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AN02FREV001/REV 4.0 1 Gestão Tributária BEM-VINDOS AO EBOOK AN02FREV001/REV 4.0 2 Autor(a): Uol Cursos/Ciatech Gestão Tributária 1ª Edição SÃO PAULO UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. CIATECH TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. 2022 AN02FREV001/REV 4.0 3 ISBN: Todos os direitos desta edição são reservados a UOL Cursos Tecnologia Educacional ltda. e Ciatech tecnologia educacional ltda. É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da empresa. CIATECH TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA./ UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. Al: Barão de Limeira, 425 – 7º andar 01202-000 São Paulo - SP www.crescabrasil.com.br/ www.portaleducacao.com.br http://www.crescabrasil.com.br/ http://www.portaleducacao.com.br/ AN02FREV001/REV 4.0 4 SUMÁRIO MÓDULO I - GESTÃO TRIBUTÁRIA NO CONTEXTO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 1 TRIBUTAÇÃO E CUSTO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 2 CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL E MUNDO 3 CONCEITO DE TRIBUTO 3.1 ESTRUTURA DO IMPOSTO 3.1.1 PRINCÍPIOS 3.1.2 ELEMENTOS DO TRIBUTO 4 OS PRINCIPAIS IMPOSTOS: ICMS / ISS / IPI / PIS / COFINS / IRPJ E CSLL 4.1 I.R.P.J. (IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS) 4.2 C.S.L.L. (CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO) 4.3 P.I.S. (PROGRAMAS DE INTEGRAÇÃO SOCIAL) 4.4 C.O.F.I.N.S. (CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL) 4.5 I.S.S. (INSTITUTO SOBRE SERVIÇOS) 4.6 IPI (IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS) 4.7 ICMS (IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS) 5 DEPARTAMENTO DE TRIBUTOS, GESTÃO E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 6 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: CONCEITO, IMPORTÂNCIA E OBJETIVOS MÓDULO II - ÉTICA E GESTÃO TRIBUTÁRIA: EVASÃO E ELISÃO FISCAL 7 INCIDÊNCIA DE TRIBUTOS E OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 8 ELISÃO E EVASÃO FISCAL 8.1 ELISÃO FISCAL 8.2 EVASÃO FISCAL 9 ÉTICA E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO MÓDULO III - GESTÃO TRIBUTÁRIA E CARGA DE TRIBUTOS NA ATIVIDADE EMPRESARIAL 10 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA REDUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA 11 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO JUDICIAL E NORMAS DE CONSENTIMENTO EXPRESSO AN02FREV001/REV 4.0 5 11.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO BASEADO EM AÇÕES JUDICIAIS 11.2 NORMAS DE CONSENTIMENTO EXPRESSO 12 SISTEMAS DE TRIBUTAÇÃO 12.1 SIMPLES NACIONAL 12.1.1 DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE 12.1.2 OPÇÃO PELO PAGAMENTO POR MEIO DO SIMPLES 12.1.3 EMPRESAS QUE NÃO PODEM OPTAR PELO SIMPLES 12.1.4 TRIBUTOS ALCANÇADOS PELO SIMPLES 12.1.5 CÁLCULO DO VALOR MENSAL DEVIDO 12.1.6 OPÇÃO E EXCLUSÃO AO SIMPLES 12.2 REGIME TRIBUTÁRIO PELO LUCRO PRESUMIDO 12.2.1 MOMENTO DA OPÇÃO 12.2.2 APURAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO 12.2.3 RECOLHIMENTO DO IRPJ 12.2.4 CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO 12.2.5 EMPRESAS QUE PODEM OPTAR PELO LUCRO PRESUMIDO 12.2.6 ENQUADRAMENTO NO LIMITE DE RECEITA BRUTA 12.2.7 CONCEITO DE RECEITA BRUTA E EXCLUSÕES 12.3 REGIME TRIBUTÁRIO PELO LUCRO REAL 12.3.1 CONCEITO DE LUCRO REAL 12.3.2 PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS À APURAÇÃO DO LUCRO REAL 12.3.3 AJUSTES POR ADIÇÃO E EXCLUSÃO E COMPENSAÇÃO 12.3.4 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS DAS EMPRESAS TRIBUTADAS PELO LUCRO REAL 12.4 LUCRO ARBITRADO 12.4.1 SITUAÇÕES QUE LEVAM AO ARBITRAMENTO PELO FISCO 12.4.2 PERCENTUAL OU COEFICIENTE DE APURAÇÃO DO LUCRO ARBITRADO 13 ETAPAS DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E ASPECTOS IMPACTANTES 14 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 6 MÓDULO I - GESTÃO TRIBUTÁRIA NO CONTEXTO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL FIGURA 01 – CHARGE DA CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA FONTE: Disponível em: <http://www.deputadogarotinho.com.br/carga-tributaria-no-brasil-ja-atinge- 1 TRIBUTAÇÃO E CUSTO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL Vive-se um momento proveniente de uma grande modificação gerada pelo processo de globalização, que, no início dos anos 1990 intensificou um grande processo de abertura econômico-financeiro, político, social, tecnológico, ambiental, entre outros tantos aspectos, que modificaram o formato mundial dos mercados e dos negócios. http://www.deputadogarotinho.com.br/carga-tributaria-no-brasil-ja-atinge- AN02FREV001/REV 4.0 7 O mundo ficou único, sem fronteiras, e as barreiras físicas (muros, cercas, mapas, divisas físicas, mapas, etc.) sofreram modificações grandiosas, onde algumas foram literalmente destruídas, outras foram modificadas, outras extintas em que a configuração mundial transformou-se. Dessa forma, o processo de globalização também modificou as barreiras chamadas intangíveis, onde as fronteiras, barreiras comerciais, proteção de mercados, entre outros aspectos, foram modificados, ocorrendo como consequência, uma grande abertura comercial mundial. As empresas que desempenhavam suas atividades em determinados mercados locais, atendendo apenas aqueles mercados, ou arredores, com o ambiente predeterminado, passaram a ter a sua abrangência de forma mundial. Os mercados expandiram e as empresas foram obrigadas a mudar também. Assim sendo, houve uma avalanche de novos produtos entrando em novos mercados, o processo de exportação e importação intensificou-se, a quantidade de empresas concorrendo em um mesmo mercado local, ou regional, intensificou-se também, onde o consumidor passou a se ver em um ambiente de grandes alternativas, de produtos que antes não existiam, ou que foram modificados, melhorados, agregando valor para o consumidor final. Toda essa revolução modificou a atuação das empresas. No Brasil, o processo de globalização foi muito influente e modificou sobremaneira os negócios. Até 1990, o país “sofria” com a baixa produtividade industrial, os grandes índices de pobreza da população, analfabetismo, entre outros eram determinantes para uma economia que era muito dependente do setor de agronegócios, em que o mesmo chegou a ser responsável por cerca de 40% do PIB do país. Assim, no início da década de 1990 ocorreram grandes modificações políticas, econômicas, sociais, tecnológicas, entre outros aspectos no Brasil. No campo econômico, o país atravessava um cenário de economia enfraquecida pelos inúmeros choques econômicos com apelo anti-inflação, a tórrida filosofia de troca de moedas, congelamento de preços, tabelamento de produtos, boicotes financeiros, ágio, entre outros detalhes estavam deixando a população desacreditada que o país pudesse obter o desenvolvimento econômico e social que se fazia necessário. AN02FREV001/REV 4.0 8 A renda da população era consumida rapidamente pelo processo inflacionário, com altas taxas diárias (chegando a 2% ao dia). Isso enfraquecia o mercado produtivo, que via, na outra ponta, grandes especuladores estarem obtendo sucesso financeiro com o “jogo especulativo” alcançado pela alta taxa inflacionária. Além desse contexto econômico, outro detalhe também impactou esse momento: o aspecto político. O país experimentava, após longos anos de ditadura militar, o processo democrático, com escolha de um presidente pelo voto popular. Em 1985, o presidente Tancredo Neves foi eleito pelo Congresso Nacional, encerrando o processo da ditadura militar que perdurava desde 1964. Porém, Tancredo faleceu antes de tomar posse, sendo seu vice, Sarney, a presidir o país, com políticas de choques econômicos, diversas tentativas de controle da inflação, entre outros aspectos. O governo Sarney terminou e, em 1992, o país teve realmente o primeiro presidente eleito pelo voto popular: Fernando Collor de Melo, que iniciou o governo com altos índices de popularidade, que caiuimensamente após o “golpe” do confisco da caderneta de poupança, que retirou do mercado um grande volume de dinheiro dos poupadores, sejam pequenos, médios ou grandes investidores, que viram o seu dinheiro, que estava protegido economicamente (pela rentabilidade dos juros altos produzidos pela alta taxa de inflação) e pelas políticas incentivadoras de poupança dos governos anteriores, ser retirado do mercado, ficando longos 18 (Dezoito) meses “presos” pelas mãos do governo. Assim sendo, o governo Collor perdeu a credibilidade, que aliado ao imenso esquema de corrupção, desencadeou o processo de cassação do presidente. O governo Collor de Melo realizou um grande processo de abertura do país ao mercado externo. O programa desenvolvido pela equipe visou modernizar o ambiente tecnológico brasileiro, que era obsoleto. Ficou marcado o episódio em que o mesmo presidente expôs publicamente que os carros brasileiros eram “Carroças” ao se comparar com a indústria automobilística internacional. Assim sendo, o parque industrial, comercial e outros setores econômicos foram abertos aos países estrangeiros, que enxergaram no Brasil um imenso mercado para os mais variados produtos e serviços. Essa abertura proporcionada pelo governo Collor coincidiu com o movimento de globalização que acontecia no mundo todo e fora intensificado no Brasil pela grande abertura proporcionada pelo governo. AN02FREV001/REV 4.0 9 Essa abertura do Brasil aos demais países acarretou uma grande quantidade de produtos entrando no país, concorrendo com os produtos nacionais. Isso não foi o fato mais importante dessa abertura. A consequência maior desse processo foi que houve a confirmação de que os produtos brasileiros eram inferiores aos importados, seja em critérios de qualidade, seja em preço, ou em outros aspectos. Desse modo, com a abertura do país, os produtos importados dos mais variados tipos, oscilando de bebidas, como vinhos, cervejas, entre outros, passando por doces, alimentos industrializados, eletroeletrônicos dos mais variados tipos, preços e formas, até a grande variedade de produtos populares, que iniciaram as chamadas “lojas de R$ 1,99”. Além disso, no contexto macroambiental, houve a entrada de tecnologia, que passou a ser utilizado por todos os setores econômicos. Assim sendo, todos os setores empresariais passaram a utilizar-se da tecnologia que estava chegando ao país, em virtude da abertura comercial. Destacam-se os equipamentos e máquinas pesadas que vieram, como tornos de comando numérico computadorizado, os chamados CNC’s, tratores, colheitadeiras dos mais diversos tipos, tamanhos, e funções e deve-se destacar a grande reviravolta ocorrida com o setor computacional, ou de informática. A indústria de equipamentos (hardwares) e programas (softwares) iniciou uma verdadeira revolução com a abertura comercial do país. Tudo que vimos atualmente em função da grande modernização desse setor, e de todos os avanços que vieram e que virão, iniciaram-se nesse momento. Também aconteceu uma mudança crucial nesse sistema que foi a mudança com o cliente, pois o consumidor modificou-se em função dessas mudanças. A primeira mudança ocorreu em razão da grande quantidade de opções de compra que o consumidor se viu, em virtude da imensa quantidade de produtos importados no Brasil. O consumidor começou a enxergar que havia na prateleira uma gama imensa de produtos com preços menores e com qualidade muito superior ao produto nacional que ele estava acostumado a comprar. Dessa maneira, o consumidor tornou-se mais exigente, em virtude principalmente da grande quantidade de opções de produtos à sua disposição. Como era possível escolher entre vários produtos, o cliente passou a escolher aquele que melhor atendesse as suas necessidades e desejos. Por essa situação, as AN02FREV001/REV 4.0 10 empresas foram obrigadas a modificar completamente a sua atuação, para poderem competir com esses produtos importados, os quais estavam tirando a sua fatia de mercado. Entre os aspectos que modificaram, os mais importantes dizem respeito a critérios de qualidade, confiabilidade, flexibilidade, custos, e principalmente, para satisfazer completamente aos desejos e necessidades dos clientes. Dentro desse contexto, a forma de gerir as empresas foi obrigada a acompanhar as mudanças desencadeadas por toda essa dinâmica do mercado mundial, visto que até o início do século XX, a administração era exercida de forma totalmente simplista, sem critérios ou regras. Não existiam as chamadas Teorias da Administração. Porém, em 1903 o engenheiro americano Frederick W. Taylor iniciou o processo de construção de critérios para as atividades administrativas. A Teoria da Administração Científica, como ficou conhecida, foi a primeira tentativa para normatizar os processos de gestão para a época. É lógico, que esse processo não conseguiu abranger todos os aspectos da gestão completa das organizações, tendo como ênfase os aspectos da busca frenética pela eficiência no setor operacional, ou na produção. Mais tarde, e seguindo os mesmos princípios de Taylor, o francês Henri Fayol estabeleceu as chamadas funções empresariais básicas (técnicas, de segurança, contábil, financeira, comerciais e administrativas), sendo a função administrativa a de maior importância para a organização (CHIAVENATO, 2010). Dentro desse aspecto que o processo de faturamento começou a ser especificado e demonstrado, pois até então, não havia possibilidades de conseguir realizá-lo. Não que o processo de faturamento não fosse realizado até esse momento, mas era desenvolvido de forma totalmente empírica, como a maioria dos processos de administração (CHIAVENATO, 2010). Com o passar dos anos, novas teorias administrativas foram sendo desenvolvidas, acompanhando o processo natural de evolução do conhecimento, e AN02FREV001/REV 4.0 11 para atender a novos objetivos, ou novos focos de atuação dos gestores que se fizeram necessários ao longo dos anos. Assim sendo, foram desenvolvidas teorias que focalizaram as pessoas, os processos, os ambientes organizacionais, os sistemas, etc. e com eles, o processo de faturamento foi sendo modificado para atender esses requisitos (CHIAVENATO, 2010). Nesse contexto é que surge a gestão tributária, realizada e desenvolvida de forma estratégica pelas organizações, buscando atender a todos os requisitos dos diversos atores participantes do processo empresarial global, como clientes, fornecedores, parceiros, governos, etc., visando atender a todos os processos que se fazem necessários para cumprir toda a imensa legislação pertinente a isso, e que produza ganhos para a empresa em relação ao recolhimento e pagamento de tributos. 2 CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL E MUNDO A tributação é tida pelas empresas como sendo a porção representativa que gera o maior passivo financeiro para as mesmas (BORGES, 2007), onde a elevada carga tributária gera grandes custos para as empresas e para o consumidor, visto que além do pagamento dos impostos propriamente dito, existem ainda as atividades acessórias, como o preenchimento de guias, declarações, etc. que oneram ainda mais as empresas. E, o pior é que o retorno do governo às empresas e à sociedade como um todo é muito pequeno. A carga tributária é a relação existente entre a arrecadação anual com tributos e o valor total da riqueza produzida no país, por meio dos valores do Produto Interno Bruto (PIB) Por exemplo, no Brasil, no ano de 2010, foram arrecadados em impostos R$ 1,291 trilhões e o valor total do PIB foi de R$ 3,675 trilhões, o que gera o valor da carga tributária em 35,13% (OLENIKE et al, 2012). A carga tributária brasileira é considerada muito alta, sendo o Brasil um dos países que mais arrecadam impostos no mundo. A evolução da carga tributária foi crescente, a considerarem-seos diversos governos e períodos históricos. AN02FREV001/REV 4.0 12 FIGURA 02 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1964-1973 (DITADURA MILITAR) Ao se analisar a figura 02, percebe-se que durante o primeiro período do governo militar, entre 1964 e 1973, a carga tributária em 1964 foi de 17,0% do PIB, já tendo um crescimento alto no período, chegando a 1973 com arrecadação em torno de 25% do PIB, ou seja, um crescimento de 8,0 pontos percentuais somente nesse governo. FIGURA 03 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1985-1989 (GOVERNO SARNEY) AN02FREV001/REV 4.0 13 Observando o Governo Sarney, entre 1985 e 1989 por meio da figura 03, pode-se dizer que a carga tributária nesse período se manteve estável, visto que em 1985 a arrecadação foi de 24% do PIB e o governo terminou o seu período em 1989, com a carga tributária em 24,10% do PIB, tendo uma curva de projeção constante. Porém, a carga tributária nesse período obteve um momento de elevação e outro momento de queda. Em 1986 a carga tributária chegou a 26,2% do PIB e em 1988 ela foi a menor deste governo, chegando a 22,40% do PIB. AN02FREV001/REV 4.0 14 FIGURA 04 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1990-1992 (GOVERNO COLLOR) FIGURA 05 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1993-1994 (GOVERNO ITAMAR) Ao se analisar o período do Governo Collor, entre 1990 e 1992, conforme demonstrado pela figura 04, pode-se perceber que a carga tributária no Brasil, no início deste governo atingia o patamar de 28,80% do PIB, sofrendo quedas ao longo AN02FREV001/REV 4.0 15 dos demais períodos, encerrando o governo em 25,0% do PIB arrecadados com os tributos naquele ano. O governo seguinte, que foi executado pelo presidente Itamar Franco, demonstrado pela Figura 05 elevou novamente a arrecadação tributária, partindo de 26,0% do PIB em 1992 e atingindo o índice de 29,8% do PIB arrecadados em forma de tributos no ano de 1994. FIGURA 06 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1995-2001 (GOVERNO FHC) No período entre 1995 e 2002, com o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) como pode ser visto pela Figura 06, os níveis da carga tributária se mantiveram em um constante crescimento, em que o governo iniciou-se em 1995 com carga tributária em redor de 26,0% do PIB, com elevações constantes ao longo dos anos e terminando o seu mandato em 2002, com a carga tributária ao redor de 32,0%, a mais alta taxa de arrecadação vivida pela população brasileira. AN02FREV001/REV 4.0 16 FIGURA 07 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 2002-2010 (GOVERNO LULA) Por fim, o governo Lula, no período compreendido entre 2003 e 2010, conforme demonstrado pela Figura 07, alcançou índices crescentes nos valores da carga tributária, tendo o valor de 31,4% do PIB no ano de 2003 e atingindo o percentual de 34,6% do PIB em 2010, sendo considerado um alto valor arrecadado pelo governo em tributos, prejudicando a população e as empresas do país, impondo um altíssimo esforço pela sociedade como um todo, para se atingir esse elevado valor em arrecadação de impostos. O grande diferencial dessa análise, é que as porcentagens dos índices alcançados nos valores da carga tributária foram sendo crescentes e estabilizaram- se ao redor de 33% do PIB, na média dos governos. Mas isso é um detalhe que não é o pior de todos. O que vimos ao longo dos anos foi o vertiginoso crescimento da riqueza produzida no país, com grande aumento nos valores do PIB. Isso produziu, por consequência, volumes altíssimos de recursos financeiros para os cofres públicos, tirando da sociedade esses valores e transferindo para o Estado. AN02FREV001/REV 4.0 17 FIGURA 08 – QUADRO COMPARATIVO DA CARGA TRIBUTÁRIA E O PIB. ANO TOTAL DO PIB TOTAL ARRECADAÇÃO % TRIBUTAÇÃO sobre PIB 1993 R$ 429.968.000,00 R$ 107.879.000,00 25,09% 1994 R$ 477.920.000,00 R$ 136.733.000,00 28,61% 1995 R$ 646.192.000,00 R$ 186.858.000,00 28,92% 1996 R$ 843.966.000,00 R$ 212.581.000,00 25,19% 1997 R$ 939.147.000,00 R$ 239.191.000,00 25,47% 1998 R$ 979.276.000,00 R$ 268.117.000,00 27,38% 1999 R$ 1.065.000.000,00 R$ 304.941.000,00 28,63% 2000 R$ 1.179.482.000,00 R$ 354.190.000,00 30,03% 2001 R$ 1.302.136.000,00 R$ 403.745.000,00 31,01% 2002 R$ 1.477.822.000,00 R$ 482.486.000,00 32,65% 2003 R$ 1.699.948.000,00 R$ 553.179.000,00 32,54% 2004 R$ 1.941.498.000,00 R$ 650.135.000,00 33,49% 2005 R$ 2.147.239.000,00 R$ 732.864.000,00 34,13% 2006 R$ 2.369.483.000,00 R$ 817.938.000,00 34,52% 2007 R$ 2.661.343.000,00 R$ 923.245.000,00 34,69% 2008 R$ 3.032.204.000,00 R$ 1.056.642.000,00 34,85% 2009 R$ 3.239.404.000,00 R$ 1.095.933.000,00 33,83% 2010 R$ 3.770.085.000,00 R$ 1.290.123.000,00 34,22% 2011 R$ 4.143.015.000,00 R$ 1.492.144.000,00 36,02% 2012 R$ 4.402.542.000,00 R$ 1.597.016.000,00 36,27% FONTE: AMARAL, et al. Carga Tributária Brasileira 2012. (IBPT). Disponível em: <https://www.ibpt.org.br/img/uploads/novelty/estudo/559/CargaTributaria2012IBPT.pdf> Acesso em: 10 out. 2013 Analisando a Figura 08 acima, comprova-se que os valores percentuais da relação entre a carga tributária e o PIB se mantêm nos níveis em torno de 33%, No entanto, o valor do PIB cresceu ao longo dos anos, alcançando valores elevados, chegando a ultrapassar a cifra de R$ 4,4 trilhões no ano de 2012. Isso gerou a arrecadação de R$ 1,6 trilhão para os cofres públicos. Ao se observar, por exemplo, o ano de 2004, a carga tributária foi de 33,49% do PIB. No entanto, o valor do PIB foi de R$ 1,941 trilhão e, consequentemente, o valor da arrecadação tributária foi de R$ 650,135 bilhões. Pode-se perceber que em menos de 10 anos, houve um aumento de cerca de R$ 1 trilhão na arrecadação dos tributos. É esse fato que torna o fator tributário muito relevante para as empresas. http://www.ibpt.org.br/img/uploads/novelty/estudo/559/CargaTributaria2012IBPT.pdf http://www.ibpt.org.br/img/uploads/novelty/estudo/559/CargaTributaria2012IBPT.pdf AN02FREV001/REV 4.0 18 FIGURA 09 – A CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA Outra análise considerada para se perceber como ocorre o retorno para a sociedade dos tributos recolhido diz-respeito ao chamado IDH. Segundo Olenike et al. (2012), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um índice que considera a riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, entre outros fatores, como forma de avaliar e medir o bem-estar da população nos diversos países do mundo, sendo calculado com base em dados econômicos e sociais. Os valores oscilam entre 0 (Zero) e 1 (Um), com os valores próximos a 1 (Um) como sendo os de melhor desenvolvimento humano. Juntamente com o IDH, outro índice merece destaque nessa discussão, que é o IRBES (Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade), que é obtido pela utilização dos valores e índices da carga tributária e do IDH, chegando-se ao valor AN02FREV001/REV 4.0 19 deste fator. A importância desses dois índices demonstra o quanto os valores arrecadados com tributos nos países são aplicados na sociedade, em aspectos com políticas públicas para a saúde, educação, segurança, transporte, investimentos, entre outros aspectos. Assim sendo, tem-se a Figura 10 que mostra os índices dos 30 países com maiores valores do índice IRBES. FIGURA 10 – O IRBES EM 30 PAÍSES PESQUISADOS – 2011 RANKING DOS 30 PAÍSES PESQUISADOS SEGUNDO O IRBES PAÍSES ANO 2010 ANO 2011 IRBES POSIÇÃO CARGA TRIBUTÁRIA IDH Austrália 25,90% 0,929 164,18 1º Estados Unidos 24,80% 0,91 163,83 2º Coreia do Sul 25,10% 0,897 162,38 3º Japão 26,90% 0,901 160,65 4º Irlanda 28,00% 0,908 159,98 5º Suíça 29,80% 0,903 157,49 6º Canadá 31,00% 0,908 156,53 7º Nova Zelândia 31,30% 0,908 156,19 8º Grécia 30,00% 0,861 153,699º Eslováquia 28,40% 0,834 153,23 10º Israel 32,40% 0,888 153,22 11º Espanha 31,70% 0,878 153,18 12º Uruguai 27,18% 0,783 150,3 13º Alemanha 36,70% 0,905 149,72 14º Islândia 36,30% 0,898 149,59 15º Argentina 29,00% 0,797 149,4 16º República Tcheca 34,90% 0,865 148,39 17º Reino Unido 36,00% 0,863 146,96 18º Eslovênia 37,70% 0,884 146,79 19º Luxemburgo 36,70% 0,867 146,49 20º Noruega 42,80% 0,943 145,94 21º Áustria 42,00% 0,885 141,93 22º Finlândia 42,10% 0,882 141,56 23º Suécia 44,08% 0,904 141,15 24º Dinamarca 44,06% 0,895 140,41 25º França 43,15% 0,884 140,52 26º Hungria 38,25% 0,816 140,37 27º Bélgica 43,80% 0,886 139,94 28º Itália 43,00% 0,874 139,84 29º Brasil 35,13% 0,718 135,83 30º AN02FREV001/REV 4.0 20 Pode-se perceber que a Austrália ocupa a posição nº 01 no índice IRBES (164,18 pontos) e IDH (0,929) para o período 2010 e 2011, seguido pelos EUA (com índice IRBES de 163,83 pontos e IDH de 0,910) e Coréia do Sul (com índice IRBES de 162,38 pontos e IDH de 0,897). O fato interessante é que os índices da carga tributária são menores que muitos outros países, sendo respectivamente, 25,90%, 24,80% e 25,10% do PIB. O Brasil ocupa o 30º lugar nesse ranking, com índices de IDH ao redor de 0,718 e IRBES com 135,83 pontos. Outra ferramenta importante no Brasil é o chamado Impostômetro, que é um “relógio” desenvolvido por alguns órgãos empresariais do Brasil, como a FIESP, e que mostra, em tempo real, os valores arrecadados em tributos a cada dia do ano. Essa ferramenta é disponibilizada em site próprio (http://www.impostometro.com.br/) e pode ser visualizada a arrecadação de impostos de várias formas. Além do valor total de impostos arrecadados, que é mostrado na tela principal (Figura 18). No período entre 01/01/2013 à 16/10/2013, o país havia arrecadado cerca de R$1,22 trilhão com impostos. FIGURA 11 – IMAGEM DO IMPOSTÔMETRO MOSTRANDO A ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS BRASILEIROS EM 2012 http://www.impostometro.com.br/) http://www.impostometro.com.br/) AN02FREV001/REV 4.0 21 3 CONCEITO DE TRIBUTO De acordo com o Código Tributário Nacional (2005), “Tributo é toda contribuição pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Dessa forma, tributo é todo valor pago ao Estado pelos contribuintes, que podem ser pessoas físicas, ou empresas, tanto no âmbito federal, estadual ou municipal, por meio de legislação própria que o regulamente. Com esses recursos, os Governos Federal, Estaduais e Municipais tentam cumprir a sua função em relação à sociedade. Os tributos podem ser classificados de diversas maneiras: a) Impostos: é um tributo cobrado de forma geral, a todos os contribuintes, onde os recursos são destinados a toda a sociedade. Os impostos de maior relevância são: ICMS, IPI, PIS, COFINS, IRPF, IRPJ, ISS entre outros. b) Taxas: são tributos cobrados pelo Estado em troca de algum serviço ou benefício prestado ao contribuinte, como as taxas de coleta de lixo, taxa de iluminação pública, entre outras. c) Contribuições de melhoria: são aquelas usadas pelo governo para a realização de alguma obra em específico. De acordo com Veloso (2003), o governo pode cobrar tributos por meio de algumas formas principais: a. Tributos sobre o Consumo: são aqueles que são cobrados através das compras de mercadorias pelos consumidores, onde incidem o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o I.P.I. (Imposto sobre Produtos Industrializados), o I.S.S.Q.N. (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza), o I.I. (Imposto sobre Importação), além de COFINS, P.I.S. entre outros. AN02FREV001/REV 4.0 22 b. Tributos sobre a Propriedade: são aqueles que existem em função do patrimônio. Os principais são I.P.T.U. (Imposto Predial Territorial e Urbano), I.T.R. (Imposto sobre a Propriedade Rural), I.T.B.I. (Imposto sobre Transmissão Inter Vivos), I.P.V.A. (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e o I.T.C.M.D. (Imposto sobre Transmissão de Heranças e Doações) c. Tributos sobre a Renda: são todos aqueles que incidem sobre a renda gerada pelos contribuintes. Entre eles estão IR (Imposto de Renda) e C.S.L.L. (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) d. Contribuições sobre a mão de obra: além dos citados acima, ainda existem os tributos que são incidentes sobre o trabalho das pessoas, como o I.N.S.S. (Instituto Nacional de Seguridade Social). Dessa forma, toda vez que ocorrer o faturamento, com a emissão de nota fiscal, na mesma nota fiscal haverá especificado o valor correspondente ao ICMS, que deve ser recolhido ao governo, em datas estabelecidas. Um fato que ocorre é a chamada não cumulatividade dos impostos, onde o pagamento do ICMS na compra com o fornecedor não acumula com o recolhimento na venda, onde a empresa recolhe apenas o valor a que se refere a não cumulatividade. De acordo com (Martins, 2011a, p.12), entre o fato gerador e a declaração do sujeito passivo, estão compreendidas as obrigações acessórias, tais como emissão de documentos fiscais, escrituração de livros, elaboração de arquivos magnéticos, sendo justamente sobre os documentos produzidos em cumprimento às obrigações acessórias que recai a atividade fiscalizadora do Estado. Dessa forma, além do contribuinte, seja pessoa física ou empresa, ter que recolher os impostos ao governo, ainda necessita arcar com os custos relacionados aos procedimentos para esse fim, como o preenchimento de guias, carnês, declarações, entre outros, que também oneram o processo empresarial. AN02FREV001/REV 4.0 23 FIGURA 12 – IMAGEM DA CARGA TRIBUTÁRIA IMPACTANDO OS NEGÓCIOS EMPRESARIAIS (CHARGE) 3.1 ESTRUTURA DO IMPOSTO Os impostos são classificados de acordo com a esfera governamental que o regulamenta e para a qual os recursos são destinados. Assim sendo, na esfera do Governo Federal, os principais tributos são: a) I.R.P.J. (Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas): é o imposto recolhido sobre a renda das empresas, principalmente, recolhido para a Receita Federal e as informações pertinentes a esse tributo, como base de cálculo, por exemplo, dependem do regime de tributação a qual a empresa optou. Sobre esse tema, descreveremos mais adiante. b) C.S.L.L. (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido): segue os formatos para o IRPJ, sendo baseado na opção de tributação das empresas e é recolhido pela Receita Federal. As alíquotas oscilam entre 9% para as empresas que optam pelo lucro real a 12% para as empresas do lucro presumido. AN02FREV001/REV 4.0 24 c) P.I.S. (Programas de Integração Social): é apurado sobre o valor do faturamento mensal de empresas, com alíquota variando entre 0,65% a 1,65%, dependendo da forma de tributação das empresas. d) C.O.F.I.N.S. (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social): é um tributo que incide sobre o faturamento das empresas, com alíquota de 3% a 7,6%. e) I.N.S.S. (Instituto Nacional de Seguridade Social): são recolhidos sobre a folha de pagamentos dos funcionários das empresas. As aliquotas chegam a 28,80%. f) IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): é um tributo que incide sobre a industrialização de bens, onde a alíquota varia de acordo com o produto. Da mesma maneira que os tributos federais existem os tributos estaduais, onde merecem destaques: a) ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços): é o principal imposto estadual e o de maior arrecadação. Incide sobre operações relacionadas à circulação de mercadorias, de serviços de transporte e de comunicações. As alíquotas variam de estado para estado, mas como exemplo, no estado de São Paulo a alíquota é de 18% e no RioGrande do Sul é de 12%. Parte da arrecadação com esse tributo é destinado aos municípios. Do mesmo modo, existem os impostos municipais, com destaque para o ISS (Imposto sobre Serviços). Assim sendo, para que aconteça o recolhimento dos impostos e outros tributos, é necessário que exija a devida legislação correspondente, além da obrigação tributária e o fato gerador que o constitui. Dessa forma, como exemplo há o ICMS, que é um imposto estadual que possui legislação própria, tendo como obrigação tributária a legislação sobre a circulação de mercadorias e serviços, e como fato gerador a emissão da nota fiscal de venda, ou a execução da função faturamento. AN02FREV001/REV 4.0 25 3.1.1 Princípios A tributação é regida pelas leis e outros componentes da legislação que a regimenta. Dessa forma, existem alguns princípios que são pertinentes aos tributos. De acordo com a Constituição Federal 1988, nos artigos 145, 150 e 152, os princípios são: 1. Princípio da Legalidade: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios: a) Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça, ou seja, o tributo não pode ser criado ou aumentado sem que seja amparado por lei. (Art. 150) 2. Princípio da Isonomia ou igualdade tributária: instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. (Art. 150) 3. Princípio da irretroatividade: Cobrar tributos: a) Em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentados; b) Princípio da anterioridade simples: cobrar tributos no mesmo exercício financeiro que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. c) Princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena: antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. (Art. 150) 4. Princípio da competência: a União, o Estado ou o Município exercitarão as competências tributárias, não lhes sendo permitidas, porém, qualquer delegação ou prorrogação desta competência para outro ente que não seja aquele expressamente previsto na Constituição. (Art. 150) 5. Princípio da não discriminação tributária: visando a procedência e ao destino dos bens, o art. 152 da Constituição Federal proíbe a manipulação de AN02FREV001/REV 4.0 26 alíquotas, bases de cálculo ou qualquer outra fórmula tributária em benefício ou prejuízo da economia da União, dos Estados ou dos Municípios. (Art. 150) 6. Princípio da capacidade contributiva: o art. 145 § 1º, “sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.” 7. Princípio da vedação de tributo confiscatório: Fica vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: a) Utilizar tributo com efeito de confisco. (Art. 150) 8. Princípio da liberdade de tráfego: É vedado à União. Estados, Distrito Federal e Municípios: a) Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvado a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público (Art. 150). 3.1.2 Elementos do Tributo Os tributos podem ser classificados de diversas maneiras: a) Impostos: é um tributo cobrado de forma geral, a todos os contribuintes, onde os recursos são destinados a toda a sociedade. Os impostos de maior relevância são: ICMS, IPI, PIS, COFINS, IRPF, IRPJ, ISS entre outros. b) Taxas: são tributos cobrados pelo Estado em troca de algum serviço ou benefício prestado ao contribuinte, como as taxas de coleta de lixo, taxa de iluminação pública, entre outras. c) Contribuições de melhoria: são aquelas usadas pelo governo para a realização de alguma obra em específico. AN02FREV001/REV 4.0 27 Assim sendo, de acordo com Martins (2011a), existem alguns elementos que fazem parte do processo de tributação: i. Obrigação Tributária: é através dessa relação jurídica que o Estado tem o direito de exigir do contribuinte o pagamento de determinado tributo. ii. Legislação Tributária: Compreende todas as leis que determinam o processo de coleta, recolhimento e cobrança de tributos. iii. Fato Gerador: é o fato, ou ocorrência, que se torna necessário o seu acontecimento para que gere o recolhimento de determinado tributo. Como exemplo, o ICMS tem como fato gerador a emissão da nota fiscal de venda ao consumidor. O CTN o define nos arts.114 e 115: Art.114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Art.115. Fato gerador da obrigação acessório é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configura obrigação principal. O fato gerador pode ser: 1. Fato gerador instantâneo: é aquele fato que se concretiza sempre na ocorrência de um ato. Por exemplo, com a venda de um imóvel, o pagamento feito pelo comprador é fato gerador do ITBI; 2. Fato gerador periódico: é o que a lei determina que o tributo seja apurado em determinado período. Por exemplo, a ocorrência do ICMS deve ser apurado mensalmente; 3. Fato gerador complexivo: é o fato gerador que necessita que sejam construídas várias operações para se apurar a base de cálculo e o tributo devido. Por exemplo, para se calcular o Imposto de Renda da Pessoa Física são necessários diversos cálculos que irão determinar a diferencia entre as receitas e despesas por ele apreciadas durante o período de determinado ano. iv. Sujeito Ativo: é a personalidade que tem o direito de exigir a execução da obrigação tributária. v. Sujeito Passivo: é o contribuinte, que tem o dever de pagar os tributos. AN02FREV001/REV 4.0 28 4 OS PRINCIPAIS IMPOSTOS: ICMS / ISS / IPI / PIS / COFINS / IRPJ E CSLL Os principais impostos são: 4.1 I.R.P.J. (IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS) É o imposto recolhido sobre a renda das empresas, principalmente, recolhido para a Receita Federal e as informações pertinentes a esse tributo, como base de cálculo, por exemplo, dependem do regime de tributação a qual a empresa optou. Sobre esse tema, descreveremos mais adiante. A legislação que define os aspectos relacionados ao IRPJ é a seguinte: a) Lei N° 8.383, de 30 de Dezembro de 1991. b) Lei Nº 9.430, de 27 de Dezembro de 1996. c) Regulamento do Imposto de Renda - RIR/99 - Decreto N º 3.000, de 26 de Março de 1999. 4.2 C.S.L.L. (CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO) Segue os formatos para o IRPJ, sendo baseado na opção de tributação das empresas e é recolhido pela Receita Federal. A alíquota é de 9% para as empresas que optam pelo lucro real e pelo lucro presumido. AN02FREV001/REV 4.0 29 4.3 P.I.S. (PROGRAMAS DE INTEGRAÇÃO SOCIAL) É apurado sobre o valor do faturamento mensal de empresas, com alíquota variando entre 0,65% a 1,65%, dependendo da forma de tributação das empresas. A legislação no país que descreve os aspectos do PIS é a seguinte: a) Lei Nº 9.718, de 27 Novembro de 1998. b) Lei N° 10.637, de 30 Dezembro de 2002. c) Lei 10.865, de 30 Abril de 2004. 4.4 C.O.F.I.N.S. (CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL) É um tributo que incide sobre o faturamento das empresas, com alíquota de 3% a 7,6%, e incide sobre o valor do faturamento mensal das empresas. São contribuintes da COFINS todas asempresas de direito privado, públicas, de economia mista e as instituições financeiras. A apuração da COFINS deverá ser realizada mensalmente. A legislação sobre a COFINS é a seguinte: a) LC - Lei Complementar Nº 70, de 30.12.1991. b) Lei Nº 9.718, de 27 de novembro, 1998. c) Lei No 10.833, de 29 de dezembro, 2003. d) Lei 10.865, de 30 de abril de 2004. AN02FREV001/REV 4.0 30 4.5 I.S.S. (INSTITUTO SOBRE SERVIÇOS) O Imposto Sobre Serviços possui como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa à Lei Complementar 116/2003, de 31-07-2003, onde o contribuinte é o próprio prestador de serviços no estabelecimento onde o mesmo desenvolver as atividades de serviços, seja de modo permanente ou temporário. O imposto é recolhido após a conclusão dos serviços no local do estabelecimento ou de domicílio do prestador dos serviços. A base de cálculo é o preço dos serviços prestados e as alíquotas variam de 2% a 5%. Abaixo, através da Figura 13 é demonstrada a relação de serviços sujeitos ao ISS. FIGURA 13 – SERVIÇOS SUJEITOS AO ISS. Serviços de informática e congêneres. Serviços de pesquisas e desenvolvimento de qualquer natureza. Serviços prestados mediante locação, cessão de direito de uso e congêneres. Serviços de saúde, assistência médica e congêneres. Serviços de medicina e assistência veterinária e congêneres. Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e congêneres. Serviços relativos a engenharia, arquitetura, geologia, urbanismo, construção civil, manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e congêneres. Serviços de educação, ensino, orientação pedagógica e educacional, instrução, treinamento e avaliação pessoal de qualquer grau ou natureza. Serviços relativos à hospedagem, turismo, viagens e congêneres. Serviços de intermediação e congêneres. Serviços de guarda, estacionamento, armazenamento, vigilância e congêneres. Serviços de diversões, lazer, entretenimento e congêneres. Serviços relativos à fonografia, fotografia, cinematografia e reprografia. Serviços relativos a bens de terceiros. Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro, inclusive aqueles prestados por instituições financeiras autorizadas a funcionar pela União ou por quem de direito. Serviços de transporte de natureza municipal. Serviços de apoio técnico, administrativo, jurídico, contábil, comercial e congêneres. AN02FREV001/REV 4.0 31 Serviços de regulação de sinistros vinculados a contratos de seguros; inspeção e avaliação de riscos para cobertura de contratos de seguros; prevenção e gerência de riscos seguráveis e congêneres. Serviços de distribuição e venda de bilhetes e demais produtos de loteria, bingos, cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios, prêmios, inclusive os decorrentes de títulos de capitalização e congêneres. Serviços portuários, aeroportuários, ferroportuários, de terminais rodoviários, ferroviários e metroviários. Serviços de registros públicos, cartorários e notariais. Serviços de exploração de rodovia. Serviços de programação e comunicação visual, desenho industrial e congêneres. Serviços de chaveiros, confecção de carimbos, placas, sinalização visual, banners, adesivos e congêneres. Serviços funerários. Serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências, documentos, objetos, bens ou valores, inclusive pelos correios e suas agências franqueadas. Serviços de assistência social. Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza. Serviços de biblioteconomia. Serviços de biologia, biotecnologia e química. CONTINUAÇÃO DA FIGURA 13 Serviços técnicos em edificações, eletrônica, eletrotécnica, mecânica, telecomunicações e congêneres. Serviços de desenhos técnicos. Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes e congêneres. Serviços de investigações particulares, detetives e congêneres. Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e relações públicas. Serviços de meteorologia. Serviços de artistas, atletas, modelos e manequins. Serviços de museologia. Serviços de ourivesaria e lapidação. Serviços relativos a obras de arte sob encomenda. AN02FREV001/REV 4.0 32 4.6 IPI (IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS) O imposto sobre produtos industrializados (IPI) é disciplinado basicamente pelas seguintes legislações: a) Art. 153, IV e § 3º, da Constituição Federal; b) Lei nº 4.502/64; c) 4.544/02 que regulamenta a tributação do IPI; d) 4.542/02 aprova a Tabela de incidência do IPI – TIPI. É um imposto não cumulativo, ou seja, faz a compensação dos valores que forem devidos nas entradas de insumo e matérias-primas, que são adquiridas para utilização na industrialização de produtos, onde a saída dos produtos finais do estabelecimento industrial sejam tributadas. O IPI é um imposto de caráter obrigatório para todas as empresas industriais. Dessa forma, são contribuintes do IPI todos os estabelecimentos industriais, em que se pode entender como estabelecimentos industriais aqueles que executam operações de transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento ou recondicionamento, renovação ou recondicionamento, de que resulte em produto tributado. Dessa forma, as atividades que caracterizam as empresas industriais são: 1. Transformação: É toda modificação que é aplicada sobre determinada matéria-prima ou produtos intermediário, visando à obtenção de determinado produto final. 2. Beneficiamento: é o processo que consiste em modificar determinado produto sob algum aspecto específico, seja nas propriedades físicas ou químicas do produto; 3. Montagem: é o processo que consiste na junção, ou união de diversos componentes visando à obtenção do produto final que será comercializado pela AN02FREV001/REV 4.0 33 empresa; 4. Acondicionamento: é a operação que altera a apresentação do produto, pela disposição do mesmo em determinada embalagem; 5. Renovação ou Recondicionamento: consta de um determinado processo que é aplicado sobre produtos usados com o objetivo de renová-los ou restaurá-los. Além das empresas industriais, também são objetos da incidência tributária as empresas chamadas de “Equiparados a atividade industrial”, como por exemplo: 1. Empresas Importadoras: são aquelas empresas que adquirem, compram ou recebem mercadorias de outro país do exterior; 2. Comércio atacadista: são as empresas que comercializam produtos acabados para outros estabelecimentos comerciais, os chamados varejistas, que farão a comercialização com os consumidores finais. O fato gerador do IPI consta da saída do produto final do estabelecimento industrial, ou do equiparado a industrial. Dessa forma, para que aconteça a incidência tributária, basta que o produto seja comercializado. A base de cálculo consta do valor total da operação de venda do produto na saída do estabelecimento industrial, ou então, o preço de venda, acrescido dos impostos de importação, para os produtos importados. As alíquotas oscilam e são determinados pela Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), onde os produtos podem ter alíquotas pequenas ou altas, dependendo da essencialidade do produto, onde quanto mais essencial o produto ao consumidor, ou ao país, menor será a alíquota do imposto. De acordo com o Artigo 18 do decreto nº 7.212/2010, são imunes da incidência do imposto IPI: I. Os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. II. Os produtos industrializados destinados ao exterior. III. O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento AN02FREV001/REV 4.0 34 III. Os produtos remetidos pelo estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, a depósitos fechados ou armazéns-gerais. IV. Os produtos, destinados à exportação, que saiam do estabelecimento cambial.Da mesma maneira, o Artigo 43 decreto nº 7.212/2010, expõe sobre os produtos que poderão sair com suspensão do imposto: I. O óleo de menta em bruto, produzido por lavradores em sua própria lavoura, e remetido a estabelecimentos industriais, diretamente ou por intermédio de postos de compra. II. Os produtos remetidos pelo estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, diretamente a exposição em feiras de amostras. industrial para: a) empresas comerciais exportadoras, com o fim específico de exportação. b) recintos alfandegados. c) outros locais onde se processe o despacho aduaneiro de exportação. V. As matérias-primas, produtos intermediários e os materiais de embalagem destinados à industrialização, desde que os produtos industrializados sejam enviados ao estabelecimento remetente daqueles insumos; VI. Os produtos em cuja operação o executor da encomenda não tenha utilizado produtos de sua industrialização ou importação, forem remetidos ao estabelecimento de origem e desde que sejam por este destinados: a) ao comércio; b) ao emprego, como matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem, em nova industrialização que dê origem a saída de produto tributado; VII. As matérias-primas ou os produtos intermediários remetidos por estabelecimento industrial, para emprego em operação industrial realizada fora desse estabelecimento, quando o executor da industrialização for o próprio contribuinte remetente daqueles insumos; VIII. o veículo, aeronave ou embarcação dos Capítulos 87, 88 e 89 da TIPI, que deixar o estabelecimento industrial exclusivamente para emprego em provas de engenharia pelo próprio fabricante. AN02FREV001/REV 4.0 35 XII. As partes e peças destinadas a reparo de produtos com defeito de fabricação, quando a operação for executada gratuitamente por concessionários ou representantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante; IX. Os produtos remetidos, para industrialização ou comércio, de um estabelecimento industrial ou equiparado a industrial para outro da mesma firma; X. Os bens do ativo permanente remetidos pelo estabelecimento industrial a outro estabelecimento da mesma firma, para serem utilizados no processo industrial do recebedor; XI. Os bens do ativo permanente remetidos pelo estabelecimento industrial a outro estabelecimento, para serem utilizados no processo industrial de produtos encomendados pelo remetente, desde que devam retornar ao estabelecimento encomendante, após o prazo fixado para a fabricação dos produtos; XIII. XIV. As matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem, de fabricação nacional, vendidos a: a) estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados à exportação; b) estabelecimento comercial, para industrialização em outro estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, de produto destinado à exportação; Da mesma forma, o Artigo 44 expõe que as bebidas alcoólicas e demais produtos de produção nacional, classificados nas Posições 22.04, 22.05, 2206.00 e 22.08 da TIPI, acondicionados em recipientes de capacidade superior ao limite máximo permitido para venda a varejo, sairão obrigatoriamente com suspensão do imposto dos respectivos estabelecimentos produtores, dos estabelecimentos atacadistas e das cooperativas de produtores, quando destinados aos seguintes estabelecimentos: I. Industriais que utilizem produtos como matéria-prima ou produto intermediário na fabricação de bebidas; II. Atacadistas e cooperativas de produtores; III. Engarrafadores dos mesmos produtos. De acordo com o Artigo 48 do decreto nº 7.212/2010, outros produtos poderão ser desembaraçados com suspensão do imposto: I - os produtos de procedência estrangeira importados diretamente pelos AN02FREV001/REV 4.0 36 concessionários das lojas francas. II - as máquinas, os equipamentos, os veículos, os aparelhos e os instrumentos, sem similar nacional, bem como suas partes, peças, acessórios e outros componentes, de procedência estrangeira, importados por empresas nacionais de engenharia, e destinados à execução de obras no exterior, quando autorizada a suspensão pelo Secretário da Receita Federal do Brasil. III - os produtos de procedência estrangeira que devam sair das repartições aduaneiras com suspensão do Imposto de Importação, nas condições previstas na respectiva legislação. Ainda sobre o decreto nº 7.212/2010, no Artigo 54 é descrito todos os produtos e mercadorias que são isentos do IPI: I - os produtos industrializados por instituições de educação ou de assistência social, quando se destinarem, exclusivamente, a uso próprio ou a distribuição gratuita a seus educandos ou assistidos, no cumprimento de suas finalidades. II - os produtos industrializados por estabelecimentos públicos e autárquicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que não se destinarem a comércio. III - as amostras de produtos para distribuição gratuita, de diminuto ou nenhum valor comercial, assim considerados os fragmentos ou partes de qualquer mercadoria, em quantidade estritamente necessária a dar a conhecer a sua natureza, espécie e qualidade, atendidas as seguintes condições. a) indicação no produto e no seu envoltório da expressão “Amostra Grátis”, em caracteres com destaque; b) quantidade não excedente de vinte por cento do conteúdo ou do número de unidades da menor embalagem da apresentação comercial do mesmo produto, para venda ao consumidor; c) distribuição exclusivamente a médicos, veterinários e dentistas, bem AN02FREV001/REV 4.0 37 como a estabelecimentos hospitalares, quando se tratar de produtos da indústria farmacêutica; IV - as amostras de tecidos de qualquer largura, e de comprimento até quarenta e cinco centímetros para os de algodão estampado, e até trinta centímetros para os demais, desde que contenham, em qualquer caso, impressatipograficamente ou a carimbo, a expressão “Sem Valor Comercial”, dispensadas desta exigência as amostras cujo comprimento não exceda de vinte e cincocentímetros e de quinze centímetros nas hipóteses supra, respectivamente. V - os pés isolados de calçados, conduzidos por viajante do estabelecimento industrial, desde que tenham gravada, no solado, a expressão “Amostra para Viajante”. VI - as aeronaves de uso militar e suas partes e peças, vendidas à União. VII - os caixões funerários. VIII - o papel destinado à impressão de músicas. IX - as panelas e outros artefatos semelhantes, de uso doméstico, de fabricação rústica, de pedra ou barro bruto, apenas umedecido e amassado, com ou sem vidramento de sal. X - os chapéus, roupas e proteção, de couro, próprios para tropeiros. XI - o material bélico, de uso privativo das Forças Armadas, vendido à União, na forma das instruções expedidas pelo Secretário da Receita Federal do Brasil. XIII - o veículo de fabricação nacional adquirido por funcionário das missões diplomáticas acreditadas junto ao Governo brasileiro, ao qual seja reconhecida a qualidade diplomática, que não seja de nacionalidade brasileira e nem tenha residência permanente no País, sem prejuízo dos direitos que lhe são assegurados no inciso XII, ressalvado o princípio da reciprocidade de tratamento. XV - os materiais e equipamentos saídos do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, para a Itaipu Binacional, ou por esta importados, para AN02FREV001/REV 4.0 38 utilização nos trabalhos de construção da central elétrica da mesma empresa, seus acessórios e obras complementares, ou para incorporação à referida central elétrica, observadas as condições previstas no art. XII do Tratado entre a República Federativa do Brasil e a República do Paraguai, concluído em Brasília a 26 de abril de 1973. XVIII - os bens de passageiros procedentes do exterior, desembaraçados com aqualificação de bagagem tributada, com o pagamento do Imposto de Importação. XIX - os bens contidos em remessas postais internacionais sujeitas ao regime de tributação simplificada para a cobrança do Imposto de Importação. XX - as máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, bem como suas partes e peças de reposição, acessórios, matérias-primas e produtos intermediários, destinados à pesquisa científica e tecnológica, importados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, por cientistas, pesquisadores e entidades sem fins lucrativos ativas no fomento, na coordenação ou na execução de programas de pesquisa científica e tecnológica ou de ensino devidamente credenciadas pelo CNPq. XXII - os seguintes produtos de procedência estrangeira, nos termos, limites e condições estabelecidos em regulamento próprio: a) troféus, medalhas, placas, estatuetas, distintivos, flâmulas, bandeiras e outros objetos comemorativos recebidos em evento cultural, científico ou esportivo oficial realizado no exterior ou para serem distribuídos gratuitamente como premiação em evento esportivo realizado no País. b) bens dos tipos e em quantidades normalmente consumidos em evento esportivo oficial. c) material promocional, impressos, folhetos e outros bens com finalidade semelhante, a serem distribuídos gratuitamente ou utilizados em evento esportivo oficial. d) bens importados por desportistas, desde que tenham sido utilizados por estes em evento esportivo oficial e recebidos em doação de entidade de prática AN02FREV001/REV 4.0 39 desportiva estrangeira ou da promotora ou patrocinadora do evento. XXIII - os veículos automotores de qualquer natureza, máquinas, equipamentos, bem como suas partes e peças separadas, quando destinadas à AN02FREV001/REV 4.0 40 utilização nas atividades dos Corpos de Bombeiros, em todo o território nacional, nas saídas de estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. XXIV - os produtos importados destinados a consumo no recinto de congressos, feiras e exposições internacionais, e eventos assemelhados, a título de promoção ou degustação, de montagem ou conservação de estandes, ou de demonstração de equipamentos em exposição, observado que a isenção: a) não se aplica a produtos destinados à montagem de estandes, susceptíveis de serem aproveitados após o evento; b) está condicionada a que nenhum pagamento, a qualquer título, seja efetuado ao exterior, com relação aos produtos objeto da isenção; c) está sujeita a limites de quantidades e valor, além de outros requisitos, estabelecidos pelo Ministro de Estado da Fazenda; XXV - os bens de informática destinados à coleta eletrônica de votos, fornecidos diretamente ao Tribunal Superior Eleitoral, bem como: a) as matérias-primas e os produtos intermediários importados para serem utilizados na industrialização desses bens e dos produtos classificados sob os Códigos 8471.60.52, 8471.60.61, 8473.30.49, 8504.40.21 e 8534.00.00 da TIPI a eles destinados. b) as matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem, de fabricação nacional, para serem utilizados na industrialização desses bens. XXVIII - os aparelhos transmissores e receptores de radiotelefonia e radiotelegrafia, os veículos para patrulhamento policial, as armas e munições, quando adquiridos pelos órgãos de segurança pública da União, dos Estados e do Distrito Federal. AN02FREV001/REV 4.0 41 4.7 ICMS (IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS) É o principal imposto estadual e o de maior arrecadação. Incide sobre operações relacionadas à circulação de mercadorias, de serviços de transporte e de comunicações. O Imposto sobre Operações Relativo à Circulação de Mercadoria e sobre Prestação de Serviços de Transportes Interestaduais e Intermunicipal e de Comunicação. O ICMS é regulamentado pela através da legislação: a) Art. 155, II e § 2ª da CF/1988 (Constituição Federal). b) Lei Complementar nº 87 de 1996 (complementa os dispositivos constitucionais e traz regras gerais para a cobrança do ICMS, valido para todos os Estados). c) Lei nº 6.374/89 (instituidora do imposto no Estado de São Paulo). d) Decreto 45.490/200 (Aprova o Regulamento do ICMS no Estado de São Paulo - RICMS/SP). O ICMS é um imposto não cumulativo, ou seja, não é cobrado em todas as operações de circulação de mercadoria ou prestação de serviços (de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação) a que está sujeito. Dessa maneira, para evitar esta cumulatividade do imposto, ou a sua dupla tributação, faz-se a devida compensação dos valores que forem devidos com os valores já cobrados nas operações anteriores, seja no mesmo estado ou em outro do país. (CF/88 artigo 155, §§ 2º, inciso I) O contribuinte do ICMS é toda pessoa física ou jurídica que pratica a circulação de mercadorias, ou a prestação de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação. O ICMS é obrigatório às empresas comerciais, industriais, produtores rurais e prestadoras de serviços de transportes, seja interestadual e intermunicipal, além de empresas que prestam serviços de comunicação. Todas essas empresas necessitam ter o respectivo registro de Inscrição Estadual junto a Secretaria da AN02FREV001/REV 4.0 42 Fazenda do Estado, o qual é descrito com a abreviatura de “I.E.” e é composto por algarismos numéricos com 12 dígitos (111.222.333.444). Por meio da obtenção do número de registro da inscrição estadual, a empresa está devidamente registrada e pode executar operações com mercadorias ou serviços. O fato gerador do ICMS consta em toda e qualquer saída de mercadorias da empresa, seja comercial ou industrial. A esse respeito, o artigo 2º do RICMS/SP expõe que o fato gerador do ICMS consta de: 1. Na saída de mercadoria, a qualquer título, de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular; 2. No fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento, incluídos os serviços que lhe sejam inerentes; 3. No fornecimento de mercadoria com prestação de serviços: a) Não compreendidos na competência tributária dos municípios; b) Compreendidos na competência tributária dos municípios, mas que, por indicação expressa de lei complementar, sujeitem-se à incidência do imposto de competência estadual; 4. Na aquisição, em licitação promovida pelo Poder Público, de mercadoria ou bem importados do exterior e apreendidos ou abandonados; 5. Na entrada, em estabelecimento de contribuinte, de mercadoria oriunda de outro Estado destinado a uso ou consumo ou ao ativo permanente; 6. Na entrada, no território paulista, de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e de energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização; 7. Na transmissão de propriedade de mercadoria ou de título que a represente, quando esta não transitar pelo estabelecimento do transmitente; 8. Na transmissão de propriedade de mercadoria depositada em armazém geral ou em depósito fechado; 9. No início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via; 10. No ato final do transporte iniciado no exterior; AN02FREV001/REV 4.0 43 11. Na prestação onerosa de serviços de comunicação feita por qualquer meio, inclusive na geração, emissão, recepção, transmissão, retransmissão, repetição e ampliação de comunicação de qualquer natureza; 12. No recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado ou iniciado no exterior; 13. Na utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subsequente alcançada pela incidência do imposto;14. Por ocasião da venda do bem arrendado, na operação de arrendamento mercantil. 15. Na entrada em estabelecimento de contribuinte sujeito às normas do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - “Simples Nacional”, de mercadorias, oriundas de outro Estado ou do Distrito Federal. A base de cálculo é o valor que é designado pela legislação relacionada ao imposto. Por meio da legislação de cada estado da confederação é determinado qual é a base para a aplicação das alíquotas de cada mercadoria, obtendo-se assim, o valor do imposto que é correspondente. Nesse contexto, além da base de cálculo, também se necessita definir as alíquotas relacionadas ao imposto. As alíquotas são os valores percentuais, que são definidos por legislação sobre a base de cálculo, em que se consegue obter o valor do imposto. A legislação, como foi dito anteriormente, é específica para cada estado da confederação do Brasil. As Figuras 14 e 15 demonstram os valores de alíquotas do ICMS para os diversos estados do Brasil. AN02FREV001/REV 4.0 44 FIGURA 14 – VALORES DE ALÍQUOTAS DO ICMS PARA OS DIVERSOS ESTADOS DO BRASIL Alíquot a Interna do ICM S D E S T I N O O AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA AC 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 R AL 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 AM 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 I AP 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 BA 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 G CE 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 DF 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 E ES 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 GO 12 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 M MA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 MT 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 MS 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 MG 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 18 7 PA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 17 PB 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 PR 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 PE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 PI 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 RN 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 RS 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 RJ 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 RO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 RR 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 SC 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 SP 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 SE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 TO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 AN02FREV001/REV 4.0 45 FIGURA 15 – VALORES DE ALÍQUOTAS DO ICMS PARA OS DIVERSOS ESTADOS DO BRASIL Alíquot a Interna do ICMS D E S T I N O O PB PR PE PI RN RS RJ RO RR SC SP SE TO AC 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 R AL 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 AM 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 I AP 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 BA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 G CE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 DF 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 E ES 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 GO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 M MA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 MT 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 MS 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 MG 7 12 7 7 7 12 12 7 7 12 12 7 7 PA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 PB 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 PR 7 18 7 7 7 12 12 7 7 12 12 7 7 PE 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 PI 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 RN 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 RS 7 12 7 7 7 17 12 7 7 12 12 7 7 RJ 7 12 7 7 7 12 19 7 7 12 12 7 7 RO 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 RR 12 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 SC 7 12 7 7 7 12 12 7 7 17 12 7 7 SP 7 12 7 7 7 12 12 7 7 12 18 7 7 SE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 17 12 TO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 17 AN02FREV001/REV 4.0 46 No estado de São Paulo, como exemplo, as alíquotas do ICMS utilizadas, de acordo com o art. 52 e seguintes do RICMS/SP são: I. Nas operações ou prestações internas, ainda que iniciadas no exterior, 18% (dezoito por cento); II. Nas operações ou prestações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes localizados nos Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e no Estado do Espírito Santo, 7% (sete por cento); III. Nas operações ou prestações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes localizados nos Estados das regiões Sul e Sudeste, 12% (doze por cento); IV. Nas prestações interestaduais de transporte aéreo de passageiro, carga e mala postal, em que o destinatário do serviço seja contribuinte do imposto, 4% (quatro por cento); V. Nas operações com energia elétrica, no que respeita aos fornecimentos adiante indicados: a) 12% (doze por cento), em relação à conta residencial que apresentar consumo mensal de até 200 (duzentos) kWh; b) 25% (vinte e cinco por cento), em relação à conta residencial que apresentar consumo mensal acima de 200 (duzentos) kWh; c) 12% (doze por cento), quando utilizada no transporte público eletrificado de passageiros; d) 12% (doze por cento), nas operações com energia elétrica utilizada em propriedade rural; VI. Assim considerada a que efetivamente mantiver exploração agrícola ou pastoril e estiver inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS. VII. Parágrafo único - O imposto incidente sobre o serviço prestado no exterior deverá ser calculado mediante aplicação da alíquota prevista no inciso I. Aplica-se 25%. VIII. Aplica-se a alíquota de 25% (vinte e cinco por cento) nas operações ou prestações internas com os produtos e serviços adiante indicados, ainda que se tiverem iniciado no exterior: a) Nas prestações onerosas de serviço de comunicação; AN02FREV001/REV 4.0 47 b) Bebidas alcoólicas, classificadas nas posições 2204, 2205 e 2208, exceto os códigos 2208.40.0200 e 2208.40.0300; c) Fumo e seus sucedâneos manufaturados, classificados no capítulo 24; d) Perfumes e cosméticos, classificados nas posições 3303, 3304, 3305 e 3307, exceto as posições 3305.10 e 3307.20, os códigos 3307.10.0100 e 3307.90.0500, as preparações antissolares e os bronzeadores, ambos classificados na posição 3304; e) Peleteria e suas obras e peleteria artificial, classificadas nos códigos 4303.10.9900 e 4303.90.9900; f) Motocicletas de cilindrada superior a 250 centímetros cúbicos, classificadas nos códigos 8711.30 a 8711.50; g) Asas-delta, balões e dirigíveis, classificados nos códigos 8801.10.0200 e 8801.90.0100; h) Embarcações de esporte e de recreio, classificadas na posição 8903; i) Armas e munições, suas partes e acessórios, classificados no capítulo 93; j) Fogos de artifício, classificados na posição 3604.10; k) Trituradores domésticos de lixo, classificados na posição 8509.30; l) Aparelhos de sauna elétricos, classificados no código 8516.79.0800; m) Aparelhos transmissores e receptores (do tipo "walkie-talkie"), classificados no código 8525.20.0104; n) Binóculos, classificados na posição 9005.10; o) Jogos eletrônicos de vídeo (videojogo), classificados no código 9504.10.0100; p) Bolas e tacos de bilhar, classificados no código 9504.20.0202; q) Cartas para jogar, classificada na posição 9504.40; r) Confetes e serpentinas, classificados no código 9505.90.0100; s) Raquetes de tênis, classificadas na posição 9506.51; t) Bolas de tênis, classificadas na posição 9506.6; u) Esquis aquáticos, classificados no código 9506.29.0200; v) Tacos para golfe, classificados na posição 9506.31; w) Bolas para golfe, classificadas na posição 9506.32; x) Cachimbos, classificados na posição 9614.20; AN02FREV001/REV 4.0 48 y) Piteiras, classificadas na subposição 9614.90; z) Álcool etílico anidro carburante. O ICMS necessita ser apurado mensalmentepelos estabelecimentos que realizaram operações com mercadorias ou serviços, e a responsabilidade pela apuração é do próprio estabelecimento. Os valores a serem recolhidos constarão da diferença entre os créditos de ICMS que a empresa conseguiu e os débitos respectivos. Se o saldo for devedor, a empresa faz o pagamento do referido imposto por meio do uso da Guia de Arrecadação Estadual (GARE-ICMS). Se o saldo for credor, ou seja, os valores de débitos são menores que os de crédito, então a empresa utiliza esse saldo para a apuração no mês seguinte. FIGURA 16 – IMAGEM DE IMPOSTOS NO BRASIL. AN02FREV001/REV 4.0 49 5 DEPARTAMENTO DE TRIBUTOS, GESTÃO E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO No contexto da gestão tributária, diante de todas as modificações vivenciadas pelas organizações na atualidade, pode-se afirmar que a corrente e perfeita gestão tributária necessita ser realizada por um departamento exclusivo da empresa, ou seja, as grandes e médias empresas precisam desvincular essas tarefas relacionadas, e referentes à gestão tributária dos demais setores da mesma, como o setor contábil ou financeiro, e agregando essas ações a um departamento que seja específico para conseguir fazer da gestão tributária, uma forma de agregação de valor para a empresa e como criação de vantagens competitivas. Desse modo, o departamento de tributos necessita ter autonomia e escopo para poder desenvolver todas as ações que são pertinentes ao processo tributário como um todo, buscando compreender todas as formas possíveis de conseguir gerar valor para a organização pela plena gestão das suas obrigações tributárias, porém com ações lícitas e honestas, pois o departamento de tributos não é o meio errado, ou ilícito da empresa, ou outro tipo de organização conseguir obter ganhos de forma desonesta. A intenção não é nesse aspecto, pois pode parecer que para ter algum ganho tributário é obrigatória a utilização de ações desonestas, como a evasão fiscal e a sonegação. Não é dessa forma que se deve proceder, pois as empresas necessitam recolher os seus impostos, por dois motivos principais: 1) o valor dos impostos é repassado para o preço que estão fazendo o pagamento ao governo. Desse modo, é obrigação da empresa fazer o recolhimento aos cofres públicos; 2) a sociedade atual exige-se que as empresas tenham uma postura de responsabilidade social e ambiental, onde entra nesse contexto, o perfeito pagamento de impostos, que são os recursos que o governo usará para custear as suas atividades sociais, como o pagamento de salários de profissionais da saúde, como médicos, de profissionais da educação, como professores, da polícia, etc., além de realizar investimentos AN02FREV001/REV 4.0 50 públicos, como a construção de escolas, casas populares, usinas hidrelétricas, entre tantas. Dessa maneira, as empresas têm que pagar os seus impostos. No entanto, existem algumas ações que são possíveis de serem realizadas, as quais são lícitas, corretas e permitidas pela enorme legislação tributária brasileira, como forma de se conseguir a redução dos impostos, e aumentando-se assim os ganhos das empresas. Assim sendo, caberá ao departamento de tributos estudar, analisar e buscar encontrar quais os melhores caminhos que a organização poderá realizar para que consiga cumprir as suas obrigações tributárias, tanto no aspecto de cumprir a lei, quanto no aspecto de desenvolver a sua responsabilidade social perante a sociedade civil, sejam os seus clientes, sejam os fornecedores, parceiros, etc., mas também como uma ferramenta para reduzir os valores pagos com os tributos, aumentando os seus lucros e provendo a permanência da empresa no mercado. Desse modo, o departamento de tributos necessita desenvolver duas atividades essenciais: 1) Analisar, estudar e compreender todo o processo de negócios da empresa que atua, assim como a análise dos mercados, fornecedores, clientes, etc., bem como dos processos produtivos, do processo de comercialização e outros que porventura existirem a fim de identificar possíveis ações que possibilitem a redução dos valores dos tributos. Além disso, o departamento de tributos também precisa ter um amplo conhecimento de toda a legislação brasileira, tanto no aspecto tributário, mas no aspecto geral, conhecendo a constituição e todo o aparato de Normas, regimentos, portarias, leis complementares, etc. relacionados ao negócio que a empresa desenvolve e todas às nuances que o negócio envolve, a fim de perceber algumas brechas ou possibilidades que sejam viáveis de serem aplicadas ao negócio da empresa, no tocante aos aspectos tributários, e que possibilitarão algum tipo de redução nos pagamentos dos tributos, produzindo aumento de ganhos para a empresa, ou redução na carga tributária que a mesma terá que pagar aos cofres públicos naquele ano. 2) Realizar a perfeita efetivação do pagamento de todas as obrigações tributárias e fiscais, em todo o seu escopo, identificando como os processos de recolhimento dos tributos necessitam ser feitos, pois os mesmos exigem uma grande AN02FREV001/REV 4.0 51 carga burocrática para a sua consecução, com impressão e geração de guias em vários formatos, autenticações de documentos fiscais, registros burocráticos em livros oficias, etc. Dessa forma, para conseguir o recolhimento dos tributos de forma correta, sem que haja alguma imputação de punições, como multas e outras formas existentes, e também para poder conseguir cumprir todas as obrigações tributárias são necessários que se construa um enorme referencial de documentos, guias, fichas, livros, etc., que são chamados de obrigações acessórias. Por exemplo, para conseguir-se fazer o correto recolhimento do imposto de renda, é necessário que se tenha arquivado todos os recibos, notas fiscais, boletos, etc. referentes aos ganhos e gastos da empresa, ou de pessoas físicas, no ano corrente, além de ter que baixar o software da Receita Federal do Brasil e fazer-se a declaração de imposto de renda, baseado em todos esses documentos, integrando-se as informações desses documentos com as informações geradas pelos seus emissores, onde, no final do processo, o software irá demonstrar o resultado da declaração. E não termina aí, pois ainda é necessário gerar-se a DARF para fazer-se o recolhimento do imposto referente, bem como fazer-se o pagamento do mesmo e arquivar os comprovantes de pagamentos por um período longo, entre cinco e dez anos. Desse modo, é um imenso trabalho que o departamento de tributos necessita desenvolver a fim de cumprir todas as legislações tributárias aplicadas ao seu negócio. Outro aspecto impactante é que a empresa é auditada e recebe inspeções constantes da Receita Federal, que podem verificar que existe algum tipo de falha e ainda aplicar algum tipo de punição a mesma, indo contrário ao objetivo principal do departamento de tributos, que é o de possibilitar ganhos para a empresa através da redução do pagamento de tributos. Quando acontece uma inspeção da Receita Federal e é aplicado algum tipo de multa, essas multas acabam sendo um adicional de custos para a empresa, que fazem diminuir o seu ganho e que põe em risco a existência do departamento de tributos. Assim, é um trabalho muito delicado, muito importante é que não pode apresentar erros. AN02FREV001/REV 4.0 52 6 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: CONCEITO, IMPORTÂNCIA E OBJETIVOS A gestão tributária consiste em uma série de atitudes e atividades que toda a empresa deve desempenhar no concernente ao recolhimento de tributos, mas com objetivos estratégicos para a organização, principalmente no aspecto tocante a economia tributária ou à redução de custos relativos ao pagamento de tributos. Desse modo, como já fora exposto, o departamento de tributos de uma empresa, ou outro tipo de organização que necessite
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