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TRANSTORNOS DE ANSIEDADE É uma das doenças mais comuns na psiquiatria, atingindo 1 em cada 4 pessoas, principalmente as mulheres e pessoas com menos status socioeconômico. Algumas DEFINIÇÕES IMPORTANTES são: Ansiedade normal: resposta normal e adaptativa a uma ameaça desconhecida, interna, vaga ou conflituosa que prepara o organismo para fuga ou luta, acompanhada por sintomas como vertigem, palpitações, tremores, perturbação estomacal (“borboletas”) Medo: resposta a uma ameaça conhecida, externa, definida ou não conflituosa. TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG) CRITERIOS DIAGNOSTICOS (DSM-5) A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional). B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação. C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses). Nota: Apenas um item é exigido para crianças. 1) Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele 2) Fatigabilidade 3) Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente. 4) Irritabilidade. 5) Tensão muscular. 6) Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo). F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental EPIDEMIOLOGIA É uma condição extremamente comum, atingindo duas vezes mais mulheres do que homens. Começa, no geral, no fim da adolescência e inicio da fase adulta. Cerca de 50-90% dos pacientes com TAG apresenta outro transtorno mental → Fobia social ou especifica/transtorno do pânico ou depressivo Prognostico: é uma doença crônica que pode perdurar por toda a vida, sendo que apenas 1/3 dos pacientes procuram ajuda terapêutica. O mais comum é a procura por outras especialidades para tratar sintomas somáticos. ETIOLOGIA FATORES BIOLOGICOS A eficácia terapêutica dos benzodiazepínicos e das uzaspironas tem-se focalizado na pesquisa biológica sobre os sistemas neurotransmissores do ácido γ-aminobutírico e da serotonina. Sabe-se que os benzodiazepínicos reduzem a ansiedade, fazendo com que, alguns pesquisadores se concentraram no lobo occipital, que tem a concentração mais alta de receptores benzodiazepínicos no cérebro. Outras áreas do cérebro que têm sido, por hipótese, envolvidas nesse transtorno são os gânglios da base, o sistema límbico e o córtex frontal. Ainda existe a hipótese de que a regulação do sistema serotonina seja anormal em pessoas com TAG. Outros sistemas de neurotransmissores que têm sido objeto de pesquisa incluem a norepinefrina, o glutamato e os sistemas da colecistocinina. FATORES PSICOSSOCIAIS 1. Cognitivo comportamental Acredita que indivíduos com TAG possuem uma distorção no processamento de informações e por uma visão global negativa sobre a própria capacidade de enfrentar problemas apresenta uma atenção seletiva aos detalhes negativos no ambiente; gerando uma resposta incorreta e imprecisa aos perigos percebidos. 2. Psicanalítica A ansiedade é resultado se conflitos inconscientes não resolvidos. TRATAMENTO PSICOTERAPIA 1. Cognitivo-comportamental Parece ser a melhor em eficácia a curto e longo prazo. As abordagens cognitivas tratam diretamente as distorções cognitivas hipotéticas, e as comportamentais tratam os sintomas somáticos. As principais técnicas utilizadas nas abordagens comportamentais são o relaxamento e o biofeedback. Alguns dados preliminares indicam que a combinação de abordagens cognitivas e comportamentais é mais eficaz do que cada uma utilizada de forma isolada 2. Apoio Sua eficácia a longo prazo é duvidosa e se baseia em oferecer encorajamento e conforto para os pacientes. 3. Orientada ao insight. A psicoterapia orientada ao insight enfoca a revelação de conflitos inconscientes e a identificação de forças do ego. Seus benefícios são referidos em muitos relatos de caso empíricos, mas faltam estudos amplos controlados. FARMACOTERAPIA O tratamento com farmacoterapia pode durar de 6-12 meses ou durante toda a vida do paciente. As classes mais usadas são: benzodiazepínicos, ISRS, buspirona (uzaspirona), venlafaxina e outros agentes (tricíclicos, anti-histamínicos e os antagonistas B- adrenérgicos) 1. BENZODIAZEPÍNICOS Classe mais usada para tratar ansiedade e insônia nos casos de urgência podendo ser prescritos conforme a necessidade (paciente tome um de ação rápida quando se sentir particularmente ansioso). MECANISMO DE AÇÃO: atuam sobre os receptores A do GABA. O GABA é um neurotransmissor abundante no SNC responsáveis pela função inibitória capaz de atenuar as reações serotoninérgicas responsáveis pela ansiedade. Sendo assim, esses fármacos potencializam a resposta ao GABA EFEITOS: redução da ansiedade e da agressão, sedação e indução do sono (efeito hipnótico), redução do tônus muscular e da coordenação e efeito anticonvulsionante + levar os pacientes a encararem várias situações sob uma ótica mais positiva e leve efeito de desinibição semelhante a ingestão de pequenas quantidades de álcool. PROBLEMAS COM ESSE FÁRMACO: 25-30% dos pacientes deixam de responder ou pode ocorrer tolerância ou dependência além de diminuir a vigília (aumentando o risco de acidentes em automóveis e maquinário) + altas doses pode gerar inconsciência e morte por depressão respiratória Exemplos: Alprazolam → dose inicial 0,25 mg, 3x ao dia Clonazepam → dose inicial 0,25 mg/dia, 2x ao dia (efeito anticonvulsivo com sedação menos efetiva, pouco eficaz para insônia. Na crise, usar clonazepam 0,25 mg, sublingual) A maioria do tratamento dura de 2-6 semanas seguidas por 1-2 semanas de redução gradativa do tratamento 2. BUSPIRONA MECANISMO DE AÇÃO: É um agonista (é um fármaco que possui afinidade por um receptor particular e causa uma modificação no receptor que resulta em um efeito observável) parcial dos receptores de serotonina, reduzindo assim a liberação desse neurotransmissor Dados indicam que essa substância é mais eficaz na redução de sintomas cognitivos do que na de sintomas somáticos (não causam sedação nem perda da coordenação motora) e que pacientes que se submeteram previamente a tratamento com benzodiazepínicos podem não responder à buspirona. DESVANTAGEM: seus efeitos levam de 2 a 3 semanas para se tornarem evidentes, em contraste com os efeitos ansiolíticos quase imediatos dos benzodiazepínicos → Uma abordagem é iniciar o uso de ambos os grupos ao mesmo tempo e, então, reduzir de forma gradual a utilização dos benzodiazepínicos até a retirada, após 2 a 3 semanas, momento em que a buspirona deve ter atingido seus efeitos máximos. 3. VENLAFAXINA MECANISMO DE AÇÃO: É um inibidor não seletivo da recaptação de três aminas biogênicas – serotonina, norepinefrina e, em menor grau, dopamina. É eficaz no tratamento de insônia, má concentração, inquietação, irritabilidade e tensão muscular excessiva associadas com o transtorno de ansiedade generalizada. 4. INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA São mais usados no tratamento a longo prazo do transtorno de ansiedade sendo particularmente eficazes em pacientes com depressão mórbida. A desvantagem maior dos ISRSs, sobretudo da fluoxetina, é que eles podemaumentar a ansiedade de forma transitória e causar estados agitados. Por essa razão, os ISRSs sertralina, citalopram ou paroxetina são escolhas melhores para pacientes com transtorno de alta ansiedade. É razoável iniciar o tratamento com sertralina, citalopram ou paroxetina em associação com um benzodiazepínico e, então, reduzir gradualmente o uso do benzodiazapínico após 2 a 3 semanas. 5. OUTROS MEDICAMENTOS Se o tratamento farmacológico convencional (p. ex., com buspirona ou um benzodiazepínico) for ineficaz ou não completamente eficaz, então uma reavaliação clínica é indicada para excluir condições comórbidas, como depressão, ou para compreender melhor os estressores do ambiente do paciente. Outros medicamentos que se provaram úteis para o tratamento de transtorno de ansiedade generalizada incluem os tricíclicos e os tetracíclicos. Os antagonistas dos receptores β-adrenérgicos podem reduzir as manifestações somáticas da ansiedade, mas não a condição subjacente, e sua utilização costuma ser limitada a manifestações situacionais, como a ansiedade de desempenho. TRANSTORNO DE PÂNICO Consiste em um ataque intenso e agudo de ansiedade acompanhada por um sentimento de desgraça iminente. CRITERIOS DIAGNOSTICOS DA DSM -5 PARA TRANSTORNO DE PÂNICO A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas: Nota: O surto abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso. a. Palpitações, coração acelerado, taquicardia. b. Sudorese c. Tremores ou abalos. d. Sensações de falta de ar ou sufocamento. e. Sensações de asfixia. f. Dor ou desconforto torácico. g. Náusea ou desconforto abdominal. h. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio. i. Calafrios ou ondas de calor. j. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento) k. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo). l. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”. m. Medo de morrer. n. Nota: Podem ser vistos sintomas específicos da cultura (p. ex., tinido, dor na nuca, cefaleia, gritos ou choro incontrolável). Esses sintomas não devem contar como um dos quatro sintomas exigidos. B. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características: a. Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências (p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco, “enlouquecer”). b. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques C. A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares). D. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental Com frequência, o primeiro ataque de pânico é completamente espontâneo, embora também possam estar relacionados a excitação, esforço físico, atividade sexual ou trauma emocional moderado → Os médicos devem tentar avaliar qualquer hábito ou situação que costuma preceder os ataques de um paciente (uso de cafeína, álcool, nicotina ou outras substancias, padrões incomuns de sono e de alimentação além de situações ambientais especificas como iluminação desagradável) Geralmente, o ataque é precedido por um período de 10 minutos de sintomas rapidamente crescentes, sendo que o principal sintoma é de um medo extremo (sem necessariamente saber a fonte desse medo) e uma sensação de morte e tragedia iminente O ataque dura de 20-30 minutos e raramente mais de uma hora. O exame físico durante o ataque costuma revelar: 1. Ruminação 2. Dificuldade de fala (gagueira) 3. Comprometimento de memória 4. É possível apresentar ainda depressão e despersonalização durante o ataque EPIDEMIOLOGIA E PROGNOSTICO É mais comum em mulheres, pessoas com história recente de divórcio ou separação e costuma aparecer os primeiros episódios em adultos jovens (25 anos), com o aumento dos estressores psicossociais. 91% dos pacientes apresentam outras condições: transtorno depressivo maior, fobia social e especifica, TAG, TOC e TEPD e hipocondria. PROGNOSTICO: é uma doença crônica, mas seu curso é variável. Cerca de 30 a 40% dos pacientes parecem ficar livres de sintomas no acompanhamento a longo prazo, em torno de 50% têm sintomas suficientemente leves para não afetar sua vida de modo significativo, e 10 a 20% continuam a ter sintomas relevante. Ingestão excessiva de cafeína ou nicotina pode exacerbar os sintomas e a depressão pode complicar o quadro em cerca de 40-80% dos pacientes. Pacientes com transtorno de pânico apresentam um risco maior de suicídio do que a população que não apresenta esse transtorno ETIOLOGIA FATORES BIOLOGICOS 1. NEUROTRANSMISSORES Os principais sistemas de neurotransmissores implicados são o de: Norepinefrina: com destaque pra os receptores a2- adrenérgicos pré-sinapticos Serotonina: provavelmente são resultados de uma hipersensibilidade pós-sinaptica a serotonina no transtorno do pânico GABA: atenuação da transmissão GABAérgica inibidora local na amígdala basolateral, no mesencéfalo e no hipotálamo pode desencadear respostas fisiológicas semelhantes a ansiedade 2. SUBSTANCIAS INDUTORAS DO PÂNICO (PANICOGÊNICAS) São substancias que induzem o ataque de pânico em pacientes com o transtorno e em uma proporção muito menor de indivíduos sem o transtorno ou sem história de ataque. Podem ser classificadas em: Respiratórias (dióxido de carbono, lactato de sódio e bicarbonato): Causam estimulação respiratória e mudança no equilíbrio acidobásico Neuroquímicas (ioimbina, mCPP): atuam por meio de sistemas neurotransmissores específicos → Afetam diretamente os receptores noradrenérgicos, serotonérgicos e GABAérgicos do SNC. O isoproterenol também induz pânico, embora seu mecanismo de ação na indução dos ataques não seja bem entendido 3. IMAGENS CEREBRAIS Estudos de imagens cerebrais estruturais, por exemplo, RM, em pacientes com transtorno de pânico implicaram o envolvimento patológico dos lobos temporais (atrofia cortical no lobo direito), em particular o hipocampo e a amígdala. Estudos de imagens cerebrais funcionais, por exemplo, tomografia por emissão de pósitrons (PET), implicaram a desregulação do fluxo sanguíneo cerebral (FSC) → De maneira específica, transtornos de ansiedade e ataques de pânico estão associados com vasoconstrição cerebral, que pode resultar em sintomas do SNC, como tonturas, e em sintomas do sistema nervoso periférico que podem ser induzidos por hiperventilação e por hipocapnia. FATORES GENÉTICOS Vários estudos verificaram que os parentes em primeiro grau de pacientes com transtorno de pânico têm um risco 4 a 8 vezes maior para o transtorno do que os parentes em primeiro grau de outros pacientes psiquiátricos. Os estudos de gêmeos conduzidos até o momento em geral relataram que os monozigóticos têm mais probabilidade de serem concordantes para o transtorno de pânico do que os dizigóticos. FATORES PSICOSSOCIAIS Teorias psicanalíticas conceituam ataques de pânico como tendo origem em uma defesa malsucedida contra impulsos provocadores de ansiedade. O que era anteriormente uma leve ansiedade-sinal se torna um sentimento esmagador de apreensão, junto com sintomas somáticos. Embora os ataques de pânico sejam neurofisiologicamente correlacionados com o locus ceruleus, seu início costuma estar associado a fatores ambientais ou psicológicos. Os pacientes têm uma incidência mais alta de acontecimentos de vida estressantes(sobretudo perdas) nos meses anteriores ao início do transtorno de pânico do que indivíduos-controle. Além disso, os pacientes normalmente experimentam mais tensão sobre os acontecimentos da vida do que os controles. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL TRATAMENTO FARMACOTERAPIA Para o transtorno de pânico pode ser utilizado: Nos últimos anos, vem sendo demonstrado uma superioridade dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) e da clomipramina sobre os benzodiazepínicos, os IMAOS (inibidores da monoaminoxidase) e os medicamentos tricíclicos e tetracíclicos. Condições especiais: 1. Transtorno de pânico isolado: abordagem conservadora (iniciar o tratamento com paroxetina, sertralina, citalopram ou fluvoxamina) 2. Transtorno de pânico + depressão: venlafaxina 3. Transtorno de pâncio + depressão comórbida: fluoxetina (suas propriedades ativadoras iniciais possam imitar os sintomas de pânico nas primeiras semanas e ela possa ser mal tolerada nesse esquema) 4. For desejado um controle mais rápido de sintomas: um tratamento breve com alprazolam deve ser iniciado junto com o ISRS, seguido pela redução gradativa da utilização do benzo-diazepínico 5. Para pacientes que antecipam uma situação que pode ocorrer pânico: clonazepam (0,5-1 mg conforme necessidade) INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA São os medicamentos considerados de primeira linha para o transtorno de pânico. A paroxetina e a paroxetina CR têm efeitos sedativos e tendem a acalmar os pacientes de imediato, o que leva a maior adesão e a menos interrupções, mas isso deve ser contrabalançado com seu potencial de ganho de peso. O citalopram, o escitalopram, a fluvoxamina e a sertralina são as seguintes mais bem toleradas. Eles devem ser administrados em pequenas doses iniciais, elevadas pouco a pouco. Na dose terapêutica – por exemplo, 20 mg por dia de paroxetina –, alguns pacientes podem experimentar aumento da sedação. Uma abordagem para pacientes com transtorno de pânico é: 1. Por 1-2 semanas: administrar 5 a 10 mg/dia de paroxetina ou 12,5 a 25 mg de paroxetina CR por 1 a 2 semanas 2. A cada 1-2 semanas: aumentar a dose em 10 mg/dia de paroxetina ou 12,5 mg de paroxetina CR → Até o máximo de 60 mg de paroxetina ou 62,5 mg de paroxetina CR. Caso a sedação se torne intolerável, reduzir a dose para 10 mg/dia de paroxetina ou 12,5 mg de paroxetina CR e mudar para 10 mg/dia de fluoxetina e elevá-la lentamente. BENZODIAZEPINICOS Esses agentes têm o início de ação mais rápido contra o pânico, por vezes na primeira semana, e podem ser utilizados por períodos longos sem o desenvolvimento de tolerância aos efeitos antipânico → Podem ser razoavelmente empregados como primeiro agente para o tratamento do transtorno de pânico enquanto a dose de um medicamento serotonérgico estiver sendo titulada lentamente para uma dose terapêutica (alprazolam + paroxetina). Após 4 a 12 semanas, o uso dos benzodiazepínicos pode ser reduzido pouco a pouco (ao longo de 4 a 10 semanas), enquanto o medicamento serotonérgico é continuado O alprazolam tem sido o mais utilizado para o transtorno de pânico, mas estudos controlados demonstraram eficácia igual para o lorazepam, e relatos de caso também indicaram que o clonazepam pode ser eficaz. MEDICAMENTOS TRICÍCLICOS E TETRACÍCLICOS Apesar dos ISRS serem o de primeira linha, dados mostram eficácia no uso de clomipramina e imipramina para esse tipo de transtorno. Porém, apresentam efeitos adversos mais graves A experiência clínica indica que as doses devem ser aumentadas aos poucos, para evitar a estimulação excessiva, e que o benefício clínico completo necessita de dosagens totais, que podem não ser atingidas por 8 a 12 semanas. INIBIDORES DA MONOAMINOXIDASE Dados consistentes apoiam a eficácia da fenelzina, e alguns também apoiam o uso da tranilcipromina. Os IMAOs parecem ter menos probabilidade de causar estimulação excessiva do que os ISRSs e os tricíclicos, mas podem requerer doses totais por pelo menos 8 a 12 semanas para serem eficazes. A necessidade de restrições dietéticas tem limitado a utilização de IMAOs, sobretudo desde o aparecimento dos ISRSs. Falha de resposta ao tratamento: Se os pacientes deixam de responder a uma classe de medicamentos, outra deve ser tentada. Dados recentes defendem a eficácia da venlafaxina. Devem ser testadas: • ISRS ou um tricíclico + benzodiazepínico • ISRS e lítio ou um medicamento tricíclico pode ser tentada. Além disso, uma vez que o tratamento se mostra eficaz, ele deve continuar por 8-12 meses. TERAPIA As terapias cognitiva e comportamental são tratamentos eficazes para o transtorno de pânico. Vários relatos concluíram que elas são superiores a apenas farmacoterapia; outros concluíram o oposto. A terapia cognitiva apresenta dois focos principais: 1. Instrução sobre as falsas crenças do paciente → É focada na tendencia do paciente a interpretar de forma equivocada sensações corporais leves como indicativos iminentes de ataques de pânico, tragedia e morte. 2. Informação sobre os ataques de pânico → explicações de que, quando os ataques de pânico ocorrem, são de tempo limitado e não ameaçam a vida FOBIAS ESPECÍFICAS FOBIA: refere-se a um medo excessivo de objeto, circunstância ou situação especifica FOBIA ESPECIFICA: medo intenso e persistente de um objeto ou situação. CRITÉRIOS DIAGNOSTICOS A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p. ex., voar, alturas, animais, tomar uma injeção, ver sangue). Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso por choro, ataques de raiva, imobilidade ou comportamento de agarrar-se. B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou ansiedade. C. O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento. D. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural. E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de seis meses. F. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. G. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental, incluindo medo, ansiedade e esquiva de situações associadas a sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes (como na agorafobia); objetos ou situações relacionados a obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo); evocação de eventos traumáticos (como no transtorno de estresse pós-traumático); separação de casa ou de figuras de apego (como no transtorno de ansiedade de separação); ou situações sociais (como no transtorno de ansiedade social). DIAGNOSTICO DIFERENCIAL As condições médicas não psiquiátricas que podem resultar no desenvolvimento de uma fobia incluem uso de substâncias (em particular alucinógenos e simpatomiméticos), tumores do SNC e doenças cerebrovasculares No diagnóstico diferencial de fobia específica, os médicos devem considerar transtorno de pânico, agorafobia e transtorno da personalidade esquiva + hipocondria, TOC e transtorno de personalidade paranoide. EPIDEMIOLOGIA As fobias são um dos transtornos mentais mais comuns nos EUA, sendo o transtorno mais comum em mulheres e o segundo mais comum em homens (o primeiro é o transtorno relacionado a substâncias) → as principais fobias são para sangue, injeção e ferimentos (praticamente igualando a proporção entre homens e mulheres) Fobias do tipo ambiente natural e sangue-injeção-ferimento começar, geralmente, entre os 5-9 anos, enquanto que a idade do pico para o inicio das fobiasdo tipo situacional (exceto para o medo de altura) é mais alta, em torno dos 20 anos. As fobias mais comuns são: 1. Animais 2. Tempestades 3. Altura 4. Doença 5. Ferimento 6. Morte Os transtornos comórbidos mais comuns com fobia especifica são: ansiedade, humor e relacionados a substâncias. ETIOLOGIA PRINCIPIOS GERAIS DAS FOBIAS 1. FATORES COMPORTAMENTAIS Segue o modelo tradicional pavloviano: a ansiedade é desencadeada por um estimulo naturalmente assustador que ocorre em contiguidade com um segundo estímulo inerentemente neutro. Como resultado, principalmente quando os dois estímulos são pareados em ocasiões sucessivas, o estimulo neutro original se torna capaz de desencadear a ansiedade por si próprio. 2. FATORES PSICANALÍTICOS Freud considerava a fobia o resultado de conflitos centrados em uma situação edípica da infância não resolvida. Em vista de os impulsos sexuais continuarem a ter uma forte coloração incestuosa em adultos, a ativação sexual pode reavivar uma ansiedade que é, caracteristicamente, um medo de castração. Quando a repressão deixa de ser bem-sucedida em sua totalidade, o ego precisa convocar defesas auxiliares. Em pacientes com fobias, a principal delas é o deslocamento; isto é, o conflito sexual é deslocado da pessoa que o evoca para um objeto ou uma situação aparentemente sem importância, que passa a ter, então, o poder de despertar uma constelação de afetos, um dos quais se denomina ansiedade-sinal. O objeto ou a situação fóbica podem ter uma conexão associativa direta com a fonte primária do conflito e, assim, simbolizá-lo (mecanismo de defesa de simbolização). Além disso, a situação ou o objeto costumam ser algo que o indivíduo pode evitar; com o mecanismo de defesa adicional de esquiva, o indivíduo pode se livrar do sofrimento da ansiedade grave. O resultado final é que a combinação de três defesas (repressão, deslocamento e simbolização) pode eliminar a ansiedade. Contudo, ela é controlada ao custo de se criar uma neurose fóbica. 3. ATITUDE CONTRAFÓBICA Otto Fenichel chamou atenção para o fato de que a ansiedade fóbica pode estar oculta sob atitudes e comportamentos que representam a negação tanto de que o objeto ou a situação temida são perigosos como de que a pessoa os teme. Em vez de ser uma vítima passiva de circunstâncias externas, o indivíduo inverte a situação e tenta confrontar e dominar qualquer coisa que seja temida. Indivíduos com atitudes contrafóbicas procuram situações de perigo e se envolvem nelas com entusiasmo. Os devotados de esportes potencialmente perigosos, como saltos de paraquedas e escaladas de montanhas, podem estar exibindo um comportamento contrafóbico. Esses padrões podem ser secundários a ansiedade fóbica ou ser meios normais de lidar com uma situação realisticamente perigosa. FOBIA ESPECÍFICA O desenvolvimento de uma fobia específica pode resultar da associação de um objeto ou da situação específicos com as emoções de medo e pânico. Foram postulados vários mecanismos para essa relação. Em geral, uma tendência não específica de experimentar medo ou ansiedade forma a cortina de fundo; quando um evento específico (p. ex., dirigir) é associado a uma experiência emocional (um acidente), o indivíduo fica suscetível a uma relação emocional permanente entre dirigir ou veículos e medo ou ansiedade. A experiência emocional por si só pode decorrer de um incidente externo, como acidente de trânsito, ou de um incidente interno, mais comumente um ataque de pânico. Embora o indivíduo possa nunca mais experimentar um ataque de pânico e não satisfazer os critérios diagnósticos para transtorno de pânico, pode ter um medo generalizado de dirigir, e não um medo expresso de ter um ataque de pânico enquanto dirige. Outros mecanismos de associação entre o objeto e as emoções fóbicas incluem a modelagem, na qual o indivíduo observa a reação de outros (p. ex., um dos genitores), e a transferência de informação, na qual a pessoa é ensinada ou advertida sobre os perigos de objetos específicos (p. ex., cobras venenosas). Além disso, os fatores genéticos (principalmente em parentes de primeiro grau) também são importantes nas fobias específicas. A incidência familiar do tipo sangue- injeção-ferimentos é particularmente alta. TRATAMENTO FOBIAS 1. TERAPIA COMPORTAMENTAL Uma variedade de técnicas de tratamento comportamental tem sido utilizada, a mais comum sendo a dessensibilização sistemática → O paciente é exposto em série a uma lista predeterminada de estímulos que provocam ansiedade, graduada em uma hierarquia do menos ao mais assustador. Por meio do uso de medicamentos antiansiedade, hipnose e instrução de relaxamento muscular, os pacientes são ensinados a como autoinduzir um repouso mental e físico. Após terem dominado essas técnicas, eles são ensinados a utilizá-las para induzir relaxamento quando em contato com o estímulo que provoca ansiedade. À medida que se tornam dessensibilizados para cada estímulo na escala, os pacientes progridem para o estímulo seguinte, até que aquilo que gerava o máximo de ansiedade não produza mais desconforto. Outras técnicas comportamentais utilizadas mais recentemente envolvem exposição intensiva ao estímulo fóbico tanto por meio da imaginação quanto por meio de dessensibilização in vivo 2. PSICOTERAPIA ORIENTADA AO INSIGHT A decisão de aplicar as técnicas de terapia psicodinâmica orientada ao insight deve se basear não na presença de sintomas fóbicos isoladamente, mas em indicações positivas da estrutura do ego e dos padrões de vida do paciente para a utilização desse método de tratamento. Essa abordagem capacita o paciente a compreender a origem da fobia, o fenômeno do ganho secundário e o papel da resistência, bem como o incentiva a procurar formas sadias de lidar com os estímulos provocadores de ansiedade. 3. TERAPIA VIRTUAL Uma série de simulações de transtornos fóbicos geradas por computador foi desenvolvida. Os pacientes são expostos ou interagem com o objeto ou a situação fóbica na tela do computador. 4. OUTRAS MODALIDADES TERAPEUTICAS A hipnose, a terapia de apoio e a terapia familiar podem ser úteis no tratamento dos transtornos fóbicos. FOBIA ESPECIFICA Um tratamento comum para fobia específica é a terapia de exposição → os terapeutas dessensibilizam o paciente mediante uma série de exposições graduais, passo a passo, ao estímulo fóbico e ensinam-lhe várias técnicas para lidar com a ansiedade, incluindo relaxamento, controle da respiração e abordagens cognitivas (reforço da percepção de que o estímulo fóbico é, na verdade, seguro). Na situação especial da fobia de sangue-injeção-ferimentos, alguns terapeutas recomendam aos pacientes que retesem seus corpos e permaneçam sentados durante a exposição para evitar a possibilidade do desmaio por uma reação vasovagal ao estímulo fóbico. Antagonistas dos receptores β-adrenérgicos podem ser úteis no tratamento de fobia específica, em especial quando associada com ataques de pânico. A farmacoterapia (p. ex., benzodiazepínicos), a psicoterapia ou a terapia combinada dirigida aos ataques também podem ser benéficas. FOBIA SOCIAL (TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL) Envolve o medo de situações sociais como apresentações orais ou encontros com pessoas novas. Esse medo pode ser de situações específicas como comer ou falar em público ou podem experimentar um medo vago e inespecífico de “embaraçar-se”. Em ambos os casos, o medo no transtorno de ansiedade social é do embaraço que pode ocorrer na situação e não da situação em si. DIAGNOSTICO A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter uma conversa,encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras). Nota: Em crianças, a ansiedade deve ocorrer em contextos que envolvem seus pares, e não apenas em interações com adultos. B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente (i.e., será humilhante ou constrangedor; provocará a rejeição ou ofenderá a outros). C. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade. Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso chorando, com ataques de raiva, imobilidade, comportamento de agarrar-se, encolhendo-se ou fracassando em falar em situações sociais D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade. E. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto sociocultural. F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses. G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. H. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica. I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental, como transtorno de pânico, transtorno dismórfico corporal ou transtorno do espectro autista. J. Se outra condição médica (p. ex., doença de Parkinson, obesidade, desfiguração por queimaduras ou ferimentos) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado ou é excessivo. Especificar se: Somente desempenho: Se o medo está restrito à fala ou ao desempenho em público. O médico deve reconhecer que pelo menos algum grau de ansiedade social ou de constrangimento é normal na população, principalmente durante algumas situações especificas como na adolescência o após transições de vida como casamento ou mudança de emprego. Essa ansiedade só vai se tornar transtorno quando ela impede do indivíduo de participar de atividades desejadas ou causa sofrimento acentuada durante elas. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL O transtorno de ansiedade social precisa ser diferenciado do medo adequado e da timidez normal. As considerações diagnósticas diferenciais para esse transtorno são: Agorafobia: Um indivíduo com agorafobia sente-se, muitas vezes, confortado pela presença de outra pessoa em uma situação que provoque ansiedade, mas um com transtorno de ansiedade social fica mais ansioso pela presença de outra pessoa. Transtorno de pânico: Enquanto falta de ar, tontura, sensação de sufocação e medo de morrer são comuns no transtorno de pânico e na agorafobia, os sintomas associados com transtorno de ansiedade social geralmente envolvem rubor, tensão muscular e ansiedade em relação a escrutínio. Transtorno da personalidade esquiva: A diferenciação entre transtorno de ansiedade social e transtorno da personalidade esquiva pode ser difícil e exigir entrevistas e histórias psiquiátricas extensivas. Transtorno depressivo maior: A esquiva de situações sociais, muitas vezes, pode ser um sintoma na depressão, mas uma entrevista psiquiátrica com o paciente provavelmente revelará uma ampla constelação de sintomas depressivos. Transtorno da personalidade esquizoide: nesses pacientes, a falta de interesse em socializar, não o medo de socializar, leva ao comportamento social esquivo. EPIDEMIOLOGIA Em estudos epidemiológicos, a prevalência ocorre em mulheres, enquanto que em amostras clínicas afeta mais homens. A idade do pico é na adolescência (fim da infância ou início da adolescência), embora seja comum entre os 5-35 anos. Achados epidemiológicos prospectivos existentes indicam que esse transtorno costuma ser crônico, embora os pacientes cujos sintomas sofrem remissão tendem a permanecer bem. ETIOLOGIA Vários estudos relataram que algumas crianças possivelmente tenham um traço caracterizado por um padrão consistente de inibição comportamental, principalmente em filhos de pais com transtorno de pânico e pode se desenvolver para timidez grave à medida que crescem. FATORES NEUROQUÍMICOS O sucesso dos tratamentos farmacológicos na fobia social gerou duas hipóteses neuroquímicas específicas, envolvendo a norepinefrina e dopamina 1. NOREPINEFRINA OU EPINEFRINA A utilização de antagonistas dos receptores β-adrenérgicos para as fobias de desempenho (p. ex., falar em público) levou ao desenvolvimento de uma teoria adrenérgica para essas fobias → Pacientes com fobias de desempenho podem liberar mais norepinefrina ou epinefrina, tanto central como perifericamente, do que pessoas não fóbicas, ou podem ser sensíveis a um nível normal de estimulação adrenérgica. 2. DOPAMINA A observação de que os IMAOs podem ser mais eficazes do que os medicamentos tricíclicos no tratamento do transtorno de ansiedade social generalizada, em combinação com dados pré-clínicos, levaram alguns investigadores à hipótese de que a atividade dopaminérgica está relacionada à patogênese do transtorno. Um estudo mostrou concentrações de ácido homovanílico bastante diminuídas. Uma abordagem que utilizou SPECT demonstrou redução da densidade de locais de recaptação de dopamina estriatal → Portanto, alguma evidência sugere uma disfunção dopaminérgica no transtorno de ansiedade social FATORES GENÉTICOS Parentes em primeiro grau de pessoas com transtorno de ansiedade social têm cerca de três vezes mais probabilidade de ser afetados com a condição do que parentes em primeiro grau de indivíduos sem transtornos mentais. Alguns dados preliminares indicam que gêmeos monozigóticos concordam com mais frequência do que dizigóticos, embora no transtorno de ansiedade social seja particularmente importante estudar gêmeos criados separados para ajudar a controlar para fatores ambientais. TRATAMENTO PSICOTERAPIA Técnicas cognitiva, comportamental e de exposição também são úteis nessas situações. A psicoterapia para o transtorno de ansiedade social em geral envolve uma combinação de métodos comportamentais e cognitivos, incluindo retreinamento cognitivo, dessensibilização, treinos durante as sessões e uma variedade de recomendações de tarefas de casa FARMACOTERAPIA Os medicamentos eficazes no tratamento do transtorno de ansiedade social incluem: 1) ISRSs → Muitos consideram como tratamento de primeira linha 2) Benzodiazepínicos (alprazolam e clonazepam) 3) Venlafaxina 4) Buspirona. → Mostrou efeitos adicionais quando utilizada para potencializar o tratamento com ISRSs. Em casos graves, tem sido relatado o tratamento bem- sucedido com IMAOs irreversíveis, como a fenelzina (45 a 90 mg ao dia, sendo necessária de 5-6 semanas para avaliar sua eficácia), e também com os reversíveis, como a moclobemida e a brofaromina, que não estão disponíveis nos Estados Unidos. O tratamento do transtorno de ansiedade social associado com situações de desempenho muitas vezes envolve a utilização de antagonistas β-adrenérgicos um pouco antes da exposição a um estímulo fóbico. Os dois compostos mais amplamente utilizados são atenolol, 50 a 100 mg administrados cerca de 1 hora antes do desempenho, ou propranolol, 20 a 40 mg. Outra opção para ajudar na ansiedade de desempenho é um benzodiazepínico de ação relativamente curta ou intermediária, tal como lorazepam ou alprazolam.