Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Arquitetura e Urbanismo para Corretores de Imóveis Marcio Henrique Yacyszyn Rodrigues Arquitetura e Urbanismo para Corretores de Imóveis Marcio Henrique Yacyszyn Rodrigues Arquitetura e Urbanismo para Corretores de Imóveis Natal/RN 2015 Catalogação da Publicação na Fonte (CIP). Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726. R696a Rodrigues, Marcio Henrique Yacyszyn. Arquitetura e urbanismo para corretores de imóveis / Marcio Henrique Yacyszyn Rodrigues ; edição e revisão do Instituto Tecnológico Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2014. 125 p. : il. ISBN 978-85-68100-39-4 Inclui referências 1. Transações imobiliárias. 2. Arquitetura e urbanismo. 3. Corretores de imóveis. I. Instituto Tecnológico Brasileiro. II.Título. RN/ITB/LCFJ CDU 911.375.5 presidente PROF. PAULO DE PAULA diretor geral PROF. EDUARDO BENEVIDES diretora acadêmica PROFA. LEIDEANA BACURAU diretora de produção de projeto PROFA. JUREMA DANTAS FICHA TÉCNICA gestão de produção de materiais didáticos PROFA. LEIDEANA BACURAU coordenação de design instrucional PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA projeto gráfico ADAUTO HARLEY SILVA diagramação MAURIFRAN GALVÃO designer instrucional PROFA. SÍLVIA BARBALHO BRITO revisão de língua portuguesa PROFA. ANA AMÉLIA AGRA LOPES revisão das normas da ABNT LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR ilustração RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA "Costumo dizer aos estudantes de Arquitetura que não basta sair da escola para ser bom profissional. O sujeito tem de se abrir para o mundo e não ficar atrás da visão estreita dos especialistas." (Oscar Niemeyer) Índice iconográfico Diálogos Importante Querendo mais Internet Curiosidade Vocabulário Você conhece? Mídias Atividade O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim- ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es- tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo. Observe-os na descrição a seguir: Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci- mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno. Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con- siderado muito relevante. Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência, antes do resumo. Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no decorrer do estudo. Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas ao objeto de estudo. Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre- sentado ao final ou ao longo do texto. Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem. Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais. Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais. Apresentação institucional 09 Palavra do professor autor 11 Apresentação das competências 13 Competência 01 Identificar a visão gráfica dos imóveis 17 Arquitetura e Urbanismo, ou arquitetura E urbanismo? 18 A linguagem da representação gráfica de projetos 19 Plantas, cortes, fachadas... O que são? 21 Resumo 29 Autoavaliação 30 Competência 02 Distinguir os estilos arquitetônicos 35 Definindo estilos arquitetônicos 35 Características dos principais estilos arquitetônicos 37 Os estilos arquitetônicos nos dias de hoje 46 Resumo 47 Autoavaliação 48 Competência 03 Identificar a cidade e a sua ocupação 53 Os conceitos de ocupação da cidade 53 A influência do terreno e da infraestrutura 60 Resumo 62 Autoavaliação 62 Sumário Competência 04 Definir o conforto ambiental no imóvel e na cidade 67 Conforto ambiental térmico e acústico 67 Quando as construções são confortáveis 70 O conforto ambiental urbano 73 A acústica nos imóveis 74 Resumo 76 Autoavaliação 76 Competência 05 Reconhecer a legislação urbana que influência nos imóveis e na cidade 81 Leis Federais 82 Planos Diretores e outras Leis Municipais 85 Resumo 87 Autoavaliação 87 Competência 06 Aplicar as prescrições urbanísticas 93 Os elementos de prescrições 93 Resumo 99 Autoavaliação 100 Competência 07 Definir os impactos de ocupação urbana 105 Impactos ambientais urbanos 105 Impactos econômicos e sociais 108 Resumo 109 Autoavaliação 110 Competência 08 Identificar a influência dos outros setores de projeto nos imóveis 115 Os projetos complementares 115 Os materiais utilizados em um imóvel 118 Resumo 118 Autoavaliação 118 Referências 122 Conheça o autor 124 Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 9 Apresentação institucional O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen- volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância. Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen- volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro- dutivo da nação. O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida- mente concorrer aos crescentes postos de trabalho. No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza- gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais. O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con- tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio- namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para o seu desenvolvimento pessoal e do seu país. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 11 Olá! Seja bem-vindo ao nosso estudo sobre Arquitetura e Urbanismo para Corretores de Imóveis. Aqui, você compreenderá a importância dos elementos da Arquitetura e do Urba- nismo no trabalho de um corretor imobiliário e também saberá como usar esses elementos para melhorar a sua atuação profissional. Normalmente, este estudo prioriza o desenho técnico de projetos. Porém, aqui nós ire- mos estudar outros elementos que são tão importantes quanto este (às vezes, até mais importantes). Vamos conhecer sobre as normas, sobre os planos diretores, estudar as in- fluências dos imóveis na ventilação de uma área, saber como a estrutura de um imóvel afeta a sua manutenção, além de várias outras informações importantes. Dessa maneira, convido você a começar o nosso estudo e a avançar nesse interessante mundo das tran- sações imobiliárias. Palavra do professor autor Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 12 Ar qu itetu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 13 Apresentação das competências Em nosso estudo, você encontrará oito destaques, que são nossas oito competências. Nelas, estudaremos os pontos mais importantes sobre a Arquitetura e o Urbanismo que estão envolvidos na atuação profissional de um corretor de imóveis. Na primeira competência, você estudará a representação gráfica de um imóvel ou de um projeto. Para isso, você irá, inicialmente, conhecer os conceitos de Arquitetura e de Urbanismo, entendendo bem sobre o que estamos estudando. Então, você verá qual é a necessidade de padronizar os elementos de representação gráfica e entenderá o que são elementos como plantas, cortes e fachadas. A competência 2 abordará os estilos arquitetônicos presentes nas cidades atuais. Co- nhecendo, antes de tudo, o que são estilos arquitetônicos, estudaremos aqueles estilos que têm maior destaque nas cidades brasileiras de hoje e também como eles foram adap- tados para o mercado imobiliário. O estudo sobre a ocupação da cidade será o nosso foco na terceira competência. Como é a ocupação do espaço, o crescimento, o adensamento e o desenvolvimento. Você tam- bém conhecerá alguns elementos de ocupação (como os bairros, os conjuntos, as vilas e os condomínios), entendendo não apenas o que são, mas também como são influenciados pelo terreno, pelo relevo e pela infraestrutura. Na competência 4 você verá o que é o conforto ambiental e como ele influencia no imó- vel e na cidade, conhecendo o conforto térmico e o conforto acústico. Também descobrirá como as construções são adequadas às condições existentes na cidade e no clima. Além disso, aprenderá como o imóvel pode agir no conjunto da cidade. Você continuará estudando a ocupação da cidade na competência 5, porém, com foco na legislação que influencia nesta ocupação, o estatuto das cidades, as leis de parcela- mento do solo, os planos diretores e os códigos de obras, e na maneira com que esses elementos ajudam a ordenar o espaço da cidade. O aprendizado sobre a legislação que organiza o espaço da cidade seguirá na com- petência 6. Nela, você aprenderá o que são os instrumentos de ordenamento da cidade, conhecendo a ocupação e a permeabilidade, o aproveitamento, o gabarito e os recuos, não apenas sabendo o que são, mas também como realizar seus cálculos. A competência 7 trará um estudo sobre os impactos da ocupação da cidade. Como eles acontecem para o meio ambiente, para a sociedade e também para a economia. Você verá que existem impactos que são negativos, mas também existem aqueles impactos que são positivos. Por último, na competência 8, você entenderá que não é apenas a Arquitetura e o Urba- nismo que influenciam nos imóveis. Existem outros setores de projetos que também têm uma grande importância, como a estrutura, a hidráulica e a elétrica, além dos materiais de construção e acabamento, que interferem na manutenção e na valorização dos imóveis. Identificar a visão gráfica dos imóveis Competência 01 Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 17 Identificar a visão gráfica dos imóveis É importante lembrar que você não vai aprender a desenhar como um arquiteto. Você não está aqui para isto! O mais importante nesse caso é compreender o dese- nho do arquiteto, saber o que aquele “pedaço de papel” quer nos dizer e conseguir explicar isso para o seu cliente. Na atividade profissional de um corretor de imóveis é comum acontecer a apresentação de um imóvel, seja para um cliente ou para investidores, a partir de projetos arquitetônicos, ainda em papel. Independente da forma em que este imóvel seja exposto, todos aqueles que estão envolvidos precisam entender as informações que estão sendo exibidas. O corretor de imóveis, como um dos principais envolvidos em situações como esta, precisa não apenas entender as informações que estão ali presentes, como também saber transmitir essas informações para as demais pessoas, principalmente para os clientes, que muitas vezes são completamente desacostumados com a linguagem de projetos arqui- tetônicos e precisam conhecer muito bem o imóvel que está sendo apresentado. Nesta primeira competência, você será apresentado a essas formas de comunicação, não apenas do projeto arquitetônico, mas da Arquitetura e do Urbanismo de maneira geral. Aqui, você encontrará o ponto de partida para o nosso estudo, afinal precisamos, compre- ender o que é Arquitetura e o que é Urbanismo, para então saber como eles podem in- fluenciar na atuação de um corretor de imóveis. Também entenderemos esse “mundo” do desenho técnico, sabendo ler e analisar a forma como os imóveis são colocados no papel. Então, qual será o conhecimento que você deve ter quando terminar de estudar o nosso conteúdo? É isso que chamamos de objetivos de estudos. Eles são: • Saber o que é Arquitetura e o que é Urbanismo; • Compreender a representação gráfica de um imóvel; • Traduzir as informações de um desenho técnico em um texto claro e preciso. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 18 É comum a sociedade associar a Arquitetura apenas com a construção bela. Mas, esta atividade envolve muitos elementos de funcionalidade que preci- sam estar à frente da beleza. Outro ponto sobre essa discussão é que “be- leza” é algo que pode variar muito de pessoa para pessoa. Então, o padrão estético das construções precisa ser estudado com muito cuidado para que esteja o mais próximo possível de agradar o máximo de pessoas, levando o arquiteto a analisar padrões e tendências da sociedade. Importante Arquitetura e Urbanismo, ou arquitetura e urbanismo? Antes de qualquer coisa precisamos entender que, apesar da maioria das pessoas cha- mar “Arquitetura e Urbanismo” como se fosse uma coisa só (inclusive, o curso de gradua- ção também se chama assim), elas são duas áreas diferentes de estudos e atuações, mas com uma relação muito próxima. Uma vez que você compreendeu que são dois estudos diferentes (e está curioso!), po- demos então ir ao primeiro ponto. Vamos entender o que é arquitetura. A arquitetura, como uma atividade profissional, é uma atuação que busca produzir edi- fícios (casas, escolas, hospitais e todo o tipo de edificação) da melhor forma possível. Essa “melhor forma” tem de considerar fatores como: a necessidade de espaço que aquela edificação terá; como os ambientes internos devem ser posicionados dentro da edificação; obedecer às leis e normas existentes para as edificações; como estas edificações podem ficar confortáveis; e várias outras influências voltadas ao melhor funcionamento das ativi- dades que sejam feitas na edificação. Além dessas ações, deve-se sempre buscar “beleza”, não criar um conflito com o local que receberá esta nova construção, e também agradar aqueles que contratam o trabalho do arquiteto. Arquitetar: é ide- alizar, programar, projetar qualquer plano que será posto em prática. Essa explicação sobre o que é arquitetura deixa uma pequena dúvida: “se a Arquitetura está tão relacionada à edificação, o que sobra para o Urbanismo?” Ele trata justamente do estudo do espaço urbano, a cidade em si. Como ela cresce, se desenvolve e acontece no seu dia a dia. É um estudo que procura entender toda a complexidade de uma cidade, Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 19 tentando fazer com que este espaço se torne melhor a cada atuação das pessoas que vivem nele. Assim, podemos afirmar que: a Arquitetura cuida do imóvel e o Urbanismo cuida da cidade. A linguagem da representação gráfica de projetos Quando se fala em projetos arquitetônicos, logo é feita a associação com o desenho. É justamente esse desenho que é chamado de linguagem de representação: a maneira como a pessoa que faz a representação gráfica do projeto (um arquiteto, engenheiro,de- senhista, estagiário...) coloca o imóvel no papel. E, como em qualquer linguagem, existem padrões que precisam ser seguidos. Afinal, se cada pessoa escrevesse da maneira como achasse melhor, nossos livros seriam verdadeiras confusões e ninguém se entenderia, não é verdade? Da mesma maneira, se qualquer projetista desenhasse seus imóveis da forma que bem entendesse, esses projetos seriam indecifráveis. Ninguém conseguiria compreen- der as informações ali postas. O órgão principal de normas e padronizações do nosso país, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), estabelece normas regulamentadoras, as NBR’s, que determi- nam o padrão correto de representar um desenho de projetos. São elas: • NBR 6492/94 – Representação de projetos de arquitetura; • NBR 8196/99 – Emprego de escalas; • NBR 8403/87 – Aplicações de linhas. As padronizações passam desde os elementos mais básicos (os tipos e as espessuras das linhas de desenho) até os elementos mais complexos (os tipos de plantas e para que elas servem). Algumas padronizações têm funções anteriores ao próprio desenho do pro- jeto, como exemplo, os padrões das folhas em que os projetos são apresentados. A estas folhas é dado o nome de pranchas. As pranchas devem ser organizadas sempre com uma margem, que determina o espa- ço disponível para que o projeto seja desenhado. Também devem ter um elemento de iden- tificação do projeto, onde ficam descritos os seus principais dados, que são os carimbos. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 20 Figura 1 – Carimbo Fonte: autoria própria (2014). Projetos diferentes vão exigir informações diferentes. Sendo assim, os dados presentes no carimbo de um projeto de uma reforma residencial serão diferentes dos dados presen- tes no carimbo de um projeto de construção de uma escola. Além da padronização dos elementos de desenho, a NBR 6492 esclarece quais são as fases de um projeto. Nesse momento, você deve estar se perguntando: “e por que eu teria que saber sobre as fases de um projeto?” A importância desse conhecimento é que, em algumas fases, as informações são previsões e podem não acontecer na construção, e, em outras, as informações são certas de acontecer. Dessa maneira, na hora de apresentar um projeto ao seu cliente, é importante saber em que fase ele está, para que as informações sejam dadas dentro da realidade. Então, as fases de um projeto são: Os carimbos possuem sempre as informações mínimas: identificação do au- tor do projeto, a data que o projeto foi elaborado, identificação do projeto, conteúdo da prancha (quais são os desenhos que estão nela), escala do desenho e numeração de identificação da prancha (quando houver mais de uma prancha por projeto). Importante Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 21 Inerente: algo que está ligado a outra coisa de forma inseparável. Exem- plo: a ligação de energia da rede elétrica é inerente a construção de uma casa. • Estudo preliminar – “Estudo de viabilidade de um programa e do partido arquitetônico a ser adotado para sua apreciação e aprovação pelo cliente. Pode servir para consulta prévia para aprovação em órgãos governamentais” (ABNT, 1994). Este estudo apresen- ta a ideia principal do projeto, com suas informações básicas e considera as restrições que possam existir. É nesse momento que o proprietário diz se quer seu imóvel da forma como foi apresentado ou se deseja modificações; • Anteprojeto – É a “definição do partido arquitetônico e dos elementos construtivos, considerando os projetos complementares [...]. Nesta etapa, o projeto deve receber aprovação final do cliente e dos órgãos oficiais envolvidos e possibilitar a contratação da obra” (ABNT, 1994). O anteprojeto representa a essência do imóvel, suas caracterís- ticas e informações principais. Mas, ele não está totalmente finalizado, faltando ainda algumas informações; • Projeto executivo – “Apresenta, de forma clara e organizada, todas as informações ne- cessárias à execução da obra e todos os serviços inerentes” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994). É o projeto em totais condições de ser executado, com todas as informações para a sua construção; • Projeto como construído – “Constitui-se na revisão final, pós-obra, de todos os docu- mentos do projeto executivo” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994). Muitas vezes, durante a obra, alguns pontos precisam ser modificados, por diversos motivos (condições de terreno, vontade do proprietário...), e o imóvel se torna diferente do que estava posto no projeto. Isto leva a necessidade de uma atualização do projeto, para que ele reflita a realidade do imóvel. Esta fase de projeto também é conhecida como as built, que pode ser traduzido em “como construído”. Sua produção tem pa- drões definidos pela série NBR’s 14.645 (1, 2 e 3). As padronizações nas representações de projetos, da maneira que vimos aqui, permi- tem o melhor entendimento por todos os envolvidos e interessados no imóvel. Assim, por exemplo, um projeto feito em Mogi das Cruzes/SP consegue ser compreendido, e até mes- mo executado, em Parintins/AM, ou até mesmo em outro país. Plantas, cortes, fachadas... O que são? No momento em que você olha para um projeto de um imóvel, sem conhecer o que são os elementos que estão representados, parece até que você está vendo uma série de traços sem sentido. Mas, na verdade, cada elemento que é colocado ali tem uma função, uma razão de ser e possui um significado. Vamos agora entender o que eles representam? Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 22 Para uma melhor compreensão das explicações que você estudará agora, vamos cha- mar de observador toda e qualquer pessoa que esteja vendo, ou estudando, um projeto. As plantas são formas de representar o projeto, como se o observador estivesse olhan- do para o imóvel de cima. Porém, apenas por essa definição, nós só veríamos o telhado do imóvel e não poderíamos ter as informações necessárias e importantes sobre ele. Por isso, existem alguns tipos diferentes de plantas, que estudaremos a seguir. A planta de situação tem o objetivo de apresentar a localidade do terreno que o imóvel está ou estará. Nela são dadas informações sobre dimensões do terreno, a rua ou avenida, os pontos de referência e, atualmente, as coordenadas geográficas do terreno (latitude e longitude). A planta de locação informa como o projeto está disposto dentro do terreno. Não ape- nas o imóvel, mas também outros elementos como: calçadas de circulação; área de lazer; guarita; vegetação etc. Esta planta sempre terá informações sobre as distâncias desses elementos representados. A planta de locação também é conhecida como planta de im- plantação. Figura 2 – Planta de situação Fonte: Montenegro (1978). Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 23 Planta de cobertura traz a visualização e as informações sobre o tipo de cobertura que será feito no imóvel, ou que existe no imóvel. Nesta planta é possível identificar: a divisão do telhado; o tipo de telha utilizada; a inclinação que este telhado possui, se o telhado avança além da edificação (chamado de beiral) e outras informações sobre a cobertura. Normalmente, esta planta é posta em conjunto com a planta de locação, passando a se chamar locação e cobertura. Figura 3 – Planta de locação Fonte: Montenegro (1978). Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 24 Figura 4 – Planta de cobertura Fonte: Montenegro (1978). Figura 5 – Planta baixa: corte na edificação a 1,50m de altura Fonte: Montenegro (1978). As plantas que você acabou de estudar são essenciais a um projeto, mas não têm a mesma importância que a planta baixa. Esta planta possui a maior quantidade de infor- mações do projetoe existe para poder mostrar como o imóvel é por dentro – justamente por isso que seu nome é baixa. Uma vez que as plantas de situação, de locação e de cobertura mostram a edificação por cima, a planta baixa mostra o imóvel em uma visão mais baixa do que as demais. É como se fosse feito um corte na edificação a 1,50m de altura do piso e a parte de cima fosse arrancada. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 25 Figura 6 – Planta baixa Fonte: Montenegro (1978). Essa condição de retirada da parte superior da edificação permite que seja visualizado o seu interior: ambientes, portas, janelas, pisos mais altos e todos os elementos internos. É nesse momento, com uma planta que traz uma grande quantidade de informações, que nós sentimos como as padronizações de pequenos elementos de representação gráfi- ca se tornam essenciais. Como representar alguma coisa que esteja a uma altura maior do que 1,50m? Como diferenciar uma parede que fica a uma altura de 0,70m e outra que vá até a cobertura? Esses são alguns dos questionamentos que você pode estar fazendo agora. Tenha certeza: todos os elementos existentes e possíveis em um imóvel têm uma forma padronizada de serem representados. Os tipos de linhas do desenho têm uma importância muito grande na representação de um projeto, tanto que algumas representações ainda Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 26 possuem textos para identificá-las. Se formos nos aprofundar em todas elas, vamos encer- rar nosso estudo apenas com esse conteúdo. Mas, como essa não é a nossa intenção, na tabela abaixo você pode conhecer as principais representações de uma planta baixa. Todas as informações presentes em uma planta são postas pelo fato de serem ele- mentos de representação gráfica técnica. Sendo assim, elas devem fornecer o máximo de informações possíveis. Porém, existem formas de representação do imóvel com um pouco menos de informações técnicas, mais voltadas ao aspecto visual do projeto. São as plan- tas de ilustração, que têm um propósito mais comercial, elaboradas justamente para que os possíveis compradores que, na maioria das vezes, não se interessam por toda informa- ção técnica. Assim, eles podem visualizar o imóvel de uma maneira mais clara. Tabela 1 – Padrões básico de desenho de projetos Fonte: autoria própria (2014). Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 27 Retornando ao nosso conhecimento sobre a representação gráfica de projetos, preci- samos fazer a seguinte pergunta: através das plantas, eu posso saber as informações de altura deste imóvel? Informações como a altura da edificação e dos ambientes, as diferenças de alturas no piso, a altura do telhado, dentre várias outras, até podem ser representadas em uma plan- ta, mas essas informações podem não ser claras e gerar dúvidas a quem estiver “lendo” o projeto. Para que essas informações sejam bem compreendidas são desenvolvidos os cortes e as fachadas. Vamos agora estudar um pouco sobre eles? Cortes são visualizações internas da edificação, assim como as plantas baixas. Porém, enquanto as plantas consideram uma visualização de cima do imóvel, os cortes apresen- tam uma visualização lateral do imóvel, como se fosse feito literalmente um corte na edifi- cação e fosse determinado para que lado olhar. Figura 7 – Planta de ilustração Fonte: Madrid (2014). Figura 8 – Corte: como ele é Fonte: Montenegro (1978). Figura 9 – Corte Fonte: Montenegro (1978). Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 28 Figura 10 – Chave de corte Fonte: autoria própria (2014). Para facilitar a compreensão dos cortes, eles devem ser marcados nas plantas, através do que se chama chave de corte. Essas marcações indicam a identificação do corte com letras (corte A-A, corte A-B...) ou números (corte 1-1, corte 1-2...) e também o sentido para onde o corte está. Elas ainda podem indicar em que prancha o corte será representado. Já as fachadas representam o exterior do imóvel, informando principalmente o aspecto da edificação e seus revestimentos. As fachadas são vistas da edificação, apresentadas como se estivessem sendo feitas de frente para cada um de seus lados. Elas são identifi- cadas a partir destas vistas (frontal, posterior, lateral...) ou pela orientação em relação aos pontos cardeais (nordeste, sul, norte...). Desta maneira, compreendemos os principais elementos de representação gráfica de um projeto. Mas, ainda temos um componente para estudar: as escalas. Uma vez que os projetos são desenhos feitos sempre de maneira proporcional à realidade que eles re- presentam ou representarão, essa proporção precisa ser definida de forma específica, de maneira que o projeto possa ser analisado por qualquer pessoa. Assim, as escalas são padrões de proporção que partem de divisões de 1 metro em partes iguais. Então, quando se divide 1 metro em 50 partes iguais, cada parte dessa passa a repre- sentar 1 metro nessa escala de proporção 1/50. Da mesma maneira acontece quando essa divisão é feita por 100 partes iguais (1/100) ou por 20 partes iguais (1/20), sendo que a variação de divisores indica quanto o desenho será reduzido da realidade. Logo, um mesmo desenho feito nas escalas de 1/100 e de 1/50 estará representado em tamanhos diferentes, mas manterá a sua proporcionalidade. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 29 Figura 11 – Escalas diferentes de um mesmo desenho Fonte: autoria própria (2014). A definição da escala parte da dimensão que o projeto vai possuir e sempre busca que o desenho tenha a melhor representação possível. Os projetos ainda contam com um elemento complementar de informação, um docu- mento escrito (não desenhado) chamado de memorial descritivo. Este memorial indica to- dos os elementos do projeto, apresentando as questões de descrição do imóvel, elementos da construção (materiais e técnicas) e padrões estéticos de acabamento. Normalmente, o memorial descritivo acompanha o projeto, contribuindo para um melhor entendimento das informações, que nem sempre, podem ser bem detalhadas no desenho. Resumo Nesta competência, você estudou a forma como os projetos são representados. Mais Para desenvolver esta atividade você precisará ir até uma empresa do mer- cado imobiliário (incorporadora, corretora ou até mesmo construtora) para solicitar alguns modelos de memoriais descritivos de imóveis (entre 2 e 3). De posse desses modelos, estude-os e faça um relatório com os itens mais importantes de um memorial (aqueles que deverão ser informados a um possível comprador). Esse modelo auxiliará você a ter atenção nestes itens quando estiver vendo um novo memorial. Compartilhe seu trabalho no nos- so fórum. Atividade 01 Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 30 do que isso, você compreendeu o que é Arquitetura e o que é Urbanismo, e observou a im- portância que estas duas áreas de estudo têm para a atividade de um corretor imobiliário. Sua vida profissional sempre estará ligada aos trabalhos desenvolvidos nelas. Após essa primeira parte, o estudo passou a explicar sobre a padronização na repre- sentação gráfica dos projetos e o quanto ela é importante. Vendo que os projetos têm uma grande quantidade de informações a passar e que várias pessoas estão envolvidas com ele, a padronização permite o entendimento por todos e garante a exatidão da informação. Tendo esse conhecimento visto no início da competência, você estudou a representação dos projetos propriamente dita, passando a compreender os elementos dessa representa- ção, a função de cada um deles e também as diferenças. Autoavaliação 01. A Arquitetura tem influência direta na atividade profissional de um corretor de imóveis. Sendo assim, umcorretor deve conhecer essa área buscando sempre uma melhor atu- ação no mercado imobiliário. Este conhecimento visa: a) Produzir imóveis que atendam às necessidades dos clientes; b) Entender as edificações em todas as suas etapas, para dar informações mais comple- tas aos clientes; c) Saber quando o imóvel necessitará de manutenção e de reforma; d) Compreender os projetos e discuti-los com as construtoras, para que se tornem mais fáceis de vender. 02. Assinale a alternativa que expressa melhor à relação entre a Arquitetura e o Urbanismo: a) Arquitetura e Urbanismo são áreas totalmente distintas e não possuem qualquer rela- ção entre elas; b) Urbanismo estuda as edificações, enquanto a Arquitetura estuda os ambientes internos nessas edificações; c) Urbanismo atua na questão legal das ocupações da cidade e a Arquitetura estuda a construção de edificações; d) Arquitetura estuda as edificações em todos os seus aspectos. Já o Urbanismo estuda as ocupações do espaço da cidade. 03. A padronização da linguagem de projeto foi desenvolvida visando uma melhor compre- Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 31 ensão de seus elementos. No Brasil, qual é o órgão que controla esta padronização? a) As universidades e instituições de ensino; b) A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); c) A Organização Internacional de Padronização; d) O Ministério da Infraestrutura. 04. Ao padronizar a representação gráfica de um projeto, algumas informações básicas devem sempre ser postas nas pranchas. O local em que essas informações devem ser postas é: a) Quadro de áreas de um projeto; b) Texto descritivo ao lado da planta baixa; c) Carimbo; d) Margem. 05. Ao apresentar um projeto para um cliente, um corretor recebe a seguinte pergunta: “qual é a altura do quarto? Eu tenho um guarda roupa de 2,40m e quero saber se cabe.” Qual elemento do projeto o corretor deve consultar para responder ao questionamento? a) Fachada; b) Planta baixa; c) Cortes; d) Planta de cobertura. 33 Distinguir os estilos arquitetônicos Competência 02 Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 35 Distinguir os estilos arquitetônicos Existem situações na atividade de transações imobiliárias que muitas vezes podem dei- xar o corretor desconcertado, até mesmo envergonhado, se ele não tiver o conhecimento certo para atender a algumas solicitações feitas, principalmente pelos clientes. Não é difícil acontecer de um cliente pedir ao corretor: “eu gostaria que você me mos- trasse uma casa em estilo moderno”, ou ainda: “este edifício é de qual estilo?”. Muitas ve- zes o profissional não sabe atender a esses pedidos, responder a esses questionamentos ou até sabe que se trata de estilos arquitetônicos, mas não sabe como eles são. Logo, podem acontecer vários problemas: desde o corretor mostrar imóveis que não possuem as características que os clientes desejam – gerando uma insatisfação com esse profissional – até o profissional ter de admitir que não conhece os estilos e que não sabe como encontrar esses imóveis, que leva aos clientes a perderem a confiança no corretor. Devido a situações como esta, é importante que você estude sobre os estilos arquite- tônicos, principalmente aqueles que estão mais presentes nas cidades brasileiras. Assim, nesta competência, você entenderá o que são os estilos arquitetônicos, sabendo o que os define e como você pode conhecê-los. É lógico que ninguém irá cobrar que você identifi- que cada estilo como se fosse um arquiteto ou um historiador, mas que você conheça as características básicas dos principais estilos e saiba como se informar rapidamente sobre os estilos menos comuns. Agora, você vai começar a aprender sobre estes elementos, considerados como “rou- pas” dos imóveis da cidade. Definindo estilos arquitetônicos Para conhecer estes importantes elementos da arquitetura, precisamos primeiro saber exatamente o que eles são. Estilos arquitetônicos são conjuntos de características cons- Os objetivos de estudo desta competência são: • Definir estilos arquitetônicos; • Conhecer os estilos de maior destaque; • Conhecer as necessidades de adaptação dos estilos às cidades de hoje. Estilo: maneira ou característica como uma obra ou atividade é feita. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 36 As vantagens – e até mesmo a necessidade dos corretores conhecerem os estilos arquitetônicos – estão associadas a várias situações do dia a dia pro- fissional. Dentre elas, podemos chamar atenção para a capacidade de for- necer mais informações sobre os imóveis negociados e de atender a solicita- ções específicas, aumentando ainda mais sua credibilidade profissional. Por exemplo: ao apresentar uma casa para um possível comprador, o corretor, além de fornecer as informações habituais, pode identificar o estilo arquite- tônico da mesma, explicando quais elementos caracterizam esta edificação. Importante trutivas ou decorativas que marcam as construções de um determinado período. Sendo assim, é comum você encontrar a denominação dos períodos por estilos artísticos ou ar- quitetônicos (período moderno, período neoclássico etc.). Os estilos são caracterizados, principalmente, por elementos formais, que podem ser desde formatos totais das construções, passando por detalhes específicos, e chegando até aos materiais utilizados em estruturas e acabamentos. Sendo possível, muitas vezes, identificar um estilo arquitetônico de um imóvel apenas por sua janela ou pela grade de guarda-corpo (balaustrada, parapeito) de uma varanda. Os estilos arquitetônicos faziam, ou fazem, parte dos estilos artísticos. Sendo a arqui- tetura considerada uma arte, ela partilha das características e padrões que são adota- dos pelos elementos como pintura, escultura, e outros tantos, principalmente em épocas antigas, em que as escolas e academias de artes formavam os arquitetos com bases em seus conceitos. Portanto, quando se fala em arte gótica, podem ser abordados elementos como a escul- tura, a música e também a arquitetura. Então, se os estilos têm características determinadas nas épocas em que foram de- senvolvidos, é possível determinar o período de uma edificação a partir de seu estilo arquitetônico. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 37 Fique alerta! Você não pode adotar como uma regra a possibilidade de de- finir o período de uma edificação a partir de seu estilo arquitetônico. Afinal, construções podem ser feitas atualmente seguindo as características de al- gum estilo antigo. E qual seria a solução? Sempre pesquise sobre o histórico do imóvel e do local (bairro, região) onde ele está. Importante É importante saber que os estilos arquitetônicos marcaram épocas. Mas, esses mes- mos estilos não são exclusivos das épocas que eles foram desenvolvidos, principalmente nos dias atuais, em que a sociedade está cada vez mais heterogênea e dinâmica. Características dos principais estilos ar- quitetônicos Agora que você já conhece o que são estilos arquitetônicos, vamos estudar um pouco as características deles. Não de todos eles, afinal existem livros inteiros descrevendo os estilos arquitetônicos, mas falaremos dos principais estilos, aqueles que tiveram grande destaque e que marcam as construções até os dias atuais. Os estilos arquitetônicos são separados por períodos da história, recebendo denomina- ções que se referem a estes períodos ou as suas culturas. Podemos destacar os seguintes: • Arquitetura clássica – Estilos grego e romano; • Arquitetura medieval – Estilos românico e gótico; • Arquitetura pós-renascimento – Estilos renascentista, barroco, rococó e neoclássico; • Arquitetura moderna – Estilos art nouveau, art déco e modernismo; • Arquitetura pós-moderna – Estilos minimalismo epós-modernismo. Heterogêneo: conjunto de elementos que não possuem um padrão. Uma sociedade é considerada hete- rogênea por sua diversidade de opiniões, gostos e preferências. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 38 Figura 12 – Entablamento sustentado por colunas e apoiando o frontão: estilo grego Fonte: Navarro (2013). Antes de estudarmos os estilos arquitetônicos, vamos compreender quando eles aconteceram. Faça uma pesquisa sobre os períodos dos estilos que foram listados anteriormente e coloque em uma tabela para que você com- preenda melhor o tempo de cada período. Compartilhe sua atividade em nosso fórum. Atividade 01 Abóbadas: cober- turas arqueadas que sustentam seu próprio peso e podem se apoiar em colunas ou em paredes. Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre os estilos em destaque. Estilo grego Os templos foram, e ainda são, os elementos de maior destaque na arquitetura grega. Neles, geralmente, estão presentes os principais elementos que caracterizam estas cons- truções, como a simetria da planta e a presença de colunas. As suas fachadas possuíam elementos que se apoiavam sobre as colunas (como se fossem vigas), que se chamavam entablamento e também um elemento triangular sobre esse entablamento, que se chama- va frontão. Estilo romano Este estilo tem como destaque a presença dos arcos e das abóbadas, que permitiram a utilização de grandes espaços nas construções, com a diminuição das colunas. Os grandes Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 39 Figura 13 – Abóbada: estilo romano Fonte: Cólin (2011). espaços internos se tornaram marcas determinantes. As construções do estilo romano adotaram algumas características do estilo grego, principalmente o conjunto de colunas que foi admirado por esta civilização e acrescido as suas construções. Estilo românico Uma vez que o período medieval, na Europa, foi marcado pela influência da religião católica, as igrejas eram as construções de maior destaque, e que mais apoiavam o desen- volvimento das artes e da arquitetura. O que, obviamente, levou a uma “preferência” dos estilos arquitetônicos a estes monumentos. A arquitetura românica se fazia presente pelo grande uso de abóbadas (conhecidas por “de berço”) e de pilares sólidos, formando um conjunto grandioso e sólido, com a intenção de serem chamadas de “fortalezas de Deus”. A obra “De Architectura” – 10 volumes escritos pelo arquiteto romano Mar- cos Vitrúvio Polião, em aproximadamente 27 a 16 a.C. – é o único tratado do período greco-romano que sobreviveu até os nossos dias. Ela inspira di- versas produções sobre Arquitetura, Urbanismo, Hidráulica e Engenharia, uma vez que a sua proposta de proporções e os seus princípios conceitu- ais – utilidade (utilitas), beleza (venustas) e solidez (firmitas) –, estabele- ceram a base da Arquitetura clássica. Curiosidade Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 40 Figura 14 – Basílica de Siant-Sernin: estilo românico Fonte: Kayli (2011). Figura 15 – Catedral de San Vito: estilo gótico Fonte: Galán (2013). Estilo gótico As construções deste estilo seguiam o mesmo princípio de grandiosidade das constru- ções românicas. Suas maiores diferenças estão no tipo de abóbada e arco utilizados, em formato de ogiva (conhecidos por “ogivais”), e também na presença de vitrais redondos, parecidos com uma flor chamado “rosácea”. As abóbadas ogivais permitiam construções ainda mais altas. E suas pontas se alonga- vam para o alto, dando a impressão de uma construção mais vertical. Vitral: tipo de janela totalmen- te fechada por desenhos feitos por vidros de dife- rentes cores. Estilo renascentista A arquitetura renascentista buscou uma diferença crucial em relação a sua anteces- sora, a arquitetura gótica, que foi a criação de espaços mais proporcionais, baseados em Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 41 Figura 16 – Estilo renascentista Fonte: Faust (2013). Figura 17 – Estilo barroco Fonte: Faust (2013). relações matemáticas, que permitissem a quem estivesse em seu interior não se sentir perdido ou desorientado. No estilo renascentista, a geometria e a simetria assumiam um papel primário, nenhu- ma edificação era desenvolvida sem esses princípios. Elementos e adornos como os vitrais e, principalmente a pintura, se integravam às construções como parte essencial. Estilo barroco As construções deste estilo rompiam a relação com a lógica científica, que era o foco no estilo renascentista, e davam uma maior importância as expressões de sentimentos e decorações. Isso estimulou outra característica, que foi a visão de que a edificação não era apenas o único elemento de influência na obra, mas também o espaço onde ele está inserido, provocando o desenvolvimento de espaços como jardins e praças. O barroco passou a se utilizar de vários elementos decorativos em suas construções, como desenhos em relevos, esculturas e estátuas em suas fachadas. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 42 O principal expoente do barroco no Brasil foi Antônio Francisco de Lisboa, o Aleijadinho, que trabalhou com projetos arquitetônicos, esculturas, enta- lhes e outras formas da arte. Sua obra ganhou fama internacional, chegan- do a ser reconhecido em todo o continente americano. Para conhecer suas obras, acesse: <http://www.museualeijadinho.com.br/>. Você conhece? Estilo rococó Esse estilo que procura ser mais decorativo do que seus antecessores, utiliza de uma decoração carregada e até mesmo exagerada, tanto na fachada quanto nos interiores. Essa decoração é muito notada em relevos no formato de conchas e curvas, molduras e cores mais claras e vivas. As edificações não buscam mais ser grandiosas, apesar dos palácios e das igrejas não serem pequenos, mas seus ambientes internos são menos espaçosos e mais decorados, principalmente com móveis que adotam as mesmas características das construções. Figura 18 – Estilo rococó Fonte: Santos (2011). Estilo neoclássico O estilo neoclássico seguia os estilos greco-romano e renascentista, assumindo que esses modelos foram a mais alta expressão da arquitetura e que podiam continuar a aten- Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 43 Figura 19 – Teatro Santa Roza: estilo neoclássico Fonte: Pedreira (2011). Figura 20 – Estilo art nouveau Fonte: Crespo (2010). der à sociedade. Porém, algumas mudanças se fizeram notar nas construções do período, como a crescente industrialização, que trazia uma necessidade urbana maior por fábricas e indústrias do que por palácios e templos. Outro ponto de destaque foi a ruptura com as decorações trabalhadas do barroco e do rococó. As edificações neoclássicas eram mais simples e discretas em seus elementos de adorno e se destacavam mais pelo tamanho monumental. Estilo art nouveau As construções deste estilo procuravam uma nova forma de expressão, adotando os elementos decorativos das artes e também o uso do ferro e do vidro. Muitos elementos de grades e fundições como proteções de escadas e varandas marcaram o art nouveau. O estilo não rompeu totalmente com as características dos estilos passados, mas pro- curou, ao utilizá-las, realizar uma adaptação as suas novas possibilidades, principalmente adotando as curvas e o ferro. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 44 Estilo art decó A arquitetura art decó dá continuidade ao processo de racionalidade das construções, se destacando a redução dos elementos decorativos por uma geometria mais presente e linhas verticais. A verticalidade é um ponto de destaque do estilo, com edificações cada vez mais altas que se utilizavam das novas tecnologias construtivas edos padrões escalo- nados (bases maiores que o restante do edifício). Figura 21 –Chrysler building: estilo art decó Fonte: Araújo (2010). Estilo moderno O estilo moderno é considerado o ponto principal de evolução da arquitetura deste pe- ríodo. Tendo como princípio a funcionalidade da edificação, onde a forma era secundária e deveria seguir a função, os edifícios deveriam ser feitos para cumprir com seu papel e não para serem belos. Oscar Niemeyer (1907-2012) é o arquiteto mais conhecido do Brasil e um dos nomes mais influentes da Arquitetura moderna internacional. Pionei- ro da técnica de construção com concreto armado, ele assinou cerca de 500 projetos pelo mundo e deixou 14 livros publicados. Para conhecer suas obras, acesse: http://www.niemeyer.org.br/. Você conhece? Se destacaram as construções dos arranha-céus que buscavam otimizar o uso do espa- ço urbano, cada vez mais caro, e também dos espaços multifuncionais, que poderiam ser- vir a mais de um tipo de ocupação. Esses destaques são frutos dos princípios de: plantas e fachadas livres (independentes da estrutura de sustentação); pilotis (edificação apoiada em pilares e suspensa do solo); teto jardim e janelas horizontalizadas (“em fita”). Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 45 Figura 22 – Villa Savoye: estilo moderno Fonte: Ginjo (2010). Figura 23 – Estilo minimalista Fonte: Perez (2014). Estilo minimalista Um estilo que quebra com alguns padrões da arquitetura, principalmente em relação aos elementos decorativos. No minimalismo, vale o dito de que “menos é mais”, dando uma atenção ao que realmente importa para a construção e evitando elementos desne- cessários, mesmo que sejam decorativos. Sendo assim, conhecido como uma construção “limpa” e lógica. Nas construções minimalistas, a simetria não é um padrão adotado. Ela se volta para o uso da iluminação, principalmente a iluminação natural, e de elementos geométricos que compõem os volumes das construções. A simplicidade de traços e a falta de detalhes decorativos não implicam em construções desprovidas de beleza estética. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 46 Figura 24 – Estação de Lyon: estilo pós-modernista Fonte: Faust (2013). Estilo pós-modernista As construções pós-modernas tinham a intensão de modificar e questionar os padrões do modernismo. Buscando “corrigir” os elementos que foram considerados falhos no estilo anterior, fazendo uso de elementos de outros estilos e das tecnologias que se apresentavam. Enquanto o modernismo trazia uma simplicidade no conceito das edificações, o pós- -moderno buscava o retorno do simbolismo e da complexidade. Ao mesclar elementos dos estilos passados com materiais e técnicas atuais, a arquitetura desse estilo criava-se uma tensão que se destaca nas edificações. Os estilos arquitetônicos nos dias de hoje Nos dias atuais, os estilos arquitetônicos permanecem mais como influências do que como padrões das edificações. É claro que estamos falando sobre as construções novas, pois as construções originais que se mantêm até hoje e, logicamente, seguem os padrões dos estilos. As construções da atualidade, que muitos consideram ainda no estilo pós- -moderno e outros consideram como sendo “sem estilo”, utilizam-se dos mais variados elementos característicos dos estilos do passado, mesclando e modificando-os com novos materiais e tecnologias. O uso das características que lembram os estilos também é feito de acordo com a finalidade da edificação que vai recebê-las. Por exemplo: edificações Curiosidade Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 47 Em uma sociedade cada vez mais variada, composta por pessoas diversas, manter um único padrão construtivo se torna cada vez mais difícil. Os padrões pessoais, as tendências variadas e a velocidade de evolução tecnológica são fatores que contribuem para uma gran- de variedade de elementos característicos de estilos. Devido a estas possibilidades, não podemos mais procurar por imóveis puramente ca- racterísticos dos estilos do passado. Eles vão existir apenas nas construções originais. Nas construções atuais, o que você encontrará serão edifícios influenciados pelos antigos estilos. Muitas vezes, as características dos estilos são mescladas, formando edificações em que se torna impossível identificar uma predominância entre elas. Resumo Nesta competência, você aprendeu sobre os principais estilos arquitetônicos. Compreen- deu primeiro o que são os estilos, estudando o seu conceito, sua função e como os mesmos aconteceram. Após isto, você pôde conhecer os principais estilos arquitetônicos e suas ca- racterísticas, entendendo um pouco do que faz de uma edificação pertencente a um deter- minado estilo e como os estilos podem ser reconhecidos em seus principais elementos cons- trutivos. Por último, você compreendeu que, mesmo com toda a sua importância, os estilos se mantiveram em suas épocas e que na cidade de hoje eles são reinventados e renovados constantemente, não sendo fiéis as suas origens, mas mantendo as suas características relacionadas ao uso jurídico costumam utilizar elementos da arquitetura clássica, devido a relação entre o direito clássico e a sociedade da Roma antiga. A evolução da tecnologia, dos materiais e das maneiras de construção são pontos de grande importância nesta variedade. A cada ano, novas opções de formas de construção e de materiais de acabamento surgem, dando mais al- ternativas para reformular e refazer os estilos arquitetônicos do passado, dan- do aos elementos antigos uma aparência totalmente diferente do costume. Importante Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 48 principais. Nosso estudo sobre estilos arquitetônicos foi concluído com uma relação entre as adap- tações dos estilos, nos dias atuais, e a variedade de possibilidades dadas pela evolução tecnológica. E também pela dinâmica de nossa sociedade, que a cada dia torna-se mais múltipla e diversa. Autoavaliação 01. Sendo os estilos arquitetônicos “conjuntos de características construtivas ou decorativas que marcam as construções de um determinado período”, qual das alternativas abaixo seria possível em uma visita com prováveis compradores de imóveis a um condomínio residencial que acabou de ser construído? a) A identificação de um estilo arquitetônico exclusivamente pelos materiais de revestimento de uma casa; b) Identificar características de mais de um estilo arquitetônico em uma fachada de uma casa; c) Considerar que por ser um condomínio construído recentemente, todas as casas pos- suem as mesmas características arquitetônicas; d) É impossível identificar estilos arquitetônicos sem a presença de um arquiteto ou his- toriador. 02. Um advogado procura os seus serviços de corretor imobiliário para comprar um imóvel. Este será utilizado como escritório de suas atividades profissionais. Ele deseja que este imóvel possua características da arquitetura clássica, para que seja relacionado com a justiça. Quais das características abaixo podem estar presentas neste imóvel? a) Grades e elementos em ferro trabalhados e retorcidos; b) Janelas horizontais e pilotis; c) Colunas e arcos; d) Verticalidade e arcos ogivais. 03. Tendo sido o estilo moderno um dos principais destaques na arquitetura brasileira, o MASP é um ícone deste estilo na cidade de São Paulo. Quais características do estilo podem ser encontradas neste imóvel? Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 49 a) Pilotis e planta livre; b) Fachada decorada com figuras em relevo; c) Decoração carregada e uso de estátuas na fachada; d) Arcos e abóbadas. 04. No estilo moderno, a planta livre é uma característica presente devido a uma inovação nas técnicas de construção.Que inovação foi essa? a) Uso das abóbadas; b) Desenvolvimento dos arcos ogivais; c) Simetria de planta; d) Paredes independentes da estrutura de sustentação da edificação. 05. Nos dias atuais, os estilos arquitetônicos são adaptados em suas características, sendo renovados e criando novas possibilidades. Esta tendência de renovação surgiu em qual estilo antigo? a) Românico; b) Neoclássico; c) Rococó; d) Pós-moderno. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 50 51 Identificar a cidade e a sua ocupação Competência 03 Ao atuar como corretor de imóveis, a sua área de trabalho será a cidade, os imóveis dela e os seus espaços. É importante para a sua profissão que você saiba como esta cidade está se desenvolvendo, onde está crescendo e por que este crescimento está acontecendo. Você, como corretor, deve possuir este conhecimento para que possa sa- ber as tendências de ocupação da cidade, que influenciam diretamente na valorização dos imóveis. Ao identificar que um determinado bairro da cidade está em tendência de crescimen- to, que ele possui uma grande quantidade de imóveis sendo construídos, você terá a consciência de que esta área está em valorização e suas edificações ficando mais caras. Isto fará com que possa atender melhor seus clientes, informando a eles os motivos da valorização dos imóveis e a tendência de crescimento do local. Esta competência apresenta para você as condições de ocupação de uma cidade, suas variações e formas de crescimento. Vamos entender também como as edificações se organizam em locais como os bairros e compreender todos os elementos que podem influenciar neles. Para esta competência, você terá os seguintes objetivos: Os conceitos de ocupação da cidade A cidade é sempre vista como um elemento vivo, que se modifica e cresce com o pas- sar dos anos. Estas modificações acontecem, principalmente, com as ocupações de seu espaço, que é muitas vezes refeito totalmente com novas ruas, quadras e lotes. Essas modificações nada mais são do que a ação do próprio homem, criando os ambientes que são considerados necessários para viver na cidade. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 53 Identificar a cidade e a sua ocupação • Conhecer a diferença entre crescimento, adensamento e desenvolvimento de uma cidade; • Saber como diferenciar bairros, vilas, conjuntos e condomínios; • Compreender a influência de elementos como infraestrutura e relevo do terre- no em uma edificação. A cada vez que novas pessoas chegam a uma cidade, seja por nascimento ou por migração, existe a necessidade de que tenham lugares para que possam viver (morar, trabalhar, estudar...), porque os locais que já existiam – quando existiam – nem sempre são suficientes para acomodar a todos. Devido a essa condição de modificações, é importante que você conheça como a cida- de altera suas ocupações. Quer entender como esse conhecimento pode ser necessário a um corretor? Imagine que um grupo de investidores procura por espaços específicos para construir um centro comercial. Isto significa que a área precisa ter características voltadas ao empreendimento, ou ele será um fracasso. O corretor precisa conhecer quais bairros e setores da cidade possuem as características ocupacionais certas para esse caso (passagem de pessoas, comércio etc.) e ainda se estas áreas estão em processo de ocupação ou de esvaziamento. Então, o conhecimento do corretor sobre a cidade terá grande influência no sucesso ou fracasso do empreendimento. Então, vamos estudar esses fenômenos e seus conceitos, para que você possa enten- der melhor como a cidade se comporta em seu processo de evolução. Crescimento horizontal A cidade, muitas vezes, possui uma área maior do que seu espaço urbano, que nor- malmente é sua área rural, ou apenas uma área desocupada. Estes espaços desocu- pados, na maioria das vezes, são afastados dos centros urbanos e não possuem vários serviços (saneamento, transporte etc.), o que os tornam mais baratos de se adquirir e, consequentemente, construir. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 54 Esta necessidade por novos espaços leva aos conhecidos fenômenos de cres- cimento urbano, que são as formas em que a cidade cresce e se desenvolve com o passar do tempo. E também são esses fenômenos que, muitas vezes, determinam as tendências de ocupação do espaço e de valorização dos imó- veis e das áreas que eles estão inseridos. Importante Essa condição de área mais barata contribui para que estes locais sejam alvo das novas edificações e espaços construídos da cidade, levando a um crescimento horizon- talizado e fazendo com que sua área urbanizada seja ampliada, resultando em cidades cada vez mais extensas e com deslocamentos maiores. Adensamento urbano Este fenômeno é responsável por uma situação quase oposta ao crescimento hori- zontal. O adensamento urbano acontece quando um maior número de pessoas passa a habitar a cidade em áreas que já existiam ou já eram ocupadas. Normalmente, esse fenômeno se dá a partir da verticalização da cidade, com a substituição de edificações térreas e de pequeno porte (por exemplo, casas ou lojas) por construções de grande por- te, com elevado número de pavimentos. O adensamento é impulsionado por vários atrativos do local: por se tratar de uma área central da cidade, pela proximidade do local com comércios e serviços ou até mes- mo por possuir uma vista privilegiada, como a praia. Esses fatores estimulam as pessoas a procurarem ocupar essa mesma área e com isso, podem fazer com que haja uma valo- rização dos imóveis do local. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 55 Figura 25 – Vista das áreas rural e urbana de uma mesma cidade Fonte: Google Earth (2014). Adensar: tornar um local mais ocupado, sem aumentar a sua área. Pode se di- zer que é colocar mais pessoas em um mesmo espaço. Desenvolvimento urbano O desenvolvimento urbano é um termo bem conhecido e escutado em todas as mí- dias. Porém, você deve ter muito cuidado ao utilizá-lo, pois é muito comum que se use este termo de maneira errada, em associação, na maioria das vezes, ao crescimento urbano ou à inovação tecnológica. O fenômeno do desenvolvimento urbano está direta- mente relacionado à melhoria do espaço urbano, como a instalação de sistemas de dre- nagem, esgotamento sanitário e pavimentação de vias de circulação. Afinal, desenvolver é evoluir. Então, quando uma cidade está crescendo, ela pode estar piorando as suas condições de moradia e de trabalho, o que não pode ser considerado uma evolução. Nem o uso de uma nova tecnologia de transportes pode ser considerado desenvolvimento, caso essa tecnologia não esteja resultando em uma benfeitoria das condições da cidade de maneira geral. Sendo assim, devemos analisar com muita calma antes de dizer se uma cidade ou espaço urbano está realmente se desenvolvendo. Crescimento não é, obrigatoriamente, evolução. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 56 Figura 26 – Área urbana passando por um processo de adensamento Fonte: autoria própria (2007). Bairros, conjuntos, vilas e condomínios Toda cidade possui fenômenos de ocupação urbana, como vimos a pouco. Porém, es- ses fenômenos acontecem em função de espaços que são ou serão ocupados. Essa ocu- pação pode ser organizada de algumas formas diferentes e, com isso, surgem elementos de organização da ocupação urbana que buscam garantir certa ordem, principalmente administrativa. A forma mais comum de organização da ocupação urbana é o bairro, que é uma aglo- meração de espaços da cidade, formado por ruas, quadras e lotes. Estes elementos de ocupação têm a função de ser uma unidade administrativa da cidade e, normalmente, édefinido a partir de um conjunto de ocupações iniciais e de características semelhantes de relevo. Não existe área mínima ou máxima para que um bairro seja definido. Eles podem ser pequenos (com aproximadamente 30 hectares) ou grandes (com 1.300 hectares), sendo então delimitados por questões político-administrativas. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 57 Agora que você já conhece como funcionam esses três fenômenos de ocu- pação urbana, vamos fazer uma rápida atividade. Estude um espaço urbano da cidade onde você mora, verificando o que aconteceu com ele nos últi- mos dez anos. Você deve apontar se este espaço urbano cresceu horizon- talmente, adensou, ou se desenvolveu – lembre-se que um fenômeno pode acontecer junto ao outro. Produza a sua análise como um breve relatório, justificando o porquê da sua opinião e partilhe-a em nosso fórum. Atividade 01 Você sabia que um hectare (abreviado é 1 ha) é uma área de medida equi- valente a 10.000m²? O que leva a um bairro de 1.300 hectares, ou 1.300 ha, ser uma área igual a 13.000.000m², que é aproximadamente igual a 3.210 campos de futebol. Curiosidade Um bairro pode ser formado por vários tipos de ocupação, algumas muito parecidas com as outras. Mas, cabe a você, corretor de imóveis competente, saber a diferença entre os tipos para informar seus clientes de maneira completa, uma vez que esta infor- mação pode afetar diretamente alguns elementos do imóvel que está sendo negociado, como o IPTU e as características de manutenção. Destes tipos de ocupação podemos destacar o conjunto habitacional, também cha- mado de conjunto residencial, que é um grupo de edificações feitas seguindo um mes- mo padrão ou modelo, tanto para as casas, como também para as quadras, lotes e ruas. Esse modelo faz com que o custo de produção desta ocupação seja reduzido, facilitando a construção. Os conjuntos habitacionais se tornaram elementos muito utilizados pelos programas habitacionais do governo, principalmente entre as décadas de 1950 e 80. Suas constru- ções contribuíram para o crescimento horizontal das cidades e a expansão de suas áreas urbanizadas. Por vezes, devido à necessidade de construção de um elevado número de unidades residenciais, os conjuntos deixavam de ser horizontalizados, criando-se o que ficou conhecido por conjuntos verticais. Se os conjuntos habitacionais são elementos de ocupação urbana, devidamente estruturados e democráticos – pois permitem o acesso a todos –, temos outros tipos de ocupações que não apresentam as mesmas características. Um desses tipos são as vilas. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 58 Figura 27 – Conjunto habitacional horizontal Fonte: Cabrera (2010). As vilas são aglomerações populacionais que podem ou não estar inseridas na cida- de, e que possuem algum tipo de comércio e serviços. Normalmente, com o passar do tempo, elas passam a receber obras estruturantes, melhorando sua condição ocupacio- nal, mas ainda mantêm as características de ocupação original e sua denominação. Podemos citar o exemplo do bairro de Ponta Negra, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, que teve sua origem em uma vila de pescadores. Com o passar dos anos, ela recebeu os conjuntos habitacionais Ponta Negra e Alagamar, ampliando sua área ocupa- da e estrutura urbanizada. Ainda hoje, a Vila de Ponta Negra permanece como compo- nente do bairro e mantém algumas das suas características originais. Nos dias atuais, é comum serem denominadas de vilas as pequenas aglomerações ocupacionais (que possuam uma mesma característica) existentes na cidade e que sejam um pouco isoladas do espaço urbano onde estão inseridas. Essas vilas residenciais não chegam a ser fechadas com muros e grades, mas estão em uma condição de privacidade elevada, o que faz com que os demais habitantes da cidade não adentrem o seu espaço. Enquanto as vilas não possuem o mesmo grau de estruturação e organização dos conjuntos habitacionais, os condomínios possuem, às vezes, até mais. Porém, essa for- ma de ocupação não é tão democrática quanto os conjuntos, pois são espaços privatiza- dos com acesso apenas aos seus proprietários ou pessoas convidadas. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 59 As formas de ocupação são, muitas vezes, a forma de origem de uma cidade. Elas acontecem de maneira espontânea, quase natural, sem um planejamen- to prévio, nem mesmo uma programação. E, geralmente, são iniciadas em uma área desocupada, com um motivo de interesse, que pode ser econômico ou de localização. Importante Os condomínios, também conhecidos por condomínios fechados, podem ser resi- denciais ou não residenciais (comércio, serviços etc.) e são assim definidos por serem formas de ocupação de acesso restrito, normalmente fechados por muros e portões, com a divisão de suas unidades ocupacionais. Eles podem ser horizon- tais (de casas), ou verticais (de apartamentos). Mas, independente do seu forma- to, as características citadas são mantidas. É justamente pela característica de ser fechado que faz com que os condomínios sejam alvo de discussão no espaço urbano. De um lado, existe a defesa de que esta forma de ocupação oferece um maior nível de organização e segurança a seus usuá- rios. De outro, o argumento que essas ocupações criam ilhas privatizadas na cidade e prejudicam o espaço coletivo. Independente de qualquer discussão, é importante você saber que esta forma de ocupação do espaço urbano existe e é uma grande realidade das cidades. Seus clien- tes, em vários momentos poderão solicitar a você a situação de algum condomínio. Por isso, é necessário conhecê-los. A influência do terreno e da infraestrutura Além dos fenômenos e das formas de ocupação da cidade, você precisa conhecer alguns elementos que influenciam na maneira que as ocupações ocorrem. Dentre eles, podemos relacionar o terreno e a infraestrutura. A influência do terreno está relacionada, principalmente, ao seu relevo. Áreas de ter- renos muito acidentados, com muita variação de altura, costumam dificultar as cons- truções e até mesmo a criação de ruas e calçadas, pois terrenos muito inclinados criam desníveis desconfortáveis nas vias e, normalmente, obrigam as construções a terem um gasto elevado com planificações e estrutura. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 60 Vamos praticar o conhecimento sobre as formas de ocupação urbana que você estudou? Pesquise na cidade onde você mora os conjuntos habitacio- nais, vilas e condomínios. Faça um quadro comparativo entre eles, apontan- do as principais diferenças e as principais semelhanças que você encontrar. Você pode analisar os tipos de edificações existentes, largura de ruas e cal- çadas, presença de serviços de saúde e educação e qualquer outro elemen- to que chame a atenção. Produza um relatório e compartilhe-o no AVA. Atividade 02 Já a infraestrutura está diretamente relacionada com os serviços necessários a ocu- pação de um determinado local. Existe uma Lei Federal (nº 6.766/79) que trata sobre o parcelamento do solo e define os elementos de infraestrutura básica para uma área loteada. São eles: Apesar dessa definição, não são todos os espaços urbanos, mesmo os já ocupados, que possuem todos esses elementos de infraestrutura. Muitas vezes, alguns serviços tornam-se inviáveis de se instalar, por questões estruturais de maior porte ou por fa- lhas administrativas nas cidades. A quantidade de serviços de infraestrutura instalados em uma localidade influen- ciam na capacidade de adensamento de um determinado bairro, uma vez que, quanto maior a capacidade da infraestrutura da área, maior a capacidade de receber mais ocupantes. Além disso, essa influência também está relacionada com a valorização dos imóveis locais e valoresde impostos, como o ITPU. Por exemplo: bairros com todos os serviços de infraestrutura possuem, normalmente, imóveis mais caros do que bair- ros com apenas abastecimento de água e energia elétrica. Sei que você já sabe, mas preciso lembrá-lo: um corretor competente deve ser sem- pre muito bem informado sobre as condições de infraestrutura, não só do imóvel, mas do local onde este se encontra, pois esta informação orienta as escolhas do cliente no Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 61 O terreno, quando é inclinado, necessita de algum tipo de planificação. Afinal, nenhuma construção possui sua base, nem seu piso, inclinados. Em casos em que não se modifica o terreno, a estrutura da edificação precisa estar mais ele- vada que o terreno. Este relevo ainda pode afetar o formato das ruas, quadras e lotes, para que eles fiquem menos inclinados e mais fáceis de ocupar e utilizar. Importante • Escoamento de águas pluviais; • Iluminação pública; • Esgotamento sanitário; • Abastecimento de água potável; • Energia elétrica domiciliar; • Vias de circulação. Parcelamento do solo: é o termo utilizado para identificar a maneira como um terreno é dividido em ruas, quadras e lotes. momento da compra. Por isso, estude sempre e procure se informar sobre essas con- dições junto às prefeituras e secretarias municipais. Resumo Nesta terceira competência, você estudou as condições de ocupação das cidades identificando as formas de organização e influências nas ocupações. Começamos pe- las definições e conceitos das maneiras como a ocupação do espaço urbano pode acontecer. Neste ponto, você entendeu que as condições de crescimento de uma cida- de podem afetar – e serem afetadas – diretamente a valorização imobiliária. Você também estudou as principais formas de ocupação urbana, entendendo as diferenças entre elas, além de suas influências nos imóveis e nas áreas de entorno. E, por último, compreendeu as influências de elementos como relevo e infraestrutura, fatores que afetam fisicamente e financeiramente, tanto os fenômenos quanto as for- mas de ocupação. Autoavaliação 01. Qual das alternativas representa o princípio do desenvolvimento urbano? a) Aumento da arrecadação tributaria da cidade; b) Expansão da área urbanizada; c) Aumento da população da cidade; d) Melhoria das condições de ocupação da cidade. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 62 Para conhecer um pouco mais sobre esse tema, você pode estudar os textos e conceitos existentes no site “Urbanidades” (disponível no endere- ço <http://www.urbanidades.arq.br>). Nele, você poderá encontrar infor- mações de vários níveis e referências para outros sites que contêm mais informações sobre o assunto. Querendo mais 02. Vistos os conceitos de ocupação urbana, qual das afirmações abaixo não está correta? a) Crescimento horizontal está relacionado com adensamento; b) A verticalização da cidade leva ao adensamento; c) O crescimento horizontal acontece muitas vezes em áreas menos valorizadas da cidade; d) O crescimento da cidade não é obrigatoriamente igual ao desenvolvimento urbano. 03. Os condomínios residenciais são considerados espaços não democráticos por quê? a) São ocupações de alto padrão de acabamento; b) Limitam a altura das suas construções; c) São fechados para a entrada de pessoas de fora; d) Exigem o pagamento de uma taxa de manutenção. 04. As vilas se diferenciam dos conjuntos habitacionais por vários elementos. Podemos citar como um deles: a) Possui um padrão de construções de maior qualidade; b) É uma forma de ocupação que não possui a mesma qualidade de organização de seu espaço; c) São espaços mais democráticos do que os conjuntos; d) Renda média da sua população. 05. Segundo a Lei Federal nº 6.766, qual das alternativas abaixo não representa um item de infraestrutura básica? a) Iluminação pública; b) Transporte coletivo; c) Abastecimento de água; d) Vias de circulação. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 63 Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 64 65 Definir o conforto ambiental no imóvel e na cidade Competência 04 Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 67 Definir o conforto ambiental no imóvel e na cidade Nesta competência, você estudará as questões que envolvem o conforto ambiental na cidade e no ambiente de um imóvel específico, analisando este tipo de conhecimento e, sobretudo, reconhecendo como ele influência na vida da cidade. Mas, para quê estudar isso? Qual é a importância desse conhecimento na atividade de um corretor de imóveis? Para responder essas perguntas, observe a seguinte situação: Esses são alguns dos elementos que exigem um conhecimento do corretor sobre con- forto ambiental. Mas eles não são os únicos. Questões sobre acústica ou sobre como os locais podem gerar ruídos que prejudiquem as edificações próximas, são outras necessida- des que levam um profissional do ramo imobiliário a estudar esses conteúdos. Para esta competência, você terá os seguintes objetivos: • Entender o que é conforto térmico e conforto acústico; • Saber como as edificações podem ser adequadas às condições de conforto; • Compreender os padrões de limites de som e o isolamento acústico. Conforto ambiental térmico e acústico O termo conforto ambiental está associado às condições de bem-estar existentes (ou ausentes) em um determinado ambiente, que pode ser um local pequeno (como um quar- to) ou grande (como um bairro inteiro). Estas condições podem ser relacionadas a vários tipos de elementos (temperatura, ruídos, iluminação etc.). Um cliente procura um corretor de imóveis em busca de uma casa onde ele consi- ga não sentir calor ao longo do dia e tenha sempre um sombreamento impedindo que o sol da tarde chegue a sua moradia. O que o profissional precisará saber para selecionar um imóvel que atenda às solicitações do cliente? Ele precisa co- nhecer como as construções e os elementos ao redor da casa afetarão a ventila- ção e a insolação sobre ela, bem como deverá identificar se a posição da casa no terreno favorece a ventilação. Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 68 Sendo assim, o conhecimento sobre conforto ambiental é dividido em várias áreas – especializadas nos estudos de cada um desses elementos –, com maior destaque para as áreas térmicas e acústicas. O conforto térmico está totalmente voltado aos estudos das condições climáticas e de temperatura, associadas às construções e ao espaço urbano. Para entendê-lo melhor, você precisa conhecer um pouco sobre todos os elementos estudados por essa área. A radiação solar é um dos elementos que influenciam no conforto térmico, tendo gran- de relação com a temperatura de um determinado local. Ambientes que recebem mais radiação solar estão propensos a possuírem uma temperatura mais elevada do que os ambientes que recebem menos sol. A quantidade de radiação possui uma ligação com a movimentação do planeta ao longo dos dias e dos anos. Conforme a terra realiza seu movi- mento diário de rotação, a posição do sol vai se modificando e, com isso, a radiação solar tem sua variação de inclinação e orientação. O movimento de translação também tem sua influência na incidência da radiação solar. Porém, essa influência é sentida de forma mais lenta, ao longo do ano e não ao longo do dia, uma vez que, com o passar dos meses, o posicionamento do planeta vai se modifican- do, fazendo com que os raios solares mudem sua orientação durante os dias. Figura 28 – Movimentação de rotação Fonte: autoria própria (2014). Ar qu ite tu ra e U rb an is m o pa ra Co rr et or es d e Im óv ei s 69 A presença de corpos d’água (lagos, rios,
Compartilhar