Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Os domas, por exemplo, eram homens treinados para guardar a memória de um povo. Depois de passar por um processo de mais de 20 anos de iniciação, esses homens eram capazes de memorizar a história de quase todos os antepassados da sua comunidade e se transformavam numa espécie de “documentos vivos” da sociedade. O respeito que os domas tinham pela palavra era tão grande que eles falavam apenas quando necessário. Os domas também nunca mentiam, pois mentir significava quebrar o elo que os ligava com a memória e a história daqueles que havia vivido antes deles. Era a maior ofensa que poderiam fazer. Outra figura importante eram os griots. Diferentemente dos domas, os griots falavam muito e contavam diversas histórias, muitas vezes acompanhados de música e dança. Assim como os gregos narraram as histórias da Guerra de Tróia e as aventuras de Ulisses, muitos griots contaram as façanhas de importantes reis, como Sundiata (o primeiro rei do Mali), ou então descreveram batalhas que haviam sido travadas no passado e até mesmo as histórias de como o homem e o mundo haviam surgido. Nas noites mais quentes, os jovens das aldeias sentavam-se em volta de uma pequena fogueira e ouviam as histórias contadas e cantadas pelos griots e pelos homens mais velhos da comunidade. Conforme dito anteriormente, embora existissem muitos aspectos em comum nas sociedades da África subsaariana, elas não eram todas iguais. E também não viveram estáticas no tempo e no espaço. Os deuses cultuados, a organização econômica, as línguas e até mesmo a formação sócio-política eram diferentes. O poder da palavra falada
Compartilhar