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Comunicação em Saúde

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Comunicação em Saúde
Profª. Amanda Lo Bianco Borges Canongia
Descrição
Elementos e conceitos da comunicação da saúde e os aspectos envolvidos nesse processo para a prática
de atuação profissional.
Propósito
Compreender o papel da inter-relação entre comunicação e saúde é fundamental para o envolvimento e o
conhecimento prático dos contextos de atuação do nutricionista.
Objetivos
Módulo 1
A comunicação na saúde
Reconhecer a importância da comunicação como uma ferramenta de cuidado em saúde.
Módulo 2
Nutrição Comportamental e a prática pro�ssional
Relacionar a Nutrição Comportamental à prática profissional, fornecendo ferramentas para o processo de
comunicação em saúde.
A comunicação em saúde é um tema fundamental e facilitador da abordagem do profissional em
saúde. Por isso, nos próximos módulos, vamos entender o que fazemos com o conteúdo que
acumulamos e como podemos interferir na realidade, nos processos de trabalho e na qualidade de
vida das pessoas. A prática nos proporciona refletir sobre a importância do conhecimento da
comunicação em saúde. Afinal, lidar com saúde é lidar com as relações humanas e, para que elas
sejam efetivas, a comunicação deve ser assertiva e ter papel norteador na conduta de atendimento e
de outras formas de promoção de saúde.
Veremos também conceitos da comunicação e seus níveis, a influência da mídia e da propaganda, e
a comunicação entre os diversos atores e contextos da saúde. Soma-se a isso o conceito de
comportamento alimentar, que carrega consigo diferentes ferramentas que auxiliam no processo de
comunicação em saúde e se diferenciam dos modelos tradicionais. Os nutricionistas são
responsáveis por orientar a adequação do consumo do alimento, e uma boa comunicação faz com
que esse processo seja melhor entendido e praticado pelos seus pacientes. Comunicar-se bem e ter
amplo conhecimento da sua área de atuação são instrumentos indispensáveis a esse profissional.
Introdução
1 - A comunicação na saúde
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da comunicação como
uma ferramenta de cuidado em saúde.
Conceitos da comunicação em saúde
O conceito de comunicação vem do latim communicare, que significa tornar comum, compartilhar, trocar
opiniões, associar. O ato de se comunicar implica trocar mensagens, que, por sua vez, envolve emissão e
recebimento de informações. Comunicação é a provocação de significados comuns entre comunicador e
intérprete por meio de signos e símbolos, sendo a base estrutural da sociedade e uma necessidade humana
básica na busca por conhecimento e convívio social e cultural (PINHEIRO, 2005; CASTRO, 2013; OLIVEIRA et
al., 2015).
Mas será que se comunicar se limita a transmitir e receber mensagens?
A comunicação é um processo dinâmico e multidimensional, que reparte experiências, sensações, ideias e
pensamentos. Portanto, não é um processo tão simples como parece. Segundo Paulo Freire:
A educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é a transferência
de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a
significação dos significados.
(FREIRE, 1983, p. 69)
A educação, a prática da saúde e a comunicação não são práticas solitárias, e sim compartilhadas
(CASTRO, 2013; OLIVEIRA, 2015). Para os profissionais da saúde, a comunicação tem um papel central, uma
vez que as experiências e orientações são compartilhadas com o paciente/cliente por meio do diálogo. Por
isso, as relações humanas são tão importantes no campo da saúde e não podem ser dissociadas, ao
contrário, precisam se agregar. A comunicação na saúde informa e influencia as decisões dos indivíduos e
das comunidades no sentido de promover a sua saúde. A comunicação também amplia as dimensões
sociais do indivíduo. São elas:
Dimensão científica;
Dimensão situacional (economia, vida emocional, vida familiar etc.);
Dimensão histórica (experiências);
Dimensão cultural;
Dimensão profissional.
Devemos servir-nos de atrativo que ofereça a confrontação de saberes, a prática da interlocução, os
mecanismos de investigação, o desenvolvimento de hipóteses e a construção de proposições. A
comunicação, então, possibilita a dinamização e a ampliação do patrimônio de experiências comuns, a
troca de ideias, valores, sentimentos, experiências, crenças e costumes.
O processo de comunicação abrange os seguintes elementos básicos:
Emissor
É quem gera o processo e tem a iniciativa de iniciar a comunicação.
Receptor
É aquele que efetivamente recebe a mensagem.
Mensagem
É o pensamento ou a ideia que o emissor pretende transmitir ao receptor.
Código
É o conjunto de signos e sintaxe (por exemplo, a língua) e, por ser utilizado na representação
da mensagem, deve ser total ou parcialmente comum entre o emissor e o receptor.
Meio
Também chamado de ambiente, é o canal por meio do qual o emissor transmite a sua
mensagem ao receptor.
Portanto, o processo de comunicação pode ser resumido nas seguintes perguntas:
Quem diz o quê?
Com que intenção?
Como?
Em que contexto?
Para quem e com que efeito?
Durante o processo de comunicação, são utilizados alguns tipos de linguagens. Observe a seguir a definição
de cada um deles:
Refere-se à linguagem escrita e falada, aos sons e às palavras que são usados para se comunicar. A
comunicação verbal é o recurso por meio do qual as pessoas compartilham suas ideias,
experiências e pode-se validar o significado simbólico da percepção sobre o assunto e o lugar que se
ocupa nele.
Compreende as diferentes mensagens emitidas pela linguagem corporal, tais como expressões
faciais, postura do corpo, gestos, entre outros movimentos, ou ainda pela presença de rubor,
sudorese, tremores, lacrimejamento e palidez. A linguagem corporal é muito presente no nosso
cotidiano, mas, na maioria das vezes, não temos consciência de sua ocorrência ou mesmo de como
acontece. É importante que a linguagem corporal esteja em consonância com a verbal. A linguagem
não verbal pode suplementar a verbal, contradizendo, enfatizando, substituindo ou oferecendo
indícios sobre o que se quer expressar.
Feedback
Também chamado de retroalimentação, é o recurso utilizado para verificar se a mensagem
emitida pelo comunicador foi recebida na sua forma original.
Linguagem verbal 
Linguagem não verbal 
Você já vivenciou uma situação em que disse algo para alguém e este, por não entender a
mensagem, acabou gerando algum tipo de con�ito?
No primeiro momento, chegamos a pensar que o receptor não compreendeu a mensagem, mas será que
nós conseguimos passar uma informação clara e objetiva? Reflita sobre isso e busque entender como a
comunicação pode ser mais assertiva a partir do conteúdo explicitado.
Para que a comunicação ocorra de maneira consistente, clara e adequada a cada situação, cative o ouvinte
e priorize, principalmente, os três elementos basais: emissor, mensagem e receptor. É importante que o
emissor harmonize a linguagem verbal e a não verbal, conseguindo associar a naturalidade de gestos e
expressões à motivação ao falar, à observação, à entonação de voz, ao ritmo, ao vocabulário, entre outros
requisitos.
É essencial que a fala esteja de acordo com a expressão corporal (CASTRO, 2013). No processo de
comunicação, o emissor e o receptor se influenciam mutuamente. Desse modo, cada um é, em parte, criado
pelo outro, o que causa uma relação de interdependência entre ambos, em que o nível mais complexo dessa
relação é a interação. Cabe ressaltar que a interação ocorre quando dois indivíduos tiram inferências sobre
os próprios papéis, assumindo o papel um do outro ao mesmo tempo. Assim, se o comportamento de
comunicação depende da adoção recíproca de papéis, então eles estão em comunicação.
Dica
A relação de comunicação deve sempre considerar que cada pessoa tem conhecimentos prévios antes de
nosso contato com ela, assim como nós também temos conhecimentos prévios antes da comunicação.
Níveis de comunicação
Para organizar o ato comunicativo, são necessários os níveis abordadosa seguir:
A comunicação intrapessoal está relacionada à linguagem para um só, onde a fala torna-se
pensamento (sim, é isso, você “conversando” consigo mesmo). Tem uma relação direta com o
campo das ideias, dos sentimentos, dos desejos e das crenças. Nesse tipo de comunicação,
confrontam-se escolhas e decisões que devem ser tomadas com nossos princípios e valores. Aqui o
emissor e o receptor das informações são a mesma pessoa. A comunicação intrapessoal está
associada a atitudes que antecedem a ação do indivíduo: o que falar, como se expressar, e o
processo mental da informação que irá influenciar a interação e guiar a mensagem passada para
outras pessoas durante a comunicação interpessoal.
Ocorre entre pelo menos duas pessoas como forma de transmissão de ideias, desejos, sentimentos
e emoções, transformando em ação o pensamento do indivíduo. Cada indivíduo transfere as
informações baseadas em suas vivências, suas emoções, sua formação educacional e cultural, suas
particularidades. A diversidade dessas informações pode ocasionar divergências culturais caso os
receptores não se portem de maneira mais aberta para receber tais informações. Nesse momento,
podem surgir as falhas de comunicação (ruídos) e trazer desde implicações muito simples e
corriqueiras até falhas graves de interpretação.
Ocorre quando há pelo menos três indivíduos envolvidos e o contexto costuma misturar interações
de natureza interpessoal com aquelas ocorridas em grupo. Ressalta-se que o envolvimento de mais
Comunicação intrapessoal 
Comunicação interpessoal 
Comunicação em grupo 
pessoas no fluxo de comunicação reflete em maior diversidade de crenças, valores, perfis, aspectos
culturais, que interferem diretamente na correta interpretação da mensagem.
Esse nível de comunicação é baseado no uso de ideias e imagens, persuasão, informação e
estratégia. Cabe ressaltar que, para uma ideia ser promovida com sucesso, é necessário que a
mensagem seja direcionada ao público certo, com linguagem e contextos adequados ao meio. Essa
comunicação é uma das mais utilizadas na saúde pública, pois é preciso se comunicar com o
público em atividades coletivas ou ações realizadas no território. Por esse motivo, as atividades e
ações educativas precisam ser bem planejadas e contextualizadas de acordo com o público a que se
destinam.
Contextos de atuação do nutricionista e a comunicação
Se você não consegue se comunicar, não importa o que você sabe.
(KURTZ; SILVERMAN; DRAPER, 2005)
No processo de atuação profissional, há de se considerar o estabelecimento de vínculos e a construção de
redes de cooperação, por isso é tão importante a valorização dos sujeitos envolvidos no processo de
comunicação. A comunicação entre os profissionais, os gestores e os pacientes configura-se em peça
crucial e elemento essencial no cuidado em saúde. Entendida como o alicerce de nossas relações
interpessoais, o cuidado, nessa perspectiva, associa-se à prática de comunicar-se.
A comunicação, em suas variadas formas, tem um papel de grande significância para humanizar as
relações. Para tal, a equipe e o profissional precisam estar dispostos e envolvidos a fim de estabelecer essa
relação e entender que é primordial reconhecer o paciente/cliente como sujeito do cuidado, e não passivo a
ele. Como forma de melhorar o cuidado em saúde, destaca-se a importância do diálogo. É por meio do
diálogo que se cria uma aproximação entre as pessoas, inicia-se um contato mais próximo, uma relação de
integração de culturas, uma troca de experiências e vivências.
Comunicação com público 
O nutricionista clínico e a sua comunicação com o
paciente
A especialista Amanda Lo Bianco Borges Canongia abordará como o nutricionista clínico pode melhorar a
sua comunicação com o paciente.
Comunicação entre o paciente e sua família, equipes pro�ssionais,
instituições, comunidade e entre nutricionistas
O processo de comunicação permeia as relações interpessoais. A maneira como esse processo é
desenvolvido pode impactar a confiança e o vínculo do paciente e da família com os profissionais de saúde,
as equipes profissionais e as instituições de saúde. A qualidade da comunicação com os pacientes depende
de relações de acolhimento.
A qualidade da comunicação com os pacientes também depende da escuta ativa e problematizadora
estabelecida por parte dos profissionais de saúde. Em uma equipe multidisciplinar, a comunicação eficiente
é um item obrigatório que contribui para a relação entre esses membros e, por consequência, facilita o
cuidado em saúde do paciente. Ressalta-se a importância do processo de humanização e do entendimento
de todo o contexto em que o paciente que busca auxílio está inserido, para que as mensagens transmitidas
façam sentido tanto para ele quanto para a equipe de cuidado em saúde.

Portanto, a comunicação entre a equipe de assistência precisa estar muito alinhada
e consistente para que o paciente confie nas informações recebidas e crie vínculo
com esses profissionais.
Pode-se identificar e entender os problemas que ocorrem, facilitando a interação profissional e pessoal. O
homem está diretamente ligado à comunicação em todos os momentos e ações de sua vida, e é por meio
dela que se dividem as experiências, sendo possível modificar a si mesmo e o contexto em que se está
inserido. Por isso, é fundamental entender os mecanismos de um processo de comunicação que irá
proporcionar um melhor desempenho com o paciente.
Re�exão
Esse entendimento é tão importante quanto o empenho para melhorar a comunicação, isto é, o
relacionamento entre os próprios membros da equipe multidisciplinar.
Deve-se identificar o processo de comunicação a partir de uma definição complexa, nas suas variadas
formas, por ser um fenômeno que possui componentes específicos. É necessário buscar uma melhor
compreensão e interação entre os partícipes da comunicação, a fim de contribuir com o relacionamento
entre os indivíduos. Quando se fala em humanização e cuidado, é importante haver esse relacionamento
entre os profissionais de saúde que possuem o mesmo objetivo.
Dentro do campo da saúde, cuidar é mais que um ato, é uma atitude de ocupação,
preocupação, responsabilização e humanização.
O cuidado inclui considerar, reconhecer e compreender as necessidades do outro, ter empatia com a
situação de saúde e buscar estratégias junto ao paciente e à sua família para melhor resolução das
situações e promoção de saúde. O processo comunicativo adequado facilita o entendimento dos problemas
pelo sujeito, que percebe seu papel de protagonista nesse processo de cuidado, gerando autonomia e
empoderamento.
Quando o profissional de saúde não valoriza o processo comunicativo, alguns aspectos negativos podem
interferir na mensagem final. Dentre esses aspectos, destacam-se:
Não saber ouvir (quando se conclui o raciocínio do paciente, mesmo antes de ele terminar a frase) e uso
de linguagem inacessível (quando são utilizados jargões e termos técnicos);
Dificuldade dos profissionais de saúde em reconhecer e respeitar a autonomia dos pacientes;
Preocupação com os aspectos administrativos do cuidado, tornando a prática do cuidado impessoal;
Falta de preparo profissional para estabelecer relação terapêutica com o paciente.
Além disso, é preciso atentar-se e importar-se com o diálogo e com o paciente em si. Por exemplo, escutar
ativamente o que o paciente diz e não já estar pensando nas próximas perguntas ou na sua conduta
posterior. É importante estar atento ao presente e valorizar a fala do paciente para que o vínculo seja
estabelecido. Além disso, é necessário que a linguagem verbal e a não verbal sejam expressadas de
maneira clara para o paciente, sem que seja algo forçado.
Espera-se que o nutricionista permita a construção do processo comunicativo e estabeleça o diálogo com o
paciente e sua família. Durante um atendimento, a linguagem não verbal é tão ou mais importante do que a
verbal. Basta pensar em algum profissional com o qual você foi se consultare, por não se sentir confiante
diante da postura dele, optou por buscar outro.
O que você consideraria como primordial para seguir sendo acompanhado por esse
pro�ssional? O que faltou na postura dele? E o que o outro tinha para lhe dar mais
con�ança?
O paciente pode apenas buscar informações e orientações nutricionais, porém a forma como o profissional
se comunica define a efetividade do tratamento, do vínculo e da confiança gerada nessa relação. Um
processo comunicativo que considere o contexto em que o paciente vive facilita a adesão às orientações
recomendadas. É a partir dos processos de comunicação que se consegue atingir a transformação do
paciente, garantindo o cuidar em todos os seus níveis.
Os profissionais de saúde apresentam dificuldade em manter uma comunicação que favoreça o trabalho em
equipe, com o olhar multiprofissional para o paciente. As diferenças hierárquicas e os conflitos no contexto
do trabalho influenciam as relações e a produção do cuidado da equipe. Muitos profissionais acabam
atuando de maneira independente e paralela, sem considerar o trabalho em equipe.
Saiba mais
Entre os principais desafios encontrados para a comunicação efetiva no trabalho em equipe da saúde,
podemos citar: a diversidade na formação dos profissionais; a tendência de uma mesma categoria
profissional se comunicar mais uns com os outros; o efeito da hierarquia, geralmente com o médico
ocupando posição de maior autoridade, situação que pode inibir os demais membros da equipe
multidisciplinar.
A literatura tem enfatizado a rigidez da hierarquia, que não permite criar um canal de comunicação efetiva
com os diferentes níveis hierárquicos, pois não proporciona o compartilhamento das necessidades e os
erros não são expostos claramente pelos profissionais. O trabalho multidisciplinar exige diferentes
habilidades e conhecimentos para a gestão de um problema em comum, facilitando a tomada de decisões e
o cuidado em saúde. Assim, cada profissional precisa estar apto a compreender as particularidades e os
limites de cada profissão, assim como as potencialidades de cada um.
A comunicação eficaz em Instituições de Saúde, como, por exemplo, dentro de um ambiente hospitalar, deve
ser precisa, completa, sem ambiguidade, oportuna e compreendida por todos para que haja redução de
erros e melhoria da segurança do paciente. Para além da comunicação entre a equipe, é necessária a
comunicação efetiva entre todas as equipes de uma instituição. Entre as formas, para que o processo
comunicativo seja mais efetivo nesses ambientes, destacam-se:

A comunicação segmentada com mensagens direcionadas para cada perfil de público.

Reuniões periódicas entre as equipes e por grupos.

Novas tecnologias que criem diálogos abertos com o público interno.
Tecnologias
Por exemplo: e-mail, murais, boletins eletrônicos.
Em qualquer área de atuação ou equipe, a responsabilidade do profissional é a mesma. Ele deve se pautar
no respeito e na premissa em promover saúde com responsabilidade, e sua comunicação deve ser efetiva a
fim de obter melhores resultados. A comunicação em saúde com a sociedade deve ser pautada pelos
princípios éticos da profissão e pela saúde pública. Vamos estudar mais o assunto no próximo módulo.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Conceitos da comunicação em saúde
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Níveis de comunicação
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Contextos de atuação do nutricionista

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Sobre a linguagem verbal e não verbal, é correto afirmar que
A
a linguagem verbal e não verbal são duas modalidades de comunicação que nunca são
empregadas juntas.
B
a linguagem verbal representa a linguagem formal, enquanto a linguagem não verbal é
representada pela linguagem informal.
C a linguagem verbal é sempre culta e segue os padrões da gramática da língua.
D a linguagem não verbal não pode ser realizada nem com a fala nem com a escrita.
E
a linguagem verbal também pode ser chamada de linguagem mista, pois utiliza diversas
variantes da língua.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A linguagem verbal e não verbal são duas formas de comunicação. Enquanto a verbal é expressa
por palavras, a não verbal utiliza signos visuais. Ambas podem ser utilizadas juntas, como ocorre,
por exemplo, nas histórias em quadrinhos em que temos as falas das personagens e suas
expressões corporais. Note que a linguagem verbal pode ser escrita ou falada e, portanto, pode
utilizar a linguagem mais culta ou mais informal. Já a linguagem chamada mista (ou híbrida) é
aquela que envolve as duas modalidades: a linguagem verbal e a não verbal, por exemplo, uma
apresentação teatral.
Questão 2
O estômago “não vai com a cara” do baço. O intestino brigou com o rim. O esôfago não quer conversar com
a vesícula biliar. O pulmão teve uma desavença com o coração. Se os órgãos do corpo humano brigassem
entre si, qual seria a chance de sobrevivência?
O trecho acima foi apresentado para indicar a importância da boa harmonia e, principalmente, da boa
comunicação entre os diversos setores de qualquer empresa. Na área da saúde, isso não é diferente. Uma
boa harmonia na equipe ajuda no bom atendimento ao paciente, além de não comprometer a qualidade da
informação que lhe é transmitida. O tipo de comunicação que garante esse tipo de bom relacionamento em
qualquer área é a
A comunicação intrapessoal.
B autocomunicação.
C comunicação interna.
D comunicação interpessoal.
E comunicação setorial.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A comunicação interpessoal ocorre entre pelo menos duas pessoas, assim como o trabalho em
equipe. É nesse nível de comunicação que serão colocadas e discutidas as informações técnicas,
bem como também vivências, formação e contextos.
2 - Nutrição Comportamental e a prática pro�ssional
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar a Nutrição Comportamental à prática
pro�ssional, fornecendo ferramentas para o processo de comunicação em saúde.
Nutrição Comportamental e a in�uência da mídia no
processo de comunicação
A Nutrição Comportamental auxilia no atendimento e na intervenção nutricional, contribuindo para uma
comunicação eficiente que contemple não apenas os nutrientes e a prescrição dietética, mas também as
crenças, os hábitos culturais/familiares e sociais, bem como a memória afetiva e os sentimentos que
envolvem a alimentação e o ato de comer.
Os meios de comunicação possuem crescente impacto e expansão no mundo atual, sendo um dos
principais fatores de influência sobre o comportamento alimentar. São, ainda, capazes de influenciar as
causas relacionadas aos comportamentos alimentares disfuncionais, como a insatisfação corporal e a
internalização dos ideais de corpo e os transtornos alimentares.

Nutrição Comportamental e comunicação em saúde
A Nutrição Comportamental é considerada uma abordagem científica inovadora, que inclui os aspectos
fisiológicos, sociais e emocionais da alimentação e promove mudanças no relacionamento do nutricionista
com seu paciente. Considerar apenas a abordagem biológica, tecnicista e reducionista da alimentação
ignora os demais aspectos também influenciadores dos hábitos e comportamentos alimentares.
Comportamento é definido como o conjunto de reações do indivíduo diante das interações do meio onde
está envolvido sob determinadas circunstâncias. As funções simbólicas da comida são tão importantes
quanto as funções nutricionais, e é papel do nutricionista defender que as necessidades nutricionais sejam
atingidas juntamente das necessidades culturais e simbólicas.
Nessa abordagem, o “como” se come é tão ou mais importante do que o alimento que
simplesmente se come.
São premissas da Nutrição Comportamental (ALVARENGA, 2015):
Ser inclusiva
Ampliar o modo de atuação do nutricionista
Acreditarque todos os alimentos podem ter espaço em uma alimentação saudável
Saiba mais
O conceito de biopsicossocial busca uma nova perspectiva e considera os aspectos psicológicos,
biológicos e sociais, contrapondo-se ao modelo biomédico, que é pautado apenas na doença, não
visualizando o indivíduo de maneira integral.
Diariamente, os nutricionistas transmitem informações sobre saúde e nutrição aos seus pacientes e ao
público em geral em diversos formatos (consultas, grupos, palestras, workshops, artigos, sites, mídias
sociais, rádio e televisão). Embora os temas de nutrição e alimentação estejam sempre em pauta, as
pessoas são expostas a múltiplos e contraditórios conselhos e informações sobre o que podem e como
devem ou não se alimentar. Tal fato pode lhes causar insegurança e confusão. Por essa razão, mensagens
consistentes e baseadas em evidências científicas que validem o prazer de comer e o equilíbrio são
importantes para uma comunicação responsável e efetiva na promoção de um comportamento saudável.
A comunicação sobre nutrição e saúde precisa ser transparente e efetiva, e o nutricionista pode melhorar
esse processo trazendo os conceitos da Nutrição Comportamental e considerando os aspectos
biopsicossociais (alimentação como um todo). Para o foco comportamental, a comunicação deve,
prioritariamente, levar em conta o conhecimento mais profundo do público a que se destina – suas
motivações, crenças, cognições e seus valores. Ele deve assegurar que o conteúdo das mensagens reflita
Manter a abordagem biopsicossocial
Defender uma comunicação e orientação nutricional que não seja baseada em
“dieta”
suas ideias, necessidades e seus valores, e esteja de acordo com seu conhecimento em saúde, cultura e
diversidade.
O nutricionista é responsável pela imagem que propaga e não deve promover a dicotomia, o preconceito ou
o estereótipo de peso e dieta. Por exemplo, não deve propagar imagens de maçã e frutas, por outro lado, é
permitido promover preparações culinárias de diferentes culturas e povos, assim como refeições em família
e amigos. Ao invés da fita métrica, utilize imagens de pessoas fazendo atividade física e se divertindo; do
mesmo modo, ao invés da balança, use imagens de indivíduos de diferentes tamanhos e formas.
Para a comunicação de mensagens responsáveis e alinhadas às técnicas comportamentais, existem sete
recomendações (ALVARENGA, 2015):
Seja positivo
As mensagens de nutrição são mais efetivas quando focam as formas positivas para
escolhas mais saudáveis do que os alimentos a serem evitados. Por exemplo, substitua o
“troque o leite integral por desnatado” por “desfrute o leite integral e preste atenção em outras
fontes de gordura que você consome e talvez não perceba”.
Torne a informação especí�ca e executável
As recomendações precisam mostrar um caminho claro para que se incorporem à rotina
alimentar e se tornem um hábito. Ao invés de dizer “coma mais alimentos in natura, como
frutas”, diga “que tal sempre deixar uma fruta na sua bolsa ou no seu ambiente de trabalho?
Em casa você pode deixá-las sempre à vista”.
Seja simples
Evite termos técnicos e utilize, no máximo, três ou quatro mensagens ao mesmo tempo. A
linguagem deve ser clara e específica.
Mostre a recompensa
Indivíduos são mais propensos a seguir a recomendação/orientação se souberem que terão
um benefício. Cabe ressaltar que a perda de peso não é considerada recompensa para a
Nutrição Comportamental. Você pode apontar outros benefícios, tais como mudanças
qualitativas na saúde, e explicar que a perda de peso pode ser uma consequência, não o foco
principal.
Seja realista
Coloque-se no lugar do receptor da mensagem e questione e conheça o seu paciente e o que
ele é capaz de inserir.
Torne divertido
A comunicação focada no comportamento aborda o sabor e o prazer da alimentação.
Seja �exível
Use mensagens mais inclusivas em suas orientações. O tom moralista muitas vezes diminui o
desejo e o prazer em comer.
Para a Nutrição Comportamental, entender e praticar uma comunicação responsável em saúde e nutrição é
um diferencial na construção da imagem e da atuação do profissional, além de ir ao encontro das
necessidades reais dos pacientes.
Habilidades de comunicação
Para promover a mudança de comportamento, além do conhecimento técnico, é necessário o
desenvolvimento de habilidades interpessoais. Para mudar do papel prescritivo para aquele de guiar os
pacientes, é necessário trabalhar todo o processo de comunicação. As habilidades básicas desejáveis ao
nutricionista são: manter o contato visual; demonstrar empatia (para que o paciente se sinta compreendido);
manter a voz em nível apropriado; demonstrar confiança em seu trabalho; não julgar (por exemplo, não
aparentar espanto se o paciente contar algo que parece “anormal”); falar devagar e de maneira calma; fazer
uma pergunta por vez e esperar as respostas; apresentar-se e chamar o paciente pelo nome; manter uma
postura corporal aberta (descruzar os braços, expressão facial relaxada).
Como aprendemos, as linguagens verbais e não verbais se encontram no desenvolvimento das habilidades
comunicacionais. Para além dessas habilidades, uma parte importante do atendimento nutricional é
questionar. Parece uma tarefa simples, mas o modo de realizar uma pergunta pode mudar o rumo da
consulta.
Existem dois tipos de perguntas:
Perguntas fechadas
As respostas das perguntas fechadas são objetivas, sendo limitadas a apenas sim e não, ou só a uma
única palavra.
Perguntas abertas

Já as perguntas abertas possuem inúmeras possibilidades de respostas e convidam a pessoa a contar
suas próprias experiências e percepções.
Não existe pergunta certa ou errada, mas a maioria dos profissionais de saúde utiliza quase que
exclusivamente as perguntas fechadas, o que dificulta o processo de comunicação e, por consequência, o
vínculo e a motivação do paciente.
Tente trocar o “por quê?” por “como?” e “o quê?”. Ao invés de perguntar “por que você não come frutas?”,
diga “o que você não gosta nas frutas? Como foi para você tentar comer frutas? O que acontece quando
você coloca uma fruta na boca?” Perceba a diferença quando fazemos essa troca de palavras.
Dica
Oferecer opções de caminhos a seguir é importante para estimular a autonomia e o protagonismo do
paciente em seu processo de mudança e traz a situação para uma lógica mais prática.
Outro aspecto importante é verificar se a mensagem foi entendida pelo paciente. Pela lógica da orientação,
faça perguntas abertas também para confirmar se a comunicação foi efetiva com o paciente. Por exemplo,
diga “você precisa consumir uma fruta no seu desjejum. O que você pensa dessa ideia? Faz sentido para
você?”. Assim não há o risco de o paciente dizer que entendeu diferente, pois ele pode se sentir
envergonhado com a pergunta fechada e dizer apenas um “sim”. A nossa responsabilidade como
profissionais de saúde deve nos levar à curiosidade de entender e permitir que o processo de comunicação
ocorra da melhor maneira possível.
A Nutrição Comportamental possibilita explorar a situação de saúde colocada pelo
paciente que, na maioria das vezes, é uma questão biopsicossocial.
A in�uência da mídia e da propaganda
Mídia e Nutrição
Os meios de comunicação representam, além de uma forma de lazer, um veículo responsável pela difusão
de informações de caráter social. São meios de comunicação, por exemplo, o rádio, a televisão, os jornais,
as revistas e a internet. No Brasil, a televisão é o recurso midiático mais difundido. Em seguida, vem a
internet, por meio da qual os usuários possuem acesso à informação em qualquer momento, utilizando
celulares, smartphones, tablets, entre outros aparelhos eletrônicos.
Na mídia, as questões referentes à nutrição assumem, muitas vezes, conotações charlatanistas ou são
conduzidas somente por interesses econômicos. A maior visibilidade midiática dos nutricionistas deve ser
bem diferenciada daquela de blogueiros e jornalistas que comentam sobre saúdee nutrição, na maioria das
vezes, sem embasamento técnico-científico. As informações embasadas em estudos científicos têm mais
credibilidade e respaldo, e os nutricionistas precisam saber repassá-las para o público com linguagem clara,
simples e direta.
A comunicação entre profissionais de saúde e mídia não é um processo simples. Os jornalistas obtêm com
os profissionais de saúde o suporte técnico, por esse motivo os nutricionistas precisam entender sua
responsabilidade social e ética e o poder da comunicação em massa.
É importante ter em mente que o jornalista não é seu amigo, logo, essa relação deve ser baseada no
profissionalismo. Além disso, é necessário ficar atento, pois o jornalista irá conduzir a entrevista da maneira
que seja mais conveniente para ele.
Recomendação
O nutricionista deve manter uma postura ética e responsável perante todos os meios de comunicação,
zelando pela promoção da saúde da população e gerando nos indivíduos o poder de crítica e realização de
melhores escolhas alimentares.
Os profissionais da saúde e os comunicadores assumem papel de educadores na sociedade e devem
denunciar situações equivocadas. Partindo-se dessas premissas, almeja-se que a mídia contribua com a
instalação de hábitos alimentares adequados para a população. Todavia, esse desejo dos profissionais da
saúde parece utópico e pouco condizente com a realidade, tendo em vista as implicações econômicas e a
degradação da ética e da qualidade que se relacionam hoje com o aumento da questão econômica.
Conscientização, integração entre profissionais de diversas áreas, discernimento e atitude são termos
imprescindíveis na busca de novas fronteiras da mídia como influenciadora da população.
Mídia x escolhas alimentares
A especialista Amanda Lo Bianco Borges Canongia abordará como a mídia influencia as escolhas
alimentares.
In�uência da mídia e consequências para a saúde
Os padrões e hábitos alimentares da população vêm mudando nos últimos anos, principalmente em virtude
das transformações que marcam o mundo contemporâneo, tais como: a urbanização, a industrialização
crescente, a relação entre tempo e espaço, as múltiplas atribuições da mulher na família e no trabalho e a
influência dos meios de comunicação. Esses fatores reforçam e incentivam a substituição de alimentos in
natura ou minimamente processados por alimentos ultraprocessados e/ou refeições fora de casa, devido à
sua praticidade e à economia de tempo (BRASIL, 2014).
As mensagens sobre alimentação veiculadas pelos meios de comunicação em massa merecem especial
atenção, uma vez que estudos apontam que a mídia tem exercido papel fundamental na formação de novos
hábitos alimentares.
Além do público infantil — que não possui discernimento entre real e imaginário, sem possibilidade de
realizar escolhas alimentares —, os jovens são frequentemente “bombardeados” por informações que os
levam a acreditar em resultados imediatistas. Nesse grupo, a busca incessante por moldes estéticos
corporais tem contribuído significativamente para o aumento de transtornos alimentares (bulimia, anorexia),
em especial entre o público feminino e os mais jovens.

O público em geral busca constantemente resultados e informações acessíveis, gratuitas e imediatistas, o
que abre precedente para conteúdos postados na mídia por nutricionistas. Desse modo, não somente a
comunicação de outras categorias, mas também a dos próprios nutricionistas interferem no
comportamento alimentar e na saúde da população.
O nutricionista começou a percorrer a área das mídias sociais como uma ferramenta
para maior visibilidade entre os pacientes.
No entanto, a maioria dos conteúdos publicados nas mídias sociais foge à postura e ao papel do
nutricionista, uma vez que muitos não utilizam esse meio para promover a saúde pública, conforme os
princípios éticos estabelecidos.
O Código de Ética e de Conduta do Nutricionista, publicado em 2018, é um documento delineador e
orientador da atuação dos profissionais acerca de seus direitos e deveres. Esse código se adequa à
realidade e à responsabilidade ética, social, técnica e política com a qualidade de vida, a saúde e o bem-
estar de indivíduos, a fim de garantir que os princípios da Nutrição sejam valorizados e respeitados (CFN,
2018).
Os conceitos mais disseminados na mídia acerca da alimentação são:
Nutrição e emagrecimento
Suplementos nutricionais
Emagrecedores naturais ou não
Produtos milagrosos
A forma como os nutricionistas se posicionam diante das mídias sociais contribui diretamente para a
formação de opinião e o comportamento de seus seguidores. A postura desse profissional pode influenciar
seu público e, inclusive, reforçar, mesmo sem a intenção, padrões estéticos, “ideais” de beleza e práticas
alimentares distorcidas. A publicidade também é uma poderosa ferramenta para determinar o
comportamento dos indivíduos quanto ao consumo, pois induz as necessidades (LYRA, 2001). Para isso,
utiliza um processo encadeado, com as seguintes etapas:
1. Ativar as expectativas do consumidor (crenças, desejos, saberes);
2. Produzir mensagens que alimentem essas expectativas;
3. Induzir a compra;
4. Consumo/uso do produto;
5. Avaliar as expectativas.
Expectativas positivas (satisfação) representam predisposição para a recepção de novas mensagens, e a
recepção de novas mensagens favorece a fidelidade à marca (BURROWES, 2005). A publicidade induz e/ou
ratifica tendências, estimula o consumo e a sua forma, determina o que pode ser consumido e por quem, e
identifica o produto como fator de classificação em determinado grupo social.
Além da formação de novos hábitos alimentares, a mídia também exerce in�uência na
imagem do corpo.
A imagem corporal revela percepção, pensamentos e sentimentos do próprio indivíduo com seu corpo de
acordo com suas experiências, tratando-se, então, de uma definição subjetiva. As imagens produzidas não
são estáticas, sendo constantemente modificadas pelo contexto em que nos encontramos, o qual também
influencia as nossas relações interpessoais.
A sociedade atual, com a valorização e o culto à magreza, faz da obesidade uma condição altamente
estigmatizada e rejeitada, levando a maioria das pessoas à busca incansável do “corpo ideal”, predispondo
as mais vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos e à insatisfação corporal. Os meios de comunicação
são, provavelmente, os mais poderosos veículos utilizados pelas indústrias das dietas, de atividades físicas
e cirurgias plásticas para reforçar a associação da magreza com sucesso, poder, autocontrole, modernidade
e atratividade. Desse modo, o público é convencido de que o corpo pode ser moldado da maneira que
deseja, e são impostos padrões corporais impossíveis de serem atingidos pela maioria, sendo irreais e
utópicos (NÓBREGA, 2007). É crescente a valorização do corpo perfeito em despeito às condições
individuais e ao contexto vivido pelo indivíduo. Com isso, há um forte sentimento de insatisfação com o
corpo entre os mais variados grupos populacionais.
É importante que os profissionais de saúde, por meio de seus conhecimentos e de suas formações
específicas, alertem a população quanto à satisfação com o próprio corpo e à percepção dos indivíduos na
relação entre mídia e corpo. O alerta e a problematização dessas situações estabelecem que o profissional
de saúde deve desenvolver uma comunicação responsável com atitude ética ao assumir o papel de cidadão
que contribui com a saúde pública e o bem comum. É importante ampliar, aprofundar e dar visibilidade à
influência da mídia no comportamento alimentar da população.
Atenção
Discutir com a população as atuais práticas em saúde preconizadas pelo discurso midiático contempla os
aspectos de uma comunicação em saúde responsável, crítica e humanizada.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Nutrição comportamental
Módulo 2 - Vem que eu te explico!Nutrição comportamental e comunicação em saúde
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Mídia e Nutrição
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Ouvir atentamente e refletir sobre o que se escuta é uma das técnicas de comunicação terapêutica mais
efetivas, sendo uma ferramenta essencial para que o nutricionista estabeleça o vínculo com o paciente.
Marque a opção que mais dialoga com essa afirmativa.
A
Ao ouvir o paciente, devemos estar atentos para não julgar as ideias e opiniões
manifestadas por ele.
B Direcionamos toda a nossa atenção aos gestos feitos pelo paciente.
C Nós nos afastamos do paciente quando o assunto não importa tanto para o contexto.
D Não precisamos considerar a história de vida do paciente.
E O foco é sanar a maior quantidade de dúvidas possível do paciente, orientando o máximo.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A atitude de não julgamento (por meio da linguagem verbal ou da não verbal) precisa ser
desenvolvida pelo nutricionista. Não devemos julgar a história, o contexto e as dúvidas do
paciente, e sim acolher e praticar a escuta ativa.
Questão 2
No contexto de comunicação em saúde, para que esta seja efetiva, deve ser pautada em alguns respaldos.
Com base nessa informação, assinale a alternativa que apresenta um desses respaldos.
Considerações �nais
Como vimos, a comunicação em saúde tem papel central e norteador para as práticas de saúde do
profissional nutricionista. É importante observar e compreender os conceitos para que estes sejam efetivos
na prática de atuação profissional e facilitem a promoção de saúde e prevenção de doenças. Buscar um
olhar integral e desenvolver habilidades que facilitem a comunicação nos mais diversos níveis é de suma
A Relações verticais, requerimento de rede para profissionais da área de nutrição e para
setores agregados, visando à comunicação direta ou indireta.
B
Reconhecimento das diferentes formas de saberes e de práticas e construção partilhada
de saberes, de práticas e de soluções.
C
Valorização do conhecimento de apenas um profissional de saúde dentro da equipe
multidisciplinar.
D Obedecer à hierarquia já imposta e não contribuir com o seu conhecimento.
E Orientações impositivas com vistas à mudança de comportamento.
Parabéns! A alternativa B está correta.
O compartilhamento de saberes e práticas, seja na comunicação com o paciente seja entre a
equipe, torna o cuidado e o vínculo mais próximos da realidade, com possibilidades de mudanças
efetivas e autonomia do paciente.

importância para o crescimento profissional e para a facilitação do trabalho em equipe nos mais diversos
cenários de atuação.
Importante observar que os fatores externos, principalmente a mídia, influenciam e determinam o
comportamento alimentar. Esses fatores também têm influência sobre quais novas ferramentas de
abordagem baseadas na Nutrição Comportamental podem ser utilizadas na relação profissional, suscitando
uma prática mais acolhedora e que respeita e gera autonomia nos pacientes.
Podcast
A especialista abordará a importância da escuta ativa no atendimento nutricional.

Referências
ALVARENGA, M. et al. Nutrição Comportamental. Barueri: Manole, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Guia
alimentar para a população brasileira. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014.
BROCA, P. V.; FERREIRA, M. A. Equipe de enfermagem e comunicação: contribuições para o cuidado de
enfermagem. Rev Bras Enferm, v. 65, n. 1, jan.-fev., 2012.
BURROWES, P. Viagem ao território da publicidade. Comun. midia consumo, v. 5, n. 2, 2005.
CASTRO, I. L. Linguagem verbal e não verbal: o ensino de Língua Portuguesa. Faculdade Almeida Rodrigues,
Rio Verde, 2013.
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. CFN. Código de Ética e de Conduta do Nutricionista. Resolução
CFN N° 599/2018. Brasília: CFN, 2018.
FRAGA N A ; ROCHA T B Uso de estratégias de comunicação e informação por nutricionistas no
FRAGA, N. A.; ROCHA, T. B. Uso de estratégias de comunicação e informação por nutricionistas no
Instagram: uma análise sob a interpretação do Código de Ética e de Conduta do Nutricionista (2018).
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FREIRE, P. Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
HENRIQUES, P. et al. Regulamentação da propaganda de alimentos infantis como estratégia para a
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KURTZ, S. M.; SILVERMAN, J. D.; DRAPER, J. Teaching and learning communication skills in medicine.
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LYRA, R. M. S. Consumo, Comunicação e Cidadania. Ciberlegenda [on-line]. v. 2, n. 24, 2001.
MARINS, B. R.; ARAÚJO, I. S. J.; SILVANA, C. A propaganda de alimentos: orientação, ou apenas estímulo ao
consumo? Ciência & Saúde Coletiva [on-line], v. 16, n. 9, 2011.
MARINS, B. R.; ARAÚJO, I. S.; JACOB, S. C. A propaganda de alimentos: orientação, ou apenas estímulo ao
consumo? Ciência & Saúde Coletiva [on-line], v. 16, n. 9., 2011.
NÓBREGA, F. J. Distúrbios da Nutrição: na infância e na adolescência. Rio de Janeiro: Revinter, 2007.
OLIVEIRA, Y. C. A.; CELINO, S. D. M.; COSTA, G. M. C. Comunicação para ferramenta essencial para
assistência à saúde dos surdos. Physis, v. 25, n. 1, 2015.
PINHEIRO, D. C. S. O papel do plano de comunicação preventivo em momento de crise na organização.
2005. Monografia (habilitação em Jornalismo) — Universidade Federal de Goiás, Goiás, 2005.
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Para aprimorar os seus conhecimentos no assunto estudado:
Assista ao vídeo Comunicação e saúde no canal da MultiRio no YouTube. O vídeo discute a importância da
comunicação em saúde e os desafios atuais.
Visite o site do Instituto de Nutrição Comportamental, que disponibiliza diversos conteúdos atuais sobre o
tema.
Leia o texto Recomendação: o nutricionista na mídia, que contém orientações sobre como se posicionar na
mídia, respeitando os princípios éticos. O texto está disponível no site do Conselho Federal de
Nutricionistas.
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