. 36 7. RESULTADOS E DISCUSSÕES Um posto na cidade de Parauapebas que comercializa etanol, gasolina comum, gasolina aditivada, diesel S500 e diesel S10, é capaz de armazenar em seus tanques em torno de 76.000 litros de combustível. Obtendo os dados da tabela 2, levou-se em consideração o lucro exclusivamente sobre a cobrança do fracionamento da moeda nacional por parte dos postos de combustíveis. Os postos na cidade de Parauapebas-PA lucram em média R$ 457,96 após a venda do volume disponível em seus tanques como demonstra a tabela 3. Tabela 3 – Demonstração de lucro com base exclusivamente na cobrança do dígito fracionado de combustíveis Combustível Valor médio 3º dígito Capacidade média dos tanques Lucro 3º dígito Etanol 0,008 11428,57L R$91,43 Gasolina Comum 0,007 21607,14L R$151,25 Gasolina Aditivada 0,005 12916,68L R$64,58 Diesel S500 0,002 12857,14L R$25,71 Diesel S10 0,007 17857,14L R$124,99 Total R$457,96 Fonte: Autores (2021). Nesse cenário vemos que o impacto econômico se torna positivo por parte do empresário, e do outro lado lesando o consumidor comum. 7.1. Impacto econômico para cada tipo de combustível Com posse dos dados do valor do preço médio dos combustíveis investigados, e com posse dos dados de gastos para veículos bicombustíveis e a diesel da COOPTALP, traçou-se uma relação buscando analisar os combustíveis que mais impactam a empresa com base na formatação da precificação de venda de combustíveis, os que menos impactam, e qual a combinação que a cooperativa poderia utilizar para minimizar o custo deste impacto econômico atendendo a necessidade de sua frota de 7 veículos a diesel e 52 veículos bicombustíveis. 7.1.1. Análise do impacto econômico da cobrança da unidade fracionada monetária da gasolina comum As pesquisas demonstraram que se os veículos bicombustíveis da COOPTALP utilizassem exclusivamente gasolina comum durante um ano, com a formatação de preço representado pela cor alaranjada no gráfico 6, o custo da cooperativa seria de R$2.095.911,42. 37 Entretanto se não fosse utilizada a cobrança da unidade monetária fracionada, representada pela cor azul no gráfico 6, o custo da COOPTALP anualmente seria de R$2.093.599,87. Gráfico 6 – Demonstração da diferença entre os gastos com gasolina comum com e sem a cobrança da unidade monetária fracionada Fonte: Autores (2021). Desta maneira, percebe-se se que o impacto econômico da unidade monetária fracionada para os carros bicombustíveis utilizando exclusivamente gasolina comum durante um ano seria de R$2.311,55. 7.1.2. Análise do impacto econômico da cobrança da unidade fracionada monetária da Gasolina Aditivada Se os carros bicombustíveis utilizassem exclusivamente durante um ano gasolina aditivada, representada pela cor alaranjada, o gasto seria de R$2.148.086,30. Porém, se não fosse utilizada a cobrança da unidade monetária fracionada, representada pela cor azul, o gasto seria de R$2.146.435,20. Conforme demonstra gráfico 7. 38 Gráfico 7 – Demonstração da diferença entre os gastos com gasolina aditivada com e sem a cobrança da unidade monetária fracionada Fonte: Autores (2021). Nota-se que o impacto econômico da unidade monetária fracionada para os carros bicombustíveis utilizando exclusivamente gasolina aditivada durante um ano seria de R$1.651,10. 7.1.3. Análise do impacto econômico da cobrança da unidade fracionada monetária da Etanol Se os carros bicombustíveis utilizassem exclusivamente durante um ano o etanol, representado pela cor alaranjada, o gasto seria de R$1.878.295,91. Caso não fosse utilizada a cobrança da unidade monetária, representada pela cor azul, o gasto seria de R$1.875.654,14. Conforme demonstra gráfico 8. 39 Gráfico 8 – Demonstração da diferença entre os gastos com etanol com e sem a cobrança da unidade monetária fracionada Fonte: Autores (2021). Verifica-se que o impacto econômico da unidade monetária fracionada para os carros bicombustíveis utilizando exclusivamente etanol durante um ano seria de R$2.641,77. 7.1.4. Análise do impacto econômico da cobrança da unidade fracionada monetária da Diesel Comum (S-500) Já para as vans que utilizam como combustível o óleo diesel, caso utilizassem única e exclusivamente o diesel S-500 ou também conhecido como diesel comum, representada pela cor alaranjada, o gasto seria de R$285.307,68. Todavia se não fosse utilizada a cobrança da unidade monetária fracionada, representada pela cor azul, o gasto seria de R$285.194,96, conforme demonstra o gráfico 9. 40 Gráfico 9 – Demonstração da diferença entre os gastos com S-500 com e sem a cobrança da unidade monetária fracionada Fonte: Autores (2021). Identifica-se que o impacto econômico da unidade monetária fracionada para as vans utilizando exclusivamente diesel S-500 durante um ano seria de R$ 111,73. 7.1.5. Análise do impacto econômico da cobrança da unidade fracionada monetária da Diesel S-10 Se as vans da COOPTALP utilizassem exclusivamente diesel S-10 ou também conhecido como diesel aditivado, representada pela cor alaranjada, o gasto seria de R$ 288.971,26 e se não fosse utilizada a cobrança da unidade monetária fracionada, representada pela cor azul, o gasto seria de R$ 288.576,72. Conforme demonstra gráfico 10. 41 Gráfico 10 – Demonstração da diferença entre os gastos com diesel s-10 com e sem a cobrança da unidade monetária fracionada Fonte: Autores (2021). Constata-se que o impacto econômico da unidade monetária fracionada para as vans utilizando exclusivamente diesel S-10 durante um ano seria de R$ 394,54. 7.2. Otimizando a combinação de combustíveis para minimizaros custos com a unidade monetária fracionada Foi possível verificar que os combustíveis que apresentam os maiores impactos econômicos referente à unidade monetária fracionada são o etanol com a cobrança de R$0,008 para cada litro consumido pelos carros bicombustíveis e o diesel S-10 com a cobrança de R$ R$ 0,007 para cada litro consumido pelas vans. Tabela 4 – Demonstração do impacto econômico dígito monetário fracionado para cada tipo de combustível no período de um ano Impacto do 3º dígito monetário fracionado Etanol R$2.641,77 Gasolina Comum R$2.311,55 Gasolina Aditivada R$1.651,10 Diesel (S10) R$394,54. Diesel Comum R$111,73 Fonte: Autores (2021) 42 No total, se a COOPTALP abastecesse somente com esses dois combustíveis durante um ano teria um impacto econômico referente à terceira casa decimal de R$3.036,31. Por outro lado, identificando os combustíveis possíveis de abastecimento, caso a COOPTALP abastecesse exclusivamente com gasolina aditivada, que possui um dígito monetário fracionado de R$0,005 para os veículos bicombustíveis, e com diesel S-500, que possui dígito monetário fracionado de R$0,002, o impacto econômico anual seria de R$1.762,83. Uma economia de R$1.273,48. Gráfico 11 – Otimização de combustíveis para minimizar o impacto econômico do 3º dígito de unidade monetária de valor Fonte: Autores (2021). R$ 3.036 R$ 2.754 R$ 2.706 R$ 2.423 R$ 2.046 R$ 1.763 E TAN O L + D I E S E L S 1 0 E TAN O L + D I E S E L S 5 0 0 GAS O LI N A C O M U M + D I E S E L S 1 0 GAS O LI N A C O M U M + D I E S E L S 5 0 0 GAS O LI N A AD I TI V AD A + D I E S E L S 1 0 GAS O LI N A AD I TI V AD A + D I E S E L S 5 0 0 Co mbina çã o de Co mbust ív e i s pa ra Fro ta da Co o pta lp 43 8. PROJEÇÃO DO PREÇO DE COMBUSTÍVEIS Utilizando a gasolina comum como parâmetro, a ANP afirma que em janeiro de 2022 o preço médio nacional deste combustível é de R$7.012,00. A tabela 5 ilustra o preço da gasolina comum, segundo a ANP, no primeiro mês de cada ano dos últimos dez anos. Tabela 5 – Representação do preço da gasolina comum Ano Preço médio gasolina comum (R$/l) 2012 R$ 2,740 2013 R$ 2,886 2014 R$ 2,980 2015 R$ 3,323 2016 R$ 3,730 2017 R$ 3,687 2018 R$ 4,199 2019 R$ 4,305 2020 R$ 4,462 2021 R$ 5,492 2022 R$ 7,012 Fonte: Adaptação ANP (2022). Baseando-se nos dados da tabela 5 e com o preço médio da gasolina comum em Parauapebas-PA contidos na tabela 2, e fazendo uso do método da previsão linear, este trabalho se propõe a projetar os valores do preço da gasolina comum para a cidade de Parauapebas até o ano de 2031 conforme o gráfico 12. 44 Gráfico 12 – Projeção do preço da gasolina comum em Parauapebas-PA Fonte: Autores (2022). Em janeiro do ano de 2026 o valor da gasolina comum na cidade de Parauapebas-PA será de aproximadamente R$ 9,266. Em janeiro de 2031 a projeção aponta que o preço da gasolina comum será de R$ 10,579. Utilizou-se a gasolina comum como parâmetro para a projeção pois foi identificada como o combustível de preferência dos consumidores. 45 9. CONCLUSÃO O custo com combustíveis da COOPTALP é inevitável, porém a cobrança de valores que são injustificáveis por parte dos postos aumenta consideravelmente os custos da cooperativa. A cobrança de valores fracionados que não compõe o sistema de cobranças monetário nacional para o consumidor comum, apesar de ser legal, acaba se tornando desleal por parte dos postos. Para se alcançar uma compreensão do impacto econômico causado pela formatação de preço de combustíveis a partir de um estudo de caso, utilizou-se uma cooperativa de táxi na cidade de Parauapebas-PA como espaço amostral, definiu-se cinco objetivos específicos os quais foram atingidos neste trabalho conforme os resultados apresentados. A Cooperativa dos Taxistas de Táxi Lotação de Parauapebas utiliza combustíveis em sua operação como suprimento essencial, e este suprimento possui um alto custo de compra sendo este custo onerado em função da cobrança de valores de moeda fracionada. O custo anual da COOPTALP pode chegar próximo de R$ 3.036,31 utilizando etanol e diesel S-10 para seus respectivos veículos, logo estes são os combustíveis que possuem o maior impacto econômico em relação exclusivamente à cobrança de valores monetários fracionados. Um custo de R$ 1.762,83 utilizando gasolina aditivada e diesel S-500, sendo estes são os combustíveis que causam o menor impacto econômico em relação a cobrança de valores monetários fracionados. Por outro lado, verificou-se que os postos de combustíveis podem obter um lucro médio de R$457,96 por capacidade de seus tanques em relação exclusivamente à unidade monetária fracionada, após a venda do volume disponíveis, sendo que os tanques são reabastecidos pelos menos quatro vezes ao mês gerando um lucro ainda maior aos donos dos postos e lesando o consumidor. Uma alternativa para a cooperativa minimizar os impactos causados por esta modalidade de cobrança seria abastecer no posto 13 apresentado na tabela 2. Dentre os 29 postos pesquisados este foi o único que vendia todos os combustíveis apresentados nesta pesquisa abaixo do preço médio da cidade. Este trabalho demostrou o impacto econômico que a COOPTALP sofre anualmente com a formatação de preços de combustíveis, e que esta formatação gerou um custo excessivo para a cooperativa. Este custo poderia ser revestido em benefícios aos taxistas que também possuem outros gastos como aluguel, conta de energia, água, internet, telefone, central de rádio, secretária, dentre outros gastos necessários para manter o funcionamento da sede da COOPTALP. 46 10. PERSPECTIVAS FUTURAS No decorrer deste trabalho surgiram aspectos que se revelaram interessantes para pesquisas futuras, como a mudança na exibição do preço com três casas decimais para duas casas decimais no painel de preços e nas bombas medidoras, conforme Resolução ANP Nº 858 de 5 de novembro de 2021, que entrou em vigor no dia 5 de maio de 2022 e altera a Resolução ANP Nº 41 de 5 de novembro de 2013. Portanto, sugere-se três possibilidades de desenvolvimento: i) estudar o impacto econômico causado pela antiga formatação do preço na comercialização de combustíveis sobre a frota de veículos da Prefeitura Municipal de Parauapebas em comparação com a formatação atual; ii) identificar a influência na formação de supostos cartéis de postos de combustíveis na cidade de Parauapebas, causado pela formatação anterior do preço na comercialização de combustíveis; e iii) estudar o impacto econômico causado pela antiga formatação do preço na comercialização de combustíveis sobre a frota de veículos de empresas de logística que atuam no transporte de trabalhadores do Complexo Mineral de Carajás. 47 11. PUBLICAÇÕES VILHENA JUNIOR, D. dos A. N.; SALES, H. de O.; PINTO, V. S.; SILVA, K. P. da; CARVALHO, F. I. M.; SILVA, P. A.; BEIRÃO, A. T. M. Uma metodologia didática de ensino para auxiliar na análise do impacto econômico nos preços dos combustíveis comercializados na região de Carajás. Belém: RFB Editora, 2021. p. 209-224. VILHENA JUNIOR, D. dos A. N.; SALES, H. de O.; PINTO, V. S.; SILVA, K. P. da; CARVALHO, F. I. M.; SILVA, P. A.; BEIRÃO, A. T. M. Uma metodologia didática de ensino para auxiliar na análise do impacto econômico nos preços dos combustíveis comercializados na região de Carajás. International Journal for Innovation Education and Research , Dhaka, Bangladesh, v. 9, n. 8, pág. 58–70, 2021. DOI: 10.31686/ijier.vol9.iss8.3263. Disponível em: https://ijier.net/index.php/ijier/article/view/3263. 48 REFERÊNCIAS ALVES, FabrícioG.; NARDY, Klauss BB. A Configuração da Prática Abusiva na Utilização do Terceiro Dígito no Preço dos Combustíveis. Trabalho Técnico publicado nos Anais da Rio Oil & Gas Expo and Conference 2014. ANP (Agência Nacional de Petróleo, gás Natural e Bicombustíveis). Sistema de Levantamento de Preços. Disponível em: https://preco.anp.gov.br/; acesso em: 20 de jul. de 2021. Atos Oficiais da ANP. Resolução Nº 41, de 5 De Novembro De 2013. 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