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Planejamento Tributário

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CONTEÚDO 
GESTÃO DE NEGÓCIOS 
 
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R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP:79002-130 
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Tiago Pereira Nocera CRB 1/2995 
 Portal Educação 
P842p Planejamento tributário / Portal Educação.- Campo Grande: Portal 
Educação, 2015. 
97p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-436-0399-5 
 
 1. Impostos. 2. Planejamento tributário. I. Portal Educação. II. Título. 
CDD 343.8104 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
 
1 O SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO ......................................................................................... 6 
1.1 CONCEITO ..................................................................................................................................... 6 
1.1.1 O sistema tributário ideal .......................................................................................................... 7 
1.2 O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS ............................................................. 8 
1.2.1 O planejamento tributário ......................................................................................................... 8 
1.2.1.1 Tipos de elisão (planejamento fiscal) ........................................................................................ 9 
1.2.1.2 Finalidades do planejamento tributário .................................................................................... 10 
1.2.1.3 Outros exemplos lícitos de como planejar redução tributária: .................................................. 11 
1.2.1.4 O planejamento tributário com base na ação de contestação ................................................. 15 
1.2.1.5 A avaliação do custo benefício ................................................................................................ 16 
1.2.2 O planejamento tributário com base nos incentivos fiscais ................................................. 17 
1.2.3 Diferenças entre sonegação fiscal e elisão fiscal (planejamento tributário) ....................... 18 
1.2.4 Atos ilícitos ................................................................................................................................ 19 
1.2.5 Planejamento tributário como obrigação dos administradores: .......................................... 20 
2 ORIGEM OU A FONTE DO DIREITO TRIBUTÁRIO ....................................................................... 22 
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES .................................................................................................. 22 
2.1.1 Fontes materiais ....................................................................................................................... 23 
2.1.2 Fontes formais .......................................................................................................................... 23 
2.1.2.1 Espécies de fontes formais: ..................................................................................................... 25 
2.1.2.1.1 A Constituição ....................................................................................................................... 26 
2.2 INSTRUMENTOS NORMATIVOS QUE CRIAM TRIBUTOS ......................................................... 27 
2.2.1 Medida provisória ..................................................................................................................... 28 
2.2.2 Lei complementar ..................................................................................................................... 29 
2.2.2.1 Cabe a lei complementar ......................................................................................................... 30 
2.2.3. Lei ordinária ............................................................................................................................. 31 
2.3 INSTRUMENTOS QUE REGULAMENTAM A LEI ......................................................................... 32 
2.3.1 Decreto legislativo .................................................................................................................... 32 
2.3.2 Resolução .................................................................................................................................. 33 
2.3.3 Decretos e regulamentos ......................................................................................................... 34 
2.3.4 Instrução ministerial ................................................................................................................. 34 
 
 
 
3 
2.3.5 Portaria ...................................................................................................................................... 34 
2.3.6 Ordem de serviço ...................................................................................................................... 34 
2.3.7 Normas complementares ......................................................................................................... 35 
2.4 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA .......................................................................................................... 35 
2.4.1 Conceito e abrangência ............................................................................................................ 35 
2.4.2 Vigência no tempo e no espaço .............................................................................................. 36 
2.4.3 Interpretação ............................................................................................................................. 37 
3 PRINCÍPIOS JURÍDICOS DA TRIBUTAÇÃO .................................................................................. 38 
3.1 PRINCÍPIOS .................................................................................................................................. 38 
3.2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS ....................................................................... 40 
3.3 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ....................................................................................................... 42 
3.4 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ................................................................................................ 43 
3.5 PRINCÍPIO DA IGUALDADE ......................................................................................................... 44 
3.5.1 Igualdade Formal ...................................................................................................................... 45 
3.5.2 Igualdade Material ..................................................................................................................... 46 
3.6 PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA ........................................................................... 49 
3.6.1 A vedação do confisco ............................................................................................................. 50 
3.6.2 Sempre que possível ................................................................................................................ 51 
3.6.3 O mínimo existencial ................................................................................................................ 52 
4 SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO ............................................................................................ 56 
4.1 TRIBUTO ....................................................................................................................................... 56 
4.2 BASESCLÁSSICAS DA TRIBUTAÇÃO ........................................................................................ 57 
4.3 CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS .............................................................................................. 57 
4.3.1 Quanto à finalidade de sua instituição .................................................................................... 57 
4.3.2 Quanto à vinculação receita/despesa: .................................................................................... 58 
4.3.3 Quanto à repercussão do ônus financeiro: ............................................................................ 58 
4.3.4 Quanto à função da matéria tributária e as condições do contribuinte: .............................. 58 
4.4 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS ............................................................................................................ 59 
4.4.1 Imposto ...................................................................................................................................... 61 
4.4.1.1 Artigos 145 I 1º e 167 IV da CF................................................................................................ 61 
4.4.1.2 Classificação ............................................................................................................................ 61 
4.4.1.2.1 Quanto a competência .......................................................................................................... 62 
4.4.1.2.2 Quanto ao ônus tributário ...................................................................................................... 62 
 
 
 
4 
4.4.1.2.3 Quanto à forma de quantificação .......................................................................................... 62 
4.4.1.2.4 Quanto ao CTN ..................................................................................................................... 63 
4.4.2 Taxas .......................................................................................................................................... 64 
4.4.2.1 Taxas de polícia ....................................................................................................................... 65 
4.4.2.2 Taxas de serviço ...................................................................................................................... 66 
4.4.3 Contribuições de Melhoria ....................................................................................................... 68 
4.4.3.1 Obras públicas ......................................................................................................................... 69 
4.3.3.1.1 Das Bases Legais ................................................................................................................. 69 
4.3.3.1.2 - Limite máximo individual e total .......................................................................................... 70 
4.4.3.1.3 Fato gerador ......................................................................................................................... 70 
4.4.4 Contribuições para fiscais ....................................................................................................... 71 
4.4.4.1 Classificação das Contribuições (Artigo 149 da Constituição Federal) .................................... 71 
4.4.4.2 Contribuições para a Seguridade Social (Artigo 195 da Constituição Federal) ........................ 73 
4.4.5 Empréstimo Compulsório ........................................................................................................ 74 
5 OS IMPOSTOS DO SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO ............................................................ 75 
5.1 CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS SEGUNDO A ESFERA DE COMPETÊNCIA ....................... 75 
5.1.1 Características .......................................................................................................................... 76 
5.2 IMPOSTOS DA COMPETÊNCIA DA UNIÃO ................................................................................. 78 
5.2.1 Imposto sobre Importação (II) .................................................................................................. 78 
5.2.2 Imposto sobre a Exportação (IE) ............................................................................................. 80 
5.2.3 Imposto sobre a Renda e Proventos (IR) ................................................................................ 82 
5.2.4 Imposto de Produtos Industrializados (IPI) ............................................................................ 84 
5.2.5 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). ......................................................................... 86 
5.3 IMPOSTOS DA COMPETÊNCIA DOS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL .................................. 87 
5.3.1 Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos 
(ITCMD) ............................................................................................................................................... 87 
5.3.2 Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações 
de Serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) .................. 88 
5.3.3 Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). .......................................... 91 
5.4 IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS ..................................................................................................... 91 
5.4.1 Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) ........................................ 92 
5.4.2 Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos, a Qualquer Título, por Ato Oneroso, de 
Bens Imóveis, por Natureza ou por Acessão Física, e de Direitos Reais sobre Imóveis, 
 
 
 
5 
exceto os de Garantia, bem como Cessão de Direitos e sua Aquisição (ITBI) ............................ 92 
5.4.3 Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - não compreendidos na área de 
incidência do ICMS – (ISSQN); ......................................................................................................... 92 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 94 
 
 
 
 
 
6 
1 O SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO 
 
 
Um Sistema Tributário se caracteriza por um conjunto de tributos que tem como função 
principal e primordial arrecadar recursos para custear as atividades do Estado que podem ser 
elencadas como educação, saúde, segurança, moradia, saneamento e outras. Estas funções 
são denominadas de função fiscal dos tributos. 
Mas além dessas funções podemos citar as denominadas de funções extrafiscais. Essas 
são utilizadas para a distribuição de renda e na questão da desigualdade social entre pessoas e 
regiões. Neste sentido, os tributos têm utilidade para proteção da economia nacional e estimular 
atividades produtivas para a geração de empregos, principalmente. 
 Ajudam no fomento do desenvolvimento e crescimento econômico e social, pois por 
meio das funções extrafiscais os governos podem promover a educação e a cultura, desonerar 
produção e fortalecer a economia formal. Bem como, garantir a função social da propriedade e 
das cidades, entre várias outras funções. 
Isto deve ser instituído pelos princípios que regem o direito tributário como os princípios 
da legalidade, da capacidade contributiva, do não confisco, anterioridade, da personalização do 
imposto, da igualdade tributária, da progressividade das alíquotas, conceitos que serão mais 
aprofundados. 
O Sistema Tributário Nacional (STN) vai ser compreendido, ainda, pela ampla legislação 
que o institui e o disciplina sendo estes a Constituição Federal, o Código Tributário Nacional, leis 
complementares, leis ordinárias, decretos-lei, decretos, portarias, resoluções, instruções. 
 
 
1.1 CONCEITO 
 
 
Conceituamos STN o conjunto de normasconstitucionais de natureza tributária, que faz 
parte do processo jurídico global e que se subordina e submete aos princípios fundamentais 
reciprocamente harmônicos, que é a própria Constituição Federal CF/88. 
Além da C/F, o STN é regulado pela Lei 5.172 de 25.10.66, Código Tributário Nacional 
(CTN) que é uma lei ordinária, que foi caracterizada como lei complementar pela Carta Magna 
(ADCT, artigo 34, parágrafo 5º). 
 
 
 
7 
O Sistema Tributário Nacional vai abranger impostos, taxas, contribuições de melhoria, 
sociais, de intervenção no domínio econômico, e de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, além dos chamados empréstimos compulsórios. 
Ao considerarmos a autonomia legislativa dos entes regionais e locais, é a existência 
dos princípios tributários que limitam o exercício da competência impositiva (capacidade de 
instituição tributária), aplicáveis em caráter nacional, que permite denominarmos o STN. Assim 
se caracteriza o STN, como o conjunto de tributos federais, estaduais e municipais existentes em 
âmbito da esfera nacional. 
 
 
1.1.1 O sistema tributário ideal 
 
 
O Sistema Tributário ideal se caracteriza pela promoção da justiça fiscal e a justiça 
social. Cabendo a aquele a redistribuição de renda, estimular a geração de empregos formais, 
incentivar a atividade produtiva, promoção do desenvolvimento econômico, respeito ao pacto 
federativo, distribuir, com igualdade, os encargos e recursos arrecadados. 
Ou seja, podemos afirmar que ele é ideal quando viabiliza os objetivos fundamentais da 
República, que estão previstos no artigo 3º da Constituição Federal: 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II – garantir o desenvolvimento nacional; 
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais; 
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação. (Constituição Federal do Brasil, p. 88). 
 
 
De acordo com Carneiro, 
 
Um sistema tributário desejável é aquele que desempenha quatro funções básicas: o 
financiamento das atividades estatais, a redistribuição justa de renda, a equalização 
das desigualdades regionais e a justa repartição das receitas entre os entes 
federados." (CARNEIRO, 2003, p.01) 
 
 
 
 
 
8 
Assim, o sistema tributário deve se valer da simplicidade, ser desburocratizado, célere, 
com leis sintetizadas, codificadas e não esparsas, respeitando a destinação de suas receitas. 
 
 
1.2 O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E OS ATOS ILÍCITOS 
 
 
1.2.1 O planejamento tributário 
 
 
No desenvolvimento das atividades empresariais, o administrador depara-se com uma 
variável com grandes reflexos nos seus resultados: que é o tributo. Este não é apenas relevante 
pelo seu elevado valor percentual, como o ICMS com alíquota média final da ordem de 20,4% 
(vinte inteiros e quatro décimos por cento). Ou mesmo a COFINS, com repercussão nos preços 
finais da ordem de 5% (cinco por cento) a 9% (nove por cento), dependendo da extensão da 
cadeia produtiva. Mas também se torna muito importante como variável a ser controlada no que 
diz respeito às suas formalidades legais, decorrentes de uma legislação extremamente complexa 
e instável. 
O planejamento tributário é o planejamento empresarial que tem como objeto os tributos 
e seus reflexos na organização, com o intuito de obtenção de economia no pagamento de 
impostos com procedimentos dentro dos parâmetros legais, ou seja, permitidos em leis. 
Caracteriza-se como uma atividade preventiva, que buscar analisar o tributo, identificar e 
projetar os atos e fatos tributáveis e seus efeitos, comparando os resultados prováveis para 
diversos casos, a fim de que se escolha a alternativa menos onerosa, sem sair da legalidade. 
O caráter preventivo do planejamento tributário ocorre pelo fato de não se poder 
escolher alternativas senão antes de se concretizar a situação. Após a concretização dos fatos, 
ao sujeito passivo da relação jurídico-tributária, que é o contribuinte, apresentam-se duas 
alternativas: pagar ou não pagar o tributo previsto em lei descrito a partir do fato gerador. A 
alternativa de não pagar se caracterizará como prática ilícita, sujeitando-se a empresa à ação 
punitiva do Estado, caso este venha a tomar conhecimento de tal prática. 
No Brasil, os tributos (impostos, taxas e contribuições) são uma das maiores parcelas 
dos custos das empresas. 
Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, o IBPT, 33 % do faturamento 
empresarial, no Brasil, se destina ao pagamento de tributos. Em relação a isso podemos analisar 
 
 
 
9 
o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro das empresas pode chegar a 51,51 % 
do lucro líquido apurado. Dos custos apurados conjuntamente com as despesas, os tributos 
representam mais da metade do valor. Assim, imprescindível à adoção de um sistema de 
economia legal. 
No Brasil, existem mais de 80 diferentes taxas, impostos e contribuições. Todos nós, 
direta ou indiretamente, somos contribuintes destes encargos. Por exemplo, quando você 
compra uma mercadoria qualquer no supermercado, está embutido no preço até 27,25%, 
dependendo do estado em que a compra está sendo feita, em tributos pagos pelo comerciante, 
somente a título de ICMS, PIS e COFINS. 
Nesse sentido, a lei a partir do princípio constitucional não deixa dúvidas que, o 
contribuinte pode agir no seu interesse, ou seja, planejar seus tributos é um direito tão essencial 
quanto planejar o fluxo de caixa, fazer investimentos, etc. 
 
 
1.2.1.1 Tipos de elisão (planejamento fiscal) 
 
 
Há duas espécies de elisão fiscal: 
1. aquela decorrente da própria lei e, 
2. a que resulta de lacunas e brechas existentes na própria lei. 
No caso da elisão, o planejamento fiscal que decorre da lei, se embasa no próprio 
dispositivo legal que o permite ou até mesmo o induz com o de economia de tributos. O 
legislador, neste caso, quis das ao contribuinte determinados benefícios fiscais. 
Como exemplo de elisão induzida por lei podemos citar os incentivos fiscais que tem no 
próprio texto legal benefícios que são dados aos seus destinatários. É o caso, por exemplo, dos 
Incentivos à Inovação Tecnológica (Veja mais a partir da Lei 11.196/2005). 
Já a segunda espécie, que resulta de lacunas e brechas existentes na própria lei, há 
hipóteses em que o contribuinte opta por configurar seus negócios de tal forma que se 
harmonize com um menor ônus tributário, utilizando-se de elementos que a lei não proíbe ou que 
possibilitem evitar o fato gerador de determinado tributo com elementos da própria lei. 
É o caso, por exemplo, de uma empresa de serviços que decide mudar sua sede para 
determinado município, visando pagar o ISS com uma alíquota mais baixa. A lei não proíbe que 
os estabelecimentos escolham o lugar onde exercerão atividades, pois os contribuintes possuem 
 
 
 
10 
liberdade de optar por aqueles mais convenientes a si, mesmo se a definição do local for 
exclusivamente com objetivos de planejamento fiscal. 
 
 
1.2.1.2 Finalidades do planejamento tributário 
 
 
Três são as finalidades do planejamento tributário: 
1) Evitar a incidência do fato gerador do tributo. 
Exemplo: Substituir a maior parte do valor do pró-labore dos sócios de uma empresa, 
por distribuição de lucros, pois a partir de janeiro/1996 eles não sofrem incidência do IR nem na 
fonte nem na declaração. Dessa forma, evita-se a incidência do INSS (20%) e do IR, na Fonte 
(27,5%) sobre o valor retirado como lucros em substituição do pró-labore. 
Outro exemplo de procedimento para evitar a ocorrência do fato gerador é a situação em 
que uma empresa, tendo oportunidade de vender seus estoques de produtos industrializados no 
mercado interno, ou para o mercado externo por preços aparentementeequivalentes, opta em 
atender o mercado externo. Com isso impediu a ocorrência de fato gerador do IPI e do ICMS, 
visto que ambos os impostos não incidem nas exportações para o exterior, contudo incidem nas 
vendas para o mercado interno. 
2) Reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a base de cálculo do tributo. 
Exemplo: ao preencher sua Declaração de Renda, você pode optar por deduzir até 20% 
da renda tributável como desconto padrão (com limite anual fixado) ou efetuar as deduções de 
dependentes, despesas médicas, plano de previdência privada, etc. Você certamente escolherá 
o maior valor, que lhe permitirá uma maior dedução da base de cálculo, para gerar um menor 
Imposto de Renda a pagar (ou um maior valor a restituir). 
Outro bom exemplo é o caso de contribuinte que, tendo a opção de apurar o IRPJ pelo 
lucro presumido, pelo lucro real, ou enquadrar-se no Sistema Simplificado de Recolhimento de 
Tributos Federais – SIMPLES, analisa detalhadamente a situação e depois decide pela 
sistemática que representa o menor desembolso. 
3) Retardar o pagamento do tributo, postergando (adiando) o seu pagamento, sem a 
ocorrência da multa. 
Exemplo: transferir o faturamento da empresa do dia 30 (ou 31) para o 1º dia do mês 
subsequente. Com isto, se ganha 30 dias adicionais para pagamento do PIS, COFINS, 
SIMPLES, ICMS, ISS, IRPJ e CSLL (Lucro Real por estimativa), se for final de trimestre até 90 
 
 
 
11 
dias do IRPJ e CSLL (Lucro Presumido ou Lucro Real trimestral) e 10 a 30 dias se a empresa 
pagar IPI. 
 
 
1.2.1.3 Outros exemplos lícitos de como planejar redução tributária: 
 
 
Verifique se as dicas se aplicam ou não a sua empresa, pois pode haver restrições 
legais que se referem à questão de aplicabilidade, ou de acordo com a forma de tributação 
escolhida (Lucro Real, Presumido, Simples) e outras características específicas que restrinjam o 
uso do planejamento que devem ser analisadas anteriormente a escolha da elisão fiscal. 
 LOJA VIRTUAL – DISTRIBUIÇÃO VIA ESTADO COM MENOR ICMS 
No caso de relação comercial virtual, ou seja, loja virtual, verifique previamente se não 
há possibilidade de operar a distribuição de seus produtos por meio de operação em estado com 
menor alíquota do ICMS para o consumidor final. No caso de produtos com substituição 
tributária, é necessário que se verifique as normas do estado para viabilizar a não cobrança do 
imposto, ou o ressarcimento da diferença do ICMS pago anteriormente sobre a base de cálculo 
maior. São planejamentos deste tipo que viabilizam um preço mais competitivo. 
Atenção: com a publicação do Protocolo ICMS 21/2011, as vendas não presenciais para 
os Estados que aderiram ao Protocolo estão sendo duplamente oneradas, pois deverá ser 
recolhida, a favor da unidade federada de destino da mercadoria ou bem, a parcela do ICMS – 
devida na operação interestadual em que o consumidor final adquire mercadoria ou bem de 
forma não presencial por meio de internet, telemarketing ou showroom. 
 BENS DE CONSUMO EVENTUAL: ECONOMIA DE IRPJ E CSLL - LUCRO 
REAL 
A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor não exceda a 5% do custo total 
dos produtos vendidos no exercício social anterior, poderá ser registrada diretamente como 
custo (parágrafo único do artigo 290 do Regulamento do Imposto de Renda). Como regra geral, 
toda a matéria-prima em estoque, no final do período, deveria ser inventariada e mantida em 
conta do Ativo. Porém, com relação aos materiais de consumo esporádico cujo valor não tenha 
sido superior a 5% do custo total dos produtos vendidos no exercício social anterior, as eventuais 
sobras não necessitam ser inventariadas, podendo ser levadas integralmente para custos. Desta 
forma, economizam-se IRPJ e CSLL devidos sobre o Lucro real. 
 
 
 
12 
 DESCONTOS FINANCEIROS X COMERCIAIS: ECONOMIA PARA 
FORNECEDOR E CLIENTE 
O desconto financeiro, condicionando a sua existência a evento definido (pagamento no 
prazo, fidelidade, etc.) é uma prática muito cara, em termos tributários. Recomendam-se as 
empresas que o pratica, a reverem seus procedimentos, adotando, em princípio, sua substituição 
pelo desconto comercial. 
Dessa forma, por exemplo, se desejar premiar os clientes que pagam pontualmente, 
bastaria conceder desconto relativo ao evento no próximo pedido de compra, como desconto 
comercial. A economia de tributos, para uma empresa comercial, optante pelo Lucro Presumido, 
pode chegar até 24,73% do valor do desconto concedido. O cálculo é o seguinte: 
Até 18% a título de ICMS 
3% a título de COFINS (alíquota do lucro presumido) 
0,65% a título de PIS (alíquota do lucro presumido) 
Até 2% a título de IRPJ/Lucro Presumido (8% x até 25% de alíquota do IRPJ) e até 
1,08% a título de CSLL/Lucro Presumido (12% x alíquota de 9% da CSLL). 
Interessante observar que, para o cliente, o desconto comercial também pode ser menos 
oneroso, já que, quando for tributado pelo Lucro Presumido, o custo tributário pode chegar a 
37,65 % do desconto financeiro obtido (IRPJ até 25%, CSLL até 9%, PIS e COFINS 3,65%). 
Como desconto comercial, este custo não existe. 
 REDUZINDO O IRPJ A PAGAR COM COMPENSAÇÕES NA FONTE 
Podem ser compensados, mediante dedução do IRPJ devido pelas empresas, os 
valores retidos na fonte, como: a) remuneração de serviços profissionais, comissões, 
propaganda e publicidade, limpeza, conservação de imóveis, segurança, vigilância e locação de 
mão de obra; b) rendimentos de aplicações financeiras; c) importâncias recebidas de entidades 
de administração pública federal, pelo fornecimento de bens e serviços; d) juros do capital 
próprio pago ou creditado por empresa da qual tenha participação societária. Base: Regulamento 
do Imposto de Renda (artigos 229 e 231). 
 ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR - DEDUÇÃO DO EXCESSO DE GASTOS 
Os valores aplicados pelas empresas optantes pelo Lucro Real no PAT (Programa de 
Alimentação ao Trabalhador), que excederem ao limite legal de dedução, poderão ser deduzidos 
em até 2 (dois) exercícios subsequentes. Basta controlar estes valores na Parte "B" do Livro de 
Apuração do Lucro Real e deduzi-los de acordo com sua efetiva utilização. Base: artigo 582 do 
Regulamento do Imposto de Renda. 
 
 
 
13 
 GASTOS COM VEÍCULOS - NÃO TRIBUTAÇÃO (INSS E FGTS) 
O valor pago pelas empresas para ressarcimento dos gastos dos empregados que 
utilizam seus veículos a serviço da empresa não sofrerá incidência de INSS ou FGTS, desde que 
devidamente comprovada a despesa (notas fiscais). Base: artigo 214, parágrafo 9, item XVIII do 
Regulamento da Previdência Social. 
 GANHO DE CAPITAL E TRIBUTAÇÃO 
O ganho de capital apurado na venda de bens do imobilizado deverá ser apurado por 
qualquer empresa, independentemente de ser optante pelo SIMPLES, Lucro Presumido ou Real, 
para fins de tributação do Imposto de Renda. 
O ganho de capital é a diferença positiva entre o valor de venda e o custo contábil. No 
caso das empresas optantes pelo Simples, o custo contábil é o valor corrigido do bem até 
31/12/1995 (utilizando-se a UFIR de 0,8287). Nas aquisições de 1996 em diante, não há mais 
correção do custo. Assim, a venda de um bem adquirido em 30/12/1994, por exemplo, terá uma 
correção de 25,219%, reduzindo assim o eventual ganho de capital e o respectivo pagamento do 
Imposto de Renda. Em relação às demais empresas, a determinação do ganho ou perda de 
capital terá por base o valor contábil do bem, assim entendido o que estiver registrado na 
escrituração e diminuído, se for o caso, da depreciação, amortização ou exaustão acumulada 
(artigo 418 do Regulamento do IR). 
O contribuinte poderá diferir a tributação do ganho de capital obtido na desapropriação 
de bens, desde que: 
I – transfira o ganho de capital para reserva especial de lucros; 
II – aplique, no prazo máximo de dois anos do recebimento da indenização, na aquisição 
de outros bens do ativo permanente, importânciaigual ao ganho de capital; 
III – discrimine, na reserva de lucros, os bens objeto da aplicação de que trata o inciso 
anterior, em condições que permitam a determinação do valor realizado em cada período de 
apuração (artigo 422 do Regulamento do Imposto de Renda). 
Está isento do imposto o ganho obtido nas operações de transferência de imóveis 
desapropriados para fins de reforma agrária (Constituição Federal, artigo 184, § 5º). 
 IPI - APROVEITAMENTO DE TODOS OS CRÉDITOS 
Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados poderão creditar-se do 
IPI em diversas hipóteses previstas no Regulamento do respectivo imposto, dentre as quais 
destacamos: 
 
 
 
14 
1. IPI pago na aquisição de materiais, inclusive os consumidos, destinados ao 
processo de industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero (artigo 11 
da Lei 9.779/1999). Nota: não confundir o crédito do IPI na aquisição de insumos (quando 
destacado o respectivo imposto) com os créditos de insumos com alíquota zero ou naquelas não 
tributadas (ou seja, quando não há destaque do imposto na nota fiscal). Os primeiros são 
créditos admissíveis, por Lei, enquanto os últimos não se constituem créditos – de acordo com 
julgamento do STF. 
2. Do imposto pago no desembaraço aduaneiro; 
3. Do imposto mencionado na nota fiscal que acompanhar produtos estrangeiros, 
diretamente da repartição que o liberou; 
4. Sobre produtos adquiridos com imunidade, isenção ou suspensão, quando 
descumprida a condição, em operação que dê direito ao crédito; 
5. Destacado nas notas fiscais relativas a entregas ou transferências simbólicas do 
produto, permitidas pelo Regulamento do IPI; 
6. De 50% do valor dos materiais adquiridos de comerciante atacadista não 
contribuinte, mediante aplicação da alíquota correspondente, para os estabelecimentos 
industriais. 
 CUSTO UNITÁRIO DE AQUISIÇÃO DO IMOBILIZADO 
O Regulamento do Imposto de Renda (artigo 301) permite que se deduza como despesa 
operacional, o custo unitário de bem imobilizado no valor de até R$ 326,61 – desde que para sua 
utilização não se exija um conjunto desses bens. 
Assim, ao invés de imobilizar o bem (débito a Ativo Imobilizado), efetua-se o lançamento 
a uma conta de resultado, reduzindo o montante tributável, no caso de empresa tributada pelo 
Lucro Real, com redução do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro. 
 DEPRECIAÇÃO ACELERADA CONTÁBIL - EM FUNÇÃO DOS TURNOS 
Em relação aos bens móveis, poderão ser adotados, em função do número de horas 
diárias de operação, os seguintes coeficientes de depreciação acelerada (Lei 3.470/1958, artigo 
69): 
I – um turno de oito horas................................ 1,0 
II – dois turnos de oito horas........................... 1,5 
III – três turnos de oito horas........................... 2,0 
 
 
 
15 
Portanto, a utilização da aceleração da depreciação contábil, quando há mais de um 
turno diário de operação, poderá permitir uma contabilização maior de encargos dedutíveis na 
apuração do resultado tributável. 
Base: artigo 312 do Regulamento do Imposto de Renda. 
 DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA – PESSOA JURÍDICA (DIPJ) 
Por ocasião da entrega da DIPJ, observe os seguintes procedimentos: 
1. Não deixe atrasar a entrega, pois isto gera multa. 
2. Verifique se todo o Imposto de Renda Retido na Fonte (aplicações financeiras, 
serviços, etc.) foi compensado. Caso tenha esquecido de compensar, efetue a compensação e 
utilize o valor pago a maior para abater o IRPJ no próximo recolhimento deste imposto. O 
mesmo procedimento é válido para CSLL, PIS e COFINS retidos por órgãos públicos ou outras 
retenções previstas pelo artigo 30 da Lei 10.833/2003. Caso haja crédito a utilizar, não se 
esquecer de elaborar a PER/DCOMP e, se for o caso, retificar DCTF / DACON. 
3. Cheque se todas as aplicações em benefícios fiscais no Lucro Real foram 
procedidas, como exemplo: Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT. 
4. Antes de entregar a declaração, faça a confrontação entre os cálculos de 
tributos a recolher, gerados pelo programa, e os DARF efetivamente recolhidos. Verifique 
especialmente as exclusões/deduções permitidas, que podem gerar valores recolhidos a maior e 
compensável (corrigidos pela SELIC) com recolhimentos futuros de tributos federais arrecadados 
pela SRF. 
5. Cruze os valores 
 
 
1.2.1.4 O planejamento tributário com base na ação de contestação 
 
 
O princípio mais elementar que norteia a relação jurídico-tributária é que todo tributo 
somente pode ser exigido se for instituído por lei (Art. 150, inciso I, da Constituição Federal). 
A obrigação tributária é “ex lege”, ou seja, ela somente surge se ocorrer uma situação 
que seja descrita por lei como suficiente para o seu surgimento (MACHADO, 1999, p. 97). Assim 
é permitida ao contribuinte, esta regulada por lei, a contestação nos seguintes casos: 
 Quando sentir que está sendo compelido a contribuir de forma mais onerosa do 
que a prevista na lei; 
 
 
 
16 
 Ou que a norma na qual se funda a exigência não se encontra de acordo com o 
ordenamento jurídico que regula a matéria. 
Nestes casos, quer seja para elidir uma exigência ante uma situação de fato, ou, 
apenas, hipoteticamente porque está prevista na norma reguladora. 
Portanto, quando o contribuinte se deparar com imposições por parte do Fisco, no que 
gere dúvidas com relação a sua licitude ou ainda quanto à aplicação de lei que determina que 
seja efetivado pagamento de tributo. Ou em casos em que a certeza de ser devedor não seja 
cristalina, deve o contribuinte consultar o advogado tributarista para manifestar-se sobre os 
aspectos jurídicos dessa lei, assim ensina Tavares (1991, p. 93). 
Por outro lado, da consulta ao advogado tributarista pode resultar na decisão de 
ingressar com uma ação de contestação da exigência na esfera administrativa ou judicial. A 
decisão de ingressar com uma ação de contestação devem ser precedidas de análise do 
ordenamento jurídico que regula a matéria. Também devem ser passíveis de análise a 
jurisprudência emanada do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos 
Tribunais Regionais e Estaduais. E também deve ser levada em consideração a doutrina 
predominante no país sobre a matéria especificamente a ser questionada. 
 
 
1.2.1.5 A avaliação do custo benefício 
 
 
A partir dos estudos de Tavares (1991, p.102) conclui-se que recorrer de uma exigência 
do Fisco, ou apenas hipoteticamente por previsão legal, é um direito do contribuinte assegurado 
pela Constituição (Art. 5º, inciso XXXIV, alínea a). Mas, cabe ao contribuinte diante desta 
possibilidade, analisar a questão sob a ótica do custo/benefício. 
Enfim deve avaliar do ponto de vista econômico, o que mais lhe convém, tendo em vista 
os valores a serem discutidos no processo, comparando-os com os custos, com os honorários 
advocatícios, taxas processuais e o tempo dispendido com processo ou até mesmo a 
deterioração do relacionamento com a administração tributária, que pode a impugnação causar. 
Um exemplo de fator a ser considerado no planejamento das ações da organização será 
aquela que diz respeito à decisão de se ingressar com uma ação de impugnação na esfera 
administrativa. Ou se somente no caso de não alcançar êxito recorrer ao judiciário ou então 
ingressar logo com a ação na esfera judicial. 
 
 
 
17 
Pode o contribuinte pleitear em causa própria e não somente por intermédio de 
advogado (§ 2º do Art. 16 do Decreto Federal n.º 70.235, de 06 de março de 1972, que dispõe 
sobre o processo administrativo fiscal), o que minimiza os custos administrativos. Além disso, 
acrescenta-se o fato de que nesta esfera não são cobradas custas ou emolumentos, o que pode 
se tornar bem mais econômico para o contribuinte. Sobretudo se ele próprio tiver bom domínio 
das questões tributárias e do seu ordenamento jurídico. 
Mascabe ressaltar que o contribuinte ao analisar a situação, antes de se decidir pelo 
ingresso da ação, deve considerar primeiro as decisões (acórdãos) dadas pelos órgãos de 
julgamento administrativos e pelos tribunais em casos semelhantes para avaliar suas reais 
possibilidades de êxito, podendo até mesmo atribuir um percentual de sucesso, como forma de 
verificar a viabilidade ou não da ação. 
 
 
1.2.2 O planejamento tributário com base nos incentivos fiscais 
 
 
Os incentivos fiscais, assim entendidos como as desonerações tributárias ou renúncias 
fiscais a que se submetem as entidades titulares do poder de tributar, são instituídos como forma 
de alavancar a atividade econômica de determinados setores ou produtos. Mas também é 
campo de atuação do planejamento tributário, em especial para identificar as situações mais 
favoráveis para cada tipo de empresa, bem como a solidez do incentivo, possibilitando a sua 
incorporação ao patrimônio da pessoa jurídica. 
Para que o incentivo fiscal tenha garantias, faz-se necessário que seja concedido com a 
observância dos preceitos do § 6º do Art. 150 da Constituição que determina: 
 
Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito 
presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só 
poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que 
regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo 
ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2º, XII. (Constituição da 
República Federativa do Brasil. § 6º do Art. 150, 1988). 
 
O instituto mais comum para a concessão de incentivos fiscais é a isenção, que consiste 
em dispensar o crédito tributário, nos termos de lei da entidade competente para exigir o crédito. 
 
Segundo Carvalho, 
 
 
 
18 
A isenção pode ser concedida em caráter geral, isto é, independente de expedientes 
da administração, ou sob condição de controle administrativo, em que o agente 
público competente apreciará o preenchimento dos requisitos básicos que a lei ou o 
contrato (nos termos da lei) estipular. Na segunda hipótese, como determina o art. 
179 (CTN), o interessado deverá requerer, fazendo prova do seu enquadramento nos 
pressupostos legais. (CARVALHO, 1991, p.336) 
 
O Art. 178 do CTN também vai dispor sobre a isenção: “A isenção, salvo se concedida 
por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por 
lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104”. 
Assim conclui-se, a partir do art. 178, do CTN, e também da abordagem trazida por 
CARVALHO (1991, p. 170), que a isenção concedida por prazo certo e sob determinadas 
condições somente pode ser revogada depois de expirado o seu prazo de vigência ou se não 
forem cumpridas as condições para a sua concessão. Logo, é este tipo de isenção que gera 
maior nível de confiabilidade, servindo de garantias para que as empresas possam fazer seus 
investimentos com maior segurança. 
Há de se convir que as isenções concedidas em caráter geral também devem ser 
consideradas pelo planejamento tributário, contudo não são elas incorporadas ao patrimônio da 
pessoa jurídica. E, portanto não podem ser os instrumentos em função dos quais se vão tomar 
decisões de investimentos ou outros procedimentos onerosos. As isenções serão, porém, bem 
vindas, se puderem ser usufruídas independentemente de contrapartidas. 
 
 
1.2.3 Diferenças entre sonegação fiscal e elisão fiscal (planejamento tributário) 
 
 
A fraude ou sonegação fiscal consiste em utilizar procedimentos que violem diretamente 
a lei fiscal ou o regulamento fiscal. É uma fraude dificilmente perdoável porque ela é flagrante e 
também porque o contribuinte se opõe conscientemente à lei. Os juristas a consideram como 
repreensível. 
Já no planejamento tributário, sem ter relação com a fraude propriamente dita, se admite 
que os contribuintes tenham o direito de recorrer aos seus procedimentos preferidos, autorizados 
ou não proibidos pela lei, mesmo quando este comportamento prejudica o Tesouro. 
 
 
 
 
 
 
19 
1.2.4 Atos ilícitos 
 
 
A prática de atos lícitos com o objetivo de evitar a concretização do fato imponível é o 
que tecnicamente se denomina elisão fiscal, assim ensina Latorraca (1972, p. 20). 
A elisão fiscal vai diferir da evasão fiscal, pois esta última decorre da prática de atos 
ilícitos que, segundo Carvalho (1991, p. 345-346) podem caracterizar SONEGAÇÃO ou 
FRAUDE. 
SONEGAÇÃO FISCAL: é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, 
total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: 
1) da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou 
circunstâncias materiais; 
2) das condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária 
principal ou o crédito tributário correspondente. 
A lei nº 4.729, de 14 de julho de 1965, em seu Art. 1º define o crime de sonegação fiscal, 
como se segue: 
 
Art. 1º Constitui crime de sonegação fiscal: 
I – prestar declaração falsa ou omitir, total ou parcialmente, informação que deva ser 
produzida a agentes das pessoas jurídicas de direito público interno, com a intenção 
de eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento de tributos, taxas e quaisquer 
adicionais devidos por lei; 
II – inserir elementos inexatos ou omitir rendimentos ou operações de qualquer 
natureza em documentos ou livros exigidos pelas leis fiscais, com a intenção de 
exonerar-se do pagamento de tributos devidos à Fazenda Pública; 
III – alterar faturas e quaisquer documentos relativos a operações mercantis com o 
propósito de fraudar a fazenda pública; 
IV – fornecer ou emitir documentos graciosos ou alterar despesas, majorando-as, 
com o objetivo de obter dedução de tributos devidos à Fazenda Pública, sem 
prejuízo das sanções administrativas cabíveis; 
V – exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário da paga, 
qualquer porcentagem sobre a parcela dedutível ou deduzido do Imposto sobre a 
Renda como incentivo fiscal. (Lei nº 4729, de 14 de Julho de 1965. p. 01). 
 
A lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, no seu artigo 1º define os crimes contra a 
ordem tributária, praticados por particulares, da seguinte forma: 
 
Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou 
contribuição Social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 
I – omitir informações, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; 
II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitiroperação 
de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal. 
 
 
 
20 
III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro 
documento relativo à operação tributável; 
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva 
saber falso ou inexato; 
V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento 
equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente 
realizada, ou fornecer em desacordo com a legislação. (Lei n º8.137, p.1) 
 
Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou 
parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou 
modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, 
ou a evitar ou diferir o seu pagamento. 
Tem-se, pois, que a fraude não é ato lícito, o contribuinte age deliberadamente contra os 
ditames legais com o objetivo de fugir do ônus tributário. Assim há distorção abusiva das formas 
jurídicas ou pelo ato simulado assim, não é instrumento do planejamento tributário. Ou seja, para 
se caracterizar elisão fiscal há que se haver por parte do contribuinte a legítima economia de 
tributos, faz-se e um procedimento permitidopela legislação pertinente que evite a ocorrência do 
fato gerador ou adote uma alternativa também legal para reduzir a carga tributária, como já foi 
abordado acima. 
O Código Civil Brasileiro define o ato simulado, assim como alguns dos seus efeitos. 
 
Art. 102 – Haverá simulação nos atos jurídicos, em geral: 
I – quando aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas das a 
quem, realmente, se confere, ou transmitirem. 
II – quando contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira. 
III – quando os instrumentos particulares forem antedatados ou pós-datados. 
Art. 105 – Poderão demandar a nulidade dos atos simulados os terceiros lesados 
pela simulação, ou os representantes do poder público, a bem da lei ou da fazenda. 
(Código Civil Brasileiro, p.157) 
 
 
1.2.5 Planejamento tributário como obrigação dos administradores: 
 
 
A Lei 6.404/1973 (Lei das S/A) prevê a obrigatoriedade do planejamento tributário, por 
parte dos administradores de qualquer companhia, pela interpretação do artigo 153: "O 
administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e a 
diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios 
negócios". 
 
 
 
21 
Portanto, antes de ser um direito, uma faculdade, o Planejamento Fiscal é obrigatório 
para todo bom administrador. Desta forma, no Brasil, tem ocorrido uma "explosão" do 
Planejamento Tributário como prática das organizações. No futuro, a omissão desta prática irá 
provocar o descrédito daqueles administradores omissos. 
Atualmente, pouco se tem notícia de causa ou ação, proposta por acionista ou 
debenturista com participação nos lucros, neste sentido. Mas, no futuro, a inatividade nesta área 
poderá provocar ação de perdas e danos por parte dos acionistas prejudicados pela omissão do 
administrador em perseguir o menor ônus tributário. 
 
 
 
 
22 
2 ORIGEM OU A FONTE DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
A palavra fonte significa origem ou causa de alguma coisa. Fonte do direito tributário 
refere-se à origem do direito tributário. Cabe também o conceito de ponto originário de onde 
provem ou nasce à norma jurídica. 
Somente a Lei (regra escrita expedida pelo poder competente, dotada de 
obrigatoriedade e generalidade para ordenar condutas humanas) é fonte do direito tributário. 
Ficaram excluídas a doutrina, jurisprudência e costume. 
São considerados como fontes do direito tributário os modos de expressão do Direito. 
Nos sistemas de Direito escritos, a fonte básica é a lei, abrangendo a lei constitucional; as leis 
complementares; as leis ordinárias; as leis delegadas; as medidas provisórias; os decretos 
legislativos; as resoluções; os tratados e convenções internacionais; e as fontes formais 
secundárias. 
No Direito Tributário, centrado no princípio da legalidade, a lei exerce o papel de notória 
importância. Outros atos, sem o status da lei, podem atuar em assuntos preteridos da tributação, 
como a aprovação de formulários de prestação de informações de guias de recolhimento etc. 
A validade da fonte do Direito está vinculada à autoridade do órgão estatal que a 
elabora, nos termos da Constituição Federal. Entende-se por fontes do Direito os seus focos 
ejetores, o conjunto de normas jurídicas, bem como os órgãos estatais propriamente ditos 
habilitados a produzirem tais normas. O Direito visto sob a ótica de Miguel Reale possui uma 
natureza tridimensional, formado por fatos, normas e valor. Os fatos são considerados as fontes 
reais ou materiais do Direito; as normas, as fontes formais; já o valor é a demonstração de 
ligação, a subsunção do fato à norma feita pelo operador jurídico por meio de métodos 
hermenêuticos válidos. "À pergunta: “Onde vamos conhecer o direito”?" Ou à pergunta: "onde 
está o direito aplicável a determinado problema?" Responde-se: "Nas fontes". Portanto, fonte é a 
forma pela qual o direito se revela. 
 
 
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES 
 
 
O direito tributário possui fontes formais e materiais. 
 
 
 
 
23 
2.1.1 Fontes materiais 
 
 
São os pressupostos básicos da tributação. As fontes materiais são os fatos do mundo 
real sobre os quais haverá a incidência tributária. São os bens em geral, utilizados pelo 
legislador como veículos de incidência tributária. São os fatos geradores da incidência tributária. 
Esses bens por servirem de suporte ao fenômeno tributário são conhecidos como fatos 
imponíveis. 
A fonte real, portanto, é a ocorrência do fato que define a geração da obrigação 
tributária. Conforme o artigo 114 do Código Tributário Nacional, fato real é a situação definida em 
lei como necessária e suficiente na determinação de um fenômeno tributário. 
A situação para a ocorrência é sempre um fato, descrito na norma legal, que, uma vez 
ocorrido em concreto, gera a obrigação de pagar o tributo. É descrito na norma legal que existe a 
incidência do imposto sobre serviços e mercadorias (ICMS). Porém, a efetiva geração da 
obrigação de pagamento do tributo se dá na circulação, seja na compra, na venda de serviços ou 
mercadorias. 
Exemplo: Os produtos industrializados, as operações de crédito, o patrimônio, a renda, 
os serviços, etc. 
 
 
2.1.2 Fontes formais 
 
 
 As fontes formais são os atos normativos que introduzem regras tributárias no sistema. 
As fontes formais são formadas pelas normas constitucionais, emendas constitucionais, leis 
complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e 
resoluções (art. 59 da CF). As normas jurídicas que regulam o procedimento administrativo e as 
normas jurídicas que dispõem sobre a tutela jurisdicional em matéria tributária constituem as 
fontes formais do Direito Tributário Material, do Direito Administrativo Tributário e o Direito 
Tributário Processual. 
As fontes formais do Direito Tributário são as normas jurídicas consideradas em seu 
sentido amplo. O fato gerador, assim, não se confunde com a sua descrição abstrata formal, 
denominada hipótese de incidência, ou tipo tributário. Mas as fontes do Direito Tributário são 
mais amplas que a simples definição hipotética do fato jurígeno em lei, pois por fontes do direito 
 
 
 
24 
entende-se o conjunto de normas positivas que integram o sistema jurídico-constitucional. Assim, 
devemos distinguir adequadamente lei e legislação, conceitos que desenvolveremos abaixo. 
Primeiramente, devem-se distinguir as fontes de conhecimento, o veículo normativo que contém 
as normas jurídicas (iuscognoscendi), das fontes de produção, o órgão ou poder competente 
para produzi-las – o poder legislativo (iusessendi). 
O Código Tributário Nacional foi alçado à categoria das leis complementares pelo art. 
146 da Constituição de 1988, em seu Livro Segundo, refere-se às normas gerais de Direito 
Tributário, mas podemos ali detectar o emprego da terminologia anteriormente referida. Por lei 
compreende-se toda norma geral, abstrata, inovadora e obrigatória, editada validamente pelo 
poder competente, coativamente imposta à sociedade. Lei origina-se do verbo ligar, pois 
determina a ação ou omissão de alguém. No entanto, a técnica jurídica determina que tal 
conceito abrange especificações próprias. Referimo-nos à lei em sentido formal quando nos 
deparamos com o ato jurídico emanado do Poder Legislativo como estabelecido pela 
Constituição da República; já por lei em sentido material compreendemos o significado de norma 
jurídica definidora de fatos em abstrato, escolhidos por manifestarem capacidade econômica 
suficiente para figurarem como núcleo da regra hipotética integrante do Direito positivo. 
Nessa direção, há que se ressaltar, ainda, outra nomenclatura, sempre com o objetivo 
de obter a precisão semântica: por lei em sentido amplo (lei lato sensu) compreende-se o ato 
jurídico que se adequa aos conceitos de lei em sentido formal ou lei em sentido material; já lei 
em sentidoestrito (lei stricto sensu) entende-se apenas as normas jurídicas editadas nos termos 
da CRFB/88, compreendendo simultaneamente os conceitos de lei em sentido formal e lei em 
sentido material. 
O art. 96 do CTN, ao referir-se à legislação tributária, exige a edição de lei em sentido 
amplo como referência às fontes formais como um todo. Não obstante, o princípio da legalidade 
estrita está previsto no art. 97 do mesmo diploma legal, o qual exige a edição de lei em sentido 
estrito para: criar ou extinguir tributos; fixar, majorar ou reduzir suas alíquotas ou base de 
cálculo; definir os aspectos abstratos do fato gerador; cominar sanções pelo descumprimento de 
obrigação principal ou acessória; definir hipóteses de exclusão, suspensão e extinção do crédito 
tributário, além de redução ou dispensa de penalidades. 
Logo, as fontes formais constituem o Direito Tributário Positivo, o conjunto de normas 
que compõem esse ramo da ciência jurídica e, assim, todas, as disposições legislativas ou 
regulamentares que validamente disciplinam a determinação, a apuração, o controle e o 
procedimento de formalização do crédito tributário. Pode-se dividi-las, ainda, em fontes do Direito 
material, fontes do Direito procedimental, do Direito processual administrativo, e fontes do Direito 
 
 
 
25 
processual judicial em matéria tributária. Sobre sua estrutura teórica versa a presente 
dissertação, sugerindo soluções a alguns aspectos práticos que suscitam controvérsias, a fim de 
comprovar as ilações que emanam da pesquisa bibliográfica realizada, sempre tendo como meta 
a busca de um sistema jurídico harmônico, que visa preservar os direitos fundamentais prima 
facie dos contribuintes dentro do contexto das recitas publicas coativas e despesas públicas. 
Para tanto, deve-se adotar a técnica de Miguel Reale (1968, p. 201) para averiguar a ocorrência 
fática objeto da dúvida detectada (fato), determinando o alcance e a validade das normas 
jurídicas aplicáveis (norma), pronunciando o resultado da subsunção do fato à norma (valor ou 
valoração), buscando seu fundamento na teoria dos direitos fundamentais como teoria estrutural 
do Estado de Direito formulada por Robert Alexy (1988, p. 139-151). 
As fontes formais podem ser agrupadas em um quadro sinótico, como decorrência do 
disposto pela Carta Política, arts. 24, I; 59; 84, IV; e 146, e tendo em vista o estatuído pelo CTN, 
arts. 96 a 100, "é de suma importância, até essencial, tanto para o aplicador da lei tributária, 
quanto para o contribuinte, o conhecimento dos meios de exteriorização e reconhecimento do 
direito tributário". A estratificação constitucional do princípio da legalidade nos leva a abordar 
com destaque a Lei Fundamental como meio de expor a teoria que suporta a aplicação da 
reserva legal no âmbito da tributação, e referir apenas às características essenciais das demais 
fontes formais, destacando os aspectos que são atinentes a presente dissertação. 
 
 
2.1.2.1 Espécies de fontes formais: 
 
 
 Fontes formais primárias (principais ou imediatas): São fontes que modificam o 
ordenamento jurídico. 
As fontes formais principais do Direito tributário positivo estão elencadas no art. 59 da 
CRFB/88. Inclui-se nesse rol de forma implícita o próprio texto constitucional originário, embora 
esteja em um patamar superior tendo em vista o princípio da supremacia da Constituição perante 
o ordenamento jurídico, bem como da rigidez constitucional. Assim, tendo como premissa válida 
que a reserva legal é um dos princípios estruturantes do Estado fiscal de direito, a exação 
somente será válida se seu fundamento de validade encontrar guarida nas disposições 
fundamentais. Destarte, assume relevo ao presente estudo as análises teoréticas da 
Constituição, não sendo possível compreender o real alcance do princípio da legalidade tributária 
 
 
 
26 
fora da dogmática constitucional, pois o contrário seria a sua exclusão da máxima de 
proporcionalidade, e, portanto, da noção de Estado de Direito. 
 Exemplos de fonte formais primárias: Constituição Federal, emenda constitucional, lei 
complementar, lei ordinária, lei delegada, decreto legislativo, resolução e etc. 
 Fontes formais secundárias: Diferentemente das fontes primárias, não 
modificam o ordenamento jurídico, apenas conferem executividade aos dispositivos primários. 
São fontes formais secundárias são normas execução das fontes principais, não podendo inovar 
o ordenamento jurídico por elas estabelecido. Tratam de decompor o seu conteúdo visando 
torná-las eficazes. Mas vinculam a atividade administrativa. Ex.: Decreto regulamentar, 
regulamento, instruções ministeriais, ordens de serviço, normas complementares e etc. 
 
 
2.1.2.1.1 A Constituição 
 
 
Constituição, em sentido amplo, abrange a noção de constituir, estabelecer, organizar ou 
formar algo. No entanto, para o Direito, o vocábulo possui um sentido próprio. Segundo 
Alexandre de Moraes, a Constituição corresponde a "lei fundamental ou suprema do Estado, que 
contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de 
governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e 
deveres dos cidadãos". Tal conceito é semelhante ao de José Afonso da Silva que, de forma 
sintética, afirma ser a Constituição o "conjunto de normas que organiza os elementos 
constitutivos do Estado". 
Verifica-se, entretanto, que tais conceitos são superficiais, embora em ambas as 
definições a noção de sistema normativo fundamental do Estado está presente. Esse é o objeto 
do estudo do Direito constitucional, pois se trata do ramo do Direito Público que analisa e 
sistematiza os princípios e normas essenciais que formam a estrutura do Estado, onde se 
encontra a disciplina da atividade financeira do Estado. O objeto do Direito Constitucional é, 
assim, a Constituição política do Estado. Dessa forma, a análise do sistema constitucional 
tributário deve ser feita em consonância sistêmica com o conjunto dos enunciados fundamentais, 
do qual é parte essencial. Os princípios jurídicos fundamentais sobre a tributação se interagem 
harmonicamente com as demais disposições constitucionais por meio da ponderação dos 
valores constitucionais, o que constitui a principal forma de ser conferida força normativa à Lei 
 
 
 
27 
Fundamental, evitando-se que se transforme em "simples pedaço de papel" (einStükPapier) 
descritivo de forças políticas e despido de juridicidade. 
O Direito Tributário é parte integrante da Constituição jurídica, e busca no Direito 
Constitucional seu fundamento de validade, razão pela qual não é prudente sob o ponto de vista 
hermenêutica o desvincular da interdisciplinaridade do Direito. Por sua vez, conteúdo científico 
do Direito Constitucional engloba o Direito Constitucional Positivo ou Particular, o qual tem como 
objeto o estudo de uma Constituição concreta, interpretando-a como norma vigente; o Direito 
Constitucional comparado, ou o método comparativo de análise entre as Constituições, extinto 
ou positivo, visando o aprimoramento do Direito Constitucional interno; e o Direito Constitucional 
Geral, ciência que estuda o conceito de Direito Constitucional, suas relações com outras 
disciplinas, suas fontes, evolução e hermenêutica, com o escopo de estabelecer princípios 
genéricos e pontos de contato entre os Estados que adotam uma forma de governo semelhante. 
No entanto, a transposição de institutos jurídicos estrangeiros ao modelo nacional requer a sua 
adaptação à forma e ao modelo de Estado adotado no Brasil, a fim de ser preservada a intenção 
do legislador constituinte originário. 
 
 
2.2 INSTRUMENTOS NORMATIVOS QUE CRIAM TRIBUTOS 
 
 
Noções gerais: 
A Constituição Federal não criou nenhum tributo, apenas estabeleceu competência 
(regra matriz de cada tributo) para que as pessoas políticas os criassem por meio de lei(Princípio da legalidade). Portanto, é a lei que obriga o pagamento do tributo e não a 
Constituição Federal. 
Da mesma forma que só é possível criar ou majorar tributos por meio de lei, também só 
é possível diminuir ou isentar tributos, perdoar débitos, descrever infrações e cominar sanções, 
criar obrigações acessórias e etc., por meio de lei (art. 97 do CTN). 
Instrumentos normativos que criam tributos são: 
 
- Medida provisória; 
 
- Lei complementar; 
 
 
 
 
28 
- Lei ordinária. 
 
 
 
 
 
 
2.2.1 Medida provisória 
 
 
A medida provisória (MP), embora tenha força de lei, não é lei. Embora seja um ato sob 
condição (condição de ser um dia aprovada pelo Congresso Nacional), é vigente e eficaz. 
“Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional” (art. 62 
da CF/88). 
A MP vigora por 60 dias, prorrogável por mais 60. Após este prazo, se o Congresso 
Nacional não aprová-la, convertendo-a em lei, a MP perderá sua eficácia. De acordo com 
Lacombe apud por Abrantes et. all eficácia é a capacidade de atingir resultados válidos, ou seja, 
que precisam ser atingidos. 
A CF/88 proíbe a reedição de uma MP na mesma sessão legislativa, que tenha sido 
expressamente rejeitada no Congresso Nacional ou que tenha perdido sua eficácia por decurso 
de prazo, podendo ser confirmada na sessão legislativa seguinte. 
A medida provisória que implicar em instituição (criação) ou majoração (aumento) de 
impostos, salvo imposto sobre importação (II), imposto sobre exportação (IE), imposto sobre 
produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações financeiras (IOF) e imposto 
extraordinário, só entrará em vigor (produzirá efeitos) no exercício financeiro seguinte se tiver 
sido convertida em lei até o último dia daquele exercício em que foi editada (art 62, §2º da 
CF/88/88). 
As MPs são utilizáveis para a criação de impostos extraordinários de guerra e para a 
instituição de empréstimos compulsórios de emergência (guerra, ou sua iminência crises 
econômicas e calamidade pública). 
“É vedada a adoção de medidas provisória sobre matéria reservada à lei complementar” 
(art. 62, §1º, III da CF/88). 
 
 
 
29 
As taxas e contribuições de melhoria não podem ser instituídas por meio de medida 
provisória. 
 
 
 
 
 
 
2.2.2 Lei complementar 
 
 
Lei complementar é a espécie normativa utilizada nas matérias expressamente previstas 
na Constituição Federal. As hipóteses de regulamentação da Constituição por meio de lei 
complementar foram taxativamente previstas na Constituição Federal. 
Tais normas são integrativas da Constituição, eis que visam regular seus princípios ou 
fixar condições para o seu exercício, quando não autoaplicáveis. São votadas pelo Congresso 
Nacional por meio de processo legislativo especial, mais rigoroso e complexo daquele previsto 
para a aprovação das Leis Ordinárias, sendo exigida maioria absoluta para sua aprovação, 
conforme dispõe o art. 69 da Constituição de 1988. Está situada, assim, em um nível hierárquico 
intermediário entre as normas constitucionais e a lei ordinária, possuindo conteúdo próprio por 
ser norma que veicula um comando exigido pela Constituição. 
Quando o constituinte quer se referir a uma lei complementar trará no texto a expressão 
“lei complementar”. Ex.: Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e 
consolidação das leis (art. 59, parágrafo único da CF/88). 
A lei complementar será aprovada por maioria absoluta de seus membros (art. 69 da 
CF/88). Maioria absoluta refere-se aos membros integrantes da casa. 
No campo material, para a lei complementar a competência é taxativa, ou seja, somente 
nos casos expressamente determinados pela C/F 88. 
O Código Tributário Nacional foi recepcionado pela CF/88 como lei complementar, assim 
a sua alteração só pode ser feita por meio de lei complementar. 
Se a lei ordinária tratar de matéria reservada à lei complementar haverá uma 
inconstitucionalidade formal. Entretanto, se uma lei complementar tratar de matéria reservada à 
lei ordinária não haverá invalidade, sendo apenas considerada como lei ordinária. 
 
 
 
30 
“É vedada a adoção de medidas provisória sobre matéria reservada à lei complementar” 
(art. 62, §1º, III da CF). 
A lei complementar poderá instituir empréstimos compulsórios (art. 148 da CF), impostos 
sobre grandes fortunas (art. 153, VII da CF); impostos de competência impositiva residual da 
União (art. 154, I da CF) e contribuições para a seguridade social no uso da competência 
residual (art. 195, §4º da CF). 
 
 
 
2.2.2.1 Cabe a lei complementar 
 
 
- Dispor sobre conflito de competência, em matéria tributária, entre União, Estados, 
Municípios e Distrito Federal (art. 146, I da CF/88). 
- Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 146, II da CF/88). 
- Estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre (art. 146, III da 
CF/88): 
 Definição tributos e suas espécies, bem como, em relação aos impostos 
discriminados na Constituição Federal, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e 
contribuintes (art. 146, III, “a” da CF/88). 
 Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários (art. 146, III, 
“b” da CF/88). 
 Adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades 
cooperativas (art. 146, III, “c” da CF/88). 
 Definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para 
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais e simplificados, no caso do ICMS, das 
contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o artigo 239 
da Constituição (art. 146, III, “d” da CF): A lei complementar que tratar do supersimples também 
poderá instituir regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e Municípios, observado que (art. 146, parágrafo único da CF/88): 
o Será opcional para o contribuinte (art. 146, parágrafo único, I da CF/88). 
o Poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por 
Estado (art. 146, parágrafo único, II da CF/88). 
 
 
 
31 
o O recolhimento será unificado e centralizado, e a distribuição da parcela de 
recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção 
ou condicionamento (art. 146, parágrafo único, III da CF/88). 
o A arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos 
entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes (art. 146, parágrafo único, IV 
da CF/88). 
 
“Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo 
de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, 
estabelecer normas de igual objetivo” (art.146-A da CF/88). 
2.2.3. Lei ordinária 
 
 
Lei ordinária é a espécie normativa utilizada nas matérias em que não cabe lei 
complementar, decreto legislativo e resolução. Assim, o campo material das leis ordinárias é 
residual. 
A lei ordinária integra o Direito Positivo (norma agendi) como o instrumento legislativo 
que satisfaz, em regra, o princípio da legalidade, sendo o meio adequado para a criação dos 
tributos, conforme disposto nos arts. 5º, II e 150, I, da CRFB/88, combinados com o estatuído 
pelo art. 97 do Código Tributário Nacional. É o instrumento jurídico normal de disciplina 
legislativa, sendo a fonte formal por excelência do Direito. Decorre da atividade típica do Poder 
Legislativo, sendo a norma jurídica que melhor se adequa à reserva legal quando a Constituição 
impõe a necessidade de fixação de limites aos direitos fundamentais. 
O texto constitucional se referirá a lei ordinária apenas como lei, sem a utilização do 
adjetivo “ordinária”,visto que este está implícito. Mas quando quer diferenciá-la de outra espécie 
normativa, normalmente traz a “expressão lei ordinária”. 
Embora o constituinte apenas a mencione como lei, não podemos nos esquecer de que 
o nome dessa espécie normativa no próprio texto constitucional é lei ordinária (art. 59 da 
CF/88). 
A lei ordinária será aprovada por maioria simples (relativa) de seus membros. Maioria 
relativa refere-se ao número de presentes na sessão ou reunião. Geralmente, é o veículo 
adequado para a criação de tributos. 
 
 
 
32 
A lei complementar irá tratar da elaboração, redação, alteração e consolidações das leis 
(art. 59, parágrafo único da CF/88). Atualmente é a LC 95/98, com alterações promovidas pela 
LC 107/01, que cuida do processo legislativo. 
A lei ordinária tem seu procedimento delineado pela C/F 88 por meio de processo 
legislativo ordinário o qual compreende três fases: introdutória, constitutiva e complementar. 
A primeira fase concebe a iniciativa de lei, que é a faculdade atribuída a alguém ou a 
algum órgão para apresentar projetos de lei ao legislativo. A fase constitutiva se estabelece após 
a apresentação do projeto de lei ao congresso nacional e uma vez discutido é votada a matéria 
nas duas casas, delimitando o objeto a ser aprovado ou mesmo rejeitado pelo Poder Legislativo. 
Após aprovado e sancionado pelo Presidente (a) da República o projeto de lei passa à 
fase complementar que compreende a sua promulgação 9 declarar existência da lei) e a sua 
publicação (garantir notoriedade). A lei ordinária está subordinada hierarquicamente somente a 
CF/88; contudo, a sua competência material é obtida de forma residual à competência das leis 
complementares elencadas taxativamente nos dispositivos da CF/88. 
 
 
2.3 INSTRUMENTOS QUE REGULAMENTAM A LEI 
 
 
Os instrumentos que regulamentam a lei não podem dispor de forma contrária à lei: 
 - Decreto Legislativo 
 - Resolução 
 - Decretos e regulamentos 
 - Instrução Ministerial 
 - Portaria 
 - Ordem de serviço 
 - Normas complementares 
 
2.3.1 Decreto legislativo 
 
Decreto Legislativo é a espécie normativa utilizada nas hipóteses de competência 
exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da CF/88). As regras sobre seu procedimento estão 
previstas no regimento interno. 
 
 
 
33 
No campo tributário, têm maior relevância os decretos legislativos que ratificam tratados 
e convenções internacionais. 
Tais instrumentos normativos possuem grande relevância para o Direito tributário, eis 
que são os instrumentos para a aprovação dos Tratados Internacionais, integrando-os ao direito 
positivo após a atividade de deliberação onde haverá a sua ratificação pelo Congresso Nacional. 
As Convenções Internacionais, acordos multilaterais ou bilaterais entre Estados 
soberanos, visam estabelecer normas comuns de direito internacional, principalmente sobre 
combate à evasão fiscal (taxevasion) e ao crime de lavagem de dinheiro. A iniciativa para a 
celebração de tratados internacionais pertence ao Chefe do Poder Executivo Federal. O Decreto 
Legislativo corresponde ao referendo e à chancela dados pelo Congresso Nacional, tornando 
eficaz no plano normativo interno os acordos internacionais subscritos pela República Federativa 
do Brasil. 
Mas para que serve os decretos-leis? 
Servem para fixar, a cada exercício financeiro, a remuneração do presidente e do vice-
presidente da república e dos ministros de Estado. Ao Direito Tributário interessa mais os 
decretos legislativos aprovando convenções internacionais para evitar dupla tributação do 
imposto sobre a renda, ou para instituir isenções de impostos federais, estaduais e municipais 
em determinadas circunstâncias. 
 
 
2.3.2 Resolução 
 
Resolução é a espécie normativa utilizada nas hipóteses de competência privativa da 
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional. (art. 51 e 52 da CF/88). 
As regras sobre seu procedimento estão previstas no regimento interno. 
Como estão expressamente previstas pelo art. 59, VII, da Constituição em vigor, 
compõem o quadro das fontes formais do Direito. Para sua aprovação é exigido votação em que 
participe a maioria absoluta dos membros do Senado, da Câmara ou do Congresso Nacional; 
estão num plano formalmente superior à lei ordinária. Independem de sanção presidencial e o 
rito de sua votação está previsto nos respectivos Regimentos Internos. São utilizadas para a 
fixação de alíquotas mínimas ou máximas de impostos dos Estados Membros (art. 155, 
parágrafos 1º e 2º da Constituição de 1988). 
No campo tributário, têm maior relevância as resoluções editadas pelo Senado Federal, 
que estipulam as alíquotas mínimas e máximas de alguns impostos. Ex: “Resolução do Senado 
 
 
 
34 
Federal de iniciativa do Presidente da República ou de 1/3 dos Senadores, aprovada pela 
maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e 
prestações interestaduais e de exportação” (art 155, IV da CF/88). 
 
 
2.3.3 Decretos e regulamentos 
 
Decretos e regulamentos são os atos normativos de competência privativa do Chefe do 
Executivo, que a função de promover a fiel execução da lei (art 84, IV da CF/88). 
O Congresso Nacional, verificando que o regulamento viola lei, tem o poder de 
suspender eficácia do mesmo por meio de um decreto legislativo (art. 49, V da CF/88). 
 
 
2.3.4 Instrução ministerial 
 
 
Instrução Ministerial é o ato normativo que tem por fim promover a execução das leis, 
decretos e regulamentos. 
“Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta 
Constituição e na lei: expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos” (art. 
87, II da CF/88). 
 
 
2.3.5 Portaria 
 
 
Portaria, no campo tributário, é ato interorgânico que disciplina assuntos internos da 
repartição fazendária. Ex.: Escala de férias, rodízio de almoço. Na prática criam tributos e 
obrigações acessórias. 
 
 
2.3.6 Ordem de serviço 
 
 
 
 
35 
 
Ordem de serviço, no campo tributário, é o ato administrativo que determina ao 
subordinado a realização de uma diligência fiscal. Se a ordem for manifestamente ilegal, pode e 
deve ser descumprida. 
 
 
2.3.7 Normas complementares 
 
São normas complementares das leis, tratados e das convenções internacionais e dos 
decretos (art. 100 CTN): 
- Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas (art. 100, I do CTN); 
- As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei 
atribua eficácia normativa (art. 100, II do CTN); 
- As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas (art. 100, III 
do CTN); 
- Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios (art. 100, IV do CTN). 
 
 
2.4 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 
2.4.1 Conceito e abrangência 
 
 
Conceito: 
Conjunto de normas que regulam os tributos e as relações jurídicas decorrentes de sua 
exigência. 
 
Abrangência: 
Fontes formais do Direito Tributário: 
·Constituição Federal e suas Emendas; 
·Leis Complementares; 
·Leis Ordinárias; 
 
 
 
36 
·Leis Delegadas; 
·Medidas Provisórias; 
·Decretos Legislativos (que aprovam Tratados e Convenções Internacionais); 
·Resoluções do Senado Federal (que fixam alíquotas do ICMS, etc.); 
·Decretos (do Poder Executivo); 
·Normas Complementares (dos decretos e das leis): 
- Atos Normativos (atos administrativos); 
- Jurisprudência administrativa (decisões administrativas); 
- Práticas administrativas reiteradas (costumes); 
- Convênios de mútua colaboração (entre os diversos níveis de Governo). 
 
 
2.4.2 Vigência no tempo e no espaço 
 
 
Vigência: 
· Diz respeito à validade da norma, que assim está apta a ser aplicada aos fatos sob sua 
regência. 
 
a) Vigência no Tempo: 
· Princípio

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