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GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS NATÁLIA GOMES PARTE 01 APRESENTAÇÃO GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS: EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o contexto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, burocrático e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. Professora Natália Gomes da Silva GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS 3 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA EMENTA Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o contexto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, bu- rocrático e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. Ementa: Relação Com Outras Disciplinas Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o contexto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, bu- rocrático e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o contexto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, burocrático e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. EMENTA: RELAÇÃO COM OUTRAS DISCIPLINAS Contextualização da Gestão Pública Origem do Estado Estrutura e Organização da Administração Pública no Brasil Processo de gestão em organizações públicas Políticas Públicas Teoria do Estado e Direito Constitucional, e Direito Administrativo Direito Administrativo, Governança Pública, Gestão Estratégica, Gestão de Pessoas e DH, e Auditoria, Orçamento Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o contexto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, burocrático e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o contexto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, burocrático e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. Patrimonialismo Burocracia Gerencialismo Módulo 1 Governança Pública e Gestão Estratégica EMENTA: RELAÇÃO COM OUTRAS DISCIPLINAS 4 Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o con- texto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, burocrá- tico e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o contexto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, burocrático e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. EMENTA Temas Emergentes Módulo 4 Governança Pública, Gestão Estratégica, Gestão de Pessoas e DH 5 MÓDULO 1: FUNDAMENTOS DA GESTÃO PÚBLICA 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA Para Estudar Gestão PúblicaPara estudar Gestão Pública Direito - Constitucional - Administrativo História - Origem do Estado - Formação do Brasil Ciências Políticas - Governo - Poder - Sistemas de governo Administração Processo e tecnologias de gestão Economia Funções do Estado Antropologia Formação da sociedade/cultura Que Imagem Temos Da Gestão Pública? Que imagem temos da gestão pública? 6 A “Administração Pública” está presente em nosso dia a dia, desde os serviços mais básicos até as decisões mais críticas que podem mudar a realidade de um país, ou até mesmo do planeta. Como chegamos a estas percepções? É o que vamos tentar responder na sequência Senta que lá vem história.... 7 2. ORIGEM, ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Origem do Estado Como chegamos a uma percepção muitas vezes negativa da Gestão Pública? Modelos de Administração Pública – Aulas 2 e 3 Quando surge o Estado? • Pré-História: • organização da vida em comunidade – submissão do coletivo à figura de um chefe; • Processo de sedentarização, formação de grupos urbanos, desenvolvimento de ativida- des econômicas fortaleceram esta necessidade de organização; • Cidades-estado (polis) gregas: Atenas, Esparta... • Estado Moderno: Absolutismo Monárquico (XV a XVIII) – Rei Sol, Luís XIV – “O Estado Sou Eu”; • Contrato Social • Thomas Hobbes (1588-1679): cada indivíduo abre mão de parte de sua liberdade, em prol de um governo absoluto, capaz de garantir ordem, direção e segurança no convívio social; 8 • Iluminismo (séc. XVIII): crítica ao Estado Absolutista. Defesa de um Estado Laico e Civil; • Rousseau (1712-1778): revisa o conceito de contrato social. Coloca que os conflitos são resultados da propriedade privada. A coletividade abriria mão de liberdade em nome de um ente maior, que é o Estado. •Montesquieu (1689-1755): definiu a separação dos poderes no Estado, como solução para as injustiças monárquicas. •Revolução Francesa (1789): ruptura do Estado Absolutista EVOLUÇÃO DO ESTADO MODERNO Fonte: Coelho (2013) 9 • Estado Liberal: Adam Smith – “mão invisível”. • Estado Intervencionista: crise da bolsa de 1929. A economia não caminha tão bem sozi- nha. Estado passa a interferir mais no mercado. • Estado Social: busca do equilíbrio entre o Estado Liberal e as desigualdades sociais • Estado Democrático de Direito: fusão entre o Estado de Direito e o Estado Democrático, isto é, entre o respeito à lei (Constituição) e a noção de cidadania, pluralismo político, livre iniciativa. (Coelho, 2013) Administração Pública Gerencial Políticas Públicas E como surge o Estado Brasileiro? 10 Colonização portuguesa, espanhola, holandesa, africana, alemã, italiana X povo autóctone indígena • Objetivo: exploração de commodities, garantia de fronteiras, destino de degradados e criminosos; • Capitanias hereditárias: divisão do território entre a aristocracia; • Poder ocupado pelos amigos do rei • Revoluções conduzidas pela aristocracia • Poder ocupado pelos amigos do rei; • Revoluções conduzidas pela aristocracia... Todas essas heranças culturais contribuíram para a formatação do Estado brasileiro. 11 • Poder ocupado pelos amigos do rei; • Revoluções conduzidas pela aristocracia... Todas essas heranças culturais contribuíram para a formatação do Estado brasileiro. Patrimonialismo Afinal, o que é o Estado? • Estado é tido como governo, como sinônimo de país, regime político ou sistema econômico (MATIAS-PEREIRA, 2010, p.31). • Concepção jurídica: povo, território e governo soberano. Soberania significa que o governante (soberano) tem o direito de fazer valer suas decisões fren- te aos governados (súditos). Soberania interna X soberania externa. Na Constituição da República (CF, 1988) brasileira.... • Art. 1º: Fundamentos. • Soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, pluralismo político, valores sociais do trabalho e livre iniciativa. • Art. 3º: Objetivos Fundamentais. • Desenvolvimento, erradicação da pobreza, sociedade livre, bem de todos. • Art. 4º: princípios para as relações internacionais. Afinal, o que é o Estado? • Concepção econômica: Governo – entidade responsável por prover os bens públicos; • Bens públicos: bens que não podem ser providos pelos mecanismos de mercado – segu- rança, justiça etc – de consumo não rival e não excludente; • Funções do Governo: estabilizadora (política econômica); alocativa (distribuição de recur- sos) e distributiva (arrecadação de impostos). 12 Objetivos do Estado – o Bem Comum “O bem comum consiste no conjunto de condições sociais que permitam e favoreçam nos seres humanos o desenvolvimento integral de todos os membros da comunidade. O Estadodeve ofe- recer condições para que todas as pessoas que integram a comunidade política realizem seus desejos e aspirações, e para tanto assegura a ordem, a justiça, o bem estar e a paz externa, que são os elementos necessários para que outras necessidades públicas sejam atendidas”. (Dias e Matos, 2012, p. 9) • Objetivos do Estado – o Bem Comum “O bem comum consiste no conjunto de condições sociais que permitam e favoreçam nos seres humanos o desenvolvimento integral de todos os membros da comunidade. O Estado deve oferecer condições para que todas as pessoas que integram a comunidade política realizem seus desejos e aspirações, e para tanto assegura a ordem, a justiça, o bem estar e a paz externa, que são os elementos necessários para que outras necessidades públicas sejam atendidas”. (Dias e Matos, 2012, p. 9) Os objetivos do Estado não podem confundir-se com os daqueles que o governam. Na Constituição da República (CF, 1988) brasileira.... Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o trans- porte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assis- tência aos desamparados, na forma desta Constituição. Função Política X Função Administrativa Função Política Função Administrativa • Traça as diretrizes; • Tem influência partidária; • Política X politicagem. • Atos realizados para que o Estado concretize suas funções; • Precisa de uma estrutura – recursos = ORGANIZAÇÃO; • É afetada pela função política. O que vem antes: a função política ou a função administrativa? Voto como meio para influenciar a função política 13 Estrutura Política Brasileira • República Presidencialista; • Eleições diretas a partir da Constituição de 1988; • Voto direto e secreto; • Sistema majoritário: Presidente, Governador e Prefeito (Executivo); Senadores (Legisla- tivo); • Sistema proporcional: deputados federais e estaduais; vereadores (Legislativo); • Os Senadores representam os Estados: 81; • Os Deputados representam o povo: varia conforme a população de cada Estado. Estado Sociedade ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAFunção Política Função Administrativa Organização do Estado Brasileiro • Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos (...) • Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Execu- tivo e o Judiciário. (CF 1988) Organização do Estado – três níveis: • União: corresponde à Federação (arts. 20 a 24 – CF 1988); • Estados-membros: cada uma das unidades federativas, os estados (arts. 25 a 28 – CF 1988); • Distrito Federal: art. 32 – CF 1988 • Municípios: divisão dos estados (arts. 29 a 31). • Territórios: art. 33 – CF 1988 14 Organização dos Poderes – Três Poderes: • Executivo (CF 88 arts. 76 a 91) • Legislativo (CF 88 arts. 44 a 75) • Judiciário (CF art. 92 a 124) Três Poderes – atribuições: • Executivo: • Programas de Governo; • Políticas Públicas; • Bens e serviços de mercado (administração indireta). • Legislativo: • processo legislativo e controle do Executivo (Tribunais de Contas); • Judiciário: • provimento da justiça. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ORGANIZAÇÃO DOS PODERES Legislativo Executivo Judiciário Divisão Político Administrativa União XX XX XX Estados (26) XX XX XX Municípios XX XX -- DF X XX XX “(...) a administração pública, num sentido amplo, deve ser entendida como todo o sistema de governo, todo o conjunto de ideias, atitudes, normas, processos, instituições e outras formas de conduta humana, que determinam a forma de distribuir e exercer a autoridade política e como se atendem aos interesses públicos” (Matias-Pereira, 2012) 15 Definindo Administração Pública... Sentido subjetivo Sentido Objetivo Sentido Amplo Estado Administração Pública corresponde aos Três Poderes, bem como aos órgãos administrativos, subordinados e dependentes A Administração Pública compreende a Função Política, que traça as Diretrizes, e a Função Administrativa Sentido Estrito Aparelho do Estado Apenas os Órgãos Administrativos Apenas a função administrativa Definindo Administração Pública... APARELHO DO ESTADO • CONSTITUÍDO PELO Governo, isto é, pela cúpula dirigente nos três poderes, por um corpo de funcionários e pela força militar. REFORMA DO APARELHO DO ESTADO – ESTRUTURA ESTADO • Contempla, adicionalmente, o sistema constitucional-legal, que regula a população nos li- mites de um território; • Organização burocrática que tem o monopólio da violência legal, é o aparelho que tem o poder de legislar e tributar a população de um determinado território. REFORMA ESTADO – POLÍTICA: PAPÉIS E FUNÇÕES DO ESTADO (Chiavenato, 2016) Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta- dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalida- de, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) (CF, 1988) Administração Pública Direta: • funções intrínsecas do Estado, de natureza Política; • Presente no Executivo, Legislativo e Judiciário e nos três níveis de Governo. Administração Pública Indireta: • funções do Estado que podem ser descentralizadas, delegadas; 16 • Existem no âmbito do Executivo; • Autarquias: criadas por lei para executar funções típicas do Estado; • Fundações Públicas: entidade criada para o desenvolvimento de atividade que não exijam execução órgãos ou entidades de direito público; • Empresas Públicas: entidade com capital exclusivo da União, para exploração de atividade econômica; • Sociedade de Economia Mista: criada para exploração de atividade econômica, cujas ações com direito a voto pertençam à União em sua maioria. Administração Direta Autarquia Fundação Empresa pública Sociedade de economia mista Gestão pública - Estado Gestão privada – Mercado Podemos falar de uma Administração Pública única? Toda a Administração Pública é igual? 17 3. MODELOS DE GESTÃO PÚBLICA Ementa Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o contexto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, burocrático e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o contexto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, burocrático e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. EMENTA Patrimonialismo Burocracia Gerencialismo Max Weber Para começar, vamos recorrer à Sociologia, mais especificamente aos estudos de Max Weber → Nascido na Alemanha, fez estudos nas áreas de Economia, Direito, Filosofia, História Comparativa e Sociologia; → Suas pesquisas estavam voltadas para o desenvolvimento do Capitalismo e a urbanização pós Revolução Industrial; → “Economia e Sociedade” e “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo são as principais obras. → Sociologia da compreensão (apreender o sentido de um fenômeno) em oposição à vertente explicativa (observação objetiva de um fato) característica do Positivismo 18 • Compreender o fenômeno social recuperando-se seu sentido, que é temporalmente arrai- gado a uma visão de mundo (relativismo) e a um ponto de vista (perspectivismo) [Wilhelm Dilthey] Max Weber (1864 -1920) § Nascido na Alemanha, fez estudos nas áreas de Economia, Direito, Filosofia, História Comparativa e Sociologia; § Suas pesquisas estavam voltadas para o desenvolvimento do Capitalismo e a urbanização pós Revolução Industrial; § “Economia e Sociedade” e “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo são as principais obras. O que isto tem a ver com os Modelos de Gestão Pública? Para estudar os fenômenos sociais,considerando que a realidade é infinita, Weber desenvolveu um instrumento conceitual denominado TIPO IDEAL. TIPO IDEAL é um modelo simplificado da realidade em que os traços mais relevantes do objeto a ser estudado são apresentados. O Tipo ideal foi utilizado para descrever o Patrimonialismo e modelo burocrático. De onde emana o Poder na Sociedade? Formas de Dominação 19 Tradicional Sua legitimidade é decorrente do caráter sagrado de uma tradição Carismática sustentada no carisma de alguém – o líder carismático mobiliza massas a partir do estímulo às emoções das pessoas Racional-legal Baseia-se no respeito a uma norma. Ligado à função, não à pessoa RAZÃOEMOÇÃO Vamos aprofundar na sequência a relação entre os estudos de Weber e os Modelos de Gestão Pública Tipos de Administração Pública no Brasil Tipos de Administração Pública no Brasil Patrimonialismo: desde o período colonial Burocracia: Getúlio Vargas – primeira metade do século XX Gerencialismo: FHC – final do século XX 20 3.1 Patrimonialismo Patrimonialismo (Weber) • Instituição durável e contínua; • O costume é aceito como válido e inviolável; • O poder pertence ao soberano em virtude de suas qualidades pessoais; • Os funcionários são recrutados entre aqueles ligados ao soberano; • Os funcionários são donos de seu cargo e dos meios de administração; • Os interesses privados confundem-se com os profissionais; • O critério de seleção é a confiança nos subalternos; • Não há “direito oficial” – o Rei/soberano que faz a Justiça. Patrimonialismo (Chiavenato, 2013) • O aparelho do Estado é uma extensão do poder do soberano; • Servidores e auxiliares têm status de nobreza real; • Cargos são prebendas: benefício eclesiástico – com o passar do tempo, passou a ser visto como ocupação rentável de pouco trabalho; • A coisa pública (res publica) se confunde com o Estado e o patrimônio do soberano. Qualquer semelhança com o Estado Absolutista não é mera coincidência... O Patrimonialismo é o exercício do poder (dominação) do tipo tradicional Patrimonialismo e corrupção Coronelismo: quando o exercício do voto é definido por alguém que tem poder econômico ou autoridade sobre outrem – o voto a cabresto é um exemplo. 21 Clientelismo: troca de favores e barganhas entre sujeitos desiguais e que miram a conquista da cooptação na relação social e política (PUCSP). Nepotismo: ocorre quando um agente público usa de sua posição de poder para nomear, con- tratar ou favorecer um ou mais parentes (CGU). Patrimonialismo na atualidade • Fraudes a licitações: favorecimento de empresas em troca de benefícios; • Funcionários fantasmas (cargos em comissão); • Uso do patrimônio público para fins pessoais. Todas estas manifestações correspondem a crimes contra a Administração Pública. 22 Para refletir... § Na Administração Pública, existem os cargos de livre nomeação e de livre exoneração, que não necessitam de concurso público para serem ocupados – são os cargos em comissão. § Os cargos em comissão têm natureza de direção, chefia e assessoramento. § Geralmente, a seleção para este tipo de cargo leva em conta a relação de confiança com o superior hierárquico. Você é favorável à existência dos cargos em comissão? 23 3.2 Burocracia BUROCRACIA O que imaginamos quando falamos em Burocracia? Carimbos, papelada ? Filas, espera para sermos atendidos? 24 Arquivos, gestão arcaica? Por que chegamos a estas percepções? Burocracia: tipo ideal (Weber) • Funções claramente definidas e competências estabelecidas em lei; • Proteção dos funcionários no exercício da função pública; • Hierarquia de funções; • Ênfase no conhecimento técnico; • Recrutamento por meio de concursos e assemelhados; • Remuneração: salários fixos e aposentadoria; • Autoridade tem o direito de controlar o trabalho de seus funcionários; • Os funcionários têm a possibilidade de ser promovidos com base em critérios objetivos (meritocracia); • O indivíduo tem completa separação de sua função. Burocracia (Chiavenato, 2013) • Surge como uma alternativa ao Patrimonialismo, na segunda metade do século XIX (Estado Liberal): combate à corrupção e ao nepotismo; • Princípios orientadores: • Hierarquia; • Profissionalização; • Carreira; • Impessoalidade; • Formalismo. 25 Burocracia (Chiavenato, 2013) § Pressuposto da administração pública burocrática: desconfiança aos administradores públicos e cidadãos § Há uma ênfase em controles prévios Disfunções da Burocracia • O excesso de controle leva o Estado a ser um fim de si mesmo, colocando em segundo pla- no as demandas da sociedade; • Supervalorização do princípio da eficiência – ênfase nos meios: papeladas, formalismo, morosidade; • Estrutura rígida; • Muitas instâncias decisórias (hierarquia), ao mesmo tempo que contribui para a “desonera- ção da responsabilidade” : “Isso não é comigo...” Burocracia no Brasil • Surge no governo de Getúlio Vargas, em 1930; • Estado interventor na economia, produzindo bens e serviços; • 1936: DASP – Departamento Administrativo do Serviço Público; • Mudanças: • Primeiras carreiras burocráticas; • Concurso público; • Função orçamentária como atividade formal e permanente, vinculada ao planeja- mento; 26 Afinal, a Burocracia foi importante para a Administração Pública brasileira? Cenas dos próximos capítulos... • O Estado não consegue mais dar respostas às mudanças e à com- plexidade social vigente... • Reage lentamente aos acontecimentos... • Os custos da manutenção do Estado começam a pesar no orça- mento público... • A sociedade começa a ficar insatisfeita por não ter suas demandas atendidas.... E então surge..... 27 3.3 Gerencialismo Evolução do Estado Moderno Fonte: Coelho (2013)Fonte: Coelho (2013) Liberalismo clássico (HUNT & SHERMAN, 1977): • Credos psicológicos: o homem é egoísta, frio, calculista, inerte e atomista. • Credos econômicos: Adam Smith – A Riqueza das Nações (1776): “mão invisível” – mercado livre de toda e qualquer restrição. • Credo político: Estado mínimo – Estado liberal. Colapso econômico: 29/10/1929 28 Desconfiança Cortes de investimentos Mais desconfiança Mais cortes Desvalorização dos títulos na Bolsa de NY Grande depressão Por que se chegou a este ponto? Na doutrina liberal, a iniciativa privada é quem determina os rumos da economia. TEORIA ECONÔMICA KEYNESIANA (HUNT & SHERMAN, 1977) • John Maynard Keynes (1883-1946): The General Theory of Employment, Interest and Money, publicada em 1936. • Fluxo circular: a renda flui das empresas para os trabalhadores na forma de renda, que revertem para as empresas na compra dos bens e serviços. A lógica liberalista se sustenta “(...) enquanto as empresas puderem vender tudo o que produzirem e obter lucros satisfatórios.” (HUNT & SHERMANN, p. 166) • A oferta e demanda são mais complexas do que os liberalistas imaginavam. 29 • Demanda • Consumo bens e serviços • Impostos • Importações • Poupança • Oferta • Consumo de bens e serviços • Gastos do governo • Exportações • Investimento • Em determinado ponto, os empresários param de investir porque deixa de ser lucrativo. • Solução: o governo deveria entrar em cena, realizando investimentos que não impactassem na capacidade produtiva – Keynes era favorável à construção de hospitais, escolas, parques... Isto é, despesas que beneficiariam mais setores de médias e baixas rendas. • II Guerra Mundial: “comprovação” das ideias de Keynes – Estado investe em armamento – desemprego cai e alto desenvolvimento econômico. Estado protagonista/intervencionista - estimulador do crescimento econômico, gerador de empregos e da promoção do bem-estar social (PAES de PAULA, 2005); •Em concomitância, os herdeiros do “Liberalismo Clássico” não se contentam com a ampliação da atuação do Estado, regulando o mercado, promovendo o desenvolvimento, empregando e tributando •Algunseconomistas (como Friederick Hayek, Ludwig von Mises e Lionel Robbins – todos austríacos) seguem reafirmando o liberalismo, o que evidenciou o pensamento liberal neoclássico. 30 • Nos EUA, surge a Escola de Chigago, sendo Milton Friedman (1912-2006) um de seus principais expoentes. • Pregavam o Monetarismo (1962): • o controle da economia deve ser por políticas monetárias: o governo deve controlar a oferta de moeda; • etorno à visão liberal do Estado: ele deveria apenas determina as regras do jogo, pois qualquer outra intervenção fere a liberdade de escolha individual. ANARCOLIBERAIS NEOLIBERAIS • Retorno ao liberalismo puro de Adam Smith • Estado-mínimo para manuten- ção da lei, da ordem e da segu- rança dos cidadãos • Nova versão do liberalismo, mais “tênue” • Estado suficiente: • Proteger os cidadãos (segurança nacional) • Garantir que cada cidadão seja auto suficiente para o seu desenvolvimento; • Manter uma estrutura que possibilite a eficiência de mercado (cooperação e competição); • Garantir igualdade material e de condições para os cidadãos competirem Além do Neoliberalismo, outros dois movimentos contribuíram para a estruturação do geren- cialismo na administração pública: • Teoria da Escolha Pública: • aplicação de princípios econômicos para explicar temas de interesse dos cientistas políticos – utilitarismo; • a escassez de competição e orientação para o lucro no serviço público impedem que os burocratas tomem as melhores decisões para resolver os problemas administrativos; • Isto justificaria a privatização de certos serviços. • Teoria da Agência (Agency Theory): • Também baseada nos pressupostos da racionalidade econômica; 31 • Assimetria de informação entre os proprietários (principais) e os gestores (agentes) gera riscos; • Isto se repete na privatização de serviços: Estado (principal) X empresas (agentes); • Solução: Estado regular, fiscalizar e controlar as privatizações, garantindo transparência de informações. • Reino Unido • 1970, 1980 • Margareth Thatcher • Partido Conservador • Estados Unidos • 1980: ruptura definitiva com o new deal keynesiano • Ronald Reagan • Partido Republicano Papel dos think thanks (centro de pensamento dedicados ao estudo do Estado, das políticas governamentais e do desenvolvimento econômico): popularização do neoliberalismo Consequências: Estado mínimo regulador, privatizações, terceirizações, redução das políticas de cunho social (espaço para organizações filantrópias) 32 Enquanto isto no universo da gestão... • Esgotamento do modelo fordista de produção – avanço das indústrias asiáticas (manufatura flexível) • Globalização: a crise em um local do globo afeta às demais nações (ex.: crise do petróleo na década de 1970); ...enfraquecimento do Estado de Bem-Estar Social (welfare state) Resposta: • Manufatura flexível (toyotismo): enxugamento das empresas • Proliferação das business schools: disseminação das tecnologias gerenciais (reenganharia, qualidade total, administração participativa) Neoliberalismo Esgotamento do modelo fordista Enfraquecimento do Welfare State 33 Administração Pública Gerencial Nova Administração Pública (NAP) New Public Management (NPM) Gerencialismo Características modelo britânico de NPM (PAES de PAULA, 2005): • Descentralização do Aparelho do Estado; • Privatização das estatais; • Terceirização dos serviços públicos; • Monitoramento das atividades por instrumentos de regulação e controle; • Uso das ideias e ferramentas gerenciais advindas do setor privado. E no Brasil? Cenário no Brasil da segunda metade dos anos 1980 • Crise fiscal – alto endividamento da economia do país • Crise do petróleo e recessão mundial • Esgotamento do modelo de substituição de importações • Estado centralizador, rígido e com excesso de formalismo. 34 A partir de 1990, começam a ser adotadas ideias neoliberalistas nas políticas do Estado – surge o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (1995), idealizado pelo Ministro da Admi- nistração e Reforma do Estado, Luiz Carlos Bresser-Pereira • Dimensão institucional-legal • EC n. 19/1998 (Administração Pública) e 20/1998 (Reforma Previdência); • Atividades exclusivas X atividades não exclusivas. • Dimensão cultural • Mudança para um paradigma gerencialista. • Dimensão gestão • Práticas gerenciais; • Foco no cidadão-cliente. Setores do Estado (diagnósticos) Setores do Estado (diagnósticos) Forma de Propriedade Forma de Administração Estatal Pública não- estatal Privada Burocrática Gerencial Núcleo Estratégico Estrutura para funcionamento dos Três Poderes X X X Atividades Exclusivas do Estado Regulamentação, Fiscalização, segurança pública, seguridade básica X X Serviços não- exclusivos do Estado Educação, saúde, centros de pesquisa, museus, etc x X X Produção para o mercado Empresas estatais x X X (Publicização) (Privatização) 35 Setores do Estado (diagnósticos) Forma de Propriedade Forma de Administração Estatal Pública não- estatal Privada Burocrática Gerencial Núcleo Estratégico Estrutura para funcionamento dos Três Poderes X X X Atividades Exclusivas do Estado Regulamentação, Fiscalização, segurança pública, seguridade básica X X Serviços não- exclusivos do Estado Educação, saúde, centros de pesquisa, museus, etc x X X Produção para o mercado Empresas estatais x X X (Publicização) (Privatização) • Publicização: o estado repassa recursos para terceiros, estabelecendo requisitos para que se possa realizar estes serviços. São formas de atuar no serviço público, sem ter a estrutu- tura para isso; • Privatização: acontece em dois casos • Quando o Estado define que determinada atividade não é essencial para ele; • Quando não há condições financeiras de manter a “empresa”. Exemplos de gerencialismo na gestão pública 36 Limites da NAP (PAES DE PAULA, 2005) • Formação de uma nova elite burocrática; • Centralização do poder nas instâncias executivas; • Inadequação da utilização das técnicas e práticas advindas do setor privado no setor público; • Dificuldades de lidar com a complexidade dos sistemas administrativos e a dimensão sociopolítica da gestão; • Incompatibilidade entre a lógica gerencialista e o interesse público. 37 E então, qual o modelo de administração pública vigente no Brasil hoje? Os três!! Existe algum outro modelo? Sim – a Administração Pública Societal, que seria um contraponto à Administração Pública Gerencial (NAP) Vamos falar disso noutro momento. GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS NATÁLIA GOMES PARTE 02 APRESENTAÇÃO GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS: EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o contexto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, burocrático e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. Professora Natália Gomes da Silva GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS 3 PROCESSOS DE GESTÃO EM ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS 1. O QUE É UMA ORGANIZAÇÃO? Gestão – Por Onde Começar? Conceito de Organização Escolas do Pensamento Administrativo Processos de Gestão Funções Organizacionais 4 O que é uma organização? Conjunto de recursos (físicos, financeiros, humanos, de informação) com um propósito. O que é uma organização? Conjunto de recursos (físicos, financeiros, humanos, de informação) com um propósito. As diferentes entidades do serviço público são ORGANIZAÇÕES, porque dotadas de um propósito – previsto em lei – e detentoras de recursos para atingir tais finalidades. A maior parte das ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS atua no ramo de serviços, logo, seus recursos mais relevantes são as pessoas e informações/conhecimento. Exceções: organizações públicas voltadas para a produção de bens. 5 Ambiente Interno Recursos materiais Capital Social Tecnologias Políticas, diretrizes Capital financeiroEstrutura de marketing Práticas de gestão de pessoas Organograma Processos.... Ambiente Externo - dimensões Social Política e legal Cultural Econômica Ambiental Demográfica Tecnológica 1.1 Conceito de administração/gestão Como imaginamos a GESTÃO das organizações considerando estes ambientes? Assim... 6 E como ela é de fato? Assim... Do que as organizações públicas precisam? De GESTÃO e de GESTORES !!!!!! 7 Qual o papel de um gestor? Integrar as diversas funções e pessoas, fazendo com que estas realizem as tarefas necessárias para a organização atingir os objetivos de forma eficiente e eficaz. EFICÁCIA O QUE deve ser feito. FINS RESULTADOS EFICIÊNCIA COMO algo é feito. MEIOS RECURSOS EFETIVIDADE POR QUE deve ser feito? IMPACTO RESPONSABILIDADE • O gestor é um tomador de decisões! • Racionalidade limitada: não existe a melhor decisão, mas a mais satisfatória, dentro do nível de informa- ções disponíveis. • A forma de exercitar a gestão organizacional. § O gestor é um tomador de decisões!! § Racionalidade limitada: não existe a melhor decisão, mas a mais satisfatória, dentro do nível de informações disponíveis. § A forma de exercitar a gestão vai depender do nível organizacional. Estratégico Tático Operacional 8 Estratégico • Objetivos organizacionais. • Consideram as dimensões externas principalmente. • Decisões de impacto amplo e de longo prazo. • Correspondem à Alta Administração, Diretoria, Presidência, Conselho de Gestão, Secretários. Tático • Objetivos setoriais – de cada “departamento”. • Desdobramento da estratégia. • Decisões de impacto amplo de médio e curto prazo. • Correspondem à Gerência Média, Coordenadorias, Departa- mentos. Operacional • Tarefas e operações cotidianas. • Execução da estratégia. • Impacto no curto prazo. • Atividades técnicas ou administrativas. • Correspondem às Chefias, Supervisões, Líderes de equipes. 1.2 Gestão Pública X Gestão Privada Que diferenças existem entre Gestão Pública e Gestão de organizações privadas? 9 Gestão Corporativa/privada §Atuam em contextos competitivos (concorrência) §Comprometida com o interesse do acionista, em geral, o lucro §O administrador corporativo deve atuar nos limites da lei. Pode fazer tudo o que não for proibido pela lei §Atuação “privada” (sigilosa) Gestão Pública §Na maioria das vezes, desempenham serviços sem concorrência §Comprometida com os interesses das coletividade, da sociedade §O administrador público só pode atuar nos limites da lei. Princípios da legalidade e finalidade §Atuação pública. Transparência e publicidade. Como a GESTÃO acontece na prática? 10 PODC PODC Processo de Gestão Planejar Organizar Dirigir Controlar Vixe! De onde saiu isso?! Senta, que lá vem (mais) um pouco de história. 11 As atividades de natureza de administração e gestão são inerentes aos grupamentos humanos, conforme evidências ao longo da História. Exemplo: Igreja católica e organizações militares já tinham hierarquia, unidade de comando, normas escritas, padronização de atividades. Mas é no período da Revolução Industrial (final do século XIX) que a Administração surge como ciência, com os estudos de Taylor, que apresentou a Administração Científica, na qual se em- pregaram métodos científicos para estudar o trabalho nas fábricas – buscando a “melhor ma- neira” (the one best way) de realizar as atividades – Organização Racional do Trabalho (ORT). 2. ESCOLAS DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO 12 Em síntese... Escolas “Essência” Administração Científica, Burocracia, Clássica, • Foco na racionalidade, conhecimento científico – abordagem mais “linear, cartesiana”: fenômeno social tratado como um fenômeno natural – Administração como um ciência controlável Relações Humanas • Elemento humano e relações, mas ainda numa perspectiva “linear, cartesiana” Comportamental • Elemento humano, mas numa perspectiva mais “aberta”, menos prescritiva/controlável e multivariável; Estruturalista, Neoclássica • Reforçam as teorias clássicas e acrescentam outros elementos. Passam a considerar o contexto/ambiente, bem como outros tipos de organizações. Teoria de Sistemas • Organizações como sistemas em que funções organizacionais interagem entre si e com o ambiente na qual estão inseridas. Sistema: entrada – processamento – saída Abordagem Sociotécnica • Organizações como sistemas abertos, compostas por uma dimensão técnica e outra social (crítica às teorias anteriores que eram só técnicas ou só sociais) que se complementam. Teoria da Contingência • Não há uma única maneira de administrar. A estrutura deve acom- panhar a estratégia e não o inverso. Consideravam principalmente o ambiente e a tecnologia; Tendências Modernas • Produção Enxuta (Lean Manufactoring) • Melhoria contínua (PDCA) • Start ups Teoria Neoclássica da ADM • Abordagem contemporânea. Conhecida também como Escola Operacional, Escola do Pro- cesso Administrativo, Abordagem Universalista; • Expoente mais conhecido: Peter Drucker (1909 – 2005) 13 • Características: • Ecletismo: ratifica abordagens clássicas, mas inclui teorias mais atuais. • Ação administrativa: enfoque mais instrumental e pragmático. Uma teoria tem mais valor quando aplicada. • Foco nos objetivos e resultados – EFICÁCIA – necessária competência da gerência. • Administração por Objetivos (APO, 1954, Peter Drucker): gerenciar a organização por meio da definição de objetivos, metas, prazos e recursos. Há prós e contras. 3. PODC APLICADO À GESTÃO PÚBLICA Teoria Neoclássica da ADM: PODCTeoria Neoclássica da ADM: PODC Processo de Gestão Planejar Organizar Dirigir Controlar PLANEJAR • Definir uma META e estabelecer as estratégias para alcançá-la ORGANIZAR • Dispor de pessoas e recursos para atingir as metas DIRIGIR • Orientar e articular a ação dos indivíduos para fazer com que os objetivos organizacionais sejam atingidos CONTROLAR • Verificar se as metas foram atingidas 14 PODC X PDCA PODC PDCA • Processo de gestão. • Inerente a todas organizações. • Formalização das etapas que contemplam a administração de uma organização. • Ciclo de gestão da qualidade: emprego eletivo. • Planejar (Plain), Executar (Do), Controlar (Check) e Agir (Act). • Melhoria contínua: feedback. • Aprendizagem a cada ciclo. A partir da próxima aula, vamos explorar cada uma das etapas do processo de gestão aplicadas à Gestão Pública Finalizando nossos estudos sobre Organizações... 15 Funções OrganizacionaisFunções Organizacionais Finanças Gestão de Pessoas Operações Logística Marketing CLIENTES / CONSUMIDORES FORNECEDORES Criar VALOR para o cliente INTEGRADORA de toda organização PRODUÇÃO de bens ou serviços Alocação de PESSOAS Gestão dos RECURSOS FINANCEIROS Funções Organizacionais na Gestão PúblicaFunções Organizacionais na Gestão Pública Orçamento e Finanças Gestão de Pessoas Administração “Marketing” / Assessoria de Comunicação CIDADÃOS UNIÃO + FORNECEDORES Transparência – princípio da publicidade – controle externo Marketing político Compras, contratações, infra-estrutura predial, serviços de apoio Alocação de PESSOAS – fator estabilidade Orçamento: previsão das despesas Finanças: execução do planejado Funções Organizacionais na Gestão Pública Orçamento e Finanças Gestão de Pessoas Administração “Marketing” / Assessoria de Comunicação CIDADÃOS UNIÃO + FORNECEDORES Transparência – princípio da publicidade – controle externo Marketing político Compras, contratações, infra-estrutura predial, serviços de apoio Alocação de PESSOAS – fator estabilidade Orçamento: previsão das despesas Finanças: execução do planejado O princípio da legalidade é um limitador da atuação do gestão pública 16 3.1 Planejamento PODC PODC Processo de Gestão Planejar Organizar Dirigir Controlar PLANEJAR • Definir uma META e estabelecer as estratégias para alcançá-la ORGANIZAR • Dispor de pessoase recursos para atingir as metas DIRIGIR • Orientar e articular a ação dos indivíduos para fazer com que os objetivos organizacionais sejam atingidos CONTROLAR • Verificar se as metas foram atingidas 17 Atitividade • Assista ao vídeo disponibilizado (propaganda de uma marca de chocolates). Clique na imagem para ser direcionado ao vídeo • Analise os seguintes aspectos do vídeo: • O que o menino queria? • O que ele fez para atingir o objetivo? • Ele conseguiu o que queria? O que o menino queria? Ter companhia para brincar O que ele fez para atingir o objetivo? Preparou um jantar romântico Foi dormir mais cedo Criou um “clima” no quarto dos pais Ele conseguiu o que queria? OBJETIVO E META ESTRATÉGIAS RESULTADOSSIM!! A estratégia se mostrou adequada para atingir o objetivo definido? O cenário era familiar? Havia conhecimento das necessidades dos interessados? Os recursos eram compatíveis com as metas? https://www.youtube.com/watch?v=r6qdPw_P-YM 18 Planejamento é isto e um pouco mais “O processo de planejamento consiste em estabelecer uma meta, pensar em alternativas para atingi-la, avaliá-las, decidir pela melhor e traçar um rumo para executá-la.” (FAGGION, 2010, p. 61) Planejar possibilita... • Coordenar esforços em direção às metas e objetivos propostos; • Reduzir as incertezas a partir da elaboração de cenários e avaliação das consequências das possíveis estratégias; • Melhorar a eficiência dos recursos; • Definir padrões para acompanhamento e controle dos processos administrativos; • Desenvolver o pensamento estratégico nos gestores; • Repensar as estratégias e tomar novas decisões quando necessário. 19 Definição de objetivos e metas • Que resultados a organização busca? • Qual o prazo? • Qual sua visão de futuro? Avaliação do cenário atual e futuro • Que variáveis afetam meus objetivos e metas? • Qual a tendência destas variáveis? • Que recursos e capacidades disponho? Quais preciso desenvolver? Definição dos meios • Proposição de estratégias • Definição de papéis, responsabilidades, recursos etc CONTROLE ORGANIZAÇÃO DIREÇÃO ESTRATÉGIA Sobre Estratégia Escola Porteriana (PORTER, 1999) Visão Baseada em Recursos (VBR) • Vantagem competitiva. • Estratégia definida a partir de observação da concorrência. • Visão “de fora para dentro”. • Focada nas capacidades internas. • Que recursos minha organização dispõe que podem conceder vantagem competitiva. • Gestão por competências. • Visão “de dentro para fora”. 20 Trazendo para o contexto da gestão pública, qual das escolas de estratégia parece a mais adequada? PROCESSO DECISÓRIOESTRATÉGIA Escola Comportamental do Pensamento Administrativo • A tomada de decisão é algo comportamental • Herbert Simon (1960): teoria das decisões 1. Relacionar estratégias possíveis 2. Prever as consequências das estratégias 3. Comparar as consequências Escola Comportamental do Pensamento Administrativo Proposição de cenários Racionalidade Limitada: Melhor decisão X Decisão satisfatória 21 O processo de tomada de decisão é uma atividade que envolve a identificação de um problema, a busca de informações, a seleção e a escolha de alternativas. Tipos de DecisõesTipos de Decisões Programadas -Esperadas - padrão de resposta definido Não programadas: -Imprevistas - requer definição de uma resposta nova Autocrática Definida por um indivíduo, sem consulta a outros Compartilhada Estabelecida em um processo coletivo e participativo Delegada Tomadas por um conjunto de pessoas Racionais Disponibilidade de um volume de informações Processo lógico-racional Intuitivas Poucas informações Processo baseado em crenças e emoções (feeling) PREVISIBILIDADE AUTORIA NÍVEL DE RACIONALIDADE Ferramentas Para Tomada de Decisão • Árvore de decisões. • Diagrama de Ishikawa / Causa-Efeito / Espinha de Peixe /6M. • Análise de Pareto /Curva ABC. 22 Estratégico Tático Operacional Níveis de tomada de decisão Tipos diferentes de planejamento Tipos De Planejamento ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL • Abrangente. • Objetivos e metas institucionais. • Alcance longo prazo. • Formulado pela Alta Administração. • Desdobramento da estratégia. • Setorial. • Médio e curto prazo. • Gerência média. • Escopo delimitado às rotinas e tarefas. • Curto prazo. • Decisões de impacto mais imediato. • Gestores operacionais. Planejamento EstratégicoPlanejamento Estratégico §Diagnóstico estratégico §Definição da missão §Escolha dos instrumentos prescritivos e quantitativos §Controle e avaliação 23 Planejamento Operacional Planejamento Operacional §Procedimentos: etapas; §Orçamentos: recursos financeiros; §Programas: utilização do recurso tempo; §Regulamentos: normas quanto ao comportamento das pessoas. E o planejamento na gestão pública? Planejamento Público – Complexidade Estado Demandas sociais Intervenção no Mercado Funções Econômicas Questões políticas Planejamento público - complexidade 24 “O planejamento pode ser visto como um conjunto de ações interligadas e complementares, realizadas nas diferentes estâncias da organização governamental, com vista no atingimento de determinado objetivo.” (MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 125) Planejamento Público Planejamento público Execução de políticas públicas Instrumentação econômico- financeira Redução/elevação de desigualdades sociais Planejamento Público – Características • Processo contínuo – não se esgota com a elaboração de um plano, programa ou projeto – e dinâmico, sempre aproximando-se do ideal. • Tem uma dimensão instrumental, voltado ao uso racional de recursos limitados. • Tem uma dimensão decisória, relativa a antecipar-se aos fatos. • Funções do processo de planejamento: • Planejamento. • Execução. • Controle. • Avaliação. PDCA 25 Planejamento Público – Classificações • Democrático: induz as ações do setor privado • Totalitário: determina e controla ações de setores econômicos • Misto: promove intervenção e ação direta e em alguns setores da economia • Conjuntural: menos de 1 ano • Curto prazo: de 1 a 3 anos • Médio prazo: de 3 a 6 anos • Longo prazo: acima de 6 anos Planejamento Público - classificações Tempo de duração Forma de implementação • Global: todos setores da economia • Setorial: setor específico • Macroeconômico: nacional ou regional • Microeconômico: enfoque em agentes individuais do processo Planejamento Público - classificações Amplitude Áreas de interesse Planejamento no Brasil 26 Planejamento no Brasil • Principal característica: caráter intergovernamental, transitivo, coexistindo nas três esferas de governo. • Modelo atual foi estruturado a partir de 1967, por meio do Decreto-lei n. 200, que criou o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral. • Desdobra em: • Planejamento indicativo: orientar a atividade privada (política monetária, cambial, in- centivos fiscais etc). • Planejamento governamental: atuação dos órgãos e entidades do Governo – comple- xa estrutura técnico-burocrática. 1948 (Gaspar Dutra) – Plano Salte: saúde, transporte, alimentação e energia 1956 (Jucelino Kubitschek) – Plano de Metas: energia, ferrovias e rodovias, serviços portuários e aeroviários, indústria de base, mecanização agrícola 1963 (João Goulart) – Plano Trienal: correção de desníveis regionais por meio de incentivos fiscais, novas técnicas dos setores e desenvolvimento, saúde pública, educação e pesquisa tecnológica, reformas de base (agrária), reduzir dívida externa, combater inflação sem reduzir crescimento 1964/1967 (Governo Militar): Programa de Ação Econômica de Governo 1967/1976 (Governo Militar): Plano decenal – reforma administrativa e sistema de planejamento 1968/70 - I Orçamento Plurianual de Investimentos (I OPI) e 1970/73 – II OPI 1972/74: I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND), 1975/79 – II PND e 1980/85 – II PND 1986/89: I Plano Nacional deDesenvolvimento da Nova República A partir da Constituição Federal de 1988: Plano Plurianuais (PPA), sendo que o primeiro foi para 1991/1995 27 Planejamento no Setor Público Conforme art. 165 da CF, 1988Conforme art. 165 da CF, 1988 As diretrizes orçamentárias LDO Estabelece as metas e prioridades da Administração Pública para as despesas de capital, aplicações das agências de fomento e alterações tributárias a vigorar no exercício subseqüente. O plano plurianual PPA Estabelece as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública, de forma regionalizada, para as despesas de capital e programas de duração continuada. Os orçamentos anuais LOA Orçamento fiscal Orçamento de investimento Orçamento da seguridade Planejamento no Setor Público O PPA do Governo Federal O PPA do Governo Estadual Planejamento no Setor Público Políticas Públicas – Projetos - Programas Planejamento No Brasil – Tendências • Abordagem participativa. • Adoção do “Planejamento Estratégico Corporativo” e outras ferramentas do universo em- presarial (benchmarking, 5W2H). • Emprego do Balanced Scorecard (BSC) para gestão de desempenho. • Gestão por Projetos. • Incorporação da Gestão de Riscos como etapa para o planejamento (recomendação do TCU). 28 3.2 Organização PODC PODC Processo de Gestão Planejar Organizar Dirigir Controlar PLANEJAR • Definir uma META e estabelecer as estratégias para alcançá-la ORGANIZAR • Dispor de pessoas e recursos para atingir as metas DIRIGIR • Orientar e articular a ação dos indivíduos para fazer com que os objetivos organizacionais sejam atingidos CONTROLAR • Verificar se as metas foram atingidas 29 Como parte do processo de gestão, “(...) organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar recursos e os órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer relações entre eles e suas atribuições”. (CHIAVENATO, 2013, p. 360) ORGANIZAÇÃO Estrutura Organizacional Centralização/ Descentralização Amplitude Administrativa Formalidade/ Informalidade Processos de trabalho Tecnologia Para falar de ORGANIZAÇÃO, vamos recorrer a algumas teorias do pensamento administrativo. 30 TEORIA CLÁSSICA DA ADM (FAYOL, FRANÇA, 1916) • Detalha a função administrativa – POC3: • Prever: pensar as ações futuras. • Organizar: garantir os recursos sociais e materiais. • Comandar: dirigir as pessoas. • Coordenar: integrar as atividades da empresa. • Controlar: verificar se está dentro do previsto. • 14 Princípios Gerais da ADM: • Divisão do trabalho, hierarquia, unidade de comando, unidade e direção, autoridade e responsabilidade, disciplina, subordinação do interesse particular ao geral, remune- ração adequada do pessoal, equidade, iniciativa, centralização da autoridade, ordem, estabilidade do pessoal, união do pessoal. TEORIA DA CONTINGÊNCIA – 1972 Teoria da Contingência - 1972 § Ideia central: nada é absoluto na administração, sendo necessário avaliar o que é mais adequado em cada situação ou contingência § As organizações precisam adequar suas estruturas e ações considerando principalmente o ambiente e a tecnologia § Principais pesquisadores: Alfred Chandler, Burns & Stalker, Lawrence & Lorsch e Joan Woodwart. TEORIA DA CONTINGÊNCIA – CHANDLER ”A estrutura organizacional segue a estratégia de crescimento da firma, sendo os tipos mais complexos de estrutura resultado da concatenação de diversas estratégias básicas.” (CHAND- LER, 1966, p. 396 apud SILVA, 1985)”. Quadro 1 Estratégia versus estrutura – sequência de estágios Estratégia Estrutura Atividades Expansão de volume. Expansão geográfica. Integração vertical. Diversificação. Posto administrativo. Escritório central. Estrutura funcional. Estrutura multidivisional. Coordenação. Centralização e padronização. Previsões, planos e balenceamento. Decisões estratégicas versus operacionais. 31 TEORIA DA CONTINGÊNCIA – BURNS E STALKER • Foco em inovação e organização. • Identificaram um contínuo de organização administrativa: • Modelo mecânico: mercado e tecnologia mais está- veis. • Modelo orgânico: mercado mais concorrido e in- constante e a tecnologia muda de forma acelerada. Em síntese...Em síntese... • Divisão do trabalho e especialização • Hierarquia, autoridade de comando, centralização Científica, Clássica e Burocracia • Contribuições sobre como a estrutura informal afeta o desempenho (estrutura formal) Relações Humanas e Estruturalistas • Impacto do ambiente e da tecnologia • Primeiros estudos sobre “tipologias organizacionais”Contingência Voltando ao nosso foco... Organização Formal X Informal Formal Informal • divisão racional do trabalho. • diferenciação e integração de seus órgãos. • planejada. • oficial e compartilhada a todos. • contempla organograma, descrição de cargos, regras e regulamentos. • espontânea. • surge das relações interpessoais entre ocupantes dos cargos. • transcende a organização formal: • Pode ir além do horário de trabalho, do local de trabalho e de assuntos de trabalho. 32 Estruturas Organizacionais • A estrutura organizacional é a forma como se divide o trabalho (descentralização/centrali- zação) na organização, considerando o negócio e os recursos disponíveis; • Impacta na comunicação, tomada de decisão, respostas ao ambiente organizacional; • É representada graficamente por um organograma. • A estrutura de uma organização vai depender do negócio da organização e da forma como ela quer responder ao ambiente. Tipos: • Mecanicista: estrutura engessada, controle total – centralização no topo (estrutura vertical) • Orgânica: flexível, colaborativas – Trabalho em equipe (estrutura horizontal) • Inovadoras: Centradas no negócio • Organizações Virtuais: E-business, Plataforma virtual • Por processos: Coorporativos, níveis hierárquicos reduzidos, simplificação de pro- cedimentos. • Estrutura Funcional: Possibilita ganho de escala dentro dos departamentos pelo foco na função. Estrutura comum entre as organizações, mesmo segmento. • Estrutura Divisional: É a estrutura ideal para ambientes com incerteza, onde as unidades buscam se adaptar a diferentes tipos de produtos, projetos e clientes. Grande porte, tecno- logia não rotineira – descentralizada. • Estrutura Geográfica: Tem como vantagem permitir a organização atender as diferenças regionais de cada mercado. Dividida por regiões. Grande porte. • Estrutura Matricial: Apresenta subordinação dos funcionários a duas gerências. • Estrutura Híbrida: Possibilita a combinação de características de estruturas funcionais, divi- sionais e geográficas, podendo se beneficiar das vantagens de cada uma delas. 33 Estruturas deficitárias podem ocasionar... • Decisões adiadas ou de má qualidade • Falta de inovação • Respostas lentas ao ambiente • Conflitos constantes Organização – Outros Aspectos • Hierarquia administrativa: número de níveis de uma estrutura organizacional – verticaliza- da/horizontalizada • Divisão do trabalho: especialização das atividades de uma organização, desde áreas/seto- res/departamentos até descrição de tarefas (cargos) • Cadeia de comando: linha de autoridade na hierarquia, mostrando quem se subordina a quem. Princípio da unidade de comando e princípio escalar (Fayol) • Autoridade: decisão formal e legítimo de tomar decisões • Responsabilidade: dever de executar tarefas e atividades atribuídas a um cargo • Delegação: transferência de autorizada e responsabilidade • Amplitude administrativa: número de empregados que devem se reportar a um adminis- trador. Diretamente relacionada com o controle do administrador • Estreita: mais custos, menos subordinados, mais tempo para atividades gerenciais, menos oportunidades de autodireção para os subordinados – organizações mais altas e alongadas – vertical • Larga: mais subordinados, menos tempo para atividades gerenciais, mais oportunida- des de iniciativa para os subordinados – estruturas mais baixas e achatadas– horizontal Centralização/Descentralização Centralização Descentralização • Decisão concentrada no topo da hierarquia • Vantagens: • Maior controle sobre as decisões. • Redução de custos. • A tomada de decisão está dispersa pela or- ganização. • Vantagens: • Agilidade. • Independência/autonomia/criatividade. • Prepara pessoas para posições mais ele- vadas. 34 Refletindo sobre ORGANIZAÇÃO em Gestão Pública... Organização na Gestão Pública • Estruturas, descrições de cargos, competências: definidas em leis, normas, regulamentos – maior dificuldade em mudar, logo, resposta mais lenta ao ambiente. • Estruturas • Mais mecanicistas. • Divisionais (temas, ex: Ministérios), Geográficas (ex: RFB) e Funcionais – híbridas. • Hierarquia, verticalização. • Conservadorismo. • Divisão do trabalho e especialização (dis- funções da burocracia). • Cadeias de comando e autoridades clara- mente definidos. • Centralização: responsabilização – entrave à delegação e descentralização. • Amplitude administrativa: estreita – equi- pes pequenas Descontinuidade política pode gerar descontinuidade administrativa Muda muito, mas não muda nada Questões políticas (partidárias ou não) afetam a macroestrutura 35 Quando a estrutura formal é muito rígida, a estrutura informal se faz presente – “rádio corredor”, articulações de interesses... Organização na Gestão Pública: O Que Tem de Novo? • Comissões e comitês: estruturas paralelas que contribuem para a tomada de decisão – de- cisões colegiadas: • Temáticos. • Deliberativos. • Consultivos. • Organizações em Rede: otimizar recursos e competências. Articulação da gestão pública, setor privado e terceiro setor. • ENAP em Rede: https://www.enap.gov.br/pt/acesso-a- informacao/perguntas-fre- quentes/programa-enap-em-rede. • InovaGov – Rede de Inovação do Setor Público: http://inova.gov.br/. • Rede Colaborativa de Direitos Humanos, Equidade de gênero, Raça e Diversidades. • Tecnologia: automoção de processos de trabalho. • Virtualização processual no Judiciário: administrativa e judicial. • Acesso a serviços online aos cidadãos. • Gestão por Processos • Cadeia de valor. • Terceirização • Decreto 9.507/2018: execução indireta por contratação na Administração Pública Dire- ta e Indireta Federal. • impacto na gestão e fiscalização de contratos. http://www.enap.gov.br/pt/acesso-a- http://inova.gov.br/ 36 3.3 Direção PLANEJAR • Definir uma META e estabelecer as estratégias para alcançá-la ORGANIZAR • Dispor de pessoas e recursos para atingir as metas DIRIGIR • Orientar e articular a ação dos indivíduos para fazer com que os objetivos organizacionais sejam atingidos CONTROLAR • Verificar se as metas foram atingidas DIREÇÃO Liderança Comunicação Gestão de Pessoas Motivação Grupos X Equipes 37 Abordagens Teóricas Relacionadas À Direção Teoria Comportamental (vários autores): década 1950 • Critica as teorias anteriores (inclusive relações humanas) por considerá-las muito prescritivas. • Propõe-se a estudar os indivíduos e grupos no contexto organizacional – Comportamento Organizacional. • Principais expoentes: • Maslow • Herzberg • Likert • McGregor • Herbert Simon • Barnard • Hierarquia das Necessidades: Maslow • Teoria dos Dois fatores: Herzberg • Fatores higiênicos (extrínsecos) • Fatores motivacionais (intrínsecos) • Teoria X e Y: McGregor • Likert: 4 estilos de administração • Autoritário coercitivo • Autoritário benevolente • Consultivo • Participativo Em síntese... Em síntese... • As relações entre os grupos e a estrutura informal impactam no desempenho Relações Humanas • Estudar os indivíduos no contexto – abordagem mais ampla, além de relações causa-efeito (behaviorismo)Comportamental • As organizações são constituídas de um sistema técnico e outro social, que são complementaresSócio-Técnica 38 DIREÇÃO é orientar e articular a ação dos indivíduos para fa- zer com que os objetivos organizacionais sejam atingidos. Para isso, o gestor precisa interagir com os seus colaborado- res, liderando-os, comunicando o que precisa ser feito e mo- tivando-os para manter o ânimo. DIREÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA • Relaciona-se com a gestão de pessoas (função organizacional/linha) • Recrutamento. • concursos ou livre nomeação e exoneração (cargos em comissão). • dificuldade em montar uma equipe por perfil e alocação de servidores. • Fator estabilidade. • Presenteísmo. • Meritocracia: difícil de aplicar na prática. • Reconhecimento e recompensa. • Desafio: como vincular remuneração e produtividade. Direção na Gestão Pública: desafios contemporâneos • APOSENTADORIAS • Permanência de pessoas por mais tempo. • Desligamentos: gestão do conhecimento. • RESTRIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS • Provável vedação a novos concursos públicos: como manter o nível de qualidade dos serviços prestados? • DIMENSIONAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO (DFT) • Produtividade. • Melhor gestão das equipes de trabalho. • ADOECIMENTO • Estresse – Burnout. • Tédio. • Qualidade de vida no trabalho. 39 Finalizando nossa aula... Organização (estrutura) e Direção são funções administrativas complementares, quando se reavalia uma delas, a outra certamente terá que ser adequada, logo, não pode pensar as “caixinhas” da organização, sem considerar as “pessoas”. 3.4 Controle PODC PODC Processo de Gestão Planejar Organizar Dirigir Controlar 40 PLANEJAR • Definir uma META e estabelecer as estratégias para alcançá-la ORGANIZAR • Dispor de pessoas e recursos para atingir as metas DIRIGIR • Orientar e articular a ação dos indivíduos para fazer com que os objetivos organizacionais sejam atingidos CONTROLAR • Verificar se as metas foram atingidas Afinal, o que foi planejado aconteceu? Qual o RESULTADO de nosso PLANO? A função CONTROLE vai nos ajudar a ter respostas! CONTROLE Desempenho Ação/correção Resultado Mensuração Indicadores Feedback 41 Vamos ao quadro teórico que nos ajuda a compreender a função CONTROLE TEORIA DE SISTEMAS (1940-1950) • Organizações como sistemas abertos, isto é, que se relacionam com o ambiente externo; • Sistema: “(...) entendido como complexo de elementos em interação e em intercambio ‘contínuo com o ambiente.” (MOTTA, 1971, p. 17) Fonte: https://administrandoarede.wordpress.com/2012/05/16/desenvolvimento-organizacional/ • Principal autor: Ludwig Von Bertalanffy, biólogo (1901-1972) • Características das organizações como sistemas abertos (MOTTA, 1971): • Um sistema é constituído de partes menores que pertencem a algo maior • Entropia: todos os sistemas tendem à morte • Homeostase: tendência ao equilíbrio de um sistema 42 • Equifinalidade: há várias maneiras de se chegar a um mesmo fim • Diferenciação: capacidade de criar subsistemas diferenciados para lidar com as dife- rentes entradas TEORIA NEOCLÁSSICA DA ADM (1953) • Foco nos objetivos e resultados – EFICÁCIA • Administração por Objetivos (APO, 1954, Peter Drucker): gerenciar a organização por meio da definição de objetivos, metas, prazos e recursos. Em síntese...Em síntese... • Eficácia • Foco em RESULTADOSNeoclássica • Um sistema apresenta saídas, que são RESULTADOS de um processo e servem de parâmetro para avaliar a ação administrativa. Sistemas • Adaptabilidade ao ambiente e a situações/contingênciasContingência “O controle é o processo pela qual são fornecidas informações e a retroação para manter as funções dentro de suas respectivas trilhas. É a atividade integrada e monitorada que aumenta a probabilidade de que os resultados planejados sejam atingidos da melhor maneira” (CHIAVENATO, 2013, p. 379) 43 Controle: Etapas 1. Estabelecer objetivos ou padrões de desempenho 2. Avaliar ou mensurar o desempenho atual 3. Comparar a medição atual com os parâmetros estabelecidos 4. Adotar medidas corretivas para eventuais desvios Controle: etapas Nivelando conceitos...• Meta: parâmetros específicos e mensuráveis, preferencialmente com indicação de prazo. • Indicadores de Desempenho: métricas – como os resultados serão medidos Objetivos Indicadores Metas Aumentar a receita Crescimento da Receita 30% ao ano Controle: Atributos • Orientação para resultados: possibilitar acompanhamento do que é estratégico/crítico para a organização. • Compreensão: apresentado em dados e informa- ções compreensíveis e acessíveis que apoiem a to- mada de decisão. • Orientação rápida para exceções: indicar desvios rapidamente. • Flexibilidade: proporcionar julgamento individual. • e ser modificável para novas situações. • Autocontrole: proporcionar confiabilidade, boa comunicação e participação entre as pessoas en- volvidas. • Natureza positiva: alavancar a melhoria e minimi- zar o papel de punição. • Clareza e objetividade: ser imparcial e respeitado como referência para o desempenho. 44 Controle: Tipos • Quanto ao nível organizacional: • Estratégicos: balanços financeiros, lucrativida- de ... • Táticos: controle orçamentário, custos ... • Operacionais: controle de estoques, falhas... • Quanto à etapa do processo administrativo: • Preventivos (feedforward): realizados antes do processo. Ex.: controle de ma- téria prima, verificação de equipamen- tos... • Concomitantes: na execução do pro- cesso. Ex.: verificação de documentos para um pedido. • Feedback: ao final, considerando os re- sultados e os parâmetros. Controle: Ferramentas E Práticas Ciclo de Melhoria Contínua: PDCA Controle: ferramentas e práticas Balanced-Scorecard (BSC) ou Mapa Estratégico Benchmarking Controle: Balanced-Scorecard (Bsc) • Proposto por Kaplan e Norton (2004). • a avaliação do desempenho de uma organização não pode ser unidimensional (geralmen- te, financeira). • utilização de um mapa estratégico, contemplando as dimensões financeira, clientes, pro- cessos internos, e aprendizado e crescimento. 45 Fonte: https://pt.slideshare.net/DaniellaT/bsc-mapa-estratgico-gerdau Perspectiva financeira Perspectiva Clientes • Crescimento da receita. • Lucratividade. • Retorno sobre ativos. • Satisfação dos clientes. • Retenção dos clientes. • Participação de mercado. Perspectiva processos Perspectiva de Aprendizado • Custos. • Tempo dos Processos. • Qualidade. • Produtividade. • Competências da equipe. • Sistemas de informações. • Cultura e Clima Organizacional. CONTROLE: BENCHMARKING • Processo de comparação do desempenho com outras organizações ou setores que são re- ferência em determinado processo. • Etapas do benchmarking: 1. Planejamento: o que é referência, definir empresas. 2. Análise: definição dos níveis de desempenho atual e dos que se pretende atingir. 3. Integração: estabelecimento de metas realistas e planos de ação. 4. Ação: colocar em prática. 46 E o CONTROLE na gestão pública? Dois Tipos (CF 1988, Arts. 70 -74) Interno Externo • Refere-se à gestão de desempenho, conside- rando mensuração de resultados, eficiência, eficácia, efetividade e economicidade. • Auditoria interna. • Pode utilizar-se dos mesmos princípios e fer- ramentas da administração privada. • Exercido pelo Poder Legislativo, auxiliado pe- los Tribunais de Contas. • Lei de Responsabilidade Fiscal. • Auditoria Externa. • Controle Social: • Transparência. • Accountability. • Ombusdman (ouvidorias). • Observatórios. Terminologias (TCU, 2010) Indicador de economicidade mede o custo dos insumos e os recursos alocados para a atividade Indicador de efetividade mede quantidade de produto, alcance de metas de entrega de bens e serviços Indicador de eficiência mede relações entre quantidade de produto e custo dos insumos ou características do processo, como o tempo de produção Indicador de eficácia mede o alcance dos objetivos finalísticos, traduzidos em solução ou redução de problemas na sociedade. Terminologias (TCU, 2010) 47 Gestão de Desempenho no Setor Público • Tendência que ganha força após o fortalecimento da Administração Pública Gerencial (vide PDRAE). • A avaliação do Desempenho deve ser utilizada para identificar (CHIAVENATO, 2013): • Se as demandas dos cidadãos e usuários e dos formuladores de política estão sendo atendidas e com que grau de sucesso. • As áreas onde a instituição está alcançando sucesso e onde precisa melhorar. • As necessidades de revisão de normas, processos e metas. • Os impedimentos legais e normativos para um bom desempenho. A favor... Contra... • a mensuração de desempenho no setor pú- blico tem contribuído para o alcance de múl- tiplos objetivos, dentre eles a transparência de custos e de resultados, a melhoria da qualidade dos serviços prestados, a motiva- ção dos funcionários, sendo um dos pilares mais importantes da nova governança no Estado-Rede • Trata-se de uma transposição indevida de um instrumento desenvolvido para a ges- tão empresarial, que gera graves distorções quando aplicado ao setor público. Controle no Setor Público: Exemplo de Instrumentos • Gestão Estratégica com o uso do BSC: adaptação da ferramenta ao contexto da gestão pú- blica. 48 Controle No Setor Público: Case BSC E Gestão Por Competências 49 Controle no Setor Público: Exemplo de Instrumentos • Relatório de Gestão dos Tribunais de Contas: peça central da prestação de contas que os responsáveis pela gestão de recursos públicos devem realizar a cada exercício. • GESPUBLICA: • “identificar e atuar na implementação de ciclos contínuos de avaliação de seus siste- mas de gestão, oportunizando o conhecimento das práticas, dos resultados atuais e seu alinhamento aos requisitos do Modelo de Excelência em Gestão Pública (MPEG)”. • Construído a partir do PDCA: ciclos de melhorias contínuas. Controle no Setor Público: GESPUBLICA 50 As organizações públicas, na maioria das vezes, não têm sua permanência vinculada a apresentação de resultados. Que consequências isto pode trazer para a gestão pública e o Estado? 3.5 Síntese Como atribuição do Estado Retomando as principais ideias do PODC na gestão pública... Planejamento na Gestão Pública Organizacional Como atribuição do Estado • Similar à iniciativa privada: estratégico, táti- co e operacional. • Relaciona-se com processo decisório e estra- tégia. • Execução de políticas públicas. • Instrumentação econômico-financeira. • Redução/elevação das desigualdades sociais. • Relaciona-se com Gestão Estratégica, Gover- nança e Orçamento Público. Palavras-chave: complexidade, escolha pública 51 Organização na Gestão Pública Organizacional Como atribuição do Estado • Similar à iniciativa privada, mas limitado pe- las leis, normas e regulamentos. • Relaciona-se com reestruturação adminis- trativa. • Descontinuidade política pode gerar descon- tinuidade administrativa. • Questões políticas (partidárias ou não) afe- tam a macroestrutura. • Muda muito, mas não muda nada. Palavras-chave: legalidade, estruturas mecanicistas e verticais Direção na Gestão Pública Organizacional Como atribuição do Estado • Alguns elementos distintos da iniciativa pri- vada e que impactam: provimento por con- curso público, estabilidade e dificuldade de implantar a meritocracia. • Relaciona-se com Gestão de Pessoas. • Liderança política (???). Palavras-chave: gestão de pessoas, liderança Controle na Gestão Pública Organizacional Como atribuição do Estado • Pode utilizar os conceitos e práticas da ges- tão privada. • “Ausência” de mensuração de resultados: menor impacto na continuidade da organi- zação. • Controle Externo. • Controle Socia.l • Relaciona-se com Gestão Estratégica, Gover- nança, Orçamento Público e Auditoria. Palavras-chave: resultado, efetividade, transparência PODC – ACABOU! Até a próxima aula JJ GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS NATÁLIA GOMES PARTE 03 APRESENTAÇÃO GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS: EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS Descreve a trajetóriae a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o contexto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, burocrático e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. Professora Natália Gomes da Silva GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS 3 POLÍTICAS PÚBLICAS – PARTE I EMENTA Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o contexto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, bu‐ rocrático e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. Partindo de uma situação real: Pandemia Coronavírus 4 5 6 NA AULA 1: ATRIBUIÇÕES DOS TRÊS PODERES • Executivo: • Programas de Governo; • Políticas Públicas; • Bens e serviços de mercado (administração indireta). • Legislativo: • processo legislativo e controle do Executivo (Tribunais de Contas) Avaliação do emprego dos recursos públicos nos diferentes programas • Judiciário: • provimento da justiça → Prover acesso a um programa – ação judicial. 7 ATUALMENTE POLITICS POLICIES POLITY • Conjunto de interações que definem múltiplas es‐ tratégias entre atores para melhorar seu rendimento e alcançar certos objetivos. • Construção de consenso e • Carreira de um político • Ação do Governo, que visa assegurar a segurança ex‐ terna e a solidariedade in‐ terna, para atender as ne‐ cessidades da sociedade. • Executada por autoridade legitimada. • Política como sistema político (estrutura onde interagem vários ele‐ mentos em função do poder). POLÍTICA 8 O estudo de Políticas Públicas... Pais das Políticas Públicas... • Laswell (1936): policy analysis – conciliação entre conhecimento científico e produção em‐ pírica do Governo; • Simon (1957): policy makers – racionalidade limitada dos decisores públicos pode ser mini‐ mizada pelo conhecimento racional; • Lindblom (1959; 1970): questiona a ênfase na racionalidade. Propõe que se insiram outras variáveis, como o papel das eleições, das burocracias, dos partidos políticos e dos grupos de interesse; • Easton (1965): políticas públicas como um sistema, em que há uma relação entre formula‐ ção, resultados e ambiente. Partidos políticos, mídia e grupos de interesse contribuem com inputs para o processo. 9 NA AULA 1: OBJETIVOS DO ESTADO – O BEM COMUM “O bem comum consiste no conjunto de condições sociais que permitam e favoreçam nos seres humanos o desenvolvimento integral de todos os membros da comunidade. O Estado deve oferecer condições para que todas as pessoas que integram a comunidade política realizem seus desejos e aspirações, e para tanto assegura a ordem, a justiça, o bem estar e a paz exter- na, que são os elementos necessários para que outras necessidades públicas sejam atendidas”. (Dias e Matos, 2012, p. 9) ESTADO, MERCADO E ESFERA PÚBLICA NUMA VERSÃO NEOLIBERAL... 10 NUMA VERSÃO INTERVENCIONISTA (KEYNES) Estado, Mercado e Esfera Pública Esfera pública é o espaço em que assuntos públicos são discutidos por atores públicos e priva- dos. Fomenta a opinião pública que, por sua vez, se transforma em pressão da sociedade civil sobre o Estado, para que seus anseios e interesses sejam atendidos pelo Governo. Este conceito foi definido por Habermas (filósofo e sociólogo alemão) Público • Tudo que é público é previsto em Lei; • Interesses públicos – bem comum; • Exemplos: atividade legislativa, judiciária, forças armadas. Privado • O que não for determinado público por lei é, residualmente, espaço de atuação de entida‐ des privadas; • Interesses particulares – individuais; Esta separação não é definitiva: há temas que são compartilhados pelo Estado (público) e pelas organizações civis (privado). Exemplos: educação, saúde, cultura, segurança, produção de bens, fornecimento de serviços... 11 PÚBLICO • Aquilo que não pertence a ninguém em particular – necessita de intervenção governamental. • Tomada de decisão sobre questões que afetam as pessoas em geral. • As políticas públicas partem da premissa da resolução pacífica de conflitos – sem uso de violência (coerção). GOVERNO E POLÍTICAS PÚBLICAS POLÍTICAS PÚBLICAS: CONCEITO 12 As Políticas Públicas são afetadas por... 13 POLÍTICAS PÚBLICAS: CARACTERÍSTICAS • São “contingenciais”: não existe a política ideal. • São resultado do processo de decisão que surge do governo com a participação da socieda‐ de civil. POLÍTICAS PÚBLICAS: ELEMENTOS • É feita em nome do “público”. • Elaborada ou iniciada pelo Governo. • Interpretada e implementada por atores públicos e privados. • É o que o Governo pretende fazer. • É o que o Governo escolhe não fazer. 14 Qualidade de uma Política Pública (BID) POLÍTICA PÚBLICAS: TIPOS • Diversas categorizações: • Social; • Macroeconômica; • Administrativa; • Específica ou setorial. • Quanto ao alcance de suas ações: • Focalizadas; • Universalistas. • Quanto à finalidade • Preventivas: políticas de emprego, saúde pública... • Compensatórias ou ativas: qualificação profissional, assistência ao menor... • Sociais “stricto sensu”: bolsa‐ família, bolsa‐escola. • Tipologia quanto à natureza: Teoria da Arena de Poder (Lowi): cada tipo de política pública pressupõe uma rede diferente de atores, bem como arenas, estruturas de decisões e con‐ textos institucionais diferentes. • Distributivas: distribuem recursos. Ex: subsídios fiscais. • Regulatórias: controle estatal sobre a utilização de recursos ou execução de atividades. Ex: código de trânsito. • Redistributivas: repasse de recursos dos que tem mais para os que tem menos. Ex: co‐ tas raciais para a universidade. • Constitutivas ou políticas estruturadoras: criam a estrutura para que determinados problemas passem a ser tratados sistematicamente. Ex: sistema político‐eleitoral. 15 CONSTITUIÇÃO DE 1988 • União • high politics – políticas de primeiro nível. • segurança, nacional, tratados de livre comércio, defesa. • Responde às questões internacionais. • Distribuição de recursos entre os entes federados (tributos). • Estados e municípios • low politics – políticas de segundo nível. • Proteção ao meio ambiente, turismo, captação de investimentos. • Desenvolvimento regional e local. • Políticas públicas voltadas a carências e problemas locais. Fonte: http://www.funag.gov.br/ipri/images/analise‐e‐informacao/01‐Maiores_Economias_do_Mundo.pdf http://www.funag.gov.br/ipri/images/analise 16 Fonte: https://veja.abril.com.br/economia/desigualdade‐social‐no‐pais‐aumenta‐pelo‐17‐trimestre‐seguido‐diz‐fgv/ • Uma das maiores economias do mundo. • Maior disparidade de renda: concentração de renda. • Cerca de um terço da população é considerada pobre e, deste grupo, um terço é categoriza‐ do como vivendo na extrema pobreza. 17 Setores demandantes de políticas públicas no Brasil Educação Programas de Transferência de Renda Segurança Pública Saúde Malha Viária Proteção ao idoso Cultura Direito à moradia Violência doméstica 18 POLÍTICAS PÚBLICAS – PARTE II EMENTA Descreve a trajetória e a composição da gestão pública brasileira desde suas origens até o con‐ texto atual. Inclui temas como os modelos de Administração Pública (patrimonialista, burocrá‐ tico e gerencial) e as novas perspectivas no campo da Administração Pública no Brasil. Como surgem as políticas públicas? 19 Demandas da sociedade podem ser... • Novas: situações decorrentes de novos problemas ou da articulação de (novos) atores. Exemplo: pandemia do COVID‐19. • Recorrentes: aquelas resultantes de problemas mal resolvidos ou não resolvidos. Exemplo: ausência de saneamento básico, mobilidade urbana. • Reprimidas: situações existentes há tempos, mas que não incomodam ou se prolongam sem tomada de decisão. Passam a integrar a agenda política quando os atores afetados pela situação começam a mobilizar‐se. Exemplos: transporte público em
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