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Gestão Tributária

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Gestão 
Tributária 
 
 
 
 
 
 
BEM-VINDOS AO EBOOK 
AN02FREV001/REV 4.0 
2 
 
 
 
Autor(a): Uol Cursos/Ciatech 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão Tributária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. 
CIATECH TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. 
2022 
 
 
 
 
 
 
AN02FREV001/REV 4.0 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISBN: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição são reservados a 
UOL Cursos Tecnologia Educacional ltda. e Ciatech tecnologia educacional ltda. 
É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da empresa. 
 
 
 
 
CIATECH TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA./ UOL CURSOS TECNOLOGIA EDUCACIONAL LTDA. 
Al: Barão de Limeira, 425 – 7º andar 01202-000 São Paulo - SP 
www.crescabrasil.com.br/ www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
http://www.crescabrasil.com.br/
http://www.portaleducacao.com.br/
AN02FREV001/REV 4.0 
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SUMÁRIO 
 
MÓDULO I - GESTÃO TRIBUTÁRIA NO CONTEXTO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 
1 TRIBUTAÇÃO E CUSTO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 
2 CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL E MUNDO 
3 CONCEITO DE TRIBUTO 
3.1 ESTRUTURA DO IMPOSTO 
3.1.1 PRINCÍPIOS 
3.1.2 ELEMENTOS DO TRIBUTO 
4 OS PRINCIPAIS IMPOSTOS: ICMS / ISS / IPI / PIS / COFINS / IRPJ E CSLL 
4.1 I.R.P.J. (IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS) 
4.2 C.S.L.L. (CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO) 
4.3 P.I.S. (PROGRAMAS DE INTEGRAÇÃO SOCIAL) 
4.4 C.O.F.I.N.S. (CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE 
SOCIAL) 
4.5 I.S.S. (INSTITUTO SOBRE SERVIÇOS) 
4.6 IPI (IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS) 
4.7 ICMS (IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE 
MERCADORIAS E SERVIÇOS) 
5 DEPARTAMENTO DE TRIBUTOS, GESTÃO E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
6 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: CONCEITO, IMPORTÂNCIA E OBJETIVOS 
 
MÓDULO II - ÉTICA E GESTÃO TRIBUTÁRIA: EVASÃO E ELISÃO FISCAL 7 
INCIDÊNCIA DE TRIBUTOS E OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
8 ELISÃO E EVASÃO FISCAL 
8.1 ELISÃO FISCAL 
8.2 EVASÃO FISCAL 
9 ÉTICA E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
MÓDULO III - GESTÃO TRIBUTÁRIA E CARGA DE TRIBUTOS NA ATIVIDADE 
EMPRESARIAL 
10 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA REDUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA 
11 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO JUDICIAL E NORMAS DE CONSENTIMENTO 
EXPRESSO 
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11.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO BASEADO EM AÇÕES JUDICIAIS 
11.2 NORMAS DE CONSENTIMENTO EXPRESSO 
12 SISTEMAS DE TRIBUTAÇÃO 
12.1 SIMPLES NACIONAL 
12.1.1 DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE 
12.1.2 OPÇÃO PELO PAGAMENTO POR MEIO DO SIMPLES 
12.1.3 EMPRESAS QUE NÃO PODEM OPTAR PELO SIMPLES 
12.1.4 TRIBUTOS ALCANÇADOS PELO SIMPLES 
12.1.5 CÁLCULO DO VALOR MENSAL DEVIDO 
12.1.6 OPÇÃO E EXCLUSÃO AO SIMPLES 
12.2 REGIME TRIBUTÁRIO PELO LUCRO PRESUMIDO 
12.2.1 MOMENTO DA OPÇÃO 
12.2.2 APURAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO 
12.2.3 RECOLHIMENTO DO IRPJ 
12.2.4 CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO 
12.2.5 EMPRESAS QUE PODEM OPTAR PELO LUCRO PRESUMIDO 
12.2.6 ENQUADRAMENTO NO LIMITE DE RECEITA BRUTA 
12.2.7 CONCEITO DE RECEITA BRUTA E EXCLUSÕES 
12.3 REGIME TRIBUTÁRIO PELO LUCRO REAL 
12.3.1 CONCEITO DE LUCRO REAL 
12.3.2 PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS À APURAÇÃO DO LUCRO REAL 
12.3.3 AJUSTES POR ADIÇÃO E EXCLUSÃO E COMPENSAÇÃO 
12.3.4 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS DAS EMPRESAS TRIBUTADAS PELO LUCRO REAL 
12.4 LUCRO ARBITRADO 
12.4.1 SITUAÇÕES QUE LEVAM AO ARBITRAMENTO PELO FISCO 
12.4.2 PERCENTUAL OU COEFICIENTE DE APURAÇÃO DO LUCRO ARBITRADO 
13 ETAPAS DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E ASPECTOS IMPACTANTES 
14 CONCLUSÃO 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
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MÓDULO I - GESTÃO TRIBUTÁRIA NO CONTEXTO DA ATIVIDADE 
EMPRESARIAL 
 
 
FIGURA 01 – CHARGE DA CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.deputadogarotinho.com.br/carga-tributaria-no-brasil-ja-atinge- 
 
 
 
1 TRIBUTAÇÃO E CUSTO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 
 
 
 
Vive-se um momento proveniente de uma grande modificação gerada pelo 
processo de globalização, que, no início dos anos 1990 intensificou um grande 
processo de abertura econômico-financeiro, político, social, tecnológico, ambiental, 
entre outros tantos aspectos, que modificaram o formato mundial dos mercados e dos 
negócios. 
http://www.deputadogarotinho.com.br/carga-tributaria-no-brasil-ja-atinge-
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O mundo ficou único, sem fronteiras, e as barreiras físicas (muros, cercas, 
mapas, divisas físicas, mapas, etc.) sofreram modificações grandiosas, onde algumas 
foram literalmente destruídas, outras foram modificadas, outras extintas em que a 
configuração mundial transformou-se. 
Dessa forma, o processo de globalização também modificou as barreiras 
chamadas intangíveis, onde as fronteiras, barreiras comerciais, proteção de 
mercados, entre outros aspectos, foram modificados, ocorrendo como consequência, 
uma grande abertura comercial mundial. As empresas que desempenhavam suas 
atividades em determinados mercados locais, atendendo apenas aqueles mercados, 
ou arredores, com o ambiente predeterminado, passaram a ter a sua abrangência de 
forma mundial. Os mercados expandiram e as empresas foram obrigadas a mudar 
também. 
Assim sendo, houve uma avalanche de novos produtos entrando em novos 
mercados, o processo de exportação e importação intensificou-se, a quantidade de 
empresas concorrendo em um mesmo mercado local, ou regional, intensificou-se 
também, onde o consumidor passou a se ver em um ambiente de grandes 
alternativas, de produtos que antes não existiam, ou que foram modificados, 
melhorados, agregando valor para o consumidor final. Toda essa revolução modificou 
a atuação das empresas. 
No Brasil, o processo de globalização foi muito influente e modificou 
sobremaneira os negócios. Até 1990, o país “sofria” com a baixa produtividade 
industrial, os grandes índices de pobreza da população, analfabetismo, entre outros 
eram determinantes para uma economia que era muito dependente do setor de 
agronegócios, em que o mesmo chegou a ser responsável por cerca de 40% do PIB 
do país. Assim, no início da década de 1990 ocorreram grandes modificações políticas, 
econômicas, sociais, tecnológicas, entre outros aspectos no Brasil. 
No campo econômico, o país atravessava um cenário de economia 
enfraquecida pelos inúmeros choques econômicos com apelo anti-inflação, a tórrida 
filosofia de troca de moedas, congelamento de preços, tabelamento de produtos, 
boicotes financeiros, ágio, entre outros detalhes estavam deixando a população 
desacreditada que o país pudesse obter o desenvolvimento econômico e social que 
se fazia necessário. 
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A renda da população era consumida rapidamente pelo processo inflacionário, com 
altas taxas diárias (chegando a 2% ao dia). Isso enfraquecia o mercado produtivo, que via, 
na outra ponta, grandes especuladores estarem obtendo sucesso financeiro com o 
“jogo especulativo” alcançado pela alta taxa inflacionária. 
Além desse contexto econômico, outro detalhe também impactou esse 
momento: o aspecto político. O país experimentava, após longos anos de ditadura 
militar, o processo democrático, com escolha de um presidente pelo voto popular. Em 
1985, o presidente Tancredo Neves foi eleito pelo Congresso Nacional, encerrando o 
processo da ditadura militar que perdurava desde 1964. Porém, Tancredo faleceu 
antes de tomar posse, sendo seu vice, Sarney, a presidir o país, com políticas de 
choques econômicos, diversas tentativas de controle da inflação, entre outros 
aspectos. 
O governo Sarney terminou e, em 1992, o país teve realmente o primeiro 
presidente eleito pelo voto popular: Fernando Collor de Melo, que iniciou o governo 
com altos índices de popularidade, que caiuimensamente após o “golpe” do confisco 
da caderneta de poupança, que retirou do mercado um grande volume de dinheiro dos 
poupadores, sejam pequenos, médios ou grandes investidores, que viram o seu 
dinheiro, que estava protegido economicamente (pela rentabilidade dos juros altos 
produzidos pela alta taxa de inflação) e pelas políticas incentivadoras de poupança 
dos governos anteriores, ser retirado do mercado, ficando longos 18 (Dezoito) meses 
“presos” pelas mãos do governo. Assim sendo, o governo Collor perdeu a 
credibilidade, que aliado ao imenso esquema de corrupção, desencadeou o processo 
de cassação do presidente. 
O governo Collor de Melo realizou um grande processo de abertura do país 
ao mercado externo. O programa desenvolvido pela equipe visou modernizar o 
ambiente tecnológico brasileiro, que era obsoleto. Ficou marcado o episódio em que 
o mesmo presidente expôs publicamente que os carros brasileiros eram “Carroças” 
ao se comparar com a indústria automobilística internacional. 
Assim sendo, o parque industrial, comercial e outros setores econômicos 
foram abertos aos países estrangeiros, que enxergaram no Brasil um imenso mercado 
para os mais variados produtos e serviços. Essa abertura proporcionada pelo governo 
Collor coincidiu com o movimento de globalização que acontecia no mundo todo e 
fora intensificado no Brasil pela grande abertura proporcionada pelo governo. 
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Essa abertura do Brasil aos demais países acarretou uma grande quantidade 
de produtos entrando no país, concorrendo com os produtos nacionais. Isso não foi o 
fato mais importante dessa abertura. A consequência maior desse processo foi que 
houve a confirmação de que os produtos brasileiros eram inferiores aos importados, 
seja em critérios de qualidade, seja em preço, ou em outros aspectos. 
Desse modo, com a abertura do país, os produtos importados dos mais 
variados tipos, oscilando de bebidas, como vinhos, cervejas, entre outros, passando 
por doces, alimentos industrializados, eletroeletrônicos dos mais variados tipos, 
preços e formas, até a grande variedade de produtos populares, que iniciaram as 
chamadas “lojas de R$ 1,99”. 
Além disso, no contexto macroambiental, houve a entrada de tecnologia, que 
passou a ser utilizado por todos os setores econômicos. Assim sendo, todos os 
setores empresariais passaram a utilizar-se da tecnologia que estava chegando ao 
país, em virtude da abertura comercial. Destacam-se os equipamentos e máquinas 
pesadas que vieram, como tornos de comando numérico computadorizado, os 
chamados CNC’s, tratores, colheitadeiras dos mais diversos tipos, tamanhos, e 
funções e deve-se destacar a grande reviravolta ocorrida com o setor computacional, 
ou de informática. 
A indústria de equipamentos (hardwares) e programas (softwares) iniciou uma 
verdadeira revolução com a abertura comercial do país. Tudo que vimos atualmente 
em função da grande modernização desse setor, e de todos os avanços que vieram e 
que virão, iniciaram-se nesse momento. 
Também aconteceu uma mudança crucial nesse sistema que foi a mudança 
com o cliente, pois o consumidor modificou-se em função dessas mudanças. A 
primeira mudança ocorreu em razão da grande quantidade de opções de compra 
que o consumidor se viu, em virtude da imensa quantidade de produtos importados 
no Brasil. 
O consumidor começou a enxergar que havia na prateleira uma gama imensa 
de produtos com preços menores e com qualidade muito superior ao produto nacional 
que ele estava acostumado a comprar. Dessa maneira, o consumidor 
tornou-se mais exigente, em virtude principalmente da grande quantidade de opções 
de produtos à sua disposição. 
Como era possível escolher entre vários produtos, o cliente passou a escolher 
aquele que melhor atendesse as suas necessidades e desejos. Por essa situação, as 
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empresas foram obrigadas a modificar completamente a sua atuação, para poderem 
competir com esses produtos importados, os quais estavam tirando a sua fatia de 
mercado. Entre os aspectos que modificaram, os mais importantes dizem respeito 
a critérios de qualidade, confiabilidade, flexibilidade, custos, e principalmente, para 
satisfazer completamente aos desejos e necessidades dos clientes. 
Dentro desse contexto, a forma de gerir as empresas foi obrigada a 
acompanhar as mudanças desencadeadas por toda essa dinâmica do mercado 
mundial, visto que até o início do século XX, a administração era exercida de forma 
totalmente simplista, sem critérios ou regras. Não existiam as chamadas Teorias da 
Administração. 
Porém, em 1903 o engenheiro americano Frederick W. Taylor iniciou o 
processo de construção de critérios para as atividades administrativas. 
A Teoria da Administração Científica, como ficou conhecida, foi a primeira 
tentativa para normatizar os processos de gestão para a época. É lógico, que esse 
processo não conseguiu abranger todos os aspectos da gestão completa das 
organizações, tendo como ênfase os aspectos da busca frenética pela eficiência no 
setor operacional, ou na produção. Mais tarde, e seguindo os mesmos princípios de 
Taylor, o francês Henri Fayol estabeleceu as chamadas funções empresariais básicas 
(técnicas, de segurança, contábil, financeira, comerciais e administrativas), sendo a 
função administrativa a de maior importância para a organização (CHIAVENATO, 
2010). 
Dentro desse aspecto que o processo de faturamento começou a ser 
especificado e demonstrado, pois até então, não havia possibilidades de conseguir 
realizá-lo. Não que o processo de faturamento não fosse realizado até esse momento, 
mas era desenvolvido de forma totalmente empírica, como a maioria dos processos 
de administração (CHIAVENATO, 2010). 
Com o passar dos anos, novas teorias administrativas foram sendo 
desenvolvidas, acompanhando o processo natural de evolução do conhecimento, e 
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para atender a novos objetivos, ou novos focos de atuação dos gestores que se 
fizeram necessários ao longo dos anos. Assim sendo, foram desenvolvidas teorias 
que focalizaram as pessoas, os processos, os ambientes organizacionais, os 
sistemas, etc. e com eles, o processo de faturamento foi sendo modificado para 
atender esses requisitos (CHIAVENATO, 2010). 
Nesse contexto é que surge a gestão tributária, realizada e desenvolvida de 
forma estratégica pelas organizações, buscando atender a todos os requisitos dos 
diversos atores participantes do processo empresarial global, como clientes, 
fornecedores, parceiros, governos, etc., visando atender a todos os processos que 
se fazem necessários para cumprir toda a imensa legislação pertinente a isso, e que 
produza ganhos para a empresa em relação ao recolhimento e pagamento de tributos. 
 
 
2 CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL E MUNDO 
 
 
 
A tributação é tida pelas empresas como sendo a porção representativa que 
gera o maior passivo financeiro para as mesmas (BORGES, 2007), onde a elevada 
carga tributária gera grandes custos para as empresas e para o consumidor, visto que 
além do pagamento dos impostos propriamente dito, existem ainda as atividades 
acessórias, como o preenchimento de guias, declarações, etc. que oneram ainda 
mais as empresas. E, o pior é que o retorno do governo às empresas e à sociedade 
como um todo é muito pequeno. 
A carga tributária é a relação existente entre a arrecadação anual com 
tributos e o valor total da riqueza produzida no país, por meio dos valores do Produto 
Interno Bruto (PIB) 
Por exemplo, no Brasil, no ano de 2010, foram arrecadados em impostos R$ 
1,291 trilhões e o valor total do PIB foi de R$ 3,675 trilhões, o que gera o valor da 
carga tributária em 35,13% (OLENIKE et al, 2012). 
A carga tributária brasileira é considerada muito alta, sendo o Brasil um dos 
países que mais arrecadam impostos no mundo. A evolução da carga tributária foi 
crescente, a considerarem-seos diversos governos e períodos históricos. 
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FIGURA 02 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1964-1973 
(DITADURA MILITAR) 
 
 
 
 
 
Ao se analisar a figura 02, percebe-se que durante o primeiro período do 
governo militar, entre 1964 e 1973, a carga tributária em 1964 foi de 17,0% do PIB, 
já tendo um crescimento alto no período, chegando a 1973 com arrecadação em torno 
de 25% do PIB, ou seja, um crescimento de 8,0 pontos percentuais somente nesse 
governo. 
FIGURA 03 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1985-1989 
(GOVERNO SARNEY) 
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Observando o Governo Sarney, entre 1985 e 1989 por meio da figura 03, 
pode-se dizer que a carga tributária nesse período se manteve estável, visto que em 
1985 a arrecadação foi de 24% do PIB e o governo terminou o seu período em 1989, 
com a carga tributária em 24,10% do PIB, tendo uma curva de projeção constante. 
Porém, a carga tributária nesse período obteve um momento de elevação e outro 
momento de queda. Em 1986 a carga tributária chegou a 26,2% do PIB e em 1988 ela 
foi a menor deste governo, chegando a 22,40% do PIB. 
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FIGURA 04 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1990-1992 
(GOVERNO COLLOR) 
 
 
 
FIGURA 05 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1993-1994 
(GOVERNO ITAMAR) 
 
 
 
 
Ao se analisar o período do Governo Collor, entre 1990 e 1992, conforme 
demonstrado pela figura 04, pode-se perceber que a carga tributária no Brasil, no 
início deste governo atingia o patamar de 28,80% do PIB, sofrendo quedas ao longo 
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dos demais períodos, encerrando o governo em 25,0% do PIB arrecadados com os 
tributos naquele ano. 
O governo seguinte, que foi executado pelo presidente Itamar Franco, 
demonstrado pela Figura 05 elevou novamente a arrecadação tributária, partindo de 
26,0% do PIB em 1992 e atingindo o índice de 29,8% do PIB arrecadados em forma 
de tributos no ano de 1994. 
 
 
FIGURA 06 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1995-2001 
(GOVERNO FHC) 
 
 
 
 
No período entre 1995 e 2002, com o governo de Fernando Henrique Cardoso 
(FHC) como pode ser visto pela Figura 06, os níveis da carga tributária se mantiveram 
em um constante crescimento, em que o governo iniciou-se em 1995 com carga 
tributária em redor de 26,0% do PIB, com elevações constantes ao longo dos anos e 
terminando o seu mandato em 2002, com a carga tributária ao redor de 32,0%, a mais 
alta taxa de arrecadação vivida pela população brasileira. 
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FIGURA 07 – A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL NO PERÍODO DE 2002-2010 
(GOVERNO LULA) 
 
 
 
 
Por fim, o governo Lula, no período compreendido entre 2003 e 2010, 
conforme demonstrado pela Figura 07, alcançou índices crescentes nos valores da 
carga tributária, tendo o valor de 31,4% do PIB no ano de 2003 e atingindo o 
percentual de 34,6% do PIB em 2010, sendo considerado um alto valor arrecadado 
pelo governo em tributos, prejudicando a população e as empresas do país, impondo 
um altíssimo esforço pela sociedade como um todo, para se atingir esse elevado valor 
em arrecadação de impostos. 
O grande diferencial dessa análise, é que as porcentagens dos índices 
alcançados nos valores da carga tributária foram sendo crescentes e estabilizaram- 
se ao redor de 33% do PIB, na média dos governos. Mas isso é um detalhe que não 
é o pior de todos. O que vimos ao longo dos anos foi o vertiginoso crescimento da 
riqueza produzida no país, com grande aumento nos valores do PIB. 
Isso produziu, por consequência, volumes altíssimos de recursos financeiros 
para os cofres públicos, tirando da sociedade esses valores e transferindo para o 
Estado. 
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FIGURA 08 – QUADRO COMPARATIVO DA CARGA TRIBUTÁRIA E O PIB. 
 
 
ANO TOTAL DO PIB TOTAL ARRECADAÇÃO % TRIBUTAÇÃO sobre PIB 
1993 R$ 429.968.000,00 R$ 107.879.000,00 25,09% 
1994 R$ 477.920.000,00 R$ 136.733.000,00 28,61% 
1995 R$ 646.192.000,00 R$ 186.858.000,00 28,92% 
1996 R$ 843.966.000,00 R$ 212.581.000,00 25,19% 
1997 R$ 939.147.000,00 R$ 239.191.000,00 25,47% 
1998 R$ 979.276.000,00 R$ 268.117.000,00 27,38% 
1999 R$ 1.065.000.000,00 R$ 304.941.000,00 28,63% 
2000 R$ 1.179.482.000,00 R$ 354.190.000,00 30,03% 
2001 R$ 1.302.136.000,00 R$ 403.745.000,00 31,01% 
2002 R$ 1.477.822.000,00 R$ 482.486.000,00 32,65% 
2003 R$ 1.699.948.000,00 R$ 553.179.000,00 32,54% 
2004 R$ 1.941.498.000,00 R$ 650.135.000,00 33,49% 
2005 R$ 2.147.239.000,00 R$ 732.864.000,00 34,13% 
2006 R$ 2.369.483.000,00 R$ 817.938.000,00 34,52% 
2007 R$ 2.661.343.000,00 R$ 923.245.000,00 34,69% 
2008 R$ 3.032.204.000,00 R$ 1.056.642.000,00 34,85% 
2009 R$ 3.239.404.000,00 R$ 1.095.933.000,00 33,83% 
2010 R$ 3.770.085.000,00 R$ 1.290.123.000,00 34,22% 
2011 R$ 4.143.015.000,00 R$ 1.492.144.000,00 36,02% 
2012 R$ 4.402.542.000,00 R$ 1.597.016.000,00 36,27% 
 
FONTE: AMARAL, et al. Carga Tributária Brasileira 2012. (IBPT). Disponível em: 
<https://www.ibpt.org.br/img/uploads/novelty/estudo/559/CargaTributaria2012IBPT.pdf> Acesso em: 
10 out. 2013 
 
 
Analisando a Figura 08 acima, comprova-se que os valores percentuais da 
relação entre a carga tributária e o PIB se mantêm nos níveis em torno de 33%, No 
entanto, o valor do PIB cresceu ao longo dos anos, alcançando valores elevados, 
chegando a ultrapassar a cifra de R$ 4,4 trilhões no ano de 2012. Isso gerou a 
arrecadação de R$ 1,6 trilhão para os cofres públicos. 
Ao se observar, por exemplo, o ano de 2004, a carga tributária foi de 33,49% 
do PIB. No entanto, o valor do PIB foi de R$ 1,941 trilhão e, consequentemente, o 
valor da arrecadação tributária foi de R$ 650,135 bilhões. Pode-se perceber que em 
menos de 10 anos, houve um aumento de cerca de R$ 1 trilhão na arrecadação dos 
tributos. É esse fato que torna o fator tributário muito relevante para as empresas. 
http://www.ibpt.org.br/img/uploads/novelty/estudo/559/CargaTributaria2012IBPT.pdf
http://www.ibpt.org.br/img/uploads/novelty/estudo/559/CargaTributaria2012IBPT.pdf
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18 
 
 
 
 
 
FIGURA 09 – A CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA 
 
 
 
 
 
 
Outra análise considerada para se perceber como ocorre o retorno para a 
sociedade dos tributos recolhido diz-respeito ao chamado IDH. Segundo Olenike et al. 
(2012), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um índice que considera a 
riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, entre outros fatores, como forma 
de avaliar e medir o bem-estar da população nos diversos países do mundo, sendo 
calculado com base em dados econômicos e sociais. Os valores oscilam entre 0 
(Zero) e 1 (Um), com os valores próximos a 1 (Um) como sendo os de melhor 
desenvolvimento humano. 
Juntamente com o IDH, outro índice merece destaque nessa discussão, que 
é o IRBES (Índice de Retorno de Bem Estar à Sociedade), que é obtido pela utilização 
dos valores e índices da carga tributária e do IDH, chegando-se ao valor 
AN02FREV001/REV 4.0 
19 
 
 
deste fator. A importância desses dois índices demonstra o quanto os valores 
arrecadados com tributos nos países são aplicados na sociedade, em aspectos com 
políticas públicas para a saúde, educação, segurança, transporte, investimentos, entre 
outros aspectos. Assim sendo, tem-se a Figura 10 que mostra os índices dos 30 
países com maiores valores do índice IRBES. 
 
 
FIGURA 10 – O IRBES EM 30 PAÍSES PESQUISADOS – 2011 
RANKING DOS 30 PAÍSES PESQUISADOS SEGUNDO O IRBES 
 
PAÍSES 
ANO 2010 
ANO 
2011 
 
IRBES 
 
POSIÇÃO 
CARGA TRIBUTÁRIA IDH 
Austrália 25,90% 0,929 164,18 1º 
Estados Unidos 24,80% 0,91 163,83 2º 
Coreia do Sul 25,10% 0,897 162,38 3º 
Japão 26,90% 0,901 160,65 4º 
Irlanda 28,00% 0,908 159,98 5º 
Suíça 29,80% 0,903 157,49 6º 
Canadá 31,00% 0,908 156,53 7º 
Nova Zelândia 31,30% 0,908 156,19 8º 
Grécia 30,00% 0,861 153,699º 
Eslováquia 28,40% 0,834 153,23 10º 
Israel 32,40% 0,888 153,22 11º 
Espanha 31,70% 0,878 153,18 12º 
Uruguai 27,18% 0,783 150,3 13º 
Alemanha 36,70% 0,905 149,72 14º 
Islândia 36,30% 0,898 149,59 15º 
Argentina 29,00% 0,797 149,4 16º 
República Tcheca 34,90% 0,865 148,39 17º 
Reino Unido 36,00% 0,863 146,96 18º 
Eslovênia 37,70% 0,884 146,79 19º 
Luxemburgo 36,70% 0,867 146,49 20º 
Noruega 42,80% 0,943 145,94 21º 
Áustria 42,00% 0,885 141,93 22º 
Finlândia 42,10% 0,882 141,56 23º 
Suécia 44,08% 0,904 141,15 24º 
Dinamarca 44,06% 0,895 140,41 25º 
França 43,15% 0,884 140,52 26º 
Hungria 38,25% 0,816 140,37 27º 
Bélgica 43,80% 0,886 139,94 28º 
Itália 43,00% 0,874 139,84 29º 
Brasil 35,13% 0,718 135,83 30º 
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Pode-se perceber que a Austrália ocupa a posição nº 01 no índice IRBES 
(164,18 pontos) e IDH (0,929) para o período 2010 e 2011, seguido pelos EUA (com 
índice IRBES de 163,83 pontos e IDH de 0,910) e Coréia do Sul (com índice IRBES 
de 162,38 pontos e IDH de 0,897). O fato interessante é que os índices da carga 
tributária são menores que muitos outros países, sendo respectivamente, 25,90%, 
24,80% e 25,10% do PIB. O Brasil ocupa o 30º lugar nesse ranking, com índices de 
IDH ao redor de 0,718 e IRBES com 135,83 pontos. 
Outra ferramenta importante no Brasil é o chamado Impostômetro, que é um 
“relógio” desenvolvido por alguns órgãos empresariais do Brasil, como a FIESP, e que 
mostra, em tempo real, os valores arrecadados em tributos a cada dia do ano. Essa 
ferramenta é disponibilizada em site próprio (http://www.impostometro.com.br/) e pode 
ser visualizada a arrecadação de impostos de várias formas. Além do valor total de 
impostos arrecadados, que é mostrado na tela principal (Figura 18). 
No período entre 01/01/2013 à 16/10/2013, o país havia arrecadado cerca 
de R$1,22 trilhão com impostos. 
 
 
FIGURA 11 – IMAGEM DO IMPOSTÔMETRO MOSTRANDO A ARRECADAÇÃO 
DE TRIBUTOS BRASILEIROS EM 2012 
 
 
http://www.impostometro.com.br/)
http://www.impostometro.com.br/)
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21 
 
 
 
 
 
3 CONCEITO DE TRIBUTO 
 
 
 
De acordo com o Código Tributário Nacional (2005), “Tributo é toda 
contribuição pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, 
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada”. 
Dessa forma, tributo é todo valor pago ao Estado pelos contribuintes, que 
podem ser pessoas físicas, ou empresas, tanto no âmbito federal, estadual ou 
municipal, por meio de legislação própria que o regulamente. Com esses recursos, 
os Governos Federal, Estaduais e Municipais tentam cumprir a sua função em relação 
à sociedade. Os tributos podem ser classificados de diversas maneiras: 
 
a) Impostos: é um tributo cobrado de forma geral, a todos os contribuintes, 
onde os recursos são destinados a toda a sociedade. Os impostos de maior relevância 
são: ICMS, IPI, PIS, COFINS, IRPF, IRPJ, ISS entre outros. 
b) Taxas: são tributos cobrados pelo Estado em troca de algum serviço 
ou benefício prestado ao contribuinte, como as taxas de coleta de lixo, taxa de 
iluminação pública, entre outras. 
c) Contribuições de melhoria: são aquelas usadas pelo governo para a 
realização de alguma obra em específico. 
 
De acordo com Veloso (2003), o governo pode cobrar tributos por meio de 
algumas formas principais: 
 
a. Tributos sobre o Consumo: são aqueles que são cobrados através das 
compras de mercadorias pelos consumidores, onde incidem o ICMS (Imposto sobre 
Circulação de Mercadorias e Serviços), o I.P.I. (Imposto sobre Produtos 
Industrializados), o I.S.S.Q.N. (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza), o I.I. 
(Imposto sobre Importação), além de COFINS, P.I.S. entre outros. 
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22 
 
 
b. Tributos sobre a Propriedade: são aqueles que existem em função do 
patrimônio. Os principais são I.P.T.U. (Imposto Predial Territorial e Urbano), I.T.R. 
(Imposto sobre a Propriedade Rural), I.T.B.I. (Imposto sobre Transmissão Inter Vivos), 
I.P.V.A. (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e o I.T.C.M.D. (Imposto 
sobre Transmissão de Heranças e Doações) 
c. Tributos sobre a Renda: são todos aqueles que incidem sobre a 
renda gerada pelos contribuintes. Entre eles estão IR (Imposto de Renda) e C.S.L.L. 
(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) 
d. Contribuições sobre a mão de obra: além dos citados acima, ainda 
existem os tributos que são incidentes sobre o trabalho das pessoas, como o 
I.N.S.S. (Instituto Nacional de Seguridade Social). 
 
 
Dessa forma, toda vez que ocorrer o faturamento, com a emissão de nota 
fiscal, na mesma nota fiscal haverá especificado o valor correspondente ao ICMS, que 
deve ser recolhido ao governo, em datas estabelecidas. Um fato que ocorre é a 
chamada não cumulatividade dos impostos, onde o pagamento do ICMS na compra 
com o fornecedor não acumula com o recolhimento na venda, onde a empresa recolhe 
apenas o valor a que se refere a não cumulatividade. 
 
De acordo com (Martins, 2011a, p.12), 
 
 
entre o fato gerador e a declaração do sujeito passivo, estão compreendidas 
as obrigações acessórias, tais como emissão de documentos fiscais, 
escrituração de livros, elaboração de arquivos magnéticos, sendo justamente 
sobre os documentos produzidos em cumprimento às obrigações acessórias 
que recai a atividade fiscalizadora do Estado. 
 
 
 
Dessa forma, além do contribuinte, seja pessoa física ou empresa, ter que 
recolher os impostos ao governo, ainda necessita arcar com os custos relacionados 
aos procedimentos para esse fim, como o preenchimento de guias, carnês, 
declarações, entre outros, que também oneram o processo empresarial. 
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23 
 
 
 
 
 
FIGURA 12 – IMAGEM DA CARGA TRIBUTÁRIA IMPACTANDO OS NEGÓCIOS 
EMPRESARIAIS (CHARGE) 
 
 
 
3.1 ESTRUTURA DO IMPOSTO 
 
 
 
Os impostos são classificados de acordo com a esfera governamental que o 
regulamenta e para a qual os recursos são destinados. Assim sendo, na esfera do 
Governo Federal, os principais tributos são: 
 
a) I.R.P.J. (Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas): é o imposto recolhido 
sobre a renda das empresas, principalmente, recolhido para a Receita Federal e as 
informações pertinentes a esse tributo, como base de cálculo, por exemplo, dependem 
do regime de tributação a qual a empresa optou. Sobre esse tema, descreveremos 
mais adiante. 
b) C.S.L.L. (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido): segue os formatos 
para o IRPJ, sendo baseado na opção de tributação das empresas e é recolhido 
pela Receita Federal. As alíquotas oscilam entre 9% para as empresas que optam 
pelo lucro real a 12% para as empresas do lucro presumido. 
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24 
 
 
c) P.I.S. (Programas de Integração Social): é apurado sobre o valor do 
faturamento mensal de empresas, com alíquota variando entre 0,65% a 1,65%, 
dependendo da forma de tributação das empresas. 
d) C.O.F.I.N.S. (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social): é 
um tributo que incide sobre o faturamento das empresas, com alíquota de 3% a 7,6%. 
e) I.N.S.S. (Instituto Nacional de Seguridade Social): são recolhidos sobre a 
folha de pagamentos dos funcionários das empresas. As aliquotas chegam a 28,80%. 
f) IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): é um tributo que incide sobre 
a industrialização de bens, onde a alíquota varia de acordo com o produto. 
 
Da mesma maneira que os tributos federais existem os tributos estaduais, 
onde merecem destaques: 
a) ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e 
Serviços): é o principal imposto estadual e o de maior arrecadação. Incide sobre 
operações relacionadas à circulação de mercadorias, de serviços de transporte e de 
comunicações. As alíquotas variam de estado para estado, mas como exemplo, no 
estado de São Paulo a alíquota é de 18% e no RioGrande do Sul é de 12%. Parte 
da arrecadação com esse tributo é destinado aos municípios. 
 
Do mesmo modo, existem os impostos municipais, com destaque para o ISS 
(Imposto sobre Serviços). 
 
 
Assim sendo, para que aconteça o recolhimento dos impostos e outros 
tributos, é necessário que exija a devida legislação correspondente, além da 
obrigação tributária e o fato gerador que o constitui. Dessa forma, como exemplo há 
o ICMS, que é um imposto estadual que possui legislação própria, tendo como 
obrigação tributária a legislação sobre a circulação de mercadorias e serviços, e como 
fato gerador a emissão da nota fiscal de venda, ou a execução da função faturamento. 
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25 
 
 
 
 
 
3.1.1 Princípios 
 
 
 
A tributação é regida pelas leis e outros componentes da legislação que a 
regimenta. Dessa forma, existem alguns princípios que são pertinentes aos tributos. 
De acordo com a Constituição Federal 1988, nos artigos 145, 150 e 152, os 
princípios são: 
 
1. Princípio da Legalidade: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios: 
a) Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça, ou seja, o 
tributo não pode ser criado ou aumentado sem que seja amparado por lei. (Art. 150) 
2. Princípio da Isonomia ou igualdade tributária: instituir tratamento 
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida 
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, 
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. (Art. 
150) 
3. Princípio da irretroatividade: Cobrar tributos: 
a) Em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência 
da lei que os houver instituído ou aumentados; 
b) Princípio da anterioridade simples: cobrar tributos no mesmo exercício 
financeiro que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. 
c) Princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena: antes de 
decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou. (Art. 150) 
4. Princípio da competência: a União, o Estado ou o Município 
exercitarão as competências tributárias, não lhes sendo permitidas, porém, qualquer 
delegação ou prorrogação desta competência para outro ente que não seja aquele 
expressamente previsto na Constituição. (Art. 150) 
5. Princípio da não discriminação tributária: visando a procedência e ao 
destino dos bens, o art. 152 da Constituição Federal proíbe a manipulação de 
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26 
 
 
alíquotas, bases de cálculo ou qualquer outra fórmula tributária em benefício ou 
prejuízo da economia da União, dos Estados ou dos Municípios. (Art. 150) 
6. Princípio da capacidade contributiva: o art. 145 § 1º, “sempre que 
possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade 
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para 
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e 
nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do 
contribuinte.” 
7. Princípio da vedação de tributo confiscatório: Fica vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
a) Utilizar tributo com efeito de confisco. (Art. 150) 
8. Princípio da liberdade de tráfego: É vedado à União. Estados, Distrito 
Federal e Municípios: 
a) Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais, ressalvado a cobrança de pedágio pela utilização 
de vias conservadas pelo Poder Público (Art. 150). 
 
 
 
3.1.2 Elementos do Tributo 
 
 
 
Os tributos podem ser classificados de diversas maneiras: 
 
 
a) Impostos: é um tributo cobrado de forma geral, a todos os contribuintes, 
onde os recursos são destinados a toda a sociedade. Os impostos de maior relevância 
são: ICMS, IPI, PIS, COFINS, IRPF, IRPJ, ISS entre outros. 
b) Taxas: são tributos cobrados pelo Estado em troca de algum serviço 
ou benefício prestado ao contribuinte, como as taxas de coleta de lixo, taxa de 
iluminação pública, entre outras. 
c) Contribuições de melhoria: são aquelas usadas pelo governo para a 
realização de alguma obra em específico. 
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Assim sendo, de acordo com Martins (2011a), existem alguns elementos que 
fazem parte do processo de tributação: 
 
i. Obrigação Tributária: é através dessa relação jurídica que o Estado 
tem o direito de exigir do contribuinte o pagamento de determinado tributo. 
ii. Legislação Tributária: Compreende todas as leis que determinam o 
processo de coleta, recolhimento e cobrança de tributos. 
iii. Fato Gerador: é o fato, ou ocorrência, que se torna necessário o seu 
acontecimento para que gere o recolhimento de determinado tributo. Como exemplo, 
o ICMS tem como fato gerador a emissão da nota fiscal de venda ao consumidor. O 
CTN o define nos arts.114 e 115: 
 
Art.114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência. 
Art.115. Fato gerador da obrigação acessório é qualquer situação que, na 
forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não 
configura obrigação principal. 
 
O fato gerador pode ser: 
1. Fato gerador instantâneo: é aquele fato que se concretiza sempre na 
ocorrência de um ato. Por exemplo, com a venda de um imóvel, o pagamento 
feito pelo comprador é fato gerador do ITBI; 
2. Fato gerador periódico: é o que a lei determina que o tributo seja apurado em 
determinado período. Por exemplo, a ocorrência do ICMS deve ser apurado 
mensalmente; 
3. Fato gerador complexivo: é o fato gerador que necessita que sejam 
construídas várias operações para se apurar a base de cálculo e o tributo 
devido. Por exemplo, para se calcular o Imposto de Renda da Pessoa Física 
são necessários diversos cálculos que irão determinar a diferencia entre as 
receitas e despesas por ele apreciadas durante o período de determinado ano. 
iv. Sujeito Ativo: é a personalidade que tem o direito de exigir a execução 
da obrigação tributária. 
v. Sujeito Passivo: é o contribuinte, que tem o dever de pagar os tributos. 
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4 OS PRINCIPAIS IMPOSTOS: ICMS / ISS / IPI / PIS / COFINS / IRPJ E CSLL 
 
Os principais impostos são: 
 
 
4.1 I.R.P.J. (IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS) 
 
 
 
É o imposto recolhido sobre a renda das empresas, principalmente, recolhido 
para a Receita Federal e as informações pertinentes a esse tributo, como base de 
cálculo, por exemplo, dependem do regime de tributação a qual a empresa optou. 
Sobre esse tema, descreveremos mais adiante. 
A legislação que define os aspectos relacionados ao IRPJ é a seguinte: 
a) Lei N° 8.383, de 30 de Dezembro de 1991. 
b) Lei Nº 9.430, de 27 de Dezembro de 1996. 
c) Regulamento do Imposto de Renda - RIR/99 - Decreto N º 3.000, de 26 
de Março de 1999. 
 
 
 
4.2 C.S.L.L. (CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO) 
 
 
 
Segue os formatos para o IRPJ, sendo baseado na opção de tributação das 
empresas e é recolhido pela Receita Federal. A alíquota é de 9% para as empresas 
que optam pelo lucro real e pelo lucro presumido. 
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4.3 P.I.S. (PROGRAMAS DE INTEGRAÇÃO SOCIAL) 
 
 
É apurado sobre o valor do faturamento mensal de empresas, com alíquota 
variando entre 0,65% a 1,65%, dependendo da forma de tributação das empresas. A 
legislação no país que descreve os aspectos do PIS é a seguinte: 
a) Lei Nº 9.718, de 27 Novembro de 1998. 
b) Lei N° 10.637, de 30 Dezembro de 2002. 
c) Lei 10.865, de 30 Abril de 2004. 
 
 
 
4.4 C.O.F.I.N.S. (CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE 
SOCIAL) 
 
 
É um tributo que incide sobre o faturamento das empresas, com alíquota de 
3% a 7,6%, e incide sobre o valor do faturamento mensal das empresas. São 
contribuintes da COFINS todas asempresas de direito privado, públicas, de economia 
mista e as instituições financeiras. 
A apuração da COFINS deverá ser realizada mensalmente. 
A legislação sobre a COFINS é a seguinte: 
a) LC - Lei Complementar Nº 70, de 30.12.1991. 
b) Lei Nº 9.718, de 27 de novembro, 1998. 
c) Lei No 10.833, de 29 de dezembro, 2003. 
d) Lei 10.865, de 30 de abril de 2004. 
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30 
 
 
 
 
 
4.5 I.S.S. (INSTITUTO SOBRE SERVIÇOS) 
 
 
 
O Imposto Sobre Serviços possui como fato gerador a prestação de serviços 
constantes da lista anexa à Lei Complementar 116/2003, de 31-07-2003, onde o 
contribuinte é o próprio prestador de serviços no estabelecimento onde o mesmo 
desenvolver as atividades de serviços, seja de modo permanente ou temporário. 
O imposto é recolhido após a conclusão dos serviços no local do 
estabelecimento ou de domicílio do prestador dos serviços. A base de cálculo é o 
preço dos serviços prestados e as alíquotas variam de 2% a 5%. 
Abaixo, através da Figura 13 é demonstrada a relação de serviços sujeitos 
ao ISS. 
 
 
 
 
FIGURA 13 – SERVIÇOS SUJEITOS AO ISS. 
 
Serviços de informática e congêneres. 
Serviços de pesquisas e desenvolvimento de qualquer natureza. 
Serviços prestados mediante locação, cessão de direito de uso e congêneres. 
Serviços de saúde, assistência médica e congêneres. 
Serviços de medicina e assistência veterinária e congêneres. 
Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e congêneres. 
Serviços relativos a engenharia, arquitetura, geologia, urbanismo, construção civil, 
manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e congêneres. 
Serviços de educação, ensino, orientação pedagógica e educacional, instrução, 
treinamento e avaliação pessoal de qualquer grau ou natureza. 
Serviços relativos à hospedagem, turismo, viagens e congêneres. 
Serviços de intermediação e congêneres. 
Serviços de guarda, estacionamento, armazenamento, vigilância e congêneres. 
Serviços de diversões, lazer, entretenimento e congêneres. 
Serviços relativos à fonografia, fotografia, cinematografia e reprografia. 
Serviços relativos a bens de terceiros. 
Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro, inclusive aqueles prestados por 
instituições financeiras autorizadas a funcionar pela União ou por quem de direito. 
Serviços de transporte de natureza municipal. 
Serviços de apoio técnico, administrativo, jurídico, contábil, comercial e congêneres. 
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Serviços de regulação de sinistros vinculados a contratos de seguros; inspeção e 
avaliação de riscos para cobertura de contratos de seguros; prevenção e gerência 
de riscos seguráveis e congêneres. 
Serviços de distribuição e venda de bilhetes e demais produtos de loteria, bingos, 
cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios, prêmios, inclusive os decorrentes de 
títulos de capitalização e congêneres. 
Serviços portuários, aeroportuários, ferroportuários, de terminais rodoviários, 
ferroviários e metroviários. 
Serviços de registros públicos, cartorários e notariais. 
Serviços de exploração de rodovia. 
Serviços de programação e comunicação visual, desenho industrial e congêneres. 
Serviços de chaveiros, confecção de carimbos, placas, sinalização visual, banners, 
adesivos e congêneres. 
Serviços funerários. 
Serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências, documentos, objetos, 
bens ou valores, inclusive pelos correios e suas agências franqueadas. 
Serviços de assistência social. 
Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza. 
Serviços de biblioteconomia. 
Serviços de biologia, biotecnologia e química. 
CONTINUAÇÃO DA FIGURA 13 
 
Serviços técnicos em edificações, eletrônica, eletrotécnica, mecânica, 
telecomunicações e congêneres. 
Serviços de desenhos técnicos. 
Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes e congêneres. 
Serviços de investigações particulares, detetives e congêneres. 
Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e relações públicas. 
Serviços de meteorologia. 
Serviços de artistas, atletas, modelos e manequins. 
Serviços de museologia. 
Serviços de ourivesaria e lapidação. 
Serviços relativos a obras de arte sob encomenda. 
 
 
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32 
 
 
 
 
4.6 IPI (IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS) 
 
 
 
O imposto sobre produtos industrializados (IPI) é disciplinado basicamente 
pelas seguintes legislações: 
a) Art. 153, IV e § 3º, da Constituição Federal; 
b) Lei nº 4.502/64; 
c) 4.544/02 que regulamenta a tributação do IPI; 
d) 4.542/02 aprova a Tabela de incidência do IPI – TIPI. 
 
 
É um imposto não cumulativo, ou seja, faz a compensação dos valores que 
forem devidos nas entradas de insumo e matérias-primas, que são adquiridas para 
utilização na industrialização de produtos, onde a saída dos produtos finais do 
estabelecimento industrial sejam tributadas. 
O IPI é um imposto de caráter obrigatório para todas as empresas industriais. 
Dessa forma, são contribuintes do IPI todos os estabelecimentos industriais, em que 
se pode entender como estabelecimentos industriais aqueles que executam operações 
de transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento ou 
recondicionamento, renovação ou recondicionamento, de que resulte em produto 
tributado. 
Dessa forma, as atividades que caracterizam as empresas industriais são: 
1. Transformação: É toda modificação que é aplicada sobre determinada 
matéria-prima ou produtos intermediário, visando à obtenção de determinado produto 
final. 
2. Beneficiamento: é o processo que consiste em modificar determinado 
produto sob algum aspecto específico, seja nas propriedades físicas ou químicas do 
produto; 
3. Montagem: é o processo que consiste na junção, ou união de diversos 
componentes visando à obtenção do produto final que será comercializado pela 
AN02FREV001/REV 4.0 
33 
 
 
empresa; 
4. Acondicionamento: é a operação que altera a apresentação do 
produto, pela disposição do mesmo em determinada embalagem; 
5. Renovação ou Recondicionamento: consta de um determinado 
processo que é aplicado sobre produtos usados com o objetivo de renová-los ou 
restaurá-los. 
Além das empresas industriais, também são objetos da incidência tributária 
as empresas chamadas de “Equiparados a atividade industrial”, como por exemplo: 
1. Empresas Importadoras: são aquelas empresas que adquirem, 
compram ou recebem mercadorias de outro país do exterior; 
2. Comércio atacadista: são as empresas que comercializam 
produtos acabados para outros estabelecimentos comerciais, os chamados varejistas, 
que farão a comercialização com os consumidores finais. 
 
O fato gerador do IPI consta da saída do produto final do estabelecimento 
industrial, ou do equiparado a industrial. Dessa forma, para que aconteça a incidência 
tributária, basta que o produto seja comercializado. A base de cálculo consta do valor 
total da operação de venda do produto na saída do estabelecimento industrial, ou 
então, o preço de venda, acrescido dos impostos de importação, para os produtos 
importados. 
As alíquotas oscilam e são determinados pela Tabela de Incidência do Imposto 
sobre Produtos Industrializados (TIPI), onde os produtos podem ter alíquotas 
pequenas ou altas, dependendo da essencialidade do produto, onde quanto mais 
essencial o produto ao consumidor, ou ao país, menor será a alíquota do imposto. 
 
De acordo com o Artigo 18 do decreto nº 7.212/2010, são imunes da 
incidência do imposto IPI: 
 
I. Os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. 
II. Os produtos industrializados destinados ao exterior. 
III. O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento 
AN02FREV001/REV 4.0 
34 
 
 
III. Os produtos remetidos pelo estabelecimento industrial, ou equiparado 
a industrial, a depósitos fechados ou armazéns-gerais. 
IV. Os produtos, destinados à exportação, que saiam do estabelecimento 
cambial.Da mesma maneira, o Artigo 43 decreto nº 7.212/2010, expõe sobre os 
produtos que poderão sair com suspensão do imposto: 
 
I. O óleo de menta em bruto, produzido por lavradores em sua própria 
lavoura, e remetido a estabelecimentos industriais, diretamente ou por intermédio de 
postos de compra. 
II. Os produtos remetidos pelo estabelecimento industrial, ou equiparado 
a industrial, diretamente a exposição em feiras de amostras. 
 
industrial para: 
a) empresas comerciais exportadoras, com o fim específico de 
exportação. 
b) recintos alfandegados. 
c) outros locais onde se processe o despacho aduaneiro de exportação. 
V. As matérias-primas, produtos intermediários e os materiais de 
embalagem destinados à industrialização, desde que os produtos industrializados 
sejam enviados ao estabelecimento remetente daqueles insumos; 
VI. Os produtos em cuja operação o executor da encomenda não tenha 
utilizado produtos de sua industrialização ou importação, forem remetidos ao 
estabelecimento de origem e desde que sejam por este destinados: 
a) ao comércio; 
b) ao emprego, como matéria-prima, produto intermediário e material de 
embalagem, em nova industrialização que dê origem a saída de produto tributado; 
VII. As matérias-primas ou os produtos intermediários remetidos por 
estabelecimento industrial, para emprego em operação industrial realizada fora desse 
estabelecimento, quando o executor da industrialização for o próprio contribuinte 
remetente daqueles insumos; 
VIII. o veículo, aeronave ou embarcação dos Capítulos 87, 88 e 89 da TIPI, 
que deixar o estabelecimento industrial exclusivamente para emprego em provas de 
engenharia pelo próprio fabricante. 
AN02FREV001/REV 4.0 
35 
 
 
XII. As partes e peças destinadas a reparo de produtos com 
defeito de fabricação, quando a operação for executada gratuitamente por concessionários ou 
representantes, em virtude de garantia dada pelo fabricante; 
IX. Os produtos remetidos, para industrialização ou comércio, de um 
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial para outro da mesma firma; 
X. Os bens do ativo permanente remetidos pelo estabelecimento industrial 
a outro estabelecimento da mesma firma, para serem utilizados no processo industrial 
do recebedor; 
XI. Os bens do ativo permanente remetidos pelo estabelecimento industrial 
a outro estabelecimento, para serem utilizados no processo industrial de produtos 
encomendados pelo remetente, desde que devam retornar ao estabelecimento 
encomendante, após o prazo fixado para a fabricação dos produtos; 
XIII. 
XIV. As matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de 
embalagem, de fabricação nacional, vendidos a: 
a) estabelecimento industrial, para industrialização de produtos 
destinados à exportação; 
b) estabelecimento comercial, para industrialização em outro 
estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, de produto destinado à exportação; 
 
Da mesma forma, o Artigo 44 expõe que as bebidas alcoólicas e demais 
produtos de produção nacional, classificados nas Posições 22.04, 22.05, 2206.00 e 
22.08 da TIPI, acondicionados em recipientes de capacidade superior ao limite máximo 
permitido para venda a varejo, sairão obrigatoriamente com suspensão do imposto 
dos respectivos estabelecimentos produtores, dos estabelecimentos atacadistas e das 
cooperativas de produtores, quando destinados aos seguintes estabelecimentos: 
 
I. Industriais que utilizem produtos como matéria-prima ou produto 
intermediário na fabricação de bebidas; 
II. Atacadistas e cooperativas de produtores; 
III. Engarrafadores dos mesmos produtos. 
 
De acordo com o Artigo 48 do decreto nº 7.212/2010, outros produtos poderão 
ser desembaraçados com suspensão do imposto: 
I - os produtos de procedência estrangeira importados diretamente pelos 
AN02FREV001/REV 4.0 
36 
 
 
concessionários das lojas francas. 
II - as máquinas, os equipamentos, os veículos, os aparelhos e os 
instrumentos, sem similar nacional, bem como suas partes, peças, acessórios e outros 
componentes, de procedência estrangeira, importados por empresas nacionais de 
engenharia, e destinados à execução de obras no exterior, quando autorizada a 
suspensão pelo Secretário da Receita Federal do Brasil. 
III - os produtos de procedência estrangeira que devam sair das repartições 
aduaneiras com suspensão do Imposto de Importação, nas condições previstas na 
respectiva legislação. 
 
Ainda sobre o decreto nº 7.212/2010, no Artigo 54 é descrito todos os produtos 
e mercadorias que são isentos do IPI: 
 
I - os produtos industrializados por instituições de educação ou de 
assistência social, quando se destinarem, exclusivamente, a uso próprio ou a 
distribuição gratuita a seus educandos ou assistidos, no cumprimento de suas 
finalidades. 
 
II - os produtos industrializados por estabelecimentos públicos e autárquicos 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que não se destinarem 
a comércio. 
III - as amostras de produtos para distribuição gratuita, de diminuto ou 
nenhum valor comercial, assim considerados os fragmentos ou partes de qualquer 
mercadoria, em quantidade estritamente necessária a dar a conhecer a sua natureza, 
espécie e qualidade, atendidas as seguintes condições. 
 
a) indicação no produto e no seu envoltório da expressão “Amostra Grátis”, 
em caracteres com destaque; 
b) quantidade não excedente de vinte por cento do conteúdo ou do número 
de unidades da menor embalagem da apresentação comercial do mesmo produto, 
para venda ao consumidor; 
c) distribuição exclusivamente a médicos, veterinários e dentistas, bem 
AN02FREV001/REV 4.0 
37 
 
 
como a estabelecimentos hospitalares, quando se tratar de produtos da indústria 
farmacêutica; 
 
IV - as amostras de tecidos de qualquer largura, e de comprimento até quarenta e 
cinco centímetros para os de algodão estampado, e até trinta centímetros para os demais, 
desde que contenham, em qualquer caso, impressatipograficamente ou a carimbo, a 
expressão “Sem Valor Comercial”, dispensadas desta exigência as amostras cujo comprimento não 
exceda de vinte e cincocentímetros e de quinze centímetros nas hipóteses supra, respectivamente. 
 
V - os pés isolados de calçados, conduzidos por viajante do estabelecimento 
industrial, desde que tenham gravada, no solado, a expressão “Amostra para 
Viajante”. 
VI - as aeronaves de uso militar e suas partes e peças, vendidas à União. 
VII - os caixões funerários. 
VIII - o papel destinado à impressão de músicas. 
 
IX - as panelas e outros artefatos semelhantes, de uso doméstico, de 
fabricação rústica, de pedra ou barro bruto, apenas umedecido e amassado, com ou 
sem vidramento de sal. 
X - os chapéus, roupas e proteção, de couro, próprios para tropeiros. 
 
XI - o material bélico, de uso privativo das Forças Armadas, vendido à União, 
na forma das instruções expedidas pelo Secretário da Receita Federal do Brasil. 
 
XIII - o veículo de fabricação nacional adquirido por funcionário das missões 
diplomáticas acreditadas junto ao Governo brasileiro, ao qual seja reconhecida a 
qualidade diplomática, que não seja de nacionalidade brasileira e nem tenha 
residência permanente no País, sem prejuízo dos direitos que lhe são assegurados 
no inciso XII, ressalvado o princípio da reciprocidade de tratamento. 
XV - os materiais e equipamentos saídos do estabelecimento industrial, ou 
equiparado a industrial, para a Itaipu Binacional, ou por esta importados, para 
AN02FREV001/REV 4.0 
38 
 
 
utilização nos trabalhos de construção da central elétrica da mesma empresa, seus 
acessórios e obras complementares, ou para incorporação à referida central elétrica, 
observadas as condições previstas no art. XII do Tratado entre a República Federativa 
do Brasil e a República do Paraguai, concluído em Brasília a 26 de abril de 1973. 
XVIII - os bens de passageiros procedentes do exterior, desembaraçados com aqualificação de bagagem tributada, com o pagamento do Imposto de 
Importação. 
 
XIX - os bens contidos em remessas postais internacionais sujeitas ao regime 
de tributação simplificada para a cobrança do Imposto de Importação. 
 
XX - as máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, bem como suas 
partes e peças de reposição, acessórios, matérias-primas e produtos intermediários, 
destinados à pesquisa científica e tecnológica, importados pelo Conselho Nacional 
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, por cientistas, pesquisadores 
e entidades sem fins lucrativos ativas no fomento, na coordenação ou na execução de 
programas de pesquisa científica e tecnológica ou de ensino devidamente 
credenciadas pelo CNPq. 
XXII - os seguintes produtos de procedência estrangeira, nos termos, limites 
e condições estabelecidos em regulamento próprio: 
 
a) troféus, medalhas, placas, estatuetas, distintivos, flâmulas, bandeiras e 
outros objetos comemorativos recebidos em evento cultural, científico ou esportivo 
oficial realizado no exterior ou para serem distribuídos gratuitamente como premiação 
em evento esportivo realizado no País. 
b) bens dos tipos e em quantidades normalmente consumidos em evento 
esportivo oficial. 
c) material promocional, impressos, folhetos e outros bens com finalidade 
semelhante, a serem distribuídos gratuitamente ou utilizados em evento esportivo 
oficial. 
d) bens importados por desportistas, desde que tenham sido utilizados 
por estes em evento esportivo oficial e recebidos em doação de entidade de prática 
AN02FREV001/REV 4.0 
39 
 
 
desportiva estrangeira ou da promotora ou patrocinadora do evento. 
 
XXIII - os veículos automotores de qualquer natureza, máquinas, 
equipamentos, bem como suas partes e peças separadas, quando destinadas à
AN02FREV001/REV 4.0 
40 
 
 
utilização nas atividades dos Corpos de Bombeiros, em todo o território nacional, 
nas saídas de estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. 
 
XXIV - os produtos importados destinados a consumo no recinto de 
congressos, feiras e exposições internacionais, e eventos assemelhados, a título de 
promoção ou degustação, de montagem ou conservação de estandes, ou de 
demonstração de equipamentos em exposição, observado que a isenção: 
 
a) não se aplica a produtos destinados à montagem de estandes, 
susceptíveis de serem aproveitados após o evento; 
b) está condicionada a que nenhum pagamento, a qualquer título, seja 
efetuado ao exterior, com relação aos produtos objeto da isenção; 
c) está sujeita a limites de quantidades e valor, além de outros requisitos, 
estabelecidos pelo Ministro de Estado da Fazenda; 
 
XXV - os bens de informática destinados à coleta eletrônica de votos, 
fornecidos diretamente ao Tribunal Superior Eleitoral, bem como: 
 
a) as matérias-primas e os produtos intermediários importados para serem 
utilizados na industrialização desses bens e dos produtos classificados sob os Códigos 
8471.60.52, 8471.60.61, 8473.30.49, 8504.40.21 e 8534.00.00 da TIPI a eles 
destinados. 
b) as matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de 
embalagem, de fabricação nacional, para serem utilizados na industrialização desses 
bens. 
 
XXVIII - os aparelhos transmissores e receptores de radiotelefonia e 
radiotelegrafia, os veículos para patrulhamento policial, as armas e munições, quando 
adquiridos pelos órgãos de segurança pública da União, dos Estados e do Distrito 
Federal. 
AN02FREV001/REV 4.0 
41 
 
 
 
 
 
4.7 ICMS (IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE 
MERCADORIAS E SERVIÇOS) 
 
É o principal imposto estadual e o de maior arrecadação. Incide sobre 
operações relacionadas à circulação de mercadorias, de serviços de transporte e de 
comunicações. O Imposto sobre Operações Relativo à Circulação de Mercadoria e 
sobre Prestação de Serviços de Transportes Interestaduais e Intermunicipal e de 
Comunicação. 
O ICMS é regulamentado pela através da legislação: 
a) Art. 155, II e § 2ª da CF/1988 (Constituição Federal). 
b) Lei Complementar nº 87 de 1996 (complementa os dispositivos 
constitucionais e traz regras gerais para a cobrança do ICMS, valido para todos os 
Estados). 
c) Lei nº 6.374/89 (instituidora do imposto no Estado de São Paulo). 
d) Decreto 45.490/200 (Aprova o Regulamento do ICMS no Estado de São 
Paulo - RICMS/SP). 
O ICMS é um imposto não cumulativo, ou seja, não é cobrado em todas as 
operações de circulação de mercadoria ou prestação de serviços (de transportes 
interestadual e intermunicipal e de comunicação) a que está sujeito. Dessa maneira, 
para evitar esta cumulatividade do imposto, ou a sua dupla tributação, faz-se a devida 
compensação dos valores que forem devidos com os valores já cobrados nas 
operações anteriores, seja no mesmo estado ou em outro do país. (CF/88 artigo 155, 
§§ 2º, inciso I) 
O contribuinte do ICMS é toda pessoa física ou jurídica que pratica a 
circulação de mercadorias, ou a prestação de serviços de transportes interestadual e 
intermunicipal e de comunicação. 
O ICMS é obrigatório às empresas comerciais, industriais, produtores rurais 
e prestadoras de serviços de transportes, seja interestadual e intermunicipal, além 
de empresas que prestam serviços de comunicação. Todas essas empresas 
necessitam ter o respectivo registro de Inscrição Estadual junto a Secretaria da 
AN02FREV001/REV 4.0 
42 
 
 
Fazenda do Estado, o qual é descrito com a abreviatura de “I.E.” e é composto por 
algarismos numéricos com 12 dígitos (111.222.333.444). 
Por meio da obtenção do número de registro da inscrição estadual, a empresa 
está devidamente registrada e pode executar operações com mercadorias ou 
serviços. 
O fato gerador do ICMS consta em toda e qualquer saída de mercadorias da 
empresa, seja comercial ou industrial. A esse respeito, o artigo 2º do RICMS/SP expõe 
que o fato gerador do ICMS consta de: 
1. Na saída de mercadoria, a qualquer título, de estabelecimento de contribuinte, 
ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular; 
2. No fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer 
estabelecimento, incluídos os serviços que lhe sejam inerentes; 
3. No fornecimento de mercadoria com prestação de serviços: 
a) Não compreendidos na competência tributária dos municípios; 
b) Compreendidos na competência tributária dos municípios, mas que, 
por indicação expressa de lei complementar, sujeitem-se à incidência do 
imposto de competência estadual; 
4. Na aquisição, em licitação promovida pelo Poder Público, de mercadoria ou bem 
importados do exterior e apreendidos ou abandonados; 
5. Na entrada, em estabelecimento de contribuinte, de mercadoria oriunda de outro 
Estado destinado a uso ou consumo ou ao ativo permanente; 
6. Na entrada, no território paulista, de lubrificantes e combustíveis líquidos e 
gasosos derivados de petróleo e de energia elétrica oriundos de outro Estado, 
quando não destinados à comercialização ou à industrialização; 
7. Na transmissão de propriedade de mercadoria ou de título que a represente, 
quando esta não transitar pelo estabelecimento do transmitente; 
8. Na transmissão de propriedade de mercadoria depositada em armazém geral ou 
em depósito fechado; 
9. No início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, 
por qualquer via; 
10. No ato final do transporte iniciado no exterior; 
AN02FREV001/REV 4.0 
43 
 
 
11. Na prestação onerosa de serviços de comunicação feita por qualquer meio, 
inclusive na geração, emissão, recepção, transmissão, retransmissão, repetição 
e ampliação de comunicação de qualquer natureza; 
12. No recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado ou iniciado no exterior; 
13. Na utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em 
outro Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subsequente 
alcançada pela incidência do imposto;14. Por ocasião da venda do bem arrendado, na operação de arrendamento mercantil. 
15. Na entrada em estabelecimento de contribuinte sujeito às normas do Regime 
Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas 
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - “Simples Nacional”, de 
mercadorias, oriundas de outro Estado ou do Distrito Federal. 
A base de cálculo é o valor que é designado pela legislação relacionada ao 
imposto. Por meio da legislação de cada estado da confederação é determinado 
qual é a base para a aplicação das alíquotas de cada mercadoria, obtendo-se assim, 
o valor do imposto que é correspondente. 
Nesse contexto, além da base de cálculo, também se necessita definir as 
alíquotas relacionadas ao imposto. As alíquotas são os valores percentuais, que são 
definidos por legislação sobre a base de cálculo, em que se consegue obter o valor 
do imposto. A legislação, como foi dito anteriormente, é específica para cada estado 
da confederação do Brasil. 
As Figuras 14 e 15 demonstram os valores de alíquotas do ICMS para os 
diversos estados do Brasil. 
AN02FREV001/REV 4.0 
44 
 
 
 
 
 
FIGURA 14 – VALORES DE ALÍQUOTAS DO ICMS PARA OS DIVERSOS 
ESTADOS DO BRASIL 
 
 
Alíquot
a 
Interna 
do 
ICM
S 
 
 
 
D E S T I N O 
O AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA 
 AC 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
R AL 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 AM 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
I AP 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 BA 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
G CE 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 
 DF 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 
E ES 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 
 GO 12 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 
M MA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 
 MT 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 
 MS 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 
 MG 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 18 7 
 PA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 17 
 PB 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 PR 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 
 PE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 PI 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 RN 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 RS 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 
 RJ 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 
 RO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 RR 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 SC 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 
 SP 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 12 7 
 SE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 TO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
AN02FREV001/REV 4.0 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 15 – VALORES DE ALÍQUOTAS DO ICMS PARA OS DIVERSOS 
ESTADOS DO BRASIL 
 
Alíquot
a 
Interna 
do 
ICMS 
 
 
 
D E S T I N O 
O PB PR PE PI RN RS RJ RO RR SC SP SE TO 
 AC 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
R AL 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 AM 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
I AP 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 BA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
G CE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 DF 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
E ES 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 GO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
M MA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 MT 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 MS 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 MG 7 12 7 7 7 12 12 7 7 12 12 7 7 
 PA 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 PB 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 PR 7 18 7 7 7 12 12 7 7 12 12 7 7 
 PE 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 PI 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 12 
 RN 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 12 12 12 
 RS 7 12 7 7 7 17 12 7 7 12 12 7 7 
 RJ 7 12 7 7 7 12 19 7 7 12 12 7 7 
 RO 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 12 
 RR 12 12 12 12 12 12 12 12 17 12 12 12 12 
 SC 7 12 7 7 7 12 12 7 7 17 12 7 7 
 SP 7 12 7 7 7 12 12 7 7 12 18 7 7 
 SE 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 17 12 
 TO 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 17 
AN02FREV001/REV 4.0 
46 
 
 
No estado de São Paulo, como exemplo, as alíquotas do ICMS utilizadas, de 
acordo com o art. 52 e seguintes do RICMS/SP são: 
I. Nas operações ou prestações internas, ainda que iniciadas no exterior, 
18% (dezoito por cento); 
II. Nas operações ou prestações interestaduais que destinarem 
mercadorias ou serviços a contribuintes localizados nos Estados das regiões Norte, 
Nordeste e Centro-Oeste e no Estado do Espírito Santo, 7% (sete por cento); 
III. Nas operações ou prestações interestaduais que destinarem 
mercadorias ou serviços a contribuintes localizados nos Estados das regiões Sul e 
Sudeste, 12% (doze por cento); 
IV. Nas prestações interestaduais de transporte aéreo de passageiro, carga 
e mala postal, em que o destinatário do serviço seja contribuinte do imposto, 4% 
(quatro por cento); 
V. Nas operações com energia elétrica, no que respeita aos fornecimentos 
adiante indicados: 
a) 12% (doze por cento), em relação à conta residencial que apresentar 
consumo mensal de até 200 (duzentos) kWh; 
b) 25% (vinte e cinco por cento), em relação à conta residencial que 
apresentar consumo mensal acima de 200 (duzentos) kWh; 
c) 12% (doze por cento), quando utilizada no transporte público 
eletrificado de passageiros; 
d) 12% (doze por cento), nas operações com energia elétrica utilizada em 
propriedade rural; 
VI. Assim considerada a que efetivamente mantiver exploração agrícola ou 
pastoril e estiver inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS. 
VII. Parágrafo único - O imposto incidente sobre o serviço prestado no 
exterior deverá ser calculado mediante aplicação da alíquota prevista no inciso I. 
Aplica-se 25%. 
VIII. Aplica-se a alíquota de 25% (vinte e cinco por cento) nas operações ou 
prestações internas com os produtos e serviços adiante indicados, ainda que se 
tiverem iniciado no exterior: 
a) Nas prestações onerosas de serviço de comunicação; 
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b) Bebidas alcoólicas, classificadas nas posições 2204, 2205 e 2208, 
exceto os códigos 2208.40.0200 e 2208.40.0300; 
c) Fumo e seus sucedâneos manufaturados, classificados no capítulo 24; 
d) Perfumes e cosméticos, classificados nas posições 3303, 3304, 3305 e 
3307, exceto as posições 3305.10 e 3307.20, os códigos 3307.10.0100 e 
3307.90.0500, as preparações antissolares e os bronzeadores, ambos classificados 
na posição 3304; 
e) Peleteria e suas obras e peleteria artificial, classificadas nos códigos 
4303.10.9900 e 4303.90.9900; 
f) Motocicletas de cilindrada superior a 250 centímetros cúbicos, 
classificadas nos códigos 8711.30 a 8711.50; 
g) Asas-delta, balões e dirigíveis, classificados nos códigos 8801.10.0200 
e 8801.90.0100; 
h) Embarcações de esporte e de recreio, classificadas na posição 8903; 
i) Armas e munições, suas partes e acessórios, classificados no capítulo 
93; 
 
 
j) Fogos de artifício, classificados na posição 3604.10; 
k) Trituradores domésticos de lixo, classificados na posição 8509.30; 
l) Aparelhos de sauna elétricos, classificados no código 8516.79.0800; 
m) Aparelhos transmissores e receptores (do tipo "walkie-talkie"), 
classificados no código 8525.20.0104; 
n) Binóculos, classificados na posição 9005.10; 
o) Jogos eletrônicos de vídeo (videojogo), classificados no código 
9504.10.0100; 
p) Bolas e tacos de bilhar, classificados no código 9504.20.0202; 
q) Cartas para jogar, classificada na posição 9504.40; 
r) Confetes e serpentinas, classificados no código 9505.90.0100; 
s) Raquetes de tênis, classificadas na posição 9506.51; 
t) Bolas de tênis, classificadas na posição 9506.6; 
u) Esquis aquáticos, classificados no código 9506.29.0200; 
v) Tacos para golfe, classificados na posição 9506.31; 
w) Bolas para golfe, classificadas na posição 9506.32; 
x) Cachimbos, classificados na posição 9614.20; 
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y) Piteiras, classificadas na subposição 9614.90; 
z) Álcool etílico anidro carburante. 
 
 
O ICMS necessita ser apurado mensalmentepelos estabelecimentos que 
realizaram operações com mercadorias ou serviços, e a responsabilidade pela 
apuração é do próprio estabelecimento. Os valores a serem recolhidos constarão da 
diferença entre os créditos de ICMS que a empresa conseguiu e os débitos 
respectivos. Se o saldo for devedor, a empresa faz o pagamento do referido imposto 
por meio do uso da Guia de Arrecadação Estadual (GARE-ICMS). 
Se o saldo for credor, ou seja, os valores de débitos são menores que os de 
crédito, então a empresa utiliza esse saldo para a apuração no mês seguinte. 
 
 
FIGURA 16 – IMAGEM DE IMPOSTOS NO BRASIL. 
 
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5 DEPARTAMENTO DE TRIBUTOS, GESTÃO E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
No contexto da gestão tributária, diante de todas as modificações vivenciadas 
pelas organizações na atualidade, pode-se afirmar que a corrente e perfeita gestão 
tributária necessita ser realizada por um departamento exclusivo da empresa, ou seja, 
as grandes e médias empresas precisam desvincular essas tarefas relacionadas, e 
referentes à gestão tributária dos demais setores da mesma, como o setor contábil ou 
financeiro, e agregando essas ações a um departamento que seja específico para 
conseguir fazer da gestão tributária, uma forma de agregação de valor para a empresa 
e como criação de vantagens competitivas. 
Desse modo, o departamento de tributos necessita ter autonomia e escopo 
para poder desenvolver todas as ações que são pertinentes ao processo tributário 
como um todo, buscando compreender todas as formas possíveis de conseguir 
gerar valor para a organização pela plena gestão das suas obrigações tributárias, 
porém com ações lícitas e honestas, pois o departamento de tributos não é o meio 
errado, ou ilícito da empresa, ou outro tipo de organização conseguir obter ganhos 
de forma desonesta. 
A intenção não é nesse aspecto, pois pode parecer que para ter algum 
ganho tributário é obrigatória a utilização de ações desonestas, como a evasão fiscal 
e a sonegação. 
Não é dessa forma que se deve proceder, pois as empresas necessitam 
recolher os seus impostos, por dois motivos principais: 1) o valor dos impostos é 
repassado para o preço que estão fazendo o pagamento ao governo. Desse modo, é 
obrigação da empresa fazer o recolhimento aos cofres públicos; 2) a sociedade atual 
exige-se que as empresas tenham uma postura de responsabilidade social e 
ambiental, onde entra nesse contexto, o perfeito pagamento de impostos, que são 
os recursos que o governo usará para custear as suas atividades sociais, como o 
pagamento de salários de profissionais da saúde, como médicos, de profissionais da 
educação, como professores, da polícia, etc., além de realizar investimentos 
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públicos, como a construção de escolas, casas populares, usinas hidrelétricas, entre 
tantas. 
Dessa maneira, as empresas têm que pagar os seus impostos. No entanto, 
existem algumas ações que são possíveis de serem realizadas, as quais são lícitas, 
corretas e permitidas pela enorme legislação tributária brasileira, como forma de se 
conseguir a redução dos impostos, e aumentando-se assim os ganhos das empresas. 
Assim sendo, caberá ao departamento de tributos estudar, analisar e buscar 
encontrar quais os melhores caminhos que a organização poderá realizar para que 
consiga cumprir as suas obrigações tributárias, tanto no aspecto de cumprir a lei, 
quanto no aspecto de desenvolver a sua responsabilidade social perante a sociedade 
civil, sejam os seus clientes, sejam os fornecedores, parceiros, etc., mas também 
como uma ferramenta para reduzir os valores pagos com os tributos, aumentando os 
seus lucros e provendo a permanência da empresa no mercado. 
Desse modo, o departamento de tributos necessita desenvolver duas 
atividades essenciais: 
1) Analisar, estudar e compreender todo o processo de negócios da 
empresa que atua, assim como a análise dos mercados, fornecedores, clientes, etc., 
bem como dos processos produtivos, do processo de comercialização e outros que 
porventura existirem a fim de identificar possíveis ações que possibilitem a redução 
dos valores dos tributos. Além disso, o departamento de tributos também precisa ter 
um amplo conhecimento de toda a legislação brasileira, tanto no aspecto tributário, 
mas no aspecto geral, conhecendo a constituição e todo o aparato de Normas, 
regimentos, portarias, leis complementares, etc. relacionados ao negócio que a 
empresa desenvolve e todas às nuances que o negócio envolve, a fim de perceber 
algumas brechas ou possibilidades que sejam viáveis de serem aplicadas ao negócio 
da empresa, no tocante aos aspectos tributários, e que possibilitarão algum tipo de 
redução nos pagamentos dos tributos, produzindo aumento de ganhos para a 
empresa, ou redução na carga tributária que a mesma terá que pagar aos cofres 
públicos naquele ano. 
2) Realizar a perfeita efetivação do pagamento de todas as obrigações 
tributárias e fiscais, em todo o seu escopo, identificando como os processos de 
recolhimento dos tributos necessitam ser feitos, pois os mesmos exigem uma grande 
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carga burocrática para a sua consecução, com impressão e geração de guias em 
vários formatos, autenticações de documentos fiscais, registros burocráticos em livros 
oficias, etc. Dessa forma, para conseguir o recolhimento dos tributos de forma correta, 
sem que haja alguma imputação de punições, como multas e outras formas existentes, 
e também para poder conseguir cumprir todas as obrigações tributárias são 
necessários que se construa um enorme referencial de documentos, guias, fichas, 
livros, etc., que são chamados de obrigações acessórias. Por exemplo, para 
conseguir-se fazer o correto recolhimento do imposto de renda, é necessário que se 
tenha arquivado todos os recibos, notas fiscais, boletos, etc. referentes aos ganhos 
e gastos da empresa, ou de pessoas físicas, no ano corrente, além de ter que baixar 
o software da Receita Federal do Brasil e fazer-se a declaração de imposto de 
renda, baseado em todos esses documentos, integrando-se as informações desses 
documentos com as informações geradas pelos seus emissores, onde, no final do 
processo, o software irá demonstrar o resultado da declaração. E não termina aí, 
pois ainda é necessário gerar-se a DARF para fazer-se o recolhimento do imposto 
referente, bem como fazer-se o pagamento do mesmo e arquivar os comprovantes de 
pagamentos por um período longo, entre cinco e dez anos. 
Desse modo, é um imenso trabalho que o departamento de tributos necessita 
desenvolver a fim de cumprir todas as legislações tributárias aplicadas ao seu negócio. 
Outro aspecto impactante é que a empresa é auditada e recebe inspeções constantes 
da Receita Federal, que podem verificar que existe algum tipo de falha e ainda aplicar 
algum tipo de punição a mesma, indo contrário ao objetivo principal do departamento 
de tributos, que é o de possibilitar ganhos para a empresa através da redução do 
pagamento de tributos. Quando acontece uma inspeção da Receita Federal e é 
aplicado algum tipo de multa, essas multas acabam sendo um adicional de custos 
para a empresa, que fazem diminuir o seu ganho e que põe em risco a existência do 
departamento de tributos. Assim, é um trabalho muito delicado, muito importante é 
que não pode apresentar erros. 
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6 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: CONCEITO, IMPORTÂNCIA E OBJETIVOS 
 
 
A gestão tributária consiste em uma série de atitudes e atividades que toda a 
empresa deve desempenhar no concernente ao recolhimento de tributos, mas com 
objetivos estratégicos para a organização, principalmente no aspecto tocante a 
economia tributária ou à redução de custos relativos ao pagamento de tributos. 
Desse modo, como já fora exposto, o departamento de tributos de uma 
empresa, ou outro tipo de organização que necessite

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