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Simpósio de Direitos dos animais O simpósio é iniciado pela Rafaela de Jesus apresentando os palestrantes e expondo seus currículos. A data do simpósio - 04/10 - foi escolhida por ser o Dia Mundial dos Animais. Professor Vicente de Paula Ataide Junior: Por que o Brasil conseguiu produzir um precedente processual tão importante como a caracterização dos animais como sujeitos, não objetos? Nós já temos legislação a respeito, os Estados Unidos só ficam nos debates filosóficos. Os Estados Unidos têm a maior concentração de produção teórica sobre os direitos dos animais - como a Harvard Animal Law e o departamento de Princeton - mas não possui os avanços jurídicos que o Brasil - “os animais não são coisas”. A macaca Sandra teve seus direitos de pessoa não humana reconhecidos. “Os animais são sujeitos de direitos por derivação constitucional federal. As leis estaduais apenas positivam e concretizam os respectivos direitos fundamentais. Por isso, eles podem ser autores em qualquer lugar do país.” Dra. Monique Mosca Gonçalves Minas Gerais é referência na proteção dos direitos dos animais. Mas os pioneiros no Brasil foram do estado da Bahia. O que muda para os animais agora que são sujeitos? Para a doutora, essa característica de “sujeito” pode ser só um simbolismo. O regime jurídico que tem que mudar, não somente o nome, as atitudes são muito mais importantes do que a nomenclatura. Peter Singer parte de um preceito de igualdade: o animal tem interesse, ele pode sentir. O animal tem interesse de não sofrer, quem causa-lhe um dano deve pagar. Vivemos em uma hipocrisia cultural: o que mudamos para reforçar a dignidade animal? o que a sociedade faz para mudar essa situação? Dizer que o animal tem dignidade não significa dizer que é equiparada à dignidade humana, mas sim que eles têm um nível de percepção do sofrimento. Não é que não podemos utilizar os animais, mas que devemos colocar seus interesses em pauta. Iremos avançar com a sustentabilidade ética e educação animalista - incentivar o uso e a compra de produtos veganos e/ou com menos exploração animal. Temos que romper o preconceito com outras espécies - esquizofrenia moral. O zoológico é constitucional? e o sacrifício religioso? o rodeio? Não podemos analisar o Código Civil senão pela luz do Código Civil Constitucional. Qual é o conceito de propriedade animal? uma propriedade funcionalizada. Temos que ter um olhar individualizado. Interesse jurídico dos animais: alguns decorrentes de sua natureza (alimentação, liberdade), um pássaro (voar). É dever do Estado e da sociedade a proteção do meio ambiente, ou seja, da flora e da fauna. Informação e participação pública e educação animalista. O Estado deve criar mecanismo de incentivo aos produtos veganos. Princípio reitor: responsabilização. O dano deve ser reparado ao animal.
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