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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO HOTELEIRA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE GESTÃO HOTELEIRA MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 INTRODUÇÃO A GESTÃO HOTELEIRA 1.1 HISTÓRICO E PERSPECTIVAS DA HOTELARIA MUNDIAL 1.2 HISTÓRICO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM 1.3 PERSPECTIVAS E TENDÊNCIAS DA HOTELARIA MUNDIAL 2 TIPOLOGIA DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM 3 EVOLUÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM NO BRASIL 4 CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM QUANTO AO TIPO 5 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO: CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM ATRAVÉS DE SEU PÚBLICO-ALVO 5.1 HOTÉIS DE NEGÓCIO 5.2 HOTÉIS DE LAZER MÓDULO II 6 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS EMPRESAS HOTELEIRAS MÓDULO III 7 O DEPARTAMENTO DE HOSPEDAGEM 7.1 RECEPÇÃO 7.2 TELEFONIA 7.3 PORTARIA SOCIAL 7.4 RESERVAS 7.5 FRONT OFFICE 8 GOVERNANÇA 8.1 MÃO DE OBRA 8.2 ORGANIZAÇÃO E CONTROLE NO SETOR AN02FREV001/REV 4.0 4 MÓDULO IV 9 CONTROLADORIA 10 DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS & BEBIDAS 11 MANUTENÇÃO HOTELEIRA 12 SEGURANÇA HOTELEIRA 13 MARKETING & VENDAS 14 DEPARTAMENTO DE EVENTOS 14.1 TIPOS DE EVENTOS 14.2 INSTALAÇÕES FÍSICAS DOS ESPAÇOS PARA EVENTOS EM HOTÉIS 14.3 TIPOS DE MONTAGENS 14.4 EQUIPAMENTO E MATERIAL DE APOIO 14.5 SERVIÇO DE ALIMENTOS & BEBIDAS EM EVENTOS 14.6 SETORES ENVOLVIDOS NO EVENTO 15 ORGANIZAÇÃO DOS EVENTOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 5 MÓDULO I 1 INTRODUÇÃO A GESTÃO HOTELEIRA 1.1 HISTÓRICO E PERSPECTIVAS DA HOTELARIA MUNDIAL FIGURA 1 FONTE: Disponível em: <http://hoteliernews.com.br/2011/07/Ahotelariasfazcrescermasnoparatodos/>. Acesso em: 03 set. 2013. O deslocamento das pessoas entre as regiões sempre foi uma constante na história da humanidade e esta característica gerou a necessidade de se criarem condições de ABRIGO e ALIMENTAÇÃO para os viajantes. É inerente à natureza do ser humano a mobilidade pelo território. Desde os primórdios da história da humanidade há registros de deslocamento dos grupos sociais. As sociedades primitivas se organizavam de forma rudimentar, tendo nas atividades de caça, pesca e coleta a base para a sua sobrevivência. Neste sentido os primeiros DESLOCAMENTOS humanos são considerados nômades e, portanto, não havia a intenção de regresso ao local de origem. http://hoteliernews.com.br/2011/07/Ahotelariasfazcrescermasnoparatodos/ AN02FREV001/REV 4.0 6 FIGURA 2 - NÔMADE FONTE: Disponível em: <http://devirnomadeviagem.blogspot.com.br/2010/10/por-que-viajamos.html>. Acesso em: 03 set. 2013. Com a evolução das sociedades e de seus meios de sobrevivência, as comunidades passaram a se organizar de forma mais sofisticada, com a presença da atividade agrícola e da criação de gado, além do surgimento de formas de moradia um pouco mais complexas. Nesta altura do desenvolvimento humano, os deslocamentos já podem ser considerados VIAGENS, pois existia a intenção de volta ao local de origem. Existem registros arqueológicos mostrando a utilização por habitantes dos Pirineus, no interior da França, de artefatos de cozinha feitos com ossos de peixes, encontrados apenas no Mar Mediterrâneo, comprovando viagens de ida e volta milhares de anos antes de Cristo. Porém, somente podemos falar em TURISMO quando existe, na região receptora, infraestrutura apropriada para a recepção de viajantes. Não existe um consenso na literatura sobre o surgimento da atividade turística. Alguns autores sustentam que o turismo surgiu por volta de 4000 anos antes de Cristo. Neste período, os Sumérios (inventores do comércio e do dinheiro) já empreendiam viagens comerciais pelo Mar Mediterrâneo, lançando as bases práticas para a realização de turismo. Porém, outra corrente defende que a atividade http://devirnomadeviagem.blogspot.com.br/2010/10/por-que-viajamos.html http://www.hotempreendedor.com.br/como-montar-uma-loja-de-roupas/ AN02FREV001/REV 4.0 7 turística somente pode ser de fato comprovada no século VIII a.C., com a realização dos Jogos Olímpicos na Grécia. Nestes eventos esportivos há a comprovação dos deslocamentos turísticos dos participantes dos jogos, bem como a presença de estruturas de alojamento para recebê-los. Independente da época do seu surgimento, o Turismo somente pode ser realizado atualmente com a presença de infraestrutura nas regiões receptoras. Entende-se que qualquer visitante necessite de condições de subsistência iguais ou superiores àquelas que se encontram na sua região de origem para que possa realizar viagens turísticas. Nesse sentido os MEIOS DE HOSPEDAGEM são infraestruturas básicas para o desenvolvimento da atividade turística. Foi durante o Império Romano que os pressupostos básicos para o desenvolvimento do turismo em maior escala surgiram na Europa. Neste período existe a conjunção de MOTIVAÇÕES claras para as viagens somadas à presença de CONDIÇÕES adequadas para o deslocamento das pessoas pelo território. Ao longo da história da humanidade, sempre que encontrarmos a conjunção destes dois fatores básicos (motivações para viagem e condições favoráveis) será verificado o aumento da atividade turística. Assim, a grande expansão territorial alcançada por meio do poderio militar romano, somada ao surgimento de boas estradas e à relativa segurança para as viagens, lançou as bases para o desenvolvimento da atividade turística com um volume jamais visto. Os romanos viajavam por motivos militares, de negócios (comércio) e também por motivos de lazer, por meio de visitações a templos religiosos, ou estâncias termais. Nesta época surgiu na Europa a figura do HÓSPEDE. Os primeiros hóspedes buscavam apenas meios de subsistência e descanso fora de suas regiões de origem, mas em pouco tempo as casas de hospedagem serviam de apoio às práticas de NEGOCIAR e GOZAR DO LAZER longe de casa. AN02FREV001/REV 4.0 8 1.2 HISTÓRICO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM FIGURA 3 – RECEPÇÃO DE HOTEL FONTE: Disponível em http://hoteliernews.com.br/2011/04/Umahotelariaquerenegaoprpriocorpo/ Acesso em: 03 set. 2013. Para atender às necessidades dos viajantes romanos surgiram os primeiros Albergues (por volta de 500 a.C.), que tinham como objetivo fundamental fornecer abrigo (acomodação e proteção noturna) às pessoas e animais, além de alimentação quente. Com o crescimento e apogeu do Império Romano houve significativo incremento no número de deslocamentos por toda a Europa, Norte da África e Oriente Próximo, e nesta época surgiram: as Mansiones para atender os civis cadastrados pelo Governo Romano e as Tavernas que hospedavam os militares. Surgiram também Resorts para atender a demanda de meios de hospedagem voltados para o lazer, utilizados por integrantes do governo romano e comerciantes gregos e fenícios. Dois pontos de atração neste período eram as Estâncias Hidrominerais da Grécia e a Riviera Francesa. http://hoteliernews.com.br/2011/04/Umahotelariaquerenegaoprpriocorpo/ AN02FREV001/REV 4.0 9 FIGURA 4 – PONTE PIETRA – VERONA, ITÁLIA As pontes construídas pelos romanos encurtavam distâncias e facilitavam os deslocamentos pela Europa. FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/spencer77/5812365635/>.Acesso em: 03 set. 2013. Com a queda do Império Romano no Ocidente, houve uma drástica diminuição da atividade turística. Os dois fatores básicos para a realização de viagens (motivações e condições adequadas) deixaram de existir na Europa Medieval, organizada em feudos autossuficientes e isolados uns dos outros. O comércio era reduzido dentro do continente e as condições de segurança e tráfego das estradas eram muito ruins. As únicas movimentações turísticas relevantes durante todo o período da Idade Média tinham motivação religiosa, como a visitação de fiéis a templos e demais sítios de interesse religioso específico. Há de se destacar neste período algumas movimentações específicas, como a peregrinação à Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, nos séculos II e III, a peregrinação a Roma no século VI (daí o surgimento da denominação de “romeiro” para os participantes de peregrinações religiosas). E o início da peregrinação a Santiago de Compostela no século IX. Porém, estes deslocamentos não geravam fluxos turísticos suficientemente intensos para a criação de meios de hospedagem específicos e, AN02FREV001/REV 4.0 10 portanto, a “Idade das Trevas” na Europa foi também um período de total declínio da atividade hoteleira. O segundo momento histórico que propiciou oportunidades de desenvolvimento da hotelaria foram as CRUZADAS. Soldados e peregrinos eram recebidos em Monastérios, Abadias e Castelos, que se constituíam nas grandes estruturas de hospedagem do período. Foi criada a Ordem dos Cavaleiros Hospitalares com objetivo de organizar a hospedagem nos castelos de nobres feudais. O acesso a estas estruturas de alojamento era facultado aos viajantes que possuíssem uma autorização emitida por um nobre ou religioso pertencente à Ordem, auxiliando de forma significativa o desenvolvimento do Turismo. Havia também a presença de estalagens que se espalhavam ao longo das estradas e atendiam aqueles viajantes que não tinham acesso às estruturas de hospedagem controladas pelo clero e pela nobreza. Ainda assim, os fluxos turísticos eram muito irregulares e dependiam muito das guerras e do cenário político de cada região durante toda a Idade Média, fazendo com que o desenvolvimento da estrutura hoteleira na Europa ocorresse de forma lenta e desordenada. Mesmo com a lenta evolução, ao final da Idade Média as hospedarias já se espalhavam por toda a Europa e tinham uma forma mais ou menos padronizada. Com pátio interno, espaços para pernoite ao longo de ambas laterais, cozinhas e áreas de alimentação pública na parte frontal e estábulo e depósitos nos fundos. O desenho esquemático abaixo dá uma ideia de como eram organizadas as estalagens neste período. AN02FREV001/REV 4.0 11 FIGURA 5 - DESENHO ESQUEMÁTICO DE UMA HOSPEDARIA DO SÉCULO XV FONTE: Elaborado pelo autor. Uma situação inédita surge neste período. O aumento significativo das viagens pela Europa e o desmantelamento do sistema feudal faz com que surja a concorrência entre estabelecimentos hoteleiros. A oferta de meios de hospedagem é, pela primeira vez na história, maior do que a procura em determinadas regiões e esta concorrência obriga os hoteleiros a oferecerem serviços diferenciados para atrair os hóspedes. Os serviços prestados começam a funcionar como diferencial e algumas hospedarias passam a fornecer serviços de troca de cavalos e reparos nas carruagens. Também a cozinha começou a funcionar como ponto de referência e os estabelecimentos começaram a receber placas indicativas quando dispunham de boa cozinha. Percebe-se que a concorrência foi benéfica para o setor e a inovação só apareceu quando já não havia demanda garantida para toda a oferta hoteleira existente. Área de alimentação (preparo e serviço) Pátio Interno Poço artesiano Pátio Interno Estábulo e depósitos Área de alimentação (preparo e serviço) Á re a d e d e s c a n s o e p e rn o it e Áre a d e d e s c a n s o e p e rn o ite AN02FREV001/REV 4.0 12 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ocasionou outro boom da hotelaria mundial. As mudanças tecnológicas e sociais da época influenciaram de forma marcante a atividade turística, que conheceu um impulso jamais observado até então. A evolução dos meios de transporte tornou as viagens mais rápidas, baratas e seguras, aumentando de forma muito significativa o número de viajantes. Podem-se destacar o aparecimento das ferrovias, que já em 1830 transportavam passageiros, e o surgimento dos barcos a vapor, capazes de realizar viagens intercontinentais, como dois dos principais avanços tecnológicos que aceleraram a expansão do turismo. As inovações tecnológicas da época também eram incorporadas pelas estruturas hoteleiras, tanto no que diz respeito às instalações como também aos serviços. Alguns exemplos destes avanços são listados a seguir: 1810 - City Hotel (Baltimore - EUA) – com iluminação parcial a gás: a iluminação a gás era restrita às áreas sociais do hotel, devido ao risco de acidentes e incêndios causados pela sua utilização nas áreas restritas. 1820 - Tremont House (Boston - EUA) – com fechaduras nas Unidades Habitacionais: a utilização de fechaduras possibilitava que o hóspede se ausentasse de seus aposentos e o mantivesse trancado. Até então só era possível se travar as portas pelo lado de dentro, deixando o quarto vulnerável quando o hóspede não estava nele. 1830 - Holt´s Hotel (Nova Iorque - EUA) – com elevador para bagagem: o elevador foi um equipamento muito importante para a época, principalmente considerando que os prédios passavam a contar com cada vez mais andares e que o peso e volume das bagagens da época eram bastante consideráveis. 1835 - American Hotel (Nova Iorque - EUA) – com iluminação total a gás: com a popularização da utilização do gás para iluminação já se tornava seguro implantar iluminação a gás dentro dos aposentos particulares dos hóspedes. AN02FREV001/REV 4.0 13 1871 - Palmer House Hotel (Chicago - EUA) – com estrutura à prova de incêndio: o risco de incêndio sempre foi e continua sendo uma ameaça grave aos meios de hospedagem. A maior parte do espaço dos hotéis é destinada às unidades habitacionais e estas, por sua utilização, têm sempre presentes elementos que facilitam o início ou alastramento do fogo (colchas, cortinas, carpetes etc.). Sendo assim, a prevenção a incêndios é uma preocupação histórica dos hotéis. O Palmer House foi inaugurado em 1871 e 13 dias depois da sua inauguração foi destruído pelo fogo no grande incêndio de Chicago. Seu proprietário o reconstruiu logo em seguida, no mesmo quarteirão, porém tomando todos os cuidados e precauções existentes na época para a prevenção a incêndios. O hotel foi praticamente reconstruído na década de 1920, passando dos originais sete andares para o atual prédio de 25 andares. A reconstrução ocorreu em etapas e durante as obras o hotel não fechou as portas durante um só dia. O Palmer House foi comprado pelo famoso hoteleiro Conrad Hilton em 1945 e funciona até hoje, sendo considerada uma das principais propriedades da Rede Hilton de Hotéis. Membro da Historic Hotels of America (Associações Americana de Hotéis Históricos), este hotel é até hoje uma referência histórica e arquitetônica em Chicago, seja pelos seus suntuosos salões e apartamentos, seja pelo grande número de celebridades que ali já se hospedaram. FIGURA 6 - O LOBBY DO HOTEL PALMER HOUSE EM CHICAGO FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/52232708@N00/9627396>. Acesso em: 03 set. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 14 1880 - Sagamore Hotel (Lake George - EUA) – com iluminação elétrica em todas as Unidades Habitacionais: a luz elétrica já era realidade na costa leste americana e este hotel foi o pioneiro em introduzi-la em suas instalações. 1890 - Netherland Hotel (Nova Iorque- EUA) – com telefones em todas as Unidades Habitacionais: a presença do telefone em cada aposento individual nesta época era mais importante para comunicação dentro do hotel do que propriamente para a realização de chamadas externas, devido ao pequeno número de usuários de telefone no final do século XIX. Um fato muito importante a se destacar é que todas as inovações acima descritas foram incorporadas e adaptadas à hotelaria, já que nenhuma delas foi criada especificamente para a utilização em hotéis. Isto demonstra de forma clara o caráter conservador e pouco inovador do setor hoteleiro. Até os dias atuais verifica- se na indústria hoteleira a tendência a um baixo nível de inovação em seus produtos e serviços. O final do século XIX também assiste ao desenvolvimento dos primeiros centros de estudos da área da hotelaria. São fundadas a École Hoteliere de Lausanne (Suíça) e a Escola de Administração Hoteleira de Cornell (EUA), que são até hoje dois grandes centros de difusão de conhecimento e tecnologia da área hoteleira. No século XX, as transformações sociais e tecnológicas mundiais continuaram a afetar a indústria hoteleira. A Lei Seca impacta negativamente a hotelaria e restauração norte-americanas, e a indústria da hospedagem daquele país sofre um golpe ainda maior com a Grande Depressão da década de 30. O grande crescimento econômico do Hemisfério Norte após a Segunda Grande Guerra, auxiliado pelo desenvolvimento dos transportes de massa, gerou um incremento definitivo nas viagens e causou o último boom da hotelaria. Algumas redes internacionais de hotéis (Rede Statler, Rede Hyatt, Club Mediterrané, Hollyday Inn) começam a se desenvolver e o turismo de lazer também tem um crescimento fantástico. Desenvolve-se a hotelaria no Caribe e em outros destinos especificamente desenvolvidos para lazer. A partir daí grandes projetos (como Las AN02FREV001/REV 4.0 15 Vegas, Cancun e Walt Disney World) começam a conjugar uma infraestrutura hoteleira de grande porte com atrações de entretenimento e lazer. O século XXI vem trazendo novas realidades e novos desafios para a indústria hoteleira. Para atender a uma demanda turística cada vez menos interessada em produtos turísticos massificados, percebe-se uma crescente especialização do produto hoteleiro que procura atender de uma maneira cada vez mais diferenciada as necessidades dos hóspedes. Grandes redes espalham-se por todos os lugares do globo e convivem com a hotelaria local em cada uma das regiões em que se inserem, tornando a oferta de meios de hospedagem cada vez mais diversificada e completa em todos os cantos do globo. 1.3 PERSPECTIVAS E TENDÊNCIAS DA HOTELARIA MUNDIAL Analisando a hotelaria segundo uma perspectiva histórica, pode-se concluir que a indústria hoteleira sempre foi fortemente influenciada pelos estímulos sociais e tecnológicos de cada época. Com isso, nota-se que o setor hoteleiro é muito pouco inovador, inventivo e quase nunca proativo. Os meios de hospedagem sempre procuraram se adaptar às circunstâncias e demandas do mercado e em nenhum momento tentaram antecipar-se a elas. Ainda dominam o mercado as formas tradicionais de gerenciamento e atuação mercadológica. A indústria hoteleira sempre foi importadora de modelos e práticas organizacionais de outros setores econômicos. A grande presença de estruturas familiares e semiamadoras no mercado hoteleiro é um fator que auxilia a manutenção deste quadro, bastante prejudicial para um maior desenvolvimento do setor. A presença cada vez mais forte de grandes redes internacionais em quase todos os mercados (e a interação das unidades destas redes com unidades da hotelaria local de cada região) pode ser o grande fator de crescimento de uma nova maneira de se pensar a hotelaria. Com uma ênfase maior no desenvolvimento e pesquisa de novas tecnologias e uma preocupação mais real com o planejamento racional da atividade hoteleira. AN02FREV001/REV 4.0 16 As últimas décadas trouxeram uma alteração no conceito de hotelaria, que agora se volta para um cliente mais livre, com maior liberdade de escolha, que tem a tendência de passar menos tempo em cada lugar e procura cada vez mais o contato com a população local, com seus hábitos e costumes. Para atender a estas novas demandas dos hóspedes, duas grandes tendências emergem com bastante força no mercado hoteleiro mundial. Ao mesmo tempo em que se desenvolvem hotéis econômicos (hard budget hotels), que procuram oferecer um serviço mais simplificado, uma estrutura mais prática e um preço altamente competitivo, surgiram em paralelo meios de hospedagem que procuram oferecer um atendimento altamente especializado e customizado, com preços mais elevados. Verifica-se, portanto, uma variabilidade de estruturas e, cada vez menos, uma padronização de estilos e conceitos. O hóspede do futuro exigirá um meio de hospedagem personalizado e as empresas hoteleiras estão, mesmo que de forma lenta e gradual, adaptando-se às novas características do mercado. 2 TIPOLOGIA DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM FIGURA 7 – HOTEL POUSADA CASTELO FONTE: Disponível em: <http://www.pousadaehotel.com.br/santo-antonio-do- pinhal/hospedagem/>. Acesso em: 03 set. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 17 A diversidade da forma de exploração da atividade turística em todo o planeta e a consequente variedade das estruturas de alojamento, existentes em todo o mundo, torna impossível a tarefa de se criar uma classificação para os meios de hospedagem que seja aceita mundialmente. Além da abrangência e escala dos objetos a serem classificados (os meios de hospedagem), também dificulta esta tarefa o caráter subjetivo da avaliação da qualidade de qualquer produto ou serviço. Porém, apesar das dificuldades encontradas, é fundamental que existam sistemas de classificação para os produtos hoteleiros, pois estas classificações servirão de base para a decisão de consumo de um potencial hóspede, que precisa escolher o meio de hospedagem onde ficará alojado sem poder degustá-lo ou testá-lo com antecedência. Desta forma, ao longo da história da hotelaria, surgiram várias formas de se avaliar e classificar as estruturas hoteleiras presentes nas diversas destinações turísticas do planeta, sem que nenhuma delas se tornasse unânime ou fosse utilizada em larga escala em diferentes partes do mundo. O que se verifica hoje em dia é a diversidade de classificações nos diferentes países. Existem países onde a classificação é realizada pelo governo e em outros ela é feita por organizações particulares, e mesmo a simbologia utilizada varia substancialmente de país para país. As classificações existentes procuram avaliar os meios de hospedagem pelo seu tipo e sua categoria. Dentre as diversas abordagens e modelos existentes para classificação, será aqui mostrada àquela proposta pela Organização Mundial de Turismo (OMT) que define alojamento turístico como “toda instalação que, de modo regular ou ocasional, fornece pernoites ou estadas aos turistas” e propõe a subdivisão mostrada abaixo. AN02FREV001/REV 4.0 18 QUADRO 1 - CLASSIFICAÇÃO DOS ALOJAMENTOS TURÍSTICOS (OMT) Grandes Grupos Subgrupos Grupos primários 1. Estabelecimentos de Alojamento Coletivo 1.1. Hotéis e estabelecimentos para-hoteleiros 1.1.1. Hotéis 1.1.2. Estabelecimentos para hoteleiros 1.2. Estabelecimentos Especializados 1.2.1. Estabelecimentos de cura 1.2.2. Acampamentos de trabalho e férias 1.2.3. Alojamento no interior de meios de transporte coletivo 1.2.4. Centros de Conferências 1.3. Outros estabelecimentos coletivos 1.3.1. Colônias de férias 1.3.2. Campings 1.3.3. Outros coletivos 2. Alojamento Turístico Privado 2.1. Alojamento privado de aluguel 2.1.1. Quartos alugadosem alojamentos familiares 2.1.2. Alojamentos alugados a particulares ou agências profissionais 2.2. Alojamento privado fora do aluguel 2.2.1. Alojamento ocupado pelos proprietários 2.2.2. Alojamentos cedidos gratuitamente (familiares e amigos) 2.2.3. Outros alojamentos particulares. FONTE: Organização Mundial de Turismo, citada em Cunha (2001). Grande parte da oferta de alojamento turístico em nível mundial se dá em hotéis e estabelecimentos para-hoteleiros, que são caracterizados por possuírem unidades habitacionais independentes, geridas por uma administração única, e que oferecem serviços hoteleiros como a preparação da cama e limpeza diária. O primeiro grupo primário se constitui de hotéis, apart-hotéis, motéis, pousadas, estalagens e demais estabelecimentos que garantam os serviços hoteleiros. O grupo de estabelecimentos para-hoteleiros inclui pensões, albergues, casas de hóspedes, AN02FREV001/REV 4.0 19 bed and breakfast e outros que garantam serviços hoteleiros limitados, mas que incluam a limpeza dos quartos. No Brasil, o conceito de meio de hospedagem é definido pelo Regulamento Geral dos Meios de Hospedagem, que é parte da Deliberação Normativa nº 429, de 23 de abril de 2002, editada pela EMBRATUR. Neste Regulamento, Meio de Hospedagem é definido como o estabelecimento que seja licenciado pelas autoridades competentes para prestar serviços de hospedagem, seja administrado ou explorado comercialmente por empresa hoteleira e adote, no relacionamento com os hóspedes, contrato de hospedagem de acordo com o Regulamento e com as demais legislações aplicáveis. Ele deve oferecer, no mínimo, alojamento para uso temporário do hóspede, em Unidades Habitacionais específicas a esta finalidade, prestando os serviços mínimos necessários aos hóspedes, que consistem em: Portaria/recepção para atendimento e controle permanente de entrada e saída; Guarda de bagagens e objetos de uso pessoal dos hóspedes, em local apropriado; Conservação, manutenção, arrumação e limpeza das áreas, instalações e equipamentos. O mesmo Regulamento define todos os padrões comuns a todos os meios de hospedagem, além de estabelecer outras posturas obrigatórias às empresas hoteleiras em território nacional. Tanto este regulamento como toda a legislação nacional referente aos meios de hospedagem podem ser acessados através do Portal Brasileiro do Turismo, no site http://www.turismo.gov.br/. Outra definição importante é a de Unidade Habitacional (UH). Ela pode ser definida como o espaço de uso exclusivo do hóspede, para seu bem-estar, higiene e repouso. As UHs podem ser divididas em três tipos: Quarto: constituída de um quarto de dormir de uso exclusivo do hóspede, com local apropriado para guarda de roupas e objetos pessoais. Apartamento: constituído por um quarto e mais um banheiro de uso exclusivo e acesso privativo do hóspede. AN02FREV001/REV 4.0 20 Suíte: constituída por um apartamento acrescido de, no mínimo, um terceiro cômodo dentro da mesma UH. A legislação brasileira também estabelece critérios de classificação dos meios de hospedagem nacionais. Porém, antes de verificarmos a legislação atual, é importante que se faça uma breve retrospectiva do histórico da classificação hoteleira no Brasil. 3 EVOLUÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM NO BRASIL Até o ano de 1996 todos os meios de hospedagem brasileiros eram obrigatoriamente classificados e avaliados pela EMBRATUR. Esta classificação, oficial e compulsória para todo tipo de instalação hoteleira, dividia os hotéis em algumas categorias e atribuía a cada estabelecimento a classificação de 1 a 5 estrelas, levando-se em conta as características físicas, os aspectos construtivos e equipamentos, além da qualidade dos serviços oferecidos. Este sistema de classificação serviu como importante referencial de qualidade por algumas décadas, mas a partir de alguns anos antes de sua extinção já não cumpria de maneira adequada seu objetivo. As matrizes nas quais a classificação era baseada eram ultrapassadas e davam excessiva ênfase a aspectos construtivos dos estabelecimentos, deixando em segundo plano a avaliação dos serviços prestados. Além disso, a credibilidade do sistema já estava minada devido a inúmeros casos de irregularidades e a constatação de que a prática da "compra de estrelas" (que consistia na concessão de favores e vantagens aos agentes classificadores que davam a certo estabelecimento uma classificação superior a real) era comum. Dentro deste panorama, a diretoria da EMBRATUR, através da Deliberação Normativa n.º 360, de 16 de abril de 1996, decidiu cancelar o Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem de Turismo revogando as matrizes de classificação existentes à época e abrindo uma discussão que envolveu representantes de todo o trade turístico nacional. Com o objetivo de se adotar uma forma consensual de classificação para nossos meios de hospedagem. AN02FREV001/REV 4.0 21 O grande problema era se conseguir um sistema uniforme, confiável e representativo que servisse como referencial de qualidade dos estabelecimentos hoteleiros para que agências de viagem, operadoras turísticas e o público em geral, tanto no Brasil como no exterior, pudessem escolher os meios de hospedagem da forma menos subjetiva possível. Depois de muita discussão, decidiu-se adotar um novo modelo de classificação que não seria mais obrigatório e nem de responsabilidade exclusiva da EMBRATUR. Uma nova matriz de classificação (com maior peso nos quesitos envolvendo a qualidade dos serviços) foi elaborada e alguns órgãos privados de certificação foram autorizados a atuar como classificadores da qualidade hoteleira. A EMBRATUR também continuaria a ter a atribuição de classificar os meios de hospedagem, mas ela seria apenas um dos organismos competentes para a tarefa e utilizaria a mesma matriz de classificação utilizada pelos outros institutos e entidades classificadores. O novo sistema não teve boa aceitação no mercado. Com o público cada vez mais segmentado e com níveis de exigência cada vez mais específicos, o nível de preços, localização e condições das instalações e serviços oferecidos passaram a ser referenciais muito mais válidos e aceitos pelo público hoteleiro. A presença cada vez maior de redes hoteleiras e seus produtos diversificados, voltados para cada segmento de mercado, também ajudaram a fazer com que a visibilidade de cada tipo de hotel ficasse mais evidente para o mercado, independente de uma classificação formal e oficial. No ano de 2002, ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) iniciou um movimento entre os meios de hospedagem para a revitalização e consequente volta da utilização mais ampla de um sistema oficial de classificação. Em 23 de abril desse ano foi publicada a Deliberação Normativa nº 429, que criou um novo sistema oficial de classificação que inclui a utilização de uma nova matriz de classificação, mais atualizada e completa. Este sistema de classificação é o que está em vigor no país atualmente. Ele continua estabelecendo uma classificação opcional, que pode ser realizada por organismos credenciados pela EMBRATUR, mediante pagamento dos serviços de classificação pelo meio de hospedagem interessado. O novo sistema também não teve uma aceitação positiva por parte do mercado e está sendo utilizado por poucos hotéis. A nova matriz, criada em 2002, propõe a classificação dos hotéis em seis categorias distintas, mantendo a utilização das estrelas, mas agregando uma AN02FREV001/REV 4.0 22 nomenclatura diferente, específica para cada categoria. Abaixo são apresentadas as atuais categorias do sistema de classificação oficial brasileiro. A nova matriz dá um peso ainda maior aos serviços prestados, sem deixar de analisartambém a estrutura física do meio de hospedagem que está sendo avaliado. A atual Matriz de Classificação e o Manual de Avaliação do Sistema Oficial de Classificação dos Meios de Hospedagem, também fazem parte dos Anexos da Deliberação Normativa nº 429 e podem ser igualmente consultadas no Portal Brasileiro do Turismo. Portanto, vê-se que a classificação dos hotéis através de estrelas é um indicativo que praticamente não é utilizado em nossa hotelaria. Não existe, hoje, nenhum sistema de classificação utilizado de forma ampla no mercado nacional. Atualmente, cada segmento de mercado tem um tipo de referencial diferente e cabe aos meios de hospedagem buscar alternativas de comunicação e marketing que o aproximem do mercado consumidor por ele desejado. QUADRO 2 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO À CATEGORIA (EMBRATUR) FONTE: Ministério do Turismo. 4 CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM QUANTO AO TIPO Em relação ao tipo, não existe atualmente na legislação brasileira nenhuma regulamentação formal que classifique os meios de hospedagem. Esta desregulamentação faz com que estes acabem utilizando diversas denominações que nem sempre indicam com exatidão suas características. O mercado consumidor deveria ser mais exigente e cobrar uma denominação mais precisa por parte dos meios de hospedagem. Mas como não se verifica no Brasil este poder de mobilização por parte dos consumidores existe a liberdade para que os hoteleiros utilizem a denominação de tipologia que lhes pareça a mais adequada. Categoria Símbolo Super Luxo SL Luxo Superior Turístico Econômico Simples Simples AN02FREV001/REV 4.0 23 Algumas definições clássicas da tipologia dos meios de hospedagem serão apresentadas a seguir: Hotel: estabelecimento comercial de hospedagem, que oferece aposentos para ocupação eminentemente temporária, oferecendo serviço completo de alimentação e, obrigatoriamente, banheiro privativo, além dos demais serviços inerentes à atividade hoteleira. Hotel de Lazer: estabelecimento enquadrado na categoria hotel e que possui os equipamentos de lazer e repouso adequados a sua especial localização (fora de centro urbano). Pousada: estabelecimento comercial de hospedagem, instalado total ou parcialmente em edifício de valor histórico, de significação regional ou local, reconhecido pelo poder público, que alugue para ocupação temporária aposentos mobiliados das espécies quartos, apartamentos ou suítes, oferecendo ainda outros serviços complementares da indústria hoteleira. A edificação deve oferecer hospitalidade e ambientação simples, aconchegante e integrada à região. Hotel Histórico: estabelecimento instalado em prédio de valor histórico ou de significação regional ou local, reconhecido pelo Poder Público. AN02FREV001/REV 4.0 24 FIGURA 8 – HOTEL EM PRAGA FONTE: Disponível em: <http://portugal.spinofftravel.com/hotel-Mamaison-Suite-Hotel-Pachtuv- Palace-Prague-S7Z1jlJLsQ0IclfLsDU1NjU1AQA5.html>. Acesso em: 03 set. 2013. Motel: estabelecimento de hospedagem que não tem como fração mínima de cobrança a diária. Flat ou Apart-hotel: estabelecimento de hospedagem em que cada unidade habitacional é de propriedade de um indivíduo. Os proprietários das unidades se reúnem em condomínio e organizam um pool de locação que vai abranger todas as unidades habitacionais que serão disponibilizadas aos hóspedes. Estas unidades do pool serão obrigatoriamente administradas por uma empresa hoteleira, que deve garantir o cumprimento de todos os requisitos de funcionamento exigidos a qualquer meio de hospedagem. No final do ano de 2002, a Deliberação Normativa nº 433 (30/12/2002) trouxe a isonomia fiscal e tributária entre os flats e os demais meios de hospedagem, pois até então, por terem uma constituição legal diferenciada, esses empreendimentos gozavam de vantagens no pagamento de impostos, que tornava a concorrência desleal. AN02FREV001/REV 4.0 25 5 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO: CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM ATRAVÉS DE SEU PÚBLICO-ALVO A partir da constatação de que atualmente não há nenhum sistema de classificação oficial ou informal capaz de orientar os hóspedes na sua procura por meios de hospedagem, a melhor maneira de agrupamentos de estruturas hoteleiras (tal qual elas se encontram organizadas atualmente) é através do mercado preferencial a que se destinam. Esta definição que irá, em última instância, determinar as estruturas físicas e de serviços que cada meio de hospedagem vai oferecer. Hoje em dia, com a extrema segmentação do mercado hoteleiro, bem como a existência de públicos cada vez mais exigentes e com demandas mais específicas, é visível a segmentação dos produtos hoteleiros que estão, a cada momento, mais especializados e se voltam a categorias de hóspedes mais definidas. Dentro desta grande especialização, ainda é possível dividir os meios de hospedagem em dois grandes grupos, que são justamente aqueles voltados para atender aos dois tipos específicos de hóspedes: os hotéis de negócio (que visam atender o público que viaja por motivos profissionais) e os hotéis de lazer (que são voltados para o público vocacional, ou seja, aquele que viaja por motivos pessoais, geralmente nos períodos de folga das suas atribuições profissionais). A caracterização destes dois grandes públicos e a definição da melhor estrutura hoteleira para atender a cada um deles é um bom exercício no sentido de reproduzir a atual lógica do mercado, que desenvolve os novos produtos hoteleiros baseando-se prioritariamente nos desejos e necessidades de seus potenciais clientes. AN02FREV001/REV 4.0 26 5.1 HOTÉIS DE NEGÓCIO FIGURA 9 FONTE: Disponível em: <http://www.realhotelsgroup.com/Interesses.aspx?sflang=pt>. Acesso em: 03 set. 2013. O turismo de negócios vem mostrando um crescimento muito grande se comparado ao turismo de lazer. A economia é cada vez mais dinâmica e globalizada, o que obriga um fluxo cada vez maior de profissionais viajarem a serviço. Observou-se também um incremento muito grande no turismo voltado a eventos, e este braço do turismo de negócios movimenta um maior volume de capital a cada ano. O viajante de negócios individual gasta, em média, mais que o turista de lazer e que os turistas de grupo, e tem um comportamento mais padronizado e previsível. Este tipo de hóspede demanda um serviço eficiente e pontual, um sistema de comunicações acessíveis e operantes, além de suporte físico e de serviços para suas atividades profissionais. Com relação aos espaços físicos, não se exige uma área social muito suntuosa, dando-se preferência a espaços mais funcionais. Salas de apoio (escritórios virtuais), de reunião e academias de ginástica são cada vez mais http://www.realhotelsgroup.com/Interesses.aspx?sflang=pt AN02FREV001/REV 4.0 27 solicitados nestes estabelecimentos. Aspectos estruturais do empreendimento devem ser planejados para trabalhar com momentos de pico, devido a certa padronização dos hábitos dos hóspedes. A caldeira, por exemplo, deve estar preparada para fornecer água quente em abundância para todos os apartamentos no período da manhã (quando todos saem para seus compromissos). E o sistema telefônico deve ter linhas suficientes para suportar o grande número de ligações simultâneas que são feitas no início da noite, quando todos estão de volta aos seus apartamentos. Também a prestação de serviços deve ser dimensionada para situações de maior demanda. Nos hotéis de negócio a maior parte dos check-outs (saída de hóspedes) ocorre nas manhãs de quinta-feira e sexta-feira, enquanto boa parte dos check-ins (entrada de hóspedes) ocorre nas tardes e noites de segunda- feira e terça-feira. Conhecendo as características específicas deste tipo de hóspede,a escala de folga dos funcionários deve ser montada de forma a considerar estes picos de demanda e garantir o bom serviço prestado a qualquer momento. A estrutura de Alimentos & Bebidas não precisa ser extremamente sofisticada, mas deve ser completa e ter a flexibilidade suficiente para atender aos mais variados tipos de pedidos em todo e qualquer horário. O sistema de reservas deve ser eficiente e ter bastante flexibilidade, pois o cronograma de viagem deste tipo de hóspede é bastante instável e pode sofrer alterações de uma hora para outra. O setor comercial do hotel deve estar sempre atento à dinâmica socioeconômica da região que o hotel se propõe a atender, para identificar e tornar concretas as novas oportunidades de negócio. Acordos corporativos de tarifa fazem parte de uma estratégia mercadológica bastante difundida neste tipo de meio de hospedagem. Também no segmento do turismo de negócios, os hotéis voltados a convenções, congressos, encontros e treinamentos ocupam um espaço importante no mercado. Este tipo de fluxo turístico também é uma vigorosa fonte de negócios para a hotelaria, mas diferentemente do hóspede de negócios individual, uma porcentagem significativa das receitas geradas por este tipo de hóspede vem de fontes alternativas e não especificamente do aluguel das unidades habitacionais. As áreas comuns dos hotéis voltadas a este tipo de público devem ser mais espaçosas e contar com salas e auditórios de diferentes metragens e configurações, para atender a todos os tipos de uso. Também aqui uma estrutura de telecomunicações AN02FREV001/REV 4.0 28 moderna e um suporte físico e de serviços são fundamentais para o bom atendimento. Os espaços físicos devem ser bem planejados para que possam comportar mais de um evento simultaneamente, sem que as atividades de um prejudiquem a dos outros. Para que este tipo de choque seja evitado é importante que se tenha um bom planejamento da utilização dos espaços, evitando que eventos incompatíveis entre si ocorram no mesmo momento. A estrutura de Alimentos & Bebidas de um hotel voltado para os eventos deve ser mais sofisticada e completa, pois além das refeições básicas se demanda uma variedade grande de opções de alimentações alternativas, que variam desde pequenos lanches e coffee breaks até grandes banquetes. Como os grupos seguem programações preestabelecidas, os equipamentos e espaços de Alimentos & Bebidas devem estar preparados para suportar momentos de pico e períodos de maior ociosidade. Também aqui um bom planejamento se faz necessário, pois em vários momentos o pré-preparo de parte das refeições que serão servidas é uma maneira inteligente de se otimizar os recursos disponíveis sem prejuízo do serviço oferecido. O setor de reservas se confunde aqui com o setor comercial, pois a maioria das hospedagens vendidas diz respeito a eventos de maior porte que necessitam em cada caso, de tratamento especial e diferenciado. Deve-se ficar bem atento a datas de confirmação dos eventos, pois cancelamentos de última hora podem causar grandes e inesperadas baixas de ocupação. Deve-se notar que um mesmo hotel pode atender ao hóspede individual e ao público de eventos e convenções. Nestes casos cuidados especiais devem ser tomados para que os dois tipos de uso não interfiram um no outro, e que as receitas geradas compensem o provável aumento de investimentos que necessitará ser feito. AN02FREV001/REV 4.0 29 5.2 HOTÉIS DE LAZER FIGURA 10 - LAZER FONTE: Disponível em: <http://moedeiro.blogspot.com.br/2010/11/hoteis-para-lazer.html>. Acesso em: 03 set. 2013. O turismo de lazer, apesar de nos últimos tempos ter perdido um pouco de sua importância se comparado ao turismo de negócios, ainda é uma atividade com enorme potencial não aproveitado. Além de mudanças socioeconômicas que apontam para a utilização cada vez maior de hotéis por uma parcela cada vez maior da população em seus momentos de descanso, o Brasil também apresenta inúmeros pontos turísticos praticamente inexplorados. Estes dois fatores indicam que a atividade hoteleira organizada, ao mesmo tempo em que poderá ser um dos motores do desenvolvimento do turismo de lazer, será também beneficiária deste desenvolvimento e o investimento nesta área tem grande chance de sucesso. O perfil do turista que viaja a lazer é um pouco menos padronizado, pois numa viagem de férias o que se busca são experiências únicas e inigualáveis e o tipo de expectativas varia muito de pessoa para pessoa. Diferentemente de uma viagem a negócios, numa viagem a lazer o hóspede planeja e idealiza cada http://moedeiro.blogspot.com.br/2010/11/hoteis-para-lazer.html AN02FREV001/REV 4.0 30 momento que será vivido com antecedência. E quanto mais próximas do planejado forem as experiências reais, melhor será a estadia. Num hotel de lazer as áreas sociais ocupam um espaço privilegiado e devem produzir um efeito de atração sobre o hóspede. Além de proporcionar diversão e entretenimento ao cliente, as áreas comuns do hotel devem funcionar como pontos de venda de produtos e serviços para que se otimize o nível de gasto de cada um dos hóspedes. Se o homem de negócio já tem bastante claro e definido o perfil de seus gastos em uma viagem, o turista de lazer é muito mais suscetível ao consumo induzido, e cabe ao hotel fazer com que os produtos e serviços ali oferecidos se tornem atraentes para seu público. A estruturação do setor de Alimentos & Bebidas depende muito do porte do estabelecimento, mas um ponto em comum que se verifica neste tipo de hotel é uma especialização na culinária regional e típica do local onde ele está inserido. A cozinha é uma das principais formas de se difundir a cultura e os costumes de um povo e, como o turista em férias geralmente se interessa pelos aspectos culturais da região visitada, a cozinha do hotel tem que se sintonizar com este tipo de demanda. Tradicionalmente, a captação do hóspede nos hotéis de lazer é feita por meio de agentes de viagem e operadores turísticos. Por meio de tarifas especiais para grandes grupos, este tipo de organização consegue tornar as viagens a lazer mais acessíveis no ponto de vista econômico. Há uma mudança em curso no setor turístico que aponta para a desintermediação da venda de hospedagem em hotéis de lazer. As demandas específicas dos hóspedes e os novos meios de comunicação e marketing (especialmente a Internet) estão produzindo uma aproximação maior entre hóspede e hotel, e as reservas diretas estão passando a ocupar uma parcela significativa do movimento de alguns estabelecimentos. Além da vantagem imediata do aumento da margem de lucro do hoteleiro (que se desobriga a pagar as comissões das agências). Este contato mais próximo entre os dois elos finais da cadeia de hospedagem faz com que o hoteleiro identifique mais claramente as necessidades de seu público e tente adaptar seu produto para atender estas necessidades da maneira mais eficaz. Com os exemplos dos hotéis de negócios e lazer, procura-se passar a ideia de que um meio de hospedagem que deseja ser competitivo no mercado atual deve ter como principal referencial os desejos e necessidades do cliente. AN02FREV001/REV 4.0 31 O meio de hospedagem que não estiver sintonizado com os gostos de seu público-alvo fatalmente perderá competitividade e dificilmente conseguirá manter-se, a médio e longo prazo. FIM DO MODULO I AN02FREV001/REV 4.0 32 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO HOTELEIRA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 33 CURSO DE GESTÃO HOTELEIRA MÓDULO II Atenção: O material destemódulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 34 MÓDULO II 6 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS EMPRESAS HOTELEIRAS Ao se discutir a maneira com que os meios de hospedagem se organizam administrativamente, o primeiro ponto que se deve levar em consideração é a enorme variedade de estruturas de hospedagem e o consequente grande número de estilos de gerenciamento que podem ser observados na indústria hoteleira. O grau de variabilidade é muito grande, principalmente se levarmos em consideração o fato de que as empresas do setor têm diferentes tamanhos. Contam com infraestruturas de diversos tipos, podem fazer parte de grandes empresas multinacionais ou se constituírem em empresas familiares e, acima de tudo, elas buscam atender a públicos específicos, com desejos e necessidades variáveis. Dentro desta perspectiva encontram-se na hotelaria todos os tipos de correntes organizacionais e não há, na indústria hoteleira, uma forma padronizada de se dirigir o negócio. O pluralismo é constante na administração dos recursos financeiros, humanos e materiais, e mesmo nas grandes redes internacionais de hotéis (onde se pressupõe uma maior padronização de procedimentos). As atividades são fortemente influenciadas pelas características e cultura locais, o que faz com que também aí não se encontre uma forma única de se conduzir as atividades do hotel. Tradicionalmente, a grande maioria das empresas hoteleiras era constituída por empresas familiares, de administração tradicional e muitas vezes pouco profissional. Porém, nas últimas décadas, a grande competitividade do mercado hoteleiro e a exigência cada vez maior de recursos financeiros para a construção e operação de um meio de hospedagem fizeram com que a gestão independente se tornasse difícil e perdesse espaço no mercado. A tendência atual é que as empresas hoteleiras se unam e passem a operar de forma interligada, aproveitando as vantagens que a operação em maior escala pode trazer. Abaixo são apresentadas as formas de exploração do alojamento turístico que se verificam nos dias atuais: AN02FREV001/REV 4.0 35 Independente Multipropriedade: Condomínios hoteleiros (apart-hotéis); Condomínios de residências secundárias; Timesharing. Cadeias hoteleiras: Voluntárias; Integradas. Franquia (franchising) A gestão independente se caracteriza pela administração de uma unidade hoteleira pela empresa proprietária, que deve ser a responsável pela concepção, construção e exploração do meio de hospedagem. Geralmente a gestão independente atua em alojamentos de menor dimensão, que necessitam menor investimento financeiro para seu funcionamento. Porém, em vários países do mundo, inclusive no Brasil, esta modalidade de propriedade e gestão dos meios de hospedagem é responsável pela oferta do maior número de leitos hoteleiros e assume uma importância fundamental na configuração do parque hoteleiro de grande parte dos destinos turísticos. A tendência é que estes meios de hospedagem tenham uma administração menos profissionalizada e uma qualidade de gestão inadequada para os padrões de exigência do mercado turístico atual. Porém, a competição entre os hotéis acaba por promover uma “seleção natural” em que apenas os estabelecimentos melhor preparados sobrevivem e por isso já se observa uma melhoria discreta no nível da qualidade gerencial dos estabelecimentos de gestão independente. Os estabelecimentos hoteleiros que operam por meio da multipropriedade são empreendimentos relativamente recentes e que surgiram pela necessidade de financiamento para a construção de novas unidades hoteleiras. Quando não existe a disponibilidade de capital por parte dos investidores individuais, uma boa alternativa é o lançamento de empreendimentos imobiliários em que cada unidade habitacional é comercializada individualmente, pulverizando o investimento e viabilizando a sua AN02FREV001/REV 4.0 36 construção por meio do investimento coletivo. Ao final da construção, os vários proprietários se reúnem em condomínio para administrar o seu patrimônio. Dentre os empreendimentos turísticos de multipropriedade, existem aqueles constituídos principalmente por residências secundárias, onde o proprietário usufrui diretamente de sua propriedade e aqueles que se configuram como condomínios hoteleiros. Estes condomínios hoteleiros, denominados no Brasil de apart-hotéis ou flats, são bastante importantes na constituição do moderno parque hoteleiro em nosso país, pois um número significativo de novos empreendimentos hoteleiros nacionais foi financiado por este tipo de operação. O investidor em um apart-hotel não usufruirá diretamente da sua unidade habitacional, disponibilizando-a para locação através de um pool formado por todos os investidores. Estes investidores escolhem uma empresa hoteleira para administrar este pool de locação e esta será responsável pela gestão deste meio de hospedagem, devendo prestar contas ao condomínio formado pelos proprietários-investidores. Os investidores remuneram a empresa hoteleira responsável pela administração do empreendimento e depois repartem, de forma igualitária, ou resultados financeiros advindos da operação daquela unidade hoteleira. Outra forma de exploração dos meios de hospedagem através da multipropriedade é o timesharing. Esta modalidade de exploração nasceu nos anos de 1970 quando o alemão Alexander Nette passou a vender “cotas” de um hotel na Suíça para que os proprietários usufruíssem as instalações uma vez ao ano. A ideia foi aperfeiçoada e utilizada ainda na década de 70 nos Estados Unidos. Em resposta ao excesso de oferta imobiliária naquele país, passou-se a vender o mesmo apartamento para diferentes proprietários, cada um adquirindo o direito de usufruto do imóvel durante uma semana no ano. Assim, somada à tradicional divisão de espaço já existente nos condomínios, somou-se a divisão do tempo de uso (timeshare). Ao realizar a compra de uma unidade no sistema de timesharing, o proprietário paga um montante inicial, adquirindo o direito ao uso na semana (ou semanas) pretendida(s) e se obriga a pagar uma contribuição periódica para cobrir custos de manutenção da sua unidade e de todas as áreas comuns a ela relacionadas. A partir desta ideia original, vários tipos de exploração de timesharing surgiram e, hoje, em algumas regiões turísticas, ela responde por boa parte da oferta de alojamento existente. No Brasil, este sistema não tem participação muito AN02FREV001/REV 4.0 37 significativa na oferta hoteleira. O insucesso deste sistema em nosso país se deve em parte à falta de uma legislação específica que regulamente a atividade, mas também a ação inadequada de algumas empresas que não souberam explorar bem o timesharing, e acabaram por deixar uma má impressão deste sistema no mercado nacional. Uma alternativa cada vez mais comum para a gestão dos meios de hospedagem é a da administração por meio das cadeias hoteleiras. A maior competitividade no mercado hoteleiro atual e os elevados custos fixos inerentes à operação de qualquer meio de hospedagem tornam bastante atraente a hipótese da união de vários meios de hospedagem que podem, através da união de esforços, obterem ganhos de escala e produtividade. As primeiras cadeias hoteleiras surgiram ainda na primeira metade do século passado, mas esta modalidade de exploração vem ganhando mais força ultimamente, já existindo dois tipos distintos de cadeias hoteleiras. As cadeias voluntárias agregam hotéis de administraçãoindependente que se unem para tornar comum parte de suas tarefas administrativas, principalmente nas áreas de reservas, promoção e vendas. A principal característica destas cadeias é a manutenção das particularidades e independência administrativa de cada hotel, que se coliga com os demais integrantes da cadeia com objetivo principal de tornar mais eficiente e efetiva a realização de certas tarefas mais complicadas de se realizar de forma isolada. Desta forma, é fácil perceber que as áreas de marketing e vendas são aquelas em que estes acordos ocorrem com mais frequência, pois a promoção conjunta de diversos meios de hospedagem leva à otimização na aplicação dos recursos disponíveis. Existem cadeias voluntárias que atuam conjuntamente em outras áreas além do marketing, como por exemplo, em compras e assistência técnica. Uma das principais cadeias voluntárias em nível mundial é a The Leading Hotels of the World, que congrega hotéis de luxo e cinco estrelas e conta com uma rede de mais de mil hotéis por todo o mundo. No Brasil, podemos citar a Associação de Hotéis Roteiros de Charme como uma das cadeias voluntárias de maior visibilidade. As cadeias integradas representam a maior parte dos hotéis ligados a cadeias em todo o mundo. Ao contrário das cadeias voluntárias, nestas redes não há autonomia administrativa em cada unidade, e toda a gestão é de AN02FREV001/REV 4.0 38 responsabilidade de uma unidade corporativa central. As cadeias podem operar de duas formas distintas: algumas vezes, elas são as proprietárias dos meios de hospedagem que administram e em outras elas obtêm o controle da gestão do hotel por meio de um contrato de exploração. Quando estes contratos são assinados, a cadeia passa a administrar o hotel por um determinado número de anos e em contrapartida recebe um percentual do faturamento bruto do empreendimento, recebendo também, em muitos casos, uma taxa de incentivo, representada por uma participação nos lucros operacionais. Várias cadeias pertencem a instituições financeiras, companhias aéreas ou operadoras turísticas, e fazem parte da estratégia de integração vertical ou horizontal de uma cadeia de negócios ainda mais ampla. As principais cadeias hoteleiras integradas em nível mundial estão sediadas na Europa e nos Estados Unidos, e entre as maiores podemos citar o Intercontinental Group, a Marriott International e o grupo Accor. No Brasil, merecem destaque a rede de hotéis Othon e o grupo Blue Tree Hotels, ambos consolidados no mercado nacional e com presença também em países do exterior. A última forma de exploração hoteleira é a franquia, ou franchising. Esta modalidade de negócios está presente na hotelaria desde meados do século passado e, segundo Brown e Dev (1997), ela representa nos Estados Unidos mais de 65% da capacidade hoteleira. Na área de alimentos e bebidas (restaurantes e lanchonetes), o sistema de franquias é ainda mais representativo, sendo responsável pelo surgimento maciço de cadeias de restaurantes fast food por todo o mundo. Na prática, o sistema consiste num contrato pelo qual o agente franqueador cede ao franqueado o direito de utilização de sua marca e seus sistemas operacionais por um período determinado em troca de uma compensação financeira. Além da adoção de certas práticas e padrões que garantam a qualidade da prestação de serviços dentro de parâmetros previamente determinados. No caso da hotelaria, cada franqueado continua a deter a propriedade sobre seu meio de hospedagem, mas passa a seguir o modelo operacional determinado pelo franqueador, aderindo também ao seu sistema de reservas, promoção e vendas. Alguns dos principais agentes franqueadores do mercado hoteleiro são cadeias hoteleiras que buscam outras modalidades de negócio. Neste ramo, destacam-se a Choice Hotels, a holandesa Golden Tulip (ligada à companhia aérea KLM), além dos grupos Marriott e Accor. AN02FREV001/REV 4.0 39 Depois de apresentadas e discutidas as principais formas de exploração dos meios de hospedagem, nos concentraremos agora em verificar quais são as tendências atuais no que diz respeito à administração de um estabelecimento hoteleiro específico. Mesmo com a consciência da diversidade de formas e estilos das estruturas de alojamento e a consequente variabilidade nas suas formas de gestão, é importante detectarmos alguns padrões de gestão que podem ser adotados para que uma melhor qualidade dos serviços prestados seja alcançada. Do ponto de vista gerencial, um ponto comum entre todos os estabelecimentos do setor é o fato de que a indústria hoteleira é baseada fundamentalmente na prestação de serviços. Este foco nos serviços faz com que a ênfase da administração deva estar na gestão dos recursos humanos da empresa. Basicamente o que os hotéis buscam oferecer são boas experiências de hospedagem aos seus clientes, e esta tarefa só é possível se a equipe de trabalho estiver bem treinada, informada e motivada, fazendo com que o contato cliente - funcionário, em qualquer um de seus níveis, seja o mais positivo possível. Um hotel com ótima infraestrutura física, mas sem um bom padrão de serviços em suas dependências não conseguirá atender adequadamente as expectativas do hóspede. Ao passo que uma estrutura física mediana com uma estrutura de serviços eficiente e sintonizada com as necessidades do hóspede vai com certeza gerar um maior grau de satisfação entre os clientes. As empresas hoteleiras de ponta já se conscientizaram desta situação e dão atenção especial às políticas de gestão de recursos humanos em suas empresas, mas sem esquecer-se de cuidar também das estruturas físicas e administrativas para que a equipe de trabalho tenha condições de utilizar ao máximo seu potencial dentro de parâmetros previamente determinados. No caso da hotelaria, cada franqueado continua a deter a propriedade sobre seu meio de hospedagem, mas passa a seguir o modelo operacional determinado pelo franqueador, aderindo também ao seu sistema de reservas, promoção e vendas. Alguns dos principais agentes franqueadores do mercado hoteleiro são cadeias hoteleiras que buscam outras modalidades de negócio. Neste ramo, destacam-se a Choice Hotels, a holandesa Golden Tulip (ligada à companhia aérea KLM), além dos grupos Marriott e Accor. Depois de apresentadas e discutidas as principais formas de exploração dos meios de hospedagem, nos concentraremos agora em verificar quais são as AN02FREV001/REV 4.0 40 tendências atuais no que diz respeito à administração de um estabelecimento hoteleiro específico. Mesmo com a consciência da diversidade de formas e estilos das estruturas de alojamento e a consequente variabilidade nas suas formas de gestão, é importante detectarmos alguns padrões de gestão que podem ser adotados para que uma melhor qualidade dos serviços prestados seja alcançada. Do ponto de vista gerencial, um ponto comum entre todos os estabelecimentos do setor é o fato de que a indústria hoteleira é baseada fundamentalmente na prestação de serviços. Este foco nos serviços faz com que a ênfase da administração deva estar na gestão dos recursos humanos da empresa. Basicamente o que os hotéis buscam oferecer são boas experiências de hospedagem aos seus clientes, e esta tarefa só é possível se a equipe de trabalho estiver bem treinada, informada e motivada, fazendo com que o contato cliente - funcionário, em qualquer um de seus níveis, seja o mais positivo possível. Um hotel com ótima infraestrutura física, mas sem um bom padrão de serviços em suas dependências não conseguirá atender adequadamente as expectativas do hóspede. Ao passo que uma estrutura física mediana com uma estrutura de serviços eficiente e sintonizada com as necessidades do hóspede vai com certeza gerar um maior grau de satisfação entre os clientes. As empresas hoteleiras de ponta já se conscientizaramdesta situação e dão atenção especial às políticas de gestão de recursos humanos em suas empresas, mas sem esquecer-se de cuidar também das estruturas físicas e administrativas para que a equipe de trabalho tenha condições de utilizar ao máximo seu potencial. É uma tentativa dos hotéis de concentrarem seus esforços na sua atividade básica, que é a de receber e dar alojamento aos viajantes, deixando a cargo de empresas especializadas a operação dos demais setores do hotel. Há dois tipos básicos de terceirização de serviços. Na primeira delas os serviços são prestados dentro das dependências do hotel, utilizando as estruturas já instaladas, que apenas são operadas por uma empresa externa. Nesta modalidade, a terceirização se constitui numa verdadeira parceria, e apesar de pertencerem a empresas diferentes, o entrosamento entre as diferentes equipes é fundamental para o sucesso da operação global. Outro tipo de terceirização ocorre quando serviços são prestados em instalações externas ao hotel. Neste caso o contato entre hotel e prestador de serviço é um pouco menor e por este motivo os instrumentos de controle devem ser AN02FREV001/REV 4.0 41 mais acurados. Este tipo de terceirização se torna cada vez mais importante hoje em dia para os hotéis localizados em grandes centros urbanos, pois, com a escassez de espaços disponíveis, várias das áreas de serviço que ficavam dentro dos hotéis estão sendo transferidas para locais externos, aumentando a área disponível para ser utilizada diretamente pelo hóspede. Portanto, a tendência atual é que os estabelecimentos hoteleiros se estruturem de uma maneira cada vez mais enxuta e contem com cada vez menos níveis hierárquicos. A exclusão de alguns dos elos da cadeia de comando é importante não apenas como fator de diminuição de custos com mão de obra, mas também como motivador dos níveis mais baixos da hierarquia. Como são estes funcionários da base que tendem a ter o maior contato com o público, quanto maior for o seu grau de autonomia e capacitação para resolução de problemas, mais ágil e eficiente deverá se tornar o atendimento ao hóspede. O problema é que na prática a situação não é tão positiva como pode parecer. O que vem acontecendo na realidade é a sobrecarga de trabalho para os funcionários do hotel. O enxugamento da estrutura chega a níveis tão elevados que as pessoas simplesmente não têm tempo hábil de realizar todas as tarefas que lhes foram designadas de maneira adequada. Outro problema detectado é a falta de capacitação adequada da mão de obra utilizada nos hotéis. O aumento da autonomia, da autoridade e do poder de decisão dos níveis hierárquicos mais baixos ainda não foi acompanhado pela melhoria da capacitação, remuneração e condições de trabalho das pessoas responsáveis pelas tarefas. Isso faz com que a qualidade geral dos serviços tenda a piorar e isso certamente reflete negativamente nos níveis de satisfação do hóspede. Cabe ao bom administrador hoteleiro achar o equilíbrio entre equipe enxuta e competitiva, em termos de custo com adequação desta equipe às exigências cada vez maiores do mercado consumidor da hotelaria. Exemplificando esta mudança que vem ocorrendo na hotelaria atual, são apresentados, a seguir, alguns organogramas funcionais de setores de hotéis tradicionais, com todos os cargos e funções da área e, ao final, o organograma completo de uma empresa moderna, com a configuração mais enxuta. O que se nota, na análise dos organogramas, é que as funções que antes eram executadas por especialistas. Hoje foram agrupadas e são realizadas por apenas um profissional AN02FREV001/REV 4.0 42 que tem um perfil de polivalência, maior qualificação e com responsabilidade sobre um maior número de tarefas. FIGURA 11 - ORGANOGRAMA FUNCIONAL – DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS & BEBIDAS Este é o organograma de departamento de A&B com todas as suas funções. Atualmente, várias destas tarefas que eram realizadas por especialistas foram agrupadas e são realizadas por um só funcionário. FONTE: Organograma elaborado pelo autor. Gerente Alimentos & Bebidas Encarregado Eventos Chef Executivo Secretária Barman 2º maitre Steward Sommelier Recepcionista Chefe de fila Garçons Cummis Chef partier Coz. Família Entremetier Garde Manger Rotisseur Ajudantes Regimier Poissonier Saucier Chefe de Bares 1º maitre Subchef Executivo Patissier AN02FREV001/REV 4.0 43 FIGURA 12 - ORGANOGRAMA FUNCIONAL – DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO – FINANCEIRO (CONTROLADORIA) Este é o organograma de departamento administrativo-financeiro de um hotel de grande porte, tradicional. Este setor foi bastante influenciado por mudanças tecnológicas e modernamente sua estrutura tende a ser bem mais enxuta. FONTE: Organograma elaborado pelo autor. Gerente administrativo- financeiro (controller) Secretária Supervisor de caixa / correntistas Contador Chefe de controle de custos Almoxarife Correntistas Caixas Auxiliar de Almoxarife Enc. Escritu- ração fiscal Analista Contábil Enc. Contas a receber Enc. Contas a pagar Controlador de custos Estoquista Controlador de custos Controlador de custos Recepção de produtos Auditor Noturno Conferente de Receitas Tesoureiro Comprador Encarregado de pessoal AN02FREV001/REV 4.0 44 FIGURA 13 - ORGANOGRAMA FUNCIONAL DE UMA EMPRESA HOTELEIRA MODERNA Este organograma retrata de forma mais adequada a realidade vivida hoje no setor hoteleiro. Pode-se observar abaixo um número cada vez menor de níveis hierárquicos e uma polivalência cada vez maior dos funcionários. FONTE: Organograma elaborado pelo autor. O que se verifica com a análise dos organogramas, acima, é uma grande mudança organizacional nos meios de hospedagem. Percebe-se uma diminuição substancial dos níveis hierárquicos e uma aproximação do topo do organograma em relação à sua base. A gestão, que antes era realizada de forma vertical, com informações e decisões que geralmente vinham apenas de cima para baixo, hoje acontece de forma horizontal, com o fluxo de informações e a cadeia de comando muito mais descentralizados, agilizando o processo de tomada de decisão e tornando todo o sistema mais eficiente. O grande desafio é conseguir contar com uma equipe de trabalho qualificada, pois atualmente cada elo da cadeia de funções GERENTE GERAL GERENTE DE HOSPEDAGEM GERENTE ADM. - FINANCEIRO GERENTE DE ALIMENTOS & BEBIDAS GERENTE DE MANUTENÇÃO Governanta Executiva Gerente de Recepção Maitre Chef Executivo Departamento Pessoal Departamento Fiscal Departamento Financeiro Almoxarifado Coorde nador de Auxiliar de eventos Manutenção Preventiva Manutenção Corretiva Supervisora de andares Faxineiro Arrumadeira Recepcionista Mensageiro Telefonista Aux. Cozinha Garçom Cummin Cap. porteiro AN02FREV001/REV 4.0 45 é responsável direto pelo sucesso das operações e a satisfação do hóspede. A presença de uma equipe qualificada, bem treinada e motivada, é cada vez mais importante na gestão hoteleira. As empresas que conseguirem trabalhar com uma estrutura administrativa moderna e pessoal qualificado, ocupando todas as posições do organograma, terão um diferencial competitivo e se destacarão no competitivo mercado hoteleiro. Este módulo procurou analisar, de forma mais geral, as tendências de administração global dos meios de hospedagem. Os próximos dois módulos serão dedicados à descrição e análise maisdetalhada dos procedimentos adequados à gestão de cada departamento de um hotel. Os aspectos organizacionais que serão discutidos e principalmente os procedimentos operacionais que serão apresentados, não devem ser aplicados de forma indiscriminada em qualquer situação nos meios de hospedagem, mas têm o objetivo principal de servir de base para decisões operacionais mais consistentes, as quais levem em consideração os aspectos técnicos conjugados com as particularidades de cada situação. O bom gestor hoteleiro deve saber dosar um bom conhecimento técnico com a sensibilidade para entender que cada situação em um meio de hospedagem tem características únicas e deve ser tratada de forma diferenciada. Quando se alia conhecimento técnico consistente com o tratamento individualizado, a probabilidade de sucesso nas operações é maior. FIM DO MÓDULO II AN02FREV001/REV 4.0 46 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO HOTELEIRA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 47 CURSO DE GESTÃO HOTELEIRA MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 48 MÓDULO III 7 O DEPARTAMENTO DE HOSPEDAGEM FIGURA 14 - RECEPÇÃO FONTE: Banco de imagens do Portal Educação. O departamento de hospedagem, que engloba os setores de recepção e governança do hotel, assume uma importância fundamental nos meios de hospedagem, por ser o responsável pelo desenvolvimento das atividades básicas da empresa hoteleira. Qualquer meio de hospedagem, em sua essência, tem como finalidade original o acolhimento e alojamento de viajantes e são os setores do departamento de hospedagem que operacionalizam essas tarefas. O processo básico de hospedagem começa no momento da realização da reserva do hóspede e vai até o fechamento da sua conta, passando por recepção ao cliente, arrumação AN02FREV001/REV 4.0 49 dos apartamentos e limpeza e asseio geral do hotel e sua manutenção. Vários outros elementos podem ser incorporados posteriormente à hospedagem, mas são estes os processos básicos, sem os quais não existiria a hotelaria. Desta forma, a organização deste departamento é fator fundamental na definição do estilo e qualidade do hotel. Hoje em dia há uma tendência no sentido da desvinculação funcional dos dois setores que integram o departamento de hospedagem (recepção e governança). A maioria dos hotéis tem preferido tratar cada uma destas duas áreas como departamentos independentes, sem que ambos estejam vinculados a uma mesma chefia. Isto não significa que a interdependência entre estes dois setores não seja importante. Mesmo sem um vínculo formal, é fundamental que recepção e governança interajam entre si e trabalhem com o máximo de entrosamento para que as operações do hotel corram de forma adequada. A descrição detalhada da organização de cada um dos dois setores e a apresentação das principais tarefas realizadas em cada um deles torna-se, portanto, o ponto de partida para a eficiência da gestão hoteleira e para a qualidade dos serviços prestados em um meio de hospedagem. 7.1 RECEPÇÃO Dentro da estrutura do departamento de hospedagem, podemos dizer que o setor de recepção (que engloba reservas, telefonia, portaria social e front office) é a cara, ou seja, a identidade do hotel. Parte destas áreas a maioria dos contatos hóspede/funcionário, e assim as características destes setores determinam em grande parte as características gerais do hotel. A organização desses departamentos depende bastante do tipo, estrutura, tamanho e público-alvo do hotel, mas, de maneira geral, são organizados os setores da recepção como veremos a seguir. AN02FREV001/REV 4.0 50 7.2 TELEFONIA Na maioria das vezes o primeiro contato de um hóspede com o hotel se dá por meio do telefone, e por isso um bom atendimento telefônico é fundamental para que a imagem do estabelecimento seja fixada de forma positiva na mente do cliente. O setor de telefonia tem como principal função a recepção, triagem e encaminhamento das chamadas telefônicas internas e externas, sejam elas destinadas a hóspedes, clientes ou funcionários. O bom telefonista tem que saber dosar a agilidade no atendimento com uma atenção especial dada a cada chamada recebida. Para que o fluxo de trabalho caminhe com agilidade na mesa da telefonia, o profissional que a opera deve detectar com o máximo de rapidez o destino de cada ligação e encaminhá-la o mais pronta e corretamente possível, evitando acúmulo de ligações na espera. Muitas das pessoas que chamam o hotel têm uma demanda específica para ser tratada, mas não sabem exatamente a quem devem se dirigir. Cabe ao telefonista distribuir de forma eficiente as ligações, encaminhando a chamada certa ao setor correto. Outra importante função do telefonista é prestar informações a hóspedes, clientes e funcionários. Para que as informações sejam passadas com exatidão e eficiência, o telefonista deve ter um amplo conhecimento das dependências do hotel, seus setores, quadro de funcionários, serviços prestados e horários, tarifas praticadas, eventos agendados. Além de conhecer, também, a região onde o hotel está inserido, suas atrações turísticas, serviços oferecidos e demais informações que possam ser de interesse dos hóspedes. Por mais familiaridade com as informações que o telefonista possa ter o volume de dados que ele deve ter conhecimento é muito amplo e por isso outra maneira de aprimorar e agilizar o atendimento é disponibilizar meios de consulta claros e de fácil acesso. Uma prática comum dos telefonistas é montar pastas com as principais informações demandadas. Estas pastas, para serem de real utilidade, devem ser sempre revisadas e atualizadas, para que contenham sempre informações corretas e apresentadas de forma que possibilite uma consulta ágil. A utilização da Internet também é adequada na busca de informações por parte dos telefonistas, porém é AN02FREV001/REV 4.0 51 muito importante a certificação de que os sites que estão sendo consultados tenham dados de fato confiáveis, para que as informações prestadas sejam sempre corretas. É muito importante que o telefonista tenha certeza sobre as informações que ele disponibiliza. No caso de dúvida, não se deve disponibilizar a informação. Quando estas situações ocorrem, o procedimento correto é pedir um tempo ao hóspede para que haja a confirmação dos dados, pois uma informação incorreta, inexata ou incompleta pode trazer grandes transtornos ao hóspede e ao próprio hotel. Atualmente, uma situação muito comum nos meios de hospedagem é a eliminação do setor de telefonia do organograma do hotel e o repasse das funções deste setor para o front office. Esta opção gerencial visa à diminuição de custos, mas pode trazer prejuízos à qualidade do atendimento. Desta forma, este acúmulo de funções deve ser bem analisado antes de ser adotado, pois um investimento não muito grande no setor de telefonia pode trazer uma melhoria substancial na qualidade dos serviços prestados aos hóspedes. Outro ponto importante no setor de telefonia é a padronização do atendimento. Como já foi dito, o atendimento telefônico é como um cartão de visitas do hotel, e por este motivo deve espelhar as características e o tipo de serviço pretendido pelo hotel. O atendimento padronizado
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