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Modernismo-fase-1-e-2-poesia-resumido

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Modernismo
Contexto
· Revoltas da República velha; 
· Coluna Prestes – ideias comunistas - O agravamento da crise econômica contribuiu para tornar mais tenso o clima político, atingiu o seu auge nas eleições de 1930
· Getúlio Vargas concorreu com Júlio Prestes – houve acusação de fraude e depuseram Washington Luiz e Vargas assume de “forma provisória” por 3 anos, mas fica no poder (era Vargas) até 1945.
· São Paulo se desenvolve industrialmente – torna-se foco
O movimento modernista
· Pretendia fazer com que a população, de modo geral, tomasse consciência da realidade brasileira
· É considerado um movimento não só artístico como também político e social, já que se opunha à política totalitária da época, bem como da contradição social entre os proletários e imigrantes e as oligarquias rurais.
· A Semana de Arte Moderna trouxe um rompimento, uma destruição das estruturas clássicas, acadêmicas, harmônicas, e por esse motivo tem caráter anárquico e destruidor. 
· Mário de Andrade chamou a primeira fase do Modernismo de “fase da destruição”, já que é totalmente contraditória ao parnasianismo ou simbolismo das décadas anteriores. 
· Os artistas têm em comum a busca pela origem, daí vem o nacionalismo e acarreta a volta às origens e valorização do índio brasileiro.
· É marcada pelos manifestos nacionalistas: do Pau-Brasil, da Antropofagia, do Verde-Amarelismo e o da Escola da Anta. Podemos destacá-los da seguinte forma:
· Manifesto Pau-Brasil: escrito por Oswald de Andrade, publicado no jornal “Correio da Manhã”, em 18 de março de 1924, apresentou uma proposta de literatura vinculada à realidade brasileira e às características culturais do povo brasileiro, com a intenção de causar um sentimento nacionalista, uma retomada de consciência nacional
· Antropofagia: publicado entre os meses de maio de 1928 e fevereiro de 1929, sob direção de Antônio de Alcântara Machado, surgiu como nova etapa do nacionalismo “Pau-Brasil” e resposta ao “Verde-Amarelismo”. Sua origem se dá a partir de uma tela feita por Tarsila do Amaral, em janeiro de 1928, batizada de Abaporu ( aba= homem e poru = que come). Assinado por Oswald de Andrade, tinha, como diz Antônio Cândido, “uma atitude brasileira de devoração ritual dos valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico”
· Verde-Amarelismo: este movimento surgiu como resposta ao “nacionalismo afrancesado” do Pau-Brasil, em 1926, apresentado, principalmente, por Oswald de Andrade, liderado por Plínio Salgado. O principal objetivo era o de propor um nacionalismo puro, primitivo, sem qualquer tipo de influência.
· Anta: parte do movimento Verde-Amarelismo, representa a proposta do nacionalismo primitivo elegendo como símbolo nacional a “anta”, além de vangloriar a língua indígena “tupi”.
· Resumidamente temos duas posturas: o nacionalismo consciente, crítico da realidade brasileira, e de outro um nacionalismo ufanista, utópico, exacerbado.
· Primeira geração modernista (1922-1930) - Tem início com a Semana de Arte Moderna, em 1922, e possui as seguintes características:
· Releitura crítica dos símbolos da nacionalidade
· Liberdade de criação
· Antiacademicismo
· Liberdade formal
· Ironia
· Aproximação entre fala e escrita (poema pronominais)
· Releitura do passado histórico (Macunaíma)
· Nacionalismo crítico
→ Principais autores e obras
· Oswald de Andrade (1890-1954): Memórias sentimentais de João Miramar (1924) e Pau-brasil (1925)
· Mário de Andrade (1893-1945): Pauliceia desvairada (1922) e Macunaíma (1928)
· Manuel Bandeira (1886-1968): Libertinagem (1930) – tem o famoso poema Teresa" - Poema-paródia do texto lírico de Castro Alves chamado "O 'adeus' de Teresa”
Teresa
A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.
· Segunda geração modernista (1930-1945)
Apresenta as seguintes características:
· O mundo contemporâneo
· O sentido existencial
· Conflito espiritual
· Sociopolítica
· Liberdade formal
→ Principais autores e obras
· Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): Alguma poesia (1930) e A rosa do povo (1945) – identificação com o trabalhador, aproximação das massas, fragmentação do eu (existencialismo)
· Vinicius de Moraes (1913-1980): Novos poemas (1938) – amor sensual - 
· A poesia continuou adotando o verso livre, mas resgatou também formas como o soneto ou o madrigal sem que isso fosse necessariamente um retorno às estéticas do passado, tão questionadas pelos poetas que ganharam projeção na Semana de Arte Moderna
· Cecília Meireles (1901-1964): Romanceiro da Inconfidência (1953) – Homenagem aos Inconfidentes
· Jorge de Lima (1893-1953): Poemas negros (1947) – visão cristã
· Murilo Mendes (1901-1975): História do Brasil (1932) e O visionário (1941) – visão cristã 
· é possível encontrar influências do Surrealismo e até mesmo da psicanálise, que dilataram o campo de experimentações poéticas. Podemos observar essa característica nos versos do poema “O Pastor Pianista”, de Murilo Mendes:
O Pastor Pianista
Soltaram os pianos na planície deserta
Onde as sombras dos pássaros vêm beber.
Eu sou o pastor pianista,
Vejo ao longe com alegria meus pianos
Recortarem os vultos monumentais
Contra a lua.
Acompanhado pelas rosas migradoras
Apascento os pianos: gritam
E transmitem o antigo clamor do homem
Que reclamando a contemplação,
Sonha e provoca a harmonia,
Trabalha mesmo à força,
E pelo vento nas folhagens,
Pelos planetas, pelo andar das mulheres,
Pelo amor e seus contrastes,
Comunica-se com os deuses.
Tema social
Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Carlos Drummond de Andrade

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